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• Bióloga e EF|UFRJ
• Doutorado em Psicologia|UFRJ
• Pós-Doutorado em Neurofisiologia|UFS
• Pós-Doutorado em Neurociências|PPGEnfBio-UniRio
• Professora de Neuroanatomia e Neurociências | Medicina-Unit (SE)
• LABIMH-PSA |Unit (SE): Estratégias não farmacológicas em saúde
mental
Ementa:
Gomez-Pinilla, 2008
As relações evolutivas e biológicas
confirmam o poder de fatores
dietéticos na modulação da saúde
mental.
1- Comunicação vagal;
2- Hormônios do TGI (leptina,
grelina e insulina);
3- Os centros cerebrais que
controlam o comportamento
alimentar estão INTEGRADOS
àqueles que modulam a cognição
(veneno, aversão, prazer,
recompensa, memória e
aprendizado).
Gomez-Pinilla, 2008
Os mecanismos envolvidos na transferência de energia da comida aos neurônios são
fundamentais no controle da função cerebral. Os processos associados ao gerenciamento
de energia em neurônios afetam a plasticidade, o que explica porque doenças
metabólicas afetam a cognição.
E o contrário também acontece: a função sináptica altera fatores metabólicos, permitindo
que processos mentais influenciem funções corporais no nível molecular. BDNF é um
ótimo exemplo de molécula de sinalização intimamente ligada tanto ao metabolismo de
energia quanto à plasticidade neuronal: é capaz de engajar sinais metabólicos que afetam
diretamente a cognição (Vaynman et al 2006; Wu et al, 2004).
Ou seja, há uma
associação direta entre
metabolismo de energia e
plasticidade sináptica.
Perturbações no equilíbrio
energético estão ligadas à
fisiopatologia de doenças
mentais. Diversos estudos
mostraram associações entre
metabolismo anormal (diabetes
tipo II, obesidade) e transtornos
psiquiátricos (Sacks et al 2004).
Baixos níveis de BDNF
plasmático estão relacionados a
um metabolismo de glicose
prejudicado e à diabetes tipo II.
E ainda estão reduzidos no
hipocampo, várias áreas
corticais e no plasma de
esquizofrênicos (Krabbe et al
2007; Durany et al 2001).
Psicopatologia e metabolismo
estão conectados!
BDNF controla a homeostase: padrões de alimentação, metabolismo de glicose,
atividade física. BDNF modula os efeitos benéficos de desafios energéticos como
exercício vigoroso e jejum na cognição, humor, função cardiovascular e
metabolismo periférico. Ao estimular o transporte de GLI e biogênese
mitocondrial, BDNF reforça a bioenergética celular e protege neurônios contra
danos. Agindo no cérebro e na periferia, essa neurotrofina aumenta a
sensibilidade a insulina e o tônus parassimpático.
BDNF
Humor/
Metabolismo cognição
Durante o exercício e
certas estratégias
alimentares, o aumento
do fluxo parassimpático
(de neurônios Ach do
tronco para o NV)
melhora a sinalização
do BDNF.
Contrariamente,
sedentarismo e dieta
ocidental aumentam o
tônus simpático e
reduzem a sinalização
de BDNF.
Cérebro e nutrientes
O aa essencial triptofano é o
maior precursor de serotonina.
É majoritariamente
metabolizado através da
chamada via da quinurenina
(KP), a maior rota de
degradação em mamíferos
(95% do triptofano da dieta).
- LDL, HDL são exames de sangue, não são doenças. O que você sente quando seu
LDL está alto? O que você sente quando seu HDL está baixo? O ÚNICO motivo pelo
qual você tem algum interesse nesses números é a crença de que eles irão
determinar as suas chances de ter um infarto ou de estar vivo nos próximo anos.
- LDL e HDL são desfechos “moles” (“soft endpoints”); ataques cardíacos e
mortes são desfechos “duros” (“hard endpoints“).
-Trigo, arroz e milho equivalem a 60% da ingesta calórica mundial, são altamente calóricos,
mas pouco nutritivos. Inflamação causada por escassez de nutrientes está fortemente ligada
ao envelhecimento cerebral acelerado e piora na função cognitiva (Anderson, 2017).
Gliconeogênese
AA como
Autofagia à partir de ptns
combustível
velhas
Controle e
aumento de GH
(Ezaki et al 2011)
• O corpo aumenta a produção de
GH para impedir a perda de
massa magra em adultos durante
jejuns prolongados. Após vinte
quatro horas de jejum os níveis
de GH aumentam em 2.000%,
sinalizando que a quebra de
músculos deve ser suspensa
para iniciar o maquinário de
queima de gordura (mais de
3.000 em apenas 450 gramas).
• Quando, em períodos de jejum, a
gordura é quebrada, ácidos
graxos são liberados na corrente
sanguínea e convertidos pelo
fígado em cetonas (Veech et al
2001).
