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Introduç

ão a
MROS
C
1. LEI 13.019/2014: UMA CONQUISTA SOCIAL

A Lei 13.019/2014 conhecida como Marco Regulatório das Organizações da


Sociedade Civil (MROSC) entrou em vigor desde 2016 para a União, Estados e
Distrito Federal e 2017 para os Municípios.

Tem foco em soluções de problemas sociais estabelecendo regras claras de


parcerias, aproximando o Estado das realidades locais e reforçando o papel
das OSC’s na democracia brasileira.

2. PARCEIRAS COMO INSTRUMENTOS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS

As organizações da sociedade civil (OSC’s) são entidades privadas sem fins


lucrativas voltadas para ações de interesse público em áreas como saúde,
educação e direitos humanos. Em 2023, existem aproximadamente 350 mil
OSC’s no Brasil.

3. QUAIS OS PRINCIPAIS CONCEITOS DA LEI 13.019/2014

O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil possui validade em


todo o Brasil, aplicando-se às parcerias entre OSCs e a administração pública
em todos os níveis - federal, estadual, distrital e municipal. Embora haja regras
gerais, estados e municípios mantêm sua autonomia para regulamentações
específicas locais.

A lei abrange todas as organizações sem fins lucrativos, incluindo associações,


fundações, cooperativas sociais e organizações religiosas. Ela não exige
certificações específicas, permitindo parcerias com mais organizações,
simplificando processos e incentivando a participação ampla.

A Lei 13.019/2014 introduz novos instrumentos jurídicos para parcerias entre o


Estado e as organizações da sociedade civil. Estes são:
1) Termo de Colaboração

Usado para executar políticas públicas com parâmetros já definidos, como no


Sistema Único de Assistência Social (Suas). Envolve a manutenção de
creches, assistência social e programas de proteção, entre outros.

2) Termo de Fomento

Apoia iniciativas das organizações, promovendo tecnologias sociais inovadoras


e ampliando o alcance das ações. Exemplos incluem capacitação agrícola,
projetos contra a violência à mulher e promoção da arte e cultura.

3) Acordo de Cooperação

Estabelecido quando não há transferência de dinheiro. Comumente usados


para troca de conhecimento, cessão de servidores ou compartilhamento de
recursos patrimoniais, como a outorga de bens para agricultores.

Os Termos de Fomento e Colaboração envolvem movimentações financeiras,


enquanto o Acordo de Cooperação, em geral, não.

Termo de fomento Termo de colaboração

Função Incentivar e valorizar ações Atuar com organizações civis na


administrativa públicas das organizações civis. execução de políticas públicas.

Proposta da Administração Pública


Proposição pela OSC, apresentando
Plano de com parâmetros básicos para que
ideias inovadoras e criativas
trabalho organizações complementem ações
características da sociedade civil.
estatais com a expertise civil.

Proposição Organizações da sociedade civil Administração Pública

O fomento às OSCs reforça sua


A colaboração de OSCs com a
participação na gestão pública,
Administração Pública fortalece sua
apoiando propostas que
participação na gestão democrática, ao
Gestão diversificam a ação estatal e
compartilhar resultados e conectar
democrática ampliam o impacto de suas
demandas locais a políticas públicas,
iniciativas, estimulando novas
graças à sua capilaridade e mediação
tecnologias sociais e garantindo sua
em áreas específicas.
autonomia.

A prefeitura de Brusque, visando


A OSC "UDESC VERDE" propõe,
ampliar a cobertura verde da cidade,
através do projeto "Cidades Mais
propõe o projeto "Cidades Mais
Verdes", plantar 5.000 árvores em
Verdes". Para sua execução, estabelece
áreas urbanas carentes de Brusque,
uma colaboração com a OSC "UDESC
Exemplo visando melhorar a qualidade do ar
VERDE", especializada em
e promover o bem-estar da
reflorestação, para plantar 5.000
população. Para tal, busca apoio
árvores em áreas urbanas carentes,
financeiro e técnico da prefeitura de
melhorando assim a qualidade do ar e o
Brusque.
bem-estar da comunidade.
LISTA DE EXERCÍCIOS

1. Em que ano a Lei 13.019/2014, conhecida como Marco Regulatório das


Organizações da Sociedade Civil (MROSC), entrou em vigor para a União,
Estados e Distrito Federal?

a) 2014

b) 2015

c) 2016

d) 2017

2. Qual é o objetivo principal da Lei 13.019/2014?

a) Estabelecer critérios para a criação de novas OSC’s.

b) Solucionar problemas sociais através de regras claras de parcerias.

c) Centralizar as ações das OSC’s.

d) Priorizar parcerias com entidades internacionais.

3. Quando a Lei 13.019/2014 passou a valer para os Municípios?

a) 2015

b) 2016

c) 2017

d) 2018

4. O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil é válido em quais


níveis administrativos?

a) Apenas federal.
b) Apenas estadual e municipal.

c) Federal, estadual e distrital.

d) Federal, estadual, distrital e municipal.

5. Quais das seguintes entidades são abrangidas pela Lei 13.019/2014?

a) Associações e empresas privadas.

b) Fundações e cooperativas agrícolas.

c) Associações, fundações e organizações religiosas.

d) Todas as organizações lucrativas.

6. Qual dos seguintes instrumentos jurídicos não envolve transferência de


dinheiro, em geral?

a) Termo de Colaboração.

b) Termo de Fomento.

c) Acordo de Cooperação.

d) Contrato de Prestação de Serviço.

7. Quem propõe o plano de trabalho no Termo de Fomento?

a) A administração pública.

b) As organizações da sociedade civil.

c) O conselho municipal.

d) O governo federal.

8. Discorra sobre a importância do Marco Regulatório das Organizações da


Sociedade Civil (Lei 13.019/2014) para a promoção da democracia brasileira,
considerando sua função na aproximação do Estado com as realidades locais e
no fortalecimento das OSC’s.

