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Trabalho de Pesquisa

- Ginástica -
No âmbito da disciplina de Educação Física

Constança Correia
Aluna nº 7 10º E

Curso de Cientifico-humanísticos de Línguas e Humanidades


Ano letivo 2023/2024

Viseu, 7 de Dezembro de 2023


Índice

Índice ------------------------------------------------------------------------------------------------ i

Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------ 1

Capítulo I: História da Ginástica ---------------------------------------------------------------- 2

Capítulo II: Caracterização da Ginástica ------------------------------------------------------- 6

2.1- Ginástica de competição -------------------------------------------------------------------- 6

2.1.1- Ginástica Artística ------------------------------------------------------------------------- 6

2.1.2- Ginástica Rítmica -------------------------------------------------------------------------- 8

2.1.3- Ginástica Acrobática ---------------------------------------------------------------------- 8

2.1.4- Ginástica Aeróbica Desportiva ---------------------------------------------------------- 10

2.1.5- Trampolins --------------------------------------------------------------------------------- 11

2.1.6- TeamGym ----------------------------------------------------------------------------------- 12

2.1.7- Parkour -------------------------------------------------------------------------------------- 12

2.2- Objetivos da Ginástica e principais regras ------------------------------------------------ 13

2.2.1- Sistema de votação e Pontuação --------------------------------------------------------- 13

2.2.2- Regulamentos ------------------------------------------------------------------------------- 17

Capítulo III- Ginástica no âmbito da Educação Física ---------------------------------------- 25

3.1- Ginástica de solo ------------------------------------------------------------------------------ 25

3.1.1- Elementos Gímnicos ----------------------------------------------------------------------- 25

3.2- Ginástica de aparelhos ----------------------------------------------------------------------- 37

3.2.1- Saltos ----------------------------------------------------------------------------------------- 38

3.2.2- Minitrampolim ------------------------------------------------------------------------------ 41

3.2.3- Trave ------------------------------------------------------------------------------------------ 46

3.3- Ginástica Acrobática -------------------------------------------------------------------------- 48

3.3.1- Figuras acrobáticas -------------------------------------------------------------------------- 49

i
Capítulo IV: Importância da ginástica no desenvolvimento dos alunos -------------------- 54

Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------------- 55

Bibliografia ----------------------------------------------------------------------------------------- 57

Anexos ----------------------------------------------------------------------------------------------- 58

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Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Educação Física, a pedido da


professora, com o objetivo de conhecer e aprofundar o conhecimento relativo a uma modalidade
que faz parte do programa curricular do ensino Secundário. Por questões de impossibilidade de
praticar esta modalidade durante o 1º período, a professora considerou que seria de grande
importância adquirir um conhecimento mais amplo e pormenorizado de umas das modalidades
lecionadas pela disciplina, servindo também como instrumento de avaliação. A modalidade
escolhida foi a Ginástica, com vista a expor e demonstrar a diversidade de disciplinas que esta
oferece e o seu carácter competitivo, bem como descrever e caracterizar esta modalidade no
âmbito escolar.
Sendo assim, este trabalho debruçou-se, no capítulo I em abordar a história da ginástica,
percebendo as suas origens e evolução. No capítulo II podemos ver a caracterização desta
modalidade tendo em conta a ginástica de competição, as suas diferentes disciplinas, os seus
aspetos técnicos e os seus regulamentos. No capítulo III podemos encontrar a descrição e
apresentação desta modalidade dentro do contexto da Educação Física que é abordada nas
escolas, descrevendo e caracterizando as três principais disciplinas da ginástica e que são
abordadas em contexto escolar e que fazem parte do programa curricular (ver anexo 2),
descrevendo de forma mais pormenorizadas a sua execução técnica. Para além disso, este
trabalho teve também o objetivo de mostrar o impacto e a importância que a ginástica pode ter
em contexto escolar e sobretudo no desenvolvimento dos alunos.
Por fim, foi feita uma conclusão que visou fazer uma síntese das aprendizagens realizadas,
as dificuldades encontradas ao realizar este trabalho e uma pequena reflexão sobre esta
modalidade e as aprendizagens adquiridas. Em anexo podemos também encontrar uma tarefa a
ser realizada em contexto de aula tal como foi pedido (anexo 1).

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Capítulo I: História da Ginástica

A ginástica fez parte da vida do ser humano pré-histórico enquanto atividade física, desde
que começou a organizar-se em civilizações, pois detinha um papel importante para a sua
sobrevivência, que era expressa na necessidade vital de atacar e defender-se (como preparação
para essas atividades). O exercício físico com este caráter, de forma rudimentar era inicialmente
transmitido através das gerações, fazendo também parte dos jogos, rituais e festividades. Mais
tarde, na antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos apareceram nas várias
formas de luta, na natação, no remo, no hipismo e na arte de atirar com o arco, além de figurar
nos jogos, nos rituais religiosos e na preparação militar de maneira geral. Sendo a prática da
ginástica muito difundida na antiga Grécia (berço dos Jogos Olímpicos).
Como prática desportiva, a ginástica teve a sua oficialização e regulamentação muito mais
tarde se comparada ao seu surgimento enquanto mera condição de prática metódica de
exercícios físicos, já encontrados por volta de 2 600 a.C., nas civilizações da China, da Índia e
do Egito, onde se valorizava o equilíbrio, a força, a flexibilidade e a resistência, utilizando,
inclusive materiais de apoio, como pesos e lanças. Este conceito começou a desenvolver-se pela
prática grega, que o levou através do Helenismo e do Império Romano. Foram os gregos os
responsáveis pelo surgimento das primeiras escolas destinadas à preparação de atletas para
exibições ginásticas em público e nos ginásios. O seu estilo nascia da busca da filosofia "corpo
são, mente sã" e do ideal da beleza humana, expressado em obras de arte deste período.
Socialmente, os homens reuniam-se para apreciar as artes desenvolvidas na época, entre
pintura, escultura e música, discutiam a filosofia, também em desenvolvimento e, para
divertirem-se e cultuarem os seus corpos, praticavam ginástica, que, definida por Platão e
Aristóteles, era uma prática que salientava a beleza através dos movimentos corporais. Foi ainda
na Grécia Antiga, que a ginástica adquiriu o seu estatuto de educação física, pois esta
desempenhava papel fundamental no sistema educativo grego para o equilíbrio harmónico entre
as aptidões físicas e intelectuais. Já em Esparta, na mesma época, este conceito servia
unicamente ao propósito militar, treinando as crianças desde os sete anos de idade para o
combate. Tal pensamento fez a sua participação nos Jogos diminuir com o passar dos anos. Em
Atenas, todavia, só a partir dos quatorze anos, os rapazes praticavam a educação física:
exercitavam-se nas palestras, que eram locais fechados e, sob os conselhos dos sábios,
praticavam os exercícios. Aprovados, seguiam, ao completarem dezoito anos, para os ginásios,
nos quais, tutelados pelos ginastas, formavam-se inseridos num ambiente em que se exibiam
obras de arte e onde os filósofos reuniam-se para discutir sobre a união corpo e mente.

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Apresentado à Roma, este conceito desportivo atingiu fins estritamente militares, de prática nas
palestras, para os jovens acima dos quatorze anos, e adquiriu um novo nome, o de ginástica
higiénica, aplicada nas termas, já que os romanos viam o culto físico como algo satânico e, em
nome de Deus e da moral, decretaram o fim dos Jogos Olímpicos antigos, nos quais estava
inserida a ginástica enquanto festividade e preparação. No entanto, parte do povo manteve o
culto ao corpo e a educação física como práticas secretas.
Na Idade Média, a ginástica perdeu a sua importância devido à rejeição do culto ao físico e
à beleza do homem, ressurgindo somente na fase
renascentista, influenciada pela redescoberta dos
valores gregos, aparecendo assim nos teatros de rua,
que motivavam os espectadores a praticarem em
grupo as atividades físicas. Estruturalmente,
ressurgiu o termo ginástica higiénica, voltada para a
prática do exercício apenas direcionada para a
manutenção da saúde do indivíduo, descrita na obra
Arte Ginástica, de Jeronimus Mercurialis. Por volta
do século XVIII, recuperou-se e desenvolveu-se
conceituada em duas linhas, como expressão
corporal e como exercício militar.
Gravura nº1- Pintura alusiva ao séc. XVIII

A ginástica (tal como hoje é conhecida), tem uma origem recente, tendo surgido no século
XIX, porém apresentou uma rápida evolução. O termo “ginástica” ascendeu da palavra grega
“Gymnos”, que significa “nu”, isto porque na antiguidade clássica esta prática era executada
sem qualquer tipo de roupa, sendo assim considerado um desporto exclusivamente masculino.
Foi, como já foi dito anteriormente, na altura da antiguidade que esta deu os seus “primeiros
passos”. Nesta época, os atletas visavam exercitar o corpo devido às constantes rivalidades entre
povos e terras. Mas como foi dito só no século XIX é que a Ginástica passou a ter um caráter
de cientificidade, consolidando-se como um dos mais importantes novos códigos de civilidade.
Essa atividade teve total influência na “educação do corpo”, pois reformava completamente o
corpo, o qual passou a ostentar uma simetria como nunca teve antes. Para aquele momento
histórico, interessava o corpo disciplinado, educado e modelado para as novas necessidades
sociais.

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A ginástica foi usada como prática de poder das elites perante a nova classe pobre urbana,
e sob a condição de ciência, buscou posicionar o corpo de forma retilínea, utilizando, para tanto,
da anatomia, da fisiologia, da higiene, dentre outras áreas desta natureza. Ela constituía-se numa
forma de educar gestos e comportamentos, tão necessários para a ordem social daquela época.
A prática da Ginástica realizada simultaneamente em vários países da Europa,
especialmente na Alemanha, Suécia, Inglaterra e França, ao longo de todo o século XIX, fez
nascer o chamado Movimento Ginástico Europeu. Esse movimento constituiu-se a partir das
relações quotidianas, dos divertimentos e festas populares, dos espetáculos de rua, do circo, dos
exercícios militares, bem como dos passatempos da aristocracia.
Para que esse movimento tivesse aceitação e passasse a fazer parte da educação dos
indivíduos, além de possuir o princípio de ordem e disciplina coletiva, deveria romper
completamente com o seu núcleo primordial que era o divertimento. A ginástica passou a se
destacar nos círculos intelectuais, quando se tornou científica e despertou o interesse da
burguesia. Essa classe social utilizaria a ginástica como um instrumento disciplinador de
posturas, ações e gestos, que contribuiria para que os indivíduos adquirissem noções de
economia de tempo, de gasto de energia e de cultivo à saúde. Como nesse período as indústrias
ganhavam força, era preciso que fosse apresentada ao trabalhador uma atividade de caráter
ordenativo, disciplinador e metódico– a Ginástica.
Em contraposição aos interesses da burguesia europeia do século XIX, mas contemporâneas
a ela, os artistas realizavam práticas corporais, simples espetáculos em feiras e circos, onde
palhaços, acrobatas, gigantes e anões despertavam, na população, vários sentimentos, entre eles,
o assombro e o medo.

