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São P a u l o ( m u n i c í p i o ) D e p a r t a m e n t o d e I n f o r m a ç ã o

A r t í s t i c a s . C e n t r o d e Pesquisa d e A r t e Brasileira.
e Documentação
TEATROOPERÁRIO
T e a t r o o p e r á r i o na c i d a d e d e São P a u l o . C o o r d e n a ç ã o d e M a r i a T h e r e z a
V a r g a s . / S ã o Paulo: Secretaria M u n i c i p a l de C u l t u r a , D e p a r t a m e n t o de
NACIDADEDESÃOPAULO
I n f o r m a ç ã o e D o c u m e n t a ç ã o A r t í s t i c a s , C e n t r o d e Pesquisa d e A r t e
Brasileira, 1980.
PESQUISA 7
1. T e a t r o o p e r á r i o - Brasil - São Paulo ( m u n i c í p i o ) I. Vargas, M a r i a
Thereza, coord. I I . T í t u l o

CDU 7 9 2 ( 8 1 6 . 1 1)
CDD 79209816
Prefeitura do Município de São Paulo
Prefeito/RE Y N A L D O E M Y G D I O DE BARROS

Secretaria Municipal de Cultura


Secretário/MARIO CHAMIE

I DAR T/Departamento de Informação e Documentação Artísticas


u m POSIII tm - * fauio/sp
Diretores/MARIA E U G E N I A FRANCO/1975-80
LUIZ NAGIB A M A R Y CíP.: 01060-970

Centro de Documentação e Informação sobre Arte Brasileira Contemporânea


Diretores/DÉCIO P I G N A T A R I / 1 9 7 5 - 7 7
P A U L O EMI LIO S A L L E S GOMES/1977
MARIA EUGENIA FRANCO/1977

O C e n t r o d e Pesquisa de Arte Brasileira d o IDART foi c r i a d o a partir d e u m p r i n c í -


Area de Pesquisa/ARTES CÉNICAS
pio da h i s t ó r i a , a para-história. no qual o p e n s a m e n t o de uma época se revela c o m o
Pesquisa/TE A T R O O P E R Á R I O N A CIDADE DE SÃO P A U L O / 1 9 7 7
a c o n t r i b u i ç ã o m a i s l e g i t i m a e m a i s viva para o e s t u d o da e v o l u ç ã o de uma comu-
Supervisora/MARIA T H E R E Z A V A R G A S
nidade. Os t r a b a l h o s que realizamos t ê m a função de i n v e s t i g a r e p r e s e r v a r a me-
m ó r i a a r t í s t i c a nacional do p r e s e n t e e do passado, u m dos e l e m e n t o s e f u n d a m e n t o s
Pesquisadoras/MARlANGELA A L V E S DE LIMA c o m p r o v a d o r e s da d i n â m i c a c u l t u r a l do p a i s .
MARIA THEREZA VARGAS
Nossa filosofia d o agir e atuar apóia-se n u m a n o ç ã o de " a r t e " fundamentalmente
e s t é t i c a . Em c o n s e q u ê n c i a , m u l t i d i s c i p l i n a r e i n t e r d i s c i p l i n a r .
Fotografias/BE RE NI CE R A U L I N O
D J A L M A L I M O N G I BATISTA A b r a n g e m o s as v á r i a s d i s c i p l i n a s a r t í s t i c a s e as que c o m estas se r e l a c i o n a m : arqui-
t e t u r a e u r b a n i s m o , a r t e s c é n i c a s , a r t e s g r á f i c a s , artes p l á s t i c a s , c i n e m a , c o m u n i -
cação de massa ( i m p r e n s a , rádio, t e l e v i s ã o , p u b l i c i d a d e ) , d e s e n h o i n d u s t r i a l , lite-
Revisão/MARY A M A Z O N A S LEITE DE BARROS
ratura e música.
F E R N A N D A LEITE DE BARROS
V e m o s a arte c o m o o b j e t o / f a t o - c r i a ç à o - i n t u i ç ã o e c o m o t e o r i a - c o n c e i t o - p e n s a m e n t o
LUZIA BONIFACIO
A c o l h e m o s t o d o s os c ó d i g o s e l i n g u a g e n s de p r o d u ç õ e s artísticas. A d m i t i m o s as
d i v e r s a s c o r r e n t e s t e ó r i c a s que as analisam e i n t e r p r e t a m , p o r q u e todas e n r i q u e c e m
Programação Gráfico Visual/FERNANDO LEMOS
o c o n h e c i m e n t o c r í t i c o e f e n o m e n o l ó g i c o de suas raízes m a i s p r o f u n d a s .
A p a r t i r d e 1976, i n i c i a m o s o estudo s i s t e m á t i c o e p r o g r a m a d o das artes n a c i o n a i s ,
Coordenação gráfica/ARLENICE J U L I A N f DE O L I V E I R A
a pesquisa da i n v e n ç ã o , da c r i a t i v i d a d e b r a s i l e i r a , sob ângulos vários de suas m u i t a s
faces e i n t e r f a c e s . Em todos os c a m p o s e s u b c a m p o s p r o c u r a m o s i n v e s t i g a r as
Composição/ARTESTILO COMPOSITORA G R Á F I C A L T D A e x p r e s s õ e s c r i a t i v a s e r u d i t a s , indígenas e p o p u l a r e s .
T o m a n d o c o m o c o r p u s geral das p e s q u i s a s as manifestações de arte que s u r g e m no
Fotolitos, montagem e gravação de c hapas/ INTER CO LO R F O T O L I T O L T D A
Brasil, o IDART as estuda a p a r t i r de uma c o l e t i v i d a d e — São Paulo e do e i x o cul-
tural São P a u l o — R i o . q u a n d o se v e r i f i c a m c r u z a m e n t o s de i n f l u ê n c i a s entre o s d o i s
Impressão e acabamento/LABORATÔRIO G R Á F I C O DO I D A R T c e n t r o s . É esta uma opção de natureza e c o n õ m i c o - p r a g m á t i c a e. ao m e s m o t e m p " .
u m a e x p e r i ê n c i a c o n s c i e n t e de e s t é t i c a s o c i o l ó g i c a .
Tiragem/1.500 exemplares
Toda grande c i d a d e é f o n t e e lago. G e r a . produz, mas t a m b é m recebe várias forças
c u l t u r a i s vindas de o u t r a s nascentes c o m u n i t á r i a s .
Papel /offset 150 gramas
São Paulo revela p o s s u i r particular i n t e r e s s e e riqueza, quando utilizada c o m o base
de i n v e s t i g a ç õ e s sobre arte c o n t e m p o r â n e a b r a s i l e i r a , porque é u m a c i d a d e pólo. d e
Edição 1980 o n d e e m e r g e m e por o n d e passam a l g u n s d o s p r i n c i p a i s a c o n t e c i m e n t o s artísticos
de o r i g e m n a c i o n a l / e s t a d u a l e i n t e r n a c i o n a l . Sofre t a m b é m i n f l u ê n c i a s étnicas diver-
s a s , por i n t e r m é d i o de suas grandes c o l ó n i a s e s t r a n g e i r a s .
N e s t e " l a b o r a t ó r i o " e s t é t i c o , os trabalhos d e s e n v o l v i d o s pelos p e s q u i s a d o r e s das
A r e a s e S u b / A r e a s d o Centro de Pesquisa d o IDART d i v i d e m - s e e m d o i s setores
p a r a l e l o s : d o c u m e n t a ç ã o de e v e n t o s e p e s q u i s a s t e m á t i c a s Desses trabalhos rosul
tam atividades editoriais e o Arquivo Multimeios.
D e s t i n a d o ao uso i n t e r n o e a c o n s u l t a p ú b l i c a , o A r q u i v o é o r e s e r v a t ó r i o do pro
d u t o global das p e s q u i s a s e doações recebidas. " M e m ó r i a l a t e n t e " para e s t u d i o s o s
d e hoje e d o f u t u r o , c o n c e n t r a v á r i o s mídia d e registros d o c u m e n t a i s : p r o c e s s o s
c i n é t i c o s , f o t o s , f i t a s m a g n é t i c a s gravadas e t r a n s c r i t a s . I n f o r m e s I n é d i t o s , f o l h e t o s ,
c a t á l o g o s , p r o g r a m a s , cartazes, e t c .
No p l a n o e d i t o r i a l , " m e m ó r i a d i n â m i c a " , além d o s p r o j e t o s m u l t i m e i o s — e x p o s i ç õ e s
d i d á t i c a s e d o c u m e n t a i s , filmes, a u d i o v i s u a i s , video tapes, gravações s o n o r a s — p r o -
g r a m o u o IDART livros, álbuns, revistas, a n u á r i o s , b o l e t i n s .
Dos e s t u d o s t e m á t i c o s s u r g i r ã o as coleções PESQUISA e D O C U M E N T O V I V O , c u j o s
p r i m e i r o s v o l u m e s e n t r a r a m e m p r o c e s s a m e n t o g r á f i c o no início de 1978. Lamenta- I N T R O D U Ç Ã O / Á R E A DE
m o s o atraso de s e u l a n ç a m e n t o , e x p l i c á v e l pelos s o f r i d o s b l o q u e i o s e m e a n d r o s
da b u r o c r a c i a .
Essas c o l e ç õ e s p r o p õ e m o e s t u d o da arte b r a s i l e i r a e m São Paulo c o m abordagens
ARTES CÉNICAS
s i n c r ô n i c a s e / o u d i a c r ô n i c a s . Do p r e s e n t e e do passado serão d i v u l g a d o s d o c u m e n -
t o s e i n f o r m a ç õ e s , n a r r a t i v a s h i s t o r i o g r á f i c a s e a m e t a l i n g u a g e m dos f a t o s e o b j e t o s
e s t é t i c o s , no universo d a realidade b r a s i l e i r a . PESQUISA 1: CRIAÇÃO DO ESPETÁCULO TEATRAL EM SAO PAULO:
Os e v e n t o s a r t í s t i c o s da atualidade são p r e s e r v a d o s t a n t o s e l e t i v a m e n t e , nos A N U Á -
NO CENTRO E NA PERIFERIA
RIOS das A r e a s , q u a n t o g e n e r i c a m e n t e , nos BOLETINS da H e m e r o t e c a , s e t o r espe-
cializado d o A r q u i v o M u l t i m e i o s . Esse s e t o r cataloga as páginas de a r t e da i m p r e n s a Dada a proposição geral da pesquisa — sistema e contra-sistema — ,
b r a s i l e i r a c o t i d i a n a e p e r i ó d i c a d e São P a u l o — R i o e, q u a n d o possível, d e o u t r o s optamos, tendo em vista a realidade do campo em observação, por
Estados. T r a b a l h o d i á r i o s i s t e m á t i c o será e d i t a d o e m f a s c í c u l o s a partir d e 1979.
analisar o fenómeno cénico em duas manifestações distintas: o circo e
Q u a n t o aos A N U Á R I O S , d e s t a c a m as realizações e a t i v i d a d e s m a i s s i g n i f i c a t i v a s das o teatro. A essa distinção correspondem duas diferenças básicas: o
A r e a s a r t í s t i c a s , no c o n t e x t o s ó c i o - c u l t u r a l da c i d a d e . A p r e s e n t a m s í n t e s e s , dados
circo — especialmente o circo-teatro. modalidade em que se fixou a
r e f e r e n c i a i s , f i x a n d o a situação do fato no p r ó p r i o i n s t a n t e e m que o c o r r e . Transmi-
t e m a i m a g e m de s e g m e n t o s das a r t e s e m São Paulo, no p a n o r a m a de n o s s o mo- pesquisa — constitui um tipo de espetáculo que atende às faixas peri-
m e n t o . Serão " f o n t e s p r i m á r i a s " , no f u t u r o . féricas e mais pobres da população urbana, enquanto o teatro — espe-
No que se r e f e r e à produção das Equipes Especializadas, o p r i n c í p i o é t i c o e p r o f i s -
cialmente sob o ângulo enfocado no trabalho — é uma manifestação
sional e s t a b e l e c i d o p e l o Diretor d o IDART e D i r e t o r e s d o C e n t r o d e Pesquisa t e m cénica endereçada às classes mais abastadas e tem seu núcleo principal
sido o de i n c e n t i v a r a a u t o g e s t ã o das Areas, d e s d e q u e e x i s t e m e s p e c i f i c i d a d e s situado nas zonas centrais da cidade.
t i p o l ó g i c a s e m cada uma. Evitamos o d i r i g i s m o c u l t u r a l , r e s p e i t a n d o a plena liber-
dade de e x p r e s s ã o . Procuramos e s t i m u l a r a c o n s c i ê n c i a da r e s p o n s a b i l i d a d e i n d i v i - Considerando o amplo espectro de assuntos propostos, a equipe se-
dual do p e s q u i s a d o r , c o m o autor d o trabalho c i e n t í f i c o , t a n t o no t e x t o quanto nas lecionou voluntariamente os que diziam respeito ao espetáculo e a
várias etapas das t a r e f a s de c a m p o , o que t e m r e s u l t a d o n u m p r o c e s s o salutar de seu processamento a nível de produção. A produção é tomada aqui, no
seleção e s p o n t â n e a . •
sentido global, incluindo desde a feitura material do espetáculo, passan-
Os c r i t é r i o s básicos e a p r o g r a m a ç ã o g l o b a l / o r g â n i c a t ê m s i d o e s t a b e l e c i d o s pelos do por sua elaboração artística, até a colocação do produto final junto
Diretores, o u v i d o o C o n s e l h o d e Pesquisa, f o r m a d o pelos S u p e r v i s o r e s de Áreas,
ao público.
A s s i s t e n t e J u r í d i c o e A s s i s t e n t e s Técnicos.
Esta s é r i e inicial de p u b l i c a ç õ e s c o r r e s p o n d e ao período 1976/77, e m que Décio Dentro da mesma perspectiva de seleção. foram excluídas determinadas
P i g n a t a r i . então D i r e t o r d o Centro d e Pesquisa d o IDART, p r o g r a m o u p a r a todas as manifestações teatrais que circulam entre o centro e a periferia: teatro
A r e a s u m a t e m á t i c a g e r a l : ARTE E M S A O PAULO. DENTRO E FORA DO SISTEMA, operário, teatro estudantil (secundário e universitário) e grupos experi-
" n o s e n t i d o d e r e g i s t r o e análise não só d e m a n i f e s t a ç õ e s i n s t i t u c i o n a l i z a d a s , c o m o mentais. No que se refere ao circo, foram deixadas de lado as grandes
t a m b é m de m a n i f e s t a ç õ e s c u l t u r a i s m a r g i n a l i z a d a s " , segundo palavras do autor
do p r o j e t o .
empresas, apoiadas numa sólida organização, e que se dirigem a um
público de maior poder aquisitivo.
C o m a saída v o l u n t á r i a de Décio Pignatari, Paulo Emílio Salles G o m e s , a s s u m i n d o o
m e s m o c a r g o , a c o m p a n h o u o t é r m i n o das p e s q u i s a s , e m s e u ú l t i m o t r a b a l h o de Selecionamos sete espetáculos em cartaz no período de novembro/75
direção cultural. a março/76. Esta seleção visou as várias tendências existentes no
Verbas i n s u f i c i e n t e s nos i m p e d i r a m de realizar o p r o g r a m a da s é r i e D O C U M E N T O teatro paulista (."Muro de A r r i m o " , "Rocky Horror Show", " A i de t i , Mata
V I V O . que d i v u l g a r i a o grande e precioso v o l u m e de r e g i s t r o s e i n f o r m e s s o b r e arte H a r i " , "Roda Cor de Roda", "Lição de Anatomia", "Simbad, o Maru-
brasileira c o l e t a d o s e p r o d u z i d o s pelo Centro de Pesquisa, e m suas o i t o Á r e a s .
j o " , "Absurda Pessoa"). No que se refere à delimitação de tempo, foram
C o m a a s s i s t ê n c i a t é c n i c a de Fernando L e m o s , para exame das p o s s i b i l i d a d e s grá-
f i c a s , d e c i d i m o s lançar o s A N U Á R I O S — p r o j e t o de Paulo E m í l i o — e i n i c i a r a abordados diferentes momentos da criação cénica: peças que vieram de
coloçflo PESQUISA. Escolhemos j u n t o s os t e m a s ainda não abordados e m l i v r o , ao estrear, peças em meio de carreira e peças em vias de sair de cartaz.
monos sob os ângulos focalizados pelo IDART. Sendo a programação do circo mais flexível (um circo poderia levar, em
' i . | . i r M i i t . i m estes trabalhos o t e s t e m u n h o do jovens p o s q u i s a d r - o s , .! M Tentando, uma semana, sete peças), nosso interesse ficou mais centrado no es-
i . . H I . I I K I I I .•/ou iin.-ihsando a arte de nosso meio e nosso t e m p o . quema de produção do espetáculo circense. Foram selecionados seis
circos em níveis diferentes de produção — dos mais ricos aos mais
r Lu id I tiuimi.i 11 .IH. u
pobres.
A pesquisa foi realizada pela totalidade da equipe, sem distribuição
PESOUISA 3: ENCENANDO QORPO SANTO: UM PROCESSO DE
de funções. Seu principal instrumento foi a entrevista gravada, da qual
CRIAÇÃO MARGINAL
foram extraídos os seguintes itens:
Em torno da dramaturgia de Qorpo Santo, o grupo Lanterna de Fogo
Relações sociais no circo: o grupo familiar (a moradia, a criança e a
uniu-se na tentativa de procurar, por caminhos menos convencionais,
escolaridade), o trabalho (contatos, divisão, folga semanal), as relações
elaborar uma pesquisa que, partindo da análise dos textos do autor,
com a televisão e còm o Estado ;
resultasse numa encenação esclarecedora.
Estrutura empresarial do circo: proprietário, assalariado, capacidade de
Arquitetos, psicólogos, atores e cineastas, durante cinco meses, levan-
lotação, preço dos ingressos, manutenção do espetáculo, equipamento,
taram todos os textos dramáticos de Qorpo Santo (inclusive os que
divulgação, subvenção, direitos autorais, assentamento do circo e dura-
constaram unicamente da primeira edição de 1877), a tese de Flávio
ção da temporada;
Aguiar, estudos surgidos na imprensa gaúcha, paulista e carioca, as
O espetáculo no circo: picadeiro, show, apresentação da peça, repertó- críticas a encenações profissionais e amadoras. A esta busca, como
rio, ensaios, interpretação, cenários e figurinos; observadores-participantes integraram-se os pesquisadores do Centro
Relações sociais no teatro: relações de trabalho, económicas, com a de Documentação e Informação sobre Arte Brasileira Contemporânea,
crítica, censura, sindicato. O lazer; vindos dos setores de Artes Cénicas. Arquitetura e Literatura, numa
tentativa de pesquisa multidisciplinar, feita com o sentido de abordar
Organização material do espetáculo teatral: empresário, assalariado,
Qorpo Santo e a criatividade de um grupo, com características próprias,
produção executiva, direitos autorais, manutenção de espetáculo e ma-
a partir de suas áreas de especialização.
nutenção da casa;
O espetáculo no teatro: criação do texto, concepção do espetáculo, O registro de todo o processo se fez através de procedimentos diversos:
interpretação, cenografia e música. diário de pesquisa, entrevista, gravações e filmagem em Super-8, dos
laboratórios de criatividade e da encenação (espetáculo tríplice) que
Lanterna de Fogo elaborou na etapa final da investigação.
Uma vez terminada a primeira pesquisa, sugerimos à equipe, numa
segunda etapa de trabalho (agosto de 1976) que cada um assumisse a Em poder da área. encontra-se um dossier dos trabalhos, contendo a
responsabilidade da próxima escolha, apresentando seu próprio projeto descrição das reuniões, debates, estudos sobre o autor, bem como a
(sem esquecer contudo seu caráter coletivo) e a partir dos temas sur- análise do processo de criação do grupo, etapas de organização, exercí-
gidos fossem se constituindo pequenos grupos de trabalho, caso algum cios, apresentação final.
dos planos interessasse aos outros participantes. Assim foi que apa-
receram os temas — mais tarde aprovados pela direção do Centro:
Encenando Qorpo Santo: um processo de criação marginal; Dança em PESOUISA 4: TEATRO OPERÁRIO NA CIDADE DE SÃO PAULO
São Paulo, logo limitada a um item desse tema mais amplo: Formação,
funcionamento e perspectivas do Corpo de Baile Municipal. A partir do noticiário de uma imprensa dirigida à classe trabalhadora,
e contactos mantidos com participantes do movimento, foi-nos possível
reunir dados para a elaboração do trabalho, no qual se procura mostrar
PESOUISA 2: CORPO DE BAILE MUNICIPAL a existência de um teatro ignorado pelos especialistas, mas de profunda
identidade própria, dirigido a uma parte muito grande da população, cujo
0 objetivo da pesquisa foi estudar como funciona o Corpo de Baile projeto de vida se opunha frontalmente ao das classes dominantes.
Municipal, entidade artística dedicada à realização de espetáculos de
.i.111« .i dentro da estrutura da Prefeitura do Município de São Paulo, í. Estritamente vinculado ao movimento operário, esse teatro acompanhou
q u t l pertence. Foi feita a história da entidade, desde sua fundação, em muitos de seus estágios: esboçou-se no final do século, atingiu seu
rn.H. de M M fase inicial que durou até 1973 e da fase corrente, discutir apogeu em seu primeiro decénio dando início, a partir de 1930. a sua
d o n o as orientações e propostas de ambas as fases, distinguidas pelas trajetória final até descaracterizar-se quase completamente durante os
dl rações artísticas de. respectivamente. Johnny Franklin e Antônio Car- anos 60.
<..HIIM\ < Im.ili/.indo com uma analise das dificuldades enfren- Qual o significado dessa manifestação? Qual a temática apresentada
i.i.l.ci |»H.i i iiiii|).ini)i,'i devido a sua vinculação burocrática, às quais por sua dramaturgia? Quem o fazia? E para quem?
M I M >i|>un<!»'in vani.Kjens de outra ordem. Ajuntou-se ao trabalho a rea-
O rumo atemporal assumido pelo movimento no Brasil, a universalidade
i 'to de um filme em 16 mm e a cores, registrando um dos trabalhos
pregada pelos anarquistas, levou-os a utilizarem-se, em grande parte,
1

iln I|MI|M> o liulr A p o c t l i p t l s " , e coligiu-se material fotográfico e slides


de uma dramaturgia importada (na maioria das vezes, escrita em italia-
• i' ••!»( l o i nntluos e correntes da companhia.
no), já de êxito comprovado, onde ficasse claro e patente "uma alta e
serena filosofia social de justiça, liberdade, igualdade e. paralelamente,
uma acerba crítica do mundo atual".
Por outro lado. sendo a arte considerada uma função natural, co-
mum a todo indivíduo, não é estranho que a dramaturgia surgida no
teatro anarquista tenha sido feita não apenas por escritores da pequena
burguesia, mas também por tipógrafos, garçons, alfaiates e sapateiros,
cujo mérito era aproximar o que se dizia em cena de um testemunho
de vida pessoal, que concedia aos ouvintes a plena certeza do que
estava sendo dito.
Perfeitamente integrado na festa operária, esse movimento teatral
extraía sua força de existir como celebração de caráter coletivo. onde
além de destruir o que deveria ser destruído, possibilitava a antevisão
de uma sociedade perfeita, ideal, harmónica, subsistindo através da
absoluta liberdade individual.
Cópias dos noticiários, crónicas e críticas acham-se anexadas ao texto
de análise. Foi possível também levantar cerca de quarenta e quatro
textos dramáticos, desconhecidos em sua maioria pelos historiadores
de teatro.

B O Z Z E T T O D R A M M A T I Ç O
PESOUISA 5: GRUPOS ATUANDO À MARGEM DO SISTEMA
CONVENCIONAL DE PRODUÇÃO
IN U N ATTO

Com o intuito de complementar a pesquisa 1 (espetáculos nas zonas


centrais e espetáculos em bairros periféricos), iniciamos em 1977 uma CON PROLOGO I N VKRSI KD INNO CORA L E
análise de projetos teatrais marginais, grupos amadores, semiprofissio-
nais ou mesmo profissionais, cujos programas de atuação se afastem
Dl
daqueles mantidos pelos chamados grupos convencionais.
Dispondo já de um material bastante bom. finalizamos no momento o P I E T R O G O R I
texto de análise.

