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Lisboa
2020
Resumo
Muito obrigada
Índice Geral
Resumo ........................................................................................................................................ 2
Abstract ........................................................................................................................................ 3
Agradecimentos .......................................................................................................................... 4
Índice de Figuras e Quadros .................................................................................................... 6
Índice de Anexos ........................................................................................................................ 6
Simbologia e abreviaturas......................................................................................................... 7
1 Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1 Temática ................................................................................................................................ 1
1.2 Descrição do problema ........................................................................................................ 2
1.3 Objetivos ................................................................................................................................ 3
1.4 Estrutura da dissertação...................................................................................................... 4
2 Revisão da Literatura e modelo teórico .......................................................................... 4
2.1.1 Práticas Organizacionais de Segurança Higiene e Saúde no Trabalho e Clima
versus Cultura de Segurança ..................................................................................................... 4
2.1.2 A formação em Segurança Higiene e Saúde no Trabalho .................................... 6
2.1.3 A importância do envolvimento das chefias na implementação das normas de
SHST na organização ................................................................................................................ 10
2.1.4 A satisfação dos trabalhadores com a segurança no trabalho ........................... 12
2.1.5 Comportamentos de segurança no trabalho .......................................................... 14
2.1.6 O papel do CSST – Centro de Segurança e Saúde no Trabalho na
implementação e promoção de práticas organizacionais de SHST em Angola ............... 17
2.2 Hipóteses e modelo empírico proposto........................................................................... 20
3 Métodos ............................................................................................................................. 23
3.1 Procedimentos e desenho da investigação.................................................................... 23
3.2 Amostra, e participantes .................................................................................................... 23
3.3 Medidas e instrumentos de recolha de dados e variáveis ........................................... 25
3.4 Procedimentos de análise de dados ............................................................................... 27
4 Análise dos dados obtidos e discussão ........................................................................ 27
4.1 Estatística descritiva e correlações ................................................................................. 27
4.2 Teste das hipóteses ........................................................................................................... 31
5 Conclusões ........................................................................................................................ 35
5.1 Discussão e implicações para a teoria............................................................................ 35
5.2 Limitações e futuras investigações .................................................................................. 38
6 Referências bibliográficas ............................................................................................... 39
6.1 Webgrafia............................................................................................................................. 49
Anexos ......................................................................................................................................... 1
Índice de Figuras e Quadros
Índice de Anexos
1.1 Temática
1.3 Objetivos
Para o presente estudo definiu-se como objetivo geral analisar o papel do Centro
de Segurança e Saúde no Trabalho - CSST enquanto vetor de promoção das práticas
organizacionais de Segurança Higiene e Saúde no Trabalho (SHST), tendo-se
definido como objetivos específicos:
3
1.4 Estrutura da dissertação
4
caso os trabalhadores percebam que a organização apoia o seu bem-estar, mais
facilmente percebem os valores organizacionais relacionados com a sua segurança.
De acordo com Neal et al. (2000), citado por Dias (2016), o clima de segurança
é compreendido como uma forma específica de clima organizacional, que deve ser
entendido mais do que pelas atitudes, como um conjunto de perceções partilhadas
sobre normas, valores procedimentos e práticas de segurança. A mesma autora
citando Lima (1999), refere ainda ser consensual entre os especialistas a existência
5
de uma relação próxima entre os conceitos e que o clima organizacional prediz o clima
de segurança e saúde no trabalho.
6
qualificados são um fator de crescimento macroeconómico e de prosperidade
individual, o que está de acordo com a teoria do capital humano.
