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Prezado aluno,
1.1 Fisiopatologia 6
1.3 Hormônios 8
2. Complicações pós-operatórias 10
2.1 Gastrointestinais ⚠ 10
2.2 Infecciosas ⚠ 18
Questão 01 20
Questão 02 23
2.3 Febre ⚠ 23
Questão 03 25
2.3.1 Atelectasia 26
Questão 04 26
Questão 05 29
2.4.2 Seroma 29
2.5.1 Renais 30
3
Pós-operatório
2.5.2 Hidroeletrolíticas 31
3. Tipos de drenos 32
TOP FIVE 38
4
Pós-operatório
Mesmo que a técnica operatória tenha se desenvolvido, que a cirurgia minimamente invasiva
tenha surgido e que a anestesia esteja cada vez mais eficiente, ainda assim o paciente cirúrgico
está sob risco de alterações metabólicas que podem provocar seu desequilíbrio fisiológico,
em especial, manifestado no momento pós-operatório.
Não podemos esquecer que, por mais que se dê de maneira controlada e planejada, o ato
cirúrgico representa um trauma que gera um estresse fisiológico. Há a presença de mecanismos
neuroendócrinos adaptativos que regulam a liberação de hormônios e ajustes metabólicos.
Portanto, aqui estudaremos as consequências do procedimento que anteriormente recebeu
a sua devida indicação médica, passou por um planejamento pré-operatório e foi realizado
de maneira controlada. Os riscos ainda estão no ar, logo, seguiremos atentos às necessidades
de cuidados a partir do momento em que o paciente sai da sala operatória e vai à sala de
recuperação anestésica. Vamos nessa?
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Pós-operatório
1.1 Fisiopatologia
Dado o evento desencadeante da resposta metabólica, inicia-se uma série de alterações
neurológicas, a partir dos estímulos nervosos provenientes da área lesada, com a ativação
do eixo suprarrenal.
Ocorre, a partir disso, um sinergismo dinâmico entre múltiplos eixos, com estímulo ou produção
de determinados hormônios, cujos objetivos finais serão o aumento da oferta de glicose
e a vasoconstrição, aumentando o suprimento de ATP, principalmente, a órgãos nobres
como cérebro e coração. Tal resposta se reflete também na possível presença de sinais como
taquicardia, taquipneia e febre.
A resposta metabólica inicial é marcada por processos de gliconeogênese, glicogenólise,
lipólise e proteólise (o chamado GGLP).
• Glicogenólise: consiste na quebra do glicogênio hepático e periférico, é a responsável
por manter a glicemia no jejum inicial do paciente.
• O glicogênio é a fonte energética de mais fácil acesso, porém esgotando-se em cerca
de 48h de jejum, por isso, vamos evitar jejuns prolongados.
Trauma
REMIT
Glicose
Vasoconstricção
ATP
Fisiopatologia da REMIT
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Pós-operatório
Além de tudo isso, como veremos, ocorre ainda a atuação de hormônios na retenção de sais
e água, a fim de manter a volemia e a homeostase cardiovascular.
Porém, estes mesmos processos mantenedores da vida também podem ser os responsáveis
por problemas, quando ocorrem de maneira desregulada e interminável. Por exemplo, há risco
de embolia gordurosa devido lipólise excessiva, induzida pelas catecolaminas e presença
maciça de ácidos graxos na circulação, o paciente pode ter perda considerável da massa,
se houver persistência do estado catabólico, ficando sarcopênico e desnutrido.
Leucocitose
Temperatura
> 12.000 ou
central
< 4.000 ou
Bastonetes
> 10%
S.I.R.S > 38 °C OU
< 36 °C
Taquipneia
Taquicardia
F.R: > 20 irpm OU
F.C: > 90 BPM
PACO2 < 32 mmHg
Sinais da SIRS
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Pós-operatório
1.3 Hormônios
Para além da mera ativação da cascata de citocinas pró-inflamatórias e proteínas de fase
aguda, ocorrem também importantes alterações hormonais que contribuem para o estado
hipercatabólico. Posteriormente, a ativação de outros hormônios permite uma alteração na
fase metabólica, passando a processos mais anabólicos.
