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MÓDULO 2 Finanças Empresariais

3.4.4.1 RESULTADOS
Investindo R$ 100.000,00 e recebendo R$ 24.000,00 líquidos por ano, a taxa de retorno de Silva
será 24% ao ano.

Esta taxa é menor do que a que receberia com apenas uma sala, ou seja, 25% ao ano.

O risco de Silva continua sendo maior, pois tem juros a pagar e, se não pagá-los, o banco
poderá tomar suas salas.

O retorno permanece menor.

Silva, certamente, vai decidir por não usar capital de terceiros em seu projeto.

3.5 DECISÃO FINAL


A taxa de retorno dos credores deve ser menor do que a taxa de retorno dos sócios.

Caso contrário, teríamos uma decisão incoerente – maior risco com menor retorno.

Quando as taxas de juros são altas, os empreendedores decidem por não usar – ou usar pouco –
capital de terceiros para financiar seus investimentos.

UNIDADE 4: CUSTO MÉDIO PONDERADO DO CAPITAL

4.1 CÁLCULO
Para calcular o custo médio de uma empresa, utilizaremos as seguintes siglas...
D = dívida – D Debit ou dívida, que é o capital de terceiros;
Kd = taxa do custo do capital de terceiros – K é a sigla genérica para taxa; Kd
significa taxa da dívida;
S = capital próprio – S Stock é o capital acionário;
Ks = taxa do custo do capital próprio, significando taxa para os sócios.

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Assim, uma empresa que tenha uma quantia S de capital próprio, sobre a qual pague uma taxa de
retorno Ks e uma quantia D de dívidas – capital de terceiros –, sobre a qual pague uma taxa de
juros Kd terá um custo médio ponderado do capital dado pela seguinte relação...

Onde...

...a expressão (1 – IR) se deve à existência de beneficio fiscal;

...a expressão D/(D+S) é a percentagem de dívida em relação ao capital total da


empresa;

...a expressão S/(D+S) é a percentagem de capital social no capital total da empresa.

Em inglês, o custo médio ponderado do capital é weighted average cost of capital e sua sigla é
WACC.

4.2 EXEMPLO
Um grupo de médicos resolve abrir uma clínica.

O capital total dessa clínica é R$ 2.000.000,00, dos quais...

...R$ 1.000.000,00 de capital dos sócios – capital próprio;

...R$ 1.000.000,00 financiado pelos bancos – capital de terceiros.

A taxa de juros que essa clínica paga sobre suas dívidas é 20% ao ano.

A taxa de retorno adequada ao risco que os sócios têm nesse empreendimento é 30%.

Não existem impostos.

4.2.1 CUSTO MÉDIO DO CAPITAL


O custo médio do capital dessa clínica é...

Essa clínica deve proporcionar uma taxa de retorno de, pelo menos, 25% ao ano para
poder pagar o retorno que os diferentes investidores esperam obter.

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4.3 EXEMPLO
Voltemos ao caso da clínica, com a inclusão do imposto de renda...
o capital total é R$ 2.000.000,00;
o capital dos sócios – capital próprio – é R$ 1.000.000,00;
o capital financiado pelos bancos – capital de terceiros – é R$ 1.000.000,00;
a alíquota do IR é 25%;
a taxa de juros sobre suas dívidas é 20% ao ano;
a taxa de retorno adequada ao risco é 30%.

4.3.1 CUSTO MÉDIO DO CAPITAL


O custo médio do capital dessa clínica é...

Essa clínica deve proporcionar uma taxa de retorno de, pelo menos, 22,5% ao ano para poder
pagar o retorno que os investidores esperam obter.

Com os benefícios fiscais, que permitem o abatimento dos juros do IR, o custo médio
ponderado do capital é menor do que se não existisse o benefício fiscal.

UNIDADE 5: DIVERSIFICAÇÃO

5.1 IMPORTÂNCIA DA DIVERSIFICAÇÃO


Quando estivermos realizando operações, devemos nos concentrar em nossa
competência fundamental e em nosso negócio específico.

Quando estivermos investindo, devemos diversificar nossos investimentos para reduzir


o risco.

Diversificar significa, ao invés de concentrar os investimentos em um único ativo, distribuir seus


recursos em ativos diferentes.

Quando um ativo perder valor, o outro poderá valorizar-se e vice-versa.

Isso significa que teremos sempre um retorno médio com menores oscilações.

Menores oscilações nos retornos significam menor risco.

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5.1.1 EXEMPLO
Tainá pretende investir em ações.

Um amigo de Tainá já investe, há algum tempo, nas ações de uma empresa de turismo para o Rio
de Janeiro e tem recebido boa remuneração pelo capital investido nessa empresa – dividendos.

No ano passado, as ações dessa empresa renderam a ele 20%, enquanto a poupança rendeu 10%.

