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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
PLANEJAMENTO AEROPORTUÁRIO.................................................. 29
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 43
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NOSSA HISTÓRIA
2
INTRODUÇÃO
O setor aéreo brasileiro tem passado por mudanças que chamam a
atenção de toda a sociedade e desafiam gestores públicos e pesquisadores da
área.
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No mesmo período, conforme já evidenciado, a demanda por ticket aéreo
apresentou sua maior alta dos últimos dez anos (ANAC, 2013).
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No que tange à consecução das concessões aeroportuárias, nota-se que
há fortes sinais de que a demanda por transporte aéreo está diretamente
relacionada aos ciclos de negócios.
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A Inframerica comprometeu-se a pagar ao governo, a título de valor de
outorga, R$ 4,5 bilhões no decorrer do período de concessão, o que corresponde
a 673,39% do valor de reserva do leilão.
Uma vez que há estreita relação positiva entre o estado geral da economia
e a procura por transporte aéreo, o que se espera da demanda é seguir os
passos do ambiente econômico. Segundo o relatório de Demanda e Oferta do
Transporte Aéreo da ANAC (2017), a demanda (em passageiros/quilômetros
pagos transportados – RPK) por passagem aérea doméstica registrou queda de
5,3% em fevereiro de 2017, comparada com o mesmo mês de 2016, sendo o
19º mês consecutivo do indicador em queda.
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A oferta (em assentos/quilômetros oferecidos – ASK) registrou redução
de 6,2% no mesmo período, conferindo uma queda em 18 meses consecutivos.
Nos dois primeiros meses do ano, demanda e oferta acumularam reduções de
3,3% e 4,5%, respectivamente.
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O contexto atual da economia das concessões de aeroportos faz surgir
uma série de indagações aos pesquisadores da área e também aos investidores
do setor, tais como:
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Por fim, salienta-se que os cenários futuros gerados possuem a
perspectiva da concessionária do aeroporto de Brasília; no entanto, ao final do
estudo, é explicada a forma como outros stakeholders do setor aéreo podem
utilizar os cenários aqui criados para direcionar a ocorrência do seu próprio futuro
ideal.
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HISTÓRICO DAS CONCESSÕES AEROPORTUÁRIAS
Aeroportos são recursos nacionais vitais (Ernico et al., 2012). Além de
realizarem papel-chave no transporte de pessoas, bens e no comércio regional,
nacional e internacional, os aeroportos são atualmente tratados como empresas
(Prazeres, Esteves & Pecci Filho, 2011).
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As parcerias público-privadas (PPP) diferenciam-se pelo seu arranjo
institucional e pelo grau de distribuição dos riscos e responsabilidades entre os
parceiros (Nascimento, 2014).
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g) Finance Only, ou Apenas Financiar: Uma entidade privada, geralmente
uma empresa de serviços financeiros, financia um projeto diretamente ou usa
vários mecanismos, tais como um contrato de arrendamento a longo prazo ou
emissão de obrigações.
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O grau de envolvimento do setor privado e, por consequência o nível do
risco, difere em cada modelo de governança.
CENÁRIOS PROSPECTIVOS
O uso sistemático de técnicas de cenários prospectivos ocorreu entre os
militares dos Estados Unidos com vistas à formulação de estratégias bélicas
durante a II Guerra Mundial (Buarque apud Franco, 2003; Marcial & Grumbach,
2008).
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entanto, sem reconhecimento à época. Passados dez anos, a então União
Soviética lança seu primeiro Sputnik, e os autores do artigo são chamados no
Congresso norte-americano para prestarem esclarecimentos.
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A atitude prospectiva é esse farol que possibilita visualizar a época em
que as causas engendram seus efeitos (Marcial & Grumbach, 2001).
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empresarial em modelagem de cenários (Franco, 2007; Marcial &
Grumbach, 2008).
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é a ferramenta indicada quando se almeja perscrutar incertezas e
expandir o pensamento das pessoas.
a) De ajuda à criatividade.
b) De avaliação.
c) De análise multicritérios.
O produto final de sua aplicação é uma média das opiniões dos peritos
sobre a probabilidade de ocorrência, ou não, de eventos determinados.