CATALOGO DO ARQUIVO FOTOGRÁFICO FREDI KLEEMAN — elaborado


pela pesquisadora Maria Lúcia Pereira, apenas como finalidade de di-
vulgação do material.

BIBLIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA SOBRE TEATRO BRASILEIRO

Foram arroladas quatro mil fichas, referentes a fontes contemporâneas.


•.«•( i i n . l . i n a s «• impressas a partir do teatro jesuítico até 1976, surgidas
nm formo de artigos, ensaios, monografias e publicações periódicas.

1'iiulo. I.I.IKI de 1978

MAMIA I H l RCZA VARGAS


l'n«i|HiriiuJora — IDART
Nas primeiras décadas do século XX a cidade de São Paulo recebeu
um imenso contingente de imigrantes europeus que se enraizariam
definitivamente na vida da cidade *.
Os europeus foram recebidos como homens que traziam para cá sua
força de trabalho. O país ignorou durante muito tempo que, além
dessa força, esses homens traziam uma cultura própria e, consequente-
mente, sua própria arte. Sem obter nenhum reconhecimento da sua
especificidade, os europeus criaram o seu espaço cultural dentro da
cidade. Durante pelo menos três décadas cantaram as suas canções na
língua do país de origem, construíram bairros com uma fisionomia
mediterrânea, escreveram e publicaram os seus jornais e encenaram,
todos os sábados, as peças que representavam as suas aspirações de
trabalhadores oprimidos confinados na indiferença da sociedade bra-
sileira.
O objetivo deste trabalho é registrar a fisionomia de uma dessas
múltiplas atividades culturais. Entretanto, enquanto falamos do teatro
realizado pelos trabalhadores imigrantes é importante observar antes
que a organização e a constância desse teatro só poderiam ter nascido
de uma comunidade muito rica de múltiplas referências culturais. O
caráter nitidamente político desse teatro deixa entrever que o contin-
gente de trabalhadores que aportou ao Brasil partilhava as inquietações
e teorias do movimento social europeu. Alguns desses homens saíam
da militância libertária para repetir no continente americano a tarefa
de propagar seus ideais.
Pela sua possibilidade de sintetizar diferentes meios de comunica-
ção e pelo encontro social que proporciona, o teatro torna-se o veículo
ideal para dinamizar a convivência e expressar as aspirações coletivas
desses trabalhadores **.

Entre 1887 e 1902 São Paulo recebeu cerca de o i t o c e n t o s m i l i m i g r a n t e s italianos,


noventa mil e s p a n h ó i s , oitenta m i l p o r t u q u e s e s . dezoito mil austríacos e v i n t e e
cinco m i l o u t r o s de nacionalidade variada. Para se t e r u m a ideia de c o m o era
grande a i n f l u ê n c i a italiana, basta dizer q u e . por volta de 1895. os italianos cons-
t i t u í a m u m t e r ç o da população da c a p i t a l , calculada e m quase c e n t o e cinquenta
mil habitantes.

Resolução aprovada no II C o n g r e s s o Estadual O p e r á r i o de São Paulo, realizado


e m 1908: " O II C o n g r e s s o aconselha aos s i n d i c a t o s a fundação de c e n t r o s dramá-
t i c o s sociais e de sessões onde se e n t r e t e n h a m os sócios e m palestras a m i g á v e i s " .
É ainda um teatro europeu, tão vivo e atuante quanto as necessida- Parte da documentação consultada para este trabalho encontra-se hoje
des humanas e sociais do trabalhador imigrado. No palco pode-se no Arquivo Edgard Leuenroth, na Universidade de Campinas. Além disso
satisfazer a necessidade de lazer, assim como erigir a tribuna e reivin- o trabalho foi realizado com os depoimentos das seguintes pessoas: Ger-
dicar as mudanças das condições de vida. O ator e o espectador parti- minal Leuenroth, Sônia Oiticica. Edgar Rodrigues. Francisco Cuberos Ne-
lham a mesma experiência anterior, assim como o cotidiano nada fácil to, Jayme Cuberos. Lélia Abramo, Fúlvio Abramo, Radha Abramo. Maria
de um novo continente. O teatro é uma reafirmação dessa sociedade Valverde e Cecílio Valverde. Transmitiram-nos a herança da convivên-
Essas características, esboçadas sumariamente, servem para mar- cia e das informações dos que já não podem testemunhar: Bortolomeo
car a profunda diferença entre o teatro do trabalhador europeu e o Scarmagnan. José Oiticica. Edgard Leuenroth
teatro paulista da mesma época. São dois mundos diametralmente
opostos como ideologia e como modo de produção da arte. Essa espe-
cificidade deveria ser suficiente para garantir ao teatro dos trabalha-
dores um lugar especial na historiografia da cultura brasileira.
Mas o Tamanduateí funciona, na geografia social da cidade, como fosso
intransponível. A comunicação entre o mundo do imigrante e a
totalidade da cidade se faz. durante três décadas, apenas nos conflitua-
dos locais de trabalho. E quase sempre com diálogos pouco amistosos.
Os historiadores pertencem ao aquém Tamanduateí. Não são convidados
para os teatrinhos do Brás. E colaboram para omitir dos registros essa
experiência cultural a que negam um valor artístico.
Não há influência nem intercâmbio entre esses dois teatros. Quan-
do o teatro dos trabalhadores precisa revitalizar-se recorre a textos
importados. Ou então procura criar trabalhos que se assemelhem tanto
quanto possível aos moldes já convencionais do teatro libertário.
Fica claro também que. se esse teatro é mantido no esquecimento,
não é apenas por descuido ou ignorância. Os homens no poder conhe-
ciam o seu conteúdo político e agiram no sentido de reprimir essa
forma de atuação cultural. No caso de perseguição política havia uma
preocupação especial em destruir as bibliotecas dos centros culturais
ou mesmo de particulares. Uma tarefa que. realizada com eficiência,
tornou quase impossível a reconstituição atual do teatro de inspiração
libertária.
A destruição total só não se efetivou por obra de uma resistência
em surdina. Com a mesma energia com que lutaram pelos seus direitos
os trabalhadores imigrantes defenderam cada fragmento de papel que
registrasse a vasta obra realizada. Guardaram nos porões e na memó-
ria a lembrança de um teatro que desapareceu durante o Estado Novo.
Agora que a história da classe operária começa a ser vasculhada
intensivamente, no momento em que a Universidade admite a impor-
tância dessa história para compreender o país, pode-se admirar inte-
gralmente a persistência e amor dos trabalhadores e dos seus descen-
d e n t e s p e l a história e pela cultura. Enquanto os homens do poder regis-
h . I I . I M I ,i a r t e c o m o u m a realização formal, os habitantes do B r á s cnten-
• l . i , i m n.i c o m o um dos instrumentos que uma sociedade dispõe p a r a
u i e l l i n i . i l ,i v i d a d o homem. Com essa consciência guardaram o que foi
ponnivel como testemunho de uma época, como testemunho do outro
I i.l.i .l.i . uladc
monte o " P r i m o M a g g i o " do Cion. q u a n d o os mantenedores da o r d e m b u r g u e s a vieram
p e r t u r b a r o s o s s e g o . D i s s e r a m lhes que o H p i t á C U l O era particular Os homenzinhos
t e i m a r a m e m entrar e c o m o houvesse protestos, i r r o m p e r a m furiosamente, chama-
r a m tropas — ate cavalaria! — assustando m u l h e r e s e c r i a n ç a s , r e v i s t a r a m os
e s p e c t a d o r e s , d e c l a r a r a m suspenso o e s p e t á c u l o . p r e n d e r a m trôs c a m a r a d a s Tortl.
M a r c o n i e C e r c h i a i . U m dos e n f u r e c i d o s m a n t e n e d o r e s da d e s o r d e m p u x o u u m faca-
Ihão. c o m o se alguém o atacasse e no p o s t o m o s t r o u se pesaroso por nao toi f e d o
das suas. P o v e r i n o . Nâo estava satisfeito por nào ter e x e r c i d o c o m a d o s o j a d a
perfeição o a c a b a m e n t o d o seu d e s o n r o s o o f í c i o de d e s o r d e i r o Rogistromos o

TEATRO OPERÁRIO EM passemos adiante ( O A m i g o do Povo, 2 1 . 6 1902.)

SÃO PAULO Não é difícil supor que esse espetáculo tenha atrás de si uma ges-
tação relativamente longa e que seja a confirmação de um hábito tea-
tral pouco posterior ao estabelecimento de imigrantes europeus em
São Paulo. Há um grupo de amadores representando um texto que p
Em São Paulo o teatro feito por operários desde o início do século
policiamento (preventivo?) acredita capaz de exaltar o ânimo dos es-
XX mantém um ciclo evolutivo paralelo aos movimentos de participa-
pectadores. O comentarista de O Amigo do Povo refere-se à presença
ção da classe na história política do país. Há uma progressão do movi-
de mulheres e crianças na plateia. Uma sala repleta e um público cons-
mento teatral até 1930, momento em que os trabalhadores são obrigados
tituído por famílias deixam entrever um conhecimento prévio do con-
a revisar suas posições diante de uma nova realidade do país. Até
teúdo do texto e da forma de encenação adotada pelo elenco.
1937 esse teatro continua existindo com menos regularidade, minimi-
zado pelas cisões ideológicas no seio da própria classe. De 1937 a 1945 Sobre o desenvolvimento anterior desse teatro é pouco o que se
a predominância do sindicato corporativista na regulamentação da ativi- pode saber efetivamente. Os registros sobreviventes datam do ap.it«
dade operária e a repressão concreta desencadeada sobre as organi- cimento da imprensa operária São as oficinas gráficas, transformadas
zações independentes aniquilam, junto com a movimentação política, em redações autónomas, que permitem uma aproximação documental
o movimento cultural da classe. desse teatro.
O corte provocado pelo Estado Novo é brusco, concreto e, até certo
Entretanto, o estabelecimento de uma imprensa operária na cidade
ponto, irrecuperável. Sem analisar os motivos que levaram ao en-
de São Paulo, quase ininterrupta de 1901 a 1930, reflete um processo
fraquecimento das lideranças espontâneas (quase sempre preenchi-
de pelo menos alguns anos de associação e autoconhecimento da clas-
das por militantes libertários), interessa aqui observar que a polícia
se. Quando surge a imprensa, há simultaneamente a divulgação de uma
política impediu o funcionamento do espetáculo semanal, e fez desa-
parecer a maior parte dos documentos que tornariam possível o atividade teatral solidificada.
conhecimento da atividade teatral. A l é m das bibliotecas sindicais e dos A notícia reproduzida (1902) permite concluir que já há grupos formados
centros de cultura, desapareceram incontáveis bibliotecas particulares, para a representação, um repertório próprio e um público para os
de militantes anarquistas. Após 1945, o movimento cultural que procura sábados.
se reorganizar retomando o fio rompido em 1937 não dispõe mais de
condições para recuperar o tempo e o esforço perdidos. Há pratica- Antes da expressão gráfica a classe operária já se vincula socialmente
mente um único grupo funcionando nos moldes e com objetivos idênti- através do encontro teatral.
cos aos grupos anteriores ao Estado Novo. É evidente que as mesmas
táticas terão um raio de ação muito menor em vista das modificações Segundo um depoimento de Radha A b r a m o os primeiros espetá- 3

ocorridas nessa década de " t r a b a l h i s m o " . Os melhores tempos já fica- culos teatrais são simultâneos à chegada dos primeiros contingentes
ram para trás e terminaram, mais precisamente, em 1930.
Os primeiros registros desse teatro operário referem-se a um es- 2. O m o v i m e n t o social em São Paulo foi i n i c i a d o pelos anarquistas q u e f u n d a r a m
entre outros j o r n a i s , em 1892 ou 1893. u m p e r i ó d i c o d e n o m i n a d o Gli Schiavi Bian-
petáculo realizado em 1902, onde a presença da polícia é simultânea à
c h i ( B e n j a m i n Motta, c i t a d o por Edgar Rodrigues e m N a c i o n a l i s m o • cultura so-
do publico: c i a l , p. 20).

' • • I M I I O . dia 1 7 do c o r r e n t e , realizava-se no Cassino P e n t e a d o


1 um espetáculo em 3. " E r a uma e s p é c i e de teatro r e p e n t i s t a " , c o n t a Radha A b r a m o . " U m a d r a m a t i z a ç ã o
lavor «li propaganda pelo o p ú s c u l o e m p o r t u g u ê s . Ouvia-se a t e n t a m e n t e e pacifica- de um a c o n t e c i m e n t o que era i m p o r t a n t e na o c a s i ã o . Sua finalidade era fazer c o m
q u e os o p e r á r i o s c o m p r e e n d e s s e m u m a situação e fossem o b r i g a d o s , dianfe dela,
a t o m a r uma a t i t u d e . Uma i m p r o v i s a ç ã o dessas não levava mais de t r ê s m i n u t o s
1. O Cassino Penteado estava s i t u a d o na Rua R o d r i g u e s d o s Santos, no b a i r r o do
Radha nos t r a n s m i t i u o que ouviu de um dos mais antigos p a r t i c i p a n t e s de uma
l u A » , j u n t o à F á b r i c a Penteado.
dessas d r a m a t i z a ç õ e s . S e g u n d o o Sr. R o m e r o reuniam-se alguns o p e r á r i o s em
de imigração (1876). Ainda no período imperial esses estrangeiros se processa idealmente através da arte. Vale a pena mencionar aqui
criam rapidamente esquemas de autoproteção destinados a compensar observação do critico anarquista Herbert Read a esse respeito:
as condições insatisfatórias de trabalho do país.

CHIM ftf CIPTMII SUMI


CHI mui ?C66 - :jo foulo/ST
CGT.: OIMO-Sífl

S o c i e d a d e d e Beneficência Guglielmo Sociedade de Beneficência Guglielmo


O b e r d a n . Fachada o r i g i n a l . A r q u i v o d a O b e r d a n . Sala d a diretoria. (1977)
Sociedade, ( s / d )

Os organismos iniciais de proteção são sociedades de ajuda mútua,


preparando comités de recepção para amparar e esclarecer os traba- Bandeira da S o c i e d a d e .
lhadores recém-chegados.
Ideais are admittedly vague, a n d that is p e r h a p s w h y a scientist finds it diMicult t o
Uma vez que as razões da imigração variam (há exilados políticos tolerate t h e m . But they n e e d not t o be unreal o r ineffective. Even II w e r e g a r d t h e m
as mirages, w e must r e m e m b e r that t h e m i r a g e gives energy a n d d i r e c t i o n t o a m a n
entre os imigrantes italianos), os membros dessas sociedades intelec- lost In the desert. B u t ideais d o not n e e d t o remain m i r a g e - l i k e . They c a n be r e n d e r e d
tualmente privilegiados se encarregam de dar assistência cultural aos both c o n c r e t e and vital.
recém-chegados. Além do auxílio material, preocupam-se em alfabetizar This c o n c r e t i z a t i o n a n d vitalization of ideais is o n e of the m a i n tasks of t h e aesthetic
e instruir sobre as condições de trabalho que encontrarão no novo activity in m a n . It is only i n so far as a n ideal b e c o m e s c o n c r e t e that it b e c o m e s
país. E nesse momento que. segundo o depoimento, o teatro entraria c o m p r e h e n s i b l e t o t h e reason a n d s u b j e c t t o rational c r i t i c i s m . A n ideal h a s t o be
como meio didático para preparar os trabalhadores. realized in artistic o r p o e t i c f o r m before it c a n b e c o m e actual e n o u g h for d i s c u s s i o n
and a p p l i c a t i o n . Herbert Read, Anarchy a n d order.)
A origem dessa concepção didática e doutrinária do teatro está ligada
certamente à composição étnica da classe operária. São os italianos, Por um lado a arte é o veículo certo para projetar a imagem de
como parcela numericamente mais significativa da composição da uma sociedade ideal, cuja característica básica é a harmonia coletiva
classe nesse início de industrialização, que assumem e impõem conti- subsistindo através da absoluta liberdade individual. Por outro lado os
nuidade à atividade teatral. princípios filosóficos do anarquismo pensam a arte como uma função

O teatro é aqui o seguimento de uma experiência anterior, em solo


italiano, largamente desenvolvida durante as lutas sociais do período
de unificação.

De forma muito particular, a divulgação das teorias sociais liberta-

associações o u residências e d u r a n t e a reunião o t e m a era dado. Uma das cenas,


por e x e m p l o : patrão e esposa (ambos caracterizados pelo u s o d o chapéu) e s t ã o
numa feira. C o m e ç a m a c o m p r a r d e tudo. U m a família operária observa-os. O
vendo pquele e s b a n j a m e n t o , e n c a m m h a - s e e m d i r e ç ã o aos ricos e tenta
tu.ir «IH»», alguma coisa O patrão se irrita; a esposa d e p o i s d e u m m o m e n t o d e
i ...io agrido o m e n i n o . O o p e r á r i o i n t e r v é m travando-se i m e d i a t a m e n t e u m a
lulu ' . i . g u n d o o Sr. Romero q u a n d o as c e n a s e r a m p o r d e m a i s r e c o n h e c i d a s havia S o c i e d a d e de Beneficência Guglielmo
•'• l " " " e até m e s m o ( c o n f o r m e o caso) m u i t a pancadaria. Os a s s u n t o s desses
1
O b e r d a n . Reunião festiva. A r q u i v o d a S o -
impmvlnoft e r a m q o r n l m e n t e : g r e v e , delação, condenação de u m estado d e apatia.' ciedade, ( s / d )
EntTt outras coisas o teatro é aqui uma continuidade do esforço de
natural, comum a todos os indivíduos e vinculada à necessidade expres- senvolvido pelo imigrante para. através da unidade do grupo étnico,
siva. Está intimamente ligada ao cotidiano e. portanto, à prática política organizar uma defesa como classe
necessária para a transformação social. É ao mesmo tempo um instru-
mento de crítica e de projeção, com o valor das miragens citadas Há dois tipos de apelo envolvendo a representação cénica: um de
por Read. caráter evocativo, que preserva o espírito de italianidade. e outro
Se considerarmos que tanto na Itália quanto no Brasil o pensamen- de natureza ideológica, procurando criar uma consciência de classe.
to libertário informa as reivindicações das classes trabalhadoras, é Essa dualidade presente na atividade teatral (e até certo ponto
fácil verificar que essa tendência para a realização poética de um conflitante) influi sobre o modo de associação e, consequentemente,
mundo imaginário uai tomar um caráter acentuadamente proselitista e sobre o resultado final do espetáculo.
didático. As linhas gerais são definidas com muita simplicidade num
texto de Luigi Molinari, editado em 1905 juntamente com uma coletânea Enquanto a atividade dos primeiros grupos de ajuda mútua lança
de dramas libertários: mão de um teatro exclusivamente didático, acompanhando o fluxo da
chegada dos navios, o teatro do começo do século se endereça a uma
Não resta a menor dúvida de que o t e a t r o é u m m e i o e f i c i e n t í s s i m o para educar as população fixa, empenhada em diversas atividades industriais e
massas. A h i s t ó r i a da arte d r a m á t i c a nos ensina que e m todos os t e m p o s , e m todos urbanas.
os povos, pessoas c o m real capacidade serviram-se d o palco para i n f u n d i r no povo,
s e n t i m e n t o s de amor ao b e m , à l i b e r d a d e , ao s a c r i f í c i o , ao altruísmo. Nos primeiros cinco anos do século calcula-se que noventa por
O r a . não nos a d m i r e m o s c o m os que p r o c u r a m d i f u n d i r novos princípios de uma moral cento do proletariado urbano é constituído por imigrantes de várias
v e r d a d e i r a m e n t e socialista e libertária usando as r e c i t a ç õ e s , as d r a m a t i z a ç õ e s , obtendo nacionalidades, predominando os italianos e. em segundo lugar, espa-
p r o s é l i t o s para ideias que c u s t a m tanto a vingar, i m p e d i d a s pelos que v ê e m na sua
implantação, o ocaso da exploração desumana.
A nossa finalidade, sem r e t i c ê n c i a s e sem jesuísticas restrições é utilizar o Teatro
Popular para demonstrar q u a n t o são incivis e d e s u m a n a s as bases d a s o c i e d a d e a t u a l ;
quanto é nefasto ao d e s t i n o da e s p é c i e humana o s i s t e m a atual da f a m í l i a , vinculado
à religião e à l e i : quanto sangue custa a ideia s e l v a g e m do p a t r i o t i s m o ; quanto são
tirânicas (apesar das aparências) as f o r m a s p o l i t i c a s que nos e n c a n t a m . (Luigi
M o l i n a r i , II teatro p o p o l a r e , Mantova. Tip. delia Università Popolare. 1905 — p á g i n a d e
apresentação.)

Esse texto é particularmente conhecido pelos grupos que aqui fa-


zem teatro. Está vinculado a uma antologia de teatro popular que
serviu durante anos como única fonte para os elencos operários. Mas
representa também uma segunda etapa de trabalho, momento em que
os grupos já conseguem acesso às peças de teatro escritas por militan-
tes libertários.
Não é preciso remontar às origens da dramaturgia italiana para iden-
tificar os primeiros trabalhos do teatro operário em São Paulo. As
primeiras encenações são obras conhecidas de autores italianos ou
franceses representadas sempre em língua italiana.
É de se supor, naturalmente, que os espetáculos reproduzam, dentro
dos limites dos meios de expressão disponíveis, o espetáculo dos
palcos italianos. Não há outra informação cénica disponível. Quando
eventualmente frequentam o teatro profissional, é para assistir alguma
companhia italiana que em nada contribui na renovação da prática
teatral.
Nesses primeiros anos, mesmo quando a imprensa operaria ja existe
• •in português (O Amigo do Povo, por exemplo), o teatro programado Sociedade de Beneficência Guglielmo Bandeira da Sociedade Gugliemo Ober-
o divulgado pelos jornais é quase sempre em italiano (raramente em O b e r d a n . Sala da diretoria. A r q u i v o da d a n . (1977)
Sociedade, (s/d)
i".pniihol)
nhóis. Em 1901. cinquenta mil trabalhadores do Estado de São Paulo minar a carpintaria e a confecção de telas, assim como dominam as
são imigrantes . 4 técnicas disponíveis da composição gráfica. Já a fotografia ou mesmo
o desenho documental são raros inclusive n;i imprens.i (Ju.ise todo o
Até 1914 o Estado havia recebido 845 816 imigrantes italianos. material iconográfico se resume nas antigas matrizes muitas vezes
Dos trabalhadores que se destinavam originalmente ao campo, grande hei dadas de periódicos europeus. As ilustrações se repetem com
parte deslocava-se para a capital assim que tomava contato com as liequencia para marcar datas sigmficativas do movimento operário eu
verdadeiras condições do trabalho rural. Procuravam a solidariedade para reforçar ideias semelhantes.
possível no meio urbano, difícil de ser atingida na amplidão das pro-
priedades rurais Da mesma forma o teatro é registrado através da preservação dos
textos e dos comentários críticos da representação. O trabalho de re-
Os modos de relacionamento da classe operária tornam-se portanto constituir a sua forma visual é em grande parte especulativo.
mais complexos, atendendo ao progressivo aumento dessa população
de imigrantes de origem e formação políticas diversas. Um sintoma de Há informações sobre os locais de espetáculo. que permitem ava-
que esse relacionamento tende a tornar-se complexo está no apareci- liar as dimensões do espaço assim como a relação entre palco e
mento de uma imprensa como veículo de comunicação entre trabalha- plateia. Duas dessas casas de espetáculo sobreviveram às devastadoras
dores de um único grupo étnico. Há jornais em italiano (La Battaglia), transformações urbanas: o Salão Celso Garcia, pertencente à Associa-
espanhol (Grito dei Pueblo) e alemão (Volksfreund). ção das Classes Laboriosas (Rua do Carmo. n.° 39) * e o Salão da
Sociedade de Beneficência Guglielmo Oberdan (Rua Brigadeiro Macha-
o teatro torna-se também, além de meramente didático. uma forma do. n.° 5) Não são propriamente teatros, mas sim auditórios com
de facilitar o agrupamento. Engloba a aprendizagem, o lazer e a aspi- um palco raso, sem profundidade suficiente para abrigar um complicado
ração artística dos operários. Começa a ser motivado por outros grupos material de cena. Não há bastidores, coxias ou mesmo camarins para
étnicos, como os espanhóis e os portugueses (esses bem mais nume- alojamento dos atores. O Oberdan dispõe ainda de resquícios de treliça
rosos no Rio de Janeiro).

