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Universidade Potiguar

Curso: Nutrição

Prof. Dra. Fabiana Maria Coimbra de


Carvalho Serquiz
— O que o Nutricionista
precisa saber para orientar
uma boa nutrição para a
manutenção da saúde
aplicada ao bem estar?
Individualizar o Tratamento
— Conhecer o indivíduo e as suas particularidades
— Estado Nutricional
— Hábito alimentar
— Nível de atividade física
— Gasto energético
— Nutrição
Necessidade de Alimentos
— Em condições normais, diariamente a energia absorvida deve
ser igual a energia gasta pelo indivíduo.

— A alimentação deve conter uma quantidade de alimentos das


três classes (energéticos, estruturais e reguladores).
— Garante as atividades metabólicas básicas do organismo
sem carências ou excessos calóricos.

— O gasto de energia varia de acordo COM:


— O ambiente;
— O tipo de alimentação;
— A taxa basal metabólica (manutenção das funções
fisiológicas básicas);
— O exercício físico...
— Tudo que exprime trabalho só pode ser realizado mediante as
transformações energéticas.

— São várias as fontes de energia e trabalham associadas as


enzimas.

— O ATP é a mais importante molécula fornecedora de energia,


formando com o ADP um sistema importantíssimo no transporte e
armazenamento de energia.
— O ATP é produzido por três processos comuns "produtores" de
energia para a elaboração da mesma:
— O sistema ATP-CP ou sistema de FOSFOGÊNIO ou anaeróbio
aláctico;
— Glicólise anaeróbia ou láctica;
— O sistema aeróbio – Glicólise oxidativa, lipólise e proteólise

— A energia liberada pela digestão das substâncias alimentares,


e a energia liberada quando a CP (fosfocreatina) pela ação
da creatina fosfoquinase é desfeita são utilizadas para refazer
a molécula de ATP.
Dieta
— Dieta - (Nutrição) X Atletas e Desportistas

%? carboidratos
%? de gorduras
%? de proteínas

— Tipo de exercício
— Intensidade do exercício
— Duração do exercício
— sexo, idade e peso
— Necessidade nutricional do indivíduo
— Composição corporal
— Gasto energético do esporte praticado.
— A dieta deve oferecer quantidades
calóricas ideais para cada tipo de
metabolismo utilizado no esforço.

— Os carboidratos, as gorduras e as proteínas


devem ser distribuídas de forma a garantir a
produção de energia e a recuperação
muscular.

— Nas práticas esportivas o organismo terá


diferentes demandas por vitaminas e sais
minerais que regulam o metabolismo.

— A função antioxidante de alguns alimentos


e também outras substâncias devem ser
capazes de melhorar a performance.

— Dependendo da atividade, o organismo vai


exigir diferentes fontes de energia.
Os sistemas se diferem em complexidade,
regulação, capacidade, força e tipos de exercícios
para cada um dos sistemas de energia
predominantes.
Característica ATP - CP Ácido Lático Aeróbico
Combustível utilizado Fosfato de alta energia carboidratos carboidratos, gorduras e proteínas

Localização Sarcoplasma Sarcoplasma Mitocôndria

Fadiga devido à... depleção de fosfato acúmulo de lactato depleção de glicogênio

Capacidade: muito limitada limitada sem limite


Homem 8 - 10 Kcal 12 - 15 Kcal >90.000 Kcal
Mulher 5 - 7 Kcal 8 - 10 Kcal >115.000Kcal

Força: muito alta alto/ moderada moderada/baixa

Homem 36-40 Kca/min 16-20 Kcal/min 12-15Kcal/min


Mulher 26-30Kcal/min 12-15 Kcal/min 9-12 Kcal/min

Intensidade: muito alta alta/moderada moderada /baixa


% máximo > 95% F.C.M. 85%-95 F.C.M. <85% F.C.M.

muito curto: curto/médio: médio/longo :


Tempo para fadiga
de 1- 15 seg. de 45 - 90 seg de 3-5 min.

Atividades:
400-800 m >1500 m
corrida <100 m 100-200 m > 400 m
natação < 25 m 750-1500 m >3000 m
ciclismo <175 m 250-500 m >1000 m
remo < 50 m

CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE ENERGIA ( AFAA, 1995 )


O Atleta e o Desportista
— Atleta é aquele que busca um condicionamento físico que
leve a uma melhoria de performance em uma modalidade
esportiva específica, normalmente com intenção de
competição.