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outras especificidades que se apresentarem na oportunidade de sua aplicação
(Moritz, 2004).
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O Método dos Exámenes (Método dos Concursos) é uma técnica de
seleção onde os critérios são considerados da mesma forma que as diversas
provas de um concurso.
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O Método AHP (Analytic Hierarchy Process) é uma técnica onde a
questão-chave é decomposta em níveis hierárquicos a fim de facilitar sua
estruturação e avaliação.
Ao final o método permite uma ordenação global de valor. Por fim cita-
se o Método Macbeth (Measuring Attractiveness by a Categorical
Based Evaluation TecHnique), que é, segundo Marcial & Grumbach
(2008), uma das mais modernas metodologias de apoio multicritério à
decisão e procura reduzir inconvenientes de outros métodos com
objetivos similares tais como o Electre e o AHP, aportando-se em uma
abordagem interativa que facilita a construção de escalas cardinais
para a quantificação de valores de julgamento.
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b) Análise estrutural do sistema e do ambiente, retrospectiva da
situação atual.
Marcial & Grumbach (2008) salientam que, ao final do passo “f”, Godet
recomenda ainda a implementação de um sistema de monitoração
estratégica, a fim de avaliar as opções estratégicas desenvolvidas.
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c) Identificação das forças motrizes (macroambiente).
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Fases do método descrito por Peter Schwartz Fonte: Marcial & Grumbach
(2008, p. 99).
a) Propósito do estudo.
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c) Identificação das incertezas críticas.
f) Concorrência.
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a) Planejamento estratégico com visão de futuro baseada em cenários
prospectivos, empregando Simulação Monte Carlo.
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c) Emprega intensivamente Modelagem Matemática e ferramentas de
Pesquisa Operacional.
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proposta de operação com custos reduzidos para oferta de tarifas mais
competitivas.
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tendo processado aproximadamente 97% da movimentação de passageiros no
país em 2009 (INFRAERO, 2010), a importância de uma diretriz governamental
para o planejamento do setor é ressaltada.
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Em termos da estrutura, na próxima seção o artigo contextualiza o
problema por meio de uma revisão da literatura sobre os tópicos referenciados,
o que segue nas próximas duas seções.
PLANEJAMENTO AEROPORTUÁRIO
O aeroporto é dos mais importantes elementos da infraestrutura de
transporte de uma região e, conforme Ashford et Al. (1997), representa
uma parte essencial do sistema de transporte aéreo porque é o local
físico onde ocorre a troca do modal terrestre pelo modal aéreo e vice e
versa. Tradicionalmente a infraestrutura aeroportuária é considerada
um bem público, cujo conceito traz a idéia de que sua oferta envolve
altas somas em investimento para atendimento da coletividade e,
portanto, sua exploração pela iniciativa privada só é conveniente
quando há elevado ganho de escala e certa proteção contra a
competição.
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Associando a visão do aeroporto como local onde interagem os diversos
atores do transporte aéreo à sua natureza de bem público, fica claro que seu
desenvolvimento é objeto de interesse legitimo de diversas partes.
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A exploração da infraestrutura aeroportuária é atividade privativa da
União, que pode realizá-la de forma direta ou mediante autorização, concessão
ou permissão. Na prática, a exploração dos principais aeroportos do país cabe à
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO, que processou
cerca de 113 milhões de passageiros no ano de 2009 em seus aeroportos, o que
representa aproximadamente 97% do transporte aéreo nacional (INFRAERO,
2010).
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Em outros casos a exploração é responsabilidade do Comando da
Aeronáutica, o que ocorre sobretudo em localidades de interesse estratégico.
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Sobre as entidades que exploram a infraestrutura, essencialmente suas
atribuições estão relacionadas à confecção de projetos de ampliação ou novas
construções e coordenação da execução desses.
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e conveniência das áreas públicas, empresas de transporte de turistas, entre
outros públicos.
PROSPECTIVA ESTRATÉGICA
A clássica definição de planejamento proposta por Ackoff (1973) é a
concepção de um futuro desejado, bem como os meios reais para
chegar neste futuro. Sucintamente o processo de planejamento pode
ser entendido como um esforço orientado para avaliação de um dado
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contexto a fim de obter subsídios para tomada de decisões e
estabelecimento de diretrizes e ações para consecução de objetivos.
