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Psicologia, acupuntura e yoga uma abordagem dos

sistemas etnomédicos orientais e sua perspectiva de


integração com a prática da psicoterapia.

Paulo Pedro P. R. Costa (1954)


Psicólogo, professor da FAMEC
c/ cursos de especialização em acupuntura e epidemiologia

A especificidade da medicina tradicional chinesa - MTC não torna essa prática


essencialmente distinta de outros sistemas etnomédicos. Caracteriza-se na, tipologia
de Arthur Kleinman (1941) para comparação de sistemas médicos como sistemas
culturais, como um setor profissional, que envolve uma formação sistemática dos seus
representantes ou atores distinguindo-se do setor folk (os curadores não profissionais)
e popular (de senso comum). [1]

A MTC distingue-se também, como foi tese do conhecido sinólogo de Cambrigde


Joseph Needham (1900-1995) por sua notável semelhança com a medicina hipocrática
- a quem se atribui a origem da moderna medicina ocidental cosmopolita. O estudo
etno-histórico destes distintos caminhos de desenvolvimento racional e tecnológico aos
poucos vem sendo compreendido especialmente com a perspectiva de integração
destes. [2]

A acupuntura médica e MTC

Enquanto campo de prática de saúde em diversas regiões do mundo inclusive na China


e Brasil tanto sobrevivem os especialistas em medicina chinesa formado no processo
convencional, que é a relação mestre discípulo associada ao estudo dos textos
clássicos, como impõe-se uma tendência de associação da acupuntura às diversas
especializações médicas e paramédicas com desempenho multiprofissional. Sendo
que, no Brasil, há restrições quanto a prática de alguns segmentos profissionais, o que
vem sendo feito de diversas formas pela classe médica (proibição jurídica, exclusão em
cursos e congressos, etc.). A classe médica reivindica para si os direitos ao seu
exercício enquanto especialidade profissional. Por sinal este reconhecimento no Brasil
ocorreu décadas depois do reconhecimento por conselhos de fisioterapia e outras
profissões.

Acupuntura científica: biomedicina ou antropologia

Por outro lado como já disse em outra publicação tende-se a interpretar a acupuntura
científica como acupuntura biomédica, como se as explicações desenvolvidas pelas
ciências sociais não fossem uma explicação científica, ou que o entendimento dessa
arte – técnica não requer a compreensão de seu contexto cultural, sua dimensão
psicossocial e/ou espiritual. Ignorando-se também que o conhecimento oriental,
“científico” ou não, por si só, foi suficiente, durante muito tempo, para permitir seu pleno
domínio e utilização. [3]

Tornou-se um desafio para o praticante ocidental conciliar o amplo espectro de


disciplinas requerido para entendimento (antropologia médica ou da saúde, etnologia,

1
lingüística, neurociência, etc.) desse novo campo do saber que se inaugurou com o
nome de “acupuntura” (acupuntura multiprofissional) e mais especificamente a
“acupuntura baseada em evidências” no ocidente. [4]

Apesar das dezenas de estudos clínicos comparados a outras formas de intervenção


terapêutica e comparações de tais resultados em estudos de revisões sistemáticas e
meta – análise, ainda não se descartou a rotulação de pseudociência por alguns
segmentos retrógados da comunidade científica.

Estudos da evidência do efeito da acupuntura visando identificar o volume de pesquisa


sobre sua eficácia em revisões publicadas, identificou 183 revisões sistemáticas
publicadas entre 2005 e 2014. A maioria da literatura secundária e pesquisa primária
disponível referiam-se a clinica da dor, incluindo também artigos sobre a acupuntura e
promoção do bem-estar, distúrbios mentais e efeitos adversos. Constatou-se que a
literatura publicada disponível sobre acupuntura é extensa. Pesquisas no PubMed em
2013 identificaram quase 20.000 citações com o termo "acupuntura" e quase 1.500
ensaios clínicos randomizados (ECR) com "acupuntura" no título e, até mesmo uma
série de “revisões de revisões” estão disponíveis na literatura publicada sobre
acupuntura em geral ou para uma condição clínica específica. Contudo os resultados
de revisões existentes sobre a eficácia da acupuntura não são conclusivos, por
exemplo: uma revisão sistemática de revisões sistemáticas da acupuntura publicada
entre 1996 e 2005 incluiu 35 revisões, observando-se que apenas 18 avaliações
reafirmam a eficácia da acupuntura (sendo que somente 6 com excelente qualidade de
pesquisa). De um modo geral a base de evidências é heterogênea e os estudos de
maior qualidade estão apenas começando a emergir, desde 2002. [8]

