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UNIVERSIDADE RAINHA NJINGA MBANDE

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MALANJE

UNIDADE CURRICULAR: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

TEORIA DE MEDIAÇÃO DE VYGOTSKY

Autores: Garcia Kinavuidi André e Geraldo Paiva Teixeira

Orientador: Silvestre da Silva, MSc.

Malanje, 2023
Garcia Kinavuidi André e Geraldo Paiva Teixeira

TEORIA DE MEDIAÇÃO DE VYGOTSKY

Trabalho apresentado como requisito parcial na Cadeira de


Psicologia do Desenvolvimento I como parte integrante da
avaliação contínua.

Orientador: Silvestre da Silva, MSc.

Malanje, 2023
INTREGRANTES DO GRUPO Nº 6

Discentes:

1- Garcia Kinavuidi André______________________________________________;

2- Geraldo Paiva Teixeira________________________________________________;

Sala n.º2

2º Ano de Frequência

Ano académico: 2023/2024

___________________________________________

Silvestre da Silva MSc.


(Professor)
RESUMO

A teoria da mediação, proposta por Lev Vygotsky, enfatiza o papel da interação social, da
linguagem e das ferramentas culturais no desenvolvimento humano. Segundo Vygotsky, os
indivíduos aprendem e se desenvolvem ao interagir ativamente com seu ambiente social e
cultural, utilizando ferramentas e signos para resolver problemas e alcançar objetivos. O
conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal destaca a importância de desafiar os
indivíduos a atingirem seu potencial com o suporte adequado. A linguagem é vista como uma
ferramenta crucial para a comunicação e o pensamento, moldando os processos cognitivos. A
teoria da mediação possui implicações significativas para a educação, enfatizando a criação de
ambientes que promovam a interação social, forneçam ferramentas culturais e estimulem o
desenvolvimento cognitivo. A teoria da mediação de Vygotsky oferece uma estrutura valiosa
para compreender como os indivíduos aprendem e se desenvolvem por meio de suas
interações com outros e o contexto cultural em que estão inseridos.

Palavras-chave: Teoria; Mediação.


ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8

Objetivo Geral ............................................................................................................................ 8

Objetivos Específicos ................................................................................................................. 8

Importância do tema ................................................................................................................... 9

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 10

1.1. Contextualização histórica da teoria de Vygotsky ............................................................ 10

1.2. Conceito da Teoria da Mediação ....................................................................................... 11

1.3. Princípios da Teoria da Mediação ..................................................................................... 12

1.3. A importância das interações sociais no desenvolvimento cognitivo ............................... 13

1.4. A internalização das ferramentas e símbolos culturais ...................................................... 13

1.5. Papel da cultura na formação das capacidades cognitivas ................................................ 14

1.6. Implicações da teoria de Vygotsky para a educação ......................................................... 14

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA............................................... 15

2.1. Tipo de pesquisa ................................................................................................................ 15

2.2. Revisão de Literatura ......................................................................................................... 15

2.3. Materiais utilizados ........................................................................................................... 16

2.4. Procedimentos ................................................................................................................... 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 19


INTRODUÇÃO

No presente trabalho académico traz à tona o tema referente à Teoria da Mediação de


Vygotsky. Como se vê, a teoria da Mediação de Vygotsky é um dos pilares fundamentais da
psicologia educacional e do desenvolvimento humano. Entretanto, Luria (2017) refere que, a
teoria da mediação foi elaborada pelo psicólogo russo Lev Vygotsky durante a primeira
metade do século XX, esta teoria enfatiza a importância das interações sociais e do papel da
cultura no desenvolvimento cognitivo das pessoas.

Na sequência, ootro autor explica que, a teoria da Mediação de Vygotsky surge em um


contexto em que as teorias behavioristas, que explicavam o desenvolvimento humano com
base em estímulos e respostas, dominavam o campo da psicologia. Vygotsky propôs uma
abordagem alternativa, que reconhecia a centralidade das interações sociais e da cultura na
formação das capacidades cognitivas. (Magalhães, 2018).

Consequentemente, Vygotsky acreditava que o desenvolvimento humano é um


processo mediado por ferramentas e símbolos culturais, tais como a linguagem, instrumentos
e sistemas de signos. Essas mediações externas, presentes nas interações sociais, são
gradualmente internalizadas pelas pessoas, transformando-se em processos mentais internos
que impulsionam o desenvolvimento cognitivo.