— Desportista é aquele que pratica exercícios físicos por lazer


e/ou pela busca de uma forma física desejada, normalmente
sem objetivo de melhoria de performance ou participação em
competições.
(Fonte: Roberts & Robergs, 2002)
— EXERCÍCIO FÍSICO: É uma atividade controlada realizada com
o objetivo de melhorar, manter ou expressar um tipo
específico de aptidão física.

— APTIDÃO FÍSICA: Estado de funcionamento corporal


caracterizado pela capacidade de tolerar o estresse do
exercício.
(Fonte: Roberts & Robergs, 2002)
Respostas Metabólicas
ao Exercício
— O exercício exige um aumento de consumo de O2 em torno de:
— 20 vezes para caminhadas,
— 40 vezes para corridas lentas e
— 60 vezes para corridas intensas.

— Limiar de lactato ou anaeróbico-melhor índice de referência para


aplicação do treinamento físico individualizado.

— É quando o exercício atinge uma intensidade superior `a


capacidade de transporte e entrega de O2 pelo Sist. Card.

— O metabolismo aeróbico passa a ser substituído por mecanismos


anaeróbios.

— Elevação dos níveis de lactato sanguíneo.


— Parâmetros Fisiológicos e Exercício (4 mmol/l).
Concentração = entrada - remoção

Produção de NADH e Característica da


falha no sistema de enzima LDH (lactato
lançadeira desidrogenase)
É utilizado para identificar o
nível de desempenho e
indicação das áreas funcionais
do treinamento.
Depende do grau de
treinamento do indivíduo.
Ind. Treinados só elevam os
níveis de lactato sangüíneo
- 10 x consumo de O2 de
repouso.
- sedentários 4 x.
- cardíacos 2 x.
FISIOLOGIA E EXERCÍCIO

— ÁCIDO LÁCTICO OU LACTATO:

— Resíduo metabólico.
— Proveniente da degradação dos carboidratos.
— Relação direta com a intensidade do exercício.
— Variação entre 1 e 25 mmol/l
— Fator limitante de desempenho.
— O movimento depende da conversão de energia química do
ATP em energia mecânica pela ação dos músculos
esqueléticos.

— O corpo humano possui mais de 660 músculos esqueléticos


envolvidos em tecido conjuntivo.

— O tamanho de uma fibra pode variar de alguns mm, a mais


de 100 mm.

— Durante o exercício, a demanda por oxigênio é de 4.0L/min e


a tomada de oxigênio pelo músculo aumenta até 70 vezes.

— Aproximadamente 200 a 500 capilares fornecem sangue


para cada mm2 de tecido ativo.
— Com treinamentos de resistência, pode haver um aumento na
densidade capilar dos músculos treinados.

— Além de fornecer oxigênio, nutrientes e hormônios, a


microcirculação remove calor e produtos metabólicos dos
tecidos.

— Há estudos utilizando microscopia eletrônica que mostram


que em atletas treinados, a densidade de capilares é cerca
de 40% maior do que em pessoas não treinadas.

— As alterações metabólicas que ocorrem no músculo no início


do exercício são necessárias para continuar a atividade.
— ATP X filamentos de actina e miosiona dos músculos deslizem
um ao longo do outro, provocando a contração muscular.

— Existem diferentes fibras musculares capacitadas à gerar


energia em cada condição.

— Fibras do tipo I (Contração lenta - oxidativa) - Fazem a


ressíntese oxidativa de ATP e são recrutadas para esforços
prolongados e de intensidade leve à moderada.
(Vermelhas).

— Fibras do tipo II a - Ressíntese oxidativa. São relacionadas


à esforços de alta intensidade.

— Fibras do tipo II b - Tem baixa capacidade de ressíntese


oxidativa e alta capacidade de ressíntese glicolítica.
Esforços de alta intensidade e curta duração. (Brancas).
Fisiologia do Exercício

—Bases da fisiologia do exercício


— Bioenergética do exercício.
— Sistemas Energéticos.
O QUE É FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO?