Tainá resolveu comprar ações dessa empresa, esperando obter os mesmos retornos que o seu amigo.

No primeiro ano, a empresa rendeu 25%.

Satisfeita com esse resultado,Tainá investiu todas as suas economias do ano nas ações
dessa mesma empresa.

5.1.1.1 CONSEQÜÊNCIA
No ano seguinte, os dividendos pagos foram de apenas 1% do seu capital.

Só então Tainá percebeu a importância da diversificação.

O mesmo retorno poderia ter sido obtido com menores variações – risco – se Tainá tivesse
investido em empresas com comportamentos contrários.

Essa é a base da teoria da diversificação. Na prática, existem profissionais financeiros


que utilizam ferramental estatístico para fazer a melhor combinação possível de títulos,
que são as chamadas carteiras.

5.2 OUTRO EXEMPLO


Observe um investimento de R$ 100,00 em dois ativos – A e B – que apresentam risco...

O retorno esperado é R$ 120,00 e a taxa de retorno é 20% ao ano, com risco.

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5.2.1 ATIVO B
O investimento em dois ativos – A e B – que apresentam risco...

O retorno esperado é R$ 120,00 e a taxa de retorno é 20% ao ano, com risco.

5.2.2 EXEMPLO
Se, ao invés de investirmos R$ 100,00 no ativo A ou no ativo B, investirmos R$ 50,00 em cada um
deles, teremos uma carteira composta dos dois ativos, A e B, e os retornos serão os seguintes...

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5.2.3 CONSOLIDAÇÃO
Utilizando ativos com perfis de retorno, absolutamente, simétricos, conseguimos eliminar,
totalmente, o risco. Mas somente na teoria encontramos dois ativos A e B, cujos retornos sejam,
exatamente, simétricos.

O retorno esperado é R$ 120,00 e a taxa de retorno é 20% ao ano, sem risco.

Isso significa que, mesmo não conseguindo eliminar, totalmente, o risco dos
investimentos, podemos reduzi-lo, empregando técnicas de diversificação.

Ou seja, na prática, para obtermos os benefícios da diversificação, devemos investir em um


conjunto de ativos que apresentem perfis de retornos diferentes, pois, como vimos, não
reduziríamos o risco investindo mais recursos em um único ativo.

Na verdade, embora não seja possível eliminar totalmente o risco pela diversificação, podemos
reduzi-lo bastante.

UNIDADE 6: CAPM

6.1 DEFINIÇÃO
Desde o início dos anos 60, uma das preocupações dos administradores financeiros tem sido a
relação risco versus retorno.

A teoria do Capital Asset Pricing Model – CAPM – foi desenvolvida para explicar o comportamento
dos preços dos ativos e proporcionar um mecanismo que possibilitasse aos investidores avaliar o
impacto do risco sobre o retorno de um ativo.

O CAPM pode ser traduzido por modelo de precificação de ativos financeiros.

O CAPM é bastante utilizado nas várias operações de mercado de capitais, bem como
no processo de avaliação de tomada de decisões em condições de risco.

O CAPM permite, igualmente, estimar a taxa de retorno exigida pelos


investidores, ou seja, a taxa mínima de atratividade para o capital próprio.

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6.2 HIPÓTESES DO CAPM


Como em todos os modelos financeiros, formulam-se algumas hipóteses para o
desenvolvimento do CAPM.

Supõe-se um mercado bem informado, atingindo, igualmente, todos os investidores.

Não há impostos, taxas ou quaisquer outras restrições para os investimentos no mercado.

Todos os investidores têm a mesma percepção quanto ao desempenho dos ativos, constituindo
carteiras eficientes a partir de idênticas expectativas.

Existe uma taxa de juros de mercado definida como livre de risco.

A partir dessas hipóteses, chegou-se a várias conclusões a respeito do


processo de avaliação de ativos.

É importante notar que essas hipóteses não são restritivas e visam essencialmente descrever
melhor um modelo financeiro, demonstrando seu significado e suas aplicações práticas.

Mesmo que não sejam constatadas na realidade de mercado, as hipóteses formuladas


não são assim tão rígidas a ponto de invalidar o modelo.

6.3 MODELO CAPM


O modelo CAPM considera que um título deve receber uma remuneração – prêmio – composta
de prêmio por espera e prêmio por risco.

Onde...
Ki = prêmio pago pelo ativo i;
Rf = prêmio de espera ou prêmio pago a um ativo livre de risco – Risk Free;
ßi = medida de risco do ativo i em relação a uma carteira de mercado, chamada de
beta;
Rm = prêmio pago a uma carteira de mercado.

6.4 PRÊMIO DE ESPERA


O prêmio de espera é um prêmio que se recebe quando se aplica em um investimento sem risco,
como a poupança, por exemplo.