Objetivo Geral:

O objectivo geral da teoria da Mediação de Vygotsky é:

1. Compreender como as interações sociais e a cultura influenciam o desenvolvimento


das capacidades cognitivas e o processo de aprendizagem.

2. Analisar a aplicação da teoria da mediação na prática educacional: Este objetivo busca


explorar como a teoria da mediação de Vygotsky pode ser aplicada na prática
educacional.

Objetivos Específicos:

1. Analisar o papel das interações sociais na construção do conhecimento e no


desenvolvimento cognitivo.

2. Investigar as mediações culturais presentes nas práticas educacionais e seu impacto no


processo de aprendizagem.
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3. Explorar as implicações da teoria da Mediação de Vygotsky para a prática pedagógica
e o planejamento de intervenções educacionais.

Importância do tema

A teoria da Mediação de Vygotsky é de suma importância no campo da psicologia


educacional, pois destaca a relevância das interações sociais e culturais no processo de
desenvolvimento humano. Essa abordagem reconhece que o aprendizado e o desenvolvimento
cognitivo não ocorrem isoladamente, mas são construídos em um contexto social e cultural.

Compreender as mediações externas e sua internalização permite aos educadores e


profissionais de saúde entender como promover ambientes de aprendizagem mais eficazes,
estimulando a interação entre pares, o diálogo e a utilização de ferramentas culturais que
auxiliem o desenvolvimento das capacidades cognitivas.

Além disso, a teoria da Mediação de Vygotsky também tem sido aplicada em diversos
campos, como a psicologia clínica, a psicologia organizacional e a tecnologia educacional,
fornecendo subsídios teóricos para a compreensão do desenvolvimento humano em diferentes
contextos.

Entretanto, este trabalho não será excepção, pois está subdivido em três capítulos
principais subsequentemente desenvolvidos: O primeiro capítulo é reservado à fundamentação
teórica, onde se apresenta os principais conceitos e definições existentes sobre as discussões
em torno da teoria da mediação.

De seguida, o segundo capítulo é fundamentação metodológica onde se procurou


apresentar a caracterização do campo de estudo, o modelo de pesquisa, população e a
amostra; características dos participantes, técnicas e instrumentos, procedimentos e
dificuldades, bem como outros elementos inerentes que nortearam as etapas da pesquisa. Já no
leito do trabalho, apresentam-se as considerações finais e as referênciais bibliográficas.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, será abordada a teoria da mediação de Vygotsky, destacando sua


aplicação em diferentes contextos. Serão explorados os elementos-chave da teoria, como a
interação social, a linguagem e as ferramentas culturais, com o objetivo de compreender seu
impacto no desenvolvimento humano. A revisão de literatura analisará estudos anteriores
sobre o tema, fornecendo uma base teórica sólida para a pesquisa.

1.1. Contextualização histórica da teoria de Vygotsky

A contextualização histórica da teoria de Vygotsky é fundamental para compreender o


surgimento e o desenvolvimento dessa abordagem no campo da psicologia. Lev Vygotsky
(1896-1934), psicólogo russo, desenvolveu sua teoria durante um período marcado por
importantes transformações sociais, políticas e científicas. No início do século XX, a Rússia
estava passando por mudanças significativas, como a Revolução de 1917 e a subsequente
implantação do regime socialista. Esse contexto influenciou Vygotsky, que estava imerso em
um ambiente intelectual rico, caracterizado por debates e experimentações científicas.
(Vygotsky, Gonçalves, 2016).

Vygotsky foi contemporâneo de outros teóricos do desenvolvimento, como Jean


Piaget e Sigmund Freud. Enquanto Piaget se concentrou no desenvolvimento cognitivo
individual, Vygotsky enfatizou a dimensão social e cultural do desenvolvimento humano. A
abordagem de Vygotsky também foi influenciada pelas teorias marxistas, que enfatizavam a
importância das relações sociais e da cultura na formação dos indivíduos. Vygotsky buscou
integrar conceitos marxistas ao estudo do desenvolvimento psicológico, propondo uma visão
interacionista e histórico-cultural. (Oliveira, 2018).

No entanto, é importante ressaltar que a obra de Vygotsky só foi amplamente


divulgada e reconhecida internacionalmente após sua morte prematura, aos 38 anos de idade.
Durante o período em que Vygotsky desenvolveu sua teoria, a influência do regime socialista
na União Soviética levou ao controlo e à censura de muitas ideias consideradas contrárias aos
princípios do Estado. (Ibidem, 2018)

Somente na década de 1960, com a tradução e a divulgação de seus escritos no


Ocidente, a teoria de Vygotsky começou a ganhar reconhecimento e a influenciar
significativamente o campo da psicologia e da educação.

