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Por outro lado como já disse em outra publicação tende-se a interpretar a acupuntura
científica como acupuntura biomédica, como se as explicações desenvolvidas pelas
ciências sociais não fossem uma explicação científica, ou que o entendimento dessa
arte – técnica não requer a compreensão de seu contexto cultural, sua dimensão
psicossocial e/ou espiritual. Ignorando-se também que o conhecimento oriental,
“científico” ou não, por si só, foi suficiente, durante muito tempo, para permitir seu pleno
domínio e utilização. [3]
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lingüística, neurociência, etc.) desse novo campo do saber que se inaugurou com o
nome de “acupuntura” (acupuntura multiprofissional) e mais especificamente a
“acupuntura baseada em evidências” no ocidente. [4]
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O estudo da história da acupuntura na China revela seu rompimento com algumas
tradições "mágicas", havia referências sobre sua proibição no final do período imperial
Dinastia Qing (1822) quando foi excluída do Instituto Médico Imperial por decreto do
Imperador. Apesar da proibição foi mantida como interesse acadêmico, costume e
tradição, sobretudo nas áreas rurais ao ponto de ser novamente proibida (1929)
durante a república, juntamente com outras formas de medicina tradicional por uma
crescente ocidentalização ou adoção da medicina cosmopolita, sendo apenas
restaurada e incentivada como prática na primeira metade do século XX durante a
revolução cultural chinesa. [9]
Não há dúvidas que a medicina tradicional chinesa preenche esses requisitos. Uma
doutrina médica (cosmologia) descrita e re-escrita no Livro do Imperador Amarelo, uma
concepção da mente na China, o Shen (神 , shén) indica a atividade de pensamento,
consciência, auto - percepção, vida emocional, memória e vontade, todos os quais, na
concepção chinesa, dependem do coração, assim como na medicina grega pré-
hipocrática. Nas medicinas antigas são surpreendentemente notáveis a concepção de
mente espírito, a exemplo dos escritos de Patanjali (publicados aproximadamente entre
3
200 a.C. a 400 d.C.) na Índia e/ou as descrições da lógica por Aristóteles (384 a.C. -
322 a.C.) a quem se atribui a criação da lógica como disciplina, no século IV a.C. [12]
[14]
Uma outra contribuição relevante para a psicologia que ainda necessita ser melhor
compreendida é a concepção de emoção. Os sentimentos ou emoções: Raiva
(agressividade / 怒 nù) ; Alegria (喜 xǐ ); Preocupação (ficar pensativo 想 - si / xiǎng);
Tristeza (melancolia / mágoa 悲 bēi); Medo (恐 kǒng) / Apreensão/ ansiedade (忧 yōu),
são considerados correspondentes ao fluxo da energia vital – Chi nos meridianos e
órgãos tanto durante o ciclo sazonal correspondente às estações do ano, como aos
ciclos circadianos (24 horas) e pequenos ciclos infradianos (12/24) denominados, por
eles, a pequena e a grande circulação de energia.
Em psicologia o estudo das emoções vêm sendo realizado desde sua origem como
ciência e ainda não chegou a um consenso. Entre as primeiras proposições destacam-
se as contribuições de William James (1842-1910) e Walter Bradford Cannon (1871-
1945); a teoria dos dois fatores de Stanley Schachter (1997) e Jerome E. Singer (1934–
2010) decerto contribuindo para as matrizes dos estudos que contribuíram para atual
concepção de sistema límbico, e cérebro emocional. Somando-se também a teoria
psicanalítica, onde se utiliza o termo afeto (teoria dos afetos) com grandes
contribuições a uma possível aproximação ao entendimento das doenças
psicossomáticas na ótica oriental com suas contribuições a dinâmica da energia sexual,
ansiedade e tristeza (melancolia).
A unidade da Ásia
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concepção de “China” (中国) e podem ser consideradas pertencentes a todo oriente.
