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SUMÁRIO
CONTEÚDOS
Disposições Gerais Actos processuais (adjectivos) e actos substantivos: interesse prático da distinção.
Dos actos dos magistrados (actos decisórios e não decisórios, acórdãos, sentenças e
despachos; os despachos interlocutórios e os mandados),
Os actos dos sujeitos processuais (requerimentos, memoriais e exposições);
Os autos, as atas e os termos
Juramento e Quem deve prestar juramento e quem não pode prestar juramento
compromisso Regime da prestação de juramento;
Regime da recusa em prestar juramento
Regime da violação do juramento: as falsas declarações.
O compromisso: quem deve prestar, regime da prestação e incumprimento.
A forma dos actos e da O princípio da publicidade
sua documentação A obrigatoriedade de utilização de língua portuguesa e casos de nomeação de
intérprete.
A prática por escrito e a oralidade
A documentação dos actos - por escrito, magnetofónica e por meios audiovisuais
Do tempo para a prática Quando se praticam os actos
dos actos e da aceleração Quando não se praticam os actos
do processo Os processos urgentes
A hora de expediente, as férias judiciais
A aceleração processual por excesso de prazo das fases processuais e seu regime
Os prazos processuais Função do prazo
Tipos de prazos
Regras sobre contagem de prazos
O momento a partir do qual ou até ao qual se contam os prazos
Renúncia ao decurso do prazo
A prática extemporânea de factos (o justo impedimento e a prática nos três dias
subsequentes ao termo, com multa)
Casos de extensão de prazos a outros sujeitos
A aceleração do processo atrasado
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Manual de referência:
Germano Marques da Silva – Curso de Processo Penal, vol. II. Lisboa: Verbo, 2011.
Páginas: 29 – 108
ALGUMAS NOTAS
O arguido é o único sujeito cujos requerimentos são admissíveis e integráveis nos autos mesmo que não
assinados por advogado e ainda que tenha defensor constituído ou nomeado. Os demais sujeitos que
estejam representados por advogado apenas verão os seus requerimentos admitidos quando estes sejam
assinados pelo advogado.
Ver, a este propósito, Ac. TRG, 4/12/2006. Relator: Cruz Bucho
• Lei de Organização do Sistema Judiciário (LOSJ) – Lei n.º 62/2013, de 26 de Agosto – art. 28 .º
férias judiciais; artigo 36.º - turnos
• Portaria no. 953/2003 de 09.09.
• Ofício Circular n.º s 17 e 19 de 2003 da DGAJ
• Estatuto da Ordem dos Advogados
• Art. 28.º da Lei N.º 62/2013, de 26 de Agosto – Lei de Organização do Sistema Judiciário– férias
judiciais
• Art. 45.º do Regulamento da LOSJ - Horário de abertura das secretarias (fixado pela Portaria n.º
307/2018, de 29 de Novembro)
• Lei 112/2009 – Violência Doméstica (processos urgentes)
• Portaria n.º 284/2018, de 20 de Setembro - procede à alteração dos regimes de tramitação
electrónica dos processos nos tribunais judiciais e nos tribunais administrativos e fiscais,
Procede à alteração da portaria n.º 280/2013 que regula a tramitação electrónica dos
processos nos tribunais judiciais – ver Artigo 1.º, n.º 6 alínea i)
• Circular 2006 Procuradoria-Geral da República
• Directiva 2010/64/EU do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Outubro de 2010 relativo
ao direito à interpretação e tradução em processo penal
• Directiva n.º 2012/13/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao direito à informação.
• Diretiva (UE) 2016/1919 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de outubro de 2016,
relativa ao apoio judiciário para suspeitos e arguidos em processo penal e para as pessoas
procuradas em processos de execução de mandados de detenção europeus. JO L 297 de
4.11.2016, p. 1-8.
• Diretiva 2014/41/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de abril de 2014, relativa à
decisão europeia de investigação em matéria penal JO L 130 de 1.5.2014, p. 1-36.
• Diretiva 2013/48/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2013, relativa
ao direito de acesso a um advogado em processo penal e nos processos de execução de mandados
de detenção europeus, e ao direito de informar um terceiro aquando da privação de liberdade e
de comunicar, numa situação de privação de liberdade, com terceiros e com as autoridades
consulares. JO L 294 de 6.11.2013, p. 1-12.
