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Capítulo 1: O Legado da Guerra

O continente de Arthon, um reino mágico repleto de criaturas fantásticas, era um lugar


de magia e mistério. Goblins, fadas, elfos e demônios conviviam em harmonia, cada
um trazendo sua própria essência à terra que chamavam de lar. Mas nem tudo era paz
e prosperidade nesse mundo de maravilhas, pois havia um período sombrio que
assombrava a memória de todos: a Segunda Guerra Arthoniana.
Há trinta anos, Arthon foi lançada em uma terrível guerra que ameaçou a harmonia do
continente. Os puristas, um grupo de humanos fanáticos, acreditavam que apenas sua
raça deveria reinar supremamente sobre Arthon, e todas as outras deveriam ser
erradicadas. Seu líder, o poderoso Rei William Magnus, personificava esse ideal
nefasto. Com uma aura de poder emanando de sua raça pura, ele liderou seu exército
com a determinação de cumprir seu propósito sombrio.
Os defensores de Arthon, conhecidos como Sunshine, eram uma equipe de heróis
extraordinários que se uniram para enfrentar a ameaça dos puristas. Eles
representavam a diversidade de Arthon, com membros de todas as raças unidos em
prol da paz. Juntos, eles lutaram com bravura contra o exército purista, desafiando a
ideologia tirânica do rei.
A última batalha da Segunda Guerra Arthoniana foi uma luta desesperada pelo destino
de Arthon. Os líderes da Sunshine se encontraram de frente com o Rei William
Magnus e seus generais poderosos. Foi um combate épico, onde feitiços e espadas se
chocaram em uma dança de destruição. Cada lado estava determinado a prevalecer,
custasse o que custasse.
No final, a Sunshine emergiu vitoriosa, mas o preço da vitória foi alto. Quatro de seus
corajosos membros perderam a vida na batalha, sacrificando-se pela causa que
defendiam. E ainda pior, um traidor havia surgido no meio do combate, lançando
dúvidas e suspeitas sobre aqueles em quem confiavam. Apenas dois dos heróis
sobreviveram para voltar para casa e comemorar a vitória que veio com um gosto
amargo de perda.

Capítulo 2: O Experimento
Nove anos após a grande batalha que havia abalado Arthon, o continente estava
lentamente se recuperando das cicatrizes da Segunda Guerra Arthoniana. A paz ainda
era frágil, e a memória da luta travada pela Sunshine estava fresca na mente dos
habitantes de Arthon. No entanto, em segredo, um grupo sombrio e sem nome estava
tramando algo que poderia desencadear uma nova ameaça.
Esse grupo de conspiradores tinha um objetivo claro em mente: recriar os poderes dos
grandes heróis da Sunshine em laboratório. Eles planejavam criar um exército
poderoso e leal, capaz de executar suas vontades. Para isso, eles coletaram amostras
de DNA de cinco dos sete heróis originais, acreditando que poderiam copiar e injetar
esses poderes em crianças selecionadas.
Salazar, o nobre, um atirador habilidoso com o poder de desacelerar o espaço a sua
volta; Caardza, o destruidor de reinos, um guerreiro que podia criar terremotos com
um único soco; Fallac, o mestre das falácias, um bardo com poderes de cura divina;
Gekko, o mago supremo, com o dom de controlar todas as plantas; e Papayrus, o
semi-imortal, capaz de aumentar a força de seus aliados. Esses eram os heróis cujos
poderes o grupo sem nome esperava replicar.
Os testes começaram com um fervor sinistro. As crianças selecionadas, sem nome e
sem identidade, eram submetidas a um soro contendo os poderes dos heróis. Mas os
resultados eram terríveis. Os poderes que haviam sido abençoados nos grandes
heróis eram simplesmente demais para corpos jovens e inocentes.
Nas primeiras semanas, a sala de experimentos se transformou em um pesadelo
silencioso. Muitas crianças morreram em agonia, gritando e sofrendo, enquanto o soro
devastava seus sistemas. Os sortudos eram aqueles que choravam sangue e
pereciam com a boca espumando segundos após a injeção. Outros, menos sortudos,
agonizavam por até duas semanas, suportando uma dor inimaginável.
Os cientistas cruéis que conduziam os experimentos não tinham piedade. Alguns dos
jovens mutantes imploravam para morrer, mas os cientistas não concediam esse
privilégio. Outros gritavam até que suas vozes desaparecessem e, finalmente,
morriam.
No entanto, no meio desse caos e sofrimento, cinco crianças surpreendentemente
sobreviveram aos efeitos do soro. Cada uma delas havia herdado os poderes de um
dos grandes heróis, e elas eram agora as únicas testemunhas vivas do horror que
haviam enfrentado.
Alice Crawtorn, uma vampira com olhos de coruja e uma elegância mortal, havia
herdado os poderes de Gekko. Ela podia agora controlar e manipular plantas com
habilidade mortal.
Caardz-4, um goblin mutante com músculos poderosos, havia herdado os poderes de
Caardza. Ele possuía a força capaz de derrubar cidades inteiras com um único soco.
Sorus, um jovem abissal deformado com pele escura e olhos brilhantes, tinha
adquirido os poderes de Papayrus. Ele podia aumentar a força de seus aliados,
tornando-os imparáveis.
Crocus, um kemono panda de pelagem espessa e olhos gentis, herdou os poderes de
Fallac. Ele possuía um dom incrível de cura que podia trazer os quase mortos de volta
à vida.
Por fim, Kurogane Spanner, um kemono raposa com pelos alaranjados e olhos
astutos, herdou os poderes de Salazar. Ele possuía a habilidade de desacelerar o
espaço ao seu redor, tornando-se quase invisível e extremamente letal.
Essas cinco crianças sobreviventes, agora transformadas em mutantes, eram as
peças centrais dos planos sinistros do grupo sem nome. Eles eram o resultado de
experimentos brutais, uma força poderosa que estava pronta para ser usada de
acordo com os desejos dos conspiradores.