A tendência ideológica predominante na segunda metade do século


A s s o c i a ç ã o das Classes Laboriosas. Salão. (1977.)
XX entre o proletariado europeu vai permanecer em São Paulo até
1930. Não só o teatro como toda a atividade cultural da classe será
inspirada nos diversos teóricos do movimento libertário.

Nos primeiros espetáculos a inclinação para o anarquismo faz-se notar


através das conferências e dos comentaristas que fornecem um quadro
da festa operária.

0 repertório é ainda adaptado. Escolhem-se textos do último período


romântico, folhetins teatrais com alguma reivindicação interessante
do ponto de vista libertário. (É o caso da peça "Gaspar, o Serralheiro",
de Baptista Machado ou mesmo do texto brasileiro Deus e a natureza,
de Arthur Rocha). Em geral são criticados a posteriori pelos especta-
dores pelo seu conteúdo " a r i s t o c r á t i c o " . Isso é evidentemente uma
1 ontingência que não reflete postura ideológica dos elencos. Assim que
01 textos especificamente libertários se tornam acessíveis, desaparece
o dramalhão romântico dos círculos operários. Aparentemente sem
I--.II saudade.

i n i i r os documentos disponíveis quase não há um material icono-


qi.ilieo que permita visualizar a disposição espacial do espetáculo e a
eliihotíiçao dos elementos de cena. Os homens que fazem o teatro têm
I I I I I I I trhdlçao desenvolvida de trabalho artesanal que lhes permite do-
Atualmente esse trecho denomina-se Rua Roberto Simonsan, e o número pas-
sou a 22.
' i i i ' A República Velha, p 191.
I I.I i i m i I H . Italianos no B r a s i l , p. 1 7 0 . Hoje, Rua Brigadeiro Machado, n.' 7 1 .
com poucas vigas e altura reduzida. Não poderia sustentar nada mais pode-se deduzir que a representação do nobre ou do patrão é sempre
pesado do que um telão. semelhante, assim como a construção d l pOrOOflOgOm do trabalhador
As diferenças de época não alteram a visão do conflito fundamental
Os salões são espaços destinados prioritariamente a conferências entre as classes sociais. O teatro deve reproduzir essa visão binária,
ou a números musicais em dias festivos. O teatro aloja-se aí por uma que não exige uma caracterização complexa. Se considerarmos o ho-
contingência. Aliás, o aluguel do teatro é uma das despesas mais pesa- rário de trabalho e a parca remuneração dos elencos na sua vida pro-
das da produção de cada espetáculo. É a primeira coisa que movimenta fissional, podemos concluir que não havia disponibilidade de tempo e
as comissões de festa dinheiro para confeccionar figurinos especiais para cada representação.
Aparentemente essa uniformidade cénica não constitui motivo de
preocupação nem para os participantes nem para os espectadores.
Todos os comentários dirigidos a espetáculos determinados referem-se
exclusivamente à propriedade do texto ou à eficiência dos atores na
transmissão desse texto.

S o c i e d a d e de B e n e f i c ê n c i a G u g l i e l m o O b e r d a n . Palco. (1977)

As prestações de contas arrolam também as despesas com cená-


rio, mas não é possível saber se esses números se referem à confecção
ou ao aluguel do material de cena. Sabe-se apenas que cada salão
possuía um número fixo de telões para cenas de interior, rua ou cam-
S o c i e d a d e de B e n e f i c ê n c i a G u g l i e l m o O b e r d a n Teatro. (1977)
pestres. Embora a qualidade e a dimensão dos telões seja provavel-
mente diferente, o número fixo de telões como propriedade da casa de
espetáculos é uma norma de todos os teatros particulares da época V O detalhamento da cena só interessa a um teatro que tem como
É provável que os objetos tridimensionais, como o mobiliário, seja va- proposta criar uma ilusão de realidade. Não se conhece ainda, mesmo
riável. Mas é pouco provável, pelas precárias condições materiais da fora do campo de ação do teatro operário, uma proposta de atribuir à
produção, que alguém tenha condições para construir especialmente os visualização do espetáculo um campo de significação próprio.
objetos de cada espetáculo.
Antes de mais nada interessa a esse teatro a clareza na transmis-
I.imbém no campo das caracterizações não se menciona a confec- são de uma ideia já formulada no discurso verbal. E é sobre a palavra
ção de figurinos especiais para cada peça. Pela leitura dos textos que se apoia o espetáculo, ignorando o poder de sedução da imagem.
Operando sobre a consciência do espectador o teatro deve comover
' No r e l a t ó r i o das atividades da A s s o c i a ç ã o das Classes Laboriosas, publicado e m através da identificação de problemas. O aspecto sensorial é ainda
1012. pode-se ler: " . . d e s e j a n d o que sejam c o n s e r v a d o s e m bom e s t a d o os cenário?
pertencentes à nossa A s s o c i a ç ã o , a d i r e t o r i a n o m e o u o c o n s ó c i o , Sr. Fernando
uma característica marginal não só do espetáculo operário como de
da Rllva Santos, para o cargo de fiscal do p a l c o " . todo o teatro que aqui se faz no mesmo período.
Essa característica se faz notar através dos depoimentos de espec-
tadores. Com a distância de quarenta anos a memória dos especta-
dores registrou acuradamente o processo de elaboração do espetáculo,
a mensagem dos textos e a impressão de intensa troca de experiências
humanas. Mas ninguém lembra como eram os cenários ou sabe des-
crever mesmo superficialmente a caracterização das personagens. O
que permanece na memória, fundamentalmente é a mensagem global
do teatro e a convivência humana que proporcionou.
O apelo ao teatro é feito a toda a classe operária, divulgado oral-
mente nas fábricas ou através da imprensa. Os atores pertencem a
ofícios vários e são muitas vezes recrutados a partir .da vontade de
representação, sem uma consulta prévia ao seu comprometimento
ideológico. Ao que parece, a vinculação ativa ao teatro é também uma
forma de atração para a militância ideológica. Na prática do teatro as
lideranças formam novos adeptos das teorias libertárias.

A s s o c i a ç ã o das Classes Laboriosas. (1977)

determinada profissão. Os compromissos artísticos independem tam-


bém da associação que os acolhe. No que diz respeito à arte, o grupo
de teatro não consulta e nem aceita interferência das diretorias das
associações de classe.
Os espetáculos são apresentados em diferentes ligas associativas.
É a forma de organização e a função atribuída ao espetáculo que carac-
terizam o seu comprometimento com a emancipação da classe operária,
sem observar formas particulares de associação ou de luta. A relativa
independência do movimento teatral (e também a sua estratificação)

IHS.IBI nas mudanças que ocorrem na história da classe operária estão ligadas
a esses postulados gerais assumidos inicialmente:

IHHIll.I
Os i n t e l e c t u a i s que ajudam o m o v i m e n t o r e v o l u c i o n á r i o e que guiados pelo ideal
q u e r e m apressar o advento de u m s i s t e m a social menos bárbaro, menos s e l v a g e m do
que o presente, a p r o v e i t a m - s e d o teatro para destruir no Povo as seculares supersti-
Sociedade de B e n e f i c ê n c i a Guglielmo ções q u e i m p u s e r a m terríveis o b s t á c u l o s à sua e v o l u ç ã o ulterior. (Luigi M o l i n a r i ,
O b e r d a n . Palco. U r d i m e n t o . (1977) A s s o c i a ç ã o das Classes Laboriosas. (1977)
Teatro p o p o l a r e , v. I I . M i l a n o , Tip. d e l i a Università Popolare. 1907)

Nesses objetivos, divulgados em italiano, existem poucas probabi-


I m princípio, os primeiros convites divulgados pela imprensa para lidades de atrair ou interessar operários de nacionalidade brasileira.
II formação de grupos dirigem-se a operários interessados em fazer É preciso ter ao menos uma familiaridade vaga com a discussão do
l nutro. Mas a liderança desses agrupamentos parte sempre de anarquis- que seja um sistema social. Discussão iniciada na Europa e trazida para
tas mais experientes. cá a meio do caminho.
Mn nino quando o grupo que se forma trabalha na sede de uma Posteriormente (a partir de 1908, pelo menos) os novos grupos esti-
nNNooltçlo de ofício (chapeleiros, gráficos ou sapateiros) não há indi- mulados ao trabalho saem do interior das associações operárias
«iNçnei d t que o grupo seja composto apenas por membros de uma mais preparados para funcionarem como ponta de lança em um traba-
lho de propaganda. Tudo isso é resultado de um desenvolvimento das
práticas associativas, aceleradas pela formação da Federação Operária teatro Jé é uma espécie de métier com suas atribuições definidas e
do Estado de São Paulo, em 1905. contando especificamente com militantes que "tenham disposição p.ir.i
este meio de propaganda". Os objetivos do teatro não se transformam,
O teor dos convites muda significativamente de tom: mas o recrutamento para esse trabalho se torna menos aberto e mais
especializado.
Realizou-se na quarta-feira passada a reunião dos aderentes do G r u p o Filodramático
S o c i a l . Ficou d e l i b e r a d o aceitar c o m o sócios aqueles que t e n h a m d i s p o s i ç ã o para Acontecendo geralmente nas noites de sábado, o espetáculo ó um
e s t e m e i o de propaganda, basta que sejam sócios das Ligas de Resistência ou que desfile de manifestações de géneros diversos, que procuram abarcar
s e j a m o p e r á r i o s de dignidade e c o n s c i ê n c i a . Deliberou-se que para as despesas do
g r u p o : p a p e l , t i n t a , penas. e t c . cada sócio c o n t r i b u i r á c o m a quantia de 500 réis
o máximo de variáveis numa única noite. Um exemplo da programação:
m e n s a i s . Uma nova reunião do grupo será quarta-feira. dia 11 d e s t e m ê s . Já aderiram
a o g r u p o dez c o m p a n h e i r o s . (Luta Proletária, 22 2 . 1 9 0 8 ) PRO ESCOLA MODERNA

O grupo Pensamento e A ç ã o . No salão C e l s o Garcia


Espera-se que o operário vinculado ao teatro já tenha passado pela
Programa:
experiência prévia do treinamento oferecido pelas associações operá-
rias. Também a mensalidade dos quinhentos réis reduz a possibilidade 1.o — "Giordano Bruno" de Moro Mori
2. ° — C o n f e r ê n c i a em p o r t u g u ê s por u m a c a d é m i c o desta car.
do prazer descomprometido e mostra o grupo teatral como uma forma
3. ° — " P r i m e i r o de M a i o " c o m é d i a em um ato de D e m é t r i o
de trabalho doutrinário. Entre as formas de propaganda libertária o 4. ° — C o n f e r ê n c i a em italiano
5. ° — Coro da ópera N a b u c o , d e Verdi
6. ° — Poesia — d e c l a m a ç ã o por uma c r i a n ç a
7. ° — Quermesse

Uma parte do espetáculo. coerentemente com sua origem imigran


te, dedica-se a poesias e canções evocativas de diferentes lugares da
Itália ou da Espanha, quando o espetáculo abriga algum grupo espanhol.
Entre a canção e a representação dramática instala-se o conferen-
cista abordando temas tão complexos e variados quanto os previstos
pelas teorias libertárias.
Nas conferências é evidente o objetivo de atuar sobre a consciên-
Pano de b o c a do p a l c o da Federação Operária do Estado d e São Paulo. (1977) cia proletária num plano que transcende a particularidade do grupo
étnico. Há conferências sobre a questão operária, sobre economia, a
situação da mulher, condições de trabalho ou sobre comportamento
O ângulo de visão é sempre o da classe operária.
Depois disso um "drama de fôlego", às vezes de cinco atos. une o
útil ao agradável, estabelecendo a síntese entre o lazer da música e a
utilidade da conferência. É frequente o uso do ato cómico depois de
drama excessivamente trágico.
Finalizando a noite, o baile é o resumo das oportunidades de lazer
que esses trabalhadores criam para si mesmos.
A festa começa às vinte horas de sábado e termina as quatro ou
cinco da manhã de domingo, É quase todo tempo material q u e um o p e
rário reserva para o lazer e a instrução durante a semana. Se lembrar-
mos que. até 1918. a jornada de trabalho pode durar catorze horas em
algumas fábricas, não sobra muito tempo ao trabalhador para dispersar-
se fora do círculo dos companheiros de classe ou ideologia.
Essa velada operária permanece significativa e muito frequentada
durante, no mínimo, trinta a n o s ^ N o decorrer desses anos não há alte-
rações importantes no movimento artístico. Nem o objetivo e nem a
organização da festa se modificam essencialmente.
Há muito mais unidade na arte do que nos outros movimentos polí- l u t a s . . . Escolha obras m o d e r n a s , e m a n c i p a d o r a s , c o m cujas responsabilidades ama-
ticos e culturais que acontecem no seio da classe. As repercussões d o r e s i n t e l i g e n t e s possam h o n e s t a m e n t e a r c a i . E não nos ponha o cabelo e m pó c o m
a fereza d a s suas e s t o c a d a s e a fúria d e s c a b e l a d a dos seus b r a d o s . . (O A m i g o do
da Revolução Russa introduzem, a partir de 1917, novas posições ideo-
Povo, 9 7.1904)
lógicas e novos problemas de organização. Instaura-se a amarga dis-
cussão entre os libertários e o " m a x i m a l i s m o " . Há cisões e atualizações
das próprias posições libertárias. Enquanto isso o teatro permanece Há certamente uma ideia de que a atividade cultural deve corres-
intocado. Ao que parece os espectadores são imunes aos atrativos da ponder aos tempos modernos. Entretanto essa correspondência deve
originalidade. Algumas peças permanecem no repertório dos grupos ser entendida como um pressuposto da teoria anarquista, que vincula
libertários durante quatro décadas. Não são apenas mero entreteni- a modernidade ao protagonismo da classe operária nas transformações
mento ou pregação ideológica. Transformam-se num ato coletivo, de sociais.
reforço da unidade da classe. É o ritual que remete à função inicial de O que se exige portanto é um deslocamento das atenções da arte
agrupamento desse teatro ("O Primeiro de Maio era a nossa Paixão de para a classe operária. Uma vez atingido esse ponto, não importa a
C r i s t o " , informa-nos o Sr. Jayme Cuberos, antigo participante do Centro incontável repetição de uma mesma obra ou o seu acabamento formal:
de Cultura).
C o n s p i r a d o r e s nào é c e r t a m e n t e u m t r a b a l h o literário, mas c o n t é m uma c r i t i c a dila-
É bem verdade que no decorrer dos anos algumas vozes se levan-
cerante e verdadeira contra as autoridades policiais e g o v e r n a m e n t a i s pelo m o d o
tam contra a " m o n o t o n i a " do repertório e pedem a criação de novas infame e c r i m i n a l d e q u e se servem no preparo de falsos c o m p l o t s , d i s s e m i n a n d o
obras, mais adequadas para expressar a mudança dos tempos: nas massas o ó d i o contra inocentes trabalhadores braçais e i n t e l e c t u a i s , j u s t i f i c a n d o
d i a n t e da ignorância popular suas i n f a m e s r e p r e s s õ e s , d e p o r t a ç õ e s e m a r t í r i o s . . .
Formou-se no Rio um grupo de amadores d r a m á t i c o s c o m o d u p l o f i m de emancipar (La Battaglia, 3 0 . 9 . 1 9 0 5 )
r e c r e a n d o e d e auxiliar a p r o p a g a n d a p e c u n i a r i a m e n t e . O g r u p o pôs-se a ensaiar uma
c o i s a . . . de arrepiar os cabelos da alma e do c o r p o , e que t e m p e r c o r r i d o t o d o s os
teatros a m a d o r e s : o " G a s p a r , o S e r r a l h e i r o " — e o Motta " t e v e talvez a i m p r u d ê n c i a A essa imperturbável uniformidade da festa corresponde também
(é ele que o conta) de d e s a c o n s e l h a r a q u i l o : Vocês não sabem sair desse c a r r a n - uma concepção amplamente humanista da manifestação artística. Em-
c i s m o . . . Vocês estão ainda d o m i n a d o s pela velha concepção cénica de Deus e do
bora estreitamente vinculada ao cotidiano quanto às possibilidades de
Diabo, e não c o m p r e e n d e m nada f o r a desses d o i s t i p o s o p o s t o s " . (Neno Vasco, pre-
fácio de " O I n f a n t i c í d i o " , d e Motta A s s u n ç ã o . São Paulo, fevereiro d e 1907) produção (todos os homens são artistas e o movimento vital é em si
artístico), a arte se refere a uma natureza humana que não pode exer-
cer-se livremente. O estágio atual da sociedade I m p e d e o homem de
Isso é entretanto uma raridade. A atitude crítica predominante preo-
ser plenamente artista.
cupa-se pouco com a inovação ou a qualidade estética das obras.
Limita-se a questioná-las do ponto de vista doutrinário, considerando A arte libertária se concentra, portanto, nas pressões que a im-
as peças formativas de uma consciência operária. É assim que enten- pedem de realizar-se livremente. Há alguma coisa anistórica, inerente
dem também a natureza da arte. Vejamos uma crítica de 1904, de
O Amigo do Povo:

A s sociedades de Resistência c o r r e s p o n d e r ã o aos seus fins quando d e s t e s f o r e m


c o n s c i e n t e s seus associados e o m o s t r a r e m nos seus atos: c o n f e r ê n c i a s , f e s t a s e

Sociedade de B e n e f i c ê n c i a G u g l i e l m o
Oberdan. Concerto. A r q u i v o da S o c i e d a -
de (•/<!)
ao humano para ser recuperada. As análises e críticas batem sempre llieres operárias, arbítrio legalizado do patronato, não se pode dizer que
nessa tecla única da repressão. É essa talvez a característica significa- a temática tenha se tornado anacrónica ou seja aproximada para des-
tiva do social no sistema capitalista. crever as condições de vida e trabalho do operário brasileiro. Por que
transformar uma arte que serve ainda para exprimir a sociedade bra-
Parece desnecessário operar grandes modificações na festa ope- sileira?
rária, uma vez que, do ponto de vista libertário, a relação opresso- Nenhuma dessas festas se encerra idealmente em si mesma.
r e s / o p r i m i d o s permanece fundamentalmente imutável. Devem marcar bem o seu momento de solidariedade. Quanto a isso,
Numericamente é insignificante a quantidade de obras de ficção todos os anúncios são explícitos.
(teatro e literatura) produzida por anarquistas brasileiros durante os Para cada acontecimento teatral, acrescido de música, baile e
anos em que o movimento foi mais atuante. Para expressar um ângulo conferência, há sempre uma finalidade social que transcende o momen-
de visão idêntico da sociedade, as obras traduzidas de línguas europeias to particular daquele agrupamento.
eram perfeitamente adequadas. A inexistência de fronteiras, o mundo Com frequência maior destina-se a renda aos periódicos libertá-
como um todo, a universalidade de problemas e de objetivoa a serem rios. Mas há também " b e n e f í c i o s " em nome de companheiros doentes,
atingidos, invalidam as etiquetas, "francesa", " i t a l i a n a " ou "espanhola". presos ou exilados. Entre 1908 e 1910 duas escolas são construídas em
São Paulo para filhos de operários (Escolas Modernas — ensino racio-
Evidentemente nesse mesmo período de tempo há um processo
nalista) * com fundos levantados entre o operariado, recolhidos pouco
acelerado de adaptação dos imigrantes às novas condições de vida.
a pouco entre festas e donativos voluntários. Os exemplos nem sempre
Isso parece não afetar nem o teatro nem o público. Antigos militantes
são tão acomodados:
anarquistas deixam de ser operários, mas continuam frequentando a
festa. Nesse sentido a arte dos grupos operários tem um desenvolvi- Teve, c o m o se v ê , b o m êxito a festa de sábado. E não p o d e r i a se desejar outro
mento linear, e mais duradouro do que as mobilizações políticas da r e s u l t a d o t e n d o e m v i s t a o seu s i m p á t i c o f i m . Essa velada foi organizada por u m grupo
classe, no mesmo período. de l i b e r t á r i o s e m h o m e n a g e m ao soldado Caetano M a s e t t i que, ainda há pouco, n u m
g e s t o de s u p r e m a r e b e l d i a , fazendo-se i n t é r p r e t e de todas as v í t i m a s da guerra lançou
Indiretamente o teatro reflete uma resistência às alterações cultu- contra esse h o r r í v e l flagelo da humanidade seu v i g o r o s o p r o t e s t o , atirando contra
u m o f i c i a l . O p r o d u t o líquido da festa será enviado à família desse extraordinário
rais que devem processar-se no contato entre os imigrantes e os tra-
m o ç o . que s a c r i f i c o u a sua vida e m h o l o c a u s t o ao g r a n d e ideal d a paz universal. (A
balhadores autóctones. As festas têm a função simbólica de preservar Lanterna, 30.12.1911)
a unidade étnica e ideológica ameaçadas pelas alterações concretas
das condições de vida.
Também os movimentos internacionais liderados por anarquistas
Outro ponto a considerar é que, descrevendo condições gerais da recebem apoio das veladas de sábado. Os movimentos pacifistas que
existência, no decorrer de quarenta anos, nem por isso o teatro antecederam a guerra de 1914/1918. o julgamento de Sacco e Vanzetti.
representa inverdades históricas. a Guerra Civil Espanhola, a resistência antifascista, receberam um
pequeno apoio financeiro dos grupos libertários paulistas.
Todas as conquistas da classe operária consolidadas através de
Onde quer que a repressão à mobilização operária se torne conhe-
lutas no decorrer desse tempo referem-se apenas à melhoria das con-
cida desencadeia-se imediatamente um contato internacional e uma
dições de trabalho. Permanecem sempre muito aquém das reivindica-
correspondente mobilização dos grupos culturais.
ções de caráter económico e político. As relações de poder e a organi-
zação da sociedade brasileira, do ponto de vista da crítica operária, Se considerarmos o pequeno rendimento habitual dessas festas,
continuam inalteradas. Em nada é sensível a proximidade dos ideais minúsculo, inclusive em proporção às necessidades locais, não é difícil
anárquicos. O féma binário opressores/oprimidos que constitui o fulcro concluir sobre a solidariedade simbólica desses espetáculos. Nos ba-
dramático do espetáculo subsiste integralmente na realidade". lancetes é comum a proximidade ou quase coincidência entre a receita
e a despesa das festas:
Assim, quando um texto de origem italiana ou francesa introduz
I I I I I . I rena em que ha carestia, desemprego, exploração erótica das mu-

| N o t m o v i m e n t o s pela emancipação da c l a s s e , vale a pena o b s e r v a r , as reivindica-