Gravura nº 2- Retrato de Friedrich Jahn

Foi então em 1811 que um alemão chamado Friedrich Jahn criou o primeiro ginásio ao ar-
livre. Em 1814 o sueco Pehr Ling cria o Instituto Central e Real de Ginástica de Estocolmo. Em

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1832 é fundada a Federação de Ginástica da Suíça, sendo a primeira federação de ginástica a
nível mundial. Em 1861, Luís Monteiro abre a primeira escola de ginástica em Portugal, na
Costa do Castelo, em Lisboa.
É em 1881 que surge a Federação Europeia de Ginástica (FEG), fundada na Bélgica, em
Liège. Em 1896 é introduzida a ginástica artística nos Jogos Olímpicos, em Atenas, para atletas
do sexo masculino. Em 1902 a ginástica torna-se obrigatória no Ensino Secundário, em
Portugal. Em 1921, a FEG passa a chamar-se de Federação Internacional de Ginástica (FIG).
Em 1928 a ginástica feminina faz pela primeira vez parte do programa olímpico, nos Jogos
Olímpicos de Amesterdão. Em 1950, é fundada a Federação Portuguesa de Ginástica (FPG),
sendo que em 2005 passa a designar-se de Federação de Ginástica de Portugal.
Atualmente, a Federação Internacional de Ginástica, considera que existem dois tipos de
ginástica: a não desportiva, apelidada de Ginástica Geral, esta vertente é usada para lazer e
diversão e a desportiva que abrange todos os tipos de ginástica, tais como, a ginástica artística,
ginástica rítmica, ginástica aeróbica, acrobática, trampolins, entre outros.

Gravura nº 3- Posturas gímnicas

Gravura nº 4- Folheto da época Gravura nº 5- Desenho da época

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Capítulo II: Caracterização da Ginástica

A ginástica é uma modalidade desportiva e caracteriza-se pelo fortalecimento das diversas


capacidades físicas. Essas mesmas diferentes capacidades são colocadas em prática pela
utilização de aparelhos de apoio, praticando neles ou através deles. Também é caracterizada
pelo seu cariz estético e pelo seu carácter educativo.
É importante referir que a ginástica, segundo a Federação Internacional de Ginástica (FIG)
subdivide-se em várias disciplinas competitivas: a Ginástica artística, rítmica, aeróbica
desportiva, trampolins, teamgym e parkour.
A ginástica não se reduz ao carácter competitivo. Tem sido promovido um programa, pela
FIG, chamado “Ginástica para Todos” com o objetivo de promover uma vertente mais
recreativa e de promoção da saúde. Este projeto assenta em quatro aspetos fundamentais:
diversão, aptidão física, técnica de base e amizade.
Relativamente à disciplina de Educação Física, a divisão por disciplinas é feita de maneira
diferente.
Para já o trabalho irá abordar estas disciplinas do ponto de vista competitivo, segundo as
informações e regras de competição, aprovadas pela FIG. Mais adiante, irão ser tratadas as
disciplinas específicas que são abordadas no âmbito da disciplina de Educação Física.

2.1- Ginástica de Competição

2.1.1- Ginástica Artística


A ginástica artista engloba uma grande “dose” de criatividade de coragem e controlo. O tipo
de ginástica mais apreciado, a artística, requer muita habilidade e treinos exaustivos para o
correto domínio dos aparelhos. A ginástica artística é a que porta uma história mais longínqua.
Apesar de já ser usada nos jogos olímpicos em Atenas A.C, esta foi transformada numa
modalidade desportiva no início do século XIX, pelo pedagogo alemão Friedrich Ludwig
Christoph Jahn (1778-1852).

Tipos de competição

• Femininos:
Caracterizada pelos seus 4 aparelhos - Saltos, Trave, Paralelas Assimétricas
e Solo – a GAF, como é conhecida, destaca-se pela sua transformação dos
últimos tempos das modalidades olímpicas.

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Saltos é o evento mais rápido e apresenta uma ginasta impulsionando-se sobre uma mesa
de salto, fazendo mortais ou piruetas para um colchão.
Paralelas assimétricas envolve ginastas a realizar elementos de troca entre as duas
barras, enquanto a Trave envolve tumbling, acrobacias, coreografia e elementos de dança
numa estrutura de apenas 10 cm de largura.
O Solo é um evento com música e apresenta tumbling, saltos, voltas e coreografia num
praticável com molas.

Gravura nº 6 e 7- Fotografias ilustrativas de técnicas artísticas

• Masculinos:
GAM, como também é conhecida, mostra ginastas a desafiar a gravidade de
uma forma elegante, ultrapassando os limites da física em 6 aparelhos: Solo,
Cavalo com Arções, Argolas, Saltos, Paralelas e Barra Fixa.

Gravura nº 8- Fotografia ilustrativa de técnicas artisticas

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2.1.2- Ginástica Rítmica

A ginástica rítmica é uma combinação de ginástica e arte com exercícios coreografados que
são geralmente feitos em grupos de vários atletas. O número de atletas, é a grande característica
diferenciadora entre as demais uma vez que este, pode variar entre poucas pessoas até cento e
cinquenta.
A beleza do movimento em todo o seu esplendor, é a Ginástica Rítmica (GR).
É uma disciplina olímpica feminina que é conhecida pelo manejo de aparelhos portáteis - a
corda, o arco, a bola, as maças e fita – combinado com movimentos corporais acompanhados
com música.
Desenvolve capacidades motoras como a coordenação, a postura, a flexibilidade, a força, a
destreza, a resistência, o ritmo, a agilidade e o equilíbrio.

Gravura nº 9- Fotografia ilustrativa de técnicas rítmicas

2.1.3- Ginástica Acrobática

A ginástica acrobática teve a sua origem há milhares de anos atrás. Na Antiga Grécia,
algumas pinturas em jarras e cerâmicas revelam que os exercícios acrobáticos já eram
praticados naquela época. Também na Roma antiga se realizavam acrobacias, tanto para fins
militares como para fins recreativos: Por um lado, os soldados eram treinados para escalarem
as paredes das cidades que invadiam; por outro, as pessoas dedicavam-se à realização de
pirâmides humanas. No entanto, somente no século XX é que a modalidade se começou a

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expandir, designadamente nos países de leste. Em 1934, na antiga URSS, realizou-se a primeira
competição formal.
A Ginástica Acrobática teve, portanto, origem nas artes circenses e, neste momento, é a
disciplina competitiva com maior número de filiados da FGP. Portugal vê-se em destaque a
nível internacional tendo já arrecadado várias medalhas a nível europeu e mundial.
Existem cinco categorias na Acrobática: Pares Femininos constituída por duas raparigas,
um base e um volante, os Pares Mistos constituído por um rapaz que é o base e uma rapariga
como volante, Pares Masculinos com dois rapazes, Grupos Femininos constituídos por três
raparigas e, por último, os Grupos Masculinos constituídos por quatro rapazes.
Apesar de todos serem constituídos de forma diferente, realizam três tipos de exercícios:
Equilíbrio, Dinâmico e Combinado. No Equilíbrio os ginastas realizam elementos vulgarmente
chamados de forças combinadas, tendo que manter cada posição durante três segundos. No
Dinâmico, os ginastas realizam elementos com fase de voo, por exemplo mortais e que podem
ser combinados com piruetas, podendo ser interligados entre si, e por último o Combinado que
agrupa as características dos dois anteriores.
Os exercícios são executados com acompanhamento musical, exigindo aos ginastas uma
expressão corporal e facial harmoniosa, perfeitamente sincronizados com a música. A disciplina
requer diversas características nomeadamente coragem, força, coordenação e flexibilidade.

Gravura nº 10 e 11- Fotografias ilustrativas de técnicas acrobáticas

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2.1.4- Ginástica Aeróbica Desportiva

Existem vários tipos de Ginástica Aeróbica, no entanto, de um modo geral ela pode ser
resumida como uma combinação de ginástica clássica com dança. Desta forma, esta, junta
exercícios físicos com algumas danças. Antes conhecida como ginástica desportiva, este tipo
de atividade tem uma disciplina na qual diversos exercícios são realizados. Exercícios estes que
podem ser, de alta ou baixa intensidade.
É uma disciplina gímnica rápida e vibrante, é caracterizada por um conjunto de passos e
movimentos contínuos, complexos e de alta intensidade, executados ao ritmo de música.
Tem origem nas tradicionais aulas de fitness e alia uma vertente coreográfica desafiante a
um elevado nível de execução técnica de elementos de dificuldade oriundos de várias outras
disciplinas gímnicas.
Pode ser praticada por ginastas nas categorias Individual Feminino, Individual Masculino,
Pares Mistos, Trios, Grupos, Aerodance e Aerostep, podendo estas últimas quatro categorias ter
uma composição feminina, masculina ou mista.
Abrange vários escalões etários: Infantil (6-8 anos), Iniciados (9-11 anos), Juvenis (12-14
anos), Juniores (15-17 anos) e Seniores (18+ anos).
Os exercícios têm uma duração entre 1’15’’ e 1’20’’ e são repletos de ritmo e dinamismo,
sempre com uma coordenação perfeita entre música e movimento.

Gravura nº 12- Fotografia ilustrativa de técnicas aeróbicas

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2.1.5- Trampolins

A ginástica de trampolim engloba um desporto com acrobacias e espetáculo. Nesta


atividade, o atleta deverá realizar saltos e acrobacias no ar, ao saltar no trampolim. Os saltos
podem atingir até seis metros de altura e os atletas são avaliados por jurados, de acordo com o
nível de dificuldade das acrobacias feitas no ar, o seu tempo de permanência no ar e a
dificuldade.
A ginástica de trampolim foi inventada por George P. Nissen, um ginasta norte americano
e professor de educação física, na metade da década de 1930. Este, explorou o desporto a partir
de observações de trapezistas de circo, que saltavam e faziam acrobacias no trampolim
localizado abaixo dos trapézios. Nissen, construiu um trampolim na garagem da sua casa e
começou a praticar o desporto e esquematizar as regras do mesmo.

É com grande emoção que o público assiste aos saltos, mortais e piruetas da ginástica de
Trampolins. Os ginastas usam o trampolim para saltar a alturas que podem ultrapassar os 10
metros, a altura de um prédio de três andares.
Sem dispositivos tecnológicos amarrados ao corpo, o trampolim é o mais próximo que os
seres humanos chegam de voar sozinhos.
Existem quatro categorias nesta disciplina: trampolim individual, trampolim sincronizado,
duplo mini-trampolim e tumbling.
O trampolim individual é Disciplina Olímpica

Gravura nº 13- Fotografia ilustrativa de técnicas de Trampolim

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2.1.6- TeamGym

TeamGym é a mais jovem disciplina da Ginástica, tendo sido estreada em 1997 na Finlândia,
num evento que na altura se chamava Euroteam.
Hoje, com muito mais maturidade e uma identidade própria, é uma disciplina da Ginástica
desenvolvida em equipa exibindo as suas habilidades em três aparelhos: Solo, Tumbling e
Trampet (Mini-Trampolim). Para um bom desempenho é necessário que a equipa esteja
coordenada e que todos os elementos sejam realizados com boa técnica.
As equipas podem ser: Femininas, Masculinas ou Mistas, tendo que ser estas últimas
equilibradas em número de ginastas de cada género. Cada uma pode conter entre oito a dez
ginastas.
Uma das principais características dos eventos de TeamGym é a espetacularidade das
equipas, rotinas e movimentos apresentados, contando com um ambiente eletrizante e alegre.

Gravura nº 14- Fotografia ilustrativa de técnicas de TeamGym

2.1.7- Parkour

Com origem nas ruas, o Parkour pode ser resumido como a arte de ir de um ponto a outro
com a máxima eficiência e fluidez. Apesar de ser recente já inspirou diversos eventos
desportivos e filmes de ação, tendo ganho muitos seguidores.
A sua prática é predominantemente em ambiente urbano, podendo ser adaptado para espaços
fechados com blocos, paredes e barras. Para superá-los, os traceurs devem fazer uso de uma
série de gestos, como o salto do gato, salto com o braço, drop jump e wall run.

