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Aula 00

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

1) Princípio in dubio pro operário: Várias interpretações


PRINCÍPIO DA
possíveis frente a uma mesma norma, deve-se optar pela mais
PROTEÇÃO favorável ao empregado.

Subdivide-se em:
2) Princípio da norma mais favorável: Quando houver duas
Objetiva resguardar o trabalhador ou mais normas aplicáveis ao mesmo caso, aplica-se a mais
hipossuficiente na relação de favorável ao empregado, independentemente da hierarquia
emprego, por meio de normas normativa.
mais protetivas (superioridade Exceção: Artigo 620 da CLT - O acordo coletivo de trabalho
jurídica) SEMPRE prevalecerá sobre a Convenção Coletiva de Trabalho.

Reequilibrando a relação com o 3) Princípio da condição mais benéfica: As vantagens


empregador (superioridade estipuladas em contrato de trabalho integrarão em caráter
econômica). definitivo --- Direito adquirido.
*Não poderá se realizar alteração prejudicial (Art. 468 da CLT).

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Os FATOS prevalecerão sobre as disposições formais.
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA
REALIDADE

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO i. Alteração do contrato de trabalho do regime de


teletrabalho para o presencial, mediante aviso
prévio de quinze dias – sem a necessidade de
consentimento (Art. 75-C, parágrafo segundo da
CLT);
PRINCÍPIO DA
INALTERABILIDADE CONTRATUAL
LESIVA ii. Flexibilização dos direitos trabalhistas por meio
Exceções: de norma coletiva – Negociado X Legislado (Artigo
611-A da CLT);

NÃO se permite alteração iii. Supressão da gratificação de função do


contratual lesiva ao empregado, empregado que laborou em cargo ou função de
ainda, que indireta.
confiança, mesmo após dez anos de labor (Art.
468, parágrafo segundo da CLT).

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PRINCÍPIOS DO DIREITO
DO TRABALHO
Os direitos trabalhistas do obreiro,
PRINCÍPIO DA como regra, são irrenunciáveis
IRRENUNCIABILIDADE DE
DIREITOS TRABALHISTAS

Direitos trabalhistas são de ordem


pública
Exceção (exemplo): Renúncia ao regulamento
empresarial – Súmula n. 51 do TST;

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA a) TÁCITO


RELAÇÃO DE EMPREGO
b) EXPRESSO
Contrato de
Trabalho c) PRAZO DETERMINADO – ARTIGO 443 DA CLT
Como regra, os contratos são pactuados por (Classificação):
prazo indeterminado, sendo a pré- d) PRAZO INDETERMINADO
determinação do prazo, uma exceção.
e) INTERMITENTE – ARTIGO 452-A DA CLT

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Em regra, é VEDADO descontos no salário dos empregados, em razão de seu caráter alimentar

ü DISPOSITIVOS DE LEI;
PRINCÍPIO DA
EXCEÇÃO (Artigo 462 da CLT): O desconto
INTANGIBILIDADE salarial somente será admitido quando ü ADIANTAMENTOS;
SALARIAL proveniente de:
ü Norma COLETIVA.

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

É aplicável ao direito do trabalho


tanto no direito material, como
no direito processual, de forma
Como regra, veda-se a
PRINCÍPIO DA redução salarial.
que às parte envolvidas ,
IRREDUTIBILIDADE empregado e empregador,
devem agir com lealdade,
SALARIAL cumprindo com usas obrigações
durante a relação laboral, bem
como a posteriori.
EXCEÇÃO: Redução mediante Acordo Coletivo
ESTRATÉGIA OAB de Trabalho ou Convenção Coletiva de Trabalho
Profª. Priscila Ferreira (artigo 7º, inciso VI, CF/1988). Princípios Do Direito Do Trabalho 4
Gênero Espécie Subordinação
Habitualidade

RELAÇÃO DE RELAÇÃO DE Onerosidade


TRABALHO EMPREGO SHOPP Pessoalidade
Pessoa Física

REQUISITOS
RELAÇÃO DE TRABALHO E EMPREGO (RELAÇÃO DE EMPREGO)

SUBORDINAÇÃO: O empregador detém, entre outros, o poder


diretivo, no qual poderá organizar e dirigir a prestação de
serviço, sob as quais o empregado estará subordinado.