Um outro elemento ou critério de entendimento da dificuldade de interpretação dos


efeitos ou eficácia terapêutica da acupuntura pela comunidade científica ocidental é o
fato de que as interpretações dos achados (evidências) clínicos do efeito da acupuntura
fundamentam-se num conjunto de teorias e princípios que ainda não possuem uma
unidade ou coerência, acontecendo o mesmo com os parâmetros de uso de
medicamentos da fitoterapia chinesa.

Entre os fundamentos teóricos advogados como referência incluem-se a teoria das


comportas (Melzack, Wall, 1965), a teoria reflexos condicionados para inibição da dor,
irritação (contra irritação) e diversas versões da reflexologia em regiões pontos
específicos do corpo humano e animal. Incluem-se também teorias articulando
psicologia do efeito placebo e das relações estímulo – resposta; as noções de
terapêutica e clínica médica fundamentadas na neurofisiologia e bioquímica celular dos
efeitos da inserção de agulhas, o efeito “farpa” associado à produção de endorfinas. [5]
[6] [7]

Observe-se que para um ocidental necessariamente, a antropologia médica ou da


saúde (a ciência por excelência da interpretação de outras culturas) não pode ser
ignorada. Há de se vencer, portanto, a barreira das culturas (etno-histórica) e a
multiplicidade de idiomas. O idioma (língua) segundo Matoso Camara Jr. apresenta-se
como um microcosmo da cultura. Tudo que a cultura possui se expressa através da
língua; e esta é em si mesma um produto cultural. Sem resolver tal paradoxo não há de
se ter uma perfeita compreensão da cultura chinesa e de suas tradições.

2
O estudo da história da acupuntura na China revela seu rompimento com algumas
tradições "mágicas", havia referências sobre sua proibição no final do período imperial
Dinastia Qing (1822) quando foi excluída do Instituto Médico Imperial por decreto do
Imperador. Apesar da proibição foi mantida como interesse acadêmico, costume e
tradição, sobretudo nas áreas rurais ao ponto de ser novamente proibida (1929)
durante a república, juntamente com outras formas de medicina tradicional por uma
crescente ocidentalização ou adoção da medicina cosmopolita, sendo apenas
restaurada e incentivada como prática na primeira metade do século XX durante a
revolução cultural chinesa. [9]

De qualquer forma é incontestável, no âmbito da antropologia, a evidente incorporação


do conhecimento empírico proveniente de cuidadosas observações ao logo de milênios
de prática, que se consolidaram no que vem sendo chamado de paradigma do Yin -
Yang e dos Cinco Elementos, descrito em livros clássicos, para os orientais, a exemplo
do livro do Imperador Amarelo (consolidado durante a dinastia Han (206 a.C. – 220
d.C.), documentos etnológicos brutos para o ocidental que utiliza as ferramentas
conceituais da antropologia estrutural na proposição de Levi Strauss (1908 - 2009) [10]

A história da antropologia da medicina se confunde com a própria história da


antropologia. Tal como ocorreu nesta disciplina já houve uma predominância de
perspectivas etnocêntricas e evolucionistas que devem ser evitadas. W. H. Rivers
(1864-1922), um dos mais antigos pesquisadores da área e também médico, assinala
por exemplo que algumas medicinas ditas primitivas são no plano teórico mais
coerentemente organizadas que a medicina científica ocidental sobretudo no plano
humano e espiritual ou natural e sobrenatural. [11]