Estudo de como o exercício altera a


estrutura e a funções do corpo humano.
Bioenergética

É a área da bioquímica que


descreve como os organismos
vivos capturam, transformam e
usam energia.
A contribuição dos sistemas energéticos
varia em função de :

§Intensidade do exercício.

§Duração do exercício.

§Repetições de exercícios.
Intensidade do exercício:
— Definida quando excede a capacidade do indivíduo de
manter a condição do estado estável.
— Características: aumento da produção de lactato e
desenvolvimento de acidose metabólica.
Processo de Recuperação
— Período de transição da fase catabólica para a fase
anabólica, com o objetivo de repor as reservas
energéticas depletadas bem como remover o lactato da
corrente sangüínea e nos músculos durante o exercício.
Restauração das reservas energéticas
RESSÍNTESE DE ENERGIA

Tempo de recuperação do ATP-CP


Restauração do
ATP + CP fase 30 segundos 70%
de recuperação
1 minutos 80%
rápida
2 a 3 minutos 90%

5 a 10 minutos 100%

Mc Ardle,2003
Ressíntese das reservas de glicogênio

TEMPO DE RECUPERAÇÃO
PROCESSOS
(período de repouso)

Recuperação imediata das reservas


10 a 60 seg.
de O2 do organismo

Recuperação das reservas


02 a 05 min.
anaeróbio nos músculos
Eliminação do ácido lático
30 a 120 min.
excedente
Ressíntese das reservas intra-
musculares de glicogênio 12 a 48 horas

Recuperação das reservas de


12 a 48 horas
glicogênio no fígado
Exercício, Fisiologia e Prescrição

— Tipos de exercícios:

—Contínuos.
—Intervalados.
—Intermitentes.
Principais Zonas de prescrição para o exercício
— NOMENCLATURAS:

— 1) SUBAERÓBIO – R1
— 2) SUPERAERÓBIO – R2
— 3) CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO OU
AERÓBIO DE LIMIAR – R3
— 4) RESISTÊNCIA ANAERÓBIA –An1
— 5) TOLERÂNCIA ANAERÓBIA – An2
— 6) POTÊNCIA ANAERÓBIA – An3
TREINAMENTO REGENERATIVO

— Outras Nomenclaturas:
— Super compensação
— Restaurador
CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR MELHORES EFEITOS
— Volume Satisfatório de Treinamento
— Lactacidemia: 1- 2,5 mmol/lt
— Duração Total: 20 a 50”
— Horas Entre Estímulos: 12 h
— Freqüência cardíaca: 100 a 140 bpm
— % de Volume no Microciclo: 15 a 20%
— Nº de Estímulos Semanais: 2 a 4
— Tempo de Trabalho de Cada Repetição: 3” a 12”min

Métodos de treinamento:
— Fracionados de distâncias médias e contínuos de longa duração.
TREINAMENTO SUBAERÓBIO
Outras nomenclaturas:
— R1
— Aeróbico ligeiro
— Limiar aeróbico
— Endurance – 1 (Basic Endurance Training)
CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR OS MELHORES EFEITOS
— Intensidade baixa de treinamento
— Grandes volumes
— Ritmo uniforme e abaixo do limiar anaeróbio
— Lactacidemia: 2 – 3,5 mmol/lt
— Duração Total (Trabalho + Pausa): 40’- 90’
— Horas entre estímulos: 12 horas
— Frequência cardíaca: 70 a 75% FCmáx
— % de volume no microciclo: 50-70 %
— Número de estímulos semanais: 4-6
— Volume total:1.000-6000 metros
Método de treinamento
— Contínuo. Ex: consiste em realizar uma distância com velocidade uniforme de forma
ininterrupta;
TREINAMENTO SUPERAERÓBICO
Outras nomenclaturas:
— R2
— Aeróbico médio
— Limiar anaeróbico
— Endurance – 2 (Threshold Endurance Training)
CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR OS MELHORES EFEITOS
— Intensidade média de treinamento;
— Lactacidemia: 3 a 5 mmol/lt
— Duração total(trabalho + pausa): 25’ - 45’
— Horas entre os estímulos: 24 horas
— Freqüência cardíaca: 75 a 80% da FCmáx
— % de volume no microciclo: 15-20 %
— Número de estímulos semanais: 3-5
— Volume total: 1500-3000 metros (até 4000)
Método de treinamento
— Contínuo. Ex: consiste em realizar uma distância com velocidade uniforme de forma
ininterrupta;
— Fracionado interval training de curtas e médias distâncias. Ex: consiste em realizar
repetições de curtas e médias distâncias com descansos adequados.
TREINAMENTO DE VO2 Máx (consumo de oxigênio)
Outras nomenclaturas:
• Aeróbico intenso / Endurance - 3
CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR OS MELHORES EFEITOS
• Grande intensidade de treinamento;
• Lactacidemia: 4 a 7 mmol/lt
• Duração total (trabalho ): 15’ - 25’
• Horas entre os estímulos: 48 horas
• Freqüência cardíaca: 80 a 85% da FCmáx
• % de volume no microciclo: 4-10 %
• Número de estímulos semanais: 2
• Volume total: 1200-2400 metros
Método de treinamento
• Fracionado interval training de distância média.
• Volume de cada repetição: 300-600 metros
• Pausas entre as repetições:
•Início de temporada: igual ao tempo executado.
• Meio de temporada: ¾ do tempo executado;
• Final de temporada: metade do tempo executado.
TREINAMENTO DE RESISTÊNCIA ANAERÓBICA LACTICA

CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR OS MELHORES EFEITOS


— Lactacidemia: 9 – 12 mmol/lt
— Horas entre os estímulos: 48-72 horas
— Freqüência cardíaca: 85 a 88% da FCmáx
— % de volume no microciclo: 2-3 %
— Número de estímulos semanais: 1-2
— Volume total: 600-1.200 metros
Método de treinamento
— Fracionado intensivo de distâncias curtas: utilizadas repetições de curta duração (25 a 100
metros) para que o sistema aeróbico não atue de forma efetiva para a produção de energia
— Pausas entre as repetições:
— Repetições de 25mts: 30” – 50”
— Repetições de 50mts: 45” – 2’00”
— Repetições de 75mts:1’00” – 3’00”
— Repetições de 100mts: 1’00” – 4’00”
— Exemplo de séries:
— 24 x 25 – 45” de pausa
— 16 x 50 – 1’ de pausa
— 8 x 75 – 2’ de pausa
— 8 x 100 – 2” de pausa
TREINAMENTO DE POTÊNCIA ANAERÓBICA LACTICA

CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR OS MELHORES EFEITOS


— Lactacidemia: 12 – 20mmol /lt
— Horas entre os estímulos: 48-72 horas
— Freqüência cardíaca: 90 a 100% da FCmáx
— % de volume no microciclo: 2-3 %
— Número de estímulos semanais: 1-2
— Volume total: 200-800 metros
Método de treinamento
— Fracionado intensivo de distâncias curtas
— Pausas entre as repetições: Micro-pausa Macro-pausa
— Repetições de 25mts: 1 – 2’ 3’00” – 5’00”
— Repetições de 50mts: 2’00” – 3’00” 5’00”
— Repetições de 75mts: 3’00” – 4’00” 5’00” – 8’00”
Efeitos fisiológicos:
— Incrementa a velocidade glicolítica anaeróbica
— Aumenta a capacidade de gerar energia anaeróbica láctica
— Fontes energética: glicogênio
TREINAMENTO DE TOLERÂNCIA LACTICA
CONDIÇÕES PARA CONSEGUIR OS MELHORES EFEITOS
• Repetições realizadas com muita intensidade e duração suficiente para produzir severa acidose
• Lactacidemia: 12 – 20mmol /lt
• Horas entre os estímulos: 48-72 horas
• Freqüência cardíaca: 90 a 100 % da FCmáx
• % de volume no microciclo: 2-3 %
• Número de estímulos semanais: 1-3
• Volume total: 300-900 metros
Método de treinamento
• Fracionado intensivo de distâncias curtas
• Pausas entre as repetições:
• Repetições de 50mts: 2’00” – 3’00”
• Repetições de 75mts: 3’00” – 5’00”
• Repetições de 100mts: 5’00” – 8’00”
• Repetições de 150mts: 8’00” – 10’00”
• Repetições de 200mts: 8’00” – 12’00”
Efeitos fisiológicos:
• Aumenta a capacidade de tolerar ácido láctico
• Aumenta a tolerância à dor
• Fontes energética: glicogênio
• Durante a sua execução os atletas apresentam sintomas de angústia, agonia e dores

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