As bancas gostam de saber quais hormônios sobem ou descem; e quais efeitos produzem no
pós-operatório. Confira, a seguir, uma tabela com as principais características voltada apenas
para o Pareto.
Para facilitar, tenha em mente que a maioria dos hormônios estão AUMENTADOS, com
exceção da insulina, já que o objetivo final é aumentar a glicemia. No primeiro momento
temos um aumento da resistência à insulina, em que o consumo aumentado de glicose no
momento agudo do trauma gera a redução da insulina. Soma-se a isso, ainda, a produção de
hormônios contra-insulínicos, como o cortisol, o glucagon e a epinefrina, mantendo, assim,
os níveis de insulina sérica reduzidos.
↑ Glucagon
Aumento da glicemia e glicogenólise,
diminuindo o glicogênio hepático
Trauma cirúrgico ↓ Insulina
Claro que algumas bancas gostam de ir além e perguntar o comportamento dos hormônios
de forma mais detalhada, por isso, também trouxemos essas informações para você.
Não se preocupe em gravar tudo, beleza?!
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Pós-operatório
Um detalhe interessante é referente aos pacientes que fazem uso crônico de corticosteroides
exógenos, pois sofrem de supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (insuficiência
adrenal terciária), podendo, assim, não apresentar grandes aumentos nos níveis de cortisol
durante a REMIT. Para isso, recomenda-se a administração de hidrocortisona no período
peroperatório a fim de se evitar indesejáveis repercussões hemodinâmicas pós-operatória,
que se manifesta como hipotensão refratária, choque circulatório e até óbito.
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Pós-operatório
2. Complicações pós-operatórias
As complicações cirúrgicas são inerentes ao tratamento operatório dos pacientes, podendo
ocorrer independente da habilidade técnica do cirurgião. Entretanto, o risco de complicações
diminui muito com uma avaliação pré-operatória criteriosa e respeito à técnica cirúrgica adequada.
A seguir, estudaremos as principais e mais incidentes complicações pós-operatórias.
2.1 Gastrointestinais ⚠
2.1.1 Deiscência de anastomose
Note que aqui não estamos falando de deiscência de ferida operatória, mas da deiscência de
anastomose que ocorre no aparelho digestivo. Essa condição é uma das principais causas
de cirurgia de emergência, pois cursa com extravasamento do conteúdo intraluminal, podendo
levar à peritonite difusa e ao aparecimento de fístulas.
Numerosos fatores têm sido implicados na falha da cicatrização anastomótica e aumento
do risco de deiscência, podendo-se dividir entre fatores relacionados ao cirurgião, ao paciente
e à doença propriamente dita. Confira na tabela abaixo:
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Pós-operatório
Uma vez diagnosticada ou suspeita devemos iniciar a reanimação do paciente, com restauração
do volume intravascular com cristaloides, antibioticoterapia e de distúrbios hidroeletrolíticos.
O intestino é colocado em repouso e uma sonda nasogástrica pode ser colocada em caso
de sintomas obstrutivos. Feridas cirúrgicas infectadas são abertas e abscessos drenados.
A reoperação está indicada nos seguintes casos:
• Peritonite difusa
• Hemorragia intra-abdominal
• Suspeita de isquemia intestinal
• Importante ruptura de ferida
• Evisceração
Fístula gastrointestinal
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Pós-operatório
Seu risco de formação é maior em emergências, quando o paciente pode estar mal preparado
ou desnutrido para o trauma por vir.
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Pós-operatório
Pacientes com fístulas enterocutâneas podem se apresentar com uma ampla variedade de
sintomas, como atraso no retorno da função intestinal. Contudo, de maneira marcante, a sepse
é a complicação mais comum, sendo assim, o paciente tende a estar séptico com drenagem
de material purulento e/ou conteúdos entéricos a partir da incisão cirúrgica. Desidratação,
distúrbios hidroeletrolíticos e desnutrição também são comuns, especialmente quando for
uma fístula de alto débito.