HABITUALIDADE: O empregado tem uma expectativa de retorno, caso


PESSOALIDADE (infungibilidade): o
contrário poderá ser considerado como um autônomo ou eventual;
trabalhador, pessoa física, não
poderá se fazer substituir por
outro nos seus afazeres laborais.
Pagamento da remuneração
ONEROSIDADE: O trabalho prestado
EMPREGADO EMPREGADOR deverá ter uma contraprestação PESSOA FÍSICA: A prestação de serviço deve-se dar
financeira, caso contrário, estaremos obrigatoriamente por pessoa física ou natural, podendo
diante de um trabalho voluntário;
Prestação de serviço ser o empregador (tomador) tanto pessoa física como
pessoa jurídica.

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RELAÇÕES EMPREGÁTICIAS ESPECIAIS I

O empregado doméstico é todo aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada,
EMPREGADA onerosa, pessoal, de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, em âmbito residencial e por
DOMÉSTICA mais de 2 (dois) dias por semana.

§ Jornada de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais;


§ A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, de 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora
normal;
§ Adicional Noturno => Adicional de 20% sobre a hora, quando laborar entre o período das 22 h às 5 h.
§ Admitida a pactuação de banco de horas anual por acordo individual;
§ Idade mínima para doméstica = 18 anos;
§ No período de trabalho em viagem, a remuneração-hora do serviço será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento)
superior ao valor do salário-hora normal;
§ Admite-se para doméstica a jornada 12x36, sendo possível a supressão do intervalo para refeição e descanso com a
consequente indenização (artigo 10 da LC nº 150/2015).
§ Indenização compensatória pela perda do emprego: O empregador doméstico depositará mensalmente a importância de
3,2% (três inteiros e dois décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado, para fins
de resgate no ato da dispensa (dispensa sem justa causa ou por culpa do empregador);

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RELAÇÕES EMPREGÁTICIAS ESPECIAIS I
Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica,
TRABALHO RURAL proprietário ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou
temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.

Direitos do trabalhador urbano e rural:

URBANO RURAL
Período noturno:
Período noturno:
- Pecuária: 20 horas às 4 horas;
- 22 horas às 5 horas;
- Agricultura: 21 horas às 5 horas.
Adicional: 20% sobre a hora diurna. Adicional: 25% sobre a hora diurna.
Hora noturna reduzida (ficta): Hora noturna: 60 minutos.
1 hora equivale a 52 minutos e 30 segundos. * Não há hora noturna reduzida.
Aviso prévio – mínimo 30 dias Aviso prévio - mínimo 30 dias
DISPENSA SEM JUSTA CAUSA: Redução de duas horas diárias ou sete dias
DISPENSA SEM JUSTA CAUSA: Redução de um dia por semana.
corridos, conforme artigo 488 da CLT.
- ALIMENTAÇÃO – 20% do salário do empregado; - ALIMENTAÇÃO – 25% do salário do empregado;
- MORADIA – 25% do salário do empregado. - MORADIA – 20% do salário do empregado.
* NECESSÁRIA SE FAZ A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EMPREGADO. * NECESSÁRIA SE FAZ A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO EMPREGADO.

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(HIPÓTESES DO ARTIGO 611-A DA CLT) É O EMPREGADO PORTADOR DE DIPLOMA DE NÍVEL SUPERIOR E QUE PERCEBA SALÁRIO MENSAL IGUAL OU

Acordo Individual X Negociação Coletiva X Lei SUPERIOR A DUAS VEZES O LIMITE MÁXIMO DOS BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.

O empregado hipersuficiente poderá celebrar acordo individual com o empregador, flexibilizando


TRABALHADOR HIPERSUFICIENTE direitos trabalhistas, nas hipóteses do Artigo 611-A da CLT.

RELAÇÕES EMPREGÁTICIAS É O TRABALHO EXECUTADO PREPONDERANTEMENTE FORA DAS

TELETRABALHO DEPENDÊNCIAS DO EMPREGADOR, COM A UTILIZAÇÃO DE


ESPECIAIS II TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO.