Acupuntura & Psicoterapia

Com a utilização da antropologia é possível identificar na prática da acupuntura um


modelo contextualizado no conjunto multi-étnico da Ásia ou das Medicinas Antigas,
como inclusive já vem sendo feito. Por exemplo a partir da constatação da utilização do
conceito de racionalidades médicas empregado por Madel Luz analisando inicialmente
a homeopatia e posteriormente a própria medicina chinesa identificando nestes
similaridades conceituais na resposta destes grupo sociais às patologia que lhes
afligem, alterações da energia vital e ambiente (miasmas) que denominou como
paradigma vitalista.

Segundo esta autora uma racionalidade médica ou sistema lógico e teoricamente


estruturado, tem como condição necessária e suficiente para ser considerado como tal,
a presença dos seguintes elementos: 1. Uma morfologia (concepção anatômica); 2.
Uma dinâmica vital ( "fisiologia" ); 3. Um sistema de diagnósticos; 4. Um sistema de
intervenções terapêuticas; 5. Uma doutrina médica (cosmologia).

Não há dúvidas que a medicina tradicional chinesa preenche esses requisitos. Uma
doutrina médica (cosmologia) descrita e re-escrita no Livro do Imperador Amarelo, uma
concepção da mente na China, o Shen (神 , shén) indica a atividade de pensamento,
consciência, auto - percepção, vida emocional, memória e vontade, todos os quais, na
concepção chinesa, dependem do coração, assim como na medicina grega pré-
hipocrática. Nas medicinas antigas são surpreendentemente notáveis a concepção de
mente espírito, a exemplo dos escritos de Patanjali (publicados aproximadamente entre

3
200 a.C. a 400 d.C.) na Índia e/ou as descrições da lógica por Aristóteles (384 a.C. -
322 a.C.) a quem se atribui a criação da lógica como disciplina, no século IV a.C. [12]
[14]

Para Laplatine, o autor de “Antropologia da doença” (1991) a ciência estuda a


percepção e elabora e analisa modelos etiológicos e terapêuticos, a acupuntura possui
um modelo etiológico do tipo Exógeno/Endógeno comparável à Endocrinologia,
Neuropsiquiatria e um modelo terapêutico distinto da alopatia e homeopatia
classificado num grupo tipo Sedativo/ Excitativo comparável à medicina experimental e
à moderna fisiologia médica a exemplo das proposições terapêuticas da imunologia,
"Treinamento Autógeno" de J. H. Schultz (1884 -1970) e Bioenergética de W. Reich
(1897 - 1957) [13]

Uma outra contribuição relevante para a psicologia que ainda necessita ser melhor
compreendida é a concepção de emoção. Os sentimentos ou emoções: Raiva
(agressividade / 怒 nù) ; Alegria (喜 xǐ ); Preocupação (ficar pensativo 想 - si / xiǎng);
Tristeza (melancolia / mágoa 悲 bēi); Medo (恐 kǒng) / Apreensão/ ansiedade (忧 yōu),
são considerados correspondentes ao fluxo da energia vital – Chi nos meridianos e
órgãos tanto durante o ciclo sazonal correspondente às estações do ano, como aos
ciclos circadianos (24 horas) e pequenos ciclos infradianos (12/24) denominados, por
eles, a pequena e a grande circulação de energia.

Em psicologia o estudo das emoções vêm sendo realizado desde sua origem como
ciência e ainda não chegou a um consenso. Entre as primeiras proposições destacam-
se as contribuições de William James (1842-1910) e Walter Bradford Cannon (1871-
1945); a teoria dos dois fatores de Stanley Schachter (1997) e Jerome E. Singer (1934–
2010) decerto contribuindo para as matrizes dos estudos que contribuíram para atual
concepção de sistema límbico, e cérebro emocional. Somando-se também a teoria
psicanalítica, onde se utiliza o termo afeto (teoria dos afetos) com grandes
contribuições a uma possível aproximação ao entendimento das doenças
psicossomáticas na ótica oriental com suas contribuições a dinâmica da energia sexual,
ansiedade e tristeza (melancolia).