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Segundo Hamel e Prahalad (1995) o entendimento sobre foresight
deve refletir o pensamento de que a previsão do futuro precisa ser
fundamentada em uma percepção detalhada das tendências dos
estilos de vida, da tecnologia, da demografia e geopolítica, mas que se
baseia igualmente na imaginação e no prognóstico.
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Como consequência essa ação unidirecional tende a gerar uma visão
limitada do futuro e, portanto, decisões não eficientes no médio e longo
prazo. Essa visão é corroborada por Godet (2000), para o qual não é
razoável considerar a atividade de planejamento como um processo
restrito ao ambiente dos decisores e dos executantes, devendo ser
considerado o conjunto dos atores, ativos e passivos, implicados.
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Como explicam Perestrelo e Caldas (2000), essa análise é uma das
etapas da metodologia prospectiva de elaboração de cenários, porém
pode ser utilizada isoladamente, sendo de utilidade para compreensão
da relação entre os atores.
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Por escapar ao objetivo deste artigo detalhar a descrição do método,
para uma melhor compreensão sobre sua estruturação ou
considerações sobre vantagens de sua aplicação e mesmo limitações,
recomenda-se a leitura dos trabalhos de Godet (2000, 2006) e dos
estudos de Batista et al. (2006, 2008), esses últimos aplicados na
realidade brasileira e que enfocaram o setor energético.
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A diversidade dos enfoques pelos quais se aborda o planejamento
aeroportuário permite contribuições oriundas de diversas áreas do
conhecimento.
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Considerando que as práticas tradicionais de planejamento se
demonstram insuficientes para contextos complexos, a prospectiva estratégica
com suas referências conceituais, técnicas e métodos associados apresenta
utilidade como suporte ao necessário processo de avaliação dos impactos
sociais, econômicos e ambientais do processo de planejamento em transportes,
especificamente o planejamento aeroportuário.
Por fim, todo esse esforço tem que resultar em subsídios para visualizar
as questões-chave para uma solução eficiente para o planejamento
aeroportuário. Conforme visto, o campo da prospectiva estratégica oferta
propostas de soluções para essa análise do jogo dos atores, ou análise da
estratégia de atores, cujo objetivo principal é exatamente a identificação dos
objetivos de cada envolvido, assim como suas estratégias, capacidade de
influência, fragilidades, possíveis alianças e conflitos.
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O planejamento do desenvolvimento de um aeroporto representa um
grande desafio pelo jogo de interesses que se forma e os resultados da aplicação
desse método podem ser úteis para a execução da tarefa. É de se supor,
contudo, que a aplicação do método como instrumento de política pública
requeira um esforço integrado de planejamento que envolveria diversas esferas
do poder público e da sociedade civil.
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REFERÊNCIAS
Abreu, F. E. L. V. (2008). Análise Sistêmica do Setor Aéreo Brasileiro: Propostas
para o Planejamento do Setor. Dissertação de Mestrado, Publicação T.DM-
005A/2008, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,Universidade de
Brasília, Brasília, DF 156p. Ackoff, R. (1970) A Concept of Corporate Planning.
John Wiley & Sons. New York, NY.
43
Godet, M. (2000) A caixa de ferramentas da prospectiva estratégica: problemas
e métodos. Caderno do Centro de Estudos de Prospectiva e Estratégia, nº 5,
Lisboa.
Kawamoto, Eiji (1994) Análise dos Sistemas de Transporte. 2.Ed. São Carlos:
Universidade de São Carlos, São Paulo.
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da Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes, ANPET, vol 2,
pp. 225-232: Campinas.
Rohrbeck, R., et al. (2007) Strategic Foresight - a Case Study on The Deutsche
Telekom Laboratories. Anais da International Society for Professional Innovation
Management Conference, ISPIM: New Delhi. Disponível em:
http://www.slideshare.net/Jack78/strategic-foresight-a-case-studyon-the-
deutsche-telekom. Acesso em: ago/2010.
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