< ••<••. ,iiiat(|in:.las são tão ou mais concretas e organizadas do que as posições
iHilialhiNtas" d o u t r o do m o v i m e n t o . A l é m d e - m a n t e r p o s i ç õ e s f i r m e s sobre as
n i i i i IMII.I'. d r trabalho, limitação dc trabalho para m u l h e r e s e c r i a n ç a s , descanso
n il 11 *i • 1111111. i de condições de higiene, os anarquistas se p r o p õ e m a d i s c u t i r
ii-i ••liiniivii-. il.i r n i i h i l i / a ç a o oporária o os instrumentos para atingi-los. (Ver Bóris O m o d e l o dessas e s c o l a s é extraído d a Escuela m o d e r n a de Francisco Ferrer, m i l i -
f Noalo I n t i m i d o urbano e c o n f l i t o s o c i a l , pp 54-60) tante e e d u c a d o r l i b e r t á r i o fuzilado em 13 de o u t u b r o de 1909 em B a r c e l o n a .
B A L A N C E T E DA FESTA R E A L I Z A D A EM SAO P A U L O EM 1 6 . 3 . 1 9 0 7 líder d a Liga A n t i c l e r i c a l d o Rio de J a n e i r o . Ulisses M a r t i n s ; o diretor d o Novo Rumo
ó u m dos organizadores do Primeiro C o n g r e s s o Operário. Luiz fvlagrassi; o s e c r e t á r i o
Bilhetes v e n d i d o s : La Battaglia. 26; A Terra Livre, 10; A . Disperati, 17; L. M o r s e l l i , 14;
da COG. Rosendo dos Santos; M o t t a A s s u n ç ã o . Manuel M o s c o s o . Carlos Dias, Eve-
J. S o r e l l i . 12.
rardo Dias. A n t ô n i o B e r n a r d o Canelas. J o ã o da Costa Pimenta. Florentino d e Carvalho
(Trabalho u r b a n o e c o n f l i t o social, pp. 95 e 96)
Total — 185. a 1S000 185S000
Não é. entretanto, o corpo redatorial que constitui o núcleo mais atuante
Produto da rifa 32S700 do movimento teatral. Em geral colaboram como críticos e divulgadores.
Total 217S700 Ouando podem tornam se os dramaturgos locais (Gigi Damiani. Motta
Assunção, Neno Vasco).
Despesas da festa
Raramente os nomes dos autores coincidem com o dos redatores ou
Aluguel do salão 70S000 diretores de jornais. Há alfaiates, sapateiros, chapeleiros. empregados
Música 55SOOO em cafés, têxteis, metalúrgicos e canteiros. São atividades que, de
I m p r e s s ã o dos b i l h e t e s de entrada 18S000 uma maneira geral, não facilitam a aquisição de uma cultura literária.
Para a atriz 20S000 O que os elencos amadores aprendem vem em geral divulgado
Bonde 4S000 através de sua imprensa, que cuida também da distribuição de obras
Despesas para a cena 5S800 de propaganda.
I d e m para a rifa 11S400 Sem dúvida essa aprendizagem essencialmente prática da encena-
ção e da dramaturgia não constitui embasamento suficiente para animar
Total 184S200
o surgimento de novos autores.
Resumo do balancete A raridade e o tardio aparecimento dos textos brasileiros permitem
Entradas 217S700 concluir que o que mais interessa na atividade teatral é o espetáculo.
Saídas 184S200
Saldo 35S500
As necessidades da propaganda não são suficientes para fazer
(Terra Livre, n ° 35. 1.°. 6 . 1 9 0 7 ) aparecer o texto nacional. Nem mesmo as improvisações mencionadas
por Radha Abramo, correspondentes aos primeiros, anos de imigração,
Uma peroração, anterior à abertura artística, instala os espectado- serviram para definir as bases de textos reencenáveis.
res na finalidade da noite. É Jembrado aos presentes que o espetáculo Entre os militantes que se dedicam ao teatro é sensível o desin-
se__reiere a uma causa maior; o comparecimento do espectador já teresse pela teoria ou pela crítica. Aceitam os textos europeus sem
tem a gratificante representatividade de um compromisso e de um muita discussão e tratam de empenhar-se no trabalho exaustivo de
apoio à causa referida. Estar no teatro quer dizer muita coisa. preparação do espetáculo e organização da festa. Ouem escreve e
discute o teatro feito é geralmente o militante vinculado à imprensa e
Nesse tipo de atividade teatral o público é formado pela classe
não ao teatro.
operária, da mesma forma que os organizadores da festa. Os textos
que representam e assistem são quase todos escritos por intelectuais Os múltiplos significados coletivos que embasam esse teatro, que
pequeno-burgueses (Pietro Gori. Malatesta. Ferrer. Jean Grave) conver- dispensa a renovação para compléFar-se. permitem supor uma comuni-
tidos ao anarquismo. cação peculiar entre o palco e a plateia sedimentada por anos de con-
vívio. Um diálogo que transcende a comunicação explícita do texto
Aqui as figuras mais proeminentes do movimento cultural são egres-
encenado. Não se trata de repetir " m a i s uma vez estória conhecida",
sas ou permanecem no seio da classe operária. Alguns imigrantes
mas sim de um ato coletivo de reconhecimento de p e r s o n a q e n s e s i t u a -
vieram já como profissionais liberais, mas o número é reduzido demais
ções exemplares~1TTim de que atuem no comportamento de cada um.
para ser significativo (Neno Vasco é advogado. Benjamin Motta tam-
bém). Se há um setor da classe culturalmente mais ativo. atua como Uma vez que a criação literária não é tão importante quanto a rea-
setor profissional e não isoladamente. É o caso dos operários gráficos lidade do espetáculo, todas as possíveis atualizações de conteúdo
que, comandando a imprensa, estão em posição favorável para orientm ficam por conta da interpretação dos atores. Não há registros que
o movimento cultural. possam documentar a resistência de um texto a décadas e décadas de
reencenação. Mas o mais provável é que não tenha se alterado como
U m ramo n u m e r i c a m e n t e r e s t r i t o , onde os anarquistas n e m s e m p r e p r e d o m i n a m — texto, e s i m (quando necessário) na ênfase atribuída pelos atores a
o dos g r á f i c o s — s u r g e c o m o d o m i n a n t e . A p r o f i s s ã o d e s e n v o l v e a capacidade este ou aquele problema.
organizatória e o d o m í n i o do jornal c o m o i n s t r u m e n t o , ft à v o l t a da i m p r e n s a que se
f o r m a m várias figuras d e f i n i d a s c o m o p e r t e n c e n t e s á classe m é d i a i n t e l e c t u a l : Ouando a imprensa comenta a reação do público, mostra que o
l i i i i o n r o i h . A s t r o j i l d o . Palmeira. No g r u p o dos t r a b a l h a d o r e s g r á f i c o s se e n c o n t r a u m comportamento durante o espetáculo é francamente ativo. Nada indica
um respeitoso silêncio diante da manifestação artística. Pelo contrário, balhadores, que sobrevive como um traço distintivo desse público até
estabelece-se um diálogo sonoro com o espetáculo deixando evidente depois de 1945:
a aprovação ou a repulsa do público.
J A Y M E C U B E R O S : Na peça " N o s s o s F i l h o s " que se dá o caso d e uma m o ç a q u e é
Fica evidente que a manifestação do público nada tem a ver com a s e d u z i d a e j u s t a m e n t e o sedutor representa um tipo da s o c i e d a d e . . .
qualidade do espetáculo. mas com a identificação da plateia aos pro-
blemas ou personagens presentes no palco. ^ MARIA V A L V E R D E : Um o r d i n á r i o . . .

O espetáculo é o porta-voz das convicções e sentimentos da pia JAYME CUBEROS: . . u m burguês, um doidivanas, um r i c o que nôo t i n h a . . . O pai
teia. Para isso é preciso que seja despido de mistérios, reforçando um aconselha a f i l h a a não se casar, porque é u m absurdo. E o i r m ã o , d e n t r o daqueles
conhecimento prévio e proporcionando um estímulo à expressão do p r e c o n c e i t o s t o d o s , briga c o m o pai e quer obrigá-lo a casar para salvar a honra da
família O p r o b l e m a era a honra da família. Eu me l e m b r o p e r f e i t a m e n t e que na
espectador. ocasião que o pai consegue convencer a filha e a filha recusa o c a s a m e n t o , e aquela
Um artigo publicado pelo jornal carioca Novo Rumo. deixa clara a coisa t o d a . o p ú b l i c o cheqava a aplaudir de pé. e m cena aberta, aprovando aquilo que
teoria que fundamenta o espetáculo: seria u m a c o n t r a d i ç ã o para os cânones da época. Puxa! A f i n a l ela foi seduzida, estava
esperando u m f i l h o , era natural que q u i s e s s e casar para reparar o mal. M a s ali era
o c o n t r á r i o porque ele era u m s e m - v e r g o n r n . um s u j e i t o . . quer dizer que havia uma
A l i t e r a t u r a dramática hoje democratiza-se Não se c o m p r e e n d e o e s f o r ç o d u m dra- m e n s a g e m que t a m b é m era entendida pelo público. C o m o não? E havia uma reaçáo
m a t u r g o no interesse e x c l u s i v o de nos dar, através de u m d e s d o b r a m e n t o de peripé- muito positiva mesmo.
cias, a e x i s t ê n c i a mais ou menos complicada de u m t i p o de exceção. A observação
chamada imparcial nada quer dizer. Se o a r t i s t a cria tipos, inventa, d e s c r e v e , analisa ( D e p o i m e n t o dos antigos i n t e g r a n t e s do grupo de t e a t r o d o C e n t r o de C u l t u r a S o c i a l )
s e n t i m e n t o s , e chega à s í n t e s e , ao c o n h e c i m e n t o da alma c o l e t i v a . fá-lo no i n t e r e s s e
da d e m o n s t r a ç ã o . No t e a t r o não representa para d e s c r e v e r , mas s i m para provar.
As cenas apresentadas no palco foram escolhidas pela sua corres-
Desenvolver uma alta e serena f i l o s o f i a social de j u s t i ç a , de liberdade, de igualdade
pondência às aspirações de um público de trabalhadores libertários.
e". p a r a l e l a m e n t e , fazer uma acerba crítica do m u n d o a t u a l , eis o que há a esperar do
teatro d o p o v o , ativando pelo imediato efeito da vivissecção d r a m á t i c a o f o g o instintivo Dirigem-se aos operários consideravelmente mobilizados que construí-
da submissão, a c u r i o s i d a d e civil redentora d o D e s c o n h e c i d o ( . . . ) Se as o b r a s - ram durante as primeiras décadas do século uma imprensa própria,
primas do génio artístico são uma idealização do s e n t i m e n t o e da i n t e l i g ê n c i a popular sedes associativas livres da interferência patronal e até suas próprias
e a alma do povo chamada vida livre pelo c é r e b r o , há de f a t a l m e n t e reconhecer-se
escolas de ensino graduado ou de cursos livres.
nos heróis que faz criar. ( . .) Popularizai e s t e s e n t i m e n t o c o m u m , n u m s e n t i d o favo-
rável à sua exaltação deve ser o objeto p r i n c i p a l d o teatro d o povo. (Novo Rumo, O teatro é o resumo artístico de uma série de atividades culturais
19.9.1906)
que empenham um esforço coletivo. O espetáculo mobiliza equipes
com antecedência aproximada de um mês, preparando a divulgação, a
Realmente, a exaltação a que' se refere o articulista está longe, venda de ingressos, o local do espetáculo. os aparatos materiais neces-
no caso das plateias paulistas, de ser uma metáfora. Embora o artigo sários para a produção.
se refira à criação literária para o teatro, esses requisitos compõem a
Esse barulhento diálogo entre a plateia e o palco durante o espe-
vida íntima do próprio espetáculo. Vejamos uma descrição oferecida
táculo é sustentado também pela familiaridade que o público tem com
por A Lanterna, em 2 0 . 1 . 1 9 0 1 :
os atores. Frequentemente esses espectadores contribuem concreta-
A Electra de Perez Galdós foi representada em São Paulo. Na noite d e Sábado de
mente para uma parcela do espetáculo. São companheiros de trabalho,
A l e l u i a , e m q u e pela primeira vez s u b i u o já c é l e b r e d r a m a à cena, o p ú b l i c o que vizinhos, amigos familiares. Às vezes há uma família inteira participan-
enchia o Sant'Anna, dando provas de seu ó d i o ao j e s u i t i s m o que se i m p l a n t a no do de um elenco. Há também a família do ator no meio da plateia.
Brasil, c o m a proteção c r i m i n a l de u m governo republicano, aplaudiu e n t u s i a s t i c a m e n t e Considerando-se que a classe trabalhadora concentra-se em determi-
a obra anticlerical e a n t i j e s u i t i c a , e s e m p r e que apareciam e m cena Pantoja e as
f r e i r a s , personificação do j e s u i t i s m o , os e s p e c t a d o r e s i r r o m p i a m e m assobios, mani-
nados bairros (Brás, Mooca, Bom Retiro e Barra Funda) é previsível
f e s t a n d o a s s i m , o seu t e r r o r pela seita maldita, e contra a canalha c l e r i c a l . que atores e público convivam diariamente no mesmo espaço geográ-
fico da cidade. Outras formas de convívio entre trabalhadores libertários
É bem verdade que esse espetáculo comentado pela Lanterna não são estimuladas pelos núcleos militantes organizando bibliotecas,
é propriamente o tipo de teatro a que este trabalho se refere. É uma conferências, piqueniques gigantescos em que trens lotados de operá-
companhia profissional, tratando basicamente de anticlericalismo e rios se deslocam para um fim-de-semana campestre.
muito sutilmente da emancipação da mulher. Reunidos entretanto por Tudo isso contribui para imprimir uma elasticidade e uma certa
essa bandeira já se encontram algumas figuras que posteriormente se falta de cerimónia ao espetáculo. A arte que acontece no palco é
destacarão junto aos operários anarquistas: Benjamin Motta e Edgard permeável às relações da plateia.
Leuenroth. que aproveitam o espetáculo para uma manifestação de
solidariedade ideológica pelas ruas da cidade. Esse público, reagindo É comum que a programação de uma festa se modifique durante o
,ii<li!iiti;mnnte tem já as mesmas características dos espectadores trn espetáculo. incluindo um ou outro número musical e poético por soli-
citação da plateia. Qualquer pessoa pode ter acesso ao palco e contri- Desde 1 9 0 3 , entretanto, há pelo menos um grupo de a l o u - , infantis
buir com o número que desejar. Gli Attori Infantili) representando em língua italiana o texto de Pietro
Da mesma forma que a propaganda doutrinária se dirige à família Gori. "Proximus Tuus". O drama é representado em uma festa em que se
operária, o teatro é feito e frequentado por todos os membros da família apresenta também um elenco adulto. Os Libertários. (Nota de O
operária. Amigo do Povo, 2 5 . 7 . 1 9 0 3 )
Isso exige, naturalmente um espaço artístico para as crianças. Como público, a participação das crianças não difere muito da dos
Na parte de variedades há a presença constante de números infantis: adultos. Pelo menos até o momento do baile podem assistir todos os
espetáculos encenados. É inclusive norma trazê-las ao teatro.
A l é m do p r o g r a m a a n u n c i a d o a m e n i n a Giovanna Ruisse d e c l a m o u u m a b e l a poesia Em 1 9 2 2 . quando o militante Ricardo Cippola é assassinado durante
contra a t i r a n i a russa. (La Battaglia, 2 7 . 8 . 1 9 0 5 ) uma festa operária, a imprensa refere-se à presença da mulher do
assassinado " q u e estava sentada com sua filhinha ao colo a poucos
Considerando-se que uma das reivindicações básicas dos movi- passos do lugar onde se travava a discussão".
mentos operários refere-se à regulamentação do trabalho infantil e
Os bebés podem constituir eventualmente uma exceção. Mas não
feminino, não é estranho que a mobilização cultural envolva e m igual
há nada que os adultos considerem especialmente proibitivo nessas
medida crianças e mulheres. Além disso a teoria libertária atribui às
festas. As crianças são admitidas durante a parte teatral e em seguida
mulheres e crianças iguais direitos e igual responsabilidade na cons-
voltam para casa. O baile não atrai a totalidade da plateia que vem
trução de uma nova sociedade.
para assistir à parte teatral.
0 trabalho teatral procura divertir, instruir e atrair para a luta No caso do assassinato de Cippola os meios operários sofrem um
efetiva a totalidade dos contingentes trabalhadores. Todos devem par- impacto visível: habitualmente a festa operária t e m a tranquilidade de
ticipar da emancipação da classe. uma reunião entre amigos, onde é possível a presença de crianças de
Evidentemente, há também o lado gracioso da representação in- colo. Nem mesmo a presença da polícia é temida como um real perigo
fantil. De qualquer forma são dotes artísticos precoces exibidos publi- físico. Só se perpetram violências verbais nos dramas e nas palestras
camente para júbilo dos pais e encantamento da plateia. contra os capitalistas e o clero, que nunca foram convidados.
Nesse tipo de teatro o utilitarismo da arte não exclui o pressuposto Depois da morte de Cippola os jornais operários apressam-se em
anárquico de que se trata de uma manifestação respeitável do espírito esclarecer o caráter absolutamente fortuito dessa violência.
humano. A linguagem da imprensa operária é bastante minuciosa no relato
A partir de 1 9 0 9 . no momento ém que se inicia a campanha para a das violências policiais ou patronais feitas à classe operária. Desen-
fundação da primeira Escola Moderna (segundo os moldes do ensino volveu a esse respeito recursos de inflamado teor emocional. Entre-
racionalista de Francisco Ferrer em Barcelona), o número infantil torna- tanto os grupos operários não estão absolutamente preparados para
se uma constante do espetáculo. Não envolve necessariamente a par- enfrentar a violência entre eles.
ticipação na peça encenada, mas constitui os entreatos líricos ou Em todos os seus empreendimentos, políticos ou culturais, os
musicais. As crianças declamando lembram ao público que o benefício grupos libertários procuram enfatizar a sua própria respeitabilidade,
do espetáculo reverterá primeiramente para a educação infantil. contrastando com a corrupção das classes dominantes. Temem inclu-
Em 1 9 1 0 A Plebe anuncia um espetáculo representado integralmen- sive que a violência política possa, em determinadas ocasiões, conta-
te por "crianças de doze anos''. O horário é o mesmo dos espetáculos minar a classe operária com a reputação de desordeira ou irresponsável.
realizados por adultos (vinte horas) e a parte doutrinária da festa é A figura do assassino de Cippola é descrita como um homem de
quase toda executada por mulheres. Há apenas um conferencista do comportamento absolutamente irregular dentro da classe operária.
sexo masculino, o Sr. Ricardo Figueiredo, que fala sobre " A mulher e o Em parte essa preocupação com a polidez dos costumes na festa
livre pensamento". operária é uma transposição de vários costumes rurais europeus que
passam a funcionar aqui entre os operários.
Essas representações lideradas por mulheres e crianças concen-
tram-se em trabalhos artísticos e de propaganda relacionados com a Está claro que a preocupação com a imagem de probidade familiar, com
p e d a g o g i a ou com a situação da mulher na sociedade Tornam-se cons- o comportamento social, faz parte também de uma imagem que a classe
l.intes depois de 1 9 1 0 ate 1 9 1 8 , promovendo e sustentando as duas operária deseja manter junto à classe patronal e ao aparelho repressivo.
1 M.OIÍIS Modernas que se instalam na cidade A temática em nada foge Ouando brigam, brigam por justa causa e não por hábito.
nos princípios da teoria libertária, apenas concentrando-se no que diz Mesmo entre as pessoas mais proeminentes do movimento perce-
i i . s p e i t o diretamente ao comportamento social
be-se constantemente a vontade de afastar por completo a ideia culti-
vada pela reação de atribuir ao anarquista uma espécie de disponibill t essa noção que prevalece no momento de organizar e promover
dade para cometer todo e qualquer crime. o lazer e a instrução da classe. Determina a forma de participação e a
organização final da festa, em que muitos divertimentos são organizados
V. Excia. quer " m o r a l i z a r a p á t r i 3 " Faz m u i t o b e m . M a s para " m o r a l i z a r a p á t r i a " , V . especialmente para mulheres e crianças
Excia. d e n u n c i a e ataca os anarquistas. Ouso d i s c o r d a r desse p r o c e s s o . Desafio a que
me aponte V . Excia.. ou q u e m quer que seja. u m assassino, u m só e n t r e os anarquistas
do Brasil u m ladrão, u m incendiário, u m d e s o r d e i r o , u m adulador, u m vagabundo, u m
m e n d i g o , u m delator, u m v i g a r i s t a . . . D e s a f i o ! E desafio porque t e n h o a certeza, e o s
fatos o t ê m provado, de q u e , se a l g u m trabalhador, tido por anarquista, cair na
m a l a n d r a g e m ou se apegar à b a j u l a ç ã o e l e i t o r a l , será literalmente a r r e d a d o dos
meios libertários.

( . . . ) Esses homens (anarquistas presos por V . Excia. no ano passado) são h o m e n s


de uma energia moral a toda prova, de modelar h o n e s t i d a d e , cuja dedicação p r o c l a m o
a l t a m e n t e c o m o t i t u l o de honra. Para eles abrem-se as portas de m i n h a casa. que eu
f e c h o t e r m i n a n t e m e n t e aos subordinados de V . Excia.. a vasa nacional que V . Excia.
cria e paga nesse antro de p a t i f e s , assassinos, bêbedos e ladrões, nesse v a l h a c o i t o
oficial da c a p a n g a g e m v i l , que é a polícia secreta de V . Excia. (José O i t i c i c a — Carta
aberta ao c h e f e de p o l i c i a Dr. A u r e l i n o Leal, p u b l i c a d a em A rua, 1 9 . 4 . 1 9 1 8 e r e p r o -
d u z i d o em A ç ã o direta. Editora G e r m i n a l , 1970, p. 53) S~ Piquenique p r o m o v i d o pelo C e n t r o de
Cultura Social. A r q u i v o Maria Valverde
(s/d)
No teatro e na propaganda admira-se abertamente a figura do ban-
dido "revolucionário", que faz da transgressão um justo melo de com- A preocupação com os costumes e. mais convencionalmente, com
pensar a injustiça social. Na prática, nos movimentos coletivos reivin- a integridade da família, expressa-se claramente na polémica em torno
dicatórios, salienta-se a serenidade olímpica de um operariado do baile.
fortalecido pelo senso de justiça. Desde as primeiras festas a programação dos grupos libertários
Essa imagem criada e mantida de bom comportamento, na festa e inclui o baile como prato forte de lazer. Ouando a festa agradou, os
no relacionamento social mais amplo, produz não poucos conflitos com comentaristas medem o sucesso pela animação e duração do baile. Um
os princípios anárquicos, conflitos resolvidos caoticamente, conforme a baile que vai até as cinco horas da manhã é considerado um verdadeiro
conveniência. sucesso. x