Capítulo 3: Anos de Treinamento


Os anos seguintes após o experimento brutal foram um período de pesadelo que
Spanner jamais poderia esquecer. As experiências vividas durante esse tempo eram
difíceis demais para qualquer criança suportar. Ele estava determinado a compartilhar
sua visão sobre esses anos sombrios.
Foram anos difíceis, onde eles foram tratados como soldados desde o primeiro dia. O
treinamento era infernal, um teste incessante de resistência física e mental. Nenhuma
criança deveria passar por algo assim, mas eles não tinham escolha. Eram levados
até a exaustão diversas vezes, com permissão para descansar apenas quando
desmaiavam. Fora isso, o tempo era preenchido com treinamento implacável.
Cerca de quinze anos se passaram desde o início dos experimentos, e as crianças
mutantes haviam se transformado em jovens adultos. Com o passar dos anos, eles
deixaram de treinar em grupo e passaram a focar em suas melhores qualidades
individuais. Essa mudança representou um isolamento cruel para eles, pois perderam
sua única forma de contato e apoio emocional. Agora estavam verdadeiramente
sozinhos em seu sofrimento.
Spanner, por sua vez, não conseguira despertar os poderes que haviam sido injetados
nele. Como resultado, foi designado para a divisão de ciências, onde aprendeu sobre
o desenvolvimento de armas de alta tecnologia e como usá-las corretamente para se
tornar um soldado mais eficiente. Enquanto se esforçava para se destacar em seu
novo papel, ele ouvia vagamente sobre o progresso dos outros mutantes.
Dos rumores que chegavam aos seus ouvidos, soube que Caardz-4 havia sido o único
a despertar suas habilidades latentes até o momento. Isso tornou-o ainda mais isolado
em seu desespero. Ele se perguntava se algum dia seria capaz de controlar os
poderes que agora residiam dentro dele.
Alguns meses depois de sua mudança para a divisão de ciências, eles foram enviados
em sua primeira missão conjunta. Spanner estava empolgado, pois essa seria a
primeira vez em cinco anos que veria os rostos de seus únicos amigos. No entanto, ao
encontrá-los, a mistura de alegria e tristeza o consumiu.
Os olhares daqueles que antes eram seus amigos eram agora vazios, sem vida. Eles
haviam se transformado em meras ferramentas que seguiam ordens, despojados de
sua humanidade. A cena era devastadora, mas Spanner estava determinado a
aproveitar a oportunidade para mudar sua vida.
Então, seus olhos encontraram Alice, e por um momento, ele se perdeu na beleza
dela. Ela havia crescido e se transformado em uma jovem extraordinária. Spanner não
conseguia desviar o olhar dela até que um dos cientistas o chamou à atenção e
finalmente explicou as missões que os aguardavam.
Caardz-4, como o único a despertar seus poderes, iria sozinho em sua missão. Os
quatro restantes seriam divididos em duplas, e, por um capricho do destino, Spanner
acabou fazendo dupla com Alice. A ironia da situação não passou despercebida por
ele, e sua mente começou a trabalhar freneticamente.
Enquanto recebiam suas instruções, a mente de Spanner estava focada em algo mais
importante. Aquele era o momento, a chance que ele tanto esperava: uma
oportunidade de fugir daquele inferno que havia sido sua vida durante todos aqueles
anos. As esperanças de uma vida melhor, longe das garras dos cientistas e
conspiradores cruéis, o impulsionaram a seguir em frente.
Enquanto se preparavam para a missão, a determinação de Spanner estava firme. Ele
estava determinado a aproveitar essa oportunidade, não apenas para sua própria
liberdade, mas também para salvar seus amigos, para que todos pudessem encontrar
a redenção e a paz que tanto mereciam.
E assim, o jovem kemono raposa se preparou para enfrentar os desafios que o
