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Princípios do direito do trabalho

- Funções dos princípios


- Orientar o legislador na criação das leis
- Para a interpretação das leis
- Para colmatar/ preencher lacunas
- Princípios específicos do Direito do Trabalho
- Princípio tuitivo ou protetor = busca equilibrar no plano jurídico a
relação entre o empregado e o empregador; no plano dos fatos o
empregado é hipossuficiente/ vulnerável, então o Direito tenta
melhorar essa situação, divide-se em três outros princípios:
- norma mais favorável - entre duas normas aplicáveis à mesma
situação, aplico a que mais favorece o trabalhador (a exemplo
da situação em que a C.F estabelece 50% da H.E e o CC
estabelece 75% da H.E, prevalece o CC)
- in dubio pro operario (na dúvida, a favor do trabalhador) -
havendo uma norma com possíveis interpretações, deve ser
interpretada a favor do empregado (exemplo do aviso prévio
valer somente a favor do empregado e não a favor do
empregador, como entendimento dos tribunais)
- condição mais benéfica - é analisada em contratos individuais
de trabalho e em regulamentos internos de empresas (não se
aplica em casos de acordo coletivo ou convenção coletiva)
- por exemplo, se é colocado uma norma menos benéfica
no regulamento de uma empresa ou na mudança do
contrato de trabalho, somente será aplicada ao
empregados contratados após essas mudanças, os
antigos trabalhadores têm a condição mais benéfica
resguardada; não retroage (súmula 51 do TST)
- esses princípios submetem-se ao princípio
constitucional do Direito Adquirido.
Art 611-A CLT = o negociado prevalece sobre o legislado (na CLT)
Art 620 = o acordo coletivo prevalece sobre a convenção coletiva
(mesmo que menos benéfico que a convenção)

NO DIREITO DO TRABALHO TEMOS A FLEXIBILIZAÇÃO DA HIERARQUIA DAS


NORMAS, APLICA-SE A NORMA MAIS FAVORÁVEL (EM REGRA)

- Princípio da continuidade
- como regra, os contratos de trabalho devem ter prazo
indeterminado
- o empregador se responsabiliza quando o empregado é
demitido ou pede sua demissão
- relação de emprego constitui presunção favorável ao
empregado
- Súmula 212 do TST

- Princípio da primazia da realidade


- A realidade/fatos prevalecem sobre o formalismo (documentos)

- Princípio da irredutibilidade salarial


- Não pode ser reduzido individualmente
- EXCETO o empregado taxado no Art. 444 da CLT,
parágrafo único (o que tem diploma de nível superior e
receba salário mensal igual ou superior a 2x o limite da
previdência, ou seja, o S.M vigente)
- Pode negociar também o que lhe couber no Art.
611-A
- O salário, para toda equipe empregada, pode ser diminuído
através de negociação coletiva com o sindicato correspondente
e, se aprovada redução, não pode durar mais que 2 anos (Art.
7, inciso VI da C.F)
- Depois dos dois anos de redução salarial, o empregador
deve indenizar cada empregado com o valor
correspondente da diminuição

- Princípio da imperatividade das normas trabalhistas


- as partes não podem, em regra, negociar o afastamento das
normas
- podem por negociação coletiva
- normas de ordem pública são impostas pelo Estado (normas
cogentes); constrangem o empregador a aplicá-las
- afastamento (não aplicação das normas) gera nulidade do ato
(Art. 9o da CLT)

- Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas


- Regra: impossibilidade de renúncia a direitos trabalhistas, de
forma a prejudicar o trabalhador
- Por exemplo, não pode renunciar a hora de almoço para
obter uma jornada de 7h diárias, sair 1h mais cedo
- Exceções
- Art. 7, inciso VI, CF
- irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo
- Art. 7, inciso XIII, CF
- duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho
- Art. 7, inciso XIV, CF
- não pode ter jornada de seis horas para o trabalho
realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva
- Art. 652, f, CLT

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