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Abstract: The following article seeks to present the social ideas about abortion based on the
book “Life’s Dominion”, of Ronald Dworkin. Conservative and liberal, both individual and
collective will be addressed – these represented by Religion and by Women’s Lib, also the
indispensable change of scope in the discussions about abortion, trying to go beyond the
fetus having or not full human rights before it’s conception.
Key words: Dworkin, abortion, law.
1
DWORKIN, Ronald. O domínio da vida: Aborto, eutanásia e liberdades individuais. 1ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2003, p. 52.
Quanto aos Cristãos, a posição oficial da Igreja é a de que todo ser humano
tem direito à vida e à integridade física desde o momento da concepção até a morte,
porquanto a Instrução sobre o Respeito pela Vida Humana em sua Origem e sobre a
Dignidade da Procriação (1987). Porém, em 1992, uma pesquisa de opinião Gallup
informou que 52% dos católicos norte-americanos acreditavam que o aborto deveria
ser legal em muitas ou todas as circunstâncias. Desse modo, católicos praticantes
não poderiam aceitar as exceções se realmente acreditassem nos dogmas da igreja.
As feministas, por sua vez, não defendem a existência de direitos morais para
o feto, mas insistem que este é uma criatura dotada de importância moral 2. Dworkin
cita o estudo realizado pela Socióloga Carol Gilligan, professora da Universidade de
Harvard, com 29 mulheres prestes a abortar. Apesar de todas reterem hesitações e
angústias quanto à decisão correta, tais sentimentos não eram outorgados ao dilema
do embrião ser ou não uma pessoa com direitos. O conflito de responsabilidade
perante sua família e suas próprias crenças vinha em detrimento ao status
metafísico do feto.
Ao expor os múltiplos aspectos morais do aborto, Dworkin visa afirmar a
inexequibilidade de entender o argumento moral vigente, seja em indivíduos ou em
grupos, se o cerne for apenas a questão do feto ser ou não uma pessoa. Quase
todos compartilham, de modo expresso ou tácito, a ideia de que a vida humana tem
um valor objetivo e intrínseco, sendo a divergência da interpretação o ponto
elementar da discussão. Esta, devido ao seu maior alcance, é deveras mais
importante do que o dilema supracitado, pois aborda o valor e a finalidade da vida,
aprofundando a reflexão sobre as diferentes concepções.
REFERÊNCIA
2
DWORKIN, Ronald. O domínio da vida: Aborto, eutanásia e liberdades individuais. 1ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, p. 79.