É frequente o comentário azedo de articulistas em relação aos
S o c i e d a d e de B e n e f i c ê n c i a G u g l i e l m o O b e r d a n . Salão. ( 1 9 7 7 )
costumes deste ou daquele companheiro (não mencionado), deste ou
daquele aspecto da festa. São julgamentos baseados numa ética con-
vencional, em completo desacordo com a saudável abertura das ativi-
dades doutrinárias.
Muitos dramas e todos os textos teóricos que se referem ao com-
portamento defendem unanimemente a livre escolha do parceiro sexual,
apoiada na legitimidade do afeto. Entretanto, os elogios públicos a com-
panheiros em nada se destacam dos panegíricos burgueses: louvam o
pai de família exemplar e insinuam como virtude extra a fidelidade
irrestrita à companheira. Prevalece, portanto, o respeito à família mo-
nogâmica, com o devido equilíbrio das figuras materna e paterna.
Ao mesmo tempo é esse conceito da unidade e do respeito familiar
que a classe usa para diferenciar-se da corrupção de costumes atribuída
à burguesia e, por extensão, ao clero.
Os convites para as ativídades sociais são endereçados à "Família
( )|.ri.itI.I" Existo evidentemente uma extensão do conceito de núcleo
l . i m i l i . i i p.ii.i o coletivo. Os trabalhadores formam uma qrande família
no sentido de estarem indissoluvelmente ligados e responsabilizarem-
s t uns pela conduta e pelos direitos dos outros.
Com exceção dos músicos, geralmente contratados para animar E isto basta para provar, c r e m o s , que o baile f a c i l i t a a degeneração e a i m o r a l i d a d e
as festas . a participação no baile envolve atores e espectadores da
7
| que não é n e m i n s t r u t i v o nem m o r a l , se é moral t u d o o que aperfeiçoa e regenera
n massa prol etári a. ( " L u c i f e r o " . A Terra Livre. 5 2 . 1 9 0 7 )
representação anterior. Provavelmente as crianças menores saem antes
do baile.
Há também o caso de elencos teatrais que consideram a noitada
Da mesma forma que nos bailes burgueses, os comentaristas assi- artística mais adequada aos propósitos de propaganda do que o baile.
nalam a presença de pais e mães vigiando os pares mais jovens. O que O Estatuto do Grupo de Teatro Social, do Rio de Janeiro, manifesta-se
aliás os críticos do baile consideram como um execrável hábito burguês em seu artigo 3. : "Não trabalhar em certames nos quais se realizem
de oferecer os filhos " c o m o a um mercado". bailes" (publicado em A Plebe, 5.11.1921).
Essas críticas a uma atividade puramente recreativa apenas ma-
nifestam as contradições existentes dentro do movimento libertário,
no que diz respeito à " m o r a l " . Na verdade não prevalecem na organi-
zação da festa operária. Tanto que o baile sobrevive até no período
pós-45. nas programações do Centro de Cultura Social (último grupo
conhecido filiado ao movimento libertário).
De qualquer forma a polémica elucida diferentes tendências no
modo de pensar a atividade artística e cultural do proletariado.
A ideia da dedicação exclusiva aos ideais e à propaganda, inclusive
como tática para economizar forças, procura criar um militante discipli-
Sociedade de Be n e f icên c i a Guglielmo Sociedade de Beneficência Guglielmo
nado ao ponto de renunciar aos prazeres vitais. Ao lado disso convive
O b e r d a n . Salão de d a n ç a . ( 1 9 7 7 ) O b e r d a n . Teatro. ( 1 9 7 7 ) a_atraente imagem anárquica da liberdade individual, da beleza original
e sensível da vida " n a t u r a l " .
A primeira invectiva teórica contra o baile aparece em 1904. Men- ""Nesse debate também está ausente a noção de história, ou pelo
cionando o "inevitável baile" e confrontando-o com as atribuições de menos de uma progressão que permita encarar a disciplina abnegatda
uma associação de resistência, o autor afirma pretender: "Contribuir como um estágio necessário para se atingir a sociedade livre. Pelo
com um grão de areia para que a energia dos operários conscientes não
(
contrário, as duas atitudes existem lado a lado, não propriamente em
se desperdice em trabalhos e iniciativas que estão longe de favorecer conflito aberto, mas como uma confusão dificilmente solucionável.
o desenvolvimento da consciência proletária". (O Amigo do Povo, É interessante observar nos defensores da consciência proletária
9.7.1904) uma posição extremamente franca, que associa o desbaratamento da
Outro artigo, bastante feroz, e concentrando-se no baile resume as energia sexual a uma perda para a luta pela emancipação. Por con-
objeções aos seguintes tópicos: traponto defende-se uma postura quase sacerdotal, em que o instinto
é canalizado para a luta social. O mesmo postulado, entretanto, aplicado
a) É i n s t r u t i v o ? C r e m o s que não I." porque não é g i n á s t i c o . 2." porque só s e r v e para ao clero, é considerado a fonte de incríveis crueldades e perversões . H

manter os sentidos e x c i t a d o s .
b) É higiénico? Optamos pela negativa, por motivos óbvios Há outros motivos, alegados como secundários que parecem funda-
c ) É moral? l e m o s a e s t e r e s p e i t o e x e m p l o s de bailes p ú b l i c o s , nas f r e q u e n t e s
mentar com maior justeza a ojeriza ao baile. Teme-se que o poder
questões que se d ã o nos bailes dos clubes recreativos. E d e p o i s , p a r a não ir mais de atração do lazer, nas festas, sobreponha-se à formação ideológica
longe, há m u i t o s pais que levam ali suas filhas c o m o a u m m e rc a d o . E não e x i s t e que se deve proporcionar principalmente aos jovens.
lugar ou ensejo mais favorável à c o r r u p ç ã o . A s m o ç a s , convidadas pelos " c a v a l h e i -
r o s " , vão beber (uma noite i n t e i r a s e m isso não se passa) u m cálice d e s t e , o u t r o
daquele, e a s s i m acabam por embriagar-se. c o m o fazem os q e n i t o r e s , engodados pelos 8 Ouanto â preservação dos valores f a m i l i a r e s , há u m adendo ao n o t i c i á r i o de festas
p r e t e n d e n t e s das filhas. a partir de 1 9 2 2 . que parece ilustrar esse cuidado. Esse adendo c o n f e r e o d i r e i t o
à c o m i s s ã o organizadora de i m p e d i r a entrada a q u e m julgar c o n v e n i e n t e . É pro-
vável que a famíl i a operári a esteja s endo a m e a ç a d a d e d e s t r u i ç ã o , através d e
7 N e m s e m p r e os m ú s i c o s são m i l i t a n t e s l i b e r t á r i o s . Nos balancetes de f e s t a s as m o d i f i c a ç õ e s na c o n s t i t u i ç ã o do operari ado. Se a festa é de propaganda, parece
despesas com os músicos são pesadas, c m relação ao o r ç a m e n t o C u s t a m quase c o n t r a d i t ó r i o i m p e d i r a entrada de e l e m e n t o s es tranhos aos grupos habituais.
tanto quanto o aluguel do salão, que fl I c o i s a m a i s cara da festa Raras v e / e s o s D e v e r i a m ser convidados para a c onv ers ão. Essa des c onfi anç a é e n t r e t a n t o mais
m ú s i c o s a p a r e c e m c o m o a m a d o r e s . Nesse caso o balancete indica apenas a des- u m s i n t o m a da c r e s c e n t e c o m p l e x i d a d e de variáveis que a l t e r a m a c o m p o s i ç ã o e a
| . d e In.iide »: a cerveja para o s musicos Apenas nas recitas l i t e r o - m u s i c a i s atuação da c l a s s e , inclusive as novas tendências ideológicas p o s t e r i o r e s a 1 9 1 7 .
I>CMII> p e i c e l i e r que ha t a m b é m entre o s l i b e r t á r i o s músicos amadores, em ger.il Em 1 9 2 2 vai acesa a discussão entre anarquismo e m a x i m a l i s m o . assim c o m o
i.iii|ieiili.ido% n.i execução do alquma peça clássica aumenta a p a r t i c i p a ç ã o do e l e m e n t o nacional no trabalho i n d u s t r i a l .
I inhoi.i o problema seja complexo (uma vez que dificilmente o
Um teste realizado em São Paulo, uma festa sem baile, mostra que
anarquismo oferece argumentos para justificar a supressão do prazer),
o receio não é infundado:
a preservação do caráter do trabalhador orient3 as campanhas contra
a dança, o foot-ball. o álcool e o fumo.
Pela p r i m e i r a vez q u i s e m o s realizar uma festa de propaganda s e m o e t e r n o baile, para
c o n h e c e r b e m o a m b i e n t e e m que nos achamos aqui e m São Paulo. Tínhamos calculado Até esse momento apenas o álcool é considerado uma sedução
q u e . e m v i s t a da bela i n i c i a t i v a , cujo escopo era auxiliar a nascente Escola M o d e r n a , que o patronato coloca à disposição do operário com o objetivo de
a nossa f e s t a , m e s m o s e m baile, haveria de dar magnífico r e s u l t a d o pecuniário, mas
a g e n t e chamada l i v r e . p r e f e r i u poupar os 1S000 réis por cabeça só porque lhes era
enfraquecê-lo para a rebelião. Outros instrumentos de prazer são com-
v e d a d o saltitarem à laina de f a n t o c h e s . . . ( " L u c i f e r o " , A Terra Livre, 1 7 . 2 . 1 9 1 0 ) batidos como criações da própria classe, produtos da inconsciência.
O "Catecismo Anarquista" publicado em A Vida, 1914, é incisivo em seu
A permanência do baile, sem uma defesa teórica correspondente, IV Ponto
atesta o conhecimento que as comissões organizadoras têm da função
social da festa, no seu sentido mais amplo. . . mas o vício de beber t e m duas causas: a d e f i c i ê n c i a da alimentação e a ganância
do c a p i t a l i s t a . O álcool dá calor, por isso o p r o l e t á r i o o bebe. vicia-se e pelo e x e m p l o
vicia os o u t r o s , t a m b é m dele n e c e s s i t a d o s . É p o r é m uma grande v e r g o n h a humana
Proporcionando lazer e instrução, a festa mantém o operário ligado
não se poder i m p e d i r a venda do álcool c o m o bebida.
à sua própria classe. Não precisa abandonar os companheiros na
— Por que não se pode impedir?
procura de divertimento.
— Porque os f a b r i c a n t e s do álcool são os c a p i t a l i s t a s que e n c o n t r a m no m e i o do
É de se supor também (e o depoimento do Sr. Jayme «Cuberos operariado u m farto mercado. Se alguém propuser uma proibição dessa v e n d a , os
confirma) que dessa dança inconsequente depois do teatro surjam os f a b r i c a n t e s do álcool se oporão, c o m o se t ê m o p o s t o , alegando os seus prejuízos.
O r a . os c a p i t a l i s t a s é que fazem a l e i . logo não legislarão contra eles p r ó p r i o s . . .
casamentos. Sempre dentro da classe operária, com um companheiro
ou companheira devidamente sensíveis aos ideais libertários. — Só o álcool produz esses maus e f e i t o s sobre a inteligência?
— Não. Há dois o u t r o s p r i n c i p a i s : o f u m o e o café.
Mas não é só o baile que preocupa esses yigilantes do comporta- — Há causas mais g e r a i s do d e s p e r d í c i o da inteligência?
mento proletário. Também o foot-ball. no momento em que começam a — A causa mais geral é o p r ó p r i o r e g i m e de trabalho f e r ç a d o . a m e t a d e d e l e segu-
surgir os primeiros times de várzea, é considerado um desvio de forças r a m e n t e i m p r o d u t i v o por ser trabalho de r e c l a m o , de luxo. ou i n t e i r a m e n t e s u p é r f l u o :
prejudicial: c o m é r c i o , p i r â m i d e s , m o n u m e n t o s c o m e m o r a t i v o s , Torre Eiffel, etc.

L a s t i m a m o s p r o f u n d a m e n t e o estado ç m que se e n c o n t r a a j u v e n t u d e c o n t e m p o r â n e a , Apenas nesses momentos, em que ha grupos batalhando por uma
e m relação ao seu valor f í s i c o , moral e i n t e l e c t u a l . Afigura-se-nos o p o r t u n o algumas moralidade operária, nota-se com clareza a atuação de uma liderança
considerações a r e s p e i t o . P r e s e n t e m e n t e , a j u v e n t u d e está c o r r o m p i d a pelos d i v e r t i - conduzindo uma "massa ainda despreparada Nos grupos mais liberais
m e n t o s mais prejudiciais ao o r g a n i s m o e à educação. Uma infinidade de rapazes
e descuidados do comportamento, os textos são geralmente endereça-
atira-se i n c o n s c i e n t e m e n t e à d a n ç a e ao f o o t - b a l l , duas c a l a m i d a d e s m o d e r n a s que
d i z i m a m milhares de seres h u m a n o s .
dos a companheiros igualmente conscientes.
Na maior parte das vezes os jornais estampam duas éticas diferen-
A dança, hoje em dia. bate o r e c o r d da i m o r a l i d a d e , atinge o apogeu da l o u c u r a e d o
crime.
tes a respeito do comportamento proletário. A libera! repousa sobre a
teoria. Outra, mais reticente e impositiva, chamando a atenção para
As s o c i e d a d e s d a n ç a n t e s e os c l u b s d e foot-ball p u l u l a m nos bairros s u b u r b a n o s , o n d e deslizes, faz a revisão do cotidiano da classe.
é g r a n d e a p o p u l a ç ã o p r o l e t á r i a ( . . . ) O foot-ball atrai i g u a l m e n t e m i l h a r e s de rapazes
que se e x e r c i t a m no funesto j o g o c o m um selvagismo atroz. ( . . . ) O foot-ball é uma Na festa, a civilidade das relações humanas e a abertura intelectual
diversão v i o l e n t a , a l é m de produzir o mal f í s i c o , produz t a m b é m o mal moral ( . . . ) dos temas abordados nos dramas e conferências devem consolidar
Mais úteis à humanidade e a si p r ó p r i o s s e r i a m e s s e s rapazes se e m lugar de se padrões de atitudes operárias no seio da própria classe. Antes da cons-
o c u p a r e m c o m semelhantes p a s s a t e m p o s , i n g r e s s a s s e m antes nos Sindicatos e nas
Ligas Operárias a fim de p o d e r e m enfrentar o vilissimo patronato. ("A d a n ç a e o
trução de uma nova sociedade, supõe-se que o operário já seja um
f o o t - b a l l " , Sejo Costa, A Plebe, 3 0 . 1 0 . 1 9 1 7 ) * homem preparado para viver nela. Por enquanto é um homem de valores
e atitudes já definidas, exercendo-os numa sociedade que ainda não lhe
corresponde. Daí o direito, de que alguns se sentem imbuídos, de ÍD-
terferir nos comportamentos presentes, como fiscais do futuro.
9 Essa d i s c u s s ã o , que se tornará uma c o n s t a n t e da esquerda m a r x i s t a dos anos
p o s t e r i o r e s , já é levantada por Lima Barreto e m 1922:
" N ã o é possível deixar de falar no tal e s p o r t e que dizem ser b r e t ã o . Todo dia e
" T u d o tem um limite, e o foot-ball não goza d o privilégio d e c o i s a i n t e l i g e n t e " .
toda hora ele enche os n o t i c i á r i o s dos jornais c o m notas de m a l e f í c i o s , e mais
(A Careta, Rio de Janeiro, 1.°. 7.1922)
d o que i s t o . de a s s a s s i n a t o s . Não é possível que as autoridades policiais não
A grande d i f e r e n ç a e n t r e Lima Barreto e os anarquistas está e m que estes jamais
vnjam semelhante coisa. O Rio de Janeiro é uma cidade civilizada e não pode
fazem apelo á polícia.
estar e n t r e g u e a certa malta d e d e s o r d e i r o s q u e se q u e r e m intitular s p o r t s m e n (. . )
Os atores. particularmente, permanecem alheios a esse debate. O (. l.-.itto Ol.n.l.m |H«>|<- I . . I . I K .. /.-li») (1-177)

que fazem e dizem no palco seria suficiente para esvaziar e cerrar as


portas a muitos teatros profissionais das décadas de 10. 20 ou 30.
A respeito dessa dualidade da ética anarquista. Bóris Fausto extrai
conclusões importantes para a compreensão dos mais destacados mi-
litantes: referindo-se ao detalhismo com que a imprensa libertária des-
creve a corrupção moral do clero:

O m e c a n i s m o de projeção de i m p u l s o s i n c o n s c i e n t e s se torna mais c l a r o , quando


se t e m e m c o n t a que o código moral l i b e r t á r i o p r o m o v e um c o m p o r t a m e n t o a s c é t i c o
no plano da vida a f e t i v a . das f o r m a s de evasão do c o t i d i a n o Sob o p r i m e i r o aspecto
não se t r a t a apenas de condenar g e n e r i c a m e n t e a riqueza, mas de regular toda |
c o n d u t a , c o m o se e v i d e n c i a por e x e m p l o nas normas a l i m e n t a r e s , c o m o i n c e n t i v o a
a l i m e n t a ç ã o vegetariana, a sanção contra os e x c i t a n t e s , p a r t i c u l a r m e n t e o á l c o o l ,
condenado nos congressos o p e r á r i o s , e m folhetos e m cartazes e x p o s t o s nas sedes
sindicais ( . . . )

A s f o r m a s de evasão do c o t i d i a n o tidas c o m o l e g i t i m a s negam u m c a m p o da vida


lúdica, associando-se à noção de d i v e r t i m e n t o i n s t r u m e n t a l e m o r a l m e n t e sadio ( . . . )
A t é que p o n t o o código puritano foi seguido pelo p e q u e n o c i r c u l o de e x p o e n t e s anar-
q u i s t a s e pela camada mais ampla de seus s e g u i d o r e s ou s i m p a t i z a n t e s ? Em regra
o d i r i g e n t e l i b e r t á r i o era u m h o m e m s ó b r i o , na vida m a t e r i a l e na vida a f e t i v a . obe-
d i e n t e aos p r e c e i t o s da família m o n o g â m i c a não o b s t a n t e o d i s c u r s o e m favor do
amor l i v r e . Os i m p u l s o s refreados e n c o n t r a v a m aliás uma f o r m a de e x p r e s s ã o desviada
mas l e g i t i m a aos olhos da d o u t r i n a , na d e s c r i ç ã o das diversões p e r v e r t i d a s da socie-
d a d e b u r g u e s a , d o s atos c o n c u p i s c e n t e s do clero (Trabalho u r b a n o e c o n f l i t o social,
pp 86/89)
Tunciona sempre como um lugar em que o teatro discute as questões
mais ousadas e livres, enquanto a dança e o encontro cumprem a sua
Em meio a essa vigilância controvertida e talvez necessária para a .
função de divertir e consolidar laços h u m a n o s ^
definição de uma classe na sociedade, a festa permanece insensível
ao debate. Embora o teatro funcione como força de aglutinação entre o pro-
letariado, o centro cultural libertário é anterior à formação de um grupo
Cine-Teatro O b e r d a n A r q u i v o da Sociedade, ( s / d ) teatral dedicado exclusivamente à propaganda.
Nas primeiras festas registradas a partir de 1902. há uma alter-
nância de elencos libertários e grupos italianos de filodramáticos des-
vinculados de uma tendência ideológica. A paixão pelo teatro, especial-
mente pelas companhias teatrais italianas que aqui excursionavam.
fazia proliferar grupos de interesse puramente artístico. É considerável
I diferença de atuação e repertório entre os filodramáticos " a r t í s t i c o s "
e os grupos de propaganda "'. Evidentemente os primeiros estarão ainda
longe de corresponder aos ideais ou propósitos de uma arte libertária.

Nas primeiras festas, enquanto não há grupos libertários para sa-


tisfazer uma plateia semanal, recorre-se aos filodramáticos para abri-
lhantar festas cujo objetivo é claramente definido como propaganda
anárquica. Independentemente da inclinação política desses filodra-
máticos. há sempre um forte elo de solidariedade entre imigrantes de
uma mesma nacionalidade.

10 O p r ó p r i o n o m e dos g r u p o s a r t í s t i c o s ' atesta o seu n à o - c o m p r o m e t i m e n t o .


Eleonora D u s e . Belo Sexo. G a b r i e l l e D A n n u n z i o . L'Amore alTArte. Principessa dei
Dollari.
Desde o início a solução não parece agradar aos comentaristas da
festa. Um espetáculo apresentado em 1902 na Liga dos Chapeleiros é
duramente criticado pela sua inoportunidade ideológica. O grupo que
gentilmente oferece o trabalho é o Andrea Maggi, altamente considera-
do pelas plateias de imigrantes. O Amigo do Povo. entretanto, não deixa
de fazer notar que o drama "Una Notte a Firenze" estava ali um pouco
deslocado "uma vez que em nada contribuía para a instrução ou propa-
ganda". Realmente uma festa que inclui na programação a discussão
de duas greves em curso (Fábrica Matano Serichio e uma outra em
Sorocaba) requer provavelmente um drama mais apropriado.
O contorno geral da festa, portanto, define-se muito antes da exis-
tência de um teatro adequado. Até 1904 é constante a presença de
grupos filodramáticos desvinculados dos libertários, mas atuando em
festas totalmente organizadas para a mobilização anarquista.
Durante esse período há notícia de apenas um grupo formado por
anarquistas, o Grupo Filodramático Libertário. Inclui no repertório o
"Primo Maggio", de Pietro Gori. que seria até o fim o carro-chefe do
teatro libertário.

Aos filodramáticos interessa especialmente uma revivescência da


cultura italiana, tangendo a cópia dos grandes acontecimentos do teatro
italiano da época. É comum o melodrama nas variáveis capa e espada
ou trajetória sentimental do herói burguês, muito embora, dentro do
género, fossem escolhidos por alguns aqueles dramas onde fossem
perceptíveis a contestação, a injustiça (é o caso do repertório do
Cine-Teatro O b e r d a n . Detalhe da a r q u i t e -
tura. (1977)
Cine-Teatro O b e r d a n . Detalhe da entrada lateral. Florão c o m a i m a g e m de G u g l i e l m o
O b e r d a n . (1977)
Teatro Popolare. localizado na Rua do Gasómetro, dirigido por Enrico
Cuneo, cujo repertório era "Galileo Galilei". " A Inquisição na Espanha".
" O s Miseráveis"). Há também pequenas comédias dialetais e gestas na-
cionalistas como " A Morte de Cesare Locatelli". É evidente, no entanto
que. a longo prazo mesmo oferecidos gentilmente, esses trabalhos
acabam entrando em choque com os organizadores libertários da festa. A
franqueza é exemplar:

C o m o a n u n c i a m o s , realizou-se na noite de 2 do c o r r e n t e u m a festa organizada pela


União dos Trabalhadores G r á f i c o s , festa cuja programação constava d u m d r a m a , u m a
pequena c o m é d i a , uma c o n f e r ê n c i a , c o m t r e c h o s de m ú s i c a e o inevitável baile. Se
q u i s é s s e m o s , c o m o qualquer reDórter de j o r n a l b u r g u ê s , fazer a c r ó n i c a da festa
avaliando-a pela execução do programa e pela c o n c o r r ê n c i a , c o m u m " b r a v o " ! e u m
parabéns aos organizadores t e r í a m o s d i t o t u d o .
M a s isso importa-nos p o u q u í s s i m o . Tratando-se de u m a sociedade operária d e resis-
t ê n c i a apraz-nos e x a m i n a r se os seus atos c o r r e s p o n d e m ao f i m para que foi criada,
e c o n t r i b u i r c o m o n o s s o grão de areia para que a energia dos operários c o n s c i e n t e s
não se d e s p e r d i c e e m trabalhos e iniciativas que e s t ã o longo da favor» cer o desen-
v o l v i m e n t o da c o n s c i ê n c i a p r o l e t á r i a ( . . . ) O d r a m a " A m o r e D e s v e n t u r a " (que titulo!)
a r c a i c o d r a m a l h á o de capa e espada, c o m duelos e g r a n d e s frases g r o t e s c a m e n t e
h e r ó i c a s , borracheira i d i o t a , capaz de fazer evacuar uma sala cheia de gente de b o m
g o s t o mais d e p r e s s a do que uma carga d e cavalaria c o m o "salve-se q u e m p u d e r "
dos m o m e n t o s de pânico, pode s e r v i r para m u i t a c o i s a , i n c l u s i v e para c o m o v e r as
pedras, mas para e d u c a r os assistentes, nem por s o m b r a s ! ( . . . ) As s o c i e d a d e s de
resistência c o r r e s p o n d e r ã o aos seus fins q u a n d o destes forem c o n s c i e n t e s os asso- 2. " — ficarão i s e n t o s da exigência da cláusula anterior os m e s t r e s e c o n t r a m e s t r e s
ciados e o m o s t r a r e m nos seus a t o s : c o n f e r ê n c i a s , e s c o l a s , f e s t a s , l u t a s . E não é que por lei dos s i n d i c a t o s de suas c l a s s e s a eles não p o s s a m p e r t e n c e r ;
i m i t a n d o p e s s i m a m e n t e os burgueses nas e x t e r i o r i d a d e s que se ganha a força que
lhes dá o d i n h e i r o e que os o p e r á r i o s o b t ê m c o m a c o n s c i ê n c i a que f o r t i f i c a u n i õ e s . 3. ° — os seus fins são: p r o m o v e r , logo que se tenha capital bastante, a criação da
Não nos levem a mal os sócios àh União estas observações e não d e s i s t a m de au- Casa do Povo e p r o p a g a r por meio de espetáculos as m o d e r n a s d o u t r i n a s s o c i a i s ;
mentar sua força enveredando pelo c a m i n h o seguido pele p r o l e t a r i a d o . O m e s m o
4." — e s t e Grupo será a d m i n i s t r a d o por u m s e c r e t á r i o que t e r á a seu cargo a d i r e ç ã o
d i z e m o s ao grupo f i l o d r a m á t i c o E r m e t t e N o v e l l i , s e , c o m o m o s t r o u , p r e t e n d e colabo-
de todo o e x p e d i e n t e e por u m t e s o u r e i r o que terá e m boa o r d e m a parte f i n a n c e i r a ;
rar no e s f o r ç o do p r o l e t a r i a d o , escolha obras m o d e r n a s , e m a n c i p a d o r a s , c o m cujas
responsabilidades amadores i n t e l i g e n t e s e de boa vontade p o s s a m h o n e s t a m e n t e 5." — haverá u m d i r e t o r de cena. que i g u a l m e n t e c o m o s e c r e t á r i o e o t e s o u r e i r o
arcar. E não nos ponha o cabelo e m pé c o m a fereza das suas estocadas e a f ú r i a será aclamado e m assembleia geral e a q u e m c o m p e t e a d i s t r i b u i ç ã o das partes e
d e s c a b e l a d a d o s seus b r a d o s . . . ( " C r ó n i c a P a u l i s t a " , O A m i g o d o Povo, 9 . 7 . 1 9 0 4 ) escolha das obras que deverão r e p r e s e n t a r - s e ;

6. " — serão c o n s i d e r a d o s d e s l i g a d o s do g r u p o os c o m p a n h e i r o s q u e , s e m causa