7
De acordo com Bernardes (2013) as temáticas da formação em SST devem
relacionar-se o mais possível com as práticas dos trabalhadores, contemplando
sempre que possível uma simulação prática que possa proporcionar oportunidades
de esclarecimento de dúvidas e mobilização de saberes, de modo que o trabalhador
possa ser confrontado com as potenciais dificuldades de aplicar o que aprendeu à sua
prática diária e supera-las. Esta experiência visa facilitar o processo de interiorização
de conceitos e atitudes, bem como a transferência para a rotina de suas práticas
laborais. Ainda segundo a mesma autora, as temáticas deverão incidir sobretudo: na
avaliação dos riscos a que o trabalhador está exposto no local de trabalho (biológicos,
ergonómicos, físicos, psicossociais e todos os que se relacionam diretamente com a
função desempenhada); nas medidas de proteção individual e coletiva que se podem
adotar para minimizar a exposição aos riscos; nas boas práticas de movimentação
manual de cargas e ergonomia; na promoção e treino de trabalho em equipa; na
promoção e treino de liderança; na atuação perante situação de emergência ou
acidente de trabalho; na identificação e prevenção das doenças profissionais, etc.
8
adequada formação, o indivíduo é capaz de fazer seja o que for tendo como único
limite aquele que cada um impõe a si próprio Lourenço (2011)
De acordo com o previsto no artigo 42º. da Lei 7/15, de 15 de Junho - Lei Geral
do Trabalho, “A formação profissional destina-se a proporcionar aos trabalhadores a
aquisição de competências teóricas e práticas com vista a obtenção e elevação da
sua qualificação para o exercício das funções inerentes ao posto de trabalho” O
mesmo artigo refere ainda, que para além de aumentar a qualificação profissional, a
formação de modo contínuo, visa a adaptação permanente dos trabalhadores ás
mudanças técnicas, tecnológicas e das condições de trabalho.
9
“assegure a cada trabalhador o direito individual á formação, através de um número
mínimo anual de horas de formação, por meio de ações desenvolvidas na empresa,
ou pela concessão de tempo para frequência de formação por iniciativa do
trabalhador”; “organize a formação na empresa, mediante a estruturação de planos
anuais ou plurianuais, e sobre estes, assegure o direito a informação e consulta dos
trabalhadores e seus representantes”; “reconheça e valorize a qualificação adquirida
pelo trabalhador”, etc.
10
Carapeto e Fonseca (2006) citados por Marques et all. (2018), consideram que
a liderança, é uma capacidade que se desenvolve e se aprende. Referem ainda, que
um forte investimento em práticas de liderança pode contribuir para que haja melhores
resultados organizacionais, uma vez que o sucesso depende da sua condução através
das mudanças que nelas possam ocorrer.
Os estudos de Neal, Griffin e Hart (2000), demostraram haver uma relação direta
entre o clima de segurança e o comportamento dos colaboradores face á segurança,
que se aplica quer em termos de obediência em relação ás exigências formais da
segurança (adesão a requisitos definidos em normas procedimentos e políticas), quer
em termos de participação em atividades voluntarias, como ajuda aos colegas com
questões relacionadas á segurança e envolvimento ativo em diálogos de segurança,
que apesar de não contribuírem diretamente para a segurança pessoal de um
indivíduo, ajudam a desenvolver um ambiente que favorece a segurança. Deste modo,
líderes e chefias enquanto elementos fundamentais no desenvolvimento da cultura de
segurança nas organizações, devem estar envolvidos nos processos e participando
de forma ativa na gestão da prevenção. Para os autores, a questão da segurança não
passa apenas pela legislação, pressupõe uma conjugação entre a participação e o
empenho de forma voluntária, e a valorização do papel ativo e insubstituível de cada
um.
Cooper (2006), citado por Cavazotte, Duarte, e Gobbo (2013), e tendo por base
estudos de Dunbar (1975), refere que o suporte da gerência está positivamente
associado com o desempenho em segurança e a associação entre a segurança dos
funcionários e o comportamento das chefias, depende de como os subordinados
percebem o interesse dos seus chefes por seu bem-estar.
11
De acordo com Bass (2008), o feedback do supervisor é um importante estímulo
para a melhoria do desempenho, das habilidades e da motivação dos subordinados.
Feedbacks muitas vezes acompanhados de indicações para treinamentos são
apontados como ações que promovem resultados relativos á segurança no local de
trabalho.