• Decisão-quadro do Conselho, de 13 de Junho de 2002, relativa ao mandado de detenção europeu
e aos processos de entrega entre os Estados-Membros (2002/584/JAI). JO L 190 de 18.7.2002, p.
1-20
• Manual sobre a emissão e a execução de um mandado de detenção europeu (2017/C 335/01).
Jornal Oficial da União Europeia. - C 335 (6.10.2017), p. 1-83.
JURISPRUDÊNCIA
Acórdão do STJ n.º 4/2012 – fixação de jurisprudência Pires da Graça (Relator) DR 98 SÉRIE I de 2012-05-
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«O prazo de seis meses para o exercício do direito de queixa, nos termos do artº 115º nº 1, do Código Penal,
termina às 24 horas do dia que corresponda, no sexto mês seguinte, ao dia em que o titular desse direito
tiver tido conhecimento do facto e dos seus autores; mas, se nesse último mês não existir dia
correspondente, o prazo finda às 24 horas do último dia desse mês».
(nota: trata-se de prazo substantivo: não existe ainda processo)
Acórdão nº 5/2014 do STJ – fixação de jurisprudência. Maia Costa (Relator) DR 97 SÉRIE I de 2014-05-21
Ainda que seja conhecida a morada de arguido contumaz residente em país estrangeiro, não deve ser
expedida carta rogatória dirigida às justiças desse país para ele prestar termo de identidade e residência,
porque essa prestação não faz caducar a contumácia.
Acórdão nº3/2017 do STJ – fixação de jurisprudência. Manuel Braz (Relator) - DR-72 SÉRIE I de 2017-04-11
«A partir do encerramento do inquérito com dedução de acusação, o arguido, até ao termo dos prazos
referidos no n.º 8 do art. 188.º do CPP, tem o direito de examinar todo o conteúdo dos suportes técnicos
referentes a conversações ou comunicações escutadas e de obter, à sua custa, cópia das partes que
pretenda transcrever para juntar ao processo, mesmo das que já tiverem sido transcritas, desde que a
transcrição destas se mostre justificada»
Acórdão nº2/2017 do STJ – fixação de jurisprudência Santos Cabral Relator) - DR-55 SÉRIE I de 2017-03-17
«Competindo ao Tribunal Central de Instrução Criminal proceder a actos jurisdicionais no inquérito
instaurado no Departamento Central de Investigação Criminal para investigação de crimes elencados no
art. 47.º, n.º 1, da Lei 47/86, de 15-10 (Estatuto do Ministério Público), por força do art. 80.º, n.º 1, da
LOFTJ, aprovada pela Lei 3/99, de 13-01, essa competência não se mantem para proceder à fase de
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instrução no caso de, na acusação ali deduzida ou no requerimento de abertura de instrução, não serem
imputados ao arguido qualquer um daqueles crimes ou não se verificar qualquer dispersão territorial da
actividade criminosa»
Ac. TRL de 17 de Maio de 1995 pagamento de multa por falta a acto processual
"foi notificado via postal no dia 21/06/2019, tendo levantado a referida notificação no dia 01/07/2019",
razão por que o prazo para requerer a abertura da instrução terminou no dia 22/07/2019.
Decisão:
A argumentação invocada pelo arguido de que o seu defensor apenas levantou a correspondência
registada que lhe foi enviada nas instalações dos CTT no dia 01/07/2019, devendo o prazo para
apresentação do requerimento da instrução ser contado, apenas, a partir desta data, é de todo descabia.
Efectivamente, para além de a mesma contrariar, inequivocamente, a letra e o espírito da lei, constituiria
a sua aceitação um grave e inconcebível atropelo à disciplina processual, a qual cairia no caos, ao deixar-
se na vontade do advogado a possibilidade de, segundo os seus interesses, ser fixada a data a partir da
qual um qualquer prazo judicial haveria de começar-se a contar, sempre que a sua notificação fosse feita
nos termos do n.° 1, alínea b), do art.° 113.°, levantando a respectiva correspondência nos CTT se e
quando lhe apetecesse, dentro do prazo por estes fixado no respectivo aviso.
Como bem diz o Ministério Público no acórdão que transcreve, o aviso deixado pelo funcionário dos CTT
na caixa do correio, quando a respectiva carta registada não puder ser entregue, nada mais constitui do
que uma informação dada ao destinatário sobre a data da sua devolução à entidade emitente, caso a
mesma não seja, entretanto, levantada.