O problema a ser solucionado não está propriamente na seleção j u s t i f i c a d a , se r e c u s a r e m ao d e s e m p e n h o dos papéis que lhes f o r a m d i s t r i b u í d o s , ou
do repertório, mas na formação de grupos integrados com o movimento c o m i s s õ e s de que f o r e m encarregados para o bom a n d a m e n t o do e s p e t á c u l o ;
libertário. Em todo o teatro anarquista a qualidade do espetáculo será
7. - — o s e s p e t á c u l o s e m b e n e f í c i o de o p e r á r i o s serão concedidos m e d i a n t e s o l i c i -
bem menos importante do que a sua finalidade aos ideais proletários, tação das c o m i s s õ e s a d m i n i s t r a t i v a s dos sindicatos a que p e r t e n c e r e m , só sendo
expressos nos termos apontados por Luigi Molinari (também ele um atendidos os sindicatos que tenham prestado o seu apoio ao Grupo D r a m á t i c o Teatro
operário voltado para o teatro) no prefácio para o segundo volume da Social.
coletânea Teatro popolare. Depois d e aprovado o estatuto a c i m a , foi a c l a m a d o o seguinte d i r e t ó r i o : S e c r e t á r i o :
M. C. N o g u e i r a ; t e s o u r e i r o : A n t ô n i o S. M o n t e i r o e diretor de c e n a : M. Ferrer.
. . . a p á t r i a , velha s u p e r s t i ç ã o que serve tão bem para m a n t e r os e x é r c i t o s sangui- (Novo Rumo, n.° 14. 1 9 . 9 . 1 9 0 6 )
nários e as polpudas negociatas: a religião, secular m e n t i r a que faz do h o m e m u m
i n s t r u m e n t o s e r v i l dos padres e dos r i c o s ; a p r o p r i e d a d e , i n s t i t u i ç ã o baseada na
v i o l ê n c i a , na astúcia e que se faz passar por o r i g i n a r i a m e n t e divina e e t e r n a , enquanto
Para os anarquistas a definição de modos de agrupamento dos
não passa de m e r o f r u t o do r o u b o ; a j u s t i ç a , que a d m i n i s t r a d a pelos h o m e n s não setores específicos da mobilização operária é sempre uma tarefa com-
passa de u m ímpio e c o n f u s o m a r c a d o e x e r c i d o d i a r i a m e n t e ; todas estas i n s t i t u i ç õ e s plicada. Os regulamentos aparecem lentamente, cuidando para não
e s u p e r s t i ç õ e s d e v e m ser minadas pela propaganda dos l i b e r t á r i o s e o t e a t r o se confundir organização com autoritarismo. Isso vale tanto para o teatro
presta a d m i r a v e l m e n t e a isto tudo. Ao a p r e s e n t a r pois ao público italiano e s t e .segundo
v o l u m e d o nosso Teatro popular, r e c o m e n d a m o s vivamente aos leitores c o n s c i e n t e s e
quanto para as sociedades de resistência, definidas sobre princípios
que ainda s e n t e m o v í n c u l o da solidariedade humana que lhes prende ao povo opri- genéricos de luta de classe.
m i d o , r e c o m e n d a m o s que s u g i r a m aos conhecidos e homens de boa vontade a l e i t u r a
ou a representação destas obras d r a m á t i c a s . C o n t i n u a r e m o s dessa f o r m a a obra
A julgar por esse regulamento, entretanto, a disciplina em teatro é
r e v o l u c i o n á r i a que é o o b j e t i v o p r i m e i r o de toda nossa ação: arrancar o h o m e m do um assunto muito sério. Percebe-se a intenção de expurgar todo dile-
e m b r u t e c i m e n t o s e r v i l , no qual v e m se d e b a t e n d o . tantismo possível da atividade artística. A ninguém é permitido fazer
teatro apenas por fazer, e muito menos para realização pessoal. O
E os grupos começam a aparecer, a partir de 1904, revelando nos estatuto incide claramente sobre a vaidade do ator quanto disserta
nomes escolhidos a filiação ao movimento anarquista. Não há entre sobre a escolha das " p a r t e s " .
eies diferenças consideráveis de treinamento ou repertório. Há uma Outro ponto curioso é o processo decisório no que diz respeito à
necessidade de vários grupos para atender à constância da festa e à escolha do texto. Ao fim e ao cabo compete ao diretor, aclamado em
quantidade sempre grande de espectadores. assembleia geral, a tradicional tarefa de determinar o espetáculo. O
É sensível a necessidade de caracterizar-se através do nome, dis- método é calcado na divisão de trabalho do teatro profissional, beirando
tinguindo-se os anarquistas dos grupos diletantes. Aos poucos a de- à consolidação de hierarquias.
nominação " f i l o d r a m á t i c o " desaparece dos grupos, restando apenas o Essa divisão de trabalho não chega ao ponto de permitir a formação
título que identifica a filiação ideológica: Os Libertários, Pensamento e de líderes de grupo, como acontece nos grupos filodramáticos diletan-
Ação, Germinal, etc. tes. Não se nota na evolução do teatro libertário a individualidade do
O primeiro regulamento noticiado é de 1906, e refere-se a um grupo ator. Mesmo os mais atuantes, que a ficha técnica dos espetáculos
indica como constantes protagonistas, não são comentados especial-
do Rio de Janeiro.
mente pela imprensa. Além disso podem aparecer fazendo um papel
Realizou se no dia 16 do c o r r e n t e , na sede do Sindicato dos Tipógrafos, a A s s e m b l e i a secundário em espetáculos alternados.
í.i-tal d e s t r q m p o , sendo d i s c u t i d a s e aprovadas as suas bases f u n d a m e n t a i s , que
M I O as soquiutes
Sobriamente os críticos colaboram para consolidar essa visão do
espetáculo como um trabalho de grupo. Ouando incluem uma apreciação
1,' — O QDT8 será c o m p o s t o de o p e r á r i o s e operárias que pertençam às suas estética os comentários das festas referem-se globalmente ao desem-
associações d e classe e e s t e j a m q u i t e s c o m as m e s m a s ; penho do grupo. É notável, nesse comentário de desempenho, a com-
preensão da atividade artística como trabalho. Enquanto todo profissio- Assim, os participantes dos grupos dedicam todo o tempo livre à
nalismo se baseia nos conceitos de talento ou aptidão, os críticos realização dos próprios espetáculos. Não dispõem sequer de tempo
libertários apreciam o esforço humano empenhado na arte. Se todos material para acompanhar o movimento cultural da cidade. Isso sem
os homens são artistas, o melhor resultado é muito simplesmente mencionar o fator económico, traduzido no preço de ingressos.
resultado de mais trabalho.
Dada a regularidade das apresentações, é possível supor que os grupos
É compreensível que os participantes desse teatro social não se inte- estejam ensaiando permanentemente. Quase todos os grupos têm um
ressem pelo teatro burguês. Nem como espectadores, nem como aspi- repertório fixo. mas há ainda o problema de cuidar da " p r o d u ç ã o " de
rantes a ator. cada espetáculo. uma vez que a mudança de palco é quase semanal . 11

Há no profissionalismo das primeiras décadas do século uma timidez O teatro consome assim as poucas horas destinadas ao lazer.
muito maior em relação às ideias veiculadas pelo teatro. Além disso a
organização do trabalho é relativamente primitiva, uma vez que o ator
participa apenas como instrumento necessário à confecção da obra.
Oualquer especulação sobre a função da arte ou sobre a responsabili-
dade do ator é completamente inviável nesse período de "boulevar-
dismo".
Em nada e por nada esse teatro corresponde às necessidades sociais
ou à experiência cultural dos setores mais conscientes do proletariado.
Oue interesse poderiam ter as adaptações de Arthur Azevedo, as revis-
tas genuinamente paulistas de Danton Vampré, ou mesmo um regiona-
lismo água-com-açúcar louvando encantos de caipirinhas? Assim que
Sociedade de Beneficência Guglielmo Sociedade de Beneficência Guglielmo
aparecem os grupos amadores libertários, o teatro profissional deixa O b e r d a n . Palco. U r d i m e n t o . (1977) O b e r d a n . (1977)
de interessar definitivamente como lazer ou material para discussão.
Desaparece da imprensa a referência ao mundo cultural do país fora Se considerarmos a arbitrariedade da jornada de trabalho até 1930,
dos círculos operários, principalmente no que diz respeito à arte. pode-se calcular o custo desse teatro em termos de esforço pessoal do
trabalhador. Um depoimento da fase pós-45. quando as condições de
E. a partir de 1915-1916. as criticas feitas à cultura burguesa, como trabalho já se haviam alterado, serve para dar uma ideia de como
parâmetro medindo a evolução da cultura proletária mostram um des- funcionava o ensaio nas primeiras décadas do século:
conhecimento cada vez maior do objeto criticado.
A impermeabilidade é mútua. Sem tomar conhecimento do teatro pro- CECÍLIO Dias C o m e ç á v a m o s os ensaios n o Centro d e Cultura. Depois (amos nos
espalhando nos b a i r r o s . Na casa de q u e m participava. Por e x e m p l o , aqui e m casa.
fissional, os grupos operários não se interessam pela captação de A q u i era u m barracão. A q u i (onde e s t a m o s sentados) é que fazíamos os ensaios,
outro tipo de público. (Ao que se sabe o único profissional de teatro (amos nas casas dos p a r t i c i p a n t e s . íamos na M o o c a . B r o o k l i n Paulista, na casa do
que chegou a frequentar o teatro operário foi Oduvaldo Vianna. em G u m e r c i n d o . E fazíamos três meses d e ensaio. Três meses para dar u m e s p e t á c u l o .
períodos mais recentes. Assim mesmo, o texto representado no dia ( . . . ) Pois é. O e s p e t á c u l o servia de propaganda para os nossos ideais. Por isso é
que a g e n t e , às vezes sem d i n h e i r o , ficava s e m jantar. Eu m e l e m b r o que e u trabalha-
era uma obra de Afonso Schmidt.) É natural portanto, que o teatro va na c i d a d e , o ensaio era no Brás e eu não podia vir em casa jantar. Ou ela, (minha
profissional em nada se tenha beneficiado desse tipo de amadorismo c o m p a n h e i r a ) m e levava um s a n d u í c h e no p r ó p r i o ensaio o u e u c o m i a uma salsicha,
(mesmo no Rio de Janeiro, os únicos nomes que mais tarde se tornarão ou às vezes não c o m i a nada. O aspecto mais brilhante dos espetáculos e r a m os
conhecidos do público foram os de Augusto Aníbal e Davina Fraga). ensaios.

Além do desprezo programático pela cultura burguesa, o isolamento


1 1 . Dois salões destacam-se no n o t i c i á r i o t e a t r a l : o p e r t e n c e n t e à Sociedade de
tem também uma causalidade imediata nas condições de vida do pro- Beneficência G u g l i e l m o Oberdan (1889), na Rua Brig. Machado n.° 5. c o m t e a t r o
letariado. e salão de baile separados e o das Classes Laboriosas (1891). na Rua d o C a r m o
n.° 25. de tão grata m e m ó r i a aos o p e r á r i o s . N e s t e ú l t i m o , ainda hoje se pode v e r
Como um trabalho de propaganda, exige-se do participante, mais do e m seu salão de honra o e s t a n d a r t e " b o r d a d o a ouro f i n o e seda sobre d a m a s c o
que gosto ou inspiração, uma total dedicação. grená de p r i m e i r a q u a l i d a d e " e onde estão simbolizadas " c o m o derivados da
Ciência e do Trabalho, a A g r i c u l t u r a , a I n d ú s t r i a , o C o m é r c i o , a M ú s i c a , a Pintura,
I m <(• i.11 ,i boa qualidade é resultado da repetição e dos múltiplos en- a Escultura, a Eletricidade. a Q u í m i c a , a locomoção t e r r e s t r e e m a r í t i m a , e n f i m ,
saios < K espetáculos mal sucedidos san comentados como um produto t u d o que de ú t i l e belo preocupa a atividade h u m a n a " . Esse e s t a n d a r t e repre-
sentava a A s s o c i a ç ã o , movendo-se à parte de qualquer c o m p r o m e t i m e n t o p o l í t i c o ,
d,i l.ili.i d r ensaio, do não comparecimento, etc mas e m cujo salão os l i b e r t á r i o s i n ú m e r a s vezes se a b r i g a r a m .
G E R M I N A L L E U E N R O T H . Esse pessoal trabalhava. Combinava-se, aliás eles c o m b i n a v a m
o h o r á r i o do ú l t i m o que p o d e r i a chegar numa d e t e r m i n a d a hora e aí então marcavam
o h o r á r i o para começar os ensaios. Em lugares d i s t a n t e s da residência d e l e s . . .
Fazendo isso d u r a n t e t o d o o t e m p o , para uma só vez de representação.

C E C Í L I O DIAS. A g o r a . . . Nós não ensaiávamos t o d o s os d i a s . . . Ensaiávamos


duas vezes por semana.

MARIA VALVERDE. No final até três dias.

Jayme Cuberos Germinal Leuenroth

Maria Valverde Cecílio Dias

Espetáculo do G r u p o Teatral d o Centro


de Cultura S o c i a l . A r q u i v o Maria Valver-
de, ( s / d )

Naturalmente o depoimento se refere aos anos em que o transporte na


cidade é relativamente mais fácil e a jornada de trabalho já se havia
fixado nas oito horas. O modo de agrupamento e a motivação do reper-
tório são os mesmos do teatro dos primeiros grupos libertários. Entre-
tanto as dificuldades já não são tão imensas como nos anos anteriores
a 1930, principalmente em termos de horas disponíveis para o trabalho
teatral.
Durante os anos de vigência, o processo de arregimentação e atuação
dos grupos não sofre alterações sensíveis. Nem mesmo os regulamen-
tos disponíveis (1906 e 1917) registram grandes mudanças com o passar
dos anos.
Basicamente é o grupo familiar que sustenta os núcleos mais perma-
nentes ile um elenco. Ainda em 1945, no Centro de Cultura Social as
l.imilias Valverde Dias e Cuberos constituem elementos fundamentais
• I . I N atividades teatrais do Centro
Também os meios de aquisição de um repertório continuam sintoniza- que dispõe de um reduzido repertório no decorrer de quatro décadas.
dos com a Europa. Os poucos textos, originalmente italianos, franceses ou espanhóis,
Novos autores inspiram-se em antigos textos libertários. O espetáculo chegam quase sempre via Itália, já encenados e aprovados por grupos
pei maneee imune a modificações, sempre apto para lidar com os mes- italianos.
mos temas anarquistas.
Não é fácil explicar o desinteresse pela importação de textos para uma
Consequentemente .não há necessidade de se alterar o processo de atividade tão intensa como a que existe aqui. Ao que parece os mili-
arregimentação, apoiado sempre no compromisso ideológico anterior tantes mais ativos estão satisfeitos com a repetição incontável de um
ao teatro. mesmo texto em diferentes encenações. Pelo menos fazem um esforço
Para os militantes libertários, que se encarregam da doutrinação, a muito maior para ditar e importar romances e trabalhos doutrinários.
literatura de propaganda vem sempre acompanhada de obras de ficção. Outro ponto interessante é a esfera própria do drama libertário, muito
Dentro das teses libertárias, a pregação ideológica é indissoluvelmente mais rígida do que a ficção ou teoria divulgadas. Através do conheci-
ligada a um conceito muito amplo de formação cultural. mento de alguns textos é evidente a semelhança entre eles tanto ao
0 anarquista deve ser um homem treinado para usufruir e produzir nível formal quanto no aspecto pedagógico.
obras que. além de úteis, tenham um sentido estético próprio. A l é m Embora os libertários se interessem muito por teorias do comporta-
de conscientizar. a arte é uma experiência que realiza uma potencia- mento, recusam a encenação de obras de um realismo mais estrito,
lidade humana. preocupadas inclusive com a dimensão psicológica acarretada pelo
Todos os centros culturais se esforçam, portanto, para oferecer não só social. O tema pode ser interessante, mas a complexidade da lingua-
uma literatura teórica e informativa, como também obras de ficção que gem ou o trabalho exigido para a encenação dessas obras prescrevem-
possam atuar na formação cultural do proletariado muito a longo prazo. nas dos palcos operários de São Paulo.

Em cada remessa de textos que os centros culturais brasileiros rece- Entre as obras que aqui chegam há " O s Pequenos Burgueses", de Gorki.
bem do exterior, há. pelo menos, uma proporção de um terço de textos " O s Tecelões", de Hauptmann. " O s Espectros", de Ibsen. Dentre essas só
de ficção. Algumas dessas obras são divulgadas pela imprensa operária " O s Espectros" chegou ao palco e. assim mesmo, uma única vez. Ou o
como folhetins. Outras são reproduzidas em papel de jornal e vendidas público não gostou muito, ou os atores encontraram muita dificuldade
a preço de custo, com as mesmas facilidades da propaganda teórica. em interpretá-la. De qualquer forma a encenação única permite com-
preender que os militantes estão em contacto com obras mais avança-
Nem todos os autores divulgados são adeptos de princípios anarquistas.
das do teatro burguês. Se não as encenam é porque não as consideram
É suficiente que essas obras tenham como ponto de vista básico uma
adequadas para os recursos locais, tanto de elenco quanto de público.
crítica da sociedade capitalista. Interessa tanto a crítica aos costumes
burgueses quanto a descrição das condições de vida do trabalhador. Os trabalhos bem-sucedidos junto ao proletariado paulista são mais
Dentro desse espectro bastante amplo os grandes prediletos são Zola simples e mais próximos da identificação imediata entre personagem e
e o Tolstói doutrinário. espectador. Não é difícil encontrar entre eles um vínculo que indica o
Essas preferências editoriais, como as demais questões de veiculação número reduzido de tendências estéticas.
de ideias, obedecem aos métodos e às tendências predominantes na Entre as peças que nos foi possível encontrar. "II Primo Maggio" é um
Europa. Zola é divulgado aqui no momento em que é o modelo cultural exemplo significativo de uma tendência da dramaturgia libertária, ainda
do proletariado europeu. Ouando Gorki integra a constelação, passa a muito próxima da prosa poética.
ser divulgado pelos libertários brasileiros ao mesmo tempo que os
europeus começam a identificá-lo. A simultaneidade é progressivamen- Especialmente ilustrativo, o poema dramático de Gori despe as perso-
te maior. Da Europa vem não só os textos como. até certo ponto, a nagens de marcas individualizantes. Representam forças sociais que
maneira de abordá-los. Os jornais operários publicam, junto com a lutam pela sociedade anarquista ou a ela se opõem. Cada personagem
noticia da obra, comentários de críticos europeus auxiliando a inter- pronuncia o discurso que revela a sua posição no meio, assim como a
pilítilÇilO postura ideológica que assumiu. Não há propriamente um diálogo. As
1 m escala muito menor as peças de teatro aparecem nessas listas de oposições ocorrem, assim como os conflitos mais sérios, ao nível do
irmess.i A proporção, entre os textos de ficção, é de aproximadamente conteúdo do discurso de diferentes personagens. Na verdade não há
um,) p e ç a de teatro para vinte obras
um choque direto entre duas falas. Há exposições de conceitos opostos.

Mnnmo durante o período de ascensão do movimento libertário essa Há o proprietário de terras, o velho camponês solidário com a socieda-
. si i r l a t i v a permanece Decide sobre o caráter da festa operária de capitalista e as personagens em vias de iniciar uma transformação
social como o estrangeiro, o marinheiro, o operário e a jovem campo- dável dessa figura alegórica, tanto no grafismo como na literatura, há
nesa. O anarquismo penetra através de uma personagem denominada uma aurora luminosa. São nomes e imagens de esperança, eixo funda-
significativamente de " O estrangeiro*'. A ideia do internacionalismo do mental dos hinos e poemas dramáticos.
país libertário transparece na universalidade das personagens.
Assim a arte que se refere a esse devenir próximo é essencialmente
Sem se deter na análise lógica das transformações sociais, esse tipo otimista. Representa o mundo como deveria ser, acreditando firmemen-
de drama procura envolver o espectador através da colocação poética te na sua inevitável proximidade. Permite-se. portanto, o devaneio e a
e atraente do mundo anárquico. beleza.
Mas a tendência numericamente mais significativa dos textos encena-
Essencialmente é a sensação e a premonição da beleza permanente
dos em São Paulo representa a demolição atual do " e d i f í c i o " social.
que desperta o interesse e a adesão da jovem camponesa e do mari-
Interessa-se antes de mais nada pela crítica ao princípio filosófico do
nheiro. Caminham em direção ao "país onde o sol se levanta".
capitalismo.
Lo straniero Toda a progressão dramática dessas peças baseia-se no combate entre
Ê là, verso la parte d o n d e si leva il s o l e . . . duas forças sociais antagónicas. A pregação ideológica é introduzida
II paese felice. La terra é di tutti . . c o m o
1'aria, la luce. G l i u o m i n i vi sono f r a t e l l i . .
como artifício, mas raramente motiva o ato.
II lavoro è blasone di nobiltà per q u e ! É visível nesses trabalhos o parentesco com o melodrama. Pouco se
popolo. Única legge la liberta . . ú n i c o v i n c o l o 1'amore. . . preocupam os autores com o desenvolvimento coerente da trama, com
Per tutti il benessere per tutti la s c i e n z a .
La d o n n a n o n schiava, ma c o m p a g n a , c o n s o l a t r i c e d e l l u o m o . La miséria i g n o t a . . .
a verossimilhança ou mesmo com a originalidade. Todos os velhos
L u g u a l i a n z a garantita d a l l a r m o n i a d e i d i r i t t i . . Non parassiti, non armati, non golpes do teatro romântico e do folhetim entram em cena despudora-
guerra Le madri beate! I v e c c h i . maestri deli inlanzia I fanciulli educati al damente. Cartas reveladoras, conversações ouvidas casualmente, cons-
lavoro, a l l a m o r e dei p r o p r i simili La giovinezza benedetta, c o m o la p a c i f i c a pirações de personagens com dupla identidade moral. A personagem é
avanguardia delCavenire. . . C a m m i n i a m o . camminiamo!
E là, il paese felice laggiu verso la parte d o n d e si leva II s o l e . . .
detalhada para explicar resumidamente as características fundamentais
de uma determinada classe ou setor social. Nos textos típicos, o operá-
Considerados parte de uma programação doutrinária, os textos poéticos rio e o patrão são sempre condutores de dois grupos sociais anta-
como esse ou como Lideale são de extensão reduzida, próprios para gónicos.
encaixar-se nos interstícios da festa libertária, entre cantos, loterias e Conscientizados ou não, os operários desses textos estão sempre num
declamações. estado-limite prestes a explodirem para investir contra o patronato.
Entre os disponíveis. "II Primo Maggio" é seguramente o que denota um Assemelha-se funcionalmente ao herói romântico na desproporção do
melhor acabamento literário, empenhado em seduzir por meio de uma combate.
qualidade artística. No mais, quanto aos assuntos mencionados ou às Por outro lado, o patrão não se contenta em extrair a última gota de
ideias, em nada difere dos postulados gerais da teoria anárquica. Na- sangue dos seus assalariados. Inventa estratagemas, como um autênti-
turalmente esse tipo de trabalho, pelo próprio conteúdo idílico, apro- co vilão, para piorar um pouco mais a situação deste ou daquele traba-
xima-se mais do humanismo de Kropotkine. lhador. Há uma intencionalidade que supera a impessoalidade de um
sistema económico injusto.
Nesse trabalho o "velho mundo" dos senhores da terra e da burguesia
industrial não precisa ser combatido frontalmente. Basta um movimento Ouanto ao desenvolvimento dramático, apóia-se no estratagema do
no sentido de inaugurar uma nova sociedade. Há no velho mundo uma patrão. O final mostra a derrota física da classe operária, anunciando-se
podridão natural que torna próxima a sua extinção. Seus representantes a vitória moral e uma breve derrota do capitalismo.
(o senhor da terra e o velho camponês) estão decrépitos demais para
opoi se à nova ordem ou ameaçar a sua vigência. São marginalizados
naturalmente, quase sem dor.
A-, personagens alegóricas que representam a ideia libertária são
1 flPniiiínnlr^ii
1
• I' i ilnieiítr poderosas em estatura e força magnética, ao contrário do
i P< . io doentio e fisicamente amesquinhado da burguesia. A imagem
• .» mesma das representações gráficas da luta do proletariado divul-

