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ESTÁGIO SUPERVISIONADO III: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM TEMPOS DE

PANDEMIA

Markus Dias Aguiar


diasaguiar@acad.ifma.edu.br

RESUMO

Diante do contexto da pandemia, houve grandes mudanças na educação brasileira no ano de 2020,
com o isolamento social como medida preventiva do novo coronavírus.. Assim, surgiu a necessidade
da implementação do ensino remoto, que foi apresentada para dar continuidade nas aulas do sistema
de ensino educacional brasileiro da rede pública e privada de acordo com as normativas
estabelecidas pelo MEC. Este trabalho tem como objetivo mostrar as experiências e os desafios
vivenciados durante o Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura Plena em Matemática em
tempos de pandemia, apresentando as metodologias utilizados, a didática, os recursos tecnológicos, e
os desafios diante dessa realidade atípica e as estratégias utilizadas por meio do planejamento
pedagógico.

1. INTRODUÇÃO
A finalidade do presente trabalho é relatar as atividades desenvolvidas durante o Estágio
Supervisionado III curricular obrigatório do curso Superior de Licenciatura Plena em Matemática,
vinculado pelo Instituto Federal do Maranhão de Educação, Ciência e Tecnologia-IFMA campus-
São João dos Patos.
O estágio foi realizado no campus IFMA, no período de 09 de novembro de 2020 até 11 de
janeiro de 2021. Foi Desenvolvido durante a situação emergencial causada pela pandemia da
COVID-19 com início no ano de 2020, onde surgiu muitos desafios, diante desse fato e com a
necessidade do isolamento social como estratégia na tentativa de conter o vírus, desta forma, devido
a realidade do contexto atual as atividades do estágio foram realizadas através do ensino remoto
com aulas online para evitar aglomerações, Diante disso, foi preciso que o Sistema Educacional se
adaptasse às exigências do Mec, que de acordo com a portaria n° 343, de 17 de março de 2020,
autorizou instituições de ensino a substituírem suas aulas presenciais por meios digitais. .
Diante deste contexto, as tecnologias foram de grande ajuda para a realização das aulas nas
escolas, pois através destes recursos foram realizados os encontros das aulas onlines, recursos esses
como a plataforma “Google Classroom”, “youtube”, “whatsapp” dentre outros.
O estágio foi realizado pela plataforma do Google Classroom, a plataforma em que
possibilita uma sala de aula online, o Google Classroom ou a Sala de Aula do Google é uma
ferramenta on-line gratuita que auxilia professores, alunos e escolas com um espaço para a
realização de aulas virtuais. Por meio dessa plataforma, as turmas podem se comunicar e manter as
aulas a distância mais organizadas. A sala ajuda o docente no gerenciamento de atividades e criação
de aulas interativas. Além disso, a plataforma tem serviço que permite criar diferentes turmas,
distribuir tarefas e enviar e receber notas e feedbacks.
Desta forma, o estágio foi realizado em três etapas: a etapa de observação, o planejamento
das aulas e a regência do estágio supervisionado, momentos esses que tem como o objetivo mostrar a
realidade para o aluno em formação, buscando vivenciar uma relação entre professor, aluno e o
conhecimento.
Neste contexto, o professor é um elemento catalisador, com a função de criar condições
favoráveis para a aprendizagem do aluno, por meio da interação entre aluno e o conhecimento
construído. Assim a aprendizagem se torna algo construído a partir da interação que se dá ao
conhecimento, criando novas condições, deixando de ser apenas uma transmissão de conhecimento,
como afirma (MANTOAN, 2015):

“deve-se proporcionar condições favoráveis, visando uma convivência


humanísticas, ao passo que, não deixe de lado as competências e
habilidades do aluno, trabalhando de forma integral o contexto do ensino
regular e suas necessidades individuais, desta forma, transformando o
espaço escolar vivenciado mais acolhedor, solidário e participativo”.