De acordo com Brázio (2016), citando Cura (1994) e Perez - Ramos (1980),
não há consenso sobre conceitos teorias ou modelos teóricos relativamente a
satisfação no trabalho. Fraser (1983), citado por Martinez e Paraguay (2003,) refere
que se trata de um fenómeno de difícil definição pelo facto de ser um estado subjetivo,
ou evento que varia de uma pessoa para outra, de circunstâncias ao longo do tempo
para a mesma pessoa e estar sujeita a influencias de forças internas e externas ao
ambiente de trabalho.
Do ponto de vista de Locke (1969), citado por Moreno e Marqueze (2005, p.70),
a satisfação no trabalho é “o resultado da avaliação que o trabalhador tem sobre o
seu trabalho ou sobre a realização dos seus valores por meio desta atividade, sendo
uma emoção positiva de bem-estar”. Na opinião de Peiró, et al. (1991), citados por
Carlotto e Cãmara (2008), as pessoas, geralmente tem uma ideia mais ou menos
definida sobre como as coisas deveriam ser no seu local de trabalho e sobre os
aspetos a ele relacionados. A avaliação feita, é sujeita a uma comparação com a
realidade observada, e desta comparação surge um juízo de valor e uma atitude
associada, que resulta em maior ou menor grau de satisfação.
12
colegas de trabalho, com as condições de trabalho, progressão na carreira,
estabilidade do emprego, desempenho pessoal e a satisfação intrínseca geral). Os já
citados autores realçam a abordagem de Locke (1976), que referencia nove
dimensões relacionadas a satisfação no trabalho: as seis primeiras designadas como
eventos ou condições, e as restantes designadas por agentes. Por sua vez, Peiró
(1994) traduz em cinco fatores os eventos ou as condições que originam a satisfação
no trabalho (o caráter intrínseco, o salário, a promoção, a segurança no emprego e as
condições de trabalho), sendo que os agentes correspondem a própria pessoa, as
chefias, os colegas, os subordinados etc.
Meyssonnier e Roger (2006), citados por Random (2010), tendo por base os
trabalhos de Mignomac (2004), observam que na literatura a satisfação no trabalho
pode ser abordada sob três prismas: Como um estado emocional (definido como uma
resposta emocional positiva face a uma experiencia de trabalho); Uma avaliação
centrada no receio do resultado do balanço entre o que se espera e o que de facto se
verifica na realidade; como uma dinâmica, na qual o indivíduo está sempre em busca
de adaptação visando a manutenção do nível de satisfação que lhe convém, e que
evolui tendo em conta as necessidades, as aspirações individuais, a realidade vivida
13
no trabalho no seio da empresa e resulta da ação das forças internas e externas á
organização.
Do ponto de vista de Robbins (2009), citado por Silva e Costa (2018), é evidente
que os elementos mais importantes que causam ou geram satisfação são um trabalho
mentalmente desafiante, recompensas justas, condições de trabalho, boa relação com
a chefia e com os colegas. Ainda na visão do mesmo autor, a satisfação no trabalho
pode ser o principal determinante do comportamento da cidadania organizacional pelo
que, funcionários satisfeitos são em geral mais propensos a ajudar a empresa e os
demais e além disso, dispõem-se mais a ir além das suas atribuições regulares.
Sousa (2017), citando Wegge et al. (2007),- refere que a satisfação no trabalho
exerce efeitos na produtividade e na retenção dos colaboradores nas organizações.
Salienta ainda que a teoria de Locke sobre satisfação no trabalho advoga a existência
de relações entre satisfação no trabalho e saúde dos colaboradores, enfatizando que
essa relação interfere no comportamento profissional e social Locke (1976). De acordo
com a pesquisa realizada por Mearns, Rubdmo, Flin, Gordon e Fleming (2004),
visando o estudo dos factores relacionados com a segurança, quando a organização
demonstra preocupação com as condições de trabalho e com a gestão da segurança
dos seus colaboradores, mais facilmente estes reconhecerão que é dado valor à
segurança no trabalho e será obtida satisfação com a segurança. Segundo Probst e
Brubaker (2001), citados por Clarke (2010), a satisfação com o trabalho influenciará a
motivação individual para com as regras de segurança, dando resultado a um
envolvimento maior nas atividades de segurança, sendo este um dos objetivos a
verificar na presente dissertação.