ijmlmt pela imprensa anarquista. Nessas, os trabalhadores são repre-
HnnliidoM numa escala quatro ou cinco vezes maior do que a dos seus
i" HUM l i s t a d o . Clero. Patronato, e t c ) . Rodeando o gigantismo sau-
Nessas histórias a exploração é apenas nominalmente o resultado de ção é mais importante do que a qualidade cénica. Pouca coisa acontece
uma ordem social. Na realidade o texto focaliza o empenho consciente nesse diálogo, essencialmente uma troca de ideias.
de uma classe (o patronato) na destruição de outra. Dessa forma a Essas pequenas peças t ê m , em geral, duas personagens atuantes que
análise dos problemas sociais é sempre filtrada pela óptica maniqueísta
resumem duas filosofias divergentes. Podem ter uma duração máxima
da vítima e do opressor. São raros os trechos em que o texto explica
de meia hora, dependendo do ritmo dos atores.
com didatismo maior as bases económicas da exploração. O capitalismo
aparece como um ato de vontade. A imprensa menciona com frequência esses pequenos atos dramáticos,
mas poucos foram localizados durante este trabalho. " O M e s t r e " , " O s
Como objetivo imediato os dramas pretendem algo mais do que alicia- Dois Ladrões" e "Uma Comédia Social" constituem, entretanto três bons
mento ideológico. Influem sobre o estado anímico da plateia e incitam exemplos desse tipo de texto.
a tomar partido contra ou a favor de determinada situação. Se possível
devem funcionar como um estímulo para uma ação próxima. Enquanto os dramas de crítica social se debruçam sobre uma série
de problemas, as pequenas peças didáticas argumentam em torno de
Extraindo sua força da dicotomia sempre equilibrada entre dominador um único tema do repertório libertário.
e dominado, não há muita chance para a particularidade estética entre
Em " O M e s t r e " , uma sala de aula de uma pequena aldeia é invadida por
os diferentes dramas. Nesse sentido cumprem a mesma função ritualís-
um fiscal do governo. O objetivo é expulsar o velho mestre acusado
tica dos textos poéticos, que evocam a perfeição do futuro. Dizem
de transmitir estranhas lições. O representante do governo inquire os
sempre a mesma coisa, reforçando um conhecimento prévio e uma
alunos sobre as relações entre a França e outros países. As respostas
necessidade de estimular a resistência. A ideia do estímulo fica mais
são modelos da teoria anárquica do internacionalismo. Instrui-se o
clara se observarmos que esses dramas quase nunca levam ao apazi-
espectador através dos argumentos dos alunos.
guamento. Esse é o traço distintivo mais nítido entre o melodrama e o
drama libertário.
INSPETOR: Mas c o n t i n u e m o s e x a m i n a n d o os alunos. Quais são na Europa, as nações
Ouando o pano desce, as catástrofes que se abateram sobre o operário amigas da França?
não constituem um ponto final. São claramente indicadas como episó- J O R G E ( i m e d i a t a m e n t e ) : A Bélgica, a Espanha, a Suíça, a Inglaterra, a A l e m a n h a , a
dios de uma cadeia muito tensa, prestes a romper-se pelo esforço do Aus...
proletariado. É verdade que o operário protagonista é invariavelmente INSPETOR: Devagar, d e v a g a r . . Está me p a r e c e n d o , meu filho, q u e você vai enume-
aniquilado pela exploração. Mas a sua condenação social é rodeada rar todas as p o t ê n c i a s !
por ameaçadoras advertências aos responsáveis pelo poder. J O R G E : Sim, senhor!
Vale citar aqui como exemplo úm drama dos mais representados nos INSPETOR: No entanto, entre as que v o c ê e n u m e r o u algumas se o d e i a m e nós d e v e m o s
centros paulistas. "Responsabilità", de Jean Grave: um operário não nos preparar para c o m b a t ê - l a s . .
consegue empregar-se por ser conhecido entre o patronato por suas J O R G E : Por q u ê ?
ideias anarquistas, embora seja um bom trabalhador. Além disso é
acusado de um atentado que evidentemente não cometeu. Enquanto Não há propriamente um conflito importante a ser resolvido no final.
cumpre pena a mulher suicida-se e mata os dois filhos. Não suporta Apenas o representante sai indignado enquanto o professor retoma o
mais a fome. cargo com a aprovação da comunidade.
As perseguições atingem aqui criaturas inocentes que em nada amea- " O s Dois Ladrões" desenvolve o argumento do antimilitarismo, ao mesmo
çam a ordem social. O operário não concorda, e é tudo. tempo que estabelece uma igualdade imposta pelas ações criminosas.
O drama se encerra no julgamento do operário por tentativa de assassi- Alexandre Magno recebe em sua tenda um ladrão perigosíssimo, acusa-
nato. Apunhalou e feriu sem gravidade o juiz que o condenou por um do de chefiar um bando de facínoras. O macedónio quer conhecer o
crime que não havia cometido. É no julgamento a grande chance para homem antes de condená-lo à morte.
a projeção futura, situando o protagonista como uma das últimas víti- Na tenda, o ladrão comprova a identidade entre suas ações e as de
mas da ordem social vigente. A partir desse momento, anuncia o drama, Alexandre.
tudo está em transformação. Na última cena o operário Renaud é
condenado à guilhotina por uma tentativa de assassinato. O pano desce L A D R Ã O : A l e x a n d r e , sou vosso p r i s i o n e i r o . Tenho pois que ouvir o q u e vos apraz dizer-
sobro uma pena incrivelmente desproporcional, última e máxima in- me e s o f r e r o c a s t i g o que vos aprouver i n f l i g i r - m e . M a s o m e u e s p í r i t o é l i v r e : e se
q u i s e r responder às vossas censuras r e s p o n d e r e i c o m o h o m e m livre.
justiça.
A L E X A N D R E : Fala livremente.
Mn ainda uma outra tendência da dramaturgia libertária, mais ligada ao L A D R Ã O : Quero responder a vossa p e r g u n t a c o m o u t r a pergunta. C o m o é que tendes
nlnlto didático do teatro. São pequenos diálogos em que a argumenta- passado a vida?
A L E X A N D R E : C o m o um h e r ó i . Pergunta a Fama, e ela t o dirá. Tenho s i d o o mais bravo
e n t r e os b r a v o s , o mais nobre dos soberanos e c mais poderoso dos c o n q u i s t a d o r e s .

L A D R Ã O : Não vos falou a Fama t a m b é m de m i m ? Houve jamais um c a p i t ã o tão o u s a d o


à f r e n t e de mais valente t r o p a ? . . . M a s não g o s t o de me gabar. D e m a i s , vós sabeis
que não foi fácil p r e n d e r - m e . quanti lavorano ~ lottano - so//rorjo e sperano
A L E X A N D R E : Mas afinal q u e m és tu senão u m ladrão, u m ladrão desprezível e sem ^ e c a di U t t s f f t w ' 9- i«idi
probidade?

L A D R Ã O : E que é então um c o n q u i s t a d o r ? Não tendes vós p e r c o r r i d o a terra c o m o u m v ^4,


génio mau. d e s t r u i d o r dos belos f r u t o s do trabalho e da p a z . . . saqueando, assolando
C O P I O S O A S S O P T r u ^ v , ^ ^
e matando, se.n l e i . n e m j u s t i ç a , só para satisfazer uma sede insaciável de domínio?
Tudo o que fiz numa só c o m a r c a c o m uma centena de h o m e n s , vós o t e n d e s f e i t o
c o m centenas de milhares de r e g i õ e s i n t e i r a s . Se espoliei s i m p l e s p a r t i c u l a r e s vós
a r r u i n a s t e s reis e p r í n c i p e s ; se q u e i m e i algumas aldeias, vós levastes a desgraça ao PU&BIK ! 7 ? ™ , n

seio dos mais f l o r e s c e n t e s r e i n o s e às mais ricas cidades. Onde está, p o i s , a d i f e r e n - SOC(A' " ' O P A O A j y f M
ça? N i s t o : o n a s c i m e n t o vos fez r e i , e a m i m u m s i m p l e s p a r t i c u l a r ; deu-vos o poder;
e se d i f e r i m o s u m do o u t r o é só p o r q u e sois u m ladrão mais poderoso do que e u .

O próprio Alexandre acaba concordando com o seu prisioneiro. Nesse


caso também não há alteração da situação particular das personagens.
Alexandre solta o prisioneiro rapidamente e a cena está encerrada.
"Uma Comédia Social" é uma peça pequena, de duas ou três páginas.
Passa-se numa rua de Londres. Um desempregado é obrigado a pedir
G. JSrJSnBINI, Editore
esmolas e interpela um austero burguês, que o insulta com palavras
duras. Um anarquista intervém, chamando-o parasita (não sem antes 1902
lamentar a impropriedade do gesto humilhante do mendigo). O senhor
ao ser insultado chama imediatamente a polícia.

A N A R Q U I S T A : S i m , esta é j u s t a m e n t e uma c o n s t a n t e da b u r g u e s i a : a p o l í c i a , o Exército,


a m a g i s t r a t u r a não f o r a m c r i a d o s a firfi de que os d i r e i t o s s e j a m r e s p e i t a d o s , mas " M i s é r i a . " T e x t o teatral d e G. B a l d i . D e d i c a t ó r i a .
para d e f e n d e r esta canalha. Vou indicar u m b o m r e m é d i o (ao p o l i c i a l ) . Não t e m o s
nada c o m v o c ê . não te c o n h e c e m o s e se i n s i s t i r e m nos prender aqui na rua. s e m
Evidentemente o didatismo não está ausente dos grandes dramas melo-
n e n h u m m o t i v o , então s e r e m o s dois contra u m . Vamos te dar uma surra e duvido
m u i t o que e s t e senhor aqui vá te s o c o r r e r . dramáticos. É frequente a interrupção de uma ação, ou a intersecção
de uma cena em que se introduzem longas explanações dos ideais
POLICIAL (retirando-se): A c h o q u e ele tem razão. libertários. Os pequenos diálogos dramáticos são. ou poderiam ser,
A N A R Q U I S T A : Veja você, meu a m i g o , te resta apenas u m meio p a r a não ser e x p l o r a d o , fatias do drama extenso. Nos dois casos a argumentação não difere
nem o p r i m i d o : d e m o n s t r a r c o r a g e m . Se os trabalhadores que são tão n u m e r o s o s muito. Há apenas ligeiras mudanças de fatores externos, como profis-
se o p u s e r e m c o m todas as suas f o r ç a s aos patrões e g o v e r n o s c o m o eu agora fiz são da personagem, por exemplo, ou lugar de ação.
c o m esse polícia, estaríamos bem p r ó x i m o s dos h o m e n s v e r d a d e i r a m e n t e l i v r e s .
Nos dramas mais extensos é frequente a figura do raisonneur. como
porta-voz e intérprete dos temas de ordem. Funciona da mesma forma
Na festa operária o texto didático tem a mesma função das canções ou
que no drama burguês, relativamente isento de compromissos com a
declamações: é programado para antes ou depois de uma conferência.
ação do drama. Em "Responsabilità" (o drama é francês, mas aqui foi
Está sempre a uma distância razoável do grande acontecimento artís- sempre representado em italiano) essa personagem o um jornalista que
tico da noite que é o drama extenso. acompanha todas as etapas da peça, desde o desesporo inicial da per-
Cenicamente esses trabalhos nada exigem do ator, ou do espetáculo. sonagem procurando emprego até o julgamento.
Podem ser pronunciados na boca de cena enquanto os outros atores se Se considerarmos a limitada utilização de estruturas dramáticas (ape-
preparam para o grande drama da noite. nas três modos predominantes e facilmente idenhlii aveis) pelo teatro
A sua clareza e eficiência faz refletir sobre a evolução do movimento, libertário, só podemos concluir pela prioridade das Idólas sobre a
• m termos de pedagogia. O teatro é um dos múltiplos recursos que os construção de um novo texto dramático. Nao falia uu-.adia nos libertários
muuquIntM estudam para aperfeiçoar os instrumentos de ensino. A arte para provocar rompimentos em qualquer nívol, Os assuntos que os Inte-
n iipinnili/jidn lormam um único bloco de conhecimento. ressam são, principalmente nos países americanos, multo avançados em
relação ao pensamento dominante. A relativa estagnação dos meios No caso de " O Dever", o articulista de A Lanterna chega a comparada
expressivos corresponde a um estágio de mobilização em que a luta favoravelmente à " E l e c t r a " , de Perez Galdós, o acontecimento teatral
política é ainda (queiram ou não os militantes) mais importante do que mais eletrizante dos meios operários, no começo do século.
a criação de novos padrões culturais. Mas o entusiasmo não é suficiente. Nos anos subsequentes nem a peça.
A predominância da imigração nas atividades operárias não facilitou nem o nome do autor voltam a ser mencionados pela imprensa operá-
o aparecimento de uma dramaturgia brasileira. Por outro lado, o rumo ria. Trata-se, ao que parece, de um esforço isolado, que em nada altera
atemporal que o movimento libertário assumiu no Brasil é um desestí- o panorama das encenações, dominado em primeiro plano por autores
mulo à criação de novos textos. Os antigos, importados da Itália ou da italianos, e em segundo, por espanhóis e franceses.
Espanha, servem muito bem para expressar a sociedade brasileira tal Um outro trabalho, de 1904. também não foi encenado e, ao que se
como é visualizada pelos libertários. saiba, não há registro de reedições. O autor é Nathanael Pereira, segun-
Também no Brasil esse operário situa-se frontalmente contra a totali- do o articulista de O Livre Pensador um "fervoroso companheiro" das
dade (a sociedade capitalista) sem captar as particularidades de uma batalhas anticlericais. O comentarista, apesar do companheirismo, con-
evolução histórica típica do cenário brasileiro. dena asperamente o drama pelo insuficiente rigor aplicado ao clero.

Isso aparece com nitidez nas críticas feitas aos sucessivos governantes Aqui náo se trata ainda, especificamente, de teatro libertário e nem
da República Velha. Os fatos peculiares a cada governo são amalgama- mesmo da imprensa operária. São setores mais esclarecidos da peque-
dos no corpo maior do regime, limitando a compreensão de sua impor- na burguesia, identificando livre-pensamento com anticlericalismo. que
tância própria. ensaiam os primeiros passos em direção a um movimento de caráter
cultural. De qualquer forma são esses setores que mantêm a porta
Na crítica operária a dualidade (ou conflito) indivíduo versus organiza- aberta para um eventual contato com os círculos operários. Do anticle-
ção social capitalista constitui o módulo que governa a discussão e ricalismo ao anarquismo a distância não é muito grande para esses
resiste a diferentes processos sucessórios. É natural que os militantes intelectuais. O rumo de A Lanterna e a trajetória pessoal de Edgard
não incorporem as mudanças ocorridas no seio da sua própria classe, Leuenroth e Benjamin Motta indicam a passagem de livre-pensadores
nem mesmo o progressivo processo de adaptação dos imigrantes ao a anarquistas.
novo país.
Impresso pelos Editores Pinto e Cia. em Porto Alegre aparece em 1905
Dessa forma a dramaturgia de origem europeia é suficiente para ex- o "drama social" em um ato. " A v a t a r " , do poeta e jornalista rio-grandense
pressar e divulgar aqui ideologia idêntica. Parece remota a necessidade Marcelo Gama (1878-1915). Sabendo-se da predileção do público por
de adaptar-se à história de um* outro país. Junto aos padrões culturais, revistas e comédias de costumes, onde o pitoresco nem sempre conduz
conservam as mesmas formas de luta dos primeiros anos do movi- a qualquer sentido crítico mais profundo, causa aspécie essa peça onde já
mento. se defende o amor livre, criticam-se os serviços assistenciais e o valor
da dignidade humana se sobrepõe a meras questões disciplinares.
Quando os militantes brasileiros começam a produzir alguns textos,
estão procurando suprir a dificuldade de importação. Em nenhum mo- Querendo decifrar a trajetória agônica do casal, diz uma das perso-
mento se coloca a necessidade de adaptar-se a uma realidade diferente. nagens:
É possível que a existência de uma dramaturgia progressista tenha
chegado ao conhecimento dos operários que organizam a festa, ou dos TIA ROSA: É p o r q u e deste à luz numa noite aziaga.
D e m a i s , não és c a s a d a . . .
homens da imprensa. A Lanterna menciona, em 1903, a existência de
uma peça de Joaquim Alves Torres (1853-1890) denominada " O Dever". LUZIA E que t e m isso? Então
não sou mãe e de mãe não tenho coração?
O autor é do Rio Grande do Sul. escreveu muito para teatro, mas não
há notícia de que o texto em questão tenha sido representado. Inte- TIA ROSA: Ê que e u . . . sei que náo és u m a m u l h e r à-toa.
mas bem d e v e s saber que Deus não abençoa
ressa à imprensa operária pelo anticlericalismo, mais do que pelas u m f i l h o que nasceu a s s i m . . . s e m c a s a m e n t o
questões sociais.
LUZIA: Não c r e i o . . Pode ser m a l d i t o o n a s c i m e n t o
Il.i muitos casos semelhantes, em que a imprensa operaria se interessa d e s t e ser que b r o t o u do v e r d a d e i r o amor?
poi trabalhos que possam remotamente assemelhar-se aos temas li- Deus por que não maldiz então o f r u t o , a f l o r .
bei t.mos Isso nao quer dizer, entretanto, que se responsabilizem pela que dos beijos que o sol dá no seio da t e r r a
n a s c e m , para mamar a seiva que ela encerra?
divulgação e distribuição desses trabalhos. Entretanto, obras de inte- Deus por que não maldiz então o passarinho
ii • s o c i a l europeias são divulgadas e reimpressas nas gráficas anar- q u e ao ar livre nasceu na q u e n t u r a d o n i n h o
golMtas de u m par que se casou no altar da natureza?
Deus, se e s t á e m todos nós, b e m c o n h e c e a pureza
d e s t e amor que nos p r e n d e , há p e r t o de seis anos,
para a M i s é r i a , a Dor. a Fome. os Desenganos! Ouero m e s m o m o r r e r , mas antes de m o r r e r
S o m o s casados, s i m . . Casou-nos a Desgraça! l i b e r t a r e i da vida esse pequeno ser.
Resta-me e s t e poder: posso ao m u n d o poupá-lo.

Logo a seguir entra Marcos, o marido e narra à esposa o desentend LUZIA: Marcos! M e u D e u s ! Oue vais fazer?
mento havido entre ele e o capitão: M A R C O S ( j u n t o ao b e r ç o ) : Salvá-lo!

. .. Afinal, resolvi Apesar de ter sido levada em São Paulo em 1920, os versos, a lingua-
falar ao capitão da quarta companhia. gem apurada, o final acusatório, mas destituído de esperanças num
Lá f u i . à casa dele. Entrei, ele e s c r e v i a . futuro próximo, desviaram essa peça das predileções das plateias ope-
M a s e m t u d o o que eu faço o diabo se a t r a v e s s a !
Vê o que é não ter s o r t e : A o v e s t i r - m e . c o m a pressa
rárias, o que não aconteceu com o texto de Gregório Nazianzeno de
abotoei errada a blusa . assim. assim... Vasconcelos (Neno Vasco), filólogo e bacharel em direito, de origem
portuguesa, que aqui permaneceu de 1901 a 1911 . É de sua autoria o , 2

Ouando eu ia falar, ele olhou para m i m , primeiro texto que se conhece escrito e encenado em São Paulo. Data-
apontou para a blusa e disse c o m desprezo: do de 1907 (ano da encenação), permaneceu incólume no repertório dos
" E n d i r e i t e - s e , cabo. e recolha-se p r e s o " . grupos paulistas até 1930. Trata-se da peça "Greve de Inquilinos", pri-
Endireitei então a blusa e h u m i l d e m e n t e
quis lhe falar de novo. Ele. mais f o r t e m e n i e :
meiro texto a incorporar nominalmente a cidade do Rio de Janeiro e
"Recolha-se. já disse!'* Eu p r e s o ! Vê que h o r r o r ! algumas pitadas da vida carioca.
Dominou-me de todo a m i n h a grande dor.
O miserável via apenas o b o t ã o : O eterno problema do alojamento, da falta de hotéis inclusive, é sem
não me podia ver cá d e n t r o o coração. dúvida uma especialidade carioca. Outro toque nacional é dado pela
indicação cenográfica que prevê duas redes como parte do mobiliário
de um quarto. Na linguagem, mantém uma certa semelhança com as
comédias de Martins Penna. Recorre a falsas identidades, esconderijos
Estava sobre a mesa u m pequeno punhal
e travestismos, bem ao gosto das comédias de costume da época.

M a t e i , porque me i m p ô s a isso o coração.


Pois se matar foi s e m p r e a m i n h a p r o f i s s ã o !
Ouantas vidas r o u b e i , desde que sou soldado?
! NENO VASCO
Inúmeras, s e m c o n t a , e era r e c o m p e n s a d o !
Pelas m o r t e s que fiz no furor das batalhas,
enchiam-me de o r g u l h o e davam-me m e d a l h a s ! «- MEIE IE m H

Ikunu y a i i ia M i
Pela p r i m e i r a vez m a t o por precisar,
e sou u m c r i m i n o s o e me vão fuzilar!

Então que t e n h o eu s i d o e m m i n h a v i d a inteira?