aguardavam, com a esperança de um futuro melhor pairando em sua mente e a
promessa de liberdade guiando seus passos.
Capítulo 4: A Redenção e a Revolta
A missão era clara e sombria ao mesmo tempo. Spanner e Alice haviam sido enviados
para roubar um componente vital para a criação da arma Êxodos, um instrumento
terrível capaz de remover os poderes de todos os seres do mundo, exceto os
cientistas que o criaram. A crueldade e a ambição daqueles que estavam por trás
desse plano eram evidentes, e Spanner se encontrava no centro dessa conspiração
sinistra.
O jovem kemono percebeu que a parte mais importante da missão estava em seus
ombros, pois era o principal desenvolvedor da máquina e apenas ele poderia
reconhecer a peça necessária. Por outro lado, Alice era uma soldado sem mente,
treinada apenas para obedecer ordens e destruir todos que cruzassem seu caminho.
Spanner ansiava por despertar sua consciência, fazer com que ela o visse como
alguém especial e não apenas como mais um cientista maluco a quem ela deveria
obedecer cegamente. No entanto, suas tentativas eram frustradas repetidamente.
Enquanto a missão se desenrolava ao longo de um mês tenso, Spanner tentou
diversas vezes se aproximar de Alice. No entanto, cada vez que tentava conversar
com ela, algo estranho acontecia. Suas palavras eram distorcidas e transformadas em
discursos narcisistas repletos de jargões técnicos difíceis de entender. Era como se
ele não conseguisse expressar suas verdadeiras intenções ou sentimentos.
Finalmente, eles chegaram ao local onde a peça crucial estava guardada. Spanner
inventou uma desculpa para acessar os computadores e desativar a segurança, mas
sua verdadeira intenção era liberar um pulso eletromagnético para desativar a coleira
que ele tinha no pescoço. Ele sabia que essa ação poderia devolver parte da
consciência de Alice, mas não estava preparado para as consequências que viriam.
O pulso eletromagnético surtiu efeito, e Alice começou a recuperar parte de sua
consciência. No entanto, também alertou as guildas da região sobre sua presença.
Eles estavam encurralados, sem saída. Spanner tomou uma decisão desesperada e
quebrou a parede da sala, revelando o mar além dela.
Alice ainda estava sob os efeitos das ordens que haviam sido implantadas em sua
mente, e a comunicação entre eles continuava difícil. No entanto, Spanner finalmente
conseguiu reunir coragem para falar. Antes que pudesse articular suas palavras, Alice
o surpreendeu, beijando-o e dizendo: "Eu entendo."
Nesse momento, Spanner ficou sem reação. Pela primeira vez em sua vida, ele não
sabia o que dizer. Nenhuma daquelas frases arrogantes e técnicas vinha à sua mente.
Alice continuou, dizendo que estaria esperando por ele para voltar e resgatá-la.
O que aconteceu a seguir foi um turbilhão de ações. Spanner, movido por uma mistura
de emoções que iam da determinação à redenção, bateu com força a peça da arma na
parede, danificando-a gravemente. Em seguida, Alice pegou a peça das mãos dele e o
jogou pelo buraco na parede, direto no mar.
Enquanto caía, Spanner não podia deixar de pensar que sua vida havia mudado de
forma irreversível. Ele sabia que tinha que voltar e resgatar Alice e, ao mesmo tempo,
destruir o lugar terrível e seus criadores. Sua jornada estava apenas começando, e o
que estava em jogo era maior do que ele jamais imaginara.
Conforme o impacto da água se aproximava, Spanner se preparou para o que vinha a
seguir. Ele havia sido lançado em um mundo de redenção e revolta, onde ele próprio
era a chave para a salvação de muitos e a destruição daqueles que haviam
orquestrado seu sofrimento. Com determinação renovada e um novo senso de
propósito, ele emergiu das águas escuras, pronto para enfrentar o futuro que o
aguardava.