Também podem se apresentar com infecções de parede abdominal por invasão bacteriana
e erosão química pelo conteúdo, assim, facilitam a extensão do processo infeccioso através
dos planos anatômicos (fáscia, tecido subcutâneo, musculatura, etc.).
Logo, seu diagnóstico é geralmente simples, pois a drenagem do conteúdo entérico é
clinicamente óbvia, não requerendo exames complementares. Em contrapartida, as fístulas
internas (por exemplo: colovesical) podem se apresentar de maneira mais sutil, requerendo
a realização de imagens ou endoscopia diagnóstica. Por isso, a realização de TC contrastada
de abdome e pelve é comum a pacientes com sepse pós-operatória, diagnosticando o quadro
quando encontrada coleção ou quando visualizado o vazamento do contraste oral; permite,
ainda, orientar a drenagem de coleções líquidas intra-abdominais.
TC axial mostra fístula enterocutânea (seta) com ponto de partida ileal e abcesso musculocutâneo ílio-lombar (dupla seta)
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Pós-operatório
Tratamento
A formação de fístulas se torna mais difícil mediante antibioticoprofilaxia bem indicada,
otimização do estado nutricional pré-operatório, mobilização de segmentos de intestino
viáveis para a realização de anastomose, por isso, a melhor estratégia é a prevenção.
Caso ocorra, devemos tratar a sepse mediante administração precoce de antibióticos empíricos
de amplo espectro e demais recomendações do surviving sepsis campaign. A ressuscitação
volêmica e as correções eletrolíticas podem ser realizadas desde que baseadas no débito
da fístula!
Também devemos iniciar o repouso intestinal (não falamos de jejum) com nutrição parenteral
precoce para diminuir as secreções gástricas e otimizar o estado nutricional do paciente.
As indicações da nutrição parenteral, nesse caso, são: intolerância à via entérica, fístula
proximal de alto débito, falha à nutrição enteral ao notar aumento significativo do débito
da fístula. Outra medida para reduzir as secreções é a descompressão nasogástrica e/ou uso
de fármacos (por exemplo: inibidor de bomba de prótons e bloqueadores H2).
Os cuidados com a ferida se estendem ao uso de barreiras, selantes, adesivos e bolsas a fim
de diminuir os efeitos corrosivos do efluente intestinal. Para a cicatrização e o fechamento
da fístula, a ausência de infecção, obstrução distal ou outras complicações são fatores
determinantes. O fechamento espontâneo da maioria das fístulas ocorre nas primeiras
4 semanas, por isso, é recomendado acompanhar o paciente por no mínimo 8 semanas para
que a fístula cicatrize espontaneamente, antes de indicar abordagem cirúrgica.
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Pós-operatório
Você deve estar se perguntando o que auxilia e impede o fechamento espontâneo de uma
fístula, né? Então, confira na tabela abaixo os principais preditores relacionados - e guarde
com carinho!
Fístula de trajeto comprido (> 2 cm) Fístula de trajeto curto (< 2 cm)
Baixo débito
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Pós-operatório
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Pós-operatório
com suporte nutricional. Em caso de obstrução de intestino delgado em alça fechada, de alto
grau ou complicada, com intussuscepção ou peritonite, deve ser tratada com relaparotomia
de emergência, assim como também deterioração clínica.
O Projeto ACERTO ainda abre margem ao uso de drogas com efeito pró-cinético, como
metoclopramida (o famoso plasil), bromoprida e domperidona.
A presença de evacuação não é necessária para considerarmos que o doente está se
recuperando, ok?!
Ostomia
Algumas complicações podem ser consideradas precoces quando ocorrem em menos de 1 mês
de pós-operatório e incluem hérnias paraestomais (também podem ocorrer tardiamente
associadas a tosse crônica), isquemia, retração, infecção/abscesso/fístula peristomal. Por sua
vez, as complicações tardias são representadas por estenose estomal, geralmente resultado
de problemas no aporte sanguíneo ao local.
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Pós-operatório
Hérnia paraestomal
O importante para sua prova é reconhecer que a hérnia paraestomal é a complicação mais
comumente encontrada nas colostomias terminais, quer seja cirurgia de urgência, quer seja
eletiva. Além disso, não se recomenda o reparo rotineiro desta condição, pois a maioria dos
pacientes permanece assintomática. Logo, reservamos a abordagem cirúrgica a pacientes
que apresentem sintomas, principalmente obstrução intestinal ou disfunção da bolsa.