Nestes termos, embora com fundamento diferente do invocado pelo tribunal "a quo", confirma-se a
decisão recorrida relativamente à intempestividade do requerimento para a abertura da instrução, razão
por que se acorda em negar provimento ao recurso.
Acórdão 2/96 do Supremo Tribunal de Justiça - A disciplina autónoma do processo penal em matéria de
prazos prescinde da figura da dilação, pelo que a abertura da instrução tem de ser requerida no prazo,
peremptório, de cinco dias [prazo consagrado no CPP à época], previsto no n.º 1 do artigo 287.º do Código
de Processo Penal
Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de 20/12/2018. Relato: João Gomes de Sousa – Direito à
interpretação e tradução (referência às directivas 2010/64/EU e 2012/13/EU)
Acórdão do Tribunal da Relação de Évora, de 08 de Janeiro de 2013. Relatora: Ana Barata Brito.
1. A nulidade de falta de nomeação de intérprete nos casos em que a lei a considera obrigatória, prevista
na al. c) do nº 2 do art. 120º do Código de Processo Penal, é sanável e dependente de arguição nos
prazos previstos no nº 3 do art. 120º do Código de Processo Penal.
2. Embora o “auto de compromisso” constante do processo demonstre que foi nomeado intérprete ao
arguido, o cumprimento formal da lei não garante, por si só, que esta tenha
sido materialmente observada.
3. A garantia de uma compreensão efectiva por parte do arguido, relativamente a actos processuais de
tão sérias consequências, como a constituição de arguido, a prestação de T.I.R. e a notificação da data e
local do julgamento, não se basta com uma aparência de possibilidade de compreensão.
4. O incumprimento das funções de intérprete, ou o cumprimento inadequado ou deficiente,
inviabilizante da adequada compreensão dos actos cuja comunicação é legalmente obrigatória,
constituem omissão de tradução e integram a nulidade do art. 120º, nº 2 - al. c) do Código de Processo
Penal.
5. A possibilidade de reacção tempestiva do interessado pressupõe os conhecimentos técnico-jurídicos
do advogado, não sendo exigível uma imediata oposição do arguido quando desacompanhado de
defensor.
6. Mas também ao defensor é necessário conhecer as circunstâncias factuais em que o vício assenta, só
se podendo reagir contra ilegalidade que se conhece, ou seja, quando se sabem as circunstâncias que lhe
deram causa.
7. Não resultando dos autos que o arguido tenha tido qualquer contacto com o seu defensor em
momento prévio ao julgamento e à leitura da sentença, nem que o defensor tenha tido a oportunidade
de contactar o arguido antes do julgamento já que foi nomeado no início da audiência a que o arguido
faltou, é de considerar tempestiva a arguição no recurso da sentença.
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8. Também a falta de notificação para julgamento, “em língua que entenda e de forma minuciosa” (art.
6º, nº3 da C.E.D.H.), equivale a impedimento de estar presente e ausência em acto em que a lei exige a
comparência, configurando, esta já, nulidade insanável do art. 119º, al. c) do Código de Processo Penal.
Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de 10 de janeiro de 2017. Relator: José Proença da Costa
I – Notificado o arguido da audiência de julgamento por forma regular, e faltando injustificadamente à
mesma, se o tribunal considerar que a sua presença não é necessária para a descoberta da verdade, nos
termos do n.º 1 do art. 333.º do C.P.P., deverá dar início ao julgamento;
II – A dispensa de presença do arguido em audiência de julgamento tem sempre um carácter excepcional
e visa essencialmente estabelecer uma concordância prática entre as garantias de defesa com a
realização da justiça penal através dos Tribunais;
III – Porém, para que possa vir ocorrer o julgamento na ausência do arguido impõe-se que o Tribunal
venha a concluir pela sua dispensabilidade, como decorre do n.º 2, do art.º 333.º, do Cód. Proc. Pen., pois
só desta feita se poderá vir estabelecer uma concordância prática entre as garantias de defesa, no caso a
comparência do arguido na audiência de julgamento, com a realização da justiça penal através dos
Tribunais;
IV – Em conformidade com as proposições anteriores, comete a nulidade prevista no art.º 379.º, n.º 1,
al.ª c), do Cód. Proc. Pen. – o que implica a anulação quer da sentença, quer do julgamento –, o tribunal a
quo ao ter prosseguido o julgamento na ausência do arguido e sem que se tenha pronunciado sobre a
indispensabilidade da presença do mesmo.