9. Explique a diferença entre "Termo de Fomento" e "Termo de Colaboração"


com base na Lei 13.019/2014. Ilustre sua resposta utilizando os exemplos do
projeto "Cidades Mais Verdes" e a relação entre a OSC "UDESC VERDE" e a
prefeitura de Brusque.
Princípio
se
diretriz
es
1. PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

A nova lei permite que qualquer pessoa ou organização sugira propostas ao


governo através do Procedimento de Manifestação de Interesse Social. A
proposta deve identificar: o emissor, o interesse público, diagnóstico do
problema, viabilidade, custos, benefícios e prazos.

O órgão público publicará a proposta em seu site e, se considerá-la relevante,


consultará a sociedade sobre ela. Esse procedimento não é obrigatório para os
Termos de Fomento ou Colaboração e não garante a realização de um
chamamento público ou a isenção de um processo seletivo.

A ideia é ampliar a participação da sociedade civil nas decisões de interesse


público, sem que isso seja um pré-requisito para parcerias ou chamadas
públicas.

2. DOS PRINCÍPIOS

A promoção da participação social, o fortalecimento da sociedade civil e a


transparência na utilização dos recursos públicos são diretrizes essenciais para
a aplicação da lei em todo o Brasil. É fundamental que, ao longo desse
processo, sejam respeitados os princípios da gestão pública democrática,
como legalidade, legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade, eficiência e eficácia, já intrínsecos à administração pública.

3. DAS DIRETRIZES

A lei também estabelece que as parcerias devem:

- Promover e fortalecer a colaboração da sociedade civil com o poder público

- Priorizar o controle de resultados


- Implementar tecnologias de informação e comunicação

- Estimular a cooperação entre os entes federados e as OSC’s

- Garantir transparência, gestão da informação e divulgação adequada

- Buscar ação integrada entre os membros da federação

- Investir na capacitação e aprimoramento contínuo de gestores públicos

- Adotar práticas administrativas que impeçam vantagens indevidas;

- Inovar para reduzir a desigualdade.

4. CONSELHO NACIONAL DE FOMENTO E DE COLABORAÇÃO

A legislação estabelece a fundação do Conselho Nacional de Fomento e


Colaboração, com representatividade equilibrada entre o governo e as OSC’s.
Destinado a ser um fórum de discussão sobre parcerias, o Conselho tem a
missão de elaborar, disseminar boas práticas e sugerir políticas que reforcem o
papel das OSC’s. É imperativo para a sociedade civil ter voz ativa, opinando e
dialogando sobre normativas que influenciam a estrutura das organizações em
diversos níveis.

O surgimento deste Conselho responde a uma demanda que se destacou após


a ratificação da Lei 13.019/2014, que enfatiza a necessidade de produção de
conhecimento, capacitação e melhoria no acesso a recursos. Além disso, é
esperado que o Conselho colabore estreitamente com os conselhos setoriais
de políticas públicas. Entidades federativas, como estados, municípios e o
Distrito Federal, são incentivados a estabelecer conselhos análogos.
LISTA DE EXERCÍCIOS

1. O que o Procedimento de Manifestação de Interesse Social permite?

a) Que apenas OSCs sugiram propostas ao governo.

b) Que o governo imponha propostas à sociedade civil.

c) Que qualquer pessoa ou organização sugira propostas ao governo.

d) Que a sociedade impeça propostas governamentais.

2. No contexto da Lei, quais são alguns dos princípios essenciais da gestão


pública democrática?

a) Oportunidade, popularidade e liberdade.

b) Ambiguidade, publicidade e eficiência.

c) Legalidade, impessoalidade e eficácia.

d) Flexibilidade, personalidade e moralidade.

3. De acordo com a lei, as parcerias devem:

a) Incentivar vantagens exclusivas para OSC’s.

b) Priorizar apenas o controle de custos.

c) Implementar tecnologias de informação e comunicação.

d) Evitar a cooperação entre entes federados.

4. Qual é o principal objetivo do Conselho Nacional de Fomento e


Colaboração?

a) Supervisionar e regulamentar as atividades das OSC’s.

b) Ser um fórum de discussão sobre parcerias e reforçar o papel das OSC’s.


c) Aprovar ou rejeitar propostas da sociedade civil.

d) Administrar os fundos destinados exclusivamente ao governo.

5. Após a ratificação da Lei 13.019/2014, o que se destacou como demanda


para o surgimento do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração?

a) O desejo de reduzir o número de OSC’s.

b) A necessidade de produção de conhecimento, capacitação e melhor acesso


a recursos.

c) O aumento da interferência governamental nas OSC’s.

d) A eliminação de conselhos setoriais de políticas públicas.

6. Explique a importância do Procedimento de Manifestação de Interesse


Social no contexto da nova lei e como isso pode impactar a relação entre a
sociedade civil e o governo.

7. Discorra sobre o papel do Conselho Nacional de Fomento e Colaboração na


implementação da Lei 13.019/2014 e como ele pode influenciar as relações e
parcerias entre o governo e as OSC’s.
Condiçõ
es para
as
OSC’s
1. CONDIÇÕES PARA AS OSC’s

A Lei 13.019/2014 exige das OSC’s um planejamento aprimorado, comprovação de


existência, experiência, capacidade técnica, operacional e regularidade fiscal e
jurídica. Algumas OSC’s podem precisar ajustar seus estatutos para acessar recursos
públicos.

A lei destaca a importância do planejamento, fazendo com que as OSC’s entendam


seus recursos e metas. O projeto deve ser organizado para evitar contratempos e
garantir uma prestação de contas eficaz.

Projetos colaborativos serão reconhecidos como "atuação em rede", enfatizando a


cooperação e a valorização das iniciativas locais. Na rede, uma OSC principal
(chamada de celebrante) gerencia o projeto e firma parcerias com outras
(executantes). A celebrante repassa os recursos e orienta o coletivo, comunicando
qualquer formalização à administração pública.

