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SUM Á RIO

A B E RTURA 3

C A PÍTULO 1: ED U C AÇ Ã O S OCIOEM OCIONAL 4


CO MO ELO EN T RE A L UN O S E PROF ESSORES

C A PÍTULO 2: E D UC AÇ Ã O S OCIOEM OCIONAL: 9


U M A D E MA N D A URG E N T E

C A PÍTULO 3 : U M P RO G RA MA DE EDUCAÇÃO
18
SO CI OE MO C I ON A L Q U E SE ADEQUA ÀS
N E CESSI D A D E S DE C A D A ESCOLA

C A PÍTULO 4: U M P OU C O DA TEORIA:
27
A P REN D I Z A G EM SI ST ÊMI C A E EDUCAÇÃO
SO CI OE MO C I ON A L

EN CERRA MENTO 33
3

Há cerca de dez anos, a educação socioemocional no Brasil ainda era um de-


bate baseado majoritariamente em evidências estrangeiras, com poucas ex-
periências em escolas do território nacional. Com o passar dos anos, porém,
mudanças nas políticas públicas e nas práticas pedagógicas levaram cada
vez mais escolas a olhar para a formação integral dos estudantes, possibi-
litando uma mudança de concepção educacional que beneficia não apenas
alunos, mas também famílias e toda a comunidade escolar.

E foi com o objetivo de dar voz a quem realmente vivencia a educação so-
cioemocional na prática que convidamos quatro educadores de diferentes
escolas para contar como a experiência de trabalhar com o programa LIV -
Laboratório Inteligência de Vida mudou suas práticas de aula e impacta seus
alunos no dia a dia.

As vivências que trazemos nesse e-book são leituras pessoais e sensíveis


contadas por profissionais que se propuseram um novo olhar para a edu-
cação, e revelam o impacto da inteligência emocional em diversas áreas de
suas vidas - essa inteligência que não pode ser alvo de testes ou avaliações,
pois não há certo nem errado quando se trata de sentimentos, de emoções,
de empatia e de escuta ativa.

Esperamos que você se inspire com esses relatos e que eles te levem a refle-
tir sobre sua própria vivência.

BOA LEITURA!
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CAPÍTULO 1

EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL
COMO ELO ENTRE
ALUNOS E
PROFESSORES
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Para muitos educadores, construir um elo ver- nas dos conteúdos acadêmicos não é suficien-
dadeiro com seus estudantes é um desafio que, te para atingir as expectativas da sociedade,
quando alcançado, deixa marcas na trajetória nem no cenário presente, nem no futuro.
de todos os envolvidos. Ajudar as escolas a criar
um ambiente acolhedor que favoreça esse tipo Entendemos que a forma que sentimos e que
de relação é um dos objetivos da educação so- nos relacionamos com o mundo interfere dire-
cioemocional e um dos pilares do programa LIV tamente no aprendizado. É preciso cuidar das
– Laboratório Inteligência de Vida. competências socioemocionais em conjunto
com os demais saberes.
Ao longo de uma trajetória junto a instituições
de ensino de todo o Brasil, o LIV tem mostrado Pensando nessa importância, estruturamos
que a construção do elo entre alunos e profes- um programa para desenvolver nas escolas
sores depende, sobretudo, da abertura inten- a educação socioemocional, que já faz parte
cional das escolas em proporcionar momentos das competências gerais do currículo proposto
de acolhimento e a escuta no ambiente escolar. pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
O avanço das pesquisas em educação e psi- englobando habilidades práticas, cognitivas e
cologia nos mostram hoje que a relação entre socioemocionais para um amplo desenvolvi-
sentir e aprender é essencial para a escola se mento do estudante, da Educação Infantil ao
adaptar aos novos desafios. A valorização ape- Ensino Médio.
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CONTANDO UMA EXPERIÊNCIA LIV:


Sentimento posto em prática com ensinamento

O programa LIV é organizado para atender as especificidades de cada faixa


etária, com materiais exclusivos para cada ano letivo, desde a Educação In-
fantil ao Ensino Médio (saiba mais no capítulo 3 deste e-book!).

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, por exemplo, os alunos contam


com um material que incentiva o desenvolvimento da inteligência emocional.
Nessa faixa etária, o uso de histórias em livros e personagens de pelúcia
convida os alunos do 1º ao 3º ano para um universo de sentimentos, afetos e
emoções que muitas vezes refletem suas próprias vivências.

Foi nesse contexto que a professora de LIV Ana Kelita Machado do Nascimento
Cruz, do CEI Zona Sul Mirassol, em Natal, no Rio Grande do Norte, se deu conta
de um novo elo que construiu com um de seus alunos. Em um dos momentos
da leitura nas aulas, ela falou para o grupo uma história da personagem do
LIV, Fernanda, que foi criada pela sua tia Val desde pequena. Aproveite para
conhecer mais sobre ela no box abaixo!

CONHECENDO A PERSONAGEM DO LIV!

Olá, eu sou a Fernanda, mas todo mun-


do me chama de Fê. Eu moro com mi-
nha tia Val desde que tinha dois anos
de idade, não sei muito bem o motivo.
Na escola onde eu estudo, eu tenho
dois melhores amigos, o Geraldo e o
Tomás. É com eles que eu brinco e di-
vido as coisas que imagino enquanto
escuto as histórias que a tia me conta
todas as noites antes de dormir. Para
não perder minhas ideias, eu escrevo a
história onde dá: folhas soltas, papéis
de caderno, guardanapos, ou qualquer
papel que tiver à mão.
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O amadurecimento emocional da personagem ao longo do livro – com outras temáticas que en-
volvem família, amizade, comportamento e vida escolar – instiga os alunos do 3º ano a ter mais
empatia e, ao mesmo tempo, a processar seus próprios sentimentos.

Nessas ocasiões, não é raro ver alunos que encontram nas narrativas do LIV uma maneira de con-
tar sobre suas próprias histórias. E foi exatamente em uma atividade de leitura que a professora
Ana Kelita consolidou um elo de empatia com um de seus estudantes. Leia o depoimento narrado
pela educadora a seguir:

Eu tinha um aluno que acompanhou o LIV como ninguém.


