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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL - DIREITO DO TRABALHO I – DIR427

PROFESSORA. FERNANDA MARIA FRANCISCHINI SCHMITZ - PERÍODO 2019/2

REMUNERAÇÃO e SALÁRIO – Texto 2

Composição do complexo salarial

O salário é formado por valor referente ao salário-base do trabalhador acrescidos de outras verbas, como
adicionais, gratificações, etc. Estes valores podem ser integrados ou incorporados.

Complexo salarial = salário-base + sobresalários

a) Integração
Ocorre quando uma parcela de natureza salarial, habitualmente, é somada a outra por um
determinado tempo ou por alguma condição. Ex. Adicional noturno ou de periculosidade.

b) Incorporação
A incorporação ocorrerá quando a parcela, também de natureza salaria, paga habitualmente,
soma-se ao patrimônio jurídico do empregado e não poderá mais ser retirada.

CLT
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena
de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
§1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta
ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à
manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do
tempo de exercício da respectiva função.

Parcelas salariais

A composição do salário prevê diversas modalidades, chamadas de parcelas salariais, que embora
tenham a mesma natureza, possuem estrutura jurídica própria. A saber:

1) Salário-mínimo nacionalmente unificado


O direito ao salário mínimo está previsto da Constituição Federal de 1988 em seu artigo 7º, IV, e
na CLT, artigo 76. Corresponde ao menor valor que o empregador pode pagar aos seus empregados. É
estabelecido por lei e válido para todo o País tanto para trabalhadores urbanos ou rurais. Desde 1º de
janeiro de 2019, o valor do salário mínimo é de R$998,00. A jornada a ser considerada para o cálculo
deste valor é a integral.

CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (…)
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e
às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim.
CLT - Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo
trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer,
em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário,
higiene e transporte.
2) Piso salarial
Com fundamento no parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal, que estabelece que lei
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas no artigo, entre elas, Direito do Trabalho.

CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (…)
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.
OJ-SDI1-358 - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de
oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo
proporcional ao tempo trabalhado.

2.1) Piso salarial RGS


A Lei Complementar nº 103, de 2000, instituiu a política do valor mínimo regional no País e
autorizou que os estados legislem sobre o tema, sendo o RGS um dos Estados que utiliza esta prática.
A data base é 1º de fevereiro e os valores são devido aos empregados que não tem o Piso Salaria
estabelecido por negociação coletiva.

OBS: A Lei que prevê o piso salarial de 2019 ainda não foi editada.

2.2) Salário Normativo


O salário normativo, também chamado de piso da categoria, é fixado em convenção ou acordo
coletivo de trabalho ou em sentença normativa, constituindo o valor mínimo de salário que pode ser pago
a trabalhador integrante de determinada categoria profissional. Mauricio Godinho Delgado diferencia o
salário mínimo instituído em convenção ou acordo coletivo daquele fixado por sentença normativa,
chamando o primeiro de salário convencional e o último de salário normativo1. A distinção, no entanto,
não é adotada pela maior parte da doutrina, que considera para definição do salário normativo o fato de
o patamar mínimo ser fixado em norma coletiva, qualquer que seja ela, beneficiando os trabalhadores da
categoria abrangida.2

3) Salário profissional
Normalmente se utiliza o mesmo conceito para piso salarial e salário profissional, havendo
confusão entre os termos, no entanto a doutrina distingue no sentido de que salário profissional é previsto
para determinada categoria por Lei, enquanto o piso salaria se estabelece por negociação coletiva.

Súmula nº 358 do TST


O salário profissional dos técnicos em radiologia é igual a 2 (dois) salários mínimos e não a 4 (quatro).