Portanto, o estágio supervisionado III, é uma oportunidade para futuro professor para a
melhoria da sua futura atividade docente, devido à realização de análises de nossa prática e em
antemão da prática de outros profissionais da área, buscando a reflexão sobre o futuro campo de
trabalho, sobre didática, metodologias avaliativas, e sobre a realidade escolar atual.
O estágio é o momento de reflexão onde o aluno em formação entra em contato com o futuro
campo de trabalho vivenciando aspectos como a interação professor-aluno, a didática, as
metodologias usadas pelo professor para assim relacionar a teoria com a prática de maneira crítica e
reflexiva. Segundo Zabala (1998), “Geralmente se consegue esta melhoria profissional mediante o
conhecimento que se dá a partir da experiência: o conhecimento das variáveis que intervém na
prática e a experiência para dominá-las". Portanto, o estágio tem como processo de aprimoramento a
partir de observações, para assim interligar a reflexão na ação.
O estágio supervisionado III é primordial para conclusão do curso de licenciatura, e tem
como objetivo, possibilitar o primeiro contato com o futuro campo de trabalho, desta forma, visando
contribuir para a formação do professor, buscando a construção do conhecimento e enriquecimento
da prática pedagógica a partir do contato com a experiência, relacionando as teorias com as situações
vivenciados no ambiente de escolar.
Portanto, o objetivo específico do estágio teve como finalidade: desenvolver habilidades,
adquirir experiências e conhecimentos, para assim, refletir sobre a futura atuação como
professor; vivenciar processos de ensino, metodologias, formas de avaliação; Investigar,
analisar e refletir sobre os textos pedagógicos e relacionar com a prática, construindo formas
de atuação, com vistas à melhoria da educação; contribuir para o aprendizado dos alunos do
2° ano do curso Integrado de Rede de computadores Computadores do IFMA-campus São
João dos Patos.

Nos cursos de licenciatura o estágio é primordial para a formação do acadêmico, neste


contexto, (PIMENTA;LIMA, 2004) afirma que: “O estágio é o eixo central na formação de
professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a
formação da construção da identidade e dos saberes do dia a dia”. Podemos destacar esses
aspectos na Lei n° 9394/1996, que assegura essas finalidades na formação docente, a mesma
é dito que:

[...] A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às


especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos
das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como
fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento
dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios
supervisionados e capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em
instituições de ensino e em outras atividades. (p.41)

Dessa forma, o estágio oportuniza ao futuro professor: aprender acerca da docência,


análises e reflexões sobre os diversos aspectos da profissão, relacionar aspectos práticos
vivenciados na realização do exercício da docência, com aspectos teóricos estudados na
graduação, enfrentar dificuldades a respeito do início da carreira docente.

1. DESENVOLVIMENTO

1.1 Fundamentação teórica

A disciplina de estágio supervisionado III, é a etapa mais esperada do curso de


licenciatura e é de grande importância para formação inicial dos professores, pois é a etapa
que busca direcionar o acadêmico em formação para a aprendizagem prática.
Segundo Biasoto (2020) “[...] por meio do estágio o acadêmico tem oportunidade de
desenvolver teorias e práticas próprias, testando-as e a partir disso, validá-las ou não,
integrando atuação e reflexão, como verdadeiro professor pesquisador reflexivo”. Desta
forma, a disciplina busca direcionar o acadêmico em formação a aprendizagem prática para
compreender como trabalhar em sala de aula, buscando investigar estratégias adequadas
para ministrar a disciplina de maneira que possa desenvolver a aprendizagem de seus
alunos.

Como afirma Biasoto (2020) “[...] o estágio, metaforicamente, é quando o acadêmico


tira parcialmente os olhos dos textos metodológicos e parte para a prática, o momento mais
esperado desde o início de sua graduação”. Seguindo este contexto, é momento fundamental
para a vida do acadêmico, pois, tira os olhos dos textos e passa a colocar seu conhecimento
em prática, passa a conhecer o contexto da realidade escolar atual. Assim, o estágio
proporciona a aproximação do ambiente do futuro campo de trabalho para o acadêmico em
formação. De acordo com Pimenta e Lima (2005, p.16):

O papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análise para


compreenderem os contextos históricos, sociais, culturais,
organizacionais e de si mesmos como profissionais, nos quais se dá sua
atividade docente, para neles intervir, transformando-os. Daí, é
fundamental o permanente exercício da crítica das condições materiais
nas quais o ensino ocorre.

