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Prof. Esp.

Wagner da Silveira Assunção

LOGÍSTICA ADUANEIRA
E INT ERNACIONAL

LIVRO 1

1ª EDIÇÃO

Web Aula 1
GOIÂNIA
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
2020
LOGÍSTICA ADUANEIRA E INTERNACIONAL

Organização
Pró-Reitoria de Ensino a Distância
Catalogação: Biblioteca Anhanguera Profª. Ms. Mayra Caiado Paranhos
____________________________________________________________
Autora
Logística Aduaneira e Internacional - Web Aula 1 / Mayra
Caiado Paranhos (organizadora); Wagner da Silveira Assunção Prof. Esp. Wagner da Silveira Assunção
– Goiânia : Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA,
2020.
12 p. : il.

ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
1. Logística Aduaneira e Internacional. I. Paranhos, Mayra
Caiado. II. Assunção, Wagner da Silveira. IV. Título. Produção
CDU: 658 Supervisão do Processo Instrucional (SPI)
____________________________________________________________ Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz

Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM)


Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo

Revisor de Língua Portuguesa


Profª. Ms. Mairy Aparecida Pereira Soares Ribeiro

2020
Direitos exclusivos em língua portuguesa cedidos ao
Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
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©2020 por Centro Universitário de Goiás Uni-ANHANGUERA
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WEB AULA 1
SUMÁRIO
O COMÉRCIO INTERNACIONAL

WEB AULA 1
O Comércio Internacional............................................. 5
1.1 Evolução histórica do comércio internacional........... 5 Olá aluno,
1.2 Políticas comerciais: Livre-cambismo,
Protecionismo, Barreiras Tarifárias e não-tarifárias....... 8 Quero lhe dar as
BOAS-VINDAS à disciplina
1.3 Políticas Estratégias..................................................... 10 de Logística Aduaneira
Internacional. Nesta webaula,
abordaremos a evolução histó-
rica do comércio internacional e
seu impacto nos dias atuais. Além disto, veremos as
políticas comerciais e as estratégicas, que influenciam
diretamente na balança comercial.

1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO


COMÉRCIO INTERNACIONAL

O ser humano desde os primórdios realiza trocas de pro-


dutos, muito antes de existirem as moedas. No início, o homem
produzia aquilo que era suficiente para seu consumo, mas com
o passar do tempo houve a necessidade de buscar novos produ-
tos e, por outro lado,existia um excedente de outros produtos.
Desta forma, surge o comércio com base no escambo, que é a
troca direta de mercadorias.

O COMÉRCIO INTERNACIONAL 5
Todo esse processo de troca evoluiu para que alguns des- Este período passou a ser chamado de mercantilismo e
ses produtos fossem usados levou a navegação, que antes ficava restrita ao Mediterrâneo,
com “moeda de troca”, troca para o Atlântico.Os países Europeus passaram a determinar o
indireta. No início, foi usado valor das moedas, desenvolvendo o capitalismo comercial. O
o sal, depois vieram os metais objetivo era manter uma balança comercial favorável, ou seja,
preciosos até chegar às moe- exportações maiores que as importações.
das cunhadas em metal e
depois as cédulas em papel. Foi no mercantilismo que surgiram os primeiros ensaios
das políticas comerciais, por parte dos países europeus que
Este comércio entre indivíduos e grupos sociais, como atuavam fortemente no comércio internacional.
aldeias e cidades, evoluiu para o comércio entre alguns povos,
nos primeiros ensaios do comércio internacional. Maia relata que a

Segundo Maia (2020, p. 2), alguns fatos tornaram o [...] preocupação das nações era ter reservas de metais
Comércio Internacional uma necessidade, que são: preciosos. Por isso, os países estimulavam as exportações e
desestimulavam as importações, mesmo que isso prejudi-
• Desigual distribuição das jazidas minerais em nosso casse a vida do povo. (...) A força dele era tal que, na verdade,
planeta. A título de exemplo, citamos o petróleo, que é inexis- ele decidia quem podia produzir, quem podia comercializar
tente em alguns lugares e abundante em outros; ou importar, sempre preocupado com o aumento da riqueza
governamental.(2020, p. 274)
• Diferença de solos e climas, o que diversifica a produ-
ção agrícola dos países. Quando os romanos conquistaram o O Comércio Internacional é a denominação atribuída
Egito, perceberam que era mais barato comprar trigo egípcio para a relação entre países, sendo o processo de compra e venda
do que produzi-lo em Roma. Isso devido à maior fertilidade de mercadorias a nível mun-
das terras egípcias; dial. Este comércio se fortale-
ceu com o desenvolvimento
• Diferença dos estágios de desenvolvimento econômico. econômico após a Segunda
Exemplificando, atualmente,o Brasil exporta aviões de porte Grande Guerra Mundial,
médio e importa aviões de grande porte. incentivado pela Globaliza-
ção dos mercados.
A históriamostra o período das Grandes Navegações,
onde países da Europa buscavam novos países para o comércio, Maia (2020, p. 2) analisa o crescimento do comércio
e claro, também com objetivo de novas conquistas.Lisboa, com mundial de mercadorias da seguinte forma: em 1950, este
seu comércio bem desenvolvido, procurava manter relação com comércio totalizava US$ 116 bilhões entre exportações e
a Índia para busca de mercadorias, como as especiarias.Uma importações de mercados, que, corrigidos pela inflação ame-
destas expedições culminou com o “descobrimento” do Brasil. ricana, equivaleria, em 2012, a US$ 1 trilhão. Em 2012, o

