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Restauração com amalgama classe 1 e 2

Para fazer a restauração com amalgama é neces- ↪São cavidades preparadas em regiões de má
sário que tenha um correto diagnóstico. coalescência do esmalte, por exemplo, cicatriculas
e fissuras (Black)
Geralmente, a progressão da cárie, quando ocor-
rem em áreas de cicatrículas e fissuras, tem a ↪Pode ocorrer em face oclusal dos molares e pré
forma de losango (é possível ver nas radiografias) molares; na palatina dos incisivos superiores (re-
gião de cíngulo ou forame cego); em 2/3 oclusal
esmalte da face vestibular dos molares inferiores; em 2/3
Junção amelodentiná-
da face palatina dos molares superiores.
ria

dentina

SOBRE O MATERIAL
A progressão da cárie ocorre no sentido esmalte
O amalgama de prata é uma liga metálica com-
dentina. Isso ocorre devido a disposição dos pri-
posta por Ag, Sn, Cu e Hg, sendo classificado co-
mas de esmalte (rosa) e da convergência dos tú-
mo limanha, esférico ou misto.
bulos dentinários em relação a polpa (azul).
O amalgama pode ser classificado, também, de
acordo com a composição, podendo ser convenci-

CLASSE I: onal ou com alto teor de cobre O amalga-


ma é considerado de boa qualidade quando pro-
duz muito gama 1 e gama; e de má qualidade
quando produz muito gama 2 o amalgama
com alto teor de cobre reage com a fase gama 2,
produzindo apenas fase gama 1 e fase Ԑ (êta), por
isso amalgama com alto teor de cobre é conside-
rado de melhor qualidade (menor tendência à Se a cavidade preparada para receber o material
corrosão e maior resistência mecânica). for do tipo paralela, ela deve ser mais profunda

A corrosão superficial do amalgama ocorre do que larga para ter maior retenção mecânica

quando o material fica em contato com a umida-


de (saliva); como consequência favorável da oxi-
dação do material, ocorre a sobreposição dos íons
Cavidade com
metálicos com a dentina, gerando o autoselamen- paredes circun-
dantes paralelas
to. Entretanto, isso não garante adesividade ao
dente, por isso pode-se dizer que o amalgama é
retido na cavidade.
Já a cavidade com paredes circundantes que di-
vergem em direção a oclusal não apresentam re-
tenção mecânica
A retenção mecânica varia de acordo com a forma
da cavidade elas podem ser com paredes
circundantes divergentes para oclusal, paralelas,
ou convergentes para oclusal. A cavidade que
mais que apresenta maior retenção mecânica é a
convergente para oclusal (a cavidade é represen-
tada na imagem)
PREPARO CAVITÁRIO Pasta de pedra pomes + água é feita com a
escova de Robinson
O preparo cavitário deve ter como objetivo a re-
moção do tecido cariado e dar conformação à 2. Demarcação dos contatos oclusais
cavidade tornando-a adequada para o material.
Paciente em MIH verificar com papel car-
Esses dois objetivos devem ser alcançados de for- bono os contatos.
ma conservadora, ou seja, a extensão a ser prepa-
3. Anestesia
rada para restauração é unicamente aquela que
4. Isolamento absoluto
foi afetada pela cárie. Os ângulos internos da ca-
Se a lesão de carie for pequena pode isolar apenas
vidade devem ser arredondados, essa característi-
1 dente se não é recomendado isolar 1 den-
ca aumenta a dissipação da carga oclusal durante
te para distal e 2 para mesial do que vai ser res-
a mastigação, aumentando assim a resistência da
taurado (1 para distal – 2 para mesial )
restauração. A amplitude da caixa deve medir ¼
da distância intercuspídea (desse modo, a cavi- 5. Preparo cavitário

dade será feita de modo conservador). A profun-


5.1Abertura da lesão 5.2Forma de contorno da área
didade da cavidade deve ser igual ou maior a lar-
gura da caixa (maior retenção)
Com grafite, faz-se a forma de contorno da lesão.