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Segundo Freitas (2016), a contextualização histórica da teoria de Vygotsky permite
compreender as influências e os desafios enfrentados pelo autor, bem como a importância de
suas ideias no desenvolvimento da psicologia educacional e do entendimento do papel das
interações sociais e da cultura no desenvolvimento cognitivo humano.

1.2. Conceito da Teoria da Mediação

A Teoria da Mediação, desenvolvida por Lev Vygotsky, é um dos principais conceitos


fundamentais de sua abordagem psicológica. Essa teoria enfatiza o papel crucial das
interações sociais e do ambiente cultural na formação do pensamento e no desenvolvimento
cognitivo humano. Segundo Vygotsky (1994), o processo de desenvolvimento não ocorre
apenas no nível individual, mas é mediado por elementos externos, como símbolos,
ferramentas e práticas culturais compartilhadas. Essas mediações externas desempenham um
papel fundamental na organização do pensamento e na construção do conhecimento.

A linguagem é considerada a principal forma de mediação cultural. Por meio da


linguagem, as pessoas compartilham significados, comunicam-se, planejam suas acções e
internalizam conceitos e formas de pensar da cultura em que estão inseridas. A linguagem
permite que as crianças se apropriem do conhecimento acumulado pela humanidade ao longo
da história e participem de actividades sociais mais complexas. (Hedegaar, 2017).

Autor explica ainda que, além da linguagem, as ferramentas também desempenham


um papel importante na mediação cultural. Ferramentas físicas, como lápis, computadores e
instrumentos científicos, ampliam as capacidades humanas, permitindo que as pessoas
realizem tarefas que não seriam possíveis apenas com as habilidades naturais do corpo.
(Ibidem, 2017).

Ferramentas simbólicas, como mapas, diagramas e sistemas de notação, apoiam o


pensamento abstracto e auxiliam na resolução de problemas. Desta feita, Freita (2016),
esclarece que ao interagir com outras pessoas e utilizar as mediações culturais disponíveis, os
indivíduos internalizam gradualmente essas ferramentas e símbolos, transformando-os em
processos mentais internos. Essa internalização possibilita o desenvolvimento de funções
mentais superiores, como a capacidade de planejar, raciocinar logicamente e resolver
problemas de forma mais avançada.

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A Teoria da Mediação de Vygotsky destaca a importância das interações sociais e da
cultura na construção do conhecimento e no desenvolvimento cognitivo. Ao reconhecer a
centralidade das mediações externas na formação do pensamento, essa teoria oferece uma
perspectiva ampla e contextualizada do desenvolvimento humano, auxiliando na compreensão
dos processos de aprendizagem e no planejamento de intervenções educacionais mais
eficazes. (Figueiredo, 2019)

1.3. Princípios da Teoria da Mediação

A Teoria da Mediação de Vygotsky é fundamentada em alguns princípios essenciais


que moldam sua compreensão do desenvolvimento humano. Esses princípios destacam a
importância das interações sociais, da cultura e das mediações externas no processo de
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo.

Um dos princípios centrais da Teoria da Mediação é a ideia de que o desenvolvimento


ocorre por meio da zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Vygotsky define a ZDP como a
distância entre o nível de desenvolvimento actual de uma pessoa, determinado por sua
capacidade de resolver problemas de forma independente, e seu potencial de
desenvolvimento, que pode ser alcançado com a assistência de um parceiro mais experiente
(Vygotsky, 1978).

Nesta senda, o autor refere também que, essa assistência seja de um professor, colega
ou adulto, permite que a criança ou o indivíduo avance para níveis mais complexos de
pensamento e resolução de problemas. (Vygotsky, 1978).

Outro princípio importante é o papel da linguagem como uma ferramenta de mediação


cultural. A linguagem desempenha um papel crucial na comunicação, na transmissão de
conhecimento e na internalização de conceitos culturais. Como afirmou Vygotsky (1934), "a
linguagem é a principal forma de mediação cultural, permitindo que as crianças se apropriem
dos significados compartilhados pela sociedade e participem de atividades sociais mais
complexas" (Vygotsky, 1934).