2.2 Infecciosas ⚠
Aqui iremos falar principalmente sobre as infecções de sítio cirúrgico (ISC), porém pontuaremos
algumas coisas referentes às complicações infecciosas num todo, ok?!
As ISC tratam-se de infecções que ocorrem em até 30 dias após o ato cirúrgico, ou até
1 ano, em caso de próteses, podendo se manifestar com drenagem purulenta a partir do
foco, presença de sinais flogísticos e incorrendo em possível deiscência ou abertura da ferida.
Entretanto, costumeiramente ocorrem entre o 3º e o 6º dia de pós-operatório.
Apesar de o termo ISC se referir diretamente às infecções que ocorrem na incisão da pele,
seu sentido compreende também as infecções em planos anatômicos mais profundos e até
nos órgãos manipulados cirurgicamente. O famoso Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) padronizou sua definição em alguns grupos, a saber:
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Pós-operatório
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Pós-operatório
Questão 01
(INEP - Revalida - 2021) Um homem com 42 anos de idade foi operado em hospital secundário
com quadro de apendicite aguda com necrose e abscesso em apêndice retrocecal (Fase
III), sendo realizada apendicectomia e drenagem do abscesso por incisão mediana
infraumbilical. No terceiro dia de pós- operatório começou a apresentar picos diários de
aumento da temperatura axilar (38,5 °C) apesar dos antibióticos prescritos (ceftriaxona
e metronidazol). A incisão encontrava-se com bom aspecto, foram encontrados 15 200
leucócitos/mm3 (referência: 3 500 a 10 500) e alteração na contagem diferencial dos
leucócitos, com 5% de bastonetes no sangue periférico (referência: 0 a 2%). A proteína C
reativa era de 15 mg/L (referência: menor que 3). Relatava dor ao tentar fletir a coxa direita
e o examinador exercia discreta pressão contrária ao movimento, a ausculta pulmonar era
normal e os ruídos hidroaéreos estavam presentes.
Com base nos dados apresentados, qual é a alternativa correta sobre a conduta?
a) Solicitar radiografia do abdome em pé e deitado.
✂ ✂ ✂ ✂
b) Substituir os antibióticos prescritos.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
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Pós-operatório
• Ascite
• Hipercolesterolemia
• Ventilação inadequada do paciente (devemos manter a FiO2 > 80%)
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Pós-operatório
Considerar administração
de antibióticos IV
Espaço orgânico
Administração de antibióticos IV
Leucocitose, febre
e dor/sensibilidade Drenagem de abscesso
→ drenagem percutânea
Drenagem purulenta
ou reoperação
de dreno
(avaliado caso a caso)
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Pós-operatório
Questão 02
(INEP - Revalida - 2021) Paciente de 40 anos de idade, sexo feminino, procura unidade
pública de pronto atendimento com queixa de dor em ferida operatória de ressecção de
“nódulo” de 5 cm de diâmetro, na região escapular direita, há 2 dias. Ao exame, ferida
cirúrgica com edema, eritema, calor e dor à palpação, associada a flutuação e exsudação
em bordos da sutura.
Com base nas informações, qual a conduta propedêutico- terapêutica para essa paciente?
a) Drenagem por retirada parcial de pontos.
✂ ✂ ✂ ✂
b) Ultrassonografia de partes moles.
d) Antibioticoterapia oral.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
2.3 Febre ⚠
Febre com certeza é um daqueles achados bem preocupantes, mas calma, pois nem toda
febre é resultado de uma infecção! Lembra da REMIT? Pois é, também pode ser causa de
febre devido à produção daquelas citocinas todas.
