Você está na página 1de 2

Também conhecida como calazar, a Leishmaniose canina é uma infecção parasitária

que pode ser transmitida para seres humanos. Apesar de relativamente silenciosa no
início, a doença tende a evoluir para quadros mais graves, podendo, inclusive, levar o
paciente à morte.

O que é e o que causa a Leishmaniose canina?

A Leishmaniose canina é uma doença causada por um protozoário do tipo Leishmania.


Uma vez no organismo do hospedeiro, o agente etiológico se multiplica e começa a
atacar as células fagocitárias conhecidas como macrófagos.
Elas fazem parte do sistema imunológico, ajudando a proteger o organismo contra
corpos e agentes estranhos. Se não tratada, a doença pode evoluir, atingindo órgãos
importantes, como o fígado e a medula óssea.
Existem dois tipos de Leishmaniose: a cutânea e a visceral. No entanto, quando
falamos em cachorros, a mais comum é a visceral, já que o pet não é o hospedeiro
preferencial do outro tipo da doença. Fique atento às formas de prevenção e
tratamento do calazar.

Como se pega a Leishmaniose canina?

Ao contrário do que muitos ainda acreditam, a Leishmaniose não é transmitida a partir


do contato direto com o cachorro por meio de saliva, mordidas, entre outros. “A
transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito-palha, cujo nome
científico é Lutzomyia longipalpis”.
“Para a transmissão, o mosquito precisa picar um indivíduo infectado, ingerindo a
forma amastigota da leishmania, que se transforma em promastigota no intestino do
mosquito (vetor). “Ao picar um novo indivíduo, o mosquito irá transmitir a forma
infectante da Leishmania, provocando a doença”, finaliza.

Principais sintomas da Leishmaniose em cães

Ao menos no início, nem todos os cães com Leishmaniose apresentarão algum


sintoma. Na verdade, estima-se que cerca de 60% dos indivíduos dos animais
contaminados sejam assintomáticos.
Até porque, a Leishmaniose pode ficar incubada por tempo variável, que vai de três
meses a seis anos. Também é importante lembrar que, ao longo de sua progressão,
a Leishmaniose visceral canina pode atingir diferentes órgãos.
Por isso, no caso da Leishmaniose canina, sintomas que variam de acordo com o
órgão atingido são comuns. Porém, entre os sintomas iniciais da leishmaniose canina,
a Dra. Bruna Veiga destaca:
 Emagrecimento;
 Lesões na pele (especialmente na face e nas orelhas);
 Crescimento exacerbado das unhas;
 Perda de apetite,
 Febre.
Ao entender como identificar Leishmaniose canina e detectar seus sintomas, leve
seu amigo para uma consulta com o veterinário quanto antes. “Conforme avança, a
doença compromete a imunidade do cão e seus órgãos, podendo levá-lo à morte”,
alerta a médica-veterinária.

Como é feito o diagnóstico da doença?

A única maneira de saber com certeza se seu amigo foi infectado é levando-o a um
veterinário. “O diagnóstico é feito por meio dos exames de sangue de sorologia,
reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e PCR”.
Outras maneiras de chegar ao diagnóstico é o imprint de feridas, ou seja, uma
citologia por decalque no qual colhe-se fragmento do órgão ou nódulo a ser
examinado a fim de tentar localizar o parasita.
A entrevista com o tutor, assim como a avaliação clínica do paciente, também são
muito importantes para ajudar o profissional a solicitar os exames adequados com
precisão.

Existe cura para a Leishmaniose em cachorros?

Até pouco tempo, o diagnóstico de Leishmaniose era uma das piores notícias que um
tutor poderia receber. Isso porque não havendo cura para a zoonose, a recomendação
era que todos os pets confirmados com a doença fossem sacrificados.
A respeito disso, é interessante destacar que até havia remédios para a doença. No
entanto, uma determinação de 1953 proibia o uso desses medicamentos em cães. A
justificativa é que esses fármacos poderiam tornar o protozoário da Leishmania mais
resistente, dificultando o tratamento em seres humanos.
A partir de 2018, graças a um medicamento de uso exclusivo nos pets, a
Leishmaniose deixou de ser uma doença sem cura. “Hoje em dia, é possível tratá-la
com um medicamento chamado Milteforan (miltefosina)”.
ainda assim, é importante que o pet seja acompanhado de perto por um veterinário
durante toda sua vida, já que o tratamento de Leishmaniose canina não elimina
completamente a doença. No entanto, impede a progressão da doença e diminui a
carga do parasita, fazendo com que o cachorro deixe de ser um transmissor.

Você também pode gostar