[16]
Atualmente é consensual a noção de que o yoga não é nenhum tipo de ginástica nem
modalidade alguma de Educação Física, compreende técnicas corporais,
bioenergéticas, emocionais, mentais, com algumas que não podem sequer ser
ensinados por livros, e são considerados secretos apreendidos em ritos de iniciação
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associados ao domínio da meditação, e prática corporal, enfim é uma forma de terapia
que faz parte da medicina Ayurveda. [18] [19] [20]
No Brasil a acupuntura está regulamentada pela portaria nº 971 que aprovou a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de
Saúde em 3 de maio de 2006, admitida no SUS como prática multiprofissional. A
medicina ayurvédica, a shantala e yoga foram somente foram anexados às práticas do
SUS, através portaria 849/2017 que anexou 14 novos procedimentos à Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do SUS .
Contudo, como dito, ainda não existe uma aprovação consensual ou reconhecimento
de grande parte da comunidade científica. Aguarda-se talvez um acúmulo maior de
explicações imperfeitas e teorias falhas, o que na ótica de Thomas Kuhn, (1962) é o
limite de mudança de paradigmas. As anomalias - quer dizer, a incapacidade de dar
conta dos fenômenos observados, induzirão ao surgimento de novas teorias que
podem vir a lograr êxito, unificar-se e solidificar-se como pratica dos integrantes da
comunidade cientifica de que fazem parte, o que findará por substituir o anterior. Sendo
assim uma mudança de paradigma no processo de constitui as revoluções científicas.
[24]
Algumas referências
1. KLEINMAN, Arthur Concepts and a Model for the comparison of Medical Systems as
Cultural Systems. IN: CURRER,C e STACEY,M / Concepts of Health, Illness and
Disease. A Comparative Perspective, Leomaington 1986
3. COSTA, Paulo Pedro P. R. Acupuntura científica uma reflexão. Acupuntura Ciência &
Profissão. abril de 2012
http://etnomedicina.blogspot.com.br/2012/04/tende-se-interpretar-acupuntura.html
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7. PETTI, F; BANGRAZI, A; LIGUORI, A; REALE, G; IPPOLITI, F. Effects of
acupuncture on immune response related to opioid-like peptides. Journal of traditional
Chinese medicine V18. N 1, March, 1998, (Abstract,
http://europepmc.org/abstract/MED/10437265 Acesso maio de 2018)
15. COSTA, Paulo Pedro P. R. Kama Sutra & Tantra Yoga uma análise a partir da
sexologia, psicanálise. https://pt.scribd.com/doc/24375517/KAMA-SUTRA
16. CORRAL, José Luis Padilla. Fundamentos da medicina tradicional oriental: Curso
de acupuntura. SP, Roca, 2006
18. DE ROSE Yoga - Mitos E Verdades. SP, Nobel, 1992 Disponível no Google Livros
Maio, 2011
20. ELIADE, Mircea. Yoga, imortalidade e liberdade. SP: Palas Athena, 1996
21. FRAWLEY, D. Ayurveda and the mind. Twin Lakes, Wis.,Lotus Press, 1996 apud:
FEUERSTEIN, Georg. A tradição do yoga, história, literatura, filosofia e prática. SP,
Pensamento - Cultrix, 2006
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22. STUX, Gabriel M.D. Acupuntura de chakra (Tradução: COSTA Paulo Pedro P. R.)
Acupuntura Ciência & Profissão. 20 de junho de 2013
http://etnomedicina.blogspot.com.br/2013/06/acupuntura-de-chakra.html
23. CROSS John R. Acupuntura e o sistema de energia dos chakras SP: Manole, 2017
http://etnomedicina.blogspot.com.br/2015/04/acupuntura-chakras-e-unidade-da-
asia.html
24. KUHN, Thomas. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978
Anexo
Entre as medicinas alternativas às Práticas Integrativas e Complementares, além da
Naturopatia temos como já reconhecidas a Homeopatia; a Medicina Tradicional
Chinesa, ayurvédica (ou pelo menos o hatha yoga); a Medicina Antroposófica o
Termalismo/Crenoterapia que por sinal integra à hidroterapia reunida na naturologia
além do uso de plantas medicinais ou fitoterapia construída a partir de diversas
procedências (no Brasil as tradições indígenas, africanas e medicina dos colonizadores
europeus) e referendada pela técnicas da farmacognosia e farmacologia clínica.