Além disso, a Teoria da Mediação enfatiza a importância das ferramentas físicas e


simbólicas como mediadoras do desenvolvimento cognitivo. Essas ferramentas ampliam as
capacidades humanas e servem como extensões das habilidades naturais do indivíduo. Por
exemplo, o uso de uma calculadora como uma ferramenta física permite a resolução rápida de
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cálculos complexos, enquanto o uso de um mapa como uma ferramenta simbólica ajuda na
compreensão de relações espaciais.

1.3. A importância das interações sociais no desenvolvimento cognitivo

Luria (2017), compreendendo a teoria da mediação dealba que, a importância das


interações sociais no desenvolvimento cognitivo é um aspecto central da Teoria da Mediação
de Vygotsky. Através das interações sociais, os indivíduos têm a oportunidade de
compartilhar conhecimentos, explorar novos conceitos e internalizar formas de pensar e agir
culturalmente mediadas.

Neste diapazão, o desenvolvimento cognitivo ocorre dentro de um contexto social e


cultural, onde as interações sociais desempenham um papel fundamental na construção do
conhecimento e no desenvolvimento de habilidades cognitivas superiores (Oliveira, 2018).

Essa perspectiva destaca a ideia de que as interações sociais proporcionam um


ambiente propício para a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento de habilidades
cognitivas mais avançadas.

1.4. A internalização das ferramentas e símbolos culturais

A internalização das ferramentas e símbolos culturais é um processo fundamental na


Teoria da Mediação de Vygotsky. Esse processo envolve a incorporação de elementos
externos à mente do indivíduo, transformando-os em processos mentais internos que
direcionam o pensamento e o comportamento. (Luria, 2017).

Desta feita, “a internalização é um processo pelo qual as ferramentas e símbolos


culturais são assimilados pelas mentes individuais, permitindo que os indivíduos realizem
atividades mentalmente que antes eram realizadas externamente” (Vygotsky, 1978, p. 32).

Pode-se então compreender que a internalização possibilita que os indivíduos


incorporem elementos culturais em sua forma de pensar, agir e resolver problemas,
permitindo um maior grau de autonomia e auto-regulação. Essa referência é uma obra clássica
de Vygotsky que explora o papel da internalização e das ferramentas culturais no
desenvolvimento cognitivo. Ela fornece uma base teórica sólida para compreender o processo
de internalização na Teoria da Mediação.

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1.5. Papel da cultura na formação das capacidades cognitivas

De acordo com a Teoria da Mediação de Vygotsky, a cultura desempenha um papel


fundamental na formação das capacidades cognitivas dos indivíduos. Através da interação
com a cultura, os indivíduos adquirem conhecimentos, habilidades e modos de pensamento
que são característicos de seu ambiente cultural. (Magalhães, 2017).

Entretanto, a cultura fornece os instrumentos, conhecimentos e sistemas simbólicos


que moldam as capacidades cognitivas dos indivíduos. É por meio dessa interação com a
cultura que os processos mentais superiores são desenvolvidos (Oliveira, 2018).

Essa perspectiva destaca a influência da cultura na formação das capacidades


cognitivas, ressaltando que é por meio da interação com a cultura que os indivíduos adquirem
as ferramentas mentais necessárias para pensar, solucionar problemas e se engajar em
atividades complexas.

1.6. Implicações da teoria de Vygotsky para a educação

A teoria de Vygotsky tem importantes implicações para o campo da educação,


fornecendo uma base teórica para práticas pedagógicas que promovem o desenvolvimento
cognitivo e social dos estudantes. Hedegaar (2017), realça que, essas implicações destacam a
importância da interação social, da mediação e do ambiente de aprendizagem para o processo
educacional.

A teoria de Vygotsky destaca a importância da interação social na aprendizagem e no


desenvolvimento cognitivo. Através de interações colaborativas e mediadas, os alunos são
capazes de construir conhecimentos de forma mais significativa e avançar para níveis mais
complexos de pensamento (Gonçalves, 2016).

Vygotsky (1934) dá ênfase realçando que, na interação social como um componente


essencial do processo educacional e destaca como as interações colaborativas e mediadas
podem enriquecer a aprendizagem dos estudantes.