2. TEMPO MÍNIMO DE EXISTÊNCIA

A Lei 13.019/2014 estabelece critérios para organizações da sociedade civil


executarem projetos com verba pública. Para firmar parceria com a União, a
organização precisa ter ao menos três anos de existência e estar regularizada no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Parcerias com o Distrito Federal ou
estados requerem no mínimo dois anos de existência da organização; com municípios,
um ano. Se nenhuma OSC cumprir esse critério, o prazo pode ser ajustado por ato
específico de cada entidade federativa. Em projetos realizados em rede, a OSC líder,
que firma a parceria, deve existir por pelo menos cinco anos.

3. EXPERIÊNCIA PRÉVIA

A OSC precisa evidenciar experiência prévia em atividades ou projetos semelhantes


ao proposto na parceria. É crucial conservar todos os registros e comprovantes de
atuação em projetos anteriores, independentemente do parceiro - seja poder público,
empresas ou organismos internacionais. Além disso, a organização pode usar
relatórios aprovados, publicações, relatórios anuais, participação em conselhos de
políticas públicas e prêmios como prova de sua competência e experiência.

4. CAPACIDADE TÉCNICA E OPERACIONAL

A organização precisa evidenciar sua capacidade para executar as atividades e atingir


as metas da parceria. Em projetos em rede, a organização principal é responsável por
guiar e supervisionar as demais envolvidas.

A comprovação da competência técnica e operacional se dá ao mostrar


conhecimentos e experiências relacionadas ao propósito da parceria. É relevante
valorizar diferentes fontes de conhecimento, como culturas populares, tradições e
vínculos com comunidades, mesmo que não sejam atestados por diplomas
tradicionais. A capacidade técnica não se limita à infraestrutura existente, pois as
OSC’s podem planejar contratações e compras necessárias no decorrer do projeto.

5. ALTERAÇÕES NO ESTATUTO SOCIAL

Para estabelecer parcerias com a administração pública, uma organização da


sociedade civil (OSC) deve, primeiramente, ser sem fins lucrativos e reinvestir seus
recursos em seus propósitos. O estatuto da OSC precisa explicitar que não haverá
distribuição de excedentes, resultados ou dividendos entre seus membros,
conselheiros, diretores, empregados ou terceiros. Esses valores devem ser aplicados
diretamente em seus objetivos ou por meio da criação de fundos.

O estatuto também deve estabelecer que a missão da OSC é promover atividades de


relevância pública e social. Em Acordos de Cooperação, essa é a única adaptação
requerida no estatuto da organização.

Caso a OSC encerre suas atividades, o estatuto deve determinar que seu patrimônio
seja transferido a outra entidade de natureza similar que atenda aos critérios da Lei
13.019/2014 e tenha um propósito alinhado ao da organização original. Sociedades
cooperativas e organizações religiosas devem seguir suas legislações específicas ao
adaptar seus estatutos.

Por fim, a lei atual exige uma escrituração contábil alinhada aos princípios e normas
brasileiras de contabilidade, e esses registros devem ser acessíveis a qualquer
cidadão.

6. REGULARIDADE JURÍDICA E FISCAL

Para uma organização da sociedade civil (OSC) estabelecer parcerias, é fundamental


comprovar sua regularidade jurídica e fiscal. No âmbito jurídico, o Estatuto Social e
suas respectivas alterações devem estar devidamente registrados no Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas. Além disso, é vital manter os dados cadastrais
atualizados no CNPJ, com atenção especial ao endereço.

No tocante à regularidade fiscal, a OSC precisa fornecer as certidões estabelecidas na


legislação pertinente, mantendo-as atualizadas, uma vez que podem ser solicitadas a
qualquer instante. Se a OSC optar por atuar em rede, todas as entidades envolvidas
precisam garantir sua conformidade jurídica e fiscal, apresentando-as à organização
principal (celebrante).

7. IMPEDIMENTOS E RESTRIÇÕES

Categorias Detalhes/Condições

- Últimos 5 anos pela administração pública, a menos que sanadas,


Contas Rejeitadas reconsideradas ou aguardando decisão sobre recurso.
- Últimos 8 anos por Tribunal ou Conselho de Contas, em decisão final.

- Suspensão em licitação ou proibição com o poder público. <br>


- Declaração de inaptidão para licitação/contrato.
Penalizações da OSC - Suspensão temporária em chamamento público.
- Declaração de inaptidão em chamamentos/contratos.
Obs: Advertências não geram restrições.

- OSCs não regularizadas ou estrangeiras sem autorização.


Regularidade da OSC
- Omissão em prestações de contas anteriores.

- Contas irregulares ou rejeitadas nos últimos 8 anos.


Dirigentes da OSC - Responsabilizados por má conduta em cargos.
- Culpados por improbidade administrativa.

Conflito de Interesses - Dirigentes que sejam membros de Poder, Ministério Público, ou


lideranças governamentais da mesma esfera da parceria, incluindo
cônjuges, companheiros e parentes até o 2º grau.

LISTA DE EXERCÍCIOS

1. Segundo a Lei 13.019/2014, qual é um dos requisitos para as OSC’s acessarem


recursos públicos?

a) Comprovação de atuação por, pelo menos, 10 anos.

b) Alterações nos estatutos para adequação.

c) Ter atuação exclusivamente em parcerias com a administração pública.

d) Ter fins lucrativos para financiar projetos colaborativos.

2. No contexto da Lei 13.019/2014, o que significa "atuação em rede"?

a) Uma OSC opera independentemente de outras organizações.

b) A OSC celebrante monitora a execução e se reporta à administração pública.

c) Diferentes OSC’s trabalham juntas, mas sem uma liderança definida.

d) Todas as OSC’s precisam ter o mesmo tempo de existência.

3. Quanto tempo de existência é necessário para uma OSC firmar parceria com a
União?

a) Um ano.

b) Dois anos.

c) Três anos.

d) Cinco anos.