Quando eu terminei a história que falava sobre a adoção
de fato da Fernanda, ele estava olhando e perguntei: ‘O
que foi, você não gostou?’. E ele disse: ‘Professora, eu
sou a Fernanda, eu tenho uma tia Val, e hoje eu vou cha-
mar minha tia Val de mãe, porque ela não é só minha tia,
ela é minha mãe Val’. Isso foi um sentimento posto em
prática com ensinamento. E naquele momento, ele não
sabe talvez, mas me ensinou também o quanto é impor-
tante a gente estar apropriado da história, colocar esse
amor pelo LIV. O LIV tem que ser feito com muito amor,
porque trata de sentimento. Há muitas crianças e mui-
tos casos que a gente nem imagina e são tão delicados.
E o LIV traz essa leitura mais suave, mais valsa, mais
linda, e a criança começa a se perceber naquilo tudo, CLIQUE E CON
em um universo que talvez não seja tão suave, mas FIR
que é, quando a gente trata dessa forma do LIV [...].
A
Até hoje, quando ele me vê, ele diz: ‘Professora, eu me ES
SA
lembro de Fernanda, eu me lembro da gente’. É um elo H I S TÓ R I A !

“EU TENHO UMA TIA VAL!” | #FALAPROFLIV COM ANA KELITA


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CONHEÇA A PROFESSORA!
Ana Kelita Machado do Nascimento Cruz,
professora de LIV do CEI Zona Sul Mirassol,
em Natal, no Rio Grande do Norte.

COMO O LIV CONTRIBUI COM SUA ESCOLA?


Desde 2019, estamos com o LIV e foi um grande degrau para nossa escola.
Está sendo maravilhoso. Viver o LIV é tudo! As crianças às vezes acham
que é um dia na semana, um dia de contar histórias, mas não é isso. O LIV
está em todos os momentos: na mediação, no lanche, em algo que eles
contam para a gente. Eles estão vivenciando o LIV nesses momentos,
tudo o que estudamos, tudo o que conversamos [...].

Estamos em um momento muito atípico, e o LIV veio na hora exata. Até


com as crianças on-line no ano passado, por exemplo, o LIV era um delei-
te. Este ano, elas vieram com mais sede do LIV. Eu não consigo expressar
o que a gente vivencia em sala, é muito intenso, mas quem dera que
outras escolas tivessem essa vivência.

O QUE É SENTIR PARA VOCÊ?


Sentir é muito forte, é você se pôr no lugar do outro, estar vivencian-
do algo. Sentir para mim é algo muito intenso. A partir do momento em
que estou sentindo, eu estou vivendo, estou vivenciando, estou fazendo
parte de algo. Esse sentir, no meu exemplo em sala de aula, é muito pre-
sente. Eu gosto muito de falar com as crianças sobre os sentimentos,
perguntar ‘o que você sentiu com isso’, ‘o que você tirou de sentido em
algo que você falou ao colega ou ele falou para você’. Sentir para mim é
viver, é agora.
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CAPÍTULO 2

EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL:
UMA DEMANDA
URGENTE
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Os sentimentos fazem parte da nossa vida e A escola é o espaço educativo por excelên-
nosso cotidiano desde que nascemos e estão cia na nossa sociedade. Quando falamos em
presentes nos melhores e piores momentos. educação, geralmente pensamos automatica-
Segundo Rafaela Paiva Costa, historiadora, mente nessa instituição, e isso se constituiu
doutora em educação e consultora pedagógi- historicamente. “A escola se construiu como
ca do LIV, a forma como sentimos influencia o esse espaço legítimo onde são compartilha-
modo como agimos, nos comunicamos e nos dos todos aqueles saberes que consideramos
relacionamos com os outros e conosco. relevantes no presente e que desejamos pas-
sar para o futuro, para as próximas gerações”,
“É por isso que nós, do LIV, dizemos que não
destaca Rafaela.
existem sentimentos bons ou ruins. Eles infor-
mam que algo está se passando, seja no que Contudo, a instituição escolar nasceu e foi
estamos experimentando e vivendo dentro do construída dentro de um modelo de pensa-
nosso contexto, seja no que pensamos, imagi- mento altamente racional e preso à dimensão
namos e relembramos”, explica. cognitiva. Nesse contexto, ela privilegiou e
deu mais ênfase, por anos, apenas à dimensão
Porém, nem sempre a forma que construímos
cognitivo-racional dos indivíduos.
e aprendemos a lidar com nossos sentimen-
tos durante a vida são as melhores maneiras Mas, nas últimas décadas, como vimos na
de reagir diante de uma determinada situação. primeira parte deste e-book, a educação vem
“Quem nunca passou por uma experiência e passando por transformações nesse sentido,
depois pensou: ‘Poxa, eu poderia ter reagido não só dentro da escola, mas fora dela. Além
de uma forma diferente ou não deveria ter disso, já existem centenas de pesquisas no
deixado aquela emoção me dominar?’. É aí campo da neurociência, da psicologia, da so-
que entra a educação socioemocional”. ciologia e da educação indicando a necessida-
de de investir nessas transformações.

“A escola começou a mudar e tentar promover


uma formação que não fosse apenas restrita
à dimensão cognitivo-racional, mas que com-
preendesse o indivíduo em sua integralidade,
incluindo a educação socioemocional”, aponta
Rafaela.

Esta, por sua vez, considera todas as dimen-


sões do indivíduo, inclusive as dimensões
subjetivas como os sentimentos. “Foi aí que
a escola passou a ter mais atenção a outras
aprendizagens que ela já promovia, mas não
estavam presentes no currículo. Isso ficou
conhecido por muito tempo no meio educa-
cional como currículo oculto, ou seja, o que
não está nos registros da escola, mas a gen-
te aprende, porque vivemos em sociedade
quando estamos na escola”.
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O sociólogo francês Edgar Morin também trata dessa questão ao dizer que a
escola é um microcosmos. Ou seja, tudo o que vivemos dentro da socieda-
de, de certa forma também experimentamos nessa instituição. “Enquanto
estamos na escola, vivemos diferentes situações e aprendemos com elas,
inclusive a lidar com os nossos sentimentos”, comenta Rafaela.

Quando a escola reconhece a importância de acolher essas diferentes dimen-


sões dos indivíduos na promoção de uma formação integral, abre-se um leque
de oportunidades de criação e ampliação desses recursos internos. Na prática,
é como se desenvolvêssemos mais recursos dentro dessa bagagem ou desse
repertório e, assim, podemos fazer melhores escolhas e tomar as melhores
decisões, considerando o que é importante dentro de cada situação.
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Fontes:
1
Conselho Nacional da Juventude - CONJUVE. Juventudes e a Pandemia do Coronavírus. 2ª ed. 2021
2
Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde
3
Souza et al, Cad. Saúde Pública RJ
4
Nova Escola e Fundação Lemann
5
Consultoria Internacional McKinsey
6
UNICEF. An Everyday Lesson: #ENDviolence in Schools. 2018
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CONTANDO UMA EXPERIÊNCIA LIV:


Sentir é um privilégio

Acompanhar os estudantes durante as diferentes fases do desenvolvimento


é outra missão do programa LIV junto às escolas parceiras. Com respaldo de
evidências e pesquisas cada vez mais atualizadas, o LIV mostra que edu-
cação socioemocional não significa deixar os alunos felizes ou buscar um
ideal de comportamento. Nos materiais, as turmas aprendem que todos os
sentimentos são válidos e, aos poucos, aprendem a lidar com o que sentem.