• Cetonas não são apenas combustível: moléculas de sinalização, habilidade
em impulsionar a produção de BDNF.
• O problema? Somos - nos tornamos - metabolicamente inflexíveis.
• Além disso, estudos recentes mostram que, ao contrário do que achávamos,
a gordura pode ser usada como fonte de combustível até por células
especiais, como os neurônios da retina (fotorreceptores da retina) (Joyal et
al 2016).
• A resistência à insulina leva à redução de metabolismo cerebral, que junto
com a perda de tecido, são marcos do Alzheimer (van Der Heide et al 2005;
Bruhel et al 2010; Anstey et al 2015; Kim & Feldman, 2015).
Cetonas
1. São facilmente captadas pelos
neurônios e podem fornecer até 60%
das demandas do cérebro;
2. São combustíveis limpos. Criam mais
energia por unidade de oxigênio através
de um processo metabólico menos
complexo e com menor geração de
radicais livres (Veech et al 2001);
3. Aumentam a disponibilidade de
antioxidantes como a glutationa (Jarret
et al 2008);
4. Induzem a expressão gênica de BDNF
(aprendizagem, memória, plasticidade,
aumento de fluxo sanguíneo e regulação
do humor) (Sleiman et al 2016).
- São competentes fontes de energia
especialmente para sujeitos com
hipometabolismo de glicose, como no
Alzheimer.
- Ativam a expressão de genes
envolvidos em reparação e longevidade,
com o objetivo de assegurar a saúde do
organismo quando a fome acabar. São
genes que só são expressos em
ambientes de baixa insulina, como o
FOX03 (Fu et al 2003), responsável
pela manutenção de células-tronco à
medida que envelhecemos (Morris et al
2015) (pessoas com duas cópias
destes genes têm o dobro de chance de
chegar aos 100 anos - Bao et al 2014).
• Existe outra maneira de fornecer cetonas ao
cérebro. Alguns alimentos são fonte natural de
uma gordura relativamente rara chamada
triglicerídeos de cadeia média (MCT). Esses
MCTs são abundantes no óleo de côco, leite
de cabra e leite humano e têm efeitos únicos e
importantes no corpo.
• Quando ingeridos vão direto para o fígado
para serem convertidos em cetonas, seja noite
ou dia, estando você alimentado ou em jejum
(Kesl et al 2016) e o cérebro pode utilizar
diretamente 10% desse combustível (óleo de
côco - ácido láurico, caprílico e cáprico (Zhao
et al 2012).
• Há evidência suficiente de que os AGCM como o óleo de côco são metabolizados e
absorvidos de modo a retardar a severidade de fatores de risco como doença
cardiovascular, hipertensão, obesidade, diabetes tipo II e resistência a insulina. Além
disso, o OC tem inúmeros compostos polifenóicos que são anti-amiloidogênicos,
antioxidantes e antiinflamatórios eficazes,que por sua vez, ajudam na redução da
sintomatologia do Alzheimer (Poorni et al 2022).
Outros estudos mostram melhoras significativas na orientação espacial, memória episódica e
semântica de pacientes com Alzheimer após dieta mediterrânea enriquecida com óleo de côco.
Esses fatores neuroprotetores já tinham sido observados em epiléticos, pacientes com
Parkinson, traumas cerebrais em jovens e esclerose lateral amiotrófica (Ortí et al 2018).
5. Tópicos especiais: creatina e carne
vermelha.
5.1 - Creatina
https://carnivore.diet/category/research-articles/
O que hoje sabemos:
- Gordura saturada não tem relação com cardiopatias;
- O colesterol da dieta não interfere nos níveis de colesterol no sangue;
- Colesterol e gorduras são importantíssimos;
- Há correlações entre açúcares e risco cardiovascular;
- Gorduras poliinsaturadas e carnes ajudaram no desenvolvimento do cérebro humano;
- Psicopatologia e metabolismo estão conectados;
- A redução de DHA em pacientes psiquiátricos correlaciona-se a alterações neuroanatômicas;
- Há correlações entre vegetarianismo ou veganismo, redução drástica de DHA (e outros) e maior
incidência de transtornos mentais;
- Alguns estudos mostram relação entre redução do colesterol, doenças degenerativas e prejuíizos na
neurotransmissão e cognição;
- Há correlação entre aumento da ingestão de frutose e dano cerebral;
- Aumento de PI = aumento de PBHEC;
- Cetonas são mais que combustíveis e desencadeiam reações altamente benéficas;
- AGCM são anti-amiloidogênicos, antioxidantes e antiinflamatórios eficazes e ajudam na redução da
sintomatologia de diversas doenças;
- O cérebro precisa de carne (ferro, zinco, vitaminas B12, K e E ácidos graxos, creatina, niacina, selênio,
glutationa, CLA - ácido linoléico conjugado e colesterol, colina, carnitina, creatina e anserina)!
camilavorkapic@gmail.com
@camivorkapic
Obrigada!