4. Qual é uma das formas que uma OSC pode usar para provar sua competência e
experiência?
a) Criar uma nova parceria com o poder público.

b) Mudar seu estatuto para se adequar à legislação.

c) Apresentar relatórios aprovados ou prêmios.

d) Ter fins lucrativos.

5. Para garantir a regularidade jurídica, o Estatuto Social da OSC e suas alterações


devem estar registrados onde?

a) Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

b) Cartório de Registro de Imóveis.

c) Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.

d) Tribunal de Justiça.

6. Quais são as restrições para Dirigentes da OSC segundo a Lei 13.019/2014?

a) Ter parentes até o 2º grau.

b) Culpados por improbidade administrativa.

c) Atuar em qualquer capacidade governamental.

d) Ter contas rejeitadas nos últimos 3 anos.

7. Explique a importância e as implicações da "atuação em rede" de acordo com a Lei


13.019/2014. Como essa atuação é estruturada e quais são as responsabilidades da
OSC celebrante?

8. A Lei 13.019/2014 estabelece diversos critérios de regularidade e conformidade


para as OSC’s que desejam estabelecer parcerias com a administração pública.
Discorra sobre a necessidade da alteração no Estatuto Social de uma OSC para se
adequar a esses critérios e as consequências jurídicas e fiscais de tal adequação.
Condiçõ
es para
a
Admini
stração
Pública
1. REGIME JURÍDICO ESPECÍFICO

A lei introduz o Termo de Fomento e o Termo de Colaboração, diferenciando-se de


convênios anteriores que agora são reservados para relações entre entidades
públicas.

2. CHAMAMENTO PÚBLICO

Passa a ser a norma para seleção de organizações, com exceções bem definidas,
como situações de urgência, guerra ou calamidade pública. São três instrumentos
usados como exceções do chamamento público: dispensa, inexigibilidade e emenda
parlamentar.

2.1 DISPENSAS

Aplicadas para as áreas específicas como educação, saúde e assistência social por
OSCs credenciadas.

Causas para a dispensa Descrição

Paralisação ou iminência de paralisação de


Urgência atividades de relevante interesse público, válido
por até 180 dias.
Casos de guerra, calamidade pública, grave
Situações Extremas perturbação da ordem pública ou ameaça à paz
social.
Parcerias relacionadas à proteção de pessoas
ameaçadas ou em risco, onde a identificação da
Programas de Proteção
OSC parceira compromete o sigilo necessário ao
programa.

2.2 INEXIGIBILIDADE
Situada quando há inviabilidade de competição entre OSCs devido à singularidade do
objeto ou se a meta só pode ser alcançada por uma entidade específica.

2.3 EMENDAS PARLAMENTARES

Os Termos de Colaboração ou de Fomento relacionados a emendas parlamentares


serão celebrados sem chamamento público.

3. TRANSPARÊNCIA

A administração deve manter uma lista atualizada das parcerias no seu site oficial,
incluindo detalhes como valor, descrição e situação da prestação de contas.

4. PLANEJAMENTO E CAPACITAÇÃO

A administração precisa planejar anualmente os valores para parcerias, capacitar


gestores e se adaptar às novas regras para garantir eficácia.

5. CONVÊNIOS

Continuarão existindo para relações entre governo federal, estados e municípios.


Também podem ser celebrados com entidades filantrópicas sem fins lucrativos,
especialmente na área da saúde.

6. ACORDO DE COOPERAÇÃO

Instituído para parcerias sem transferência de recursos.

7. DESVINCULAÇÃO DA LEI 8.666/1993

A nova lei estabelece expressamente que as relações de parceria entre a


administração pública e as OSCs não seguirão mais a Lei 8.666/1993.

8. FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO
É essencial que gestores públicos, organizações e conselheiros de políticas públicas
sejam adequadamente capacitados para garantir a aderência aos princípios e
procedimentos estipulados pela lei. Nesse contexto, a legislação determina que o
governo federal promova programas de capacitação em parceria com estados,
municípios, Distrito Federal e organizações da sociedade civil interessadas.

Esses programas de capacitação podem ser conduzidos por órgãos públicos,


instituições de ensino, escolas de governo e organizações da sociedade civil. Há um
foco especial na capacitação integrada de gestores e servidores públicos,
representantes de OSCs e membros de conselhos e comitês de políticas públicas e
direitos.

A formação conjunta fomenta uma compreensão mais profunda dos desafios,


facilitando a criação de soluções colaborativas entre gestores públicos e membros de
OSCs. A participação ativa de membros de órgãos de controle e conselheiros de
políticas públicas amplifica essa colaboração, consolidando uma abordagem mais
holística e eficaz.

9. COMUNICAÇÃO PÚBLICA

A Lei 13.019/2014 incorpora os meios públicos de comunicação na nova estrutura


jurídica e institucional que molda a relação entre as organizações da sociedade civil e
o Estado. Estabelece que esses meios podem veicular campanhas publicitárias e
programações originadas de parcerias entre OSCs e a administração pública. Ao
divulgar essas iniciativas conjuntas, a administração pública amplia sua visibilidade,
permitindo que a sociedade compreenda e reconheça o impacto e relevância das
atividades realizadas.

10. ÓRGÃOS DE CONTROLE

Os órgãos de controle desempenham um papel crucial nas parcerias entre as


organizações da sociedade civil (OSCs) e o poder público. Mais do que meros
fiscalizadores do uso de recursos, eles são fundamentais para consolidar
entendimentos e interpretações normativas. Sua atuação ajudou a reconhecer a
relevância das OSCs nas políticas públicas e a cultivar uma cultura de transparência e
eficiência na gestão de recursos.

Ao colaborar na implementação da Lei 13.019/2014, esses órgãos têm a oportunidade


de refinar procedimentos, uniformizar entendimentos e mediar divergências. Há uma
necessidade emergente de enfocar a avaliação dos resultados concretos obtidos,
abraçando um modelo de "controle por resultados".

Isso significa reconhecer a legitimidade das OSCs para acessar recursos com base
em sua trajetória, expertise técnica e impacto político. O controle deve também avaliar
o impacto direto nas vidas daqueles beneficiados pelas parcerias, considerando
indicadores como pesquisas de satisfação.