Nas aulas de LIV, não é raro um aluno surpreender os professores ou seus fa-
miliares após demonstrar clareza e confiança para falar sobre si e expressar
empatia com seus colegas. Uma dessas professoras foi Lorena Bragança, que
leciona Literatura e LIV nas turmas de 6º ano ao 9º ano do Ensino Fundamen-
tal na Rede Coleguium, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Para essa etapa de ensino, um dos atrativos são as séries exclusivas em ví-
deo, passadas pelo professor de LIV ao longo do ano e que servem como pon-
to de partida para debates sobre habilidades socioemocionais e o relacio-
namento dos estudantes consigo mesmo e com as pessoas que os cercam.
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Uma dessas séries chama-se “ Recuperação” e conta a história de três adolescentes do 7º ano
que estão em uma turma de reforço escolar. Com um suspense adequado para essa faixa etária,
cada capítulo desperta reflexões sobre a convivência no mundo físico, as relações virtuais, os
conceitos de liberdade, responsabilidade, rejeição e amizade. E foi após assistir um episódio da
série com sua turma, que a professora Lorena vivenciou a cena narrada por ela seguir:

Sentir é um privilégio. Às vezes, eu vejo que o aluno está


[nervoso], eu falo com ele: ‘Respira, está tudo bem você
sentir raiva, não precisa se preocupar nem ficar com
vergonha’. Às vezes, eu vejo um aluno com os olhinhos
cheios de água, eu falo: ‘Você quer chorar, pode chorar
[...], faz bem, não precisa ficar com vergonha’. Sempre
incentivo isso, porque eu acho que o ser humano preci-
sa aprender a conviver com todos os sentimentos, não
adianta a gente exaltar só as coisas boas. Nossa vida
não é feita só de coisas boas. Um dia, em sala, após as-
sistir a série do 7º ano, Recuperação, eu estava conver-
sando sobre sentir-se adolescente, criança ou adulto, e
um menino falou: ‘Eu sou super adulto, porque eu odeio
ser adolescente’. E então, outro aluno falou assim: ‘Você
não pode achar que você pode ser tudo na vida, a vida
não é sempre do jeito que você quer, faz parte da vida, CLIQUE E CON
FIR
nem tudo é do jeito que a gente quer e temos que enten-

A
der isso’. Ele mesmo ensinou para o colega. É muito legal

ES
SA
a gente saber que a vida é feita disso. Isso é o viver, é a

H I S TÓ R I A !
gente sentir todos os sentimentos e sensações que são
propostas e a gente conseguir sentir [...]

VIVER É SENTIR TODOS OS SENTIMENTOS | #FALAPROFLIV


COM LORENA BRAGANÇA

O LIV é fundamental na vida, inclusive dos adultos [...],


porque realmente transforma. E está transformando a
nossa educação, transformou a nossa escola. Todos os
professores percebem que hoje em dia não adianta o alu-
A H I S TÓ R I A !
E SS no tirar dez se ele não tiver uma inteligência emocional,
se ele não souber lidar com as outras coisas da vida, ele
A
IR

vai ser um ser humano frustrado, porque ele será excelen-


NF

te em português, matemática, mas qualquer ‘pedra’ que


UE E CO

vier no caminho, ele não vai saber resolver o problema.


CLIQ

O LIV TRANSFORMOU A NOSSA ESCOLA | #FALAPROFLIV


COM LORENA BRAGANÇA
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CONHEÇA A PROFESSORA!
Lorena Bragança, professora de Literatura
e de LIV do 6º ano ao 9º ano do Ensino
Fundamental na Rede de Ensino Coleguium,
de Belo Horizonte, Minas Gerais.

COMO O LIV CONTRIBUI COM SUA ESCOLA?


Desde pequena, eu aprendi que a educação é um ato de afeto, de amor. A gente consegue educar um
ser humano muito mais quando mostramos para essa criança ou adolescente que estamos abertos,
que estamos ali com amor, que ele pode confiar na gente, que não tem problema nenhum em errar, que
estamos ali para ajudar. Eu sempre imaginei a educação dessa forma. Nunca gostei da pressão de ter
que ser o melhor. O aluno não tem que ser o melhor da sala, ele tem que ser uma pessoa consciente,
entender as coisas, isso vale mais do que uma nota 10, por exemplo.

É um ato de amor dos dois lados, do educador e do aprendiz. Precisa de uma relação. Quando a criança
confia no professor, ela aprende mais fácil. Ela fica mais confortável para aprender, isso gera o interesse,
a alegria. [...] Uma frase que eu tenho com todas as turmas é que educar é um ato de amor e de respeito.
Se a gente cuida dessas duas palavras, tudo flui. Eu não estou ali para falar o que é certo ou errado, es-
tou ali para amparar [...]. Eu sou privilegiada porque eu trabalho com o que eu amo. Eu ensino e aprendo
com eles por causa do sentir.

Se tenho sucesso em ganhar o carinho dos alunos é porque trato com amor e recebo de volta esse amor,
e o ensinar fica mais leve. E é uma cadeia, porque quando esse ensinar fica mais leve, eles se sentem
mais seguros para ir, não têm vergonha de errar comigo, porque a gente passa essa segurança e leveza
no ensinar. Cada dia eu sou mais encantada com minha profissão

O QUE É APRENDER PARA VOCÊ?