Não constitui trabalho externo. Poderá ser realizada a alteração entre regime
presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo
acordo entre as partes, registrado em aditivo
Não há diferença, para fins de reconhecimento do
contratual.
vínculo empregatício, entre o trabalho realizado nas
dependências da empresa e o executado a distância.
O empregador deverá instruir os empregados, de
maneira expressa e ostensiva, quanto às
O teletrabalhador não possui controle de jornada, logo, precauções a tomar a fim de evitar doenças e
não fará jus a adicional noturno, hora extra e intervalos. acidentes de trabalho.

Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para


o presencial por determinação do empregador, garantido prazo
A responsabilidade pela aquisição, manutenção ou de transição mínimo de quinze dias, com correspondente
fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da registro em aditivo contratual.
infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho
ESTRATÉGIA OAB remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo
Profª. Priscila Ferreira empregado, serão previstas em contrato escrito. Relação de Emprego 4
RELAÇÃO DE TRABALHO A ausência concomitante de alguns dos requisitos do vínculo empregatício (SHOPP),
REFERE-SE A UM GRANDE GÊNERO QUE POSSUI COMO implica em a relação tornar-se meramente de trabalho.
ESPÉCIE A RELAÇÃO DE EMPREGO.

No contrato realizado entre autônomo e tomador de serviços fica possível a estipulação de cláusula de exclusividade;

Aquele que presta serviço com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, a determinado
TRABALHADOR AUTÔNOMO tomador de serviços – Não estando presente os requisitos da relação de emprego;

O autônomo poderá desenvolver na tomadora serviço de qualquer natureza, inclusive àqueles relacionados à atividade central da empresa.

É aquele que presta serviço de forma esporádica/eventual, de modo a atuar em atividades não
TRABALHADOR EVENTUAL permanentes da empresa.

AO TRABALHO AVULSO, EM EXCEÇÃO AO REGRAMENTO GERAL, É GARANTIDO TODOS OS DIREITOS DOS


TRABALHADOR AVULSO EMPREGADOS PROTEGIDOS PELO MANTO DA CLT, FATO QUE SERIA TÍPICO DAS RELAÇÕES DE EMPREGO.

O trabalhador avulso portuário é aquele atuante em portos, por meio da intermediação de mão de obra realizada pelo Órgão Gestor de Mão
de Obra * Não há vínculo empregatício com o porto, tampouco com o Órgão Gestor de Mão de Obra.

O trabalhador avulso não portuário, como o próprio nome diz, refere-se aos trabalhadores avulsos que não laboram em sede do porto, mas
nas funções de movimentação de mercadoria em geral, não tendo a intermediação da sua mão de obra realizada pelo OGMO, e sim pelo
sindicato. * Não há vínculo empregatício com o sindicato, tampouco com o tomador de serviços.

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Instituição de Ensino

RELAÇÃO DE TRABALHO

Parte
Estagiário
Concedente

ESTÁGIO É FORMADO POR UMA RELAÇÃO TRIANGULAR ENTRE ESTAGIÁRIO, INSTITUIÇÃO DE ENSINO E
PARTE CONCEDENTE DE ESTÁGIO.

No que tange à duração do estágio, este não pode ultrapassar o período máximo de dois
anos para a mesma parte concedente, salvo quando se tratar de estágio concedido a
estagiário deficiente.

O estagiário possui direito ao recesso de trinta dias, após período igual ou superior a um
ano de estágio, e que deve ser usufruído preferencialmente junto com as férias escolares.

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PARTE CONCEDENTE ESTAGIÁRIOS

1 a 5 empregados; Até 1 estagiário;

RELAÇÃO DE TRABALHO 6 a 10 empregados; Até 2 estagiários;

11 a 25 empregados; Até 5 estagiários;

Acima de 25 empregados. Até 20% de estagiários.

ESTÁGIO HÁ UMA LIMITAÇÃO NO NÚMERO DE ESTAGIÁRIOS, A QUAL ESTÁ DIRETAMENTE LIGADA AO NÚMERO DE EMPREGADOS DA
EMPRESA:

O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo
compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório.

Quando verificada qualquer fraude no contrato de estágio, seja por não respeito aos requisitos legais do contrato, pelo
número de estagiários, jornada de trabalho etc., cabível será o pleito de reconhecimento de vínculo empregatício

Não aplicável para Administração Pública, em caso de desvirtuamento


da finalidade do estágio (OJ nº 366 da SDI-I/TST e Súmula nº 363 do
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TST).
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