Actos dos advogados – exercício do direito de protesto (ver também estatuto da Ordem dos Advogados)
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de o arguido ter sido condenado a pena de prisão em 1.ª instância e a sentença condenatória tiver sido
confirmada em sede de recurso ordinário, o prazo máximo da prisão preventiva eleva-se para metade da
pena que tiver sido fixada.
IV - Nesta especial hipótese, a norma do art. 215.º, n.º 6, do CPP, ditada por compreensíveis razões,
ligadas à forte probabilidade de acerto do decidido e a última instância de recurso também o
manter, prevalece sobre a regra enunciativa do regime de máxima duração da prisão preventiva, em
geral, contida no n.º 3, do citado art. 215.º, redutora, sem dúvida, da redução dos prazos em geral da
prisão preventiva, posto que comina para a hipótese de o procedimento ser, além do mais, pelo crime de
associação criminosa, por que o arguido foi condenado, duração que o arguido preconiza ser de 3 anos e
4 meses de prisão – n.ºs 1, al. d), e 2, al. a).
X - O processo de habeas corpus assume-se como de natureza residual, excepcional e de via reduzida: o
seu âmbito restringe-se à apreciação da ilegalidade da prisão, por constatação e só dos fundamentos
taxativamente enunciados no art. 222.º, n.º 2, do CPP.
XI - No caso concreto, o arguido lançou mão, para reagir contra a extemporaneidade da interposição do
recurso por si interposto de um incidente que a lei não consente, contra o estatuído na própria lei, sem
qualquer virtualidade para, a partir dele, com base nele, se decidir da admissibilidade do recurso como
estava em sua mente ao deduzi-lo. E por via dessa total inocuidade, ou inutilidade, começou a correr o
prazo dentro do qual opera o trânsito em julgado, pois o arguido não pode prevalecer-se de um acto
carente de fundamentação legal para o paralisar.
XII - Tendo o arguido sido notificado do acórdão que decidiu não conhecer o recurso, veio aquele acórdão
a transitar em julgado, antes de se completar o prazo de 3 anos e 4 meses, antes aludido, e, portanto,
neste momento, o arguido acha-se em cumprimento de pena, nem sequer se mostrando ajustado falar
de prisão preventiva e seus prazos, com ou sem a sua exaustão e, pois, que o arguido está em prisão
preventiva em excesso de prazo, nos termos do art. 222.º, n.º 2, al. c), do CPP.
a) Julgar inconstitucional a norma do artigo 283.º, n.º 5, do Código de Processo Penal, conjugada com as
dos artigos 277.º, n.º 3, e 113.º, n.º 1, alínea c), do mesmo diploma, interpretada no sentido de, no caso
de notificação edital ao arguido da acusação, permitir que se conte a partir do momento em que se
considera efectuada o prazo para requerer a abertura da instrução, por violação do n.º 1 do artigo 32.º da
Constituição;
SUMÁRIO:
Em procedimento dependente de acusação particular, o direito à constituição como assistente fica
precludido se não for apresentado requerimento para esse efeito no prazo fixado no n.º 2 do artigo 68.º
do Código de Processo Penal.
Aos prazos processuais aplicam-se as regras de contagem dos prazos previstas no artigo 104.º do CPP. Os
prazos são contínuos e apenas correm em férias os prazos relativos a processos nos quais se devam praticar
os actos previstos no artigo 103.º, n.º 2, alíneas a) a e), do CPP. Aos prazos substantivos, tais como os prazos
da prisão preventiva, prazos de prescrição, prazos para apresentação ao juiz de pessoa detida, prazos de
caducidade, não se aplicam aquelas regras de contagem - v. Figueiredo Dias, Direito Processual Penal, 1.ª
ed., reimpressão, Coimbra Editora, 2004, p. 34.
5 - Numa segunda linha de análise, mais concreta, considerando que no caso o prazo de 10 dias em questão
está direccionado à prática de um acto processual (requerer a constituição como assistente), integra-se no
direito adjectivo e tendo em conta as regras de contagem que lhe são aplicáveis, dúvidas não ternos de
que se trata de um prazo judicial/processual.
«Na sequência do despacho de acusação proferido pelo Ministério Público (fls. 222227), veio o arguido JJ, a fls. 270 e
seguintes, apresentar requerimento de abertura da instrução, o qual deu entrada, via e-mail, em 22.07.2019.