Aprender significa transformar, significa um amadurecimento. Toda vez que a gente aprende
alguma coisa, a gente transforma. Que seja aprender a colorir de uma forma diferente, você
transforma seu desenho. Para mim, o aprendizado está ligado à transformação. E eu acho que
para nossos alunos também. Todo fim de aula eu falo com eles: ‘o que você aprendeu hoje?’, e
cada um me fala uma coisa que aprendeu. Aprendizado está ligado à transformação, à amadu-
recer a ideia e entender que, às vezes, não foi do jeito que você queria, mas você aprendeu que
pode fazer de outra forma. Não é só adquirir o conhecimento, mas sim transformar com ele,
independentemente da área. Aumentar nossa capacidade de percepção do mundo.
[...] Para que a gente aprenda bem, precisamos estar em um ambiente seguro, agradável. Eu
sempre tento fazer isso com meus alunos, colocá-los em um ambiente no qual eles estão
confortáveis e se sintam seguros. A partir do momento que meu aluno está seguro, ele conse-
gue se soltar. Eu prezo muito por esse ambiente. Às vezes, o aluno vira e fala ‘eu não aguento
mais ficar sentado nessa cadeira’, eu falo ‘senta no chão’. Eu brinco que na aula de LIV pode
sentar-se no chão, mas isso, na verdade, é porque eu quero que ele fique seguro para que ele
participe. Se tem alguma coisa incomodando, ele não vai prestar atenção, nem aprender bem.
Se eu torno esse ambiente confortável, o aluno se solta.
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O MELHOR DA EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL COM O LIV
Conheça mais sobre os materiais do LIV em nosso KIT gratuito especial e
acesse artigos, entrevistas, e-books, infográficos e vídeos desenvolvidos
por um time renomado de especialistas e importantes parceiros do cenário
nacional e internacional da educação!
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CAPÍTULO 3

UM PROGRAMA
DE EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL
QUE SE ADEQUA
ÀS NECESSIDADES
DE CADA ESCOLA
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Com o programa LIV, o cuidado socioemocional ultrapassa os muros da es-


cola, dedicando momentos estruturados para cuidar do desenvolvimento
de toda a comunidade. Afinal, entre garantir o aprendizado dos conteúdos
da BNCC e desenvolver as habilidades socioemocionais existe um leque de
questões que atualmente estão no arcabouço das escolas e que envolve:

CRIAR VÍNCULO COM OS ALUNOS, AS FAMÍLIAS


E A EQUIPE ESCOLAR;

CUIDAR DA SAÚDE E MOTIVAÇÃO


DOS PROFESSORES;

PREPARAR EMOCIONALMENTE OS ALUNOS


PARA OS DESAFIOS DA VIDA;

COMBATER O BULLYING E O CYBERBULLYING;

FOMENTAR O RESPEITO À DIVERSIDADE;

LIDAR COM OS IMPACTOS DA PANDEMIA; ETC.

Por isso, nos preocupamos com os alunos, mas também com os educadores,
as famílias da escola e com o impacto que podemos trazer hoje para o mundo.
A partir deste movimento, auxiliamos na criação e consolidação de um pilar
socioemocional que promove, a todos os envolvidos com a escola, uma nova
linguagem que tem como centro a reflexão e o questionamento, não existin-
do respostas “corretas” ou “esperadas”, e sim o debate e a escuta.

Nesse sentido, o programa busca sempre se adaptar à realidade de cada


escola, sabendo que, embora a educação seja um desafio a nível nacional,
todas as instituições têm desafios particulares que precisam ser analisados
com atenção em seu pilar socioemocional.

Para chegar nesse formato, o programa tem um amplo embasamento teórico,


baseado em referências renomadas nacionais e internacionais, trazendo di-
ferentes pontos de vista para interpretar o desenvolvimento socioemocional,
as relações humanas e as tendências de futuro. Dentre os nomes, conside-
ramos referências como: Ailton Krenak; bell hooks; Paulo Freire; Donald Win-
nicott; Carol Dweck; Howard Gardner; Daniel Goleman; dentre outros.

A seguir, você pode conhecer o trabalho do LIV por segmentos e conferir tam-
bém depoimentos de alguns de nossos parceiros sobre cada etapa de ensino:
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C O NHEÇA A FUNDA M ENTAÇÃO T EÓR ICA D O LIV


Ter consciência da importância da aprendizagem socioemocional não é o suficiente para que
a escola consiga se transformar. É preciso metodologia, instrumentos, formação e educação
permanentes. Baixe o e-book de fundamentação teórica e conheça algumas das referências te-
óricas nacionais e internacionais que o LIV optou por utilizar para estruturar o seu programa
socioemocional!

EDUCAÇÃO INFANTIL
3, 4 e 5 ANOS | EMOÇÕES BÁSICAS

Na Educação Infantil, apresentamos às crianças um universo novo. Tendo


como inspiração a teoria do psicólogo norte-americano Paul Ekman, pioneiro
no estudo das emoções e expressões faciais, convidamos os alunos a re-
conhecer e nomear as emoções básicas: medo, alegria, tristeza e raiva - e
adicionamos o amor, que acreditamos ser fundamental quando pensamos
nos vínculos afetivos e na construção subjetiva.

Por meio de histórias desenvolvidas pelo LIV, as crianças são apresentadas


a situações comuns vividas em seu dia a dia, gerando identificação com os
personagens. Utilizamos músicas exclusivas para engajar os alunos, conec-
tando as emoções com os mais diversos ritmos musicais brasileiros e valo-
rizando nossa cultura por meio de canções como: Valsa da Tristeza, Axé do
Amor, Baião da Raiva, entre outras.

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS


1º ao 3º ANO | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, temos como foco o


conceito de inteligência emocional, descrito pelo psicólogo Daniel Goleman.
Além do autoconhecimento, que já começa a ser desenvolvido na Educação
Infantil do LIV, trabalhamos, também, três outros importantes pilares da sua
teoria: autorregulação, empatia e relacionamento.

Nesse momento, entendemos que os alunos já são capazes de reconhecer e


nomear sentimentos mais complexos, como: arrependimento, ciúme, frus-
tração e animação. A inteligência emocional ganha vida com diferentes per-
sonagens, em livros criados exclusivamente para as aulas de LIV. Em cada
capítulo, os protagonistas passam por situações que às vezes se aproximam
das vivenciadas pelos alunos, ajudando-os a refletir sobre cada experiência.
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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS


1º ao 3º ANO | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS

Acompanhando o momento de transição que os estudantes dessa faixa etá-


ria estão vivendo, no 4º e 5º anos trazemos o desenvolvimento das habilida-
des socioemocionais, como comunicação, criatividade e colaboração, junto
ao aprofundamento dos pilares da inteligência emocional.
Apostando no engajamento e no protagonismo dos alunos, dividimos as au-
las em dois grandes momentos: os projetos e os jogos colaborativos exclu-
sivos. As aulas de projeto partem de temas relacionados ao cotidiano dos
estudantes, como papéis sociais e direitos das crianças, e dialogam sobre
sentimentos, costumes e comportamentos presentes nas suas vivências e
em diversas culturas.
Já as aulas de jogos foram pensadas para potencializar o engajamento dessa
faixa etária. Nelas, convidamos os alunos a iniciar uma aventura intergalác-
tica e a conhecerem o povo de GAIA, um planeta a muitos anos-luz de distân-
cia da Terra, que ensinam sobre respeito e preservação cultural.