Para Daniels (2017), o Vygotsky discute como a teoria pode ser aplicada na prática
educacional, enfatizando a importância da mediação social e do contexto cultural para a
aprendizagem. Por outro lado, Rego (2016), conclui que, é importante ressaltar que existem
muitas outras fontes e referências relevantes sobre as implicações da teoria de Vygotsky para
a educação.
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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

Este capítulo centra-seno desenho metodológico que vai caracterizar a pesquisa de


acordo com a metodologia científica utilizada para a abordagem do problema. Ela faz uma
abordagem geral o tipo de pesquisa, revisão literarária, materiais utilizados e procedimentos.

2.1. Tipo de pesquisa

De antemão, antes de se considerar e classificar o modelo da presente pesquisa torna-


se, no entanto, necessário compreender que Fonseca (2002) considera pesquisa “o conjunto de
procedimentos sistemáticos que possui como foco geração de novos conhecimentos sobre
conhecimentos já existentes. Tais procedimentos são realizados com base no raciocínio lógico
e visam encontrar soluções para problemas sugeridos, a partir de métodos científicos”. (p.
339).

Quanto aos procedimentos o tipo de pesquisa usado para o presente estudo é a


exploratória e bibliográfica que segundo Gil (2008), “proporcionar maior familiaridade com o
problema (explicitá-lo). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e
estudo de caso” (p. 3).

Já no entender de Minayo (2010) “a pesquisa exploratória é realizada quando se busca


explorar um tema pouco conhecido ou pouco estudado, visando compreender melhor o
problema e formular hipóteses para futuras pesquisas.” (p.124)

No que diz respeito à pesquisa bibliográfica deve-se pelo facto de a colecta de dados
referentes ao problema definido neste trabalho realizar-se com as literaturas em mão que são
as amostras mais viáveis em que se torna pertinente estudar a Exploração de crianças e
adolescentes no Mercado Informal.

2.2. Revisão de Literatura

A revisão de literatura foi uma etapa essencial da pesquisa, pois permiteu situar o
estudo em um contexto teórico e identificar as principais contribuições já existentes sobre o
tema. Neste estudo, a revisão de literatura tem como objectivo explorar as bases teóricas da
teoria da mediação de Vygotsky e analisar estudos anteriores que abordam a aplicação dessa
teoria em diferentes contextos.

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Inicialmente, foram revisados os principais conceitos da teoria da mediação de
Vygotsky, como a zona de desenvolvimento proximal, a importância da interação social e da
linguagem, e o papel das ferramentas culturais no desenvolvimento cognitivo. Foram
explorados estudos que evidenciam a relevância desses conceitos e as contribuições da teoria
de Vygotsky para a compreensão do processo de aprendizagem e desenvolvimento humano.

Em seguida, foram examinados estudos que aplicaram a teoria da mediação de


Vygotsky em diferentes contextos, como a educação formal, a psicologia clínica e a
psicologia do desenvolvimento. Foram analisados os resultados dessas pesquisas,
identificando as contribuições e os desafios encontrados na implementação prática da teoria
de Vygotsky. Por fim, a revisão de literatura buscou compreender as perspectivas alternativas
e complementares que surgiram ao longo do tempo. Serão exploradas abordagens teóricas que
dialogam com a teoria de Vygotsky, ampliando o entendimento sobre o papel da mediação no
desenvolvimento humano.

2.3. Materiais utilizados

Os materiais utilizados nesta pesquisa consistem em fontes bibliográficas, como livros,


artigos científicos e dissertações/teses, que abordam a teoria da mediação de Vygotsky e sua
aplicação em diferentes campos de estudo. Serão consultadas bases de dados acadêmicas, em
PDFs indagados no Google académico, para identificar as publicações relevantes no tema.
Além disso, serão utilizados recursos digitais, como sites de instituições de pesquisa e
educação, para acessar documentos e materiais complementares. Também serão consultados
materiais didáticos e manuais de aplicação da teoria de Vygotsky em práticas educacionais e
clínicas.

2.4. Procedimentos

Os procedimentos adotados nesta pesquisa compreendem as seguintes etapas:


Definição dos critérios de busca: foram estabelecidos critérios específicos para a seleção das
fontes bibliográficas, como o período de publicação, o idioma e os temas relacionados à teoria
da mediação de Vygotsky.