Para Bley (2011) citado por Coroa (2018), o comportamento seguro é entendido
como a capacidade de um indivíduo ou grupo, identificar e controlar os riscos inerentes
á sua atividade no presente, de modo a reduzir a probabilidade de ocorrências
14
indesejáveis no futuro para si e para o outro. O citado autor refere ainda que, a adoção
de comportamentos seguros, consiste num equilíbrio ponderado entre disciplina,
formação, partilha de saberes e massa crítica: Disciplina assente no respeito pelo
cumprimento integral das regras de segurança, dotando os trabalhadores da
necessária autonomia para o regular cumprimento das tarefas; formação enquanto
garante de transmissão de conhecimento da realidade laboral, dando a conhecer os
riscos e as suas consequências, proporcionando aos trabalhadores saberes e
metodologias preventivas para um trabalho seguro; partilha de saberes ou
experiencias para enriquecimento da formação e conhecimento, contribuindo para a
melhoria do desempenho na prática; massa crítica de trabalhadores, que com a sua
participação, consulta e auscultação para a implementação de medidas de SHST
contribuem de modo exponencial no fomento a adoção de comportamentos seguros.
Para Griffin e Neal (2000), citados por Mateus (2018), existem dois tipos de
comportamentos de segurança: comportamentos de cumprimento ou de
conformidade com a segurança, aqueles que se desenvolvem porque o trabalhador é
compelido a cumprir regras de segurança (ex. fazer uso dos equipamentos de
proteção individual); e os de participação ou seja, os que derivam da motivação do
trabalhador em participar voluntariamente em atividades relacionadas com a
segurança (ex. organizar e participar em simulacros), abrangendo a colaboração entre
os funcionários, e promovendo a segurança no local de trabalho, demonstrando a
importância em garantir um local de trabalho seguro. De realçar que estas práticas
não refletem o mesmo tipo de ação, sendo que a conformidade pressupõe uma
obrigatoriedade, enquanto que a participação pressupõe uma atividade voluntária.
De acordo com Aerosa e Augusto (2012) citados por Coroa (2018), as crenças,
as atitudes, necessidades, intenções e objetivos dos sujeitos afetam o seu
comportamento, pelo que não se pode fazer uma análise linear e simples sob pena
de se chegarem a conclusões desfasadas da realidade empírica. Ainda segundo
15
Coroa (2018), a par da notória influência das crenças e atitudes no comportamento, é
evidente na literatura, a preocupação em capacitar as pessoas de autonomia cognitiva
para um comportamento seguro. No entanto há que ter em conta o meio ou
organização, bem como o estado psicossocial dos indivíduos, que podem ser
influenciados de forma positiva ou negativa em relação aos seus comportamentos.
Citando Geller (2001), o autor refere que, utilizando as técnicas adequadas (formação,
simulacros etc), é possível estimular as pessoas a adotar comportamentos seguros.
Salienta ainda, a importância do quadro normativo legal nacional e internacional, na
imposição e recomendação da melhoria contínua da segurança, com implicações na
exigência ao nível da cultura e de um clima de segurança proativos para
empregadores e trabalhadores.
17
segurança e saúde no trabalho, colaborar na elaboração do respetivo plano e na
avaliação da qualidade e dos resultados da formação ministrada, etc.
Por sua vez, o trabalho é regulado pela Lei 7/15 – Lei Geral do Trabalho que
prevê na alínea g) do artigo 41º e no artigo 81º da secção I do capítulo V a
regulamentação das matérias relativas a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.