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS


6º ao 9º ANO | HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, os estudantes experimentam uma


nova forma de estar na escola: mais matérias, mais responsabilidades e mais
cobranças. Em paralelo, passam por um momento de muitas transformações:
a adolescência.
Nesse contexto, o desenvolvimento das habilidades socioemocionais se tor-
na indispensável, pois ajuda os alunos a vivenciar novos desafios e facilita a
relação interpessoal e intrapessoal.
O currículo para essa faixa etária é pautado em seis habilidades: pensamento
crítico, perseverança, proatividade, colaboração, comunicação e criativida-
de. Trabalhamos com temáticas e ferramentas conectadas com a linguagem
dos alunos, dividindo as aulas em projetos, dinâmicas e séries audiovisuais
exclusivas.
Para o 9º ano, em que o aluno enfrenta o desafio de ingressar no Ensino Médio
no ano seguinte, temos o E Agora?, um material com propostas de atividades
específicas para auxiliar os alunos nesse momento de transição e na realiza-
ção de escolhas importantes para o futuro.
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ENSINO MÉDIO
1ª, 2ª E 3ª SÉRIE | LIV É O PROJETO DE VIDA

Nessa etapa, Projeto de Vida, que sempre foi parte do LIV, ganha ainda mais
destaque por ser uma obrigatoriedade do Novo Ensino Médio. Sabemos que
projetar a vida vai muito além de traçar metas e cumprir tarefas, pois envolve
sonhos, cobranças, oportunidades, reconhecimento de limites, potências e
expectativas, sejam elas próprias, de familiares ou do mundo.
Pensando nisso, o currículo foi organizado em três blocos temáticos, um
para cada série: Como eu estou?, com foco no autoconhecimento; O que me
move?, com a discussão sobre como as temáticas atuais influenciam nas
nossas escolhas; e Para onde vou?, que oferece ferramentas para traçar o
caminho possível entre como os alunos estão agora e o que desejam para si
e para o mundo no futuro.
O LIV utiliza recursos audiovisuais exclusivos, textos e dinâmicas coletivas e in-
dividuais, que contemplam os eixos estruturantes exigidos para os itinerários
formativos: investigação científica, processos criativos, mediação e interven-
ção sociocultural ou empreendedorismo. E acrescentamos o eixo emocional,
tendo em vista a relevância dessa esfera no processo de aprendizagem e no
Projeto de Vida como um todo. Por fim, a escolha profissional ganha destaque
em Caminhos, um roteiro completo com oficinas e materiais audiovisuais.
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CONTANDO UMA EXPERIÊNCIA LIV:


Um novo olhar para a educação

Como você viu no início deste capítulo, o material do LIV se adapta aos di-
ferentes momentos de desenvolvimento emocional das crianças e dos ado-
lescentes. Nesse sentido, o psicólogo e professor LIV na Escola Beit Yaacov,
em São Paulo, Victor de Sousa Felippe, exemplifica que acompanhar seus es-
tudantes nesse processo e em diferentes faixas etárias o permite vivenciar
com os alunos momentos distintos de amadurecimento sobre sentimentos
ao longo da jornada escolar.
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No relato que ele narra a seguir, por exemplo, Victor fala sobre as percepções de duas crianças –
uma do 2º e outra do 6º ano – em relação aos seus sentimentos e aos de outras pessoas. Confira:

Uma vez, eu estava conversando com meus alunos e perguntei


qual sentimento chamava mais atenção em seu dia a dia, na-
quela fase de pandemia. E uma aluna falou: ‘Acho que o senti-
mento mais importante para mim é o amor’. Eu pedi para contar
mais e ela falou que, sem o amor, a gente não tem amizade,
não tem professores, não tem pessoas ao nosso redor e ter-
minou dizendo: ‘sem amor a gente não tem nada’. Essa fala foi
com crianças do 2º ano. E eu fiquei pensando ‘que comentá-
rio maduro, foi profundo’, e a gente acaba ficando um pouco
de boca aberta, surpreso, porque a gente está trazendo um
novo olhar para isso, a gente está conquistando esse espaço
de falar sobre os sentimentos, e os próprios alunos estão
aprendendo a fazer isso. Não só o que ela falou, mas da forma
como ela falou, no momento que ela falou, e ela poder falar
sobre o amor desse jeito, eu achei muito bonito e é uma coisa
que vai me acompanhar para sempre [...]. Isso é uma coisa ex-
clusiva que o professor do LIV tem.

[...] Em outra aula do LIV, essa com o 6º ano, os alunos tinham


adesivos que eles poderiam oferecer para reconhecer algum
funcionário da escola. Um dia, eles fizeram a atividade, saíram
da aula e adoraram fazer isso. No outro dia, eu cheguei na aula
de uma professora e ela estava cheia de adesivos no seu com-
putador. E eu falei: ‘Olha só quantos adesivos você recebeu!
Eles poderiam dar para qualquer professor, qualquer funcioná-
rio que eles quisessem, e deram para você’. Ela ficou muito fe-
liz quando eu contei da importância que aquilo tinha. Às vezes,
o professor não tem essa dimensão [...]. O LIV vai contaminan-
do nessa maneira positiva. Às vezes, a gente fala contaminar CLIQUE E CON
FIR
e soa um pouco mal, mas é pelo lado muito positivo, o LIV se
A

espalha – e ainda bem que ele se espalha.


ES
SA
H I S TÓ R I A !

FALANDO DE SENTIMENTOS NA ESCOLA COM OS ALUNOS |


#FALAPROFLIV COM VICTOR FELIPPE
25

CONHEÇA O PROFESSOR!
Victor de Sousa Felippe, psicólogo e
professor de LIV na Escola Beit Yaacov,
em São Paulo:

COMO O LIV CONTRIBUI COM SUA ESCOLA?


É muito bom fazer parte disso, porque nós vemos o quanto os alunos
aproveitam essa oportunidade. Temos grandes momentos com eles
de descoberta, de parar para pensar coisas importantes que estão
dentro de nós. Quantas vezes a gente consegue parar um momento
para tratar de coisas que estão com a gente o tempo inteiro? É um
prazer muito grande ter o LIV dentro da nossa escola e é um orgulho
fazer parte desse projeto.

[...] É uma aula bastante diferente da tradicional, pelo menos das demais
matérias, então já temos um ponto que as crianças acabam curtindo
bastante o LIV. E como elas surpreendem a gente! [...] É gratificante por
si só ser professor do LIV.

O QUE VOCÊ SENTE QUANDO ENSINA?


