PUNIBILIDADE ARTIGO 107 CÓDIGO PENAL O QUE É EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE?
A punibilidade surge a partir da prática de um crime por um agente,
momento este em que nasce, para o Estado, a possibilidade de punir o responsável. Por sua vez, a extinção da punibilidade é a perda da pretensão punitiva do Estado, de modo que não há mais a possibilidade de impor uma pena ou sanção ao réu. CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial deste Código; (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da celebração; (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. *ROL EXEMPLIFICATIVO. EX: SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (SURSI). ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL. MORTE DO AGENTE (art. 107, inciso I)
• Significa que a morte tudo resolve, não tendo mais sentido o
prosseguimento do processo, pois a pena não pode passa da pessoa do delinquente. (NUCCI, 2017,P 602) A morte se comprova apenas mediante apresentação de certidão de óbito, de acordo com o artigo 62 do Código de Processo Penal. ARTIGO 5º INCISO XLV CF – PRINCIPIO DA INTRANSCENDÊNCIA OU PESSOALIDADE. CONCURSO DE PESSOAS: a extinção da punibilidade do agente que morreu não se estende aos demais concorrentes (participes ou coautores). ANISTIA (art. 107, inciso II) • É a clemência do Estado, voltada para o esquecimento de fatos considerados criminosos, concedida pelo Poder Legislativo, por meio de lei. (NUCCI, 2017, P. 602) • É mais associados crimes Políticos, Militares e Eleitorais. • NÃO É TODO CRIME QUE ADMITE ANISTIA. (CRIMES HENDIONDOS E EQUIPARADOS) GRAÇA (art. 107, inciso II) • É clemência do Estado, voltada à um condenado determinado, concedida pelo Presidente da República, por decreto, tendo por finalidade perdoar o restante da pena ou parte dela, levando em consideração o mérito pessoal do sentenciado ou um possível erro judiciário. (NUCCI, 2017,P 602) • NÃO É TODO CRIME QUE ADMITE GRAÇA. (CRIMES HENDIONDOS E EQUIPARADOS) INDULTO (art. 107, inciso II) • É a clemência do Estado, voltada aos condenados, concedida pelo Presidente da República, por de decreto, tendo por finalidade perdoar o restante da pena ou parte dela, com vista, em regra, à política de esvaziamento do cárcere. (NUCCI, 2017, P. 602) • NÃO É TODO CRIME QUE ADMITE INDULTO. (CRIMES HENDIONDOS E EQUIPARADOS) ABOLITIO CRIMINIS (art. 107, inciso III) • A abolitio criminis ocorre quando uma nova lei define que determinado fato não é mais criminoso. Essa lei, por sua vez, retroagirá e abrangerá todos os fatos realizados até então, a fim de que não sejam mais considerados crimes. • “retroatividade da lei penal mais benéfica”. • ARTIGO 2º PARÁGRAFO ÚNICO DO CP. PRESCRIÇÃO • Prescrição da pretensão punitiva é o instituto jurídico mediante o qual o Estado, por não ter tido capacidade de fazer valer seu direito de punir em determinado tempo previsto pela lei, faz com que ocorra a extinção da punibilidade. DECADÊNCIA (art. 107, inciso IV) • É a perda do direito de ingressar com ação penal privada em face do decurso de tempo, normalmente estipulado em seis meses, contados da data em que o ofendido souber quem é o autor do crime. Pode dar-se decadência igualmente quanto ao direito de representar, no contexto da ação penal pública condicionada (NUCCI, 2017, P. 603) PEREMPÇÃO (art. 107, inciso IV) • É a perda do direito de prosseguir na ação penal privada, tendo em vista o descaso com o querelante a conduz. (NUCCI, 2017, P. 603) • quando o particular se mantém inerte e incorre em uma das condutas previstas no art. 60 do Código de Processo Penal. • querelante (vítima/ofendido) querelado (réu/ofensor). CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941 Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA (art. 107, inciso V) • Significa a desistência do ofendido de dar início à ação penal contra agressor, nos delitos de ação privada. É ato unilateral não depende da concordância do autor da infração penal. (NUCCI, 2017, P. 603). • Havendo concurso de pessoas, a renúncia em relação a um dos autores do crime a toso se estenderá (art. 49, CPP). • Tácita ou Expressa. PERDÃO DO OFENDIDO (art. 107, inciso V) • Significa a desistência do ofendido de prosseguir na ação penal provada. É ato bilateral, dependente da concordância do autor da infração penal (NUCCI, 2017, P. 603). • Art. 105 CP - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. • Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: • I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; • II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; • III - se o querelado o recusa, não produz efeito. • § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. • § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. RETRATAÇÃO (art. 107, inciso VI) • É o ato de desdizer-se, voltar atrás e narrar outra versão dos fatos, que pode representar benefício à vítima ou ao Estado. • Admite-se retratação nos crimes de calúnia ou difamação, bem como no falto testemunho ou falsa perícia. • Calúnia e difamação honra objetiva. PERDÃO JUDICIAL (art. 107, inciso IX) • É a clemência do Estado, concedida pelo juiz, levando em consideração as hipóteses expressamente previstas em lei (NUCCI, 2017, P. 603). • *Princípio da bagatela imprópria. • A lei vigente dispõe que a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência (art. 120,CP).