Busca e seleção das fontes: foram realizadas buscas nas bases de dados acadêmicas e
em outros recursos digitais, utilizando os critérios estabelecidos. As fontes foram selecionadas
com base em sua relevância e contribuição para o estudo. Análise e síntese dos dados: as

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fontes selecionadas foram analisadas criticamente, identificando os principais conceitos,
resultados e argumentos apresentados. Foram realizadas anotações e sínteses para organizar as
informações e facilitar a redação do trabalho. Estruturação dos capítulos: com base nas
informações colectadas e analisadas, constituiu-se 2 capítulos sendo o de Fundamentação
Teórica e o capítulo de Fundamentação Metodológica, considerações finais e referências.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho, exploramos os principais conceitos e princípios da Teoria da


Mediação de Vygotsky. Discutimos a importância da zona de desenvolvimento proximal, que
representa a diferença entre o nível de desenvolvimento atual de uma pessoa e seu potencial
de desenvolvimento com a assistência de um mediador mais capaz. Também abordamos a
noção de ferramentas psicológicas, que são os instrumentos culturais e os signos utilizados
para mediar o pensamento e a acção. Essas ferramentas incluem a linguagem, os sistemas
simbólicos, as tecnologias e os artefatos culturais que auxiliam na resolução de problemas e
na construção do conhecimento.

Além disso, destacamos a importância dos processos de internalização e


externalização na Teoria da Mediação de Vygotsky. A internalização refere-se ao processo
pelo qual as habilidades e conhecimentos culturalmente construídos são internalizados pelos
indivíduos, tornando-se parte de sua cognição e comportamento. Já a externalização envolve a
transformação do pensamento individual em formas comunicáveis e compartilháveis por meio
da linguagem e de outros sistemas simbólicos. Ao refletirmos sobre esses conceitos e
princípios, fica evidente a relevância da Teoria da Mediação de Vygotsky para a compreensão
do desenvolvimento humano e das práticas educacionais. Essa teoria destaca a importância do
ambiente social e cultural na promoção do desenvolvimento cognitivo e no aprendizado.

No entanto, é importante reconhecer que a Teoria da Mediação de Vygotsky não é


isenta de críticas e desafios. Algumas críticas apontam para a falta de clareza conceitual e a
dificuldade de operacionalizar os princípios teóricos em contextos práticos. Além disso,
existem debates sobre a influência da cultura e do contexto social específico na mediação do
desenvolvimento. Apesar dessas questões, a Teoria da Mediação de Vygotsky continua a ser
uma referência importante para pesquisadores, educadores e profissionais interessados no
estudo e na promoção do desenvolvimento humano. Seus princípios e conceitos fornecem
uma base sólida para a compreensão das interações sociais, do papel da cultura e do uso de
ferramentas mediadoras no processo de aprendizado e desenvolvimento.

Em suma, a Teoria da Mediação de Vygotsky oferece uma perspectiva enriquecedora


sobre o desenvolvimento humano, enfatizando a importância das interações sociais e das
ferramentas culturais na construção do conhecimento. Seus princípios e conceitos têm
implicações significativas para a prática educacional e para a compreensão dos processos
cognitivos e sociais envolvidos no desenvolvimento humano.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Daniels, H. (2017). Vygotsky e a Pedagogia. Trad. Milton Camargo Mota. São Paulo: Edições
Loyola.

Figueiredo, F. J. Q. de. (2019). Vygotsky: A interação no ensino/aprendizagem de línguas.


São Paulo: Parábola

Fonseca, J. J. S. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC. Apostila.

Freitas, M. T. de A. (2016). Vygotsky e Bakhtin. Psicologia e Educação: um intertexto. São


Paulo: Ática

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas.

Gonçalves, M. A. F. (2016). A Construção dos Conceitos Científicos a Partir das Vivências


Quotidianas. Belo Horizonte

Hedegaard, M. (2017). A zona de desenvolvimento proximal como base para a instrução.


Porto Alegre: Artes Médicas

Luria, A. R. (2017). Vygotsky: Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP: Ícone.

Magalhães, M. C. (2018). Contribuições da Pesquisa Sócio-Histórica para a Compreensão dos


Contextos Interacionais da Sala de Aula de Línguas: foco na formação de professores. The
Especialist. V. 17 - São Paulo.

Minayo, M. C. S. (2010). (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29.ed.


Petrópolis, RJ: Vozes. (Colecção temas sociais). Resenha

Oliveira, M. K. de. (2018). Vygotsky e o processo de formação de conceitos. Teorias


psicogenéticas em discussão. São Paulo: Ed. Summus.

Rego, T. C. (2016), Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis:


Vozes

Vygotsky, L. S. (1994). A construção do pensamento e da linguagem. Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1978). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1934). Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes

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