Eu me sinto orgulhoso, e frustrado muitas vezes também. Não é sem-
pre que as coisas caminham conforme nosso planejamento, e tudo bem.
Acho que o problema não é ser diferente do que a gente planejou, mas
há momentos em que uma ideia ou um objetivo da aula não dão muito
certo. Eu acho que o aprendizado é desafiador. Ser professor e ser aluno
é desafiador.

Eu me sinto frustrado de vez em quando, mas o maior sentimento que


me acompanha no dia a dia é de orgulho. Eu tenho orgulho de ser essa
figura de liderança para os alunos, de poder guiá-los nesses pensamen-
tos, nessas conversas, nessas brincadeiras que a gente faz durante as
aulas. Eu me sinto muito feliz, eu me sinto muito útil, bastante orgulhoso.
Se fosse para escolher um sentimento, eu diria orgulhoso, pois me sinto
muito orgulhoso de fazer esse tipo de aula, de ensinamento, desse tipo
de crescimento.
26

LIV: PARCEIRO DE TODA A COM UNIDA D E E SCOL A R


Como destacado por Victor Felippe, do Beit Ya- “Aqui no LIV, trabalhamos a implantação por
acov, o apoio do LIV na formação dos profes- segmentos escolares, sempre com foco em to-
sores para trabalhar com as habilidades socio- dos os colaboradores e todos os professores,
emocionais repercute em toda a comunidade além das família e demais membros da escola.
escolar. Um dos exemplos desse alcance é a Quando a gente fala nesse momento tão im-
formação de Implantação LIV, que reúne edu- portante da implantação, também falamos de
cadores de todas as escolas parceiras e coloca apropriar esses professores que darão aula de
professores com as mais diversas experiências LIV a utilizarem todas as ferramentas do pro-
para conhecer a proposta e trocar experiên- grama, que incluem apostilas, livros, músicas,
cias. séries e vídeos exclusivos, além de uma diver-
sidade de dinâmicas que também são apre-
Além da Implantação LIV, as escolas contam
sentadas e vivenciadas pelos professores que
ainda com o suporte de um grande time peda-
vão trabalhar com o LIV ao longo do ano”.
gógico que as atende de maneira personaliza-
da ao longo do ano, proporcionando encontros, O objetivo dessa variedade de abordagens pe-
palestras e formações que realmente fazem a dagógicas é oferecer um ambiente de com-
diferença nas equipes. partilhamento e expandir o acesso à educação
socioemocional não apenas para professores
De acordo com Roberta Gama, coordenadora
de LIV, mas para educadores de todas as disci-
do LIV, o atendimento do programa inclui uma
plinas. Isso justamente por acreditarmos que,
série de momentos de interação, seja presen-
ao promover um espaço seguro para a fala e a
cial ou virtual, e possibilita à escola conhecer e
escuta, o programa proporciona mais abertura
vivenciar o pilar socioemocional antes mesmo
para o aprendizado!
de se tornar uma parceira. Tudo isso sempre
acompanhado de uma equipe de especialistas
que esclarecem todas as dúvidas e ajudam a
planejar a implantação do programa.

O LIV é o programa parceiro de mais de 500 escolas na construção do


pilar socioemocional. Se você deseja essa experiência na sua escola,
cadastre-se e peça o LIV!
27

CAPÍTULO 4

UM POUCO
DA TEORIA:
APRENDIZAGEM
SISTÊMICA
E EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL
28

Em seu livro O Triplo Foco, os autores ameri- capaz de compreender a realidade alheia e se
canos Peter Senge e Daniel Goleman pontuam relacionar com ela.
uma preocupação constante das famílias e
E esses dois aspectos precisam estar conecta-
das escolas: em todas as partes do mundo, a
dos também com o mundo externo, no que eles
maioria das crianças com menos de dez anos
chamam de aprendizagem sistêmica, ou seja,
de idade nunca vivenciou uma época em que
uma aprendizagem que leva em consideração
não houvesse um dispositivo portátil que pu-
as redes de interdependência, seja dentro de
dessem sintonizar para interagir com as pes-
uma família ou de uma comunidade.
soas e o mundo à sua volta.
Márcia Frederico, psicóloga e consultora pe-
Os autores argumentam que essas mesmas
dagógica do LIV, explica que os ensinamentos
crianças estão crescendo e logo enfrentarão
trazidos por essa abordagem sistêmica trazem
um mundo muito diferente do atual, que vai
para a realidade escolar um tema raramente
mudar ainda mais à medida que a tecnologia
abordado: a complexidade das redes de rela-
evoluir. Eles pontuam, contudo, que os desa-
cionamento. “O que eu faço aqui repercute
fios irão muito além da tecnologia, pois já en-
em você e o que você faz repercute em mim.
frentam agravamento em questões sociais,
Eu levo isso para minha família, para minha
ecológicas e econômicas sem precedentes.
comunidade, enfim, para as pessoas com as
Problemas que elas próprias terão de ajudar a
quais eu me relacione. Isso também impacta a
superar no futuro próximo.
aprendizagem”, explica.
Mas diante desse cenário de mudanças, que
Mas por que isso é relevante? A conclusão,
ferramentas podemos dar aos mais jovens
segundo Márcia, é que considerar a aprendi-
hoje para ajudá-los na jornada?
zagem sistêmica é levar em conta tudo o que
Para os autores, é preciso dar atenção a uma é trabalhado no ambiente escolar e sua re-
educação que permita aos estudantes tanto percussão nos demais espaços frequentados
focar em si próprios – ou seja, conectando-se pelos alunos, fazendo dos educadores corres-
com seu senso de propósito - quanto focar em ponsáveis pelo desenvolvimento integral das
outras pessoas por meio da empatia, sendo crianças e adolescentes.
29

LIV NA PRÁTICA: SE NT IR E M CO MUNIDA D E


A aprendizagem sistêmica é apenas um dos diferentes conceitos que são
trabalhados pelo programa LIV durante a Implantação com escolas parceiras.
Nessas ocasiões de formação, os professores podem conhecer autores, con-
ceitos e estudos que embasam o material e mergulhar em experiências que
irão ajudá-los ao longo do ano.

Além das formações com especialistas, o programa de educação socioemo-


cional do LIV conta com um rico material que instiga esse aprendizado não
apenas entre as crianças e os adolescentes, mas também entre os adultos
envolvidos. A proposta é uma das pioneiras no Brasil a levar o pilar socioe-
mocional às escolas privadas, e atualmente conta com mais de 500 escolas
parceiras em diferentes regiões.