As brocas utilizadas devem apresentar caracterís-


PROTOCOLO CLÍNICO:
ticas que colaborem para que o material tenha
1. Profilaxia das superfícies dentárias de to-
uma boa retenção, ou seja, devem apresentar
dos os dentes do quadrante referente ao
forma de cone invertido (a base é mais estreita
dente a ser restaurado.
que o ápice)
com um movimento mesio-distal com metade da
ponta ativa.

330 pré-molar

245 molar

As pontas diamantadas também podem ser utili-


zadas as cilíndricas deixam as paredes A parede de fundo pulpar deve estar plana e lisa
circundantes paralelas entre si e as de cone inver- (esse aspecto é alcançado com uso da enxada
tido deixam as paredes circundantes convergen- monoangulada)
tes para oclusal.
Os ângulos internos devem estar arredondados
1090
arredondados e a parede circundante convergin-
Pré-molar
do para oclusal.
Cilíndrica 1092

Molar

1149

Pré-molar

Cone invertido
1151

Molar
5.1 Remoção da dentina cariada
A ponta diamantada ou a broca é colocada na 5.2 Forma para que tenha resistência
caneta de alta rotação e posicionada ao longo eixo 5.3 Forma para que tenha retenção
do dente (L.E) a cavidade terapêutica é feita 5.4 Limpeza da cavidade
Feito com agentes desmineralizantes (acido fosfó- o arcabouço anatômico O movimento é do
rico ou poliacrilico) ou não desmineralizantes centro para o cavo-superficial
(clorexidina ou solução de HCa)
11. Escultura
6. Proteção pulpar
7. Trituração do amalgama
8. Inserção em pequenas quantidades
9. Condensação na cavidade

Reproduzir a anatomia com o clev-dent, hollem-


back 3s, discoide-cleoide, instrumento de Frahn

12. Brunidura pós-escultura

Condensar seguindo a inclinação das vertentes


internas das cúspides (em direção ao ângulo cavo
superficial)

10. Brunidura pré –escultura


A lisura superficial é feita para prevenir a cor-
rosão do amalgama

13. Retirar o isolamento


14. Verificação dos contatos oclusais
Remove o mercúrio residual o aflora a porção a
ser utilizada na restauração ajuda a definir
15. Acabamento e polimento (24/48 pós) →Para que o material tenha uma boa resistência
e retenção, é preciso que alguns princípios sejam
Acabamento – remove as pequenas imperfeiçoes
levados em consideração:
com brocas multilaminadas
 As paredes circundantes vestibular e lin-
Polimento inicial – borrachas abrasivas (marrom,
gual da caixa proximal devem formar um
verde e azul – mais abrasiva para a menos abra-
ângulo de 90 graus com a superfície ex-
siva)
terna do dente (vermelho)
Polimento final – óxido de zinco + álcool 70%
com escova de Robison

CLASSE 2 *os primas de esmalte devem estar apoiados


em dentina sadia

As paredes circundantes devem estar diver-


gindo para o dente vizinho (linha preta) e
convergindo para oclusal (linha azul)

↪Segundo Black são cavidades que envolvem as  A amplitude da caixa deve ser de 1/3 da

faces proximais dos dentes posteriores, indepen- distância intercuspídea

dentemente de envolver qualquer outra face do


dente
 A parede pulpar deve estar plana e per-  O cavo-superficial das outras faces devem
pendicular ao longo eixo do dente estar nítidos e sem bisel
 Os ângulos internos devem estar arre-
dondados
 O ângulo cavo-superficial gengival da
proximal deve estar planificado

 A curva reversa de Hollenback deve man-


ter a orientação dos primas de esmalte
O ângulo cavo-superficial gengival fica próximo à
parede circundante gengival.