Assim como, é necessário o professor “[...] saber observar, descrever, registrar,


interpretar e problematizar e, consequentemente, propor alternativas de intervenção”
(PIMENTA, 2006, p. 76). Neste sentido, o estágio ajudará a conhecer na prática a como lidar
com as situações do cotidiano em sala de aula, vivenciando, analisando e formalizando sua
futura postura como professor, utilizando as teorias como fundamentação para seu trabalho e
investigando a realidade do ambiente escolar em que se encontra, para moldar sua prática
docente a cada realidade de cada contexto em que se encontra no ambiente de trabalho para
assim buscar alternativas de intervenção.
O estágio supervisionado nos cursos de licenciatura é umas das disciplinas mais
importantes dos cursos de formação de professores. Pois segundo (CAMARGO; NARDI,
2011), o estágio supervisionado é o primeiro contato que o discente tem com a profissão
possibilitando reflexões acerca das práticas de ensino e suas experiências didáticas. De
acordo com Camargo e Nardi (2011, p.35), “[...] É nesta fase que a maioria dos
licenciandos têm passado por um período de mudança, ou seja, de alunos,
licenciandos, a professores”.
Logo, o estágio é uma atividade de grande importância na formação inicial do
professor, pois proporciona ao acadêmico o contato com a realidade na qual futuramente
atuará. Já em relação à atuação dos discentes nos estágios em tempos de pandemia, de
acordo com a pesquisa realizada por Silva (2021), que fundamenta-se de uma revisão
bibliográfica e uma pesquisa qualitativa, reflete sobre os fatores que influenciam a prática
docente no ensino remoto, verificando se de fato há dificuldades quando as relações da
prática docente no estágio, pois como afirma o autor, mesmo antes da pandemia em nosso
país já é enfrentado sérias limitações educacionais. Logo, como é mencionado por Silva
(2021), as relações entre professor e aluno já estavam precárias, e a pandemia afetou
profundamente essa relação, visto que a prática docente não estava preparada para situações
novas já que o contexto escolar só estava preparado para aulas presenciais e não a distância.
Portanto, o autor afirma que as dificuldades nos aspectos remotos se encontram na
particularidade do individual e a necessidade de adaptação de cada um (SILVA, 2021). Silva
(2021) e Xavier (2020), relatam que em tempos de pandemia as dificuldades enfrentadas
acerca do trabalho docente é a falta com as tecnologias bem como a produção de conteúdo
online, como gravações de vídeo aula e edição e afinidade com as plataformas virtuais. Já
em relação aos alunos, a desigualdade social afeta diretamente na aprendizagem dos alunos,
como afirma Xavier (2020, p. 7) “intensificando ainda mais aspectos da desigualdade social
existente em nosso país”.
Contudo, Oliveira (2020), ressalta sobre a falta de familiaridade e competências
digitais acerca de alguns professores, sobre dificuldades ao acesso à internet e a utilização de
recursos tecnológicos para o planejamento das aulas. Oliveira (2020) fomenta a discussão
sobre o tema Competências Docentes em EaD, e apresenta alternativas para tecnologias de
baixo custo, compreendendo a formação continuada do professor como algo necessário para a
qualificação destas competências.
Segundo Junior e Monteiro (2020), destaca a utilização da plataforma Google
Classroom e o aplicativo ZOOM, ambos transformados temporariamente em ambiente de sala
virtual frisando o contexto pandêmico, e afirma que os mesmos apresentam contribuições em
tempo de distanciamento social, tornando o aprendizado mais colaborativo e significativa.
Entretanto, não substitui “formas de transmitir conhecimento, como o quadro, o giz ou outras
tecnologias já existentes.” (Santos e Monteiro, 2020, p.13 ).

