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Trabalho de Linguística Aplicada ao ensino de Língua Materna.

Discente: Maria Tereza Franchi Silva

Resumo do livro: Introdução à Linguística Aplicada, escrito pelas autoras Mary Elizabeth
Cerutti-Rizzatti, Rosana Denise Koerich e Adriana Kuerten-Dellagnelo

Durante a Segunda Guerra Mundial, duas coisas importantes aconteceram. Primeiro,


as pessoas precisavam muito se comunicar mesmo se falassem línguas diferentes. Segundo, o
jeito de ensinar línguas estrangeiras naquela época não era muito bom, porque focava muito
em regras de gramática e tradução de palavras. Essas situações fizeram com que os estudiosos
que entendiam de línguas (os linguistas) começassem a trabalhar para encontrar jeitos
melhores de ensinar e aprender línguas estrangeiras. Isso criou um novo campo de estudos
chamado "Linguística Aplicada". O primeiro número de um jornal chamado "Language
Learning: a Quarterly Journal of Applied Linguistics" foi muito importante nesse começo. Foi
liderado por uma pessoa chamada Charles Fries. Resumindo, a Linguística Aplicada começou
porque as pessoas precisavam se entender em tempos de guerra e porque o jeito de ensinar
línguas não estava funcionando bem. E esse novo campo de estudos era inicialmente chamado
de "Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas".

A Linguística estuda a linguagem, que é vista como um sistema organizado e uma


convenção social compartilhada por um grupo de pessoas que falam a mesma língua ao longo
da história. Saussure, um estudioso importante, focou na língua como objeto de estudo, em
vez da fala das pessoas. Ele achava que a fala era difícil de estudar porque cada pessoa a usa
de forma única, com diferentes maneiras de falar e expressar. Além disso, os contextos
culturais, históricos e sociais também influenciam a fala. Algumas pessoas pensam que
estudar a língua em uso é menos científico do que estudá-la de forma abstrata, mas Saussure
não tinha essa intenção. Ele reconheceu a importância de estudar também a fala. Outro
estudioso importante, Chomsky, também se concentra na língua de forma abstrata, não
considerando tanto como as pessoas a usam na vida real. Resumindo, a Linguística estuda
como as línguas funcionam e como as pessoas as usam, mas alguns estudiosos se concentram
mais na estrutura da língua, enquanto outros olham para como ela é usada no dia a dia.

Na área de estudo sobre linguagem, existe uma forma de pensar que foca em como as
línguas são organizadas e na maneira como as pessoas as entendem dentro de suas mentes.
Eles não estão tão interessados em como as pessoas falam na vida real, mas sim em entender a
língua como algo abstrato e potencial. No passado, muitos estudos se concentravam nesse
jeito de pensar, especialmente seguindo as ideias de Saussure. Mas depois, na segunda metade
do século XX, surgiram novas ideias lideradas por Chomsky. Essas também olham para a
língua de uma forma abstrata e potencial. A Linguística Aplicada surgiu na mesma época em
que as ideias de Chomsky estavam se tornando muito conhecidas. Isso aconteceu depois de
décadas seguindo as ideias de Saussure e Chomsky, e foi um pouco desafiador porque a
Linguística Aplicada se foca em como as pessoas realmente usam a língua em situações reais,
o oposto do que os estudos de Saussure e Chomsky olham.
Houve um período em que as pesquisas sobre linguagem davam mais importância aos
estudos teóricos e abstratos, em vez de olhar para como as línguas são usadas na sociedade.
Uma das ideias mais influentes nesse tempo foi a do estudioso Noam Chomsky, que propôs
formas muito precisas de representar as estruturas das línguas, quase como fórmulas
matemáticas. Essa forma de pensar tornou a Linguística mais parecida com as ciências
naturais e muitos achavam que isso a tornava mais científica. Chomsky acreditava na
existência de regras universais que são compartilhadas por todas as línguas no mundo. Essas
regras seriam como um conjunto de conhecimentos sobre linguagem que todas as pessoas têm
desde o nascimento, independentemente do idioma que falam. Além disso, a Linguística
aplicada enfrentou dificuldades para ser considerada uma área que cria teorias. Em vez disso,
era vista como uma área que usava teorias abstratas já existentes para resolver problemas
práticos com a linguagem. Basicamente, os estudiosos da Linguística Aplicada eram vistos
como pessoas que aplicavam teorias em situações reais, como ensino de línguas, tradução e
outros problemas relacionados com a linguagem no dia a dia. Portanto, não eram vistos como
criadores de novas teorias sobre a linguagem, mas sim como usuários das teorias já existentes
para resolver questões comuns que envolvem a linguagem.

Nos últimos anos do século passado, houve uma discussão sobre como ensinar a
língua materna na escola. Alguns estudiosos se basearam em teorias mais formais sobre
linguagem. Por exemplo, Angela Kleiman falou sobre como nosso cérebro processa
informações quando lemos. Também houve estudos sobre como ensinar a ler e escrever.
Alguns pesquisadores, como Marcelino Poerch e Leonor Scliar-Cabral, falaram sobre a
importância de entender os sons das palavras. Mais tarde, alguns estudiosos começaram a
olhar para como as pessoas usam a língua na vida real, em situações de conversa e interação.
Isso mudou a forma como a Linguística Aplicada foi vista. Agora, ela não apenas usava
teorias, mas também começava a criar suas próprias teorias sobre a linguagem. Por exemplo,
Magda Soares usou ideias do sociolinguista William Labov para falar sobre como a escola
deveria respeitar a forma de falar dos alunos. Angela Kleiman também usou estudos
etnográficos sobre linguagem para mostrar que a forma como ensinamos a ler e escrever pode
excluir algumas pessoas. Essas novas abordagens focavam na língua como algo social,
diferente das ideias mais antigas que olhavam para o processamento no cérebro. Com isso, a
Linguística Aplicada começou a ser vista como uma área que também cria teorias sobre a
linguagem.

Nos últimos anos, a Linguística Textual no Brasil tem passado por mudanças
importantes, principalmente na forma como se relaciona com as ciências cognitivas, que
estudam como o cérebro processa informações. Na década de 1990, houve um grande
aumento nos estudos sobre atividade cerebral, graças a avanços em exames de neuroimagem.

Essa nova abordagem busca entender como construímos significados ao ler e interagir
com textos, considerando o funcionamento do cérebro. Alguns especialistas, como Ingedore
Villaça Koch, têm defendido essa aproximação, destacando a importância de entender o
aspecto biológico do cérebro nesse processo.
Recentemente, tem havido debates sobre a visão tradicional da Linguística Aplicada
como apenas aplicadora de teorias, em vez de produtora de novas teorias. Alguns acreditam
que a Linguística Aplicada pode ser uma área autônoma, capaz de criar teorias e contribuir
para o conhecimento nessa área. Essa é uma discussão que será abordada na próxima parte
deste livro.

A partir do resumo do texto, posso concluir que, embora seja importante reconhecer a
interdisciplinaridade entre a Linguística Textual e as ciências cognitivas, o texto poderia
oferecer exemplos concretos de como essa integração tem contribuído de forma significativa
para o avanço do conhecimento na área. Além disso, seria interessante mencionar como essa
abordagem tem sido aplicada na prática e quais são os benefícios concretos para o ensino e
compreensão da linguagem.

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