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Havendo uma grande variedade de competições pelo mundo, o forte do Parkour é a sua
filosofia e forma de estar. O constante movimento, o encontrar um obstáculo no seu caminho e
criar uma estratégia para progredir, estimulando a autoconfiança e autocontrolo dos seus
praticantes.
O Parkour promove valores como a honestidade, respeito, humildade, abnegação,
criatividade e inclusão.

Gravura nº 15- Fotografia ilustrativa de técnicas de Parkour

2.2- Objetivo da Ginástica e principais regras

O objetivo da modalidade é realizar com perfeição todos os movimentos. Nas competições,


os ginastas executam vários movimentos pré-determinados. Estes movimentos ocorrem nos
aparelhos e no solo. Há diversos tipos de competições, e cada uma com as suas regras, mas no
geral, o que determina as maiores notas, e consequentemente o primeiro lugar, é o modo como
os movimentos são realizados. Quanto menos erros, maior a nota.
Na prova de solo, giros, saltos e outros movimentos, os ginastas não podem ultrapassar o
limite da quadra em forma de quadrado. Além disso, os homens têm como regra 70 segundos
para realizar movimentos, enquanto as mulheres têm 90 segundos.

2.2.1- Sistema de votação e Pontuação

Os exercícios de cada ginasta são avaliados e pontuados por um júri. Existem os elementos
obrigatórios em cada aparelho, que todos os ginastas devem praticar ou perderão pontos. O
ginasta deve acrescentar outros elementos para obter pontos extras. Todos os exercícios têm um
valor inicial, que para os homens é 8.6 e para as mulheres 9.0. Isto quer dizer que se o ginasta
não acrescentar elementos que valem bônus, o seu exercício poderá obter no máximo essas

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notas, mesmo que sejam executados perfeitamente. O valor de cada elemento e os movimentos
obrigatórios de cada aparelho estão no “Código de Pontos” desenvolvido pela FIG. Este código
muda a cada quatro anos, após as Olimpíadas, tornando-se mais elaborado. Os juízes procuram
erros de postura, de execução, entre outros, para deduzir do valor inicial do atleta.

Funções

O código da (FIG) é utilizado para pontuar os eventos da ginástica em nível internacional,


como os Mundiais e os Jogos Olímpicos. As Confederações Nacionais possuem um código
interno. Contudo, geralmente utilizam do código elaborado pela Federação Internacional, para
a pontuação dos Campeonatos Nacionais de elite. Sob este código, estão também as demais
ginásticas - rítmica, acrobata, aeróbica e de trampolim. Porém, cada qual possui as suas
especificidades e Códigos próprios.

Características

No código constam todas as informações sobre as condutas dos ginastas, treinadores e


árbitros, além de conter as descrições para validação de elementos, as tabelas de
“despontuação”, tabelas de valores de ligação, tabelas e grupos de elementos com suas
classificações de A a J e as descrições da execução de cada um deles.

Criação e surgimento

A ginástica, enquanto modalidade artística, está presente desde a primeira Olimpíada da Era
Moderna, em 1896, com as provas de argolas, barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças,
salto sobre o cavalo e subida em corda lisa. Contudo, mesmo fazendo parte da primeira edição
olímpica, alguns problemas eram evidentes: os árbitros não tinham regras a seguir e cada
ginasta podia levar o seu aparelho, tornando inexistente a uniformidade. Como solução a todos
esse problema, em 1948, em Londres, foi produzido o primeiro Código de Pontuação.

O Antigo Código

Nadia Comaneci: primeira ginasta a conquistar uma nota 10,0.

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O velho código trabalhou sob o sistema de pontuação dez (10,0). Logo, a nota limite a ser
atingida, era o dez. Este sistema trabalhava dividido em quatro critérios.

• Habilidades: A cada elemento acrobático e artístico era dada uma dificuldade


específica de classificação, variando entre A e Super- E, na Tabela de Elementos. O
ginasta conquistava pontos bônus realizando as competências difíceis (os seus
movimentos pontuados) separadamente umas das outras ou através das sequências
(elementos artísticos, as passadas).
• Elementos obrigatórios: A composição da rotina era decidida pelo ginasta e pelo seu
treinador. Contudo, em todos os aparelhos, à exceção do salto, havia na Tabela os
elementos que deveriam ser executados durante a rotina. A exemplo de elemento e
obrigatório, está o giro gigante: a volta de 360 graus realizada nas barras assimétricas
e na barra fixa.
• Base de pontuação: A pontuação base era o padrão de valor inicial da rotina - o ginasta
preenchia-a com todos os elementos necessários. Isso foi alterado ao longo dos anos,
tendendo a diminuir o limite mínimo de pontos. Por exemplo, entre 1992 e 1996, a
pontuação mínima exigida era de 9,2 e entre 2000 e 2004, já era de 8,8.
• Valor inicial: O valor inicial é a combinação da pontuação base e dos bónus
adicionados pelo ginasta. É o valor de suas passadas, movimentos de ligação e
elementos obrigatórios. Idealmente, o ginasta procurava ter a sua nota inicial o mais
perto do 10 quanto fosse possível.
• As regras para as provas de salto foram as únicas que não sofreram mudanças na
passagem do velho para o novo.

O Novo Código

Em 2006, o Código de Pontuação, juntamente a toda a característica do sistema da ginástica,


fora revisto sob a alegação de irregularidades nas avaliações dos eventos nas Olimpíadas de
Atenas, que puseram à prova a objetividade e a fiabilidade do sistema em questão.
A primeira ginasta a ser campeã mundial sob o modificado código, foi a italiana Vanessa
Ferrari. Ainda que tendo cometido erros durante a sua execução, ela manteve a medalha de ouro
do concurso geral por ter na sua rotina, movimentos de dificuldade mais elevados que as demais
competidoras. Apesar das constantes oposições ao novo código e das controvérsias da sua

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modificação, o mesmo fora mantido para dar ênfase ao avanço do desporto, à objetividade do
julgamento e a promover qualificações de níveis elevados.

Elaborações gerais

A italiana Vanessa Ferrari foi a primeira vencedora mundial sob o novo COP.
A russa naturalizada norte-americana, Nastia Liukin, foi a primeira campeã olímpica sob o
novo COP.
Em vias gerais, o código é atualizado a cada término do ciclo olímpico, isso significa novas
mudanças a cada quatro anos. Nele são feitas importantes revisões a fim de demonstrar as
tendências de mudanças na modalidade e modificar a Tabela de Elementos - retirando
movimentos desvalorizados e adicionando novas competências que os ginastas apresentam.
Além disso, pequenas modificações que se façam necessárias, são executadas, muitas vezes,
ao fim de um Campeonato Mundial.

Elaborações específicas

A FIG possui uma nova regra de âmbito abrangente, que foi adotada em 2006, quando se
resolveu separar as notas de dificuldade das notas de execução. No total, para avaliar-se uma
prova de ginástica, são escalados nove árbitros. O primeiro deles é o coordenador da banca. Os
demais, dividem-se entre os grupos A e B.
A série, em cada aparelho então, é julgada por esse grupo de árbitros. Eles ficam divididos
em dois grupos: o grupo que avalia o valor da série (banca de arbitragem A - formada por dois
membros) e o grupo que avalia a execução (banca de arbitragem B - formada por seis membros).
Com exceção do salto, todas as séries têm um valor de partida, dado pelos árbitros da banca A.
Para poderem avaliar uma série, os árbitros dividem os elementos em sete grupos de valor:
A, B,C,D, E, F e G, onde "A" é o elemento mais fraco e "G" (apenas paras as provas femininas,
as provas masculinas param na F), o elemento mais forte. Nesse caso, todos os aparelhos têm
em comum a necessidade de uma série com os elementos citados nas suas respetivas
quantidades. Apenas o salto possui um valor máximo já pré-estabelecido. Para se chegar ao
somatório final que valida a performance de um ginasta, dois painéis são utilizados:
- O primeiro é o critério D (ou critério de Dificuldade), que avalia o conteúdo dos exercícios
sob três aspetos. São eles: dificuldade de valor, requisitos de composição e valor de conexão.

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- DV: Nesta parte da avaliação ficam os elementos a serem executados pelo ginasta. Aqui
validam-se os seus oito movimentos obrigatórios e de valores mais elevados, cada qual com o
seu grau de dificuldade. Por exemplo: Um salto Layout back possui nível de dificuldade A e
vale 0,1. Enquanto um movimento G vale 0,7.
- RV: Possui pontuação máxima de 2,500 e baseia-se em grupos de cinco elementos. Os
ginastas podem atender às exigências da RV e da DV ao mesmo tempo.
- CV: Possui a pontuação dos movimentos de passada dos ginastas, os seus movimentos de
ligação. Os seus valores variam entre 0,1 e 0,2.
Em geral, um ginasta poderia atingir uma pontuação ilimitada diante dos movimentos de
conexão que pode executar, contudo, com a nova revisão do código para 2009-2012, isso
tornou-se mais difícil.
- O segundo, é o critério E (ou critério de Execução), onde são avaliados o desempenho
artístico e da execução dos elementos em si. A pontuação máxima deste é dez. A partir disso,
começa-se a descontar. Para erros onde o ginasta se desliga do aparelho é feito um desconto de
um para erros considerados pequenos, médios e grandes, os descontos são de 0,1, 0,3, 0,5 e 1,0
respetivamente.
Para se obter a nota total e final, uma soma de A e B é feita após as devidas avaliações e
deduções.
Eis um exemplo de cálculo: Supondo que um ginasta tenha a sua nota de partida, avaliada
pela banca A, em 6,500 e as suas notas de execução, avaliadas pela banca B, em 9,500 - 9,250
- 9,100 - 9,500 - 10,000 - 9,500. Primeiro, retira-se a maior e a menor notas. Depois, tira-se a
média B, que nesse caso é de 9,437. A nota final do ginasta, desse modo é de 15,935 (A + B).
Diante deste novo código, a nota dez, antes atingida pela conhecida romena Nadia
Comaneci, fora extinta e uma média 15,500 tornou-se satisfatória para provas de classificação.

2.2.2- Regulamentos

Ginástica Olímpica Masculina

Os homens competem em seis aparelhos – salto sobre o cavalo, barras paralelas, cavalo com
alças, barra fixa, solo e argolas. A nota inicial das séries masculinas é 8.6. Para atingir a nota
máxima de partida – 10 pontos – os ginastas devem executar, além dos movimentos
obrigatórios, elementos extras que bonificam suas rotinas.

17
I – SOLO

O exercício de solo para homens dura entre 50 e 70 segundos e ao contrário do feminino


não é acompanhado de música.

II – CAVALO COM ALÇAS

Está a 1,05 metro do solo e tem 1,60 metro de comprimento. O ginasta deve executar
movimentos contínuos de círculos e tesouras. Somente as mãos devem tocar o aparelho.

III – ARGOLAS

Estão a 2,55 metros do solo. Durante a apresentação o ginasta deve ficar pelo menos dois
segundos parado numa posição vertical ou horizontal em relação ao solo. As argolas devem
sempre permanecer paradas.

IV – SALTO SOBRE CAVALO

O cavalo está a 1,35 metro do solo. O ginasta deve comunicar aos árbitros qual salto irá
realizar para que se possa atribuir a nota de partida.

V – BARRAS PARALELAS

Estão a 1,75 metro do solo. Durante a apresentação o ginasta deve executar um movimento
em que ambas as mãos não estejam em contato com o aparelho.