Além de diversas teorias e técnicas de meditação (influenciada ou unificadas entre a


China Índia e Tibet pelo Budismo) encontramos na MTC estudos correspondentes à
moderna Sexologia (Medicina/ Terapia Sexual) O conhecimento sobre a reprodução e
sexualidade humana também se insere numa esfera que envolve a mitologia e/ou
ciência oriental conhecidas no ocidente como tantra yoga ou taoísmo do sexo
abrangendo desde norma de conduta a técnicas equivalentes as utilizada na
psicoterapia das disfunções orgásmicas. [15]

A unidade da Ásia

Creio não haver dúvidas quanto as vantagens da abordagem da medicina tradicional


chinesa (MTC) no conjunto asiático (grego asiático) – Medicinas Antigas bem como os
sistemas médicos tradicionais do Japão, da Coréia, da Índia e Tibete que formam a
nossa concepção ocidental de "Medicina Oriental". Observe-se também, como assinala
Corral, a Medicina Tradicional Oriental não é somente uma medicina e sim uma
tradição minuciosamente transmitida através de conceitos universais do lugar
existencial do homem. Suas remotas origens de mais de 5.000 anos, antecedem a

4
concepção de “China” (中国) e podem ser consideradas pertencentes a todo oriente.
[16]

Algumas diferenças básicas, entretanto podem ser assinaladas quanto ao seu


desenvolvimento e características atuais. Da medicina grega (hipocrática), comparável
a MTC por Needham, como visto, pouco restou de suas noções de água, fogo, terra e
ar, além de sua aplicação a biotipologia humana e algumas concepções do processo
saúde doença mental tais como as concepções de “melancolia” “histeria” e “paranóia” e
outras noções sobre febre e energia vital conservadas pela então denominada
naturopatia. Por outro lado entre a medicina chinesa e indiana ainda conservam
notáveis característica que evidenciam a dispersão e sua origem comum ou frequente
contatos inter-étnicos como assinalam os antropólogos.

Uma característica importante quanto a sua incorporação/integração à cultura ocidental


pode ser deduzida da forma com tais práticas chegaram ao ocidente no século XX. A
acupuntura via saúde publica, com recomendações da Organização Mundial de Saúde
após a revolução cultural chinesa que a integrou à atenção primária no modelo de
agentes comunitários de saúde – os conhecidos “médicos de pés descalços”
atualmente conhecidos médicos rurais (village doctors) e o Yoga chegou até nós via
escolas de hatha-yoga e centros de meditação inseridos na cultura espiritualista e da
educação física. Ainda hoje ainda não há uma integração plena dos diversos aspectos
dessas contribuições indianas. A shantala, as diversas modalidades de yoga (tantra,
raja, kria, ashtanga, hatha, etc.) são pouco conhecidas quanto a integração ao sistema
que pode ser denominado com a medicina Iajurveda de origem. [17]

A prática do yoga ou yôga no ocidente, principalmente, depende de instrutores


formados em cursos de formação de Instrutores com certificado e regulamentação
profissional em órgãos específicos a exemplo Federação Portuguesa de Yoga, (F.P.Y.)
que constituiu-se como pessoa colectiva de direito privado sob a forma de associação
destinada a promover, desenvolver, regulamentar, formar, dirigir e divulgar a prática do
Yoga, em suas diversas modalidades e filosofias bem como promover e regulamentar a
formação de professores de Yoga

Apesar das diversas publicações e proposições de yoga como terapia o instrutor de


yoga regulamentado no Brasil segundo De Rose 1992 desde a década de 60 como
professor de educação física especializado secretaria de Educação do Estado da
Guanabara.

O yoga é uma filosofia prática de vida que objetiva transformações ou modificações da


consciência, ou samádhi. Implica no estudo e treinamento de aproximadamente 108
grupos de ásana, cujo aprendizado implica em 225 horas-aula, com acompanhamento
de instrutores formados e revalidados, 300 horas mínimas de práticas completas de
Yôga, (sádhana) e 2000 horas mínimas de estágio monitorado em escolas
reconhecidas.