Súmula nº 370 do TST


Tendo em vista que as Leis nº 3.999/1961 e 4.950-A/1966 não estipulam a jornada reduzida, mas apenas
estabelecem o salário mínimo da categoria para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os
engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde que seja respeitado o salário
mínimo/horário das categorias. (ex-OJs nºs 39 e 53 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 07.11.1994 e
29.04.1994)

1
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho, 9. ed., p. 715.
2
ROMAR, Carla Martins. Direito do trabalho Esquematizado®.. [Minha Biblioteca]. – Biblioteca Virtual UCS
OJ SDI‐2 71, TST: A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário mínimo não afronta o art.
7o, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, só incorrendo em vulneração do referido preceito
constitucional a fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário mínimo.

Súmula nº 143 do TST


O salário profissional dos médicos e dentistas guarda proporcionalidade com as horas efetivamente trabalhadas,
respeitado o mínimo de 50 (cinquenta) horas (ex-Prejulgado nº 15).

Quadro comparativo

Mínimo Lei Federal Todos os trabalhadores Só se não existir piso


do país salarial, salário
profissional ou salário
normativo aplicáveis ao
trabalhador
Piso Salarial Lei Estadual todos os trabalhadores Só se não existir salário
de um Estado, que não profissional ou salário
tenham direito a salário normativo aplicáveis ao
profissional ou salário trabalhador
normativo
Profissional Estatuto Profissional todos os trabalhadores Só se o trabalhador
integrantes de uma exercer a profissão
profissão regulamentada regulamentada, e se o
valor previsto for maior
que o salário normativo
aplicável à categoria
Normativo Norma coletiva todos os trabalhadores Só se o trabalhador for
de uma categoria integrante da categoria
profissional profissional respectiva

ROMAR, Carla Martins. Direito do trabalho Esquematizado®.. [Minha Biblioteca]. – Biblioteca Virtual UCS

4) Salário base
Contraprestação salaria principal paga pelo empregador, é o salário contratual do empregado. Ao
seu redor, concentra-se todo o complexo de garantias referentes a figura salarial, serve de base para o
cálculo de outras parcelas devidas.

5) Gratificações
Representam as parcelas contra prestativas pagas por liberalidade do empregador ao empregado,
que integram ao salário mesmo que ajustadas de forma tácita, ou ainda, por norma jurídica. Não
dependem de conduta pessoal do empregado (prêmios), nem de condições de trabalho (adicionais).
Embora o tema possa gerar controvérsia, pode-se entender que a gratificação paga por mera liberalidade
(não ajustada) e não habitual, não integraria o salário, desde que ausente a fraude. Quando, concedida
com habitualidade, a gratificação apresenta natureza salarial, mesmo que o empregador pretendesse
fazer constar que está sendo paga por liberalidade.

CLT Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a
aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Sum. 152 do TST - O fato de constar do recibo de pagamento de gratificação o caráter de liberalidade não basta,
por si só, para excluir a existência de ajuste tácito.
5.1) Gratificação por tempo de serviço
Deve ser previsto em norma coletiva integra o salário para todos os efeitos legais conforme.

Sum. 202 do TST - Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e
outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado
tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.
Sum. 203 do TST - A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.

6. Comissões e percentagens
As comissões constituem forma de pagamento propriamente dito, pelo que sua natureza é
incontestavelmente salarial. Constituem modalidade de salário variável e corresponde a um percentual
sobre o valor do resultado da atividade executada pelo empregado. As comissões distinguem-se das
percentagens, pois as comissões abrangem um conceito mais amplo. As comissões são gênero, do qual
as percentagens são espécies. O pagamento do comissionista pode ser fixado exclusivamente por
comissões ou não. Neste sentido, tem-se dois tipos de empregados comissionistas:
a) comissionista puro: é o empregado que recebe o salário exclusivamente à base de comissões.
b) comissionista misto: é o empregado que recebe uma parte fixa mais comissões, conforme a
produção.