V – BARRA FIXA

Está a 2,55 metros de altura. Durante a execução da prova o atleta deverá manter-se em
movimento realizando movimentos como mortais e saltos encarpados.

18
Ginástica Olímpica Feminina

A Ginástica Olímpica Feminina, é uma modalidade constituída por quatro aparelhos, ou


provas, onde as ginastas apresentam-se na ordem olímpica.
I – SALTO SOBRE O CAVALO

Todos os saltos devem ser realizados com repulsão de ambas as mãos sobre o cavalo. A
distância da corrida pode ser determinada individualmente. No limite máximo de 25 metros

A chegada no trampolim deve ser com os dois pés e pode ser:


- Da corrida de aproximação ou de um elemento.

São permitidas três corridas de aproximação, desde que a ginasta não tenha tocado o
trampolim e ou o cavalo. Não é permitida uma quarta corrida.

Os saltos encontram-se classificados em quatro grandes grupos, onde os valores variam de


8 a 10 pontos.

II – BARRAS PARALELAS ASSIMÉTRICAS

A avaliação do exercício começa com a impulsão no trampolim, ou colchões.


O exercício deve ser composto de elementos de diferentes grupos. As partes de dificuldade
A – B – C – D e E devem representar uma variedade dos seguintes grupos de elementos:

- Dos grupos estruturais devem ser executados elementos com giros sobre o eixo
longitudinal (piruetas) e transversal (mortais), trocas de tomadas e elementos com voo.

III – TRAVE DE EQUILÍBRIO

A avaliação do exercício começa com a impulsão no trampolim até a saída nos colchões.

A duração do exercício na trave de equilíbrio não poder ser menor de 1 minuto e 10


segundos, nem maior que 1 minuto e trinta segundos.

19
Durante o exercício devem ser criados pontos altos e dinâmicos com:

A. Elementos acrobáticos e ginásticos de diferentes grupos.


B. Variações no ritmo entre movimentos rápidos e lentos, para frente, lado e para trás.
C. Mudança do trabalho próximo e afastado da trave.

IV – SOLO

A avaliação do exercício começa com o primeiro ginástico ou acrobático da ginasta. A


duração do exercício de solo não pode ser menor que 1 minuto e 10 segundos nem maior que 1
minuto e trinta segundos.
O acompanhamento musical pode ser orquestrado, piano ou outro instrumento sem canto.
Ultrapassar a área de solo (12 m x 12 m) significa tocar o solo com qualquer parte do corpo,
fora da linha demarcatória, a cada ultrapassagem existe uma dedução.
As partes de valor (dificuldade) A – B – C – D e E devem pertencer aos seguintes grupos de
elementos:

- Elementos acrobáticos com ou sem fase de voo para frente ou para o lado e para trás.

- Elementos ginásticos, tais como: giros, saltos, combinações de passos e corridas e ondas
corporais.

Competição e Pontuação

Gravura nº 16- Fotografia ilustrativa de uma prova olímpica

20
As categorias em que se compete são:

a) Pré infantil (6 anos)


b) Infantil (7 e 8 anos)
c) Infantil A (9 e 10 anos)
d) Infantil B (11 e 12 anos)
e) Juvenil (13 a 15 anos)
f) Maiores (16 anos adiante).

Existe ainda uma segunda classificação por níveis (classificados por letras) que determina
o nível de dificuldade dos exercícios e os aparelhos.
A nota máxima que um ginasta pode alcançar é 10 e consegue-se pela soma dos diferentes
pontos dos árbitros. São eles:

• Dificuldades e parte de valor (3,00)


• Exigências específicas ou requisitos obrigatórios (1,40 – 0,20)
• Bonificação (1,00)
• Composição e combinação (0,60)
• Execução (4,00)

Existem quatro tipos de classificações:

• Concurso I: classificatório para os outros três concursos (obrigatório).


• Concurso II: chama-se “All Around”. é para determinar a vencedora da classificação
individual geral (participam as 36 mais bem classificadas no concurso I).
• Concurso III: compete-se por aparelhos (participam as 8 mais bem classificadas em
cada aparelho no concurso I).
• Concurso IV: é a competição por equipa (participam as 6 equipas mais bem
classificadas no concurso I).

A ordem de competição é por sorteio.

A pontuação por equipa faz-se da seguinte forma:

21
• Cada equipa contém 6 ginastas.
• Em cada aparelho competem 5 ginastas (o técnico decide quem compete em cada
aparelho).
• Pega-se as 4 melhores notas deste aparelho, o seu total é a nota por equipa neste
aparelho.
• Repete-se o procedimento nos outros aparelhos.
• Os aparelhos em que se competem seguindo a ordem olímpica são: salto sobre
cavalo, paralelas assimétricas, trave e solo.

SALTO

O cavalo tem 1,25 m de altura medida desde o colchão. Existem quatro grupos de saltos:

a) Saltos simples e saltos com mortais.


b) Saltos com e sem giros seguidos de mortal.
c) Entradas Tsukaharas (entrada no cavalo com ½ giro como no rodante e em seguida se faz
diferentes tipos de mortais).
d) Entradas Yurchenkos (se faz um rodante em cima do trampolim e entra no cavalo em
posição de flic para depois fazer mortais e piruetas).

PARALELAS ASSIMÉTRICAS

A altura da barra inferior é de 1,65 m e a barra superior é de 2,45 m (+/- 3 cm); a separação
entre as barras é de 1,50 m. Os 7 requisitos são:

a) 3 trocas de barras
b) 2 elementos com valores diferentes
c) Um elemento com giro
d) Uma saída de dificuldade

As normas de execução são:

22
a) Alguma execução por de baixo da barra inferior e por cima da barra superior
b) Execução por fora e entre as barras
c) Múltiplas trocas de barras (mínimo 3)

TRAVE DE EQUILÍBRIO

A altura da trave é de 1,25 m e tem 5 metros de largura. O exercício deve durar entre 1’10”
e 1’30”.
Os seus requisitos são:

a) Uma série acrobática de 2 ou mais elementos com voo


b) Uma série ginástica de 2 ou mais elementos
c) Uma série mista (acrobático + ginástico ou vice e versa) de 2 ou mais elementos
d) Um elemento por baixo da trave
e) Um giro de 360° sobre uma perna
f) Um salto de grande amplitude
g) Uma saída de dificuldade C nos concursos I, II y IV e de dificuldade D no concurso III.

Durante a apresentação é exigido que a ginasta realize trocas de níveis (altura), trocas
harmónicas entre grupos de elementos, movimentos em posição lateral, cruzada e oblíqua ao
árbitro e não se permite mais de 2 elementos estáticos (ex.: avião, parada de mãos).

SOLO

A apresentação realiza-se num tablado de 12 x 12 metros, dura entre 1’10” e 1’30” e é


acompanhado por música sem canto.

Os seus requisitos são:

a) 2 séries acrobáticas de pelo menos 3 elementos


b) Uma dessas 2 séries deve ser combinada (significa que 2 saltos mortais obrigatórios
devem ser em diferentes direções)
c) Uma série ginástica de 3 elementos

23
d) Uma série mista de 3 elementos
e) Um ginástico de dificuldade mínima C
f) Uma saída na série acrobática de dificuldade C nos concursos I, II e IV e de dificuldade
D no concurso III.

Durante a apresentação é exigido que a ginasta realize trocas harmónicas entre elementos
acrobáticos e ginásticos, trocas dinâmicas entre movimentos lentos e rápidos, harmonia entre a
música e os movimentos, e utilização de todo o tablado.

24
Capítulo III- Ginástica no âmbito da Educação Física

São três as principais modalidades abordadas na disciplina de Educação Física: a ginástica


de solo, a de aparelhos e a acrobática.

3.1- Ginástica de solo

A ginástica de solo é uma disciplina individual que pertence à ginástica artística.


Em contexto de aulas de Educação Física é habitual que os elementos gímnicos se realizem
sobre colchões.

3.1.1- Elementos Gímnicos

Rolamentos à frente (cambalhotas à frente)

Gravura nº 17 e 18- Gravuras ilustrativas das técnicas

25
Aspetos técnicos:

1- Fletir as pernas, ficando na posição de “cócoras”.


2- Colocar as mãos no solo, à largura dos ombros, com os dedos afastados e orientados
para a frente.
Com os pés sempre juntos e o queixo junto ao peito, impulsionar as pernas e projetar a
bacia para a frente e para cima.
Tocar suavemente com a nuca no solo e esticar as pernas na fase final do enrolamento.
3- Fletir o tronco e colocar os braços entre as pernas (A) ou por “fora” das pernas (B) para
ajudar a subir.
Com as pernas bem esticadas e afastadas (A) ou unidas e em extensão (B), voltar à
posição inicial.

Gravura nº 19 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Fletir ligeiramente as pernas e projetar a bacia para cima e para a frente, após impulsão
com os dois pés juntos.
2- Colocar as mãos no solo, à largura dos ombros e o queixo junto ao peito, e fletir as
pernas sobre o tronco, apoiando a nuca no solo.
3- Sem apoiar as mãos no solo, e aproveitando a velocidade do movimento, voltar à
posição inicial.

26
Rolamentos à retaguarda (cambalhotas atrás)

Gravura nº 20 e 21- Gravuras ilustrativas das técnicas

Aspetos técnicos:

1- Fletir o tronco sobre as pernas e desequilibra-te à retaguarda. Amortecer o impacto


através de um apoio das mãos no solo.
2- Manter o queixo junto ao peito e as mãos à largura dos ombros, perto da cabeça.
Realizar uma forte repulsão com as mãos no solo, esticando progressivamente os braços
quando a bacia passar pela vertical.
3- Afastar e estender as pernas (A) ou esticar e unir as pernas (B), acabando o movimento
na posição inicial.

27
Gravura nº 22 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Fletir o tronco sobre as pernas e desequilibrar à retaguarda.


Amortecer o impacto através de um apoio das mãos no solo.
2- Manter o queixo junto ao peito e as mãos à largura dos ombros, perto da cabeça.
Realizar uma forte repulsão com as mãos no solo, esticando progressivamente os braços
quando a bacia passar pela vertical.
3- Definir a posição de apoio facial invertido (pino) e realizar posteriormente a saída da
posição de forma lenta e controlada, com um ou ambos os pés a tocar simultaneamente
o solo.

Apoio facial invertido

Gravura nº 23 - Gravura ilustrativa da técnica

28
Aspetos técnicos:

1- Partindo da posição de afundo, inclinar o corpo para a frente através de um


desequilíbrio.
2- Apoiar as mãos no solo, à largura dos ombros, com os dedos orientados para a frente e
mantendo os braços esticados.
3- Desequilibrar para a frente e realizar o rolamento, acabando na posição inicial.

Roda

Gravura nº 24 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Iniciar o elemento a partir da posição de afundo.


2- Elevar a bacia e a perna de balanço, apoiando as mãos no solo, alternadamente.
Colocar a primeira mão no sentido do movimento e a outra em rotação interna.
3- Apoiar alternadamente os pés na fase final do movimento.

Elementos de ligação entre elementos gímnicos-saltos

Gravura nº 25 - Gravura ilustrativa das técnicas

29
Gravura nº 26 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Iniciar o elemento a partir da posição de afundo.


2- Elevar a bacia e a perna de balanço, apoiando uma das mãos no solo, enquanto se recolhe
a outra para que não toque no solo.
Passar o corpo em extensão pela vertical, com afastamento das pernas.
3- Apoiar alternadamente os pés na fase final do movimento.