Portanto, Ferrarini (2019), afirma que a utilização de metodologias ativas através da


utilização das tecnologias digitais podem se potencializar como ferramentas úteis à
disposição do professor para melhoria do ensino aprendizagem, porém, apesar da utilização
das tecnologias não significa a conceituação de uma metodologia ativa, pois, mesmo que
através dos meios digitais o professor pode apenas utilizar processos mecânicos de
metodologias tradicionais, em que coloca o docente como mero transmissor de
conhecimento. E ainda afirma que (Ferrarini, 2019, p.27):

Também há que se reafirmar a necessidade de se diferenciar técnicas de


metodologias. Técnicas são entendidas como um meio para realizar algo
restrito. Uma metodologia, por sua vez, implica em um arcabouço que
influencia e intervém nos modos de organizar o currículo, na concepção de
ensinar e de aprender, portanto, do papel do professor e do aluno, da
avaliação e da própria organização da escola e, principalmente, da sala de
aula, constituindo-se em uma proposta metodológica além das técnicas.

Portanto, essas teorias acerca das dificuldades e das metodologias de ensino servirão
para nortear e refletir acerca da realidade vivência sobre o ensino remoto neste relato de
experiência. A seguir serão abordados os aspectos físicos, administrativos e pedagógicos,
assim como os relatos de experiências da regências em tempos de pandemia.

2.1 Aspecto Físico


O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA)
Campus São João dos Patos integra a Fase II do Plano de Expansão da Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), sendo a sua portaria
de autorização de funcionamento datada de 22 de setembro de 2010.
Localizada na região do Médio Sertão do Maranhão, a cidade de São João dos Patos
tem uma população de 25 mil habitantes, e área de 1.682,5 km2. O Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do município é de 0,64.
Do ponto de vista econômico, a cidade de São João dos Patos concentra arranjos
produtivos focados nos setores de produção artesã de bordados, indústria de bebidas,
beneficiamento de grãos e frutas, produção de arroz, milho, feijão, abóbora e
cana-de-açúcar, criação semi-intensiva de gado e caprinos, dentre outros. O IFMA Campus
São João dos Patos tem demanda assegurada por estudantes do próprio município e das
cidades vizinhas: Sucupira do Riachão, Paraibano, Sucupira do Norte, Colinas, Mirador,
Passagem Franca, Fortuna, São Francisco do Maranhão, São Domingos do Azeitão, Jatobá,
Barão do Grajaú, Pastos Bons, Nova Iorque e Buriti Bravo.
O bloco principal do Campus São João dos Patos abrange as salas dos setores
administrativo e pedagógico, auditório, biblioteca com acervo de dois mil exemplares, além
de dez salas de aulas, distribuídas no pavimento térreo e no primeiro piso. A unidade de
ensino possui um centro de esporte com piscina e quadra coberta para as atividades
desportivas e de lazer.
Em sua estrutura física, o Campus dispõe ainda de cinco laboratórios, servindo às
atividades das áreas de Física, Química, Biologia, Alimentos e Moda. Além disso, a
comunidade acadêmica conta com três laboratórios de Informática, que juntos têm 90
terminais de computadores. O quadro de professores do Campus São João dos Patos
compreende o total de 57 professores, vinculados ao Departamento de Ensino (DE).

2.2 Aspectos Administrativos

De acordo com o PPI, a instituição deve prezar por uma gestão democrática,
buscando a participação da comunidade, e destaca que para se efetivar uma gestão
democrática é necessário a autonomia e a participação dos cidadãos. Como afirma o PPI
(2016, p.50) “a autonomia, como espaço de poder dos cidadãos, e a participação, como fazer
parte da ação, desde a decisão”. e ressalta a importância conceber o projeto pedagógico,
para que se identifique como comunidade educativa. e a execução desse projeto se dá a
partir de três dimensões básicas como esclarece o PPI (2016, p. 51):

A autonomia administrativa se materializa na possibilidade de adequar a


sua estrutura organizacional ao processo decisório que numa gestão
democrática deve garantir a horizontalidade nas relações de poder.
A autonomia financeira pressupõe a existência de recursos financeiros
necessários ao seu funcionamento efetivo e à possibilidade de discutir
coletivamente a aplicação e o gerenciamento dos recursos.
A autonomia pedagógica se materializa na liberdade de ensino, pesquisa e
extensão, na possibilidade de definir os elementos que melhor contribuam
para o processo ensino e aprendizagem em consonância com o seu projeto
político-pedagógico.