Atualmente é consensual a noção de que o yoga não é nenhum tipo de ginástica nem
modalidade alguma de Educação Física, compreende técnicas corporais,
bioenergéticas, emocionais, mentais, com algumas que não podem sequer ser
ensinados por livros, e são considerados secretos apreendidos em ritos de iniciação

5
associados ao domínio da meditação, e prática corporal, enfim é uma forma de terapia
que faz parte da medicina Ayurveda. [18] [19] [20]

No Brasil a acupuntura está regulamentada pela portaria nº 971 que aprovou a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de
Saúde em 3 de maio de 2006, admitida no SUS como prática multiprofissional. A
medicina ayurvédica, a shantala e yoga foram somente foram anexados às práticas do
SUS, através portaria 849/2017 que anexou 14 novos procedimentos à Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do SUS .

A integração das práticas da acupuntura associadas ao sistema indiano de chakras e


meditação, como vem sendo proposto no ocidente, apesar de diversos livros e artigos
publicados, ainda pode ser considerado experimental. Existem proposições tanto de
integrar a pratica da acupuntura a meditação (inclusive há diversas escolas de
meditação taoista, budista e exercícios chineses) como de realizar agulhamento,
estimulação física na região dos chakras interpretando estes como plexos nervosos e
sistemas integrados de regulação hormonal e comportamento. [22] [23]

Contudo, como dito, ainda não existe uma aprovação consensual ou reconhecimento
de grande parte da comunidade científica. Aguarda-se talvez um acúmulo maior de
explicações imperfeitas e teorias falhas, o que na ótica de Thomas Kuhn, (1962) é o
limite de mudança de paradigmas. As anomalias - quer dizer, a incapacidade de dar
conta dos fenômenos observados, induzirão ao surgimento de novas teorias que
podem vir a lograr êxito, unificar-se e solidificar-se como pratica dos integrantes da
comunidade cientifica de que fazem parte, o que findará por substituir o anterior. Sendo
assim uma mudança de paradigma no processo de constitui as revoluções científicas.
[24]

Algumas referências
1. KLEINMAN, Arthur Concepts and a Model for the comparison of Medical Systems as
Cultural Systems. IN: CURRER,C e STACEY,M / Concepts of Health, Illness and
Disease. A Comparative Perspective, Leomaington 1986

2. NEEDHAM, Joseph; Gwei-Djen, Lu. Celestial lancets a history and rationale of


acupuncture and moxa. USA, Cambridge University Press, 1980

3. COSTA, Paulo Pedro P. R. Acupuntura científica uma reflexão. Acupuntura Ciência &
Profissão. abril de 2012
http://etnomedicina.blogspot.com.br/2012/04/tende-se-interpretar-acupuntura.html

4. ROSSETTO, Suzete Coló. Acupuntura Multidisciplinar. SP, Editora Phorte, 2012

5. MELZAC, Ronald. A percepção da dor. Scientific American, Fev.,1961 in MAcGaug.


J.L.; Weinberger, N.M.; Whalen (org) Psicobiologia, as bases biológicas do
comportamento, Textos do Scientific American. trad Aratangy, L. SP Polígno, 1970

6. DUMITRESCU, Ioan Florin. Acupuntura científica moderna. SP, Andrei, 1996

6
7. PETTI, F; BANGRAZI, A; LIGUORI, A; REALE, G; IPPOLITI, F. Effects of
acupuncture on immune response related to opioid-like peptides. Journal of traditional
Chinese medicine V18. N 1, March, 1998, (Abstract,
http://europepmc.org/abstract/MED/10437265 Acesso maio de 2018)

8. HEMPEL S, TAYLOR SL, SOLLOWAY MR, et al. Evidence Map of Acupuncture


[Internet]. Washington (DC): Department of Veterans Affairs (US); 2014 Jan. Available
from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK185072/

9. WHITE, A.; Ernst, E. A brief history of acupuncture. Rheumatology 2004;43:662–663


doi:10.1093/rheumatology/keg005

10. LÉVI-STRAUSSLevi-Strauss, Claude. Pensamento Selvagem SP, Cia Ed Nacional,


1976

11. QUEIROZ, Marcos de Souza; CANESQUI, Ana Maria. Antropologia da medicina:


uma revisão teórica. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 20, n. 2, p. 152-164, Apr.
1986 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89101986000200006&lng=en&nrm=iso>. access on 14 May 2018.