Com a nova legislação, abre-se uma janela para uma atuação inovadora dos órgãos
de controle. Eles são incentivados a monitorar parcerias em todas as suas fases, e
não apenas em sua conclusão. A lei também propõe uma fiscalização mais preventiva
e qualitativa, sintonizada com a dinâmica real das parcerias entre OSCs e o Estado.
Em suma, os órgãos de controle estão diante de um novo e promissor papel.
LISTA DE EXERCÍCIOS

1. O que a lei introduz diferenciando-se de convênios anteriores?

a) Acordo de Cooperação

b) Termo de Fomento e Termo de Colaboração

c) Emendas Parlamentares

d) Planejamento e Capacitação

2. Qual dos instrumentos NÃO é usado como exceção do chamamento público?

a) Inexigibilidade

b) Dispensa

c) Emenda parlamentar

d) Acordo de Cooperação

3. Para que servem os convênios segundo o texto?

a) Para relações entre entidades públicas e OSCs.

b) Para relações apenas entre OSCs.

c) Para relações entre governo federal, estados e municípios.

d) Para parcerias sem transferência de recursos.

4. O que a Lei 13.019/2014 incorpora em relação à comunicação pública?

a) A necessidade de divulgar parcerias em redes sociais.

b) Os meios públicos de comunicação na nova estrutura jurídica e institucional.

c) A promoção de publicidade entre organizações da sociedade civil.


d) A divulgação apenas de atividades governamentais.

5. Explique o papel dos órgãos de controle no contexto da Lei 13.019/2014 e como


sua atuação se diferencia com a nova legislação.

6. Descreva a importância da formação e capacitação integrada de gestores e


servidores públicos, representantes de OSCs e membros de conselhos e comitês de
políticas públicas, de acordo com o texto.
Etapas
de
uma
parceri
a
1. ETAPAS DE UMA PARCERIA

A parceria entre uma entidade da administração pública e uma organização da


sociedade civil se desdobra em cinco fases essenciais: Planejamento; Seleção e
Celebração; Implementação; Supervisão e Avaliação; e prestação de contas.

Essa sequência de etapas assegura uma abordagem estruturada para a parceria. É


vital que a cooperação seja concebida, posta em prática e avaliada seguindo este
roteiro, com cada fase integrada às outras. Explore as inovações introduzidas pela Lei
13.019/2014 em cada um desses estágios da parceria.

1.1 PLANEJAMENTO

O planejamento é uma etapa crucial tanto para a administração pública quanto para as
organizações da sociedade civil. Esta fase é fundamental para assegurar o sucesso
das subsequentes: seleção e celebração, implementação, monitoramento e avaliação,
culminando na prestação de contas.

1.2 PLANO DE TRABALHO

O Plano de Trabalho, concebido nessa etapa, é uma ferramenta central para guiar a
parceria. Ele deve incluir:

1) Uma análise do cenário da parceria, mostrando a relação entre a realidade atual e


os projetos e metas propostos;

2) Metas a serem alcançadas e atividades planejadas;

3) Estimativa de receitas e despesas associadas aos projetos;

4) Estratégia de implementação e acompanhamento das metas;

5) Parâmetros para mensurar o sucesso das metas;

6) Ações que requerem pagamento monetário.


O Plano pode ainda abordar custos indiretos necessários, como despesas
operacionais (água, luz, internet, aluguel, etc.) e serviços de suporte (contabilidade,
assessoria jurídica). Estes não devem ser confundidos com taxas administrativas, que
são proibidas.

Se houver compartilhamento de custos com outras fontes de financiamento, a


organização deve apresentar uma memória de cálculo que evidencie a divisão dos
gastos, evitando duplicidades. No que tange ao pagamento da equipe, o Plano de
Trabalho deverá detalhar:

1) Impostos;

2) Contribuições sociais;

3) FGTS;

4) Provisões para férias e décimo terceiro;

5) Salários proporcionais;

6) Verbas rescisórias;

7) Outros encargos sociais.

2. SELEÇÃO E CELEBRAÇÃO

A fase de seleção e formalização de parcerias introduz o chamamento público como


inovação essencial. Mais do que uma ferramenta de transparência e de fomento à
gestão democrática, o chamamento amplia o acesso das OSCs a financiamentos
públicos, permitindo que o Estado se conecte com uma variedade maior de
organizações.

Um avanço significativo é a proibição de cláusulas que favoreçam organizações com


base em sua localização ou outros critérios não essenciais à parceria, assegurando
assim a concorrência justa. Contudo, exceções podem ocorrer se estiverem alinhadas
a critérios específicos. Por exemplo, chamamentos podem focar em áreas geográficas
específicas quando houver uma justificativa clara, como ações afirmativas para grupos
determinados ou fomento de uma região específica. Assim, propostas podem ser
selecionadas exclusivamente de organizações atuantes e reconhecidas na região de
execução do projeto.
3. EDITAL

Durante a fase de seleção, o edital é o instrumento primordial que define os critérios e


as condições para a seleção da organização parceira, esclarecendo os propósitos da
parceria. O edital deve especificar:

1) A programação orçamentária que permitirá a formalização da parceria;

2) A natureza da parceria proposta;

3) O propósito central da parceria;

4) Informações sobre datas, prazos, local para apresentação das propostas e seus
requisitos;

5) Datas de seleção e critérios de avaliação, incluindo a metodologia de pontuação e,


se aplicável, a ponderação para cada critério;

6) Estimativa ou limite de orçamento para o projeto;

7) Procedimentos para recurso administrativo;

8) Modelos dos documentos que formalizarão a parceria;

9) Diretrizes de acessibilidade para indivíduos com deficiência, mobilidade limitada ou


idosos, conforme o escopo da parceria.