No LIV, cada escola parceira é valorizada em sua singularidade e tem espaço


para enriquecer os materiais e seu fazer cotidiano com as características
da sua região e sua cultura. É dentro dessas comunidades de aprendizagem
que propomos materiais que atendem desde a Educação Infantil até o Ensino
Médio, com conteúdos que respeitam as particularidades de cada fase.

Assim, ao longo de sua jornada escolar, as crianças terão atividades desti-


nadas a refletir sobre seus próprios sentimentos e aprendizagem, com pro-
postas que enriquecem o pensamento crítico, a criatividade, a colaboração e
outras habilidades socioemocionais.
30

CONTANDO UMA EXPERIÊNCIA LIV:


O impacto do LIV nos alunos

É muito comum entre professores de LIV atuar em mais de uma faixa etária
e, quando isso acontece, eles têm a oportunidade de acompanhar os alunos
amadurecendo dentro de uma proposta pedagógica que tem a educação so-
cioemocional como um pilar.

Ana Paula Gomes, professora de LIV do Colégio ESI São José, de Santo André,
São Paulo, conta que enxerga esse desenvolvimento em diferentes momen-
tos, seja nas atividades de leitura com as crianças dos anos iniciais do En-
sino Fundamental, ou em um momento de Círculo da Confiança, com alunos
dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

Durante essa dinâmica exclusiva do programa LIV, os alunos contam com um


espaço para expor suas ideias para o grupo, o que proporciona, muitas vezes,
momentos de muita cumplicidade entre estudantes e professores, sempre
com a prerrogativa de que os temas sejam tratados com respeito e discrição
entre todos os participantes.
31

No relato contado pela professora Ana Paula você pode conhecer um pouco mais desse desenvol-
vimento socioemocional, tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais do Ensino Fundamental:

Uma história muito marcante foi com os pequenos do 2º ano. A


gente contava a história do [personagem] Geraldo e a história
falava do medo. Essa história foi no começo, no turbilhão das
emoções da pandemia, e as crianças estavam muito envolvi-
das com tudo aquilo e com as dinâmicas das famílias. Quando
a gente começou a abordar o medo, eu estava um pouco mexi-
da também, acho que todo mundo estava, e a gente escutava
situações da pandemia. De repente, a aula deu um clique e um
menino disse que tinha muito medo de andar de bicicleta e que
na pandemia o pai e a mãe dele queriam que ele andasse de
bicicleta porque ele tinha que praticar um esporte.

Eu peguei o Geraldo e comecei a contar que ele tentou conhe-


cer um pouco do medo dele, o que ele podia fazer para conhe-
cer melhor o medo e poder enfrentar. Isso foi durante a se-
mana. Depois, passou o fim de semana e a mãe mandou um
relato para a gente na agenda eletrônica falando que ele tinha
conseguido andar de bicicleta, porque a ‘prô’ de LIV falou que
ele tinha que conhecer o medo dele e que, se ele enfrentasse,
quem sabe ele iria conseguir. É emocionante! [...] Foi bem no
meu começo de professora de LIV e eu não imaginava que teria
esse impacto com eles.

[...] Com os adolescentes, também são muitas trocas que te-


mos quando a gente faz o Círculo da Confiança [e ouve] his-
tórias que a gente nem imagina que está acontecendo. É um
sinal de que o LIV consegue essa proximidade de estabelecer
esse vínculo de confiança. O Círculo da Confiança nunca foi um
nome tão perfeito, quando você percebe que o aluno realmente
CLIQUE E CON
confia em você, ele confia naquele ambiente, ele está se sen- FIR
tindo seguro para expor as ideias, conversar sobre o que está
A
ES

acontecendo. Algumas experiências foram muito marcantes.


SA
H I S TÓ R I A !

GERALDO AJUDANDO A LIDAR COM O MEDO |


#FALAPROFLIV COM ANA GOMES
32

CONHEÇA A PROFESSORA!
Ana Paula Gomes, professora de LIV do
Colégio ESI São José, de Santo André,
São Paulo.

COMO O LIV CONTRIBUI COM SUA ESCOLA?


Em nosso colégio, tínhamos entre os pilares o acolher os sentimen-
tos, mesmo antes do LIV. Mas acho que, com o LIV, isso tomou uma
proporção muito grande. Agora, todos do colégio se preocupam com
isso. Passou a ser uma bandeira e mais um dos pilares que nosso co-
légio carrega de se importar com os sentimentos. Foi um ganho muito
grande para a gente.

COMO OS SENTIMENTOS SE RELACIONAM COM A APRENDIZAGEM?


Pode parecer clichê, mas o que emociona é o que vamos aprender, é o
que a gente guarda. Acho que tem muito disso nas aulas de LIV, a gente
compartilha muito desse propósito de que cada um sente diferente. Cada
um sente a mensagem de modo diferente. [...]. Como é rico essa parte de
aprendizado, como as emoções estão ali. Um assunto que você acha que
só vai dar uma ‘pincelada’, e transborda, o quanto as emoções acabam
transbordando no processo de aprendizagem, especialmente nas aulas
de LIV. [...] É a gente transbordar esse sentimento, essa emoção, para
ficar marcado. Nosso objetivo como professor é que aquilo sirva para a
vida deles e que não seja usado só naquele momento. Tudo o que te emo-
ciona é o que você vai levar futuramente.
33