A planificação desse ângulo (15 – 20 graus) evita


a microinfiltração e promove resistência

A planificação é feita com o recortador da mar-


gem cervical mesial e o recortador da margem
cervical distal Manobra que permite que a parede circundante
forme um ângulo de 90 graus com a superfície
externa do dente de modo a garantir uma boa
resistência dos primas de esmalte e do material,
assim como um maior volume de amalgama.
 Em cavidades de classe 2 é recomendado 6. Preparo cavitário
fazer o afastamento interdental com bor-
Delimitação da forma de contorno da área afeta-
racha interdental por pelo menos 24horas
da pela cárie (envolve as faces proximais + a oclu-
antes do procedimento; afastador mecâni-
sal)
co tipo Elliot; cunhas de madeira
De modo geral, o inicio do preparo segue o mes-
afastamento imediato
mo principio do preparo da Classe 1 depois
que essa etapa é terminada, faz-se a proteção do
PROTOCOLO CLINICO:
dente vizinho pois é feito o desgaste nas cristas
1. Profilaxia das superfícies dentárias de to-
marginais (no sentido proximal) até que fique
dos os dentes do quadrante referente ao
com 0,5mm nesse momento é feito a inclina-
dente a ser restaurado.
ção da caneta em 45 graus, para que ocorra a
2. Demarcação dos contatos oclusais
perfuração do esmalte abaixo do ponto de conta-
Paciente em MIH verificar com papel car-
to(1) a crista marginal fica enfraquecida,
bono os contatos.
por isso com uma enxada 8/9 é feito o desgaste
3. Anestesia da região(2) é feito o movimento pendular
4. Isolamento absoluto com a caneta + broca, da vestibular para a palati-
na ,assim as paredes circundantes VL ficam con-
Se a lesão de carie for pequena pode isolar apenas
vergindo para oclusal(3) nesse momento é
1 dente se não é recomendado isolar 1 den-
feito a planificação do ângulo cavo superficial e o
te para distal e 2 para mesial do que vai ser res-
arredondamento do ângulo axiopulpar com os
taurado (1 para distal – 2 para mesial )
recotardores das margens cervicais distal e mesi-
5. Proteção dos dentes vizinhos
al(4) a caixa proximal está pronta
preparo cavitário concluído(5)
7. Limpeza da cavidade
8. Proteção pulpar

Base e forramento cavitário


(1)
9. Instalação do sistema matriz cunha

Em cavidades de classe 2 é feito o uso do porta


matriz(1), fita metálica(2)e cunha de madeira(3)
dispositivos metálicos que substituem a parede

(2) ausente da cavidade

(3)

As cunhas de madeira mantém a matriz junto ao


(4)
dente, evitando que o material restaurador saia
do local protegendo outras regiões; também aju-
dam a manter o ponto de contato entre os dentes

Em dentes posteriores a cunha de madeira deve


ser posicionada em direção a vestibular (colabora
(5)
com o reestabelecimento do ponto de contato dos Quando o material tomar presa é feito a remoção
dentes). da matriz, deslizando a fita pela proximal, evi-
tando assim que a crista quebre.
10. Restauração
11. Acabamento e polimento
Nesse momento, é feito a escultura propriamente
dita, ou seja, a etapa da brunidura pré-escultura, 24-48 após o procedimento
escultura, brunidura pós-escultura.
Acabamento – remove as pequenas imperfeiçoes
O material deve ser inserido, primeiramente, nas com brocas multilaminadas
caixas proximais e depois na oclusal
Polimento inicial – borrachas abrasivas (marrom,
verde e azul – mais abrasiva para a menos abra-
siva)

Polimento final – óxido de zinco + álcool 70%


com escova de Robison

‘’em casos de restauração classe 2 deve ser feita a


condensação geométrica, ou seja, é necessário
condensar a restauração em direção ao ângulo
cavo superficial seguindo a inclinação das verten-
tes internas da cúspide’’

É necessário delimitar a crista marginal com a


sonda exploradora, para evidenciar os aspectos
anatômicos do dente restaurado.

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