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A Cidade Educadora: o trabalho para além dos muros da escola

Olá, professoras e professores da rede municipal de ensino, tudo bem?"


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Eu sou Renata de Lara, coordenadora pedagógica da Rede e, atualmente, responsável pelas ações de
Educação Integral na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
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Hoje vamos falar sobre a cidade educadora: o trabalho para além dos muros da escola.
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Mas afinal de contas, o que é uma cidade educadora?

Uma cidade educadora é aquela que reconhece a educação como possibilidade de transformação
social, aquela que possibilita aos seus cidadãos aprender em todos os espaços e ao longo de toda a
vida.

Na cidade, existem muitas instituições e pessoas diferentes que, cada uma a seu modo e com o que
tem de especial, contribuem com experiências educativas diversas espalhadas nos mais variados
espaços, que muitas vezes, não reconhecemos como sendo educativos.

A cada canto da cidade nos deparamos com situações em que aprendemos e ensinamos
constantemente, porque aqui estamos falando de educação em um sentido amplo, em que somos
agentes educativos a todo momento a partir das nossas atitudes, ações e palavras.

Por isso, a cidade, na perspectiva da cidade educadora, é um espaço educativo não apenas para um
grupo específico, mas para a todos os seus habitantes.

Uma cidade educadora tem como princípio que todos os seus espaços podem ser espaços educativos,
espaços de aprendizagem.

Desse modo, a concepção de cidade educadora amplia a noção de espaço de aprendizado para toda a
cidade, não se restringindo somente ao espaço escolar. Isso não quer dizer que a escola perde sua
função social, mas que a função de educar é compartilhada com toda a sociedade.

Temos assim, um imenso e novo rol de experiências educativas a serem exploradas por toda a cidade
que vão ampliar as possibilidades do ensino e do trabalho escolar.

Assim, esse imenso espaço de aprendizagem pode e deve ser utilizado pedagogicamente por nossas
escolas.
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Utilizar os espaços da cidade com seu imenso potencial educador pressupõe uma intencionalidade
pedagógica. A escola deve reconhecer o potencial educativo dos agentes e dos espaços da cidade e
planejar experiências que dialoguem com os objetivos do Projeto Político Pedagógico da unidade
educacional.

Não basta sair da escola, conhecer o entorno, visitar exposições, parques, museus, locais históricos... O
modo de olhar, pensar e viver a cidade deve ser outro. Deve-se pensar os espaços da cidade
reconhecendo seu potencial educativo em diálogo com as diversas áreas do conhecimento.

A escola olhará para o espaço e seus agentes educativos com o intuito de aproveitar seu potencial e
trazer reflexões aos estudantes. Essas reflexões serão trabalhadas pela professora e pelo professor,
estabelecendo relações com conhecimentos prévios e construindo novos conhecimentos.

Vamos pensar: Quantas aprendizagens são possíveis quando os estudantes saem da escola e podem
vivenciar o que é apresentado nos livros?

É na vivência, no contato com a cidade que os estudantes encontram suas referências e vão
construindo o conhecimento.

Ao vivenciar a cidade, os estudantes podem se apropriar dos espaços, problematizar sua utilização,
propor mudanças e se reconhecerem como agentes educadores e transformadores da realidade.

Conhecer, interagir, explorar, se apropriar da cidade como um espaço educativo promove uma
educação cidadã comprometida com uma cultura solidária e democrática, possibilitando a formação
de cidadãos críticos, responsáveis, conhecedores de seus direitos e obrigações perante a sociedade,
realizando ações transformadoras, que melhorem cada vez mais a qualidade de vida de todos os
cidadãos.

É assim que o trabalho em parceria da escola com as instituições da cidade pode trazer aprendizados
para nossos estudantes e todos os demais cidadãos. Nossos estudantes nas ruas, também são agentes
educativos que educam a população quanto ao direito de todos ao uso dos espaços e quanto à
responsabilidade de cada um com as novas gerações.

Imagine seus estudantes aprendendo Arte num museu, no grafite de um muro ou participando de um
ateliê em espaços culturais; discutindo geografia em meio à cidade, ruas, parques, praças,
conversando com a população sobre os desafios que vivenciam ali; investigando matemática e
geometria com as construções urbanas e seus contornos; conhecendo mais sobre saúde e
funcionamento do corpo humano com técnicos, enfermeiros e médicos em um posto de saúde;
conhecendo a história do território com os moradores. Demais, não é?

E quando voltam para a sala de aula, a sistematização de tudo que vivenciaram possibilita reflexões e
muito conhecimento.

E então, vamos aprender na cidade?

Vou ficando por aqui. Espero que esse bate-papo tenha te instigado a explorar o potencial educativo
dos variados espaços da cidade, sejam próximos ou distantes da escola em que você está. Tenho
certeza de que você e os estudantes aprenderão muito. Um abraço e até a próxima!

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