U m i n s t r u m e n t o v i l ? ! Eu. por uma bandeira.
ou vaidade, ou c a p r i c h o às vezes de u m mais f o r t e ,
espalhei s e m p r e o m a l , ao s e r v i ç o da M o r t e !
I por u m f i l h o amado, o m e u ú n i c o b e m .
i i . i n podia dispor da viria de n i n q u é m 9 1

l.i ii.I.I q u e m viver. Luzia, eu te c o n f e s s o : 12. De Neno Vasco, diz Bóris Fausto e m Trabalho u r b a n o e c o n f l i t o s o c i a l : " F o i ele
• \' c para m i m a suprema cobiça. talvez o mais l ú c i d o e x p o s i t o r das ideias anarquistas d o p e r í o d o , c o m b i n a n d o a
>>• •• i i i . i vida uma i n t e i r a j u s t i ç a . c a p a c i d a d e de p e r c e b e r as alternativas centrais d a estratégia libertária c o m a
i . i i . . d., ' . i . l para t o d o s i g u a l . análise das c o n d i ç õ e s d a s o c i e d a d e brasileira, além d e ter sido um eficiente or-
pioro viver Viver é o m a i o r m a l ! g a n i z a d o r " . (Op. cit., p. 93)
Entretanto o conteúdo é inimaginável nos teatros frequentados por EVA: Fiz assim p o r q u e q u i s . . . p o r q u e lhe t e n h o amor, m a m ã . . . N i n g u é m me obri-
espectadores estranhos à causa operária. A peça veicula formas de g o u . . E q u e r o c o n t i n u a r . . . M a s o que eu não q u e r o é que me t r a t e c o m o uma
escrava que c h e g u e ao p o n t o de me b a t e r . Náo q u e r o , não q u e r o . . .
resistência aos proprietários, sob a forma de uma greve de inquilinos.
ROSA: M a s eu sou tua mãe!
O ligeiro estratagema que nas comédias de costume apazigua-se no
desenlace é transformado ao final da "Greve de Inquilinos" em uma lição EVA: E eu sou tua f i l h a ! (pausa) Veja se pode c o n v e n c e r - m e de que estou mal enca-
de resistência. Para ludibriar o proprietário, os inquilinos apelam para minhada, de que não t e n h o razão. Não sou t e i m o s a . Nunca o f u i . (Pausa. A mãe
olha-a a d m i r a d a . Mais meiga.) M a m ã e pense b e m : por q u e foi t o d a esta questão
um recurso totalmente episódico, e é isso que faz a graça do texto.
entre nós? Pense b e m : eu t e n h o razão!
Mas tudo isso leva a uma reflexão sobre o direito dos inquilinos ao
prédio que construíram como trabalhadores. A linguagem é portuguesa e a cena universal, mas há nesse momento
Pelos comentários e pela incidência de representações percebe-se que uma série de qualidades raras em outros textos anarquistas. O sucesso
o texto de Neno Vasco é considerado modelar pelos centros culturais de reencenações tem a sua lógica na avaliação estética de alguns
libertários. Posteriormente será representado nos círculos operários trabalhos. Ou então na constatação de que funcionam bem.
de Lisboa, editado por um periódico português (A Batalha, 1923).
Há dois autores europeus importantes residindo e escrevendo no
De Neno Vasco há ainda outra peça muito conhecida. " O Pecado de Brasil. Além de Neno Vasco. Gigi Damiani é outra figura importante da
Simonia". Nessa, o conteúdo anticlerical é mais evidente do que a ques- imprensa e do teatro libertário. No teatro Gigi Damiani atuou em diver-
tão da resistência operária. Ao que parece a Igreja é a possibilidade sas frentes. Escreveu artigos sobre as companhias italianas no La Bat-
de todos os ridículos, assunto frequente de muitas comédias. taglia, divulgou teorias de arte libertária, trabalhou na confecção de
Quanto a " O Pecado de Simonia". a primeira notícia da representação é cenários e finalmente escreveu algumas peças representadas até 1933
de 1912. O clérigo que. na peça. comete a vilania de tentar apossar-se com certeza.
do prémio lotérico de uma pobre viúva, é desmascarado por um jovem
operário de ideias anarquistas. Os textos de Damiani ("Viva Rambolot", "Osteria delia Vittoria", "Na Re-
pública") desapareceram durante os diversos períodos de repressão.
Mais complexo pela quantidade de problemas que incorpora, o texto
não tem a mesma leveza graciosa de "Greve de Inquilinos". De passagem Como não há uma vasta descendência de peças brasileiras é impossível
menciona-se o direito ao amor sem casamento e o problema do mili- avaliar a influência que possam ter exercido * \
tarismo.
Tanto Neno Vasco como Damiani foram homens de teatro no sentido
Como dramaturgo, o mais interessante de Neno Vasco é a exatidão do de se envolverem no trabalho de encenação dos grupos amadores. Para
diálogo, desprovido da retórica excessiva que normalmente caracteri- ambos o trabalho de dramaturgia é um imperativo do teatro, necessita-
za o trabalho doutrinário e penetra a ficção. do de novos textos. Como atividade predominante são jornalistas e
Em " O Pecado de Simonia" há uma cena muito boa em que a heroína da teóricos do movimento.
história explica para a mãe as novas bases de um relacionamento entre
' L o s Conspiradores" é mais um drama desaparecido, escrito por um ope-
as duas. A firmeza da moça e a autêntica perplexidade da mãe são
rário radicado no Brasil, Felipe Morales. Esse é o único drama que
traços interessantes na caracterização de personagens. É visível o
escreveu e aparece com frequência nos salões hispano-americanos a
cuidado do autor para não violentar a tradição enraizadíssima do res-
partir de 1905. Depois, traduzido para o italiano, começa a aparecer
peito devido aos pais. Para obter esse efeito acentua a ingenuidade da
nas festas de predominância italiana. Em 30 de setembro de 1905 co-
mãe e procura caracterizá-la como uma personagem que só é capaz
menta o jornal La Battaglia:
de violência verbal. Isso a torna menos antipática aos olhos dos espec-
tadores:
13. Em 1 5 . 7 . 1 9 4 7 A Plebe noticiava: " G i g i Damiani fez anos. C o m p l e t o u setenta
" A h ! pensas que já não tenho mãos para te sovar c o m o d'antes? anos. S e t e n t a anos de lutas entre s o b r e s s a l t o s e s o f r i m e n t o s . Boa parte dessa
existência passou-a no Brasil. Em 1919 meteram-no n u m navio e ele c o m e ç o u
I V A ( r e v o l t a d a ) : M a m ã ! Náo q u e r o que levante a mão para m i m ! (a mãe fica u m a sua peregrinação pelo m u n d o , s e m p r e lutando. A g o r a está e m Roma. à testa
tanto s u r p r e s a . Eva c o n t i n u a c o m voz ainda f i r m e , mas molhada de l á g r i m a s ) : — da Umanitá Nuova. A Plebe o n d e pelejou c o n o s c o , envia-lhe as s a u d a ç õ e s liber-
MmnA! eu e s t i m o a m u i t o . . . tenho-lhe r e s p e i t o . . . a m o r . . . S e m p r e p r o c u r e i dar-lhe
tárias d o s que aqui f i c a r a m . "
a l e g r i a . . . Desde que o A n t ô n i o , c o i t a d o , fez-se s o l d a d o , e lá anda não sei por o n d e . . .
Luigi (Gigi) Damiani (1877-1948). s e m p r e de t e r n o e s c u r o , s o b r e t u d o p r e t o , gra-
. . i . •••.( revei s o m querer saber d; família da m a t ; sou eu que tenho tra-
vata " à la V a l l i è r e " c h a p é u tipo Borsalino, c o m o t o d o libertário, é descrito por
1

k i l l i . i d u i «instantemente para que nada f a l t e nesta casa porque a mamãe, coi-


seu c o m p a n h e i r o A f o n s o S c h m i d t c o m o u m h o m e m c u l t o , c o r t ê s e de uma sere-
I.MI.I p o m o
nidade i m p e r t u r b á v e l . Apesar de sua o r i g e m , escrevia m u i t o b e m o p o r t u g u ê s ,
In >\ I . / i . - . l i . a lua o h n q a ç ã o . t e n d o obsessão pela concisão e clareza da f r a s e .
Sábado, dia 9, teve lugar no salão do Liceu Espanhol a anunciada festa libertária, Convém enfatizar que até 1920 esses textos são pouco representados,
m e t e n d o s e en s c e n e pela p r i m e i r a vez o d r a m a do c o m p a n h e i r o Morales intitulado
" L o s C o n s p i r a d o r e s " . Náo é c e r t a m e n t e um t r a b a l h o literário, mas c o n t é m u m a c r í t i c a proporcionalmente, nas festas operárias. É comum a presença de um
• c h i a c c i a n t e e v e r d a d e i r a c o n t r a as a u t o r i d a d e s p o l i c i a i s e g o v e r n a m e n t a i s , pelo texto escrito aqui. ou de autor nacional, para três italianos tradicionais.
m o d o infame e c r i m i n a l de que se servem n o preparo de falsos c o m p l o t s , d i s s e m i -
nando nas massas o ó d i o contra inocentes t r a b a l h a d o r e s braçais e intelectuais (de Entre os autores que escrevem especialmente para o proletariado bra-
pensiero) j u s t i f i c a n d o diante da ignorância popular suas infames repressões, c o n - sileiro há ainda aqueles que traduzem para o português trabalhos escri-
denações, d e p o r t a ç õ e s e martírios. Durante a representação os atores receberam tos originalmente em outras línguas. É o caso de Felipe Morales e Gigi
r e p e t i d o s aplausos.
Damiani.
À medida que os laços com centros europeus se tornam mais ineficazes
Em 24 de março de 1923 noticia A Plebe:
(as razões são muitas, mas o primeiro afastamento se dá na guerra
Dia 13 d o corrente, c o m a idade de sessenta anos faleceu o c a m a r a d a Felipe M o - de 1914) as inumeráveis consequências do isolamento sobre a classe
rales, bastante c o n h e c i d o d o proletariado de São Paulo, no meio do qual militou até operária incluem a rarefação da literatura importada. Os resultados
há p o u c o s anos ( . . . ) Sapateiro infatigável, t r a b a l h a n d o em seu b a n q u i n h o até o s evidentemente começam a aparecer na década de 20. sobre a forma
últimos dias de sua vida, desde muitos anos vinha sendo a t o r m e n t a d o por c r u e l
e n f e r m i d a d e . Deixou c o m o r e c o r d a ç ã o de sua atividade revolucionária um drama de
proporcionalmente maior de peças brasileiras.
sua autoria intitulado " O s C o n s p i r a d o r e s " .
Para consumo diário aceita-se o texto brasileiro. Entretanto, nas festas
importantes, em datas consagradas, o repertório continua sendo o dos
Outro autor de um único trabalho encenado é o poeta e jornalista gaúcho clássicos europeus mais conhecidos.
Arthur Rocha (1859-1888) que escreveu "Deus e a Natureza". Não há notí-
Há muitos nomes novos aparecendo a partir de 1920: Lino Brasil. João
cia de muitas representações. Nesse texto o centro dramático é a con-
Casadei (escrevendo em italiano). Marino Spagnolo, Avelino Foscolo.
tenção aos instintos desencadeados por vínculos religiosos. Há algumas
Fábio Luz, Afonso Schmidt, Filipe Gil (um garçom). Motta Assunção e
pinceladas de anarquismo na figura de um velho professor abandonado
G. Soler. Avelino Foscolo (1864-1944), mineiro de Sabará, farmacêutico,
na miséria. O ponto importante é realmente o anticlericalismo. prato
jornalista, trouxe da infância a marca de um sofrimento profundo. Ór-
forte dos autores brasileiros e portugueses.
fão aos onze anos, começou a trabalhar muito cedo na mina de ouro de
Nesse texto desenha-se claramente a religião como instrumento do Morro Velho. Mais tarde em companhia de um artista de feira ameri-
poder, exemplificado por ricos e crudelíssimos fazendeiros. De inte- cano, percorreu o Brasil e alguns países sul-americanos, exibindo-se
ressante nesse drama há também o desvendamento da luta interior do em quadros vivos. " O Semeador", sua peça mais conhecida, foi represen-
padre, dividido entre o instinto «e o compromisso social assumido no tada em São Paulo, em 1922, no Festival dos Sapateiros, no Salão Celso
voto religioso. De uma maneira geral o tratamento do assunto religião Garcia (Classes Laboriosas). Mas nada sabemos de " O s Estrangeiros".
é mais profundo do que permite a ironia dos textos cómicos, movido "Demónio Materno", nem da comédia "Cá e Lá. . . Águias Há". Fábio Luz
muito mais por um pensamento científico comum aos intelectuais da (1864-1938). um dos introdutores do romance social no Brasil (Os ideó-
época, do que pelo dirigismo de um movimento. logos e Os emancipados datam de 1903 e 1906 respectivamente) foi
um dos espíritos mais curiosos desse começo de século. Um dos fun-
Uma pequena peça publicada por A Lanterna em 1914 é uma espécie dadores da Universidade Popular, esse médico apaixonado por cinema
de "Ceia dos Cardeais" jocosa, com descrições pretensamente escabro- (foi um dos primeiros a pensá-lo com finalidades educativas) inteira-
sas dos costumes privados do clero. A peça. indicada como de auto- mente dedicado à população desfavorecida da zona norte do Rio de
ria do baiano Aristóteles Feliciano de Andrade Silva, chama-se "Sua Janeiro, escreveu várias peças encenadas pelos grupos operários, mas
Santidade" . É representada como entreato em algumas festas. Segue
14
praticamente inexistentes em bibliotecas. O único texto que conse-
uma tradição representada pelo modelo da ceia. Há pelo menos mais guimos dele, "Terror Noturno" (1920) é o que se chamava uma "poça ci-
duas no mesmo género: " O Celerado João de M e d i c i " , do mesmo autor e nematográfica" (roteiro). Numa época em que a ciência desvendava
" , . .Mas Alguém Desmanchou a Festa", de Louis Marsoleau.^Uma peça caminhos, quer nos parecer que esse anarquista c i e n t i s t a preocupou-
portuguesa, que não chegou a ser representada aqui descreve-se mais se muito mais com a saúde mental do homem futuro do que com seus
uma vez como uma paródia calcada na peça de Júlio Dantas: " A Ceia dos problemas cotidianos. Esse roteiro pretende desenvolvor simplesmente
Pobres", de Campos Lima. a evolução de um caso patológico: a menina que foi educada ouvindo
estórias fantásticas e "aos poucos se torna um pesadelo para a família,
entrando na sombra, a caminho do manicômio
14. Só p e l o s nomes das p e r s o n a g e n s de " S u a S a n t i d a d e " pode-se p e r c e b e r a c ó l e r a
a n t i c l e r i c a l : Pio Truão; Cardeal Tartufo. Cardeal M a c h i a v e l l o ; Cardeal Pantagruel. Pouco sabemos de Marino Spagnolo, cuja peça "Bandeira Proletária" foi
Cardeal S i n i s t r o . Cardeal Luxúria. Cardeal Z o m b a r i a . Cardeal Escândalo. Cardeal representada pela primeira vez em 1922 no salão dns Classes Laborio-
V i p e r i n o . Cardeal M a d r a ç o , Cardeal H i p o c r i s i a , etc. sas. Jacob Penteado cita-o em seu livro Belenzinho-1910:
Isso! Trabalhando dessa maneira ele se t o r n o u d i r e t o r de t e a t r o Náo só e s c r e v i a
Ex-vidreiro, alfaiate, h o m e m de ideias revolucionárias, esse nosso g r a n d e amigo ó
p e ç a s c o m o escrevia s o n e t o s ! Tem ai u m c a d e r n o . Não queria morrer sem ver isto
um e x e m p l o de quanto p o d e m o e s f o r ç o e a vontade de aprender. M u i t o lido, foi
encadernado. Os m a n u s c r i t o s estão aí.
sempre figura de p r o j e ç â o entre os t r a b a l h a d o r e s do v e l h o Belenzinho, presidindo
várias s o c i e d a d e s d e classe ( Ecco Marino M a r i n o ? Quello n o n è M a r i n o : è sotto-
m a r i n o " . diziam os companneiros). São as peças de Catallo que permitem entrever o nascimento de uma
dramaturgia operária brasileira, com fisionomia própria, amalgamando
Cita mais adiante sua participação como dramaturgo, impressionando- todas as influências recebidas dos teóricos europeus numa arte própria.
se com as falas das personagens de "Bandeira Proletária":
Se há nelas um traço distinto marcante é o frenético esforço do autor
A saúde dá muita fome, e eu náo g a n h o para comer b e m . Recorro ao álcool para para apanhar e amarrar num único texto a maior quantidade possível
q u e me mate a saúde, para que c o m ela m o r r a a fome.
de problemas levantados pelos teóricos anarquistas. Todas as questões
Como tantos outros, Marino Spagnolo experimentou caminhos diversos estão presentes, como se o escritor procurasse preencher um vácuo
em seu final de vida. No arquivo de textos da SBAT encontramos um de muitos anos.
trabalho seu. certamente um dos últimos, com uma anotação na pri- Num único texto, "Uma Mulher Diferente", Catallo organiza uma sequên-
meira página: cia que apanha os problemas da exploração sexual da mulher, a hipo-
Em h o m e n a g e m póstuma aos meus genitores, e ao inesquecível irmão X. Humberto
crisia burguesa, o controle da natalidade e as vilanias do clero. (Em
de C a m p o s , q u e nos enviou sua m e n s a g e m c o n s o l a d o r a , por i n t e r m é d i o de Fran- "Bandeira Proletária", de Marino Spagnolo. todos esses problemas são
c i s c o C â n d i d o Xavier. mencionados, mais o alcoolismo.)
Embora a qualidade de seu trabalho seja superior. Catallo representa
A peça se intitula " O s Imigrantes" e foi escrita em 1974. bem certas características comuns aos autores brasileiros. A demons-
A maior parte das peças escritas por esses homens desapareceu com tração de um fato. comprovado pelo argumento, segue-se um discurso
o confisco das bibliotecas dos centros culturais ou particulares. Nos teórico explicando duplamente a ação. O didatismo é extremamente
que subsistem é possível notar alguns traços tímidos de abrasileira- visível e chega a consumir o texto nos autores em que a preocupação
mento, uma lenta dissociação da dramaturgia europeia. Muito sutil artística é menor do que a doutrinária. É o caso, por exemplo, do Prof.
entretanto. José Oiticica (1882-1957), filólogo, poeta e jornalista, o único autor
A ambientação, a menção ao Carnaval, algumas expressões verbais anarquista a ter suas peças representadas por elencos oficiais (Itália
indicam que o autor é brasileiro. Quanto ao mais. o tema e a estrutura Fausta incluiu em seu repertório "Pedra que Rola" e "Quem os Salva").
obedecem à tradição literária rJo país de origem do autor. Ouando o
autor é nascido no Brasil, como Afonso Schmidt, a influência do texto
europeu é ainda assim a experiência predominante ("Ao Relento", de
Afonso Schmidt não pretenderia ser o nosso "Primeiro de Maio"?)
Alguns trabalhos escritos no Brasil situam-se na Europa, em meio às
guerras coloniais ou às lutas pela unificação da Itália. " T e s e u " . " A l b a " ,
' M i l i t a r i s m o e M i s é r i a " são textos escritos aqui. mas totalmente impreg-
nados de uma problemática estrangeira.
O exemplo mais completo de um dramaturgo, tanto pela constância
quanto pela qualidade das obras, é Pedro Catallo (1900-1969). emergin-
do já na década de 40. primeiro como ensaiador e posteriormente como
autor.
Sobre ele falam os antigos participantes do grupo de teatro do Centro
de Cultura:

.IAYMF. CUBEROS: O Pedro era sapateiro e trabalhava e m casa. Pegava serviços


finos. Ele era u m artesão m e s m o . Fazia u m s e r v i ç o de artesanato f i n o , de c a l ç a d o s . . .
Então ele ficava e m casa. quer dizer, que ele já ia m e d i t a n d o . Escrevia as peças
nas horas vagas. Era u m artesão m e s m o . Trabalhava mas quando chegava a noite
punha e m prática as ideias dele.

MAIIIA VAIVIMDI Irahalhavn naquele banquinho ali Quantas vezes (eu vi) ele le- C u b e r o s Neto mostra às p e s q u i s a d o r a s d o IDART o p r é m i o g a n h o p e l o a u t o r - d i r e t o r
.ii.t.ii . 1 . . l . . i m | i i m h o . sa-r c o r r e n d o , se lembrava de um »rei:ho. passava pro papel | P e d r o C a t a l l o , no Festival d e T e a t r o , p r o m o v i d o pela F e d e r a ç ã o Paulista de Teatro
voltava pra trabalhar Assim ele fazia para escrever p e ç a s Quantas vezes ele fazia Amador.
Seu teatro corresponde pouco à sua incrível personalidade, distanciando- prefácio de Maria Lacerda de Moura ao drama "Bandeira Proletária", de
se timidamente daquele espírito contestatório que por tantas e tantas Marino Spagnolo:
vezes conduziu-o das aulas do Colégio Pedro II à Polícia Central da Rua
Não e n t r o na t é c n i c a da peça de t e a t r o . Não me d e t e n h o a examinar uma página
da Relação. Falta em sua dramaturgia o vigor das cartas a Ruy Barbosa,
de l i t e r a t u r a . Não há a menor preocupação d e s s e género no s e n t i m e n t o do tra-
assinadas por um "admirador sincero e perigoso" e até mesmo aquela balhador manual que — antes dos adornos para embelezar a vida — quer esver-
mordacidade que não hesitava em interpelar o senhor Arcoverde, car- rumar t o d a s as c h a g a s sociais, escalpelar a d o r , abarcar t o d o o p r o b l e m a h u m a n o ,
deal do Rio de Janeiro: "Cardeal, que vida é a tua meu m a r o t o . . . " Em se fora p o s s í v e l , numa palavra mágica, a f i m de preparar d e p r e s s a o advento da re-
"Pedra que Rola", o raisonneur. investe sempre que pode contra os males denção do h o m e m pelo h o m e m . A arte desses párias é a t o r t u r a v i v i d a , t r i t u r a d a
c o m o pão de cada dia. Não t e m i n t e r e s s e e m agradar: busca u m a solução. A sín-
da sociedade, em forma discursiva:
t e s e dessa ideia global está no p e n s a m e n t o c o n t i d o na peça de t e a t r o de M a r i n o
Spagnolo: " T r i s t e é saber a causa de t o d o s os males e não poder s u p r i m i - l a " . Os
M A U R I C I O : Os m a n d a m e n t o s da lei de Deus o r d e n a m : " n ã o m a t a r á s " e os c o m - idealistas p r o l e t á r i o s t ê m a generosa ingenuidade de supor que a revolução social
p ê n d i o s de i n s t r u ç ã o cívica r e c o m e n d a m : " d e f e n d e a tua p á t r i a " , isto é, t o m a u m a r e s o l v e r á de u m golpe, c o m a v i o l e n t a d e r r o c a d a , os p r o b l e m a s h u m a n o s .
c a r a b i n a e mata! Defende a R e p ú b l i c a , a saber, se houver irmãos teus que d e s e j e m
i m p l a n t a r a m o n a r q u i a . Serás h e r ó i , se os m a t a r e s ; defende o g o v e r n o , quer dizer, Não c o n t a m nem m e s m o c o m o d e s p o t i s m o a n i m a l , c o m a autoridade i n s t i n t i v a den-
se t i v e r e s parentes p o b r e s , e s f o m e a d o s e e s t e s a m e a ç a r e m os p r o p r i e t á r i o s enrique- t r o da natureza h u m a n a . " C o n h e c e r - s e " . " R e a l i z a r - s e " não satisfazem à e x i g ê n c i a
c i d o s à custa deles, t o m a uma c a r a b i n a e mata-os sem p i e d a d e . da sua pressa e m t r a n s f o r m a r a t e r r a num paraíso. E p r e f e r e m oferecer-se e m holo-
c a u s t o , m á r t i r e s s a c r i f i c a d o s ao t r i u n f o da nobre ideia — para a l i m e n t a r o f o g o sa-
grado no coração dos c o m p a n h e i r o s mais j o v e n s . Dir-se-ia que q u e r e m sentir, para
não p e n s a r . . . Condenando o á l c o o l . M a r i n o Spagnolo o explica para q u e m é mise-
A noção do b e m e do mal é relativa à sociedade e m que v i v e m o s e ao m o d o pelo rável, m o s t r a n d o até onde pode ir o c r i m e da sociedade i n d u s t r i a l . Todas as t e s e s
qual c o m p r e e n d e m o s a vida. Exemplo: a bastarda i n s t i t u i ç ã o do c a s a m e n t o , é para do p r o b l e m a social estão contidas nesta peça de t e a t r o . Tudo passa, de r e p e n t e , nu-
a sociedade moderna coisa sagrada; para m i m é uma coisa i m o r a l , é o amor t i r a n i - ma pincelada f o r t e , s i m p l e s , e n é r g i c a , ingénua c o m o a vida dos párias idealistas,
zado; o amor c o m o o trabalho e o p e n s a m e n t o , deve ser l i v r e . . . desta civilização de parasitas que g o v e r n a m e mandam e a c u m u l a m . E escravos que
t r a b a l h a m e s p i o n a m os o u t r o s e s c r a v o s e t ê m f o m e e são t a m b é m desgraçados.
" B a n d e i r a P r o l e t á r i a " , em síntese, é o p r o b l e m a do amor, da m a t e r n i d a d e livre e c o n s -
A i vem você c o m o velho e e r r a d í s s i m o chavão. A base da s o c i e d a d e não é a família, c i e n t e , é a liberdade de amar; é f i n a l m e n t e , a emancipação f e m i n i n a ; ó o p r o b l e m a
é a humanidade. A família é u m p r o d u t o do e g o í s m o social gerado pela p r o p r i e d a d e . do t r o g l o d i t a feroz que " m a t a . , por a m o r " ; é o p r o b l e m a a n g u s t i o s o do c a f t i s m o .
Qual a base da s o c i e d a d e das f o r m i g a s ? A natureza p r ó p r i a das f o r m i g a s . Qual a e x e r c i d o t a m b é m pela mulher do p o v o . acionada pelo i n s t i n t o de fêmea e pela per-
base da s o c i e d a d e das abelhas? A natureza p r ó p r i a das abelhas. A base d a s o c i e d a d e versidade da i g n o r â n c i a cultivada, pelos s é c u l o s dos séculos através d o c a t o l i c i s m o ro-
humana é a natureza humana, é a humanidade, o entre-auxílio humano. m a n o e das s u p e r s t i ç õ e s e prejuízos milenares d a v e r a c i d a d e e de c ú p i d o s ; ô o p r o b l e -
ma da p r o s t i t u i ç ã o , é o d i n h e i r o miserável q u e c o m p r a e vende t u d o — Inclusive o
amor, o p e n s a m e n t o e a c o n s c i ê n c i a : é o a l c o o l i s m o , é o j o g o ; é a p e r s e g u i ç ã o sis-
De José Oiticica, autor intelectual do "assalto ao Palácio do Catete t e m á t i c a e interminável, d i g o i n t e r n a c i o n a l , aos m i l i t a n t e s d a revolução s o c i a l ; ó
pelas forças do povo", em 1918, fica uma ideia pouco utilizada em f i n a l m e n t e , a bandeira v e r m e l h a ensanguentada no m a r t i r o l ó g i o d a n t e s c o dos párias;
é o d i r e i t o de g r e v e , é a luta s e m t r é g u a s pelo pão de cada dia e pelo advonto da
" A z a l a n " . peça em três atos, cuja ação se desenvolve em 1915: uma das
revolução s o c i a l .
personagens, revolucionário convicto, cumpre pena em Fernando de
Noronha