Notícias TST
Empresa não pode estornar comissões por cancelamento da venda ou inadimplência do comprador
A Telelistas S. A. e a Telemar Norte Leste S. A. terão de devolver a um vendedor os valores de comissões
estornadas em decorrência do cancelamento da venda ou da inadimplência do comprador. Segundo a Primeira
Turma do Tribunal Superior do Trabalho, a jurisprudência do TST impede o estorno para evitar a transferência dos
riscos da atividade aos trabalhadores.
O vendedor, contratado pela Telelistas, atuava como representante de vendas de produtos e de anúncios em listas
telefônicas da Telemar. Na reclamação trabalhista, ele sustentou que a empregadora aprovava os negócios depois
de análise de seu departamento de crédito. Afirmou ainda que as empresas dispunham de todos os recursos
necessários para a aprovação do crédito e, em caso de inadimplência, para executar os contratos.
O juízo da 10ª Vara do Trabalho de Fortaleza (CE) acolheu o pedido de devolução das comissões estornadas.
Conforme registrado na sentença, a Telelistas fornecia o rol de visitas a serem realizadas, e o vendedor não tinha
qualquer ingerência sobre a lisura dos clientes a serem visitados. “A impontualidade de qualquer cliente deveria ser
suportada pela empresa, e não dividida com

CLT Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida
ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou
subzona.
Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem
for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-mínimo, vedado qualquer desconto
em mês subsequente a título de compensação.
Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se
referem.
§ 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões
que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.
§ 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas na
forma estabelecida por este artigo.
OJ - 181. O valor das comissões deve ser corrigido monetariamente para em seguida obter-se a média para efeito
de cálculo de férias, 13º salário e verbas rescisórias.
PN - Nº 5 Anotações de comissões O empregador é obrigado a anotar, na CTPS, o percentual das comissões a
que faz jus o empregado.
Sum. nº 340 do TST O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao
adicional de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das
comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.
EXEMPLO:
DADOS DO EMPREGADO
Segue um exemplo prático, considerando os seguintes dados:
1. Considerando o mês de janeiro, com 26 (vinte seis) dias úteis e 5 (cinco) domingos;
2. O empregado, em horário normal e extraordinário, auferiu comissões no mês na quantia de R$
1.280,00;
3. 3. A jornada normal de trabalho de 7hs 20min (7.33) por dia de segunda-feira a sábado. Logo em
26 dias úteis (de segunda a sábado), trabalhou 190hs 40min (190,67 horas centesimais);
(40/60x100 = 67)
4. Cumpriu 2 (duas) horas extraordinárias todos os dias no mês, sendo 26 dias, logo totalizou 52
horas extras;
5. A jornada normal de trabalho (190hs 40min) e a jornada extraordinária (52hs) totalizaram em
242hs e 40min (242,67)
CÁLCULO PASSO A PASSO
R$ 1.280,00 (comissões do mês) ÷ 242,67 (horas trabalhadas normais e extraordinárias no mês) = R$
5,27 (Salário Comissões/Hora);
R$ 5,27 (Salário-Comissões/Hora) x 50% (adicional horas extras) = R$ 2,64 (valor unitário do adicional
de horas extras); R$ 2,64 (valor unitário do adicional de horas extras) x 52 (quantidade. horas extras no
mês) = R$ 137,28 (valor a pagar);
Cálculo do DSR:
R$ 137,28 (valor das horas-extras comissões do mês) ÷ 26 (dias úteis do mês) = R$ 5,28 (valor unitário
por repouso semanal); R$ 5,28 x 5 (domingos do mês) = R$ 26,40 –
VALOR DEVIDO AO EMPREGADO REFERENTE AS HORAS EXTRAS DAS COMISSÕES: R$ 26,40

7. Adicionais
São parcelas salariais decorrentes de situações de precariedade do contrato de trabalho. São também
denominados “salário condição”. Enquanto pagos, os adicionais integram o salário. São condicionados
a existência de determinada situação, cessado o fato gerador, seu pagamento deixará de ser obrigatório.
Segue os adicionais previstos em lei:

7.1) adicional de hora extra. É devido quando o trabalhador exceder a jornada normal, sendo de no
mínimo 50% do valor hora do salário deste empregado.

CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: (...)
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
Sum. 45 do TST A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o cálculo da
gratificação natalina prevista na Lei nº 4.090, de 13.07.1962.
Sum. 63 do TST A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a
remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.
Sum. 264 do TST A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado
por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção
coletiva ou sentença normativa.
Sum. 291 do TST A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com
habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização
correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou
fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo
observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança,
multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.
Sum 347 do TST - O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em verbas
trabalhistas, observará o número de horas efetivamente prestadas e a ele aplica-se o valor do salário-
hora da época do pagamento daquelas verbas.
Notícias TST
Vendedor comissionista recebe horas extras cheias por participar de reuniões na empresa
A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho deu provimento a recurso de vendedor externo da
Distribuidora
de Bebidas ABC Ltda., de Belo Horizonte (MG), para que receba as horas extras em atividades
internas, acrescidas do adicional por trabalho extraordinário. Apesar de o serviço feito em jornada extra pelo
vendedor que recebe comissões ser pago apenas com o adicional, os ministros concluíram que essa regra não se
aplica quando o empregado, na atividade interna, fica impedido de realizar vendas.
O vendedor apresentou reclamação trabalhista com o objetivo de receber horas extras relativas ao seu serviço
externo e às reuniões diárias na empresa. A distribuidora nunca fez o pagamento delas por entender que, como se
tratava de trabalho fora do escritório, a jornada do empregado não estava sujeita a controle, o que inviabilizaria o
reconhecimento de horas extras, conforme o artigo 62, inciso I, da CLT.
O juízo de primeiro grau e o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) concluíram que o controle de jornada
era possível, pois havia reuniões matinais e diárias e, no fim das atividades, o vendedor tinha de deixar o carro na
distribuidora. Assim, o TRT reconheceu o direito às horas extras, mas decidiu remunerá-las apenas com o adicional,
sem o pagamento da hora em si, nos termos da Súmula 340 do TST. Isso porque se trata de empregado com
remuneração mista, composta pelo salário fixo mais as comissões variáveis decorrentes das vendas.
Ao indeferir o pedido do vendedor para receber o valor da hora junto com o adicional pelo tempo gasto nas reuniões,
o Tribunal Regional afirmou ser irrelevante esse serviço interno para afastar os efeitos da Súmula 340 sobre a
remuneração de todo o trabalho extraordinário do empregado.
TST
A relatora do recurso de revista do vendedor ao TST, ministra Maria Helena Mallmann, explicou que a Súmula
340,
ao orientar que as horas extras do empregado comissionista devem ser remuneradas apenas com o respectivo
adicional, pressupõe que as comissões recebidas com as vendas durante a sobrejornada já remuneram o valor da
hora simples.
No entanto, de acordo com a relatora, é devido o pagamento da hora de trabalho mais o adicional, nos casos em
que o empregado comissionista exerce funções diversas daquelas de vendedor no decorrer das horas extras.
Nesse período, ele fica impossibilitado de efetuar vendas e de receber comissões, concluiu a ministra.
Com esses fundamentos, a Segunda Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso de revista do vendedor.
Processo: RR-1491-23.2011.5.03.0107

FÓRMULAS PARA CÁLCULO DE HORAS EXTRAS

a) Mensalista sem Adicional HE = [(salário/220) x nº he ] + adicional da hora extra =

b) Mensalista com Adicional HE = {[( salário + adicionais) /220] x nº de he} + adicional da


hora extra =

c) Horista sem adicional HE = (salário x nº he) + adicional da hora extra =

d) Horista com adicional HE = [ (salário + adicional) x nº he] + adicional da hora extra =

RSR/HE= (valor da hora extra / dias úteis) x domingos e feriados =

7.2 Adicional noturno


Varia conforme o contrato, se urbano ou rural. O adicional noturno visa retribuir o empregado, de
forma diferenciada, a parte da jornada executada nas horas noturnas.

CLT - Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior
a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre
a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5
horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza
de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos
de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o
aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse
limite, já acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de
trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

CF - Art. 7º (…) X – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;


Sum. 60 do TST I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os
efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto
às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
Sum. 265 do TST -A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.