4. ACESSIBILIDADE

O edital de chamamento público deve contemplar medidas de acessibilidade para


pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos. Isso inclui a adequação de
espaços, equipamentos, transportes e comunicação, bem como a oferta de bens ou
serviços que atendam a limitações físicas, sensoriais ou cognitivas.

Essas disposições devem estar em conformidade com a Convenção sobre os Direitos


das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015). É
essencial que os recursos públicos promovam a inclusão e não criem obstáculos,
atendendo a todos de maneira igualitária.

5. PUBLICIZAÇÃO DO EDITAL
O edital deve ser divulgado extensivamente no site oficial do órgão público, com pelo
menos 30 dias de antecedência. Adicionalmente, a administração pública pode
consolidar os editais e informações sobre todas as parcerias em um portal centralizado
na internet.

Uma vez publicado o edital, as organizações interessadas têm a oportunidade de


submeter suas propostas conforme as especificações indicadas. Ao avaliar as
propostas recebidas, a administração pública focará em verificar:

• A conformidade das propostas com os objetivos específicos do programa ou ação


relacionados ao objeto da parceria;

• A correspondência das propostas ao valor de referência estipulado no chamamento.

Essa avaliação preliminar é mandatória e culminará em uma lista que classifica as


propostas submetidas em ordem de relevância.

6. CONTRAPARTIDA

Não será mais permitida a exigência de contrapartida financeira. No entanto, se o


órgão optar, pode requerer uma contrapartida exclusivamente em bens e serviços.
Quando solicitada, essa contrapartida em bens e serviços deve ser avaliada com base
em valores monetários, conforme os preços atuais de mercado. Não será solicitado o
depósito desse valor equivalente na conta específica relacionada ao Termo de
Fomento ou de Colaboração.

7. COMISSÃO DE SELEÇÃO

A Comissão de Seleção é responsável por analisar as propostas submetidas por


OSCs. Este grupo, formado por decisão divulgada em meio oficial, deve garantir a
inclusão de ao menos um servidor de cargo efetivo ou emprego estável da
administração pública. A Comissão pode ser auxiliada por especialistas e membros de
conselhos setoriais de políticas públicas especificamente indicados para tal. Sua
composição deve ser anunciada oficialmente.

Membros que, nos últimos cinco anos, estabeleceram qualquer relação jurídica com
uma das organizações concorrentes, não podem integrar a Comissão de Seleção. Em
situações assim, um substituto de qualificação similar deve ser nomeado. Um exemplo
desse tipo de relação é a participação, em algum momento dos últimos cinco anos,
como associado, líder ou funcionário de qualquer OSC participante do chamamento.

Quando se trata da seleção de parcerias financiadas por fundos voltados para


crianças, adolescentes, idosos, meio ambiente e defesa de direitos difusos, entre
outros, os respectivos conselhos gestores podem conduzir o processo em vez da
Comissão de Seleção mencionada na Lei nº 13.019/2014, sempre respeitando a
legislação pertinente.

Nestes casos, um conselheiro deve se abster de participar da seleção se tiver tido, nos
últimos cinco anos, qualquer relação jurídica com alguma das OSCs concorrentes. No
entanto, essa restrição não impede que a parceria entre a organização em questão e a
entidade pública federal associada ao fundo continue, desde que sejam cumpridos os
requisitos mencionados.

8. DA SELEÇÃO DAS PROPOSTAS À CELEBRAÇÃO DA PARCERIA

Conforme estabelecido pela Lei 13.019/2014, o processo de seleção que leva à


celebração de uma parceria passa por etapas distintas. Inicia-se com a avaliação das
propostas submetidas pelas OSCs. Após essa avaliação e a decisão sobre eventuais
recursos, a entidade pública deve validar e anunciar a classificação das OSCs na
plataforma digital e em seu site oficial.

Este anúncio deve incluir um relatório que detalhe:

• Se a proposta está alinhada com a modalidade de parceria escolhida;

• A viabilidade da execução da proposta e se os valores propostos são condizentes


com o mercado;

• A adequação do cronograma proposto, garantindo uma supervisão eficiente.

Após a classificação, a entidade pública chamará a OSC mais bem classificada para
confirmar o cumprimento dos requisitos estabelecidos nos artigos 33, 34 e 39 da Lei
13.019/2014. Nessa etapa, a OSC deve detalhar a proposta que foi aprovada no
processo seletivo, apresentando o Plano de Trabalho conforme os critérios da lei.

Ao celebrar a parceria, o acordo legal - seja Termo de Fomento, Termo de


Colaboração ou Acordo de Cooperação - deve incluir as cláusulas fundamentais
descritas no artigo 42 da Lei 13.019/2014. A duração da parceria deve refletir o tempo
necessário para a completa realização do seu propósito.
Vale ressaltar que, em certos casos, o chamamento público pode não ser aplicável. No
entanto, isso não isenta o cumprimento das outras determinações da lei,
especialmente no que tange à habilitação e às condições para formalizar a parceria.

9. EXECUÇÃO

Na fase de execução de uma parceria, as atividades planejadas são postas em


prática. É crucial definir metas claras para avaliar os resultados depois. Quanto aos
recursos, as organizações usarão práticas comuns do setor privado, gerenciando o
dinheiro recebido. A lei permite que as equipes do projeto e os líderes sejam
remunerados, reconhecendo as peculiaridades das organizações civis e suas
dinâmicas de trabalho, distintas da administração pública.

9.1 Itens de pagamento

Despesas listadas no plano de trabalho podem ser pagas com recursos da parceria.

a) Equipe de trabalho:

A OSC selecionará e contratará profissionais baseando-se nos objetivos da parceria e


habilidades necessárias. Os salários devem:

- Refletir as atividades e qualificações requeridas;

- Ser compatíveis com os preços locais e não exceder o teto do Poder Executivo;

- Ser proporcionais ao tempo dedicado à parceria.