Ora, ao contrário do afirmado em tal peça processual, o arguido "não foi notificado por via postal simples" e
"levantada no passado dia 1 de Julho de 2019", pois o mesmo está detido à ordem dos presentes autos desde
10.04.2019. A ser assim, foi dado cumprimento ao disposto no artigo 114.°, n.° 1 do CPP, tendo o arguido sido
notificado pessoalmente do teor do despacho de acusação no dia 19.06.2019 (fls. 252).
Deste modo, constata-se que o terminus do prazo de 20 dias - previsto no artigo 287.°, n.° 1 do CPP para requerer a
abertura de instrução ocorreu em 09.07.2019.
Em face do exposto, nos termos do artigo 287.°, n°s. 1, alínea a) e n.° 3 do CPP, rejeito liminarmente o requerimento
de abertura da instrução apresentado pelo arguido JJ…, por extemporâneo. (...)".
Porém, com esta decisão não se conformou o arguido, pelo que da mesma interpôs o presente recurso, o qual
sustentou na tempestividade da apresentação do respectivo requerimento, pois que o seu defensor "foi notificado
via postal no dia 21/06/2019, tendo levantado a referida notificação no dia 01/07/2019", razão por que o prazo para
requerer a abertura da instrução terminou no dia 22/07/2019.
Decisão:
A argumentação invocada pelo arguido de que o seu defensor apenas levantou a correspondência registada que lhe
foi enviada nas instalações dos CTT no dia 01/07/2019, devendo o prazo para apresentação do requerimento da
instrução ser contado, apenas, a partir desta data, é de todo descabia.
Efectivamente, para além de a mesma contrariar, inequivocamente, a letra e o espírito da lei, constituiria a sua
aceitação um grave e inconcebível atropelo à disciplina processual, a qual cairia no caos, ao deixar-se na vontade do
advogado a possibilidade de, segundo os seus interesses, ser fixada a data a partir da qual um qualquer prazo judicial
haveria de começar-se a contar, sempre que a sua notificação fosse feita nos termos do n.° 1, alínea b), do art.° 113.°,
levantando a respectiva correspondência nos CTT se e quando lhe apetecesse, dentro do prazo por estes fixado no
respectivo aviso.
Como bem diz o Ministério Público no acórdão que transcreve, o aviso deixado pelo funcionário dos CTT na caixa do
correio, quando a respectiva carta registada não puder ser entregue, nada mais constitui do que uma informação
dada ao destinatário sobre a data da sua devolução à entidade emitente, caso a mesma não seja, entretanto,
levantada.
Nestes termos, embora com fundamento diferente do invocado pelo tribunal "a quo", confirma-se a decisão
recorrida relativamente à intempestividade do requerimento para a abertura da instrução, razão por que se acorda
em negar provimento ao recurso.
LEGISLAÇÃO AUXILIAR
e) O prazo que termine em domingo ou dia feriado transfere-se para o primeiro dia útil; aos domingos e
dias feriados são equiparadas as férias judiciais, se o acto sujeito a prazo tiver de ser praticado em juízo.
Artigo 136.º
Lei reguladora da forma dos atos e do processo (ver art. 45.º CPP)
1 - A forma dos diversos atos processuais é regulada pela lei que vigore no momento em que são praticados.
2 - A forma de processo aplicável determina-se pela lei vigente à data em que a ação é proposta.
Artigo 138.º
Regra da continuidade dos prazos
1 - O prazo processual, estabelecido por lei ou fixado por despacho do juiz, é contínuo, suspendendo-se,
no entanto, durante as férias judiciais, salvo se a sua duração for igual ou superior a seis meses ou se
tratar de atos a praticar em processos que a lei considere urgentes.
2 - Quando o prazo para a prática do ato processual terminar em dia em que os tribunais estiverem
encerrados, transfere-se o seu termo para o 1.º dia útil seguinte.
3 - Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se encerrados os tribunais quando for
concedida tolerância de ponto.
4 - Os prazos para a propositura de ações previstos neste Código seguem o regime dos números
anteriores
Artigo 139.º
Modalidades do prazo
Artigo 140.º
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Justo impedimento
1 - Considera-se «justo impedimento» o evento não imputável à parte nem aos seus representantes ou
mandatários que obste à prática atempada do ato.