Capítulo 5: A Reunião dos Destinos


Um ano havia se passado desde que Spanner vira Alice pela última vez. A incerteza
sobre o destino dela pairava em sua mente, e ele não fazia ideia de quando a veria
novamente. Sabia que, no estado em que estava, não teria a menor chance de salvá-
la ou destruir a organização maligna que a mantinha cativa. A sensação de impotência
o corroía, e ele estava exausto, sem opções.
Foi então que, em uma noite chuvosa, enquanto a luz da lua iluminava a distante
praia, um homem misterioso surgiu diante dele. Era um mago com músculos
impressionantes, o mais musculoso que Spanner já vira. O homem quebrou o silêncio
e se apresentou como Exelion Lux, alguém que poderia ajudá-lo a realizar seus
desejos. A surpresa de Spanner foi imensa, pois como alguém além dos cientistas que
o criaram saberia seu nome?
Por um momento, Spanner temeu que Exelion fosse enviado para levá-lo de volta à
organização maligna, mas logo descartou essa possibilidade ao observar o sorriso
maligno no rosto do mago. Era óbvio que ele planejava algo grandioso, algo que
Spanner provavelmente não iria gostar.
Exelion continuou falando, explicando que estava reunindo uma equipe especial para
enfrentar um desastre iminente e que Spanner se encaixaria perfeitamente nessa
equipe. Ele ofereceu a Spanner uma escolha: deixar uma carta no chão e permitir que
as ondas a levassem embora, ou abrir a carta em um ano para entender tudo. Exelion
assegurou a Spanner que ele era a única pessoa que poderia ajudá-lo a salvar Alice.
Naquele momento, o coração de Spanner estava acelerado. Ele saltou para pegar a
carta quando Exelion a soltou. No instante seguinte, Spanner correu para perguntar
como Exelion sabia tanto sobre ele, mas o mago havia desaparecido, deixando-o
apenas com a carta em mãos.
Passado um ano, Spanner finalmente decidiu abrir a carta. Para sua surpresa, ela o
levou a um grande salão, e lá estavam eles, os outros membros da equipe que Exelion
havia mencionado. Sete indivíduos estavam ao seu lado, cada um mais intrigante do
que o outro. Havia uma figura com forma de gosma brilhante roxa, uma híbrida de
kemon felino com humano, um homem alto e forte de pele acinzentada e olhos
vermelhos, um humano com a pele tão fria que Spanner não conseguia dizer se ele
estava vivo, duas crianças - um humano em plena puberdade e um jovem elfo frágil -
e, por fim, uma jovem garota de aura gentil que o deixou desconfortável.
Quando Spanner virou seus olhos para o topo da escada, viu uma grande mesa onde
estavam Exelion e duas figuras que ele mal podia acreditar. Eram dois dos heróis mais
respeitados do continente, ao lado de Exelion. A sensação de perplexidade o invadiu,
e apenas uma pergunta ecoou em sua mente: o que aquele sorriso sinistro estaria
planejando para todos eles, ao reunir aquela equipe tão diversa e poderosa?
Spanner se viu diante de um novo capítulo de sua vida, repleto de mistérios e
desafios. Ele estava determinado a descobrir o que estava por vir e a usar todas as
oportunidades para salvar Alice e destruir a organização maligna que a mantinha
cativa. O destino havia reunido esses indivíduos peculiares, e agora caberia a eles
enfrentar o desastre que se aproximava e, quem sabe, encontrar a redenção no
processo.

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