Rodada

Gravura nº 27 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Iniciar o movimento a partir da posição de afundo ou através de um salto em extensão.


2- Apoiar alternadamente as mãos, a primeira voltada para fora e a segunda virada para
trás.
Impulsionar as pernas, balançar a perna livre e, à passagem pela posição invertida, junta
as pernas de forma enérgica.

30
Efetuar repulsão dos braços.
3- Após a receção no solo, realizar salto em extensão.

Salto de mãos à frente

Gravura nº 28 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Realizar uma breve corrida preparatória, pré-chamada e chamada.


2- Contactar o solo com as mãos apoiadas à largura dos ombros, mas longe do último apoio
do pé, e manter os braços em extensão.
Projetar a perna de balanço e impulsionar a perna de apoio.
À passagem pela vertical, juntar as pernas.
3- Manter o corpo fletido à retaguarda e realizar receção equilibrada no solo.

Flic Flac à retaguarda

1- Inclinar
Gravura ligeiramente
nº 29 o corpo à retaguarda,
- Gravura ilustrativa da técnica criando um desequilíbrio.

31
2- Estender o corpo durante o desequilíbrio à retaguarda, apoiando as mãos no solo, à
largura dos ombros.
Fazer repulsão dos braços, impulsionando o corpo para trás e para cima.
3- Realizar receção equilibrada no solo, sem flexão das pernas.

Elementos de ligação entre os elementos gímnicos-voltas

Gravura nº 30 - Gravura ilustrativa das técnicas

Mortal engrupado à retaguarda

Gravura nº 31 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Fletir as pernas e desequilibrar ligeiramente à retaguarda.


Através da ação das pernas, impulsionar à retaguarda elevando a bacia.
2- Fazer rolamento à retaguarda e agarrar a parte superior e anterior dos joelhos.
Ao começar a ver o solo, afastar o tronco das pernas.

32
3- Preparar a receção equilibrada no solo através de uma forte contração das pernas.

Mortal à frente engrupado

Gravura nº 32 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Realizar corrida preparatória seguida de chamada a pés juntos.


2- Impulsionar fortemente as pernas, elevando o corpo e fletindo a cabeça sobre o tronco.
Iniciar o rolamento à frente engrupado e agarrar a parte superior e anterior dos joelhos
durante o enrolamento.
3- Preparar a receção no soo através da extensão progressiva das pernas e da sua contração
no momento do contacto com o solo.

Elementos de ligação entre os elementos gímnicos- afundos

Gravura nº 32 - Gravura ilustrativa das técnicas

33
Gravura nº 33 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Afastar e esticar as pernas, e fletir o tronco à frente até atingires um ângulo reto.
2- Colocar as mãos no solo, à largura dos ombros, e eleva a bacia até à posição vertical,
através da aplicação de força.
3- Elevar as pernas progressivamente até atingires a posição de apoio facial invertido,
unindo-as só quando se encontrarem na posição vertical.

Elementos de flexibilidade

Gravura nº 34 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Posicionar braços e pernas em extensão completa.


2- Apoiar as palmas das mãos no solo, com os dedos orientados para os pés.
3- Manter esta posição durante três segundos.

34
Gravura nº 35 e 36 - Gravuras ilustrativas das técnicas

Aspetos técnicos:

1- Posicionar pernas e pés em extensão completa, com as pernas completamente afastadas.


2- Assumir a atitude gímnica com o tronco direito, a cabeça levantada e a olhar dirigido
para a frente.
3- Colocar os braços estendidos e paralelos ao solo.

Elementos de equilíbrio

Gravura nº 37 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Esticar as pernas e elevar uma das pernas à retaguarda.


2- Ao mesmo tempo, inclinar ligeiramente o tronco à frente para formar um ângulo de 90º
com as pernas, mantendo os pés apoiados no colo.
3- Manter a cabeça levantada e o olhar dirigido para a frente por três segundos.

35
Gravura nº 38 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Colocar as pernas em extensão e afastadas entre si.


2- Manter o tronco direito, a cabeça levantada e o olhar dirigido para a frente, e segurar
com a mão o calcanhar da perna que se encontra elevada.
3- Manter esta posição durante três segundos.

Elementos de força

Gravura nº 39 - Gravura ilustrativa da técnica

36
3.2- Ginástica de aparelhos

A ginástica de aparelhos é um termo que não é habitual ouvir falar e que quando se ouve
confunde-se com “ginástica artística” que só tem como referência as prestações dos ginastas de
alto rendimento.
A ginástica de aparelhos teve início na Alemanha no séc. XIX originalmente com o objetivo
de substituir os obstáculos que homens e mulheres teriam de ultrapassar na vida quotidiana,
através da simulação de situações de agilidade, força, velocidade, coordenação e domínio
corporal, e também para servirem a preparação física e militar dos homens.
A considerável redução da atividade física, característica das sociedades modernas, resultou
num afastamento das pessoas, em particular dos jovens, dos movimentos da ginástica e dos
aparelhos que consideram obstáculos intransponíveis.
A ginástica de aparelhos podendo ser praticada sem treino muito apurado permite o contacto
com os movimentos da ginástica e dos aparelhos pois tem um carácter universal, diferente da
ginástica artística que atingiu hoje um nível técnico elevado, podendo ser uma solução efetiva
para a aquisição de uma boa aptidão física e domínio das atividades motoras básicas do ser
humano.
A preparação física multifacetada que a ginástica de aparelhos proporciona às crianças e
jovens poderá ainda tornar-se um instrumento útil para o/a praticante que queira enveredar por
uma carreira dirigida à competição quer na ginástica ou em qualquer outro desporto.
Na escola, realizam-se elementos gímnicos menos complexos do que nas provas oficiais de
ginástica artística. Os aparelhos utlizados em contexto escolar são: plinto, boque,
minitrampolim, barra fixa, reuther e trave (alta e baixa).

Aparelhos:

Gravura nº 40- Plinto Gravura nº 41- Boque Gravura nº 42- Minitrampolim

37
Gravura nº 43- Barra fixa Gravura nº 44- Reuther

Gravura nº 45 – Trave alta Gravura nº 46- Trave baixa

3.2.1- Saltos

Os saltos são realizados sobre o plinto após impulsão no trampolim reuther. É fundamental
respeitar as fases de corrida de balanço, pré-chamada, chamada e receção.

Plinto
I- Salto de eixo
Plinto transversal

Gravura nº 46 - Gravura ilustrativa da técnica

38
Gravura nº 47 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Realizar a pré-chamada e a chamada no trampolim reuther.


2- Assegurar um primeiro voo bem definido, com elevação da bacia acima dos ombros.
Realizar apoio e repulsão dos braços no contacto com o plinto, afastando as pernas. No
plinto longitudinal, apoiar as mãos o mais à frente possível.
3- No segundo voo, manter os braços e as pernas em extensão. Realizar receção controlada,
com os braços orientados para a frente e as pernas e fletidas, ajudando no equilíbrio.

II- Salto entre mãos

Gravura nº 48 e 49 - Gravuras ilustrativas das técnicas

39
Aspetos técnicos:

4- Realizar a pré-chamada e a chamada no trampolim reuther.


5- Assegurar um primeiro voo bem definido, com elevação da bacia acima dos ombros.
Apoiar e fazer repulsão dos braços no contacto com o plinto, aproximando os joelhos
do peito. No plinto longitudinal, apoiar as mãos o mais à frente possível.
6- No segundo voo, passar o aparelho com as pernas unidas e fletidas entre os braços.
Tentar efetuar receção controlada, com os braços orientados para a frente e as pernas
juntas e fletidas, ajudando no equilíbrio.

III- Roda

Gravura nº 50 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Realizar a pré-chamada e a chamada no trampolim reuther


2- Fazer rotação lateral do tronco (¼ de volta), com as mãos a tocarem alternadamente no
plinto na mesma linha do movimento. Efetuar passagem do corpo em extensão pela
vertical, com afastamento das pernas.
3- Fazer receção no colchão com o contacto das pernas a ser realizado alternadamente.

IV- Passagem por pino (queda facial)

40
Gravura nº 51 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Realizar a pré-chamada e a chamada no trampolim reuther.


2- Elevar a bacia e fazer o apoio e à repulsão das mãos no plinto, mantendo o corpo
3- Fazer receção no colchão com o contacto das pernas a ser realizado alternadamente.

3.2.2- Minitrampolim

O minitrampolim é um aparelho que permite o impulso para a realização de diferentes saltos,


tais como saltos com saída ventral (para a frente) e com saída dorsal (para trás).

Salto em extensão (vela)

Gravura nº 52 - Gravura ilustrativa da técnica

41
Gravura nº 53 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Realizar a pré-chamada e a chamada no minitrampolim.


2- Esticar totalmente o corpo e elevar simultaneamente os braços. Ao atingir o ponto mais
alto, preparar a receção ao solo, aproximando os braços do tronco.
3- Realizar receção controlada, com ligeira flexão das pernas.

Gravura nº 54 e 55 – Gravuras ilustrativas das técnicas

42
Aspetos técnicos:

1- Realizar a pré-chamada e a chamada no minitrampolim.


2- Esticar totalmente o corpo e, em seguida, flete as pernas, colocando as mãos abaixo dos
joelhos (salto engrupado), ou faz uma rotação logo após a impulsão no minitrampolim,
acompanhando com o olhar o sentido da rotação e mantendo os braços em extensão
(pirueta vertical).
3- Fazer receção controlada, com ligeira flexão das pernas.

Gravura nº 56 e 57 - Gravuras ilustrativas das técnicas

Aspetos técnicos:

1- Realizar dois ou três saltos com impulsão no minitrampolim.


2- Preparar a saída dorsal, com impulsão no minitrampolim.
3- Na saída dorsal, fazer salto em extensão e realizar receção controlada no colchão, com
ligeira flexão das pernas.

43
Gravura nº 58 e 59 - Gravuras ilustrativas das técnicas

Aspetos técnicos:

1- Realizar a pré-chamada e chamada no minitrampolim.


2- Esticar totalmente o corpo e flete as pernas sobre o tronco, afastando-as (carpa de pernas
afastadas) ou mantendo-as unidas (carpa de pernas unidas). Atingida a posição
encarpada no ponto mais alto, preparar a receção ao solo, aproximando os braços do
tronco.
3- Fazer receção controlada, com ligeira flexão das pernas.

44
Gravura nº 60 e 61 - Gravuras ilustrativas das técnicas

Aspetos técnicos:

1- Realizar dois ou três saltos com impulsão no minitrampolim.


2- Preparar a saída dorsal, com impulsão no minitrampolim.
3- Efetuar salto de carpa com as pernas afastadas ou unidas e realizar receção controlada
no colchão, com ligeira flexão das pernas.

¾ de mortal à frente engrupado e encarpado

Gravura nº 62 - Gravura ilustrativa da técnica

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Aspetos técnicos:

1- Realizar dois ou três saltos no minitrampolim.


2- Preparar a saída dorsal, com impulsão no minitrampolim.
3- Efetuar salto de carpa com as pernas afastadas ou unidas e realizar receção controlada
no colchão, com ligeira flexão das pernas

Gravura nº 63 - Gravura ilustrativa da técnica

3.2.3- Trave
A trave é um aparelho gímnico que, em contexto de aula, em Educação Física, todos os
alunos deverão realizar sequências gímnicas num plano elevado, ou seja, em cima da trave.

Entrada a um pé com apoio

Gravura nº 64 - Gravura ilustrativa da técnica

Aspetos técnicos:

1- Impulsionar um pé no trampolim reuther e apoiar o outro pé na trave.