12. MACIOCIA, G. Shen and hun: psyche, in, chinese medicine.


http://maciociaonline.blogspot.com.br/2012/11/shen-and-hun-psyche-in-chinese-
medicine.html Aces. Maio de 2018

13. LAPLATINE, François. Antropologia da Doença. SP, Martins Fontes, 1991

14. ELIADE, Mircéia. Patanjali e o yoga. Lisboa: Relógio d’água, 2000

15. COSTA, Paulo Pedro P. R. Kama Sutra & Tantra Yoga uma análise a partir da
sexologia, psicanálise. https://pt.scribd.com/doc/24375517/KAMA-SUTRA

16. CORRAL, José Luis Padilla. Fundamentos da medicina tradicional oriental: Curso
de acupuntura. SP, Roca, 2006

17. Hu D, Zhu W, Fu Y, et al. Development of village doctors in China: financial


compensation and health system support. International Journal for Equity in Health.
2017;16:9. doi:10.1186/s12939-016-0505-7.

18. DE ROSE Yoga - Mitos E Verdades. SP, Nobel, 1992 Disponível no Google Livros
Maio, 2011

19. HERMÓGENES, José. Yoga para nervosos. RJ: Record, 1969.

20. ELIADE, Mircea. Yoga, imortalidade e liberdade. SP: Palas Athena, 1996

21. FRAWLEY, D. Ayurveda and the mind. Twin Lakes, Wis.,Lotus Press, 1996 apud:
FEUERSTEIN, Georg. A tradição do yoga, história, literatura, filosofia e prática. SP,
Pensamento - Cultrix, 2006

7
22. STUX, Gabriel M.D. Acupuntura de chakra (Tradução: COSTA Paulo Pedro P. R.)
Acupuntura Ciência & Profissão. 20 de junho de 2013
http://etnomedicina.blogspot.com.br/2013/06/acupuntura-de-chakra.html

23. CROSS John R. Acupuntura e o sistema de energia dos chakras SP: Manole, 2017
http://etnomedicina.blogspot.com.br/2015/04/acupuntura-chakras-e-unidade-da-
asia.html

24. KUHN, Thomas. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978

Anexo
Entre as medicinas alternativas às Práticas Integrativas e Complementares, além da
Naturopatia temos como já reconhecidas a Homeopatia; a Medicina Tradicional
Chinesa, ayurvédica (ou pelo menos o hatha yoga); a Medicina Antroposófica o
Termalismo/Crenoterapia que por sinal integra à hidroterapia reunida na naturologia
além do uso de plantas medicinais ou fitoterapia construída a partir de diversas
procedências (no Brasil as tradições indígenas, africanas e medicina dos colonizadores
europeus) e referendada pela técnicas da farmacognosia e farmacologia clínica.

Assistimos um embate político "científico" onde as arenas são: a regulamentação da


profissão e aprovação dos cursos de formação profissional pelo MEC - Ministério da
Educação e Cultura.

O reconhecimento da profissão depende de projetos específicos da Câmara de


Deputados e Senado articulados aos órgãos de classe e associações profissionais
onde o principal embate é a oposição / aceitação do Conselho Federal de Medicina e
órgãos regulamentadores das demais profissões de saúde.

O reconhecimento do MEC por sua está ou deveria estar associado a presença deste
saber nas faculdades, universidades e centros universitários já credenciados e/ou
periódicos indexados e eventos científicos.

