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⮚ ARGUMENTUM AD POPULUM (APELO AO POVO):

Como já foi dito, em geral, as falácias se referem aos erros e equívocos


(propositais ou inconscientes) na formulação de um raciocínio lógico; dessa forma, o
“Argumentum ad Populum”, corresponde à tentativa de validar um pensamento ou ideia
por meio da utilização da opinião popular majoritária.

Ou seja, é a argumentação na qual considera o apoio e reverência pública como


sendo fatores determinantes para a total legitimação do ponto de vista defendido pelo
autor do argumento. Apesar de equivocada as alegações baseadas nesse tipo de
premissa, estas não são raras e estão profundamente contextualizadas no cenário atual:
sendo principalmente notável a sua presença em discursos políticos, que a utilizam a fim
de justificar e legitimar os seus ideais, bem como para manobrar grande massa
populacional a aderir o seu respectivo raciocínio; como também, o seu uso em meios
publicitários, na tentativa de provocar aquele na qual se interage.

Ex. 1: A legitimação da escravidão em períodos passados, visto que, para a


crença popular era comum que essa prática fosse vista como algo necessário, em virtude
de razões econômicas e sociais.

Ex. 2: A utilização em anúncios feitos pela Apple: “Milhões já adotaram o


iPhone X” – como tentativa de instigar a valorização de seu produto baseada no grande
número de vendas.

No entanto, como pode-se analisar, o fato de que um produto X é bastante


vendido ou grande percentual populacional apoia tal pensamento, não necessariamente
implica a conclusão de que o produto em si é de qualidade ou que a ideia apresentada é
realmente certa e válida. E é justamente por esse fato, que argumentações “ad Populum”
são enquadradas como sendo uma espécie de falácia lógica.

Portanto, é nessa perspectiva em que essas argumentações podem se tornar algo


problemático e enganoso, pois como exemplificado, justificativas alicerçadas na crença
e opinião popular, podem resultar no reconhecimento de práticas detestáveis
moralmente como a escravidão. Isto porque, somente a opinião popular não é suficiente
para validar e legitimar o argumento; sendo irrelevante para determinar o caráter da
argumentação.
PLURIUM INTERROGATIONUM (PERGUNTA COMPLEXA)

No âmbito das falácias, também podemos encontrar a falácia da pergunta


complexa, que também pode ser chamada de falácia de interrogação. Certamente tal
falácia é dotada de grande poder ao ser utilizada em uma argumentação, já que ela, não
necessariamente busca mentir ou cometer equívocos, mas sim, busca encurralar o
oponente ou interrogado e então traiçoeiramente o fazer escorregar em suas
sustentações argumentativas, por seguinte o fazendo aparentar a falta de certeza em suas
palavras ou até mesmo o fazendo admitir, aquilo sobre o que ele é acusado.

Entretanto sabemos que em um ambiente de questionamento é possível que o


questionado esteja em um estado gigantesco de temor e nervosismo, ainda que ele não
seja culpado. Estando o indivíduo em estado de temor, por conta da situação em que ele
se encontra, é possível que tal estrutura de perguntas seja prejudicial, o fazendo
aparentar ter feito algo que não fez. Sendo assim a “plurium interrogationum” é uma
falácia que pode ser extremamente perigosa e prejudicial.

Exemplos: Como exemplo inicial, podemos citar a famosa frase da falácia de


interrogação: “Quando você parou de bater em sua esposa?”

A frase citada traz a essência do que seria a falácia da pergunta complexa. O interrogado
é posto contra a parede, tendo seu campo de palavras, fala e argumentação limitado,
sem que ele tenha oportunidade de se mover em sua defesa.

Agora imagine que João foi acusado de roubar um carro. As investigações


iniciam e então sendo interrogado João ouve as seguintes palavras: “Onde você
escondeu o carro que roubou?’’

Perceba que João era suspeito, não havia certeza de que ele roubou o carro, no entanto o
interrogador agiu como se houvesse plena certeza de que João era culpado, não o
perguntando se ele havia roubado o carro, mas perguntando onde estrava o veículo.

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