2- Elevar o corpo, com a ajuda dos braços e colocar um pé sobre a trave.

46
3- Posicionar o pé de impulsão à frente do pé de apoio, na trave.

Marcha à frente e atrás, e marcha na ponta dos pés

Gravura nº 65 - Gravura ilustrativa das técnicas

Aspetos técnicos:

1- Para se deslocar, colocar um pé à frente do outro (marcha à frente) ou um pé atrás do


outro (marcha atrás). Na marcha na ponta dos pés, realizar os apoios na trave com a
ponta dos pés.
2- Colocar o tronco em extensão, a cabeça levantada e o olhar dirigido para a frente.
3- Manter os braços em extensão lateral.

Meia-volta e meio pivô com balanço de uma perna

Gravura nº 66 - Gravura ilustrativa das técnicas

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Aspetos técnicos:

1- Para se deslocar, colocar um pé à frente do outro (marcha à frente) ou um pé atrás do


outro (marcha atrás). Na marcha na ponta dos pés, realizar os apoios na trave com a
ponta dos pés.
2- Colocar o tronco em extensão, a cabeça levantada e o olhar dirigido para a frente.
3- Manter os braços em extensão lateral.

3.3- Ginástica acrobática

A ginástica acrobática é uma disciplina que pode ser praticada por raparigas e rapazes com
diferentes idades e estruturas. O objetivo é os alunos combinarem, numa coreografia, um
conjunto de elementos gímnicos (afundos, rolamentos, posições de equilíbrio e flexibilidade, e
outras destrezas gímnicas) com figuras acrobáticas.
As coreografias são organizadas por pares, trios ou quadras de alunos distribuídos por cinco
categorias:
- Pares femininos;
- Pares mistos;
. Pares masculinos;
- Grupos (trios) femininos;
- Grupos (quadras no desporto federado e trios no desporto escolar).
As coreografias desenvolvem-se num praticável (quadrado de 12 x 12 m), com uma duração
máxima de dois minutos e quinze (desporto federado e desporto escolar). Ao nível escolar não
existe duração mínima.
De acordo com as suas funções, os ginastas podem ser denominados bases ou volantes.

Gravura nº 67 - Gravura ilustrativa da técnica

48
Posição:
A- Base. Aquele que suporta e projeta outros.
B- Base intermédio- Aquele que suporta e projeta, mas que também pode executar
elementos específicos da posição de volante.
C- Volante- Aquele que, por cima do (s) base (s), executa os elementos técnicos.

3.3.1- Figuras acrobáticas

Na ginástica podemos encontrar um conjunto de elementos de equilíbrio que chamamos


de figuras acrobáticas que pressupõem que o base e o volante estejam em contacto
constante durante algum tempo (cerca de 3 segundos). Nos elementos estáticos e dinâmicos
dá origem a um terceiro tipo de exercícios, os combinados. Entre figuras acrobáticas, são
realizados elementos de ligação.

Monte e desmonte

Monte- forma de atingir os elementos.


Realizado pelo volante e/ ou pelo segundo base
intermédio.
Desmonte- Forma de desfazer os elementos.
Realizado pelo volante e/ ou pelo segundo base
intermédio.

Em exercícios de pares, as subidas para cima


dos ombros são mais exigentes. Como volante, é
necessário subir com apoio na coxa (ou perna) e
no ombro do base. O base deve fletir as pernas e
manter as costas direitas, para facilitar a subida.

Gravura nº 68 - Gravura ilustrativa das técnicas

49
Pegas
É importante para poder executar os diferentes elementos acrobáticos, dominar
diferentes tipos de pega, que se diferenciam quanto à sua forma de execução.

Gravura nº 69 - Gravura ilustrativa dos tipos de pega

Pares

Gravura nº 70 - Gravura ilustrativa da técnica

Execução técnica:

Base- deita-se em posição dorsal, com as pernas em extensão e perpendiculares ao solo, com
base em suspensão.
Volante- Executar prancha facial com pega frontal e com a bacia nos pés da base.

50
Equilíbrio sobre as coxas do base (de frente ou de costas)

Gravura nº 71 - Gravura ilustrativa das técnicas

Execução técnica:

Base- coloca-se de pé, com ligeira flexão das pernas e ligeiro desequilíbrio à retaguarda,
suportando o volante através da pega de mãos frontal (equilíbrio de frente) pega de punhos ou
pelas coxas.
Volante- De frente, ou de costas, equilibra-se nas coxas do base.

Elementos de ligação

Gravura nº 71 - Gravura ilustrativa das técnicas

Subida frontal sobre as coxas do base

Gravura nº 72 - Gravura ilustrativa da técnica

51
Execução técnica:

Base- Coloca-se de pé, com ligeira flexão das pernas e ligeiro desequilíbrio à retaguarda,
suportando o volante através da pega de punhos.
Volante- De frente, coloca-se alternadamente os pés nas coxas do base e equilibra-se.

Equilíbrio de pé sobre os ombros do base

Gravura nº 73 - Gravura ilustrativa da técnica


Execução técnica:

Base- coloca-se de pé, com as pernas à largura dos ombros e um pé ligeiramente à frente do
outro, colocando as mãos nos gémeos do volante e segurando-o.
Volante- A partir do monte lateral simples, realiza equilíbrio de pé sobre os ombros do base,
com desmonte realizado após pega das mãos, para a frente do base.

Elementos de ligação

Gravura nº 74 - Gravura ilustrativa das técnicas

52
Grupos (trios)

Gravura nº 75 - Gravura ilustrativa das técnicas

Execução técnica:
Base- o base é apoiado, na zona da bacia, pelos pés do base intermédio, que se encontra deitado
em posição dorsal.
Volante- Equilibra-se de pé sobre as costas do base.

Gravura nº 76 - Gravura ilustrativa das técnicas

Execução técnica:

Base- Um dos bases, de pé, suporta o volante, que se equilibra de pé sobre as suas coxas. O
outro base executa apoio facial invertido.
Volante- Para além do equilíbrio sobre as coxas do base, apoia o outro base, que realiza apoio
facial invertido, segurando-o pelos tornozelos.

53
Capítulo IV- Importância da ginástica no desenvolvimento dos alunos

A prática da ginástica é essencial para o indivíduo, pois contribui para o desenvolvimento


integral dos alunos considerando os aspetos físicos, cognitivos, sociais e psicológicos do aluno.
A ginástica é uma atividade física fundamental nas escolas e deve ser ensinada de forma a
ter a mesma importância que os jogos desportivos. A riqueza da ginástica é muito grande e
proporciona conhecimentos diversos. Apesar da ginástica ser amplamente desenvolvida e
promovida no contexto de modalidade de competição, é de extrema importância ela ser também
desenvolvida nas aulas de Educação Física, criando assim as condições necessárias para que
isso aconteça.
A ginástica proporciona aos alunos experiências e vivências diversas e com infinitos
movimentos corporais, além de ser uma maneira de conscientizar o corpo, buscando trabalhar
os diferentes músculos e articulação do corpo humano, melhorando o condicionamento físico
e autoestima. Esta modalidade que é tão rica tem um impacto essencial na manutenção da saúde
e da qualidade de vida. Ao ser de acesso a todos promove também a igualdade de oportunidades
para quem pretende seguir uma vertente de competição.
Além da questão artística e prazerosa proporcionadas pela prática da ginástica, a modalidade
oferece resistência, fortalecimento muscular, alongamento e flexibilidade. É a mente,
responsável por todos os comandos físicos, a parte mais exigida. O medo dos saltos, piruetas e
movimentos arriscados é, muitas vezes, mais difícil de ser controlado do que a execução do
próprio exercício. Por isso, a prática desde a primeira infância —pode ter um impacto muito
positivo no desenvolvimento dos alunos. É claro que os limites sempre devem ser respeitados,
assim como as regras de segurança para evitar acidentes. Aos poucos cada um vai
compreendendo os seus próprios limites e aprendendo a lidar com eles. Isso ocorre de forma
natural, com a prática.
O aluno passa a conhecer o próprio corpo, tendo noção de quais são os seus limites e os
movimentos, de facto, vão dos mais simples até os mais complexos, aumentando
gradativamente o seu reportório motor, como saltos; equilíbrio, coordenação motora e
locomoções diversas que são fundamentais para a aprendizagem do aluno.
A prática é de suma importância para o aluno possuir um melhor desenvolvimento e
formação psicomotora e uma série de outros benefícios.
No entanto, e visto o elevado risco que algumas técnicas exigem tanto o professor como as
escolas devem agir e ter as condições e recursos que possam proporcionar aprendizagens
seguras e eficazes para os alunos.

54
Conclusão

A informação recolhida relativa a esta modalidade foi de extrema importância para


aprofundar o conhecimento sobre a ginástica. Perceber que é uma modalidade muito rica quanto
à variedade de disciplinas que oferece e que, como a sua história nos demonstra, de perceber
que o seu rigor e metodologias têm vindo a torná-la uma modalidade de excelência e isso
podemos ver pelo seu carácter tão valorizado ao nível das competições. Também perceber como
a FIG (Federação Internacional de Ginástica) tem tido uma importância essencial na promoção
da prática desta modalidade, assim como, em contexto escolar, ser uma das modalidades
premiadas para a prática da mesma pelos alunos e que felizmente é valorizada nos programas
curriculares.
Este trabalho fez-me compreender que esta modalidade em termos competitivos pode ser
bastante complexa, pois as inúmeras disciplinas e respetivas regras são muito variadas e
extensas. Aqui notei algumas dificuldades em compreender todas estas regras, nomeadamente
ao nível da avaliação e pontuações. Também me fez perceber que em termos competitivos é
uma modalidade que exige muita disciplina diária para que o corpo e mente atinjam um grau
de excelência, para isso é necessário ajuda nesse sentido através de treinadores que possam
ajudar.
Relativamente à prática da ginástica em contexto escolar penso que as técnicas que pude
aprender mais a pormenor, podem chegar a todos os alunos e de forma mais lúdica, sem a
pressão do carácter competitivo e que pode ser uma modalidade muito apelativa.
Relativamente às aprendizagens adquiridas através deste trabalho pude realmente aumentar
o meu conhecimento, relativo à ginástica e aumentar a minha motivação relativamente à prática
desta modalidade, apesar das minhas limitações físicas. A ginástica devido à sua diversidade
pode ser praticada em todas idades, para diferentes estaturas e até mesmo com limitações.
Quanto às dificuldades, como já descrevi, foram encontradas algumas relativamente às
especificidades do regulamento e avaliações de cada técnica e por serem tão variadas e extensas
pode tornar-se mais confuso para alguém que está ainda a conhecer melhor a modalidade, que
foi o meu caso.
Quanto a sugestões relativas a aulas futuras, penso que uma das conclusões a que eu cheguei
com este trabalho é que é essencial que as escolas tenham condições e os equipamentos
necessários para que as aprendizagens sejam adquiridas com maior sucesso e que tanto
professores como alunos possam todos em conjunto cooperar uns com os outros de forma a que
a execução das técnicas em aula possam ser feitas em segurança e também com o maior

55
incentivo possível., isto porque há técnicas que precisam de muita repetição até serem
realizadas da forma correta. No sentido de tornar a Ginástica uma modalidade de acesso para
todos independentemente da sua preparação física, estatura, género ou idade, escolhi uma
atividade a apresentar na aula do Programa “Ginástica para todos” estruturada pela FIG ( ver
anexo 1). Apresentada de forma mais simplificada, mas que faz também parte do programa
curricular da ginástica acrobática, no ensino Secundário.
Em suma, foi muito pertinente a elaboração deste trabalho, gostei muito de conhecer melhor
esta modalidade, pelo seu carácter tão diversificado e perceber como ela pode ser mesmo
espetacular, mas também exigente e desafiante.