A acupuntura e naturopatia no Brasil estão incluídas na Classificação Brasileira de


Ocupações - CBO na categoria "Tecnólogos e técnicos em terapias complementares e
estéticas" que inclui: Técnico em acupuntura; Podólogo; Técnico em quiropraxia;
Massoterapeuta; Doula e Terapeuta holístico que por sua vez abrange o Homeopata
(não médico) e Naturopatas ou "Terapeuta naturalista" .

É nossa pretensão discutir esse processo de seleção de técnicas, saberes, sua


integração a medicina cosmopolita Universal (ocidental) o que estamos iniciando.

Na CBO a descrição sumária do grupo que abrange as profissões de naturopata e


acupunturista consiste em:

CBO 3221 :: Tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas


Descrição Sumária: Aplicam procedimentos estéticos e terapêuticos
manipulativos, energéticos, vibracionais e não farmacêuticos. Os procedimentos
terapêuticos visam a tratamentos de moléstias psico-neuro-funcionais, músculo-
esqueléticas e energéticas; além de patologias e deformidades podais. No caso

8
das doulas, visam prestar suporte contínuo a gestante no ciclo gravídico
puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante. Avaliam as
disfunções fisiológicas, sistêmicas, energéticas, vibracionais e inestéticas dos
pacientes/clientes. Recomendam a seus pacientes/clientes a prática de
exercícios, o uso de essências florais e fitoterápicos com o objetivo de diminuir
dores, reconduzir ao equilíbrio energético, fisiológico e psico-orgânico, bem
como cosméticos, cosmecêuticos e óleos essenciais visando sua saúde e bem
estar. Alguns profissionais fazem uso de instrumental pérfuro-cortante,
medicamentos de uso tópico e órteses; outros aplicam métodos das medicinas
oriental e convencional.

A acupuntura no Brasil, como em muitos outros países, acompanhou o histórico das


migrações de profissionais que dominam essa técnica dos países orientais, onde é
uma medicina tradicional reconhecida, e o processo de legitimação enquanto prática de
saúde e profissionalização, ou melhor a regulamentação jurídica de prática e processo
de ensino aprendizagem formal e a demanda da população por tal forma de
atendimento.

Alguns autores associam a origem da acupuntura no Brasil à práticas indígenas e


tradicionais (a escarificação indígena, as sangrias dos barbeiros e aplicação de
ventosas da medicina do período imperial, e/ou à marcos específicos da imigração
chinesa (1812, com a autorização de D. João VI para entrada de 2.000 chineses
destinados às plantações experimentais de chá do Jardim Botânico e da Fazenda
Imperial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro) e japonesa (1908, a chegada do navio
Kasato Maru trazendo os primeiros imigrantes para o Brasil, após a crise do final do
Período Feudal no Japão – 1895). Já a regulamentação do processo de ensino –
aprendizagem da acupuntura no Brasil tem como marco 1958: a fundação da
Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental e o curso ministrado pelo
fisioterapeuta e massoterapeuta Friedrich Johann Spaeth natural Luxemburgo com
aprendizagem de acupuntura na Alemanha.

A regulamentação

Existem no Brasil alguns Projetos Lei PLpara regulamentação desta profissão

PL No. 1549/03, do deputado Celso Russomano (SP);


Disciplina o exercício profissional de Acupuntura e determina outras providências.

Projeto Lei No. 2284/03, do deputado Nelson Marquezelli (SP)

2003 - Em 14 de outubro, foi apresentado o Projeto de Lei da Câmara PLC Nº. 2.284,
sobre a prática da Acupuntura, pelo Deputado Nelson Marquezelli, do PTB de São
Paulo. Este Projeto estabelece, no seu Artigo 3º, Inciso II, que pode exercer a
Acupuntura o portador de diploma de técnico em acupuntura, expedido por escola
técnica e devidamente registrado pelos órgãos competentes. Este Projeto de Lei foi
apensado ao Projeto de Lei da Câmara Nº. 1.549/03, apresentado pelo Deputado
Celso Russomanno.

