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Resumo
Este artigo explora a relação entre o lúdico e as artes visuais na Educação Infantil, com base
em um estágio em um Centro Municipal de Referência em Educação Inclusiva (CMEI) em
João Pessoa, Paraíba, Brasil. A pesquisa enfoca o desenvolvimento cognitivo, motor e social
das crianças, alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que exorta e
direciona a importância das Artes Visuais na Educação Infantil, mas a ausência de um
especialista na CREI levanta questões sobre as responsabilidades dos professores. A formação
contínua é destacada como crucial para atender às especificidades das Artes Visuais na
educação infantil, uma vez que a educação infantil desempenha um papel crucial no
desenvolvimento das crianças, e a integração do lúdico e das artes visuais é essencial nesse
caminhar.
Palavras-chave: Lúdico, Artes Visuais, Educação Infantil, BNCC, Formação de
Professores.
Abstract
This article explores the relationship between playfulness and visual arts in Early Childhood
Education, based on an internship at Municipal Reference Center for Inclusive Education
(CMEI) in João Pessoa, Paraíba, Brazil. The research focuses on the cognitive, motor, and
social development of children, aligned with the National Common Curriculum Base
(BNCC), which emphasizes and directs the importance of Visual Arts in Early Childhood
Education. However, the absence of a specialist at CREI raises questions about the
responsibilities of teachers. Ongoing training is highlighted as crucial to address the
specificities of Visual Arts in early education since early childhood education plays a crucial
role in children's development, and the integration of playfulness and visual arts is essential in
this journey. Keywords: Playfulness, Visual Arts, Early Childhood Education, BNCC,
Teacher Training.
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Graduando em Artes Visuais Universidade Federal da Paraíba. E-mail: thuaniacarvalho@gmail.com
2
Doutor em Artes pela USP e professor do Departamento de Artes Visuais da UFPB – Campus I
E-mail: erinaldo_alves@hotmail.com
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Introdução
O lúdico e as artes visuais são parceiros inseparáveis na educação infantil. Ambos
desempenham papéis fundamentais no desenvolvimento cognitivo, motor e social das
crianças. Lev Vygotsky enfatizava a importância da brincadeira na zona de desenvolvimento
proximal da criança, vendo jogos e brincadeiras como uma forma de atividade imaginativa
que promove a aprendizagem, a comunicação e a interação social:
“A criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para
distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu
desenvolvimento cognitivo, emocional, social, psicológico”. Tal afirmativa é deveras
veraz no âmbito da Educação Infantil. (VYGOSTKY, 1979, p. 45).
Com base nessa perspectiva, este artigo relata um estágio realizado em um Centro Municipal
de Referência em Educação Inclusiva (CMEI) ligado ao sistema municipal de ensino de João
Pessoa, Paraíba, onde foram observados as interações entre o lúdico e as artes visuais na
Educação Infantil, de acordo com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Estágio e Observação
O estágio teve início com a necessidade de seguir as orientações da gestora do CMEI, que
solicitou um memorando da Prefeitura Municipal de João Pessoa para autorizar minha entrada
na instituição. Em dois dias úteis, a solicitação foi aprovada, e iniciei minhas observações.
O acolhimento na CMEI foi bastante positivo, tanto por parte dos docentes quanto dos
discentes. O espaço era composto por áreas ao ar livre, refeitório, quatro salas de aula
divididas por faixas etárias e um banheiro coletivo, além de outros espaços comuns.
A turma observada foi a última fase, que prepara as crianças para a transição para o ensino
regular. Na sala e em todo o ambiente da CMEI, a arte era visível, através de elementos
artísticos presentes em quadros de avisos, murais e um cantinho dedicado ao desenho. Sempre
através de personagens de desenhos animados, letras coloridas e lúdicas.
como um estímulo para que a formação de professores abrace a importância das Artes Visuais
e capacite os educadores a incorporar as diretrizes da BNCC de maneira eficaz, enriquecendo
assim a experiência educacional das crianças na Educação Infantil.
A diversidade
As crianças do jardim de infância que fazem parte do ambiente educacional da CMEI,
revelaram-se como um grupo adorável e carinhoso. Desde o momento em que entrei na sala
de aula, fui recebida com demonstrações sinceras de afeto, com muitas delas me chamando de
"tia" e até mesmo pedindo para sentar no meu colo. Essas demonstrações de afeto espontâneas
ressaltaram a importância das precauções mencionadas pela gestora em relação à segurança,
uma vez que as crianças são notavelmente inocentes e confiam em adultos que são novos em
seu ambiente.
A turma observada era composta por 21 alunos, todos na faixa etária de até cinco anos e meio.
Dentre esses alunos, três eram portadores do espectro autista com laudo, enquanto outros dois
estavam em processo de investigação. Uma característica notável do CMEI é a inclusão
dessas crianças com necessidades especiais nas salas de aula regulares. Para garantir um
ambiente de aprendizado inclusivo e de apoio, a equipe contava com duas cuidadoras que se
revezavam para atender às necessidades dos alunos com autismo. Além disso, havia uma
auxiliar de sala de aula e a professora, que trabalhavam em conjunto para criar um ambiente
de aprendizado acolhedor e apoiar o desenvolvimento de todas as crianças.
Essa dinâmica diversificada na sala de aula, com crianças de diferentes idades, habilidades e
necessidades, destaca a importância da inclusão e da abordagem cuidadosa para atender às
necessidades individuais de cada criança. Ela também ressalta a necessidade de uma equipe
bem treinada e comprometida para garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de
aprender e crescer em um ambiente inclusivo e acolhedor.
Considerações Finais
A vivência no ambiente da CMEI destacou a relevância do aspecto lúdico e das artes visuais
na Educação Infantil. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece diretrizes
claras sobre o papel das Artes Visuais, porém, a ausência de um profissional especializado
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nesse campo ressalta a urgência de promover uma formação contínua para os professores, de
modo a capacitá-los a atender às especificidades dessas disciplinas.
Assim, a Educação Infantil, aliada ao lúdico e às artes visuais, deve ser um espaço que celebra
a diversidade, respeitando e promovendo a singularidade de cada criança, independentemente
de suas características e necessidades individuais.
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Referências
FERREIRA, Ana Patrícia. A Importância do Ensino de Artes Visuais na Educação Infantil.
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da
Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista
em Ensino de Artes Visuais. Orientadora: Soraia Nunes Nogueira. Belo Horizonte, 2015. 39 f.
Disponível em:
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A9KJ8D/1/monografia_ana_patricia.pdf. Acesso
em: [data de acesso].