É importante ressaltar que a instituição de ensino IFMA-campus São João dos Patos,
oferece atendimento aos discentes, é o caso do Programas da Assistência Estudantil do IFMA
dividido em Programas Universais, Programas Específicos de Assistência Primária e
Programas Específicos de Assistência Secundária.
Podemos destacar o programa de apoio estudantil que possibilita a participação dos
estudantes em eventos educativos e científicos, tais como cursos, congressos, seminários,
simpósios, workshops, exposições, visitas técnicas, eventos esportivos, entre outros.

2.3 Aspectos Pedagógicos

A instituição de ensino IFMA Campus São João dos Patos, realiza uma série de
projetos ao decorrer do ano letivo, como congressos, seminários, simpósios, workshops,
exposições, visitas técnicas, eventos esportivos, entre outros. Incentivando a pesquisa e
desempenhando um papel importante na comunidade de São João dos Patos e região, pois
tem demanda assegurada por estudantes do próprio município e das cidades vizinhas:
Sucupira do Riachão, Paraibano, Sucupira do Norte, Colinas, Mirador, Passagem Franca,
Fortuna, São Francisco do Maranhão, São Domingos do Azeitão, Jatobá, Barão do Grajaú,
Pastos Bons, Nova Iorque e Buriti Bravo. A atuação da instituição é de extrema importância
para essas comunidades. Pois de acordo com a Lei de criação nº 11.892/2008 Seção II Art.
6º, ressalta que:

Os Institutos Federais têm por finalidades e características: orientar sua


oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos
arranjos produtivos, sociais e culturais locais, identificados com base no
mapeamento das potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e
cultural no âmbito de atuação do IF; desenvolver programas de extensão e
de divulgação científica e tecnológica; realizar e estimular a pesquisa
aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o
desenvolvimento científico e tecnológico; promover a produção, o
desenvolvimento e a transferência de tecnologias sociais, notadamente as
voltadas à preservação do meio ambiente.

Sobre a concepção de Extensão proposta pelo IFMA, o PPI (2016, p.46-47) esclarece
que:

No que tange à concepção da Extensão proposta pelo IFMA, entende-se


como o conjunto de atividades capazes de promover integração e interação
dos setores educacionais - ensino, pesquisa, inovação e tecnologia, com as
comunidades e o mundo do trabalho. É por meio da Extensão que o IFMA
possibilita a inter-relação entre o saber fazer e a realidade socioeconômica,
cultural e ambiental do Maranhão, uma vez que se busca promover o
desenvolvimento local com interação à vida acadêmica (p.46-47).

É importante ressaltar, que instituição norteia ações extensionistas, como explana o


PPI (2016, p.47-48):