O pagamento é de responsabilidade da OSC, sem vínculo trabalhista com o poder


público. Se a OSC não honrar compromissos trabalhistas ou fiscais, a administração
pública não é responsável.

b) Diárias:

Despesas com deslocamento, hospedagem e alimentação serão cobertas, seguindo


os valores da administração pública. Voluntários também podem receber, conforme a
Lei 9.608/1998.

c) Custos indiretos:
Despesas como água, luz, internet, transporte, aluguel, telefone, contabilidade e
assessoria jurídica são permitidas.

9.2 Itens vedado de pagamento

a) Taxa administrativa ou de gerência (diferente de custos indiretos ou remuneração


de pessoal);

b) Despesas não relacionadas ao objetivo da parceria;

c) Servidor ou empregado público, exceto quando permitido por lei.

10. LIBERAÇÃO DE PARCELAS

Os recursos serão liberados conforme o cronograma aprovado pela administração


pública. A OSC deve monitorar o repasse através de uma plataforma online fornecida
pela administração. A liberação pode ser suspensa se:

• Existirem indícios de uso indevido dos recursos anteriormente recebidos;

• A OSC desviar os recursos ou não cumprir com o estabelecido no Termo de


Colaboração ou de Fomento;

• A OSC não tomar medidas recomendadas para resolver pendências, sem


justificativa.

Recomenda-se documentar todas as orientações por escrito para facilitar a prestação


de contas.

Os fundos da parceria devem ser depositados em uma conta isenta de tarifas em um


banco público designado. Qualquer rendimento dessa conta será reinvestido na
parceria e deve ser contabilizado de acordo com as regras de prestação de contas.

11. FORMAS DE PAGAMENTO

Os pagamentos, geralmente, devem ser feitos via transferência bancária com


identificação do beneficiário. Em situações específicas, como projetos na Amazônia ou
áreas onde beneficiários não têm conta bancária, pagamentos em dinheiro são
permitidos. Nesses casos, é essencial emitir recibos e registrar os dados do
beneficiário na plataforma eletrônica.

12. PRORROGAÇÃO DA PARCERIA

A duração de uma parceria pode ser ajustada se a organização pedir ou se houver


demora na liberação de recursos pela administração pública. Se a OSC precisar de
mais tempo, deve enviar uma solicitação justificada pelo menos 30 dias antes do
término planejado. Em caso de atrasos pela administração, a extensão deve ser igual
ao tempo do atraso.

13. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Durante a execução da parceria, a administração pública deve monitorar o progresso


das atividades, focando nos resultados obtidos pela organização parceira. Pode-se
fazer visitas aos locais dos projetos e, em parcerias com duração superior a um ano,
recomenda-se realizar pesquisas de satisfação com os beneficiários, para auxiliar na
avaliação e reajuste das metas.

Para esse monitoramento, o poder público pode obter apoio técnico externo, delegar
funções ou colaborar com entidades locais. Os resultados serão consolidados em um
relatório técnico apresentado à Comissão de Monitoramento e Avaliação, um grupo
formado para avaliar as parcerias, incluindo ao menos um servidor público e membros
de conselhos setoriais.

Além disso, Conselhos de Políticas Públicas e mecanismos previstos na Lei de Acesso


à Informação (Lei 12.527/2011) podem acompanhar a execução da parceria. Nesta
etapa, os gestores públicos devem fiscalizar a parceria, comunicar superiores sobre
irregularidades ou comprometimentos, analisar prestações de contas e prover
recursos para o monitoramento.

O gestor tem a responsabilidade de emitir um parecer técnico conclusivo. Se as


atividades não forem cumpridas ou forem mal executadas pela organização, a
administração pública pode retomar bens em posse da OSC ou assumir a conclusão
do projeto, garantindo que serviços vitais à comunidade não sejam interrompidos.
14. PRESTAÇÃO DE CONTAS

A Lei 13.019/2014 moderniza a prestação de contas, dividindo a responsabilidade


entre as OSCs e a administração pública. Essa alteração reconhece a importância da
transparência na utilização de recursos públicos, permitindo que a sociedade
acompanhe como seu dinheiro é empregado.

Uma prestação de contas eficaz reflete um planejamento sólido e uma execução


conforme o Plano de Trabalho. A responsabilidade começa com a liberação da
primeira parcela dos recursos, seguindo as diretrizes da Lei 13.019/2014.

O poder público deve fornecer manuais para orientar as OSCs na celebração das
parcerias, buscando simplificar os procedimentos. Qualquer mudança nos manuais
deve ser comunicada às OSCs e divulgada em canais oficiais.

A prestação de contas ocorrerá em uma plataforma eletrônica, facilitando o


acompanhamento público das atividades e despesas. Ao invés de relatar após cada
parcela, as contas serão apresentadas anualmente e no final da parceria. Se a
parceria durar mais de um ano, haverá uma prestação de contas anual para monitorar
o progresso das metas.

15.1 Os elementos da prestação de contas

A prestação de contas submetida pela OSC deve permitir que o gestor público
determine se os objetivos foram alcançados, verificando se as metas estabelecidas
foram atingidas. O relatório de execução deve detalhar as atividades ou projetos
realizados durante a parceria, comparando as metas propostas e os resultados
obtidos. Esse relatório deve incluir evidências, como listas de presença, fotos, vídeos,
entre outros documentos comprobatórios.

Se houver falha no cumprimento das metas, a administração pública pode exigir um


relatório financeiro detalhado da OSC, que descreva as despesas e receitas. Esse
documento, assinado pelo representante da OSC e pelo contador responsável, deve
validar a relação entre a alocação de recursos públicos e os gastos realizados. O
registro financeiro precisa evidenciar a consistência entre as receitas previstas e os
gastos efetuados.
A lei enfatiza a análise da "verdade real" na prestação de contas, sublinhando que a
avaliação deve ir além da mera formalidade e focar nos eventos reais e nos resultados
tangíveis alcançados.

Antes de finalizar sua avaliação, o órgão público deve levar em conta os relatórios de
visitas técnicas e monitoramento, validados pela Comissão de Monitoramento e
Avaliação.