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Esse prêmio é pago para que o investidor, ao invés de gastar o dinheiro agora, espere um pouco e
gaste mais tarde, sendo premiado com uma remuneração.

Se o banco não remunerasse a poupança, mesmo sabendo que esse investimento não
corre risco, você acharia justo deixar o seu dinheiro aplicado?

Provavelmente não.

6.5 PRÊMIO DE RISCO


O outro prêmio que um título precisa pagar para que os investidores estejam dispostos a aplicar
nesse título é o prêmio de risco.

A bolsa de valores negocia os títulos das empresas.

Esses títulos, historicamente, têm remuneração melhor do que a poupança.

Essa remuneração maior ocorre porque apesar de, em média, os retornos serem maiores,
eles variam muito mais.

Além disso, risco, como já vimos anteriormente, significa maior variação dos
retornos.

6.5.1 DEFINIÇÃO
Prêmio de risco é a diferença entre a taxa de juros de uma aplicação sem risco e uma aplicação de
risco.

O conceito básico é que, para investir em alguma aplicação de maior risco, o investidor
deve receber um prêmio por isso.

Esse prêmio vem na forma de uma melhor remuneração que compense esse risco.

Após o estudo da teoria de diversificação, podemos estudar a segunda parte do CAPM – o prêmio
de risco – e entender que somente a parte do risco que não é diversificável recebe uma
remuneração extra.

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6.6 RISCO ESPECÍFICO E SISTEMÁTICO


Existem dois tipos de risco aos quais um título está vulnerável...

As carteiras de mercado – no Brasil, a mais comum é o índice Bovespa – são carteiras consideradas,
totalmente, diversificadas. Por isso, não sofrem risco específico, apenas o sistemático.

Como o risco específico pode ser eliminado por meio da diversificação, o investidor só recebe o
prêmio pelo risco sistemático.

Em geral, tanto as pessoas físicas quanto as instituições possuem carteiras e não títulos
isolados.

6.7 BETA
O beta mede a variação do ativo em relação a uma carteira de mercado – carteira perfeitamente
diversificada, que não corre risco específico.

Essa medida de risco é feita de forma relativa – um título individual em relação a uma
carteira de mercado –, já que esse índice expressa apenas o risco sistemático, que é o
risco relevante para o pagamento de prêmio de risco.

O modelo CAPM exprime o risco sistemático de um ativo pelo seu coeficiente beta. Por definição,
o beta da carteira de mercado é igual a 1. Portanto, para títulos que tenham...

Beta igual a 1...


A ação se movimenta, exatamente, igual à carteira de mercado em termos de retorno
esperado. Ou seja, o risco da ação é igual ao risco sistemático do mercado como um
todo, por isso o prêmio de risco pago por ela também será o mesmo.

Beta maior do que 1...


A ação reflete um risco sistemático mais alto que a carteira de mercado, sendo, por
isso, considerada um investimento agressivo. Por exemplo, uma ação com b = 1,5
paga um prêmio de risco 50% maior que a carteira de mercado – que tem b = 1.

Beta inferior a 1...


A ação é caracteristicamente defensiva, com um risco sistemático menor que o da
carteira de mercado. Por exemplo, uma ação com b = 0,9 paga um prêmio de risco de
90% – ou 10% menor – do que o prêmio de risco de mercado.

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6.8 PRÁTICA COTIDIANA


No dia-a-dia do mercado, não dispomos do índice beta como medida de risco. Dessa forma,
quando queremos determinar a taxa de retorno adequada para nossa empresa, podemos utilizar
a taxa de retorno empregada por outras empresas similares e com boas condições de saúde
financeira, e que atuem no mesmo segmento.

Por exemplo, queremos determinar a taxa de retorno para a empresa de softwares GOODSOFT.
Para tal, temos de ir ao mercado e observar algumas empresas de softwares que apresentam as
seguintes taxas de retorno...
taxa de retorno da empresa NEWSOFT = 28%;
taxa de retorno da empresa SUPERSOFT = 27%;
taxa de retorno da empresa BLUE SOFT = 26%.

Podemos, então, usar a taxa de 27% para a GOODSOFT como uma boa aproximação. Não estaremos
incorrendo em grandes erros, uma vez que, no mercado, essa é a taxa média obtida por outras
empresas similares em boas condições de saúde financeira.

UNIDADE 7: CENÁRIO CULTURAL

7.1 FILME
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse uma
cena do filme Monstros S.A. no CD que acompanha a apostila.

7.2 OBRA LITERÁRIA


Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse o
texto Verdade, mentira no ambiente on-line.

7.3 OBRA-DE-ARTE
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse a
obra A rua no ambiente on-line.

UNIDADE 8: ATIVIDADES

8.1 AUTO-AVALIAÇÃO
8.2 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
QUESTÃO 1
Ted deseja investir em um imóvel para a abertura de um bistrô.

A taxa RF é 6% ao ano.

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