- Ensino, pesquisa e extensão como dimensões formativas e libertadoras


indissociáveis e sem hierarquização;
- Relação dinâmica e potencializadora com o ensino e a pesquisa; -
Aproximação do IFMA com a comunidade e empresas locais, regionais,
nacionais e internacionais;
- Desenvolvimento de atividades de extensão de acordo com os princípios
e finalidades da educação profissional e tecnológica, em articulação com o
mundo do trabalho e os segmentos sociais, e com ênfase na produção,
desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos;
- Processos educativos como fatores de geração de trabalho e renda e de
emancipação do cidadão na perspectiva do desenvolvimento
socioeconômico local e regional, de forma sustentável;
- Difusão, socialização e democratização do conhecimento produzido e
existente no IFMA; - Discente como agente transformador da comunidade
e região onde reside;
- Desenvolvimento da pesquisa aplicada e criação de patentes através do
levantamento das necessidades locais;
- Preparação emocional do discente para o mundo do trabalho através da
prática de ações extensionistas;
- Prospecção de mercado para dar as respostas necessárias ao mundo do
trabalho e à sociedade com o ensino, pesquisa, inovação e tecnologia
praticados no IFMA;
- Oportunidades, aos discentes e docentes, de um contato real com o
mundo do trabalho e comunidades para que a práxis educativa se amolde
às necessidades locais;
- Acompanhamento de egressos realizando pesquisas que revelem a
adequabilidade dos processos formativos com a empregabilidade e
inclusão social dos discentes;
- Pesquisa aplicada, consultorias e prestação de serviços técnicos
especializados como forma de aproximar o setor produtivo ao Instituto.

Portanto, destacamos a importância do IFMA no intuito de garantir uma melhor


prestação de serviços à sociedade, promovendo educação profissional, científica e

tecnológica com a formação cidadã para o desenvolvimento sustentável.

2.4. Regência
As atividades do estágio tiveram início em primeiro momento com uma reunião com
o professor(a) regente, onde a mesma apresentou o calendário da turma, os conteúdos que
seriam trabalhados, orientou como adicionar os materiais (slides, vídeos complementares,
atividades) no classroom (plataforma utilizada para as aulas remotas), depois me adicionou
(como professor) na turma em que eu iria ministrar as aulas, desta forma, foi iniciado o
planejamento das aulas e dos conteúdos a serem ministrados.
A turma escolhida para a realização do estágio supervisionado III, foi a turma de 2º
ano do ensino médio, do Curso de Redes de computadores do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão-IFMA, campus São João dos Patos. No primeiro
momento foi iniciada a etapa de observação da turma, com intuito de investigar o
comportamento dos alunos, de como trabalhar da melhor maneira possível os conteúdos e
levando em consideração a situação do momento atual, as dificuldades dos alunos em
relação ao acesso a internet e dificuldades em relação aos conteúdos de matemática.

De acordo com Biassoto (2020) ”É função do estágio possibilitar ao licenciando a


capacidade de, por si próprio, enxergar essa realidade, desenvolver um pensamento crítico,
saber agir mediante as circunstâncias e transformar a realidade de acordo com cada
contexto”. Portanto, a etapa de observação foi fundamental para traçar os objetivos, a
metodologia e os métodos de avaliação, principalmente pelo fato de ser realizada em
situação atípica (de pandemia). Biassoto (2020, p.3) ainda afirma que :

A concepção de que o estágio deve propiciar ao licenciando uma


aproximação à realidade na qual irá atuar, de modo a analisá-la e
questioná-la criticamente, amplia a compreensão do estágio de modo que
seja atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e
intervenção da realidade.

Biassoto (2020, p.3), também afirma que:

A finalidade dos cursos de formação de professores é preparar


profissionais competentes em relação ao conhecimento de sua área, ao
conhecimento pedagógico específico dessa área, que seja autônomo,
agente de mudança e capaz de refletir e agir sobre sua prática. (p.3)

Desta forma, é necessário o licenciando em formação compreender a importância do


estágio, dos conhecimentos específicos e pedagógicos, para assim, compreender os
processos de análise e investigação e a partir daí refletir sobre sua prática, para buscar se
adaptar sobre as diversas situações em sala de aula, pois, estamos a todo momento sujeitos a
novas realidades.
Passando da etapa de observação, iniciei a etapa da regência de forma remota,
seguindo as normas estabelecidas pelo MEC por meio da portaria nº 343, que de acordo com
(BRASIL, 2020, p.39) está estabelecido que:

Art. 1º Autorizar, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas


presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de
informação e comunicação, nos limites estabelecidos pela legislação em
vigor, por instituição de educação superior integrante do sistema federal de
ensino.