A hora noturna equivale a 1,142857 da hora diurna. (60 / 52,5 = 1,142857) Nas atividades rurais,
é considerado noturno o trabalho executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia
seguinte, e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte. A Organização Internacional
do Trabalho (OIT) possui a Convenção nº 171 da OIT para disciplinar o trabalho noturno.

Notícias TST
Justiça considera hora de trabalho noturno reduzida para ampliar intervalo de operador
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao considerar a hora de trabalho noturno como de 52 minutos
e 30 segundos, concluiu que um operador de produção prestava serviço por mais de seis horas sem usufruir do
intervalo de no mínimo uma hora, previsto no artigo 71 da CLT. Dessa forma, a Turma condenou a Magneti Marelli
Cofap Fabricadora de Peças Ltda. a pagar horas extras por não conceder de forma integral o repouso. A medida
tem base no item IV da Súmula 437 do TST.
Contratado para trabalhar por seis horas, o empregado se ativava das 23h25 às 5h40, na unidade de Mauá (SP),
com intervalo intrajornada de 15 minutos, a que têm direito as pessoas que cumprem jornada acima de quatro horas
e até seis horas (artigo 71, parágrafo 1º, da CLT). Na reclamação trabalhista, o operador alegou que seu repouso
deveria ser de uma hora, no mínimo, pois, segundo ele, o turno era superior a seis horas, se considerado que
52min30 equivalem a uma hora noturna (artigo 73, parágrafo 1º, da CLT).
Nos juízos de primeiro e segundo graus, o pedido de horas extras, motivado pelo intervalo incompleto, foi julgado
improcedente. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região concluiu que o fato de a jornada noturna ser calculada
com a redução da hora não pode ser considerado para ampliar o intervalo intrajornada. Assim, para fins do cálculo
do tempo de repouso, entendeu que o operador de produção trabalhava por apenas seis horas, com direito a
descanso de 15 minutos. Houve recurso ao TST. O relator, ministro Hugo Carlos Scheuermann, afirmou que a
redução ficta da hora noturna também se aplica para fins de verificação do tempo de intervalo intrajornada. Uma
das razões desse entendimento é o objetivo da CLT de proteger a saúde de quem trabalha em horário noturno. O
ministro ainda explicou que a prestação de serviço em turnos ininterruptos de revezamento, no qual periodicamente
há troca de turno, não retira o direito à hora noturna reduzida, conforme a Orientação Jurisprudencial 395. É o caso
do empregado em questão.
Por unanimidade, a Primeira Turma acompanhou o relator, mas a Magneti Marelli apresentou embargos de
declaração, ainda não julgados. Processo: RR-1001015-95.2014.5.02.0363
http://www.tst.jus.br/en/web/guest/noticias?

7.3 adicional de insalubridade

É devido quando o trabalhador estiver em situação que seja prejudicial a sua saúde, tanto pela
intensidade da ação do agente nocivo ou, pelo tempo de exposição a ele. Estas agressões podem ser
causadas por agentes físicos, químicos ou biológicos. Para compensar o trabalho realizado nestas
condições, o empregador deve pagar ao empregado adicional legal integral, independentemente do
tempo que o empregado ficar exposto ao agente nocivo e, é calculado sobre o salário mínimo. Os agentes
insalubres são classificados, através das normas regulamentadoras editadas pelas Normas
Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho, segundo o grau de sua nocividade ao
organismo.
A insalubridade integrará a remuneração do empregado para o cálculo de outras verbas salariais
se for pago em caráter habitual, como nas férias, 13º salário, aviso prévio e FGTS. Cessada a causa da
insalubridade, cessa a obrigatoriedade do pagamento do adicional.(Ver art.194) A prorrogação de horário
de trabalho nas atividades insalubres somente poderá ser acordada mediante licença prévia das
autoridades competentes em matéria de Medicina do Trabalho, as quais, para esse efeito, procedem aos
necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho.(NR15)