9
Projeto de Lei No. 2626/03, do deputado Chico Alencar (RJ)) que igualmente dispõe
sobre a regulamentação e fiscalização do exercício profissional da Acupuntura,
denominado o "Acupunturista" e o "Acupuntor". Em 05/12/2003 determinou-se que
apense-se este ao PL-1549/2003.

Para substituir o PLC 67/95, arquivado, foram apresentados os seguintes PLC (projetos
de lei da Câmara):
No. 1549/03, do deputado Celso Russomano (SP);
No. 2284/03, do deputado Nelson Marquezelli (SP);
No. 2626/03, do deputado Chico Alencar (RJ); atualmente tramitando na Comissão de
Seguridade Social e Família.

No SENADO há o PL Nº 480, DE 2003 que regulamenta o exercício profissional de


acupuntura, autoriza a criação do Conselho Federal de Acupuntura.

Em 28/03/2007 na Comissão de Assuntos Sociais, foi feito requerimento solicitando a


realização de Audiência Pública para abordar a regulamentação do exercício
profissional da acupuntura e a criação do Conselho Federal de Acupuntura. Foram
indicados para participar dessa audiência pública, um representante do Ministério da
Saúde, um representante do Conselho Federal de Medicina e o Dr. Wu Tou Kwang,
Presidente da Associação Nacional de Acupuntura e Moxabustão " ANAMO e a criação
do Conselho Federal de Acupuntura e a regulamentação da profissão são objeto do
PLS Nº480/2003, do qual o Senador Flávio Arns é relator

O projeto de lei do Senado (PLS) 480/03, de Fátima Cleide (PT-RO), regulamenta o


exercício profissional da acupuntura e autoriza a criação de um conselho federal. A
proposta considera habilitados para o exercício profissional os diplomados em
acupuntura em estabelecimentos de ensino superior oficiais, ou reconhecidos em curso
similar no exterior, na área de saúde, com certificado de especialização na técnica.
Além dos que concluíram o ensino médio e exercem efetivamente a prática.

Na Câmara dos Deputados, o projeto de lei (PL) 2.626/03, do deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ), e o PL 1.549/03, do deputado Celso Russomanno (PP-SP), estabelecem
como critérios para concessão da habilitação em acupuntura cursos de nível superior
ou médio, admitindo os praticantes que comprovarem o exercício da atividade até a
promulgação da lei. Já o projeto 2.284/03, do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP),
admite a habilitação apenas para os que possuem nível superior ou técnico. Dos três, o
PL 2.626/03 foi o único a receber parecer favorável da relatora, deputada Aline Corrêa
(PP-SP), na Comissão de Seguridade Social e Família.

Portarias e leis reconhecidas:

Além da Portaria No. 971 do Ministério da Saúde, de 2006, admitindo no SUS a prática
multiprofissional da acupuntura. A Portaria das Práticas alternativas ...

No mais é também importante a regulamentação dos diversos conselhos profissionais

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COFITO - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapias Ocupacionais: RESOLUÇÃO
COFFITO N° 60, DE 29 DE OUTUBRO DE 1985 COFITO - 60/85

CFO - Conselho Federal De Odontologia Resolução CFO-185/93

CFB - Conselho Federal de Biomedicina: reconhece , através da Resolução no. 02/86 e


02/95, que o biomédico pode ser orientado à prática da Acupuntura (Resoluções CFB
Ab. 2012)

CRP - Conselho Federal de Psicologia: na Resolução CFP nº 05/2002, regulamentou a


prática da acupuntura para o psicólogo. Revogação

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem: RESOLUÇÃO COFEN Nº. 326/2008


Resolução COFEN nº. 326/2008

CFM - Conselho Federal de Medicina: RESOLUÇÃO CFM Nº 1.666/2003


(RESOLUÇÃO CFM nº 1.455/95; Revogada pela Resolução CFM nº 1.634/2002)

ver linha do tempo

http://www.sobrafa.org.br/v1/index.php/sobrafa/86-historico-da-acupuntura-no-brasil/78-
historico-da-acupuntura-no-brasil

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