15.2 Novos prazos

A organização da sociedade civil é obrigada a entregar sua prestação de contas


conforme estipulado pela Lei 13.019/2014 e seu decreto regulamentador. Esse prazo
pode ser estendido, se justificado adequadamente.

O órgão administrativo tem um período de 150 dias, após receber a prestação de


contas, para realizar sua análise. Esse prazo pode ser estendido por mais 150 dias se
necessário.

Se a prestação de contas apresentar irregularidades ou omissões, a OSC terá um


prazo de 45 dias para regularizar a situação, com possibilidade de prorrogação por
mais 45 dias. A OSC deve conservar todos os documentos originais relacionados à
prestação de contas por uma década.

15.3 Resultado final

O gestor público encarregado fornecerá um parecer técnico detalhando a análise da


prestação de contas da colaboração. Esse parecer abordará:

• Benefícios e resultados obtidos;

• Impactos sociais e econômicos gerados;

• Avaliação da satisfação do público atendido;

• Viabilidade de continuidade das iniciativas após o fim da colaboração.

Quanto à conclusão da prestação de contas, será categorizada como:

• Aprovada;

• Aprovada com observações;


• Rejeitada, com subsequente início de um procedimento especial de revisão de
contas.

A legislação inova ao permitir que a OSC peça permissão para reembolsar através de
ações compensatórias de interesse público. Essa solicitação deve ser acompanhada
de um novo plano de trabalho vinculado ao propósito da parceria e ao foco da
organização. Tal permissão é válida quando não há má-fé ou fraude e quando não é
exigida a devolução total dos recursos.

Vale destacar que as penalidades administrativas prescrevem em 5 anos, contando a


partir da entrega da prestação de contas.

LISTAS DE EXERCÍCIOS

1. Quantas fases essenciais existem em uma parceria entre uma entidade da


administração pública e uma organização da sociedade civil?

a) Três

b) Quatro

c) Cinco

d) Seis

2. O que o Plano de Trabalho deve incluir?

a) Uma análise do cenário da parceria.

b) Estimativa de receitas e despesas associadas aos projetos.

c) Estratégia de implementação e acompanhamento das metas.

d) Todas as anteriores.

3. O que a fase de seleção e formalização de parcerias introduz como inovação


essencial?
a) Edital de chamamento.

b) Contrapartida financeira.

c) Chamamento público.

d) Planejamento estratégico.

4. Para quais indivíduos o edital de chamamento público deve contemplar medidas de


acessibilidade?

a) Adolescentes.

b) Pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos.

c) Gestantes.

d) Crianças.

5. O edital deve ser divulgado com quantos dias de antecedência, no mínimo, no site
oficial do órgão público?

a) 15 dias.

b) 20 dias.

c) 30 dias.

d) 60 dias.

6. Sobre a exigência de contrapartida, qual das afirmações a seguir está correta?

a) Contrapartida financeira ainda é permitida.

b) Contrapartida deve ser em bens e serviços.

c) A contrapartida deve ser exclusivamente financeira.

d) Não será mais permitida a exigência de contrapartida.

7. Quem é responsável por analisar as propostas submetidas por OSCs?

a) Comissão de Planejamento.
b) Comissão de Seleção.

c) Comissão de Supervisão.

d) Comissão de Avaliação.

8. Membros que estabeleceram uma relação jurídica com uma das organizações
concorrentes nos últimos quantos anos não podem integrar a Comissão de Seleção?

a) Três anos.

b) Cinco anos.

c) Dez anos.

d) Doze anos.

9. Qual lei estabelece o processo de seleção que leva à celebração de uma parceria?

a) Lei 12.527/2011

b) Lei 9.608/1998

c) Lei 13.019/2014

d) Lei 11.567/2007

10. Após a avaliação das propostas submetidas pelas OSCs, o que a entidade pública
deve fazer?

a) Publicar no jornal oficial da união.

b) Convocar imediatamente a OSC mais bem classificada.

c) Anunciar a classificação na plataforma digital e em seu site oficial.

d) Guardar a informação em sigilo.

11. O anúncio de classificação das OSCs deve incluir um relatório que detalha,
EXCETO:

a) Se a proposta está alinhada com a modalidade de parceria escolhida.


b) A disponibilidade dos membros da OSC.

c) A viabilidade da execução da proposta.

d) A adequação do cronograma proposto.

12. Na fase de execução de uma parceria, qual das seguintes práticas é permitida pela
lei?

a) Remuneração para equipes do projeto.

b) Uso ilimitado de recursos do setor público.

c) Uso exclusivo de práticas do setor privado.

d) Nenhuma das anteriores.

13. Quem é responsável pelo pagamento da equipe de trabalho da OSC?

a) Administração pública

b) Líderes do projeto

c) O próprio poder público

d) A OSC

14. Quais itens de pagamento são proibidos?

a) Despesas não relacionadas ao objetivo da parceria

b) Custos com água e luz

c) Salários da equipe de trabalho

d) Diárias

15. Quando os recursos da parceria podem ser suspensos?

a) Quando há indícios de uso indevido dos recursos.

b) Quando a OSC não divulga seu plano de trabalho.


c) Quando a OSC realiza mais atividades do que as previstas.

d) Quando a administração pública não concorda com os métodos da OSC.

16. Qual é o principal objetivo do monitoramento e avaliação?

a) Recolher mais recursos financeiros.

b) Garantir a transparência na utilização de recursos públicos.

c) Focar nos resultados obtidos pela organização parceira.

d) Avaliar a eficiência dos membros da OSC.

17. Quem é encarregado de fornecer um parecer técnico detalhado sobre a prestação


de contas da colaboração?

a) O presidente da OSC.

b) Um membro externo à OSC.

c) O gestor público encarregado.

d) A Comissão de Monitoramento e Avaliação.

18. A prestação de contas da OSC deve permitir que o gestor público verifique:

a) A quantidade de membros da OSC.

b) O número de reuniões realizadas.

c) Se os objetivos foram alcançados.

d) A opinião pessoal dos líderes da OSC.

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