CLT Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo
"Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho,
Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames
locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades
sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
CLT - Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20%
(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
CLT Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação
do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do
Trabalho.
Sum. 47 do TST - O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por essa
circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.
Sum. 80 do TST . A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo
órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional.
Sum.139 do TST Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos
legais.
Sum. 248 do TST. A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente,
repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade
salarial.
Sum. 289 do TST - O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento
do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade,
entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.
Sum. 448 do TST I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado
tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial
elaborada pelo Ministério do Trabalho
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta
de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto
à coleta e industrialização de lixo urbano.
Sum. 228 do TST - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (redação alterada na sessão do
Tribunal Pleno em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008.
SÚMULA CUJA EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO LIMINAR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL -
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o
adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento
coletivo.
Ver Norma Regulamentadora nº 15 do MTE -
http://www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15-ANEXO11.pdf
7.4 adicional de periculosidade

São valores devidos em razão de atividades que colocam em risco a vida do trabalhador. O
adicional de periculosidade é devido ao empregado que presta serviços em contato permanente com
elementos inflamáveis, explosivos, radiações ionizantes, energia elétrica de potência e segurança
pessoal e patrimonial e atividades laborais com o uso de motocicleta. O adicional será de 30% sobre o
salário do empregado, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa. Salvo no caso dos eletricitários onde o percentual é calculado sobre o salário
efetivamente recebido. Eliminado o risco, cessará, também, o direito do empregado ao adicional. Em face
da natureza salarial do adicional de periculosidade, este integrará o salário do trabalhador para todos os
efeitos legais, devendo ser computado, inclusive, para o cálculo das férias, 13º salário e aviso prévio
indenizado.

CLT Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I- inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento)
sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao
vigilante por meio de acordo coletivo.
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
CLT Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação
do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do
Trabalho.
Sum. 191 do TST –
I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros
adicionais.
II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985,
deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a
qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico,
III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº
12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o
cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT.
Sum. 364 do TST - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de
forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual,
assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
Sum. 447 do TST - Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo que, no
momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a
que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do MTE.
Sum.453 do TST - O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda
que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente previsto,
dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do
trabalho em condições perigosas.

Notícias TST
TST invalida norma coletiva que prevê percentual menor que o de lei para adicional de periculosidade
A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho considerou inválidas
as cláusulas de norma coletiva de trabalho da Telefônica Brasil S. A. que estabeleciam o pagamento de adicional
de periculosidade em percentual menor que o previsto na lei. Com a decisão, o processo retornará à Quarta Turma
do TST, para prosseguir no exame de recurso de um ex-empregado da empresa.
A norma coletiva previa o pagamento do adicional de 22,5% para a função de cabista desempenhada pelo
empregado. O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), no entanto, condenou a empresa ao
pagamento das diferenças em relação ao índice de 30% previsto em lei.
Em 2010, a Quarta Turma do TST afastou a condenação, acolhendo recurso de revista da empresa e julgando
prejudicado o do cabista. A decisão se baseou no item II da Súmula 364 do TST, que assegura o reconhecimento
de cláusula de acordo ou da convenção coletiva que fixa percentual diferente do estabelecido em lei para o
recebimento do adicional de periculosidade.
Em embargos à SDI-1, o cabista alegou que o adicional de periculosidade é medida de higiene e de segurança do
trabalho e, por isso, não pode ser reduzido. Sustentou também que as normas coletivas têm prazo de vigência
determinado e não se incorporam ao contrato de trabalho.
No exame dos embargos, o relator, ministro Walmir Oliveira da Costa, explicou que, em 2011, o TST cancelou o item
II da Súmula 364, levando em consideração as limitações constitucionais à flexibilização dos direitos
trabalhistas por meio de negociação coletiva. Outro ponto considerado, segundo o ministro, foi a necessidade de
resguardar os preceitos que tutelam a redução dos riscos do trabalho por meio de normas de saúde, higiene e
segurança do trabalhador.
“Nesse contexto, são inválidas as cláusulas de acordo ou de convenção coletiva de trabalho que fixam o pagamento
do adicional de periculosidade em percentual inferior ao legal”, afirmou. “Tais disposições estão em inequívoco
confronto com o arcabouço jurídico-constitucional de tutela do trabalho, em se tratando de direito infenso à
negociação coletiva”.
Por unanimidade, a SDI-1 deu provimento aos embargos para restabelecer o acórdão do Tribunal Regional e
determinar o retorno do processo à Quarta Turma para que prossiga no exame do recurso de revista do
exempregado. Processo: ED-RR-8900-73.2005.5.15.0027
http://www.tst.jus.br/en/web/guest/noticias?