56
Bibliografia

https://pedroedfisica.webnode.pt/modalidades/ginastica/historia/

https://comiteolimpicoportugal.pt/federacoes/detalhe-da-
federacao/?idfed=122788&fedCode=FED-8428879b-ba1d-4f5c-b718-d761c4f56bc0

https://desportoescolar.dge.mec.pt/desportos-gimnicos-ginastica
https://www.dicaseducacaofisica.info/pt-pt/regras-da-
gihttps://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Pontos_(gin%C3%A1stica_art%C3%ADs
tica)nastica-artistica/

https://www.coladaweb.com/educacao-fisica/ginastica-olimpica

https://www.ginastica.org/

http://www.ginastica-almada.pt/ginaacutestica-de-aparelhos.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Pontos_(gin%C3%A1stica_art%C3%ADsti
ca)

https://www.ulbracds.com.br/index.php/sieduca/article/viewFile/1707/241

https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/vitrine/ginastica-artistica-beneficios-caracteristicas-e-
itens-para-praticar.phtml

https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Secundario/Documentos/Documentos_Disciplinas_
novo/Curso_Ciencias_Tecnologias/Educacao_Fisica/ed_fisica_10_11_12.pdf

LEYA TEXTO- Fair Play, Educação Física, 10º, 11º, 12º Anos. 1ª ed., Texto Editores. 2023.
ISBN 978-972-5635-6

57
Anexos

Anexo 1 - Sugestões de uma tarefa a apresentar em contexto de aula

Plano de aula
Atividade de Ginástica para Todos
1- Conceito de Ginástica para todos
A Ginástica para Todos é um programa sociocultural desenvolvido pela Federação Internacional
de Ginástica (FIG) e, atualmente, adotado e praticado em diversos países do mundo. Por meio
de atividades ginásticas, como a ginástica artística, a ginástica rítmica, a ginástica acrobática, a
ginástica aeróbica e a ginástica de trampolim, e também de várias manifestações como danças,
expressões folclóricas e jogos, tem por objetivo adequar-se a todos os géneros, faixas etárias,
habilidades e formações culturais e contribuir para a saúde pessoal, o condicionamento e bem-
estar físico, social, intelectual e psicológico. Ao utilizar materiais, músicas e coreografias, tem
sempre a preocupação de apresentar, nesse contexto, aspetos da cultura nacional em eventos
não competitivos. A Ginástica para Todos propicia experiências estéticas em movimento para
participantes e espectadores, uma vez que a integração e a interação são pressupostos da
modalidade.

A ginástica acrobática é uma das modalidades propostas pela FIG e pertencente à Ginástica para
Todos. Nessa prática, destacam-se elementos técnicos, figuras e formas por meio de
composições estáticas ou movimentos dinâmicos, com destaque para a interação entre os
ginastas.
Na formação dos grupos da modalidade, os ginastas têm diferentes funções, denominadas bases,
intermédios e volantes. Os intermédios são responsáveis por ligar os bases aos volantes. Os
bases, em geral, são as pessoas mais fortes e têm a função de sustentar e apoiar os intermédios
e também o volante. O volante é, geralmente, o indivíduo com uma estrutura mais baixa e mais
leve para poder facilitar o trabalho do grupo.

58
2- Atividade a pares

Tipos de pega:

Realização de cada postura

3- Atividade em trios

59
Anexo 2- Programa de Educação Física - 10.º, 11.º e 12.º anos (revogado pelo
despacho 6605-A/2021, de 6 de julho).

GINÁSTICA
GINÁSTICA NO SOLO
10° ANO - PARTE DO NÍVEL AVANÇADO

O aluno:
1 - Coopera com os companheiros nas ajudas, analisa o seu desempenho e o dos
colegas, dando sugestões que favoreçam a melhoria das suas prestações e garantam condições
de segurança, e colabora na preparação, arrumação e preservação do material.
2 - Elabora, realiza e aprecia uma sequência de habilidades no solo (em colchões), que
combine, com fluidez, destrezas gímnicas, de acordo com as exigências técnicas indicadas,
designadamente:
2.1 - Rodada, com chamada e ritmo dos apoios corretos, impulsão de braços, fecho rápido
dos membros inferiores em relação ao tronco e receção a pés juntos sem desequilíbrios laterais,
com braços em elevação superior.
2.2 - Cambalhota à retaguarda com passagem por pino, com repulsão enérgica dos membros
superiores e abertura simultânea dos membros inferiores em relação ao tronco, mantendo o
alinhamento dos segmentos em equilíbrio.
2.3 - Posições de equilíbrio durante alguns segundos (ex.: avião, bandeira, etc.).
2.4 - Posições de flexibilidade com acentuada amplitude (ex.: espargata, ponte, etc.).
2.5 - Posições de força definidas corretamente (ex.: posição angular, etc.).
2.6 - Saltos, voltas e afundos, utilizando-os como elementos estéticos de ligação e
combinação das diversas destrezas por forma a garantir harmonia e fluidez da sequência.
3 - Em situação de exercício, nos colchões, faz:
3.1 - Roda a um braço, com movimento rápido dos membros inferiores, marcada extensão
dos segmentos corporais e saída em equilíbrio, com braços em elevação superior, na direção do
ponto de partida.
3.2 - Salto de mãos à frente (podendo beneficiar de ajuda), com apoio das mãos longe da
perna de impulsão (consolidação da cintura escapular), olhar dirigido para as mãos, impulsão
de braços e projeção enérgica da perna de balanço, para receção no solo em equilíbrio, com
braços em elevação superior.

60
PROGRAMA ALTERNATIVO
O aluno:
4 - Elabora, realiza e aprecia uma sequência de habilidades no solo (em colchões), que
integre a roda a uma mão e o salto de mãos à frente, de acordo com exigências técnicas
definidas.
5 - Realiza, em situação de exercício (podendo beneficiar de ajuda), as seguintes
habilidades:
5.1 - Flic-flac à retaguarda, desequilibrando-se e projetando os braços energicamente para
trás, mantendo o corpo em extensão durante o voo. Impulsão de braços com fecho enérgico dos
membros inferiores em relação ao tronco, para receção no solo em equilíbrio.

GINÁSTICA DE APARELHOS
10° ANO - NÍVEL ELEMENTAR E PARTE DO NÍVEL AVANÇADO

1 - Coopera com os companheiros nas ajudas e paradas que garantam condições de


segurança e colabora na preparação, arrumação e preservação do material. Analisa o seu
desempenho e o dos colegas, dando sugestões que favoreçam a sua melhoria.
2 - No plinto, após corrida de balanço, chamada a pés juntos no trampolim (reuther ou sueco)
e chegando ao solo em condições de equilíbrio para adotar a posição de sentido, realiza os
seguintes saltos:
2.1 - Salto entre-mãos (no plinto longitudinal), com o primeiro voo longo para apoio das
mãos na extremidade distal, com a bacia e pernas acima da linha dos ombros, passando com os
joelhos junto ao peito na transposição do aparelho.
2.2 - Roda (plinto transversal ou longitudinal), com apoio alternado das mãos no aparelho,
com o corpo em extensão e impulsão dos braços por forma a permitir o segundo voo.
3–No minitrampolim, com chamada com elevação rápida dos braços e receção equilibrada
no colchão de queda, realiza os seguintes saltos:
3.1 - Salto em extensão (vela), após corrida de balanço (saída ventral) e também após 2 ou
3 saltos de impulsão no aparelho (saída dorsal), colocando a bacia em ligeira retroversão
durante a fase aérea do salto.
3.2 - Salto engrupado, após corrida de balanço (saída ventral) e também após 2 ou 3 saltos
de impulsão no aparelho (saída dorsal), com fecho dos membros inferiores em relação ao
tronco, na fase mais alta do voo, seguido de abertura rápida.

61
3.3 - Pirueta vertical após corrida de balanço (saída ventral) e também após 2 ou 3 saltos de
impulsão no aparelho (saída dorsal), quer para a direita quer para a esquerda, mantendo o
controlo do salto.
3.4 - Carpa de pernas afastadas e de pernas unidas, após corrida de balanço (saída ventral)
e também após 2 ou 3 saltos de impulsão no aparelho (saída dorsal), realizando o fecho das
pernas (em extensão) relativamente ao tronco, pouco antes de atingir o ponto mais alto do salto,
seguido de abertura rápida.
3.5 - ¾ de Mortal à frente engrupado e encarpado, após corrida de balanço, iniciando a
rotação um pouco antes de chegar à altura máxima do salto e abrindo enérgica e oportunamente
pela extensão completa dos membros inferiores em relação ao tronco, à passagem pela vertical,
com queda dorsal no colchão colocado num plano elevado.
3.6 - ¼ de Mortal à retaguarda, após 2 ou 3 saltos de impulsão no aparelho, desequilíbrio
com rotação à retaguarda aproximando as pernas do tronco, abertura enérgica para queda dorsal
no colchão colocado num plano elevado.
4 - Na trave, em equilíbrio elevado, o aluno do sexo feminino realiza um encadeamento dos
seguintes elementos:
4.1 - Entrada de eixo transversal ao aparelho, com impulsão a pés juntos no trampolim
(reuther), colocando as mãos e os pés em apoio na trave, com as pernas afastadas e estendidas
por fora do apoio das mãos.
4.2 - Volta (pivot) com balanço de uma perna.
4.3 - Saltos com receção equilibrada no aparelho (ex.: gato, corça, etc.).
4.4 - Cambalhota à frente com saída de pernas afastadas mantendo os antebraços paralelos
à trave durante o enrolamento.
4.5 - Avião, mantendo o equilíbrio.
4.6 - Saída em rodada, com apoio das mãos na extremidade da trave e receção no colchão
em condições de equilíbrio que lhe permitam adotar a posição de sentido.
5 - Na barra fixa, realiza com segurança e fluidez de movimentos, uma sequência que
integre:
5.1 - Subida de frente com mãos em pronação, para apoio facial na barra.
5.2 - Passagem de uma perna por cima e para a frente da barra, seguida de sarilho à frente,
mantendo a posição do corpo em relação à barra durante o movimento, retomando a posição
inicial (apoio facial).
5.3 - Meia volta (mudança de direção) partindo de apoio facial, mantendo, durante a rotação,
o peso do corpo em cima do braço para onde se vira e o corpo em extensão.

62
5.4 - Rolamento à frente com pernas estendidas, para permitir a realização de balanços,
realizando corretamente os movimentos de fecho e abertura do corpo.
6 - Nas paralelas simétricas, o aluno do sexo masculino realiza as seguintes destrezas:
6.1 - Balanços em apoio de mãos, com elevação da bacia acima da linha dos ombros, no
balanço à retaguarda.
6.2 - Subida de báscula comprida, com corrida preparatória para apoio de mãos nos banzos
com pernas afastadas (extensão inicial do corpo, abertura do ângulo braços/tronco e
fecho/abertura tronco/pernas em continuidade).
6.3 - Pino de ombros, mantendo o afastamento dos cotovelos e o alinhamento dos
segmentos.
6.4 - Saídas simples à frente e à retaguarda na sequência dos balanços com receção no solo
em equilíbrio.