2 - A parte que alegar o justo impedimento oferece logo a respetiva prova; o juiz, ouvida a parte
contrária, admite o requerente a praticar o ato fora do prazo se julgar verificado o impedimento e
reconhecer que a parte se apresentou a requerer logo que ele cessou.
3 - É do conhecimento oficioso a verificação do impedimento quando o evento a que se refere o n.º 1
constitua facto notório, nos termos do n.º 1 do artigo 412.º, e seja previsível a impossibilidade da prática
do ato dentro do prazo.
Artigo 28.º
Férias
As férias judiciais decorrem de 27 de dezembro a 3 de Janeiro, de domingo de Ramos1 à segunda-feira de
Páscoa e de 16 de Julho a 31 de agosto.
Artigo 36.º
Turnos
1 - Nos tribunais organizam-se turnos para assegurar o serviço que deva ser executado durante as férias
judiciais ou quando o serviço o justifique.
2 - São ainda organizados turnos para assegurar o serviço urgente previsto na lei que deva ser executado
aos sábados, nos feriados que recaiam em segunda-feira e no segundo dia feriado, em caso de feriados
consecutivos.
3 - Pelo serviço prestado nos termos do número anterior é devido suplemento remuneratório, a definir
por decreto-lei.
Atenção:
NULIDADES ESTABELECIDAS FORA DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Exemplo, art. 11.º do Estatuto do Jornalista
2 - As autoridades judiciárias perante as quais os jornalistas sejam chamados a depor devem informá-los
previamente, sob pena de nulidade, sobre o conteúdo e a extensão do direito à não revelação das fontes
de informação.
Os advogados têm direito, nos termos da lei, de comunicar, pessoal e reservadamente, com os seus
patrocinados, mesmo quando estes se encontrem presos ou detidos em estabelecimento civil ou militar.
Artigo 79.º
Informação, exame de processos e pedido de certidões
1 - No exercício da sua profissão, o advogado tem o direito de solicitar em qualquer tribunal ou repartição
pública o exame de processos, livros ou documentos que não tenham caráter reservado ou secreto, bem
1
Festa móvel cristã que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém. Corresponde ao Domingo anterior à Páscoa.
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como de requerer, oralmente ou por escrito, que lhe sejam fornecidas fotocópias ou passadas certidões,
sem necessidade de exibir procuração.
2 - Os advogados, quando no exercício da sua profissão, têm preferência para ser atendidos por quaisquer
trabalhadores a quem devam dirigir-se e têm o direito de ingresso nas secretarias, designadamente nas
judiciais.
Artigo 80.º
Direito de protesto
1 - No decorrer de audiência ou de qualquer outro ato ou diligência em que intervenha, o advogado deve
ser admitido a requerer oralmente ou por escrito, no momento que considerar oportuno, o que julgar
conveniente ao dever do patrocínio, sem necessidade de prévia indicação ou explicitação do respetivo
conteúdo.
2 - Quando, por qualquer razão, não lhe seja concedida a palavra ou o requerimento não for exarado em
ata, pode o advogado exercer o direito de protesto, indicando a matéria do requerimento e o objeto que
tinha em vista.
3 - O protesto não pode deixar de constar da ata e é havido para todos os efeitos como arguição de
nulidade, nos termos da lei.
TESTAR CONHECIMENTOS
QUESTIONÁRIO ESPECÍFICO
23. Deve prestar-se juramento de cada vez que tenha de se intervir num processo, ou uma vez
prestado serve para sempre?
24. Quem presta compromisso?
25. Quem não presta compromisso?
26. Os assistentes e as partes civis são ajuramentadas?
27. Qual a consequência jurídica para a falsidade de declarações pelo assistente?
28. Os intérpretes prestam compromisso, ou juramento? Porquê?
29. Nos termos da legislação processual penal, os actos devem ser praticados em língua portuguesa.
30. Quem deve facultar a tradução de documentos de actos redigidos em língua estrangeira? Onde
se encontra regulamentada essa matéria? Veja art. 134 CPC
31. Qual a consequência da falta de designação de tradutor ou intérprete?
32. Qual a língua a adoptar na prática dos actos
33. Qual a consequência de alguém:
34. Se recusar a prestar juramento ou compromisso?
35. Se recusar a depor ou a entregar relatório depois de ter prestado juramento ou compromisso?
36. Existe alguma consequência jurídica para quem preste declarações falsas após ter prestado
juramento?
DA DENÚNCIA E DA QUEIXA
CASOS PRÁTICOS