Ver Norma Regulamentadora nº 16 do MTE -


http://portal.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf

7.5 adicional de transferência

É devido nos casos de transferência provisória. O adicional não é cumulativo a cada transferência.
Enquanto permanecer transferido receberá o adicional fixo de 25%, mesmo que tenha sido transferido
para diversas localidades diferentes sucessivamente. Quando a transferência se tornar definitiva, o
empregador pode suprimir o pagamento do adicional.

CLT - Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da
que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do
seu domicílio . (…)
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da
que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia
naquela localidade, enquanto durar essa situação.
OJ-SDI1-113 - O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no
contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do
mencionado adicional é a transferência provisória.

7.6 Adicional de penosidade

Apesar de previsto no artigo 7., XXIII da CF/88, não há, até o momento norma infraconstitucional
que regulamente tal adicional para trabalhadores urbanos e rurais. A Lei 8112/90, em eu artigo 71,
conceitua o trabalho penoso para servidor público, não podendo ser aplicada por analogia ao empregado.

CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (…)
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Lei 8112/90 - Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas de
fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em
regulamento.
8) Salário in natura
Considera-se utilidade todo bem do qual o empregado possa servir-se quando fornecido pelo
empregador. No entanto, o salário não pode ser pago totalmente em utilidades. No mínimo, 30% do
salário deverá ser pago em dinheiro. Se a prestação fornecida é PARA o trabalho, a mesma não possui
natureza salarial. Já se a prestação fornecida é PELO trabalho, considera-se SALÁRIO UTILIDADE.

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a
alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do
costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas
alcoólicas ou drogas nocivas.
§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada
caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82).
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas
pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho,
para a prestação do serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a
matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte
público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
VII – (VETADO)
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e
não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do
saláriocontratual.
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a
divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da
mesma unidade residencial por mais de uma família.
§ 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o
reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas
médicohospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e
coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos
do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
Art. 82 - Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário em
dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário
mínimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região, zona ou subzona.
Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo
fixado para a região, zona ou subzona.
367 do TST - UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO
INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado,
quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja
ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares.
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.
Parcelas sem Natureza Salarial

a) Abonos

Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que
receber. (...)
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado
seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de
qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

a.1) Abono salarial


O abono salarial também é um benefício assegurado aos empregados que recebem a quantia de
até dois salários mínimos de remuneração mensal e que contribuem para o Programa de Integração
Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.(PIS/PASEP)
Este benefício só é dado a trabalhadores que exerceram atividade remunerada por pelo menos
30 dias do ano-base e esteja cadastrado há pelo menos cinco anos no Fundo de Participação PIS/PASEP
ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.

a.2) Abono pecuniário


Quando o empregado opta em converter um terço dos seus dias de férias por um valor monetário
correspondente a estes dias, este processo chama-se de abono pecuniário.

CLT Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário,
no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

b) Prêmios
Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços
ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao
ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (art. 457 - § 4ª CLT).
Observar a Súmula 152 do TST que NÂO foi revogada.