PROGRAMA ALTERNATIVO
O aluno:
7 - No plinto transversal, realiza a passagem por pino, após corrida de balanço e chamada a
pés juntos no trampolim (reuther ou sueco), com o corpo em extensão e alinhamento dos
segmentos, com impulsão dos braços para um segundo voo amplo, chegando ao solo em
condições de equilíbrio para adotar a posição de sentido.
8 - No minitrampolim, após corrida de balanço e chamada com elevação enérgica dos
braços, realiza o Mortal à frente engrupado e encarpado, iniciando a rotação um pouco antes de
chegar à altura máxima do salto e abrindo enérgica e oportunamente pela extensão completa
dos membros inferiores em relação ao tronco, para receção equilibrada no colchão de queda.
9 - Na trave, o aluno do sexo feminino realiza, com as mesmas exigências técnicas e
estéticas, o encadeamento de elementos proposto anteriormente (obj. 4), acrescido de:
9.1 - Entrada entre mãos transversal ao aparelho, com impulsão a pés juntos no trampolim
(reuther), colocando as mãos e os pés em apoio na trave com as pernas
unidas e fletidas entre o apoio das mãos.
9.2 - Cambalhota à retaguarda com saída com uma perna fletida e a outra estendida à
retaguarda.
10 - Na barra fixa, realiza uma sequência, em situação de exercício, que integre com
segurança e fluidez de movimentos:
66
10.1 - Volta de barriga à retaguarda, com enérgica retropulsão de braços no início

63
e mantendo o corpo em extensão junto à barra.
10.2 - Saída de pés e mãos, mantendo as pernas e os braços em extensão durante a rotação,
com movimento forte de abertura e antepulsão de braços para receção no colchão em condições
de equilíbrio para adotar a posição de sentido.

GINÁSTICA ACROBÁTICA
10º ANO - NÍVEL ELEMENTAR

O aluno:
1 - Coopera com os companheiros nas ajudas e correções que favoreçam a melhoria
das suas prestações, preservando sempre as condições de segurança.
2 - Compreende e desempenha corretamente as funções, quer como base quer como
volante, na sincronização dos diversos elementos acrobáticos e coreográficos.
3 - Conhece e efetua com correção técnica as pegas, os montes e desmontes ligados
aos elementos acrobáticos a executar.
4 - A par, combina, numa coreografia musicada (sem exceder dois minutos), utilizando
diversas direções e sentidos, afundos, piruetas, rolamentos, passo-troca passo, tesouras (saltos),
posições de equilíbrio e outras destrezas gímnicas, com os seguintes elementos técnicos,
marcando o início e o fim de cada elemento:
4.1 - Com o base em posição de deitado dorsal com as pernas em extensão e perpendiculares
ao solo, o volante executa prancha facial (com pega frontal), apoiado pela bacia nos pés do
base. Mantém a posição, enquanto o base conserva as pernas perpendiculares ao solo.
4.2 - O base de pé com joelhos fletidos (ligeiro desequilíbrio à retaguarda) suporta o volante,
que se equilibra de pé sobre as suas coxas com os segmentos do corpo alinhados. O volante
equilibra-se de frente ou de costas para o base, que o segura pela pega de pulsos ou pelas coxas.
Desmonte simples com braços em elevação superior.
4.3 - Com o base em pé, o volante realiza, a partir do monte lateral simples, equilíbrio de pé
nos seus ombros (coluna), mantendo o alinhamento do par. O base coloca-se com um pé
ligeiramente à frente do outro e à largura dos ombros, segurando o volante pela porção superior
dos gémeos. O desmonte é realizado em salto, após pega das mãos, para a frente do base.
5 - Em situação de exercício em trios, realizam os seguintes elementos técnicos com
coordenação e fluidez:
5.1 - Base em pé suporta um volante que se equilibra de pé sobre as suas coxas (de costas
para ele). Este base é auxiliado por um base intermédio que,

64
em posição de deitado dorsal, com os membros superiores em elevação, apoia o
base, colocando os pés na sua bacia.
5.2 - O base em pé suporta um volante que se equilibra de pé sobre as suas coxas (de costas
para ele). Por sua vez, o volante apoia o outro base, que executa o pino à sua frente, segurando-
o pelos tornozelos, ajudando-o a manter a sua posição.

65
Anexo 3- Melhores ginastas femininas de sempre

Simone Biles
Nadia Comăneci
Larisa Latynina
Věra Čáslavská
Olga Korbut
Ágnes Keleti
Polina Astakhova
Ludmilla Tourischeva
Simona Amânar
Gabby Douglas

Gabby Douglas

País: Estados Unidos


Especialidades: individual geral, barras assimétricas
Medalhas olímpicas: 3x ouros
Medalhas mundiais: 2x ouros, 1x prata
Carreira: 2008-presente

Ela foi a primeira negra da história das Olimpíadas a conquistar uma medalha de ouro na
categoria individual geral.
Além do vanguardismo, Gabrielle também se transformou num dos principais ícones desta
modalidade na atualidade.

Simona Amânar

País: Romênia
Especialidades: individual geral, cavalo com alças
Medalhas olímpicas: 3x ouros, 1x prata, 3x bronzes
Medalhas mundiais: 6x ouros, 4x pratas
Carreira: 1994-2000

Na década de 90, a Roménia destacava-se na ginástica com várias atletas de ponta – e uma
delas era Simona Amânar. A desportista disputou duas Olimpíadas e acumulou sete medalhas,
além de seis ouros e quatro pratas em Mundiais.
A sua principal especialidade era o cavalo com alças, facto que lhe rendeu uma curiosidade
interessante. Em 2000, no ano de sua aposentadoria, Simona realizou uma manobra complexa
e até então desconhecida.

66
Ludmilla Tourischeva

País: União Soviética (Ucrânia)


Especialidades: individual geral, cavalo com
alças, solo
Medalhas olímpicas: 4x ouros, 3x pratas, 2x
bronzes
Medalhas mundiais: 7x ouros, 2x pratas, 2x bronzes
Carreira: 1967-1976

Uma ginasta completa a ponto de se apresentar com propriedade em quase todos os


aparelhos. Ludmilla Tourischeva foi uma delas. Representando a União Soviética entre as
décadas de 60 e 70, faturou medalhas em seis categorias diferentes.
A ucraniana era discreta e focada. Não gostava dos holofotes em cima de si- comportamento
que virou marca registada. A sua concentração acima do normal garantiu-lhe performances
espetaculares, principalmente no solo e no cavalo com alças.
É uma das únicas duas ginastas europeias da história a ter confirmado o grand slam, ou seja,
medalhas de ouro no individual geral conquistadas nas quatro grandes competições do
calendário: Jogos Olímpicos, Campeonato Mundial, Copa do Mundo e Euro.

Polina Astakhova

País: União Soviética (Ucrânia)


Especialidades: individual geral, barras
assimétricas, solo
Medalhas olímpicas: 5x ouros, 2x pratas, 3x
bronzes
Medalhas mundiais: 2x ouros, 1x prata, 1x bronze
Carreira: 1956-1967

Uma das melhores ginastas da União Soviética, Polina Astakhova, desportista ucraniana.
Atleta da geração anterior à Ludmilla Tourischeva,
Em três Olimpíadas (1956, 1960 e 1964), ela acumulou a incrível quantia de dez medalhas
– com destaque para o bicampeonato das barras assimétricas. Ganhou de jornalistas ocidentais
os apelidos de Bétula Russa e Madonna pela elegância nos aparelhos.

Ágnes Keleti

País: Hungria
Especialidades: solo, barras assimétricas, trave de
equilíbrio
Medalhas olímpicas: 5x ouros, 3x pratas, 2x bronzes
Medalhas mundiais: 1x ouro, 1x prata, 1x bronze
Carreira: 1937-1956

67
A história de Ágnes Keleti é uma das mais impressionantes da história da ginástica. Era
judia e precisou de se esconder no interior da Hungria para escapar da ocupação nazista no seu
país, dando um jeito de falsificar os seus documentos e trabalhar como doméstica.

Os conflitos da Segunda Guerra Mundial atrasaram a sua carreira, mas ela conseguiu
participar de duas Olimpíadas (1952 e 1956), com 31 e 34 anos respetivamente.

Olga Korbut

País: União Soviética (Bielorrússia)


Especialidades: solo, barras assimétricas, trave de
equilíbrio
Medalhas olímpicas: 4x ouros, 2x pratas
Medalhas mundiais: 2x ouros, 4x pratas
Carreira: 1969-1977

Olga Korbut teve uma carreira curta – ela aposentou-se com apenas 22 anos de idade – mas
foi uma das responsáveis por transformar a ginástica artística no início da década de 70. Só na
Olimpíada de Munique em 1972, a bielo-russa empilhou três ouros.

Věra Čáslavská

País: Tchecoslováquia (República Tcheca)


Especialidades: individual geral, cavalo com
alças, trave de equilíbrio
Medalhas olímpicas: 7x ouros, 4x pratas
Medalhas mundiais: 4x ouros, 5x pratas, 1x
bronze
Carreira: 1958-1968

Věra Čáslavská. Ela e Larisa Latynina foram as únicas mulheres a terem conquistados dois
ouros olímpicos seguidos na categoria individual geral (1964 e 1968).
Věra colecionou outras medalhas, principalmente no cavalo com alças e na trave de
equilíbrio, mas a sua importância história vai além dos títulos.

Larisa Latynina

País: União Soviética (Rússia)


Especialidades: individual geral, solo
Medalhas olímpicas: 9x ouros, 5x pratas, 4x
bronzes
Medalhas mundiais: 9x ouros, 4x pratas, 1x bronze
Carreira: 1954-1966

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Larisa Latynina é uma lenda da ginástica artística. A russa é a maior medalhista olímpica da
modalidade com incríveis nove ouros, cinco pratas e quatro bronzes. Entre 1964 e 2012, foi a
atleta mais condecorada das Olimpíadas no geral. Ela foi ultrapassada por Michael Phelps.
Latynina é a única mulher da história a ter faturado ouro no individual geral, equipas e um
aparelho individual em duas edições seguidas de Olimpíadas (1956 e 1960).

Nadia Comăneci

País: Roménia
Especialidades: individual geral, trave de
equilíbrio, barras assimétricas
Medalhas olímpicas: 5x ouros, 3x pratas, 1x
bronze
Medalhas mundiais: 2x ouros, 2x pratas
Carreira: 1970-1984

Nadia Comăneci disputou a sua primeira Olimpíada em 1976 com apenas 14 anos de idade.
A desportista foi um fenómeno nos anos 70 e 80, auxiliando, inclusive, a popularização da
modalidade ao redor do globo. Nadia poderia ter disputado uma terceira Olimpíada (1984), mas
foi impedida pelo governo romeno de viajar, já que o país boicotou o evento.

Simone Biles

País: Estados Unidos


Especialidades: individual geral, cavalo com alça,
solo, trave de equilíbrio
Medalhas olímpicas: 4x ouros, 1x bronze
Medalhas mundiais: 19x ouros, 3x pratas, 3x bronzes
Carreira: 2013-presente

Considerada a melhor ginasta de todos os tempos Simone Biles. Com apenas uma
Olimpíada na bagagem e 23 anos de idade, a norte-americana já é considerada a grande titã da
modalidade.
No Rio em 2016, Biles cravou o ouro no individual geral, equipas, solo e cavalo com alças.
Já em Mundiais, ela é simplesmente a maior vencedora da história com 19 medalhas. É quase
certo que ela passará Larisa Latynina em pódios olímpicos.

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Anexo 5- Documento Gam- Código de Pontuação

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