Portanto, as aulas foram ministradas através da plataforma do Google meet, e os


conteúdos foram trabalhados por meio de slides produzidos e apresentados através do
software microsoft power point, os conteúdos apresentados nos slides, foram produzidos
com o apoio de dois livros didáticos, o livro Matemática Paiva da editora Moderna e
Matemática: interação e tecnologia - Volume 2 da editora leYa.
Na plataforma do google foi utilizado o classroom que é um sistema de
gerenciamento de conteúdo para escolas que procuram simplificar a criação, a distribuição e
a avaliação de trabalhos, desta forma, facilitou a organização dos conteúdos e atividades,
avaliações, entre outros.
As aulas foram flexibilizadas em síncronas e assíncronas, para assim suprir a carga
horária exigida pelo MEC (Ministério da Educação). As aulas foram ministradas de maneira
expositiva e dialogada e por meio de resoluções de questões, sempre buscando o diálogo
com os alunos, no final da aula foi destinado um tempo para resoluções de questões onde os
alunos abriam seus microfones ou escreviam a resposta através do chat para falar o resultado
e explicar como e qual método utilizou para chegar no resultado final, no final da aula era
postado a atividade e vídeos complementares de 10 a 15 minutos para auxiliar os alunos na
resolução do exercício.
O método avaliativo foi feito por meio das atividades e da avaliação sobre os
conteúdos trabalhados. No encerramento do conteúdo, na última aula que seria ministrada,
foi realizada a revisão dos conteúdos trabalhados e no final foi postado a avaliação. A
avaliação é um processo contínuo, e não se restringe apenas na aplicação de provas, deve ser
considerada de maneira qualitativa e não apenas uma classificação de notas. assim com
afirma (LIBÂNEO, 2013, p.216):

A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume à realização de


provas e atribuições de notas. A mensuração apenas proporciona dados que
devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim,
cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e de controle em
relação às quais se recorre a instrumentos de verificação de rendimento
escolar.

Logo, a avaliação não é exclusivamente um momento, mas o acompanhamento da


construção do conhecimento. Portanto, não deve ser vista como algo classificatório, mas sim
como um processo formativo, tornando a avaliação algo verdadeiramente útil para o
processo de intervenção. Portanto, ao avaliar o professor adentra em infinitas possibilidades
de análise para mediação, pois de acordo com o acerto ou erro o professor irá refletir sobre
sua prática e assim intervir da melhor maneira, para buscar desenvolvimento da
aprendizagem do aluno, tornando-o mais próximo a relação professor-aluno e de
ensino-aprendizagem.

2. CONCLUSÃO

Em meio às experiências vivenciadas, e de suma importância o estágio


supervisionado III, pois é a partir do mesmo que se busca a construção de um identidade
como professor, assim, uma prática pedagógica sólida se dá devido ao acúmulo de
experiências, experiências essas que deixa mais próximo o professor em formação com o
seu futuro campo de trabalho e da identidade profissional. O professor em formação deve
buscar ao longo do processo refletir sobre as dificuldades, os fracassos, e a realidade
educacional presente no seu local de trabalho. Pois é a partir deste contexto que o professor
vai analisar, refletir e assim intervir da melhor maneira para a aprendizagem de seus alunos
de forma significativa e duradoura.

O estágio possibilitou vivenciar experiências práticas acerca do exercício da


docência, através da regência foi possível refletir sobre as dificuldades encontradas devido
à realidade do contexto atual, porém, experiências que contribuíram significativamente para
a carreira profissional, pois devemos estar preparados para novas realidades. Desta forma,
as tecnologias digitais permitiram a vivência em sala de aula e o contato com os alunos, no
entanto, em um ambiente virtual.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Educação. Gabinete do Ministro. Portaria no 343, de 17 de março de


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Conclusão de Curso (Especialização em Tecnologia, Comunicação e Técnicas de Ensino) -
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2020.

ZABALA, Antoni. A avaliação. ZABALA, A.. A Prática educativa: como ensinar. Porto
Alegre: ArtMed, 1998.

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