O reconhecimento do MEC por sua está ou deveria estar associado a presença deste
saber nas faculdades, universidades e centros universitários já credenciados e/ou
periódicos indexados e eventos científicos.
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das doulas, visam prestar suporte contínuo a gestante no ciclo gravídico
puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante. Avaliam as
disfunções fisiológicas, sistêmicas, energéticas, vibracionais e inestéticas dos
pacientes/clientes. Recomendam a seus pacientes/clientes a prática de
exercícios, o uso de essências florais e fitoterápicos com o objetivo de diminuir
dores, reconduzir ao equilíbrio energético, fisiológico e psico-orgânico, bem
como cosméticos, cosmecêuticos e óleos essenciais visando sua saúde e bem
estar. Alguns profissionais fazem uso de instrumental pérfuro-cortante,
medicamentos de uso tópico e órteses; outros aplicam métodos das medicinas
oriental e convencional.
A regulamentação
2003 - Em 14 de outubro, foi apresentado o Projeto de Lei da Câmara PLC Nº. 2.284,
sobre a prática da Acupuntura, pelo Deputado Nelson Marquezelli, do PTB de São
Paulo. Este Projeto estabelece, no seu Artigo 3º, Inciso II, que pode exercer a
Acupuntura o portador de diploma de técnico em acupuntura, expedido por escola
técnica e devidamente registrado pelos órgãos competentes. Este Projeto de Lei foi
apensado ao Projeto de Lei da Câmara Nº. 1.549/03, apresentado pelo Deputado
Celso Russomanno.
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Projeto de Lei No. 2626/03, do deputado Chico Alencar (RJ)) que igualmente dispõe
sobre a regulamentação e fiscalização do exercício profissional da Acupuntura,
denominado o "Acupunturista" e o "Acupuntor". Em 05/12/2003 determinou-se que
apense-se este ao PL-1549/2003.
Para substituir o PLC 67/95, arquivado, foram apresentados os seguintes PLC (projetos
de lei da Câmara):
No. 1549/03, do deputado Celso Russomano (SP);
No. 2284/03, do deputado Nelson Marquezelli (SP);
No. 2626/03, do deputado Chico Alencar (RJ); atualmente tramitando na Comissão de
Seguridade Social e Família.
Na Câmara dos Deputados, o projeto de lei (PL) 2.626/03, do deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ), e o PL 1.549/03, do deputado Celso Russomanno (PP-SP), estabelecem
como critérios para concessão da habilitação em acupuntura cursos de nível superior
ou médio, admitindo os praticantes que comprovarem o exercício da atividade até a
promulgação da lei. Já o projeto 2.284/03, do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP),
admite a habilitação apenas para os que possuem nível superior ou técnico. Dos três, o
PL 2.626/03 foi o único a receber parecer favorável da relatora, deputada Aline Corrêa
(PP-SP), na Comissão de Seguridade Social e Família.
Além da Portaria No. 971 do Ministério da Saúde, de 2006, admitindo no SUS a prática
multiprofissional da acupuntura. A Portaria das Práticas alternativas ...
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COFITO - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapias Ocupacionais: RESOLUÇÃO
COFFITO N° 60, DE 29 DE OUTUBRO DE 1985 COFITO - 60/85
http://www.sobrafa.org.br/v1/index.php/sobrafa/86-historico-da-acupuntura-no-brasil/78-
historico-da-acupuntura-no-brasil
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