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Pós-operatório
Colecistite aguda
Pancreatite aguda
Colite pseudomembranosa
Febre pós-esplenectomia
Doenças hemotransfusionais
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Pós-operatório
Questão 03
(INEP - Revalida - 2021) Um homem com 20 anos de idade foi atendido em ambulatório de
hospital secundário 7 dias após a sutura de ferimento corto-contuso no antebraço direito
para retirada dos pontos. Relatava que, há 3 dias, sentia dor e a ferida encontrava‑se
abaulada e arroxeada. Não relatou febre no período. A incisão com aproximadamente
10 cm estava suturada com pontos simples de fio de náilon, apresentava abaulamento
doloroso em toda a extensão, pouco depressível e havia equimose das bordas da ferida.
Com base nos dados apresentados, assinale a alternativa que apresenta a conduta
adequada.
a) Retirar todos os pontos e manter as bordas aproximadas com esparadrapo
microporoso.
✂ ✂ ✂ ✂
b) Prescrever antibiótico via oral e agendar retirada dos pontos após mais uma semana.
d) Retirar alguns pontos para drenagem da ferida e agendar retorno para avaliação.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
A febre pós-operatória pode ser dividida entre causas infecciosas e não infecciosas (por
exemplo: SIRS). As citocinas pirogênicas podem ser produzidas por uma ampla variedade de
respostas, desempenhando, assim, um importante papel regulatório na resposta inflamatória
e febre. A IL-1, como visto, é uma citocina pró-inflamatória, sendo um ativador primário da
resposta febril.
Um dado crucial é o tempo de instalação da febre, podendo prover uma dica diagnóstica
valiosa. Veja:
• Febre intraoperatória/pós-operatória imediata: pode estar relacionada à liberação das
citocinas mediante o trauma cirúrgico (REMIT), reação transfusional, infecção pré-existente.
• Nas primeiras 48h (podendo chegar até 72h, a depender): atelectasia pulmonar.
Contudo, também podemos pensar em uma resposta inflamatória à cirurgia, em que os
mediadores pró-inflamatórios geram uma cascata de efeitos sistêmicos que induzem
à SIRS.
• Após 72h da cirurgia: mais provavelmente se deve a um processo infeccioso, cabe
a realização de exames complementares investigativos, tais como hemograma, radiografia ou
tomografia de tórax, urinálise, urocultura, hemocultura ou cultura de outros materiais.
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Pós-operatório
Neste período pós-operatório, as causas infecciosas mais comuns são as infecções de sítio
cirúrgico (ISC), as infecções do trato urinário (ITU) e as pneumonias (lembrar do agente
etiológico mais comum: Streptococcus pneumoniae). Basta lembrar como o paciente está
invadido: acesso IV prolongado, cateterização vesical e ventilação mecânica.
2.3.1 Atelectasia
Questão 04
(UNIRG - TO - 2022) Paciente de 56 anos, G2P2, com menopausa aos 52 anos, submeteu-
se a uma histerectomia laparoscópica por miomatose uterina e sangramento uterino não
responsivo a tratamento clínico. No primeiro dia pós-operatório, apresentou febre (38 C).
Neste caso, qual a provável causa da febre?
a) Infecção da ferida operatória.
✂ ✂ ✂ ✂
b) Infecção urinária.
c) Tromboflebite pélvica.
d) Atelectasia.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
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Pós-operatório
Ah! Se a questão quiser dificultar, ela vai querer mostrar uma radiografia de tórax e te cobrar
o diagnóstico. Por isso, confira na imagem abaixo o “padrão” radiográfico da atelectasia, com
aspecto mais radiopaco em relação ao parênquima.
Atelectasia em radiografia de tórax (setas). Repare que ela se mostra por meio de faixas atelectásicas,
de aspecto mais radiopaco em relação ao parênquima areado, logo radiotransparente
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Pós-operatório
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Pós-operatório
Questão 05
(UFMT - Revalida - 2021) Masculino, no 7º dia de pós-operatório de uma laparotomia
exploradora, apresenta deiscência da ferida operatória. Qual fator apresenta risco para
que tal complicação ocorra?
✂ ✂ ✂ ✂
b) Indivíduos adultos jovens.
d) Cirurgia eletiva.