No início da sua atividade, o CSST concentrou os seus esforços em ações de
informação, divulgação e formação, visando a implementação de políticas orientadas
para a promoção de práticas organizacionais de SHST e para o desenvolvimento de
uma cultura de prevenção e segurança nos locais de trabalho. Articula as suas ações
em concertação com os parceiros sociais (Inspeção Geral do Trabalho, Sindicatos e
Associações Patronais), de forma a garantir o cumprimento das normas e identificar
os problemas decorrentes da interpretação e aplicação das mesmas. Paralelamente,
deu início a prestação de serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho, bem
como ao levantamento das necessidades existentes em matéria de recursos
humanos, normativos, técnicos e materiais para o exercício pleno e assunção das
suas responsabilidades como entidade reguladora, normalizadora e certificadora na
área de SHST.
18
como os respetivos meios complementares de diagnóstico. Estes exames são
efetuados de acordo com a exposição a riscos a que cada trabalhador está sujeito no
seu posto de trabalho ou á forma de organização do mesmo.
Legislação Conteúdo
Decreto executivo nº 40/86 de Regras Gerais de Protecção e Higiene no Trabalho por
13 de outubro Postos de Trabalho
Decreto n.º 31/94, de 5 de Sistema de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
agosto
Decreto - executivo nº 6/96 de 2 Regulamento Geral dos Serviços de Segurança e
de fevereiro Higiene no Trabalho nas Empresas
Decreto – executivo nº21/ 98, de Regulamento Geral das Comissões de Prevenção de
30 de abril Acidentes de Trabalho
Decreto – executivo nº 128/04, Regulamento Geral da Sinalização de Segurança e
de 23 de novembro Saúde no Local de Trabalho
Decreto n.º 53/05, de 15 de Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças
agosto Profissionais
Decreto executivo conjunto nº Criação do CSST - Centro de Segurança e Saúde no
48/10 de 18 de maio Trabalho
19
Decreto executivo nº 50/10 de Estatuto orgânico do Centro de Segurança e Saúde no
28 de maio Trabalho
Decreto Presidencial nº 195/11 Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em
de 08 de julho Edifícios
Lei nº 7/15, de 15 de junho Lei Geral do Trabalho
Decreto Presidencial nº 145/17 Acessórios de Segurança
de 26 de junho
Fonte: Elaboração própria
O modelo empírico proposto para o estudo (figura 1) foi construído com base na
revisão de literatura, e é uma adaptação do modelo proposto por Lourenço, (2011) e
Neal & Griffin, (2000), tendo em atenção os objetivos definidos. Pretende-se verificar
de que forma a promoção de práticas organizacionais de SHST, a valorização
atribuída a formação em SHST e o envolvimento direto das chefias na aplicação das
normas, influencia os comportamentos de segurança verificados nas empresas e a
satisfação dos trabalhadores com a segurança.
Hipótese 1:
20
Hipótese 1a:
Hipótese 1b:
Hipótese 1c:
Hipótese 2:
Hipótese 2a:
Hipótese 2b:
21
Figura 1 - Modelo conceptual e variáveis
Práticas
Organizacionais
de SHST
Envolvimento
direto das chefias
e dos RH na
aplicação das
normas
Práticas
Organizacionais
de SHST
Valorização da
Formação em
Comportamentos de
SHST
Segurança nas
Empresas
Envolvimento
direto das chefias
e dos RH na
aplicação das
normas
22
3 Métodos
23
O questionário foi administrado no período de novembro a dezembro de 2019,
em Luanda / Angola e foi respondido por 99 trabalhadores de 20 empresas de vários
ramos de actividade com sede em Luanda. O critério utilizado foi as empresas terem
implementados serviços de SHST, o que resultou numa amostra homogénea,
conforme quadro nº 2.
25
Quadro nº 3 - Variáveis em estudo, com itens selecionados para os questionários e
respetivas fontes
26
3.4 Procedimentos de análise de dados
Para análise dos dados coletados foram utilizadas técnicas estatísticas não
paramétricas tais como as estatísticas descritivas que fornecem uma descrição
sumária das caraterísticas dos casos como por exemplo valor médio de idade,
antiguidade na empresa, etc, e o coeficiente de correlação de sperman que mede a
relação entre variáveis com valores numa escala ordinal.
