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A representação e o jogo na

perspectiva de Piaget
U2S3 Livro Didatico
Prof. Misael Cardoso
Ao pensar na infância,
uma das principais
características associada a
este período da vida é o
brincar.
É por meio do brincar que a
criança conhece os objetos, se
apropria dos papeis sociais e
amplia seu pensamento. Caso
você tenha contato com
alguma criança, deve ter
percebido que a maior parte
de seu tempo é ocupado com
brincadeiras, envolvendo
atividades de manuseio de
objetos, ”faz de conta” ou
jogos.
Falas como: “Ele só está brincando” ou “Acabou a hora da brincadeira” como
se o desenvolvimento e o brincar andassem separados.

Neste sentido, a teoria de Piaget traz uma importante contribuição ao afirmar


que o brincar possui uma relação de interdependência com o desenvolvimento
humano e os processos de aprendizagem. Isto porque, o brincar é a principal
forma de interação da criança com o meio e também ferramenta de extrema
importância para a construção de seu conhecimento.
Para Piaget as diversas formas de brincar encontram-se extremamente relacionadas
aos estágios de desenvolvimento da inteligência, sendo que, quanto maior a
complexidade cognitiva da criança, mais complexas serão suas brincadeiras.

Para Piaget, é por meio das brincadeiras que a criança desenvolve novos esquemas
mentais, adaptando-se à realidade por meio de processos de assimilação e
acomodação.

Para Piaget, na imitação, evidencia-se o processo de acomodação, em que novas


estruturas cognitivas são desenvolvidas, enquanto que, no jogo, evidencia-se o
processo de assimilação, visto que a criança associa um novo elemento a algo que já
conhece.
Neste sentido, ao longo dos estágios de desenvolvimento, Piaget vai destacar três
tipos de jogos:
- Jogo de exercício: também denominado de jogos sensório-motores. Aparece no
primeiro período do desenvolvimento da criança, voltado à atividade sensório-
motora.
- Jogo simbólico: aparece no final dos dois anos de idade, com o surgimento da
função simbólica (representação de um objeto ausente). No jogo simbólico, a
criança finge ser outra pessoa, atribui novas funções a objetos ou imagina-se em
alguma situação.
- Jogo de regra: aparece a partir dos 7 anos de idade, quando a criança supera seu
pensamento egocêntrico e consegue submeter-se a regras. É neste tipo de jogo
que a criança começa a se adaptar com relação às regras e valores da sociedade.
Apesar de Piaget ter descrito e definido o jogo e a imitação como processos
diferentes, ambos caminham juntos no brincar da criança, permitindo alcançar níveis
mais complexos de compreensão da realidade.

Além do jogo e da imitação, outra atividade muito presente na criança e que foi
estudado por Piaget é o desenho.
O Desenho em PIAGET
• As crianças, ao longo de seu desenvolvimento, perpassam por cinco fases na
construção do desenho, as quais encontram-se relacionadas ao seu
desenvolvimento intelectual.

• A primeira fase é denominada de Garatuja, a qual é dividida em desordenada e


ordenada, referindo-se ao estágio sensório-motor e início do pré-operatório; a criança
desenha por prazer; rabiscos predominam; figuras humanas e cores pouco
explorados
Exemplos
O Desenho em PIAGET

• A segunda fase, chamada de Pré-Esquematismo, refere-se à criança em estágio pré-


operatório mais avançado, em que seus traços já possuem características que se
assemelham ao real. Nesta fase, a criança já é capaz de traçar riscos mais definidos
e já busca desenhar o corpo humano. No entanto, ainda o desenho não possui uma
forma clara.
Exemplos
O Desenho em PIAGET

• A terceira fase é conhecida como Esquematismo, em que há a presença de


esquemas representativos. A criança se utiliza da linha do caderno como base para
facilitar sua escrita e para realizar traços; além disso, ela já possui o entendimento da
relação cor-objeto. Com relação ao desenho da figura humana, ainda se encontram
esquemas expressando exageros (cabeça desproporcional ao corpo, por exemplo),
negligência de algum item, etc.
Exemplo
O Desenho em PIAGET

• Na quarta fase é denominada de Realismo, em que, na criança, aparece a noção de


diferenças de gênero, desenhando roupas típicas de menino e menina. Há também,
nessa fase, a descoberta da relação entre figura e fundo, em que a criança consegue
representar um personagem principal (figura) e seu cenário (fundo).
Exemplos
O Desenho em PIAGET

• Na última fase, referente ao Pseudo-Naturalismo, há a presença do desenho de


aspectos realistas do objeto, apresentando a noção de profundi dade e aspectos
mais subjetivos. Nesta fase, há o uso consciente das cores e a expressão de
emoções (como tristeza, alegria, etc.)
Exemplos

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