Responder Comentário Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? Sim Não
2.4.2 Seroma
Dentre os principais diagnósticos diferenciais de infecções de sítio cirúrgico, encontramos
o seroma. Trata-se de uma coleção de gordura liquefeita, soro e líquido linfático formada
sob a incisão. O líquido geralmente é claro, amarelado e viscoso, encontrando-se na camada
subcutânea. Algumas provas trazem a ocorrência dessa condição após tratamento de hérnias
e colocação de tela.
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Pós-operatório
Clinicamente temos a presença de dor e edema importantes no local cirúrgico. Ao exame físico,
detecta-se abaulamento compressível na região inguinal, sem hiperemia ou sinais flogísticos.
Seroma
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Pós-operatório
I 1,5 a 1,9 vezes o valor basal < 0,5 mL/kg/h por 6h a 12h
II Entre 2 a 2,9 vezes o valor basal < 0,5 mL/kg/h por 12h a 24h
Mais de 3 vezes o valor basal < 0,3 mL/kg/h por mais de 24h
III
ou ≥ 4 mg/dL ou anúria por mais de 12h
2.5.2 Hidroeletrolíticas
Lembra da REMIT que conversamos acima? Então, o ADH aumenta a expressão das aquaporinas
no néfron distal, facilitando a reabsorção de água corporal levando à diluição do sódio sérico,
podendo causar hiponatremia.
Outro distúrbio que pode acontecer é a hipercalemia. Isso acontece devido à lise de células
e liberação do conteúdo intracelular (o potássio também é intracelular) na corrente sanguínea,
devido à lesão tecidual do pós-operatório.
Se o paciente apresentar muitos vômitos, a consequência será hipocalemia e desidratação!
Lembre-se que o paciente está claramente perdendo líquido, gerando a desidratação.
A grande eliminação de suco gástrico rico em ácido clorídrico (HCl), causada pelos vômitos,
leva a uma alcalose metabólica, gerando aumento compensatório da eliminação de potássio,
por isso a hipocalemia.
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Pós-operatório
E como conversamos acima, os distúrbios hidroeletrolíticos são uma causa importante de íleo
paralitico/adinâmico, sendo muito importante corrigir os distúrbios e acompanhar de perto
a evolução! Um dos marcadores que podemos utilizar em ambientes intra-hospitalares
é a medição do diâmetro da veia cava inferior. Nessa medida, os valores considerados normais
são de uma colapsabilidade da veia cava acima de 50% durante a inspiração, com até 2,1 cm
de diâmetro, sugerindo boa fluidoterapia.
3. Tipos de drenos
O objetivo de todo dreno é ser introduzido em uma ferida ou cavidade, visando permitir
a saída de fluidos/secreções ou ar, a fim de evitar infecções. As indicações mais comuns
são presença de infecção ativa com abscesso, cirurgias com difícil hemostasia (como trauma
hepático e esplenectomia), cirurgias com espaço morto (ressecções intestinais extensas)
e anastomoses de alto risco de deiscências.
Devemos escolher um dreno avaliando o tipo de líquido a ser drenado, a cavidade que receberá
o dreno e o tempo de duração do dreno.
Os principais tipos de dreno são:
• Dreno de sucção (Portovac/Hemovac): é uma bolsa sanfonada que cria uma pressão
negativa em seu interior, facilitando a drenagem após uma cirurgia. É usado para drenagem
de líquido seroso ou sanguinolento, de locais de dissecção ou da área de anastomoses
intraperitoneais. Seu objetivo é facilitar a coaptação dos tecidos adjacentes e impedir
o acúmulo de soro e a formação de hematoma. As principais complicações são: a erosão
do dreno em órgãos ou vasos circunvizinhos e a ruptura do cateter ao ser retirado.
Dreno de sucção
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Pós-operatório
• Dreno de Penrose: é um dreno de borracha, tipo látex, a drenagem ocorre por capilaridade
que é a ação física dos líquidos subirem e descerem em tubos extremamente finos.
• As duas principais indicações são a manutenção de um orifício de drenagem, como no
caso da drenagem de abscessos; e a prevenção do acúmulo de secreções que não têm
componente sólido e não coagulam, como a bile e a urina.