Para realização das análises citadas foi utilizado o software estatístico Statistical
Package for Social Sciences (SPSS).
A fidelidade e a validade das escalas usadas foram testadas utilizando o Alfa de
Cronbach.
Os dados recolhidos (ver anexo I quadro nº 6), revelam que na maioria das
empresas que compõem a amostra, isto é 44,4%, a responsabilidade pela gestão e
organização das atividades de SHST é partilhada entre o departamento de recursos
humanos e o departamento de SHST. 46,5% das empresas participantes organizam
as atividades de SHST com o apoio do CSST, sob contrato de prestação de serviços
externos, 38,4% das empresas optam pela organização do serviço com pessoal
interno contratado para o efeito e as restantes recorrem a contratação de empresas
27
certificadas para a organização de atividades de SHST. A legislação laboral deixa a
critério da empresa a escolha do departamento que deve organizar as atividades de
SHST, bem como a forma de organização, devendo haver entre estes departamentos
a colaboração necessária para que se cumpram os procedimentos inerentes a
segurança e saúde dos trabalhadores.
28
Quadro nº 4 - Estatísticas descritivas das variáveis
Desvio
Variáveis Média Mínimo Máximo
Padrão
31
H1: Os valores encontrados revelam que as práticas organizacionais de SHST,
a valorização da formação em SHST e o envolvimento direto das chefias e dos RH na
aplicação das normas, estão positiva e significativamente relacionados com a
satisfação com a segurança o que confirma a primeira hipótese colocada, sendo a
escala práticas organizacionais de SHST a que revela uma correlação mais direta e
significativa.
32
Tabela 1 - Correlações H1
Envolvimento
direto das Satisfação
chefias e dos \dos
Práticas Valorização RH na trabalhador
organizacion da Formação aplicação das es com a
ais de SHST em SHST normas segurança
Spearman's Práticas Coeficiente de 1,000 ,785** ,821** ,873**
rho organizacionais Correlação
de SHST Sig. (2-tailed) . ,000 ,000 ,000
N 99 99 99 99
Valorização da Coeficiente de ,785** 1,000 ,831** ,862**
Formação em Correlação
SHST Sig. (2-tailed) ,000 . ,000 ,000
N 99 99 99 99
Envolvimento Coeficiente ,821** ,831** 1,000 ,826**
direto das de Correlação
chefias e dos Sig. (2-tailed) ,000 ,000 . ,000
RH na N 99 99 99 99
aplicação das
normas
Satisfação dos Coeficiente de ,873** ,862** ,826** 1,000
trabalhadores Correlação
com a Sig. (2-tailed) ,000 ,000 ,000 .
segurança N 99 99 99 99
**. A correlação é significativa no nível 0,01 (bicaudal)
33
H2: Foram encontrados valores que indicam correlações positivas e
significativas entre as escalas operacionalizadas e os comportamentos de segurança
nas empresas, confirmando assim a segunda hipótese colocada, e a escala práticas
organizacionais de SHST é a que se revela mais significativa.
Tabela 2 - Correlações H2
Envolvimento Comportame
Práticas Valorização direto das ntos de
organizacio da chefias e dos Segurança
nais de Formação RH na aplicação nas
SHST em SHST das normas Empresas
34
5 Conclusões
36
e equipamentos de segurança conforme recomendação legal; encorajar e premiar os
comportamentos seguros, etc., maior número de comportamentos de segurança de
cumprimento e comportamentos de segurança de participação serão evidenciados.
Os comportamentos de segurança estão relacionados com as ações ou
comportamentos observados pelos indivíduos, e concorrem para a promoção da
saúde e segurança de si próprios, dos clientes, e do ambiente.