Súmula nº 152 do TST


O fato de constar do recibo de pagamento de gratificação o caráter de liberalidade não basta, por si só, para excluir
a existência de ajuste tácito

c) Diária para viagem


Servem para fazer frente às despesas do empregado com viagens e manutenção, ocasionadas
em razão do trabalho. A diária de viagem se subdivide em “diária de viagem propriamente dita” (marcada
pela habitualidade) e em “despesas de viagem” sendo esta última, utilizada para o reembolso esporádico
e exato dos gastos realizados, razão pela qual, independentemente da importância paga, esta jamais se
integrará ao salário. No caso de transferência provisória, o adicional de transferência já visa recompensar
o trabalhador pelos gastos despendidos enquanto permanecer em local diverso, nesse caso, não há
necessidade de se pagar, também, diárias de viagem. Ver Instrução Normativa 08/91 do MTE
http://acesso.mte.gov.br/legislacao/1991-4.htm
d) Ajudas de custo
Tem caráter indenizatório, sendo a sua finalidade cobrir despesas com transferência do
empregado. É a quantia concedida pelo empregador a título de adiantamento em dinheiro em caráter
transitório. Representa uma obrigação compulsória, isto é, imposta por lei e devida pelo empregador que
transferir seu empregado para localidade diversa da que resultar o contrato, desde que importe em
mudança de domicílio

CLT - Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.

Obs:
Salário Complessivo: O pagamento das verbas salariais de forma englobada em uma única parcela, sem a devida
discriminação destas verbas, mais conhecido como salário complessivo, é proibido pela legislação trabalhista.

Sum 91 do TST - Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender
englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador.

FÓRMULAS/TABELAS - 2018
ADICIONAIS
• Periculosidade: 30% salário base
• Transferência: 25% salário base
• Insalubridade: 10; 20; 40 % salário mínimo nacionalmente federal
Noturno:
. urbano: 20%
. rural: 25%

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/
SALÁRIO MÍNIMO R$998,00

(salário mínimo) 220h 227h20min 1h


10% 99,80 103,12 0,45
20% 199,60 206,25 0,90
40% 399,20 412,50 1,81

TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E


TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º DE
JANEIRO DE 2019

Salário-de-Contribuição (R$) Alíquota para fins de Recolhimento ao INSS

Até R$ 1.751,81 8%

De R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 9%

De R$ 2.919,73 até R$ 5.839,45 11%

TETO INSS: R$ 642,33


SALÁRIO FAMÍLIA - A PARTIR DE 15 DE JANEIRO 2019

REMUNERAÇÃO QUOTA

Até R$907,77 46,54

De R$907,78 até R$ 1.364,43 32,80

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE

O cálculo do imposto de renda a ser retido na fonte a partir de 01.01.2016, é calculado


mediante a utilização da seguinte tabela progressiva mensal:

Base de Cálculo (R$) Alíquota Parcela a Deduzir do IR


(%) (R$)

Até 1.903,98

De 1.903,99 até 7,5 142,80


2.826,65

De 2.826,66 até 15 354,80


3.751,05

De 3.751,06 até 22,5 636,13


4.664,68

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Dependente: a quantia de R$ 189,59 por dependente

LEI COMPLEMENTAR Nº 103 - DE 14 DE JULHO DE 2000

DOU DE 17.07.2000
Autoriza os Estados e o Distrito Federal a instituir o piso salarial a que se refere o inciso V do art. 7º da Constituição
Federal, por aplicação do disposto no parágrafo único do seu art. 22. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 1º Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o
piso salarial de que trata o inciso V do art. 7º da Constituição Federal para os empregados que não tenham piso
salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1º A autorização de que trata este artigo não poderá ser exercida:
I – no segundo semestre do ano em que se verificar eleição para os cargos de Governador dos Estados e do Distrito
Federal e de Deputados Estaduais e Distritais; II – em relação à remuneração de servidores públicos municipais.
§ 2º O piso salarial a que se refere o caput poderá ser estendido aos empregados domésticos.
Art. 2º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 14 de julho de 2000; 179º da Independência e 112º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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