• Desvantagens: não é um bom sistema para drenar e indicar sangramentos internos,
e o fato de ser um sistema de drenagem aberta transforma seu trajeto em potencial porta
de entrada para infecções da superfície.
• Como o látex induz reação inflamatória, acredita-se que um trajeto seja formado a partir
do terceiro dia da instalação do dreno.
Dreno de Penrose
• Dreno de Kehr: é um dreno de borracha, tipo látex, e formado por duas hastes tubulares.
Sua indicação é principalmente para a drenagem da via biliar. Além do uso na via biliar,
foram descritos usos do dreno de Kehr para jejunostomia e para tratamento de fístulas
gástricas e esofágicas e de hematomas de parede duodenal.
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Pós-operatório
Dreno de Kehr
• Dreno de Sump: drenos que possuem um sistema de insuflação de ar, que mantém
o lúmen do cateter aberto, mesmo quando não há passagem de líquido por ele, e devem
estar conectados a uma bolsa de drenagem fechada. São especialmente úteis quando
a quantidade de drenagem é grande ou quando a drenagem puder ser conectada a outros
tipos de drenos.
Dreno de sump
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Pós-operatório
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Pós-operatório
• Profilaxia mecânica:
• Pacientes com baixo-intermediário risco para TEV
• Pacientes com alto risco de sangramento
• Contraindicação a anticoagulantes
• Pacientes com risco muito baixo para TEV (Caprini 0):
• É preferível aplicar estratégias de cuidado envolvendo a mobilização frequente e
a deambulação precoce
Observação - filtros de veia cava: considerados caso a caso em pacientes de alto risco de TEV
com contraindicação à anticoagulação. Considerar também quando: sangramento posterior
ao início de anticoagulantes, TEV refratária à anticoagulação.
Citamos o escore de Caprini, porém ninguém em sã consciência precisa decorá-lo inteiro,
então, você fica se perguntando como irá acertar as questões, não é mesmo? Pois é…
infelizmente este é um tema que se faz mais difícil justamente por passar por uma estratificação
de risco que envolve muitas variáveis com pontuações que podem parecer aleatórias.
Contudo, aqui vão algumas dicas para fins de prova:
• Identifique mais facilmente pacientes de alto risco (logo candidatos a profilaxia farmacológica).
Contextos ortopédicos como fraturas de quadril/pelve/perna ou artroplastia de grandes
articulações; grande queimado; cirurgia em politraumatizados; grandes cirurgias oncológicas;
obesos mórbidos.
• Avalie com carinho os prós e os contras entre profilaxia e risco de sangramento. Ao menor
sinal de risco INACEITÁVEL, evite os fármacos e opte pela profilaxia mecânica.
• Combine as terapias. Se o paciente demonstra ser de alto risco e sem indícios de risco
de sangramento, caso haja a opção de combinação de profilaxia farmacológica e mecânica,
escolha.
• Valorize a deambulação precoce. Pacientes de menor risco e que não estejam restritos
ao leito.
E aí? Ficou mais tranquilo do que decorar uma tabela imensa para somar pontos e daí tomar
uma decisão, né?
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Pós-operatório
Repouso no leito
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Pós-operatório
TOP FIVE
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Referências:
1. TOWNSEND, Courtney M et al. Sabiston: Textbook of surgery: The biological basis of modern surgical practice.
21. ed. St. Louis: Elsevier, 2022. 2176 p.
2. AGUILAR-NASCIMENTO, José Eduardo de. Acerto: Acelerando a recuperação total pós-operatória. 4. ed.
Rio de Janeiro: Rúbio, 2020.
3. AULER JUNIOR, José Otávio Costa; YU, Luís. Cirurgia Geral: Série Manual do Médico-Residente do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo: Atheneu, 2019.
4. ROHDE, Luiz; OSVALDT, Alessandro Bersch. Rotinas em cirurgia digestiva. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
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Pós-operatório
Comentário da Questão 01
Fala, galera do Revalida! Questão clássica, e a banca do INEP adora o assunto peroperatório,
então, prestem bastante atenção.