UM PROGRAMA EM CONSTANTE REINVENÇÃO


Como um bom laboratório, nós do LIV estamos errar, acertar, oscilar e, por que não, celebrar.
em constante reinvenção, ouvindo as nossas As emoções podem ser muito importantes
escolas parceiras, pesquisando para melhorar para fazer essa ligação, sobretudo se elas são
os nossos materiais, nos abrindo a novas pos- olhadas e cuidadas.
sibilidades e linguagens, sempre com o mesmo Se nos conectarmos com os nossos sentimen-
intuito de melhorar ainda mais a experiência tos, teremos uma bússola como aliada e será
de professores e coordenadores, assim como mais fácil rever o que precisamos investir, o
ajudá-los a estreitar o diálogo com as famílias que precisa ser cuidado e reconhecer nossos
a partir da proposta do programa. limites e fragilidades. E aprender a pedir ajuda
Sabemos que abrir espaços para trabalhar ou ajudar alguém quando a situação se apre-
com temas sensíveis nem sempre é fácil e não senta.
acontece de maneira imediata, mas sabemos Como vimos pelos relatos deste e-book, o pro-
que a educação socioemocional pode fazer fessor é um agente de mudança que convida
imensa diferença. Hoje, já há evidências que o aluno a olhar para o mundo, que apresenta
as habilidades socioemocionais e a inteligên- os limites e os contornos necessários, mas se
cia emocional são fundamentais para qualquer ficar desconectado, acabará não exercitando a
indivíduo viver melhor consigo mesmo e com a escuta e a empatia.
sociedade.
O objetivo de contar essas histórias é revi-
E a escola não é uma ilha, ela está sendo im- sitar as possibilidades de tornar a sua práti-
pactada por tudo aquilo que acontece no mun- ca mais conectada com seus alunos. Mostrar
do, assim como causa impacto também. Por que, mesmo em meio às transformações que
isso, é um lugar propício para falar sobre o que vivemos, é possível investir em uma educação
se sente e como é possível aprender com os que use recursos como contação de histórias,
sentimentos. narrativas diversas, jogos, séries, dinâmicas,
Na escola aprendemos a nos relacionar com o como as que oferecemos no LIV.
outro, com o diferente, e ampliamos o nos- Uma educação a serviço da conexão com o
so olhar sobre quem somos e como podemos aluno e da conexão desse aluno com o mundo.
atuar no mundo e você, professora e profes-
sor, não está fora desse processo. Muito pelo É através desses recursos que a criatividade, o
contrário! Você é imprescindível dentro dele, pensamento crítico, a capacidade de fazer es-
e quanto mais você estiver consciente e co- colhas ou de ser empático e colaborativo dei-
nectado com aquilo que sente e percebe, mais xam de ser simples conceitos e passam para a
frutífera será sua atuação. prática.

A escola é feita de pessoas, de encontros e de- Sabemos que você, educador e educadora, são
sencontros e de relações, seja do aluno con- fundamentais nessa construção. Esperamos
sigo mesmo, do aluno com professor, do pro- que, assim como os profissionais que apre-
fessor consigo mesmo, do professor com outro sentamos neste material, você também possa
professor, do professor com a coordenação e vivenciar essa educação na qual o LIV acredita
de todo o corpo escolar com a família dos alu- e trabalha todos os dias para construir ao lado
nos. É nessa costura que o clima escolar co- de escolas de todo o Brasil!
meça, construindo um espaço no qual o aluno É um grande prazer seguir com você nes-
se sente confortável para aprender, se frustrar, sa caminhada!
34

DEPOIMENTOS
“FOI INTERESSANTE QUANDO CONHECI O LIV. TENHO DUAS FILHAS QUE
USAM O PROGRAMA E PUDE PERCEBER O POTENCIAL DE EXECUÇÃO
DESENVOLVIDO, TORNANDO-AS MAIS CONFIANTES E COM MAIS FORÇA
PARA TIRAR OS SONHOS DO PAPEL. HOJE, COMO PROFESSOR, PERCEBO
QUE FALTA AOS JOVENS A CAPACIDADE DE SE RELACIONAR COM AS
OUTRAS PESSOAS E É ISSO QUE FAZ O LIV TÃO IMPORTANTE.”

BERNARDINHO
Ex-treinador de voleibol e empresário

“UM DIA RECEBI O CONVITE PARA ENRIQUECER OS MATERIAIS DO LIV


FALANDO PARA OS PAIS. ADOREI DUPLAMENTE O CONVITE. PRIMEIRO,
PORQUE NAS MINHAS ANDANÇAS PELO O BRASIL, SEMPRE É APONTADO
PELOS PROFESSORES O QUANTO É DIFÍCIL A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA.
SEGUNDO, A RAZÃO QUE ME LEVOU A ESCREVER O MATERIAL: EU CONFIO
NA PROPOSTA DO LIV. EM TEMPOS DE MUITAS FÓRMULAS MÁGICAS E
SALVADORAS QUE SÃO OFERECIDAS PARA AS ESCOLAS, OLHAR PARA O LIV
COM MAIS ATENÇÃO FOI O QUE ME DESAFIOU.”

LOURDES ATIÉ
Especialista em Educação

“QUANDO EU ME TORNEI PAI, EU SABIA QUE ISSO [FALAR DE SENTIMENTOS]


ERA IMPORTANTE, MAS NÃO SABIA QUAL ERA A MANEIRA DE REALIZAR O
DIÁLOGO COM A CRIANÇA SOBRE ISSO. [...] O LIV VEM E ORGANIZA ISSO,
ATRAVÉS DE ESTUDO, DE LUDICIDADE E DE MUITA SENSIBILIDADE.”

LÁZARO RAMOS
Ator, apresentador, cineasta e escritor

“É SENSACIONAL TER UM “LABORATÓRIO” PARA EXPLORAR AS HABILIDADES


SOCIOEMOCIONAIS. VEJO O LIV COMO UM MODO MUITO INTELIGENTE
DE DESENVOLVER NOS ALUNOS HABILIDADES COMO A PERSEVERANÇA,
PROATIVIDADE E CRIATIVIDADE. HABILIDADE ESSAS QUE ME TORNARAM
O EXPLORADOR E NAVEGADOR QUE SOU. FIQUEI IMPRESSIONADO COM O
PROGRAMA, COM O MATERIAL E COM O ESFORÇO DOS PROFESSORES EM
TRAZER DIFERENTES EXPERIÊNCIAS VIVAS PARA AS AULAS.”

AMYR KLINK
34
Escritor e navegador
35

ASSISTA:
RIA, CHORE, SINTA. UM CONVITE
PARA FALAR DOS SENTIMENTOS!

CONHEÇA
O MANIFESTO LIV, NARRADO PELO
ATOR E PAI LIV, LÁZARO RAMOS:
36

ESCOLA QUE SENTE


UMA HOMENAGEM LIV

Na narração de Fernanda Montenegro, o LIV traz a expe-


riência de uma escola viva, que fala do que sente e re-
conhece a importância das pessoas. Uma escola que se
identifica tanto com a “gritaria e movimento” como, tam-
bém, com o “silêncio e concentração”.
Essa é a homenagem do LIV aos educadores de todo o Bra-
sil que têm mantido viva, com muita dedicação, uma insti-
tuição que é tão especial e indispensável na vida de todos.
ACREDITAMOS EM UMA #ESCOLAQUESENTE
37

QUERO LIV!
QUER EXPERIMENTAR O LIV NA SUA ESCOLA?
CLIQUE AQUI, FALE CONOSCO E ENTRAREMOS
EM CONTATO!

Obrigado pela leitura!


Este material foi produzido pelo LIV - Laboratório Inteligência de Vida, pro-
grama de educação socioemocional que atua junto a mais de 500 escolas no
Brasil, criando espaços de fala e escuta para ampliar a compreensão de si, dos
outros e do mundo. Você pode compartilhar este conteúdo de forma gratuita,
na íntegra ou parcialmente, sempre citando a referência dos criadores.

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