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Comércio Internacional totalizava US$ 36 trilhões. O que
demonstra a curva ascendente de crescimento, salvo em épo-
cas de crise como a Crise Mundial, que caiu de US$ 32 tri-
lhões, em 2008, para US$ 24 trilhões, em 2009. A partir 2010,
voltou a crescer.

Estudar estas práticas do


passado em relação ao comércio
internacional, possibilita com- Fonte:
preender o presente e evitar erros Caparroz (2019,
p. 56)
estratégicos, desta importante
atividade para a economia de
qualquer país.

1.2 POLÍTICAS COMERCIAIS:


LIVRE-CAMBISMO, PROTECIONISMO,
BARREIRAS TARIFÁRIAS E
NÃO-TARIFÁRIAS.

Como vimos, compreender a história nos leva a refletir e


compreender as políticas e estratégias adotadas atualmente por
diversos países.

O Estado sempre busca interferir, ou mesmo controlar,


com maior ou menor
intensidade, nas políti-
cas comerciais pratica-
das, podendo ser mais
ou menos liberais, o
que vai depender da
política e da economia
daquela nação.

Segundo Caparroz (2019, p. 56), em termos teóricos as Entre asbarreiras comerciais, podemos citar:
duas políticas de condução do comércio são:

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• Barreira Tarifária que são práticas protecionistas pela- Estas políticas vão desde incentivos fiscais, melhores
aplicação de alíquotas de impostos de importação, quemajo- taxas de juros, interferência de preço, financiamentos exclusi-
ram os preços dos produtos importados; vos para exportação, dentre outras estratégias.

• Barreira não-Tarifária, são aquelas práticas de forma Estudo do BNDS indica que
discriminatória por meio da imposição de cotas, regulação
sanitária e até mesmo controle de preços para os produtos Em indústrias com pequeno número de empresas, e
importados. quando há espaço para apenas uma (oupoucas)empresa(s)
nomercadoglobal,devidoà relação entre economias de escala e
As barreiras tarifárias têm regras claras para exportado- tamanho do mercado, esses modelos justificam a ação do
res e importadores, que adotadas de forma a proteger a indús- governo subsidiando a empresa local.Nesse caso, a literatura
tria interna, ou seja, têm característica Protecionista. As bar- se refere a políticas estratégicas de comércio internacional.
reiras não-tarifárias são discriminatórias por interferirem As ideias derivadas do conceito de divisão do trabalho
diretamente nos produtos importados. de Adam Smith, que modernamente estão associadas à exis-
tência de custos fixos, retornos crescentes de escala e concor-
Mas, as barreiras não-tarifárias podem ser adotadas não rência imperfeita, formam um conjunto de argumentos a
para fins discriminatórios, mas para preservar a saúde, ou favor da intervenção discricionária do governo com o obje-
mesmo, a vida de seus cidadãos. David (2016, p. 422) cita o tivo de viabilizar a industrialização ou a implantação de
seguinte exemplo: “[...] a União Europeia exige que os veículos indústrias, em um país ou região.(BRASIL, 2002, p. 157)
sejam equipados com setas de virar à esquerda ou à direita dis-
tintas da luz de freio, e os Estados Unidos exigem que os auto- As políticas estratégicas de comércio internacional vão
móveis sejam equipados com airbags.” desde os incentivos fiscais, melhores taxas de juros, interferên-
cia de preço até os financiamentos exclusivos para exportação,
dentre outras estratégias.
1.3 POLÍTICAS ESTRATÉGICAS

As políticas estratégicas têm caráter intervencionista do


Estado, para coibir a importação e estimular a produção indus- Referências
trial nacional para
exportação. Têm como CAPARROZ, Roberto. Comércio internacional e legis-
objetivo melhorar a lação aduaneira esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva
competitividade da Educação, 2019.
indústria local, por
meio de políticas que CASTRO, Ana Célia (org.). Desenvolvimento em debate:
interfiram nos custos Painéis do desenvolvimento brasileiro I.. Rio de Janeiro:
diretos de produção. Mauad, BNDES, 2002. Disponível em: https://web.bndes.gov.

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br/bib/jspui/bitstream/1408/3016/5/Desenvolvimento%20
em%20debate%20-%20%20v.%202.pdf. Acesso em: 27 mar.
2020.

DAVID, Pierre A. Logística internacional. Tradução


Noveritis do Brasil; revisão técnica Elisete Santos da Silva
Zagheni. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e


comércio exterior. 16. ed. 2. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2020.

Imagens: Banco institucional Shutterstock.

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