Quando falamos de peroperatório, um dos temas mais comuns são as complicações, que
podem ser resumidas abaixo:
• Ferida operatória com sinais de infecção = abrir os pontos e realizar lavagem (não
fazemos antibioticoterapia, exceto se houver sinais de celulite);
• Paciente obeso que fez cirurgia e inicia com taquicardia = deiscência de sutura;
• Paciente em pós-operatório de cirurgia abdominal com picos febris, sem sinais infecciosos
na ferida operatória e com leucocitose = pensar em abscesso intracavitário
Fizemos um resumo dos principais quadros cobrados pelas bancas. Note que o último é
o que está ocorrendo no paciente da nossa questão, que está em pós-operatório de uma
apendicectomia. O que fazemos nesta condição? Temos que confirmar o diagnóstico por
meio de uma tomografia abdominal!
Alternativa A - Incorreta: A radiografia não nos ajudaria neste diagnóstico, apesar de poder
demonstrar distensão de alças próximas ao processo inflamatório.
Alternativa C - Incorreta: Manteremos o antibiótico, mas devemos procurar onde está esse
abcesso, para podermos drená-lo.
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Pós-operatório
Comentário da Questão 02
Olá Revalidando, como você está? Questão tranquila a respeito do manejo das complicações
pós-operatórias. Aqui, temos uma paciente de 40 anos com edema, eritema e calor à palpação
da ferida operatória, além de exsudação em bordos da sutura e de sinais de flutuação.
Temos vários sinais inflamatórios, sendo que poderia ter apresentado febre também. Vamos
revisar o assunto?
Vamos às alternativas?
Alternativa C - Incorreta: A punção não garante a eliminação total das secreções, sendo
uma proposta inadequada no momento.
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Pós-operatório
Comentário da Questão 03
Nesta questão o examinador quer saber que a conduta correta frente a um hematoma em
ferida cirúrgica, então vamos analisar cada uma das alternativas:
Alternativa A - Incorreta: A retirada total dos pontos de sutura nunca é indicada, uma vez
que corremos o risco de formação de um novo hematoma com abertura do esparadrapo, o
que irá prejudicar a cicatrização, e aumentar o risco de infecção!
Alternativa B - Incorreta: O tratamento com antibiótico sistêmico fica reservado para casos
com um grande comprometimento regional, ou com sinais de toxemia sistêmicos.
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Pós-operatório
Comentário da Questão 04
Em paciente em primeiro dia de pós-operatório, evoluindo com febre (38 °C), qual deve ser
a principal etiologia a ser considerada? Independente do procedimento realizado, nos casos
de febre nas primeiras 24 - 48h de pós-operatório, sempre devemos pensar em atelectasia
pulmonar.
Algumas medidas, como a indução da tosse com travesseiro posicionado acima da cicatriz
cirúrgica, têm sido efetivas em prevenir o quadro de atelectasia no pós-operatório também.
Alternativa A - Incorreta: Infecção da ferida operatória deve ser considerada nos casos de
febre em 48 - 72h de pós-operatório.
Alternativa B - Incorreta: Infecção urinária também deve ser considerada após 48 - 72h de
pós-operatório.
Alternativa C - Incorreta: Tromboflebite pélvica não cursa apenas com febre no pós-
operatório. É geralmente secundária a um quadro de endometrite não resolvido. Como nossa
paciente não tem mais útero, tal diagnóstico é pouco provável no momento.
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Pós-operatório
Comentário da Questão 05
Aluno Revalida, tudo bem com você? Uma boa questão para a gente revisar quais são os
fatores de risco para deiscência de ferida operatória.
• Infecção (principal!)
• Idade avançada
• Operação de emergência
• Desnutrição e obesidade
Alternativa B - Incorreta: Indivíduos adultos jovens não constituem fator de risco para
deiscência de ferida operatória. Apresentam melhor cicatrização e menor risco de abertura
de FO no pós-operatório.
Alternativa C - Incorreta: Uso de sutura mecânica permite uma técnica cirúrgica mais
adequada e destreza, reduzindo o risco de deiscência da sutura no pós-operatório.
Alternativa D - Incorreta: Cirurgia eletiva não é fator de risco para deiscência de FO no pós-
operatório e sim as cirurgias de urgência/emergência.
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