38
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https://www.ilo.org/public/english/standards/declaration/declaration_portuguese.pdf -
acesso a 26/02/2019 16:54
49
Anexos
Parte I
(Dados de Caracterização da Empresa, do Trabalhador e Área de SHST/RH)
1. Qual o nome da empresa em que trabalha?
_________________________________________________________
2. Qual o sector de actividade da empresa?
_________________________________________________________
3. Em que departamento trabalha? _______________________________
4. A quanto tempo trabalha na empresa _________ Gênero: F ( ) M ( )
5. Idade: _________ Nível de Escolaridade ________________________
11. Alguma vez foi feita uma Avaliação Preliminar de Riscos na empresa?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei
Totalmente
Totalmente
Concordo
Concordo
Concordo
Discordo
Discordo
Discordo
Nem
Não
1 2 3 4 5
Nº de Escala de Resposta
Ordem Descrição da Pergunta 1 2 3 4 5
A empresa dá informação sobre os riscos a que estamos expostos
13 no local de trabalho.
A empresa dá periodicamente formação e informação sobre as
14 normas de segurança higiene e saúde no trabalho.
A empresa implementa um programa de medidas de
15 acompanhamento após acidente de trabalho.
A empresa fornece o equipamento de protecção individual a todos
16 os trabalhadores de acordo com os riscos a que estão sujeitos
A empresa coordena as suas políticas de SHST com as restantes
17 políticas de recursos humanos, no sentido de assegurar a
segurança e o bem-estar dos seus colaboradores.
Utilizei correctamente os meios e equipamentos de protecção
18 recomendados de modo a controlar os riscos.
19 Às vezes há pressão para colocar a produção antes da segurança
Depois da formação, fiz sugestões com o objetivo de melhorar a
20 segurança no trabalho.
São realizadas reuniões periódicas entre os gestores e os
21 colaboradores, no sentido de tomar decisões que afetam a
organização do trabalho.
A chefia tem sempre em atenção a avaliação e a prevenção dos
22 riscos e acidentes de trabalho.
A chefia certifica-se de que todos os trabalhadores recebem todo o
23 equipamento necessário para desempenhar o trabalho em
segurança.
Apontar violações de normas de segurança pode facilmente ser
24 visto como um aborrecimento desnecessário.
25 Existe um bom sistema de deteção de incêndios.
Os chefes procuram sensibilizar os trabalhadores sobre a
26 importância de utilizarem os equipamentos de trabalho de acordo
com as normas, mesmo que sejam desconfortáveis.
Existe uma comunicação fluente nas reuniões, nas campanhas ou
27 apresentações orais para transmitir os princípios e as regras de
ação em SHST.
É feita uma divulgação adequada de toda a documentação
28 referente à vigilância da saúde dos trabalhadores e a prevenção
de acidentes de trabalho.
Ainda me recordo dos principais aspetos que aprendi na ação de
29 formação.
Frequentemente verifica se estamos todos obedecendo às regras
30 de segurança.
A empresa investe muito tempo e dinheiro em treinamento de
31 segurança para os trabalhadores.
A área de SHST/RH supervisiona a disponibilização e utilização de
32 todos os equipamentos de proteção individual e colectivo (ex:
luvas, capacetes, botas, coletes, auriculares etc.).
Sempre que vejo instruções de segurança sendo quebradas, eu
33 denuncio.
A chefia reage rapidamente para resolver problemas quando
34 informado sobre respeito riscos de segurança.
35 A empresa dá periodicamente formação sobre primeiros socorros
A empresa organiza e estimula a participação em ações de
sensibilização como campanhas, seminários, palestras sobre
36 matérias relacionadas com SHST.
Na empresa existe um sistema de monitorização das rotinas e
37 inspeções de SHST.
Boas propostas sobre como melhorar a segurança são
38 frequentemente interrompidas devido aos custos.
Regras e instruções relativas a segurança às vezes dificultam o
39 acompanhamento dos objetivos de produção.
O meu chefe recorda-me sempre que para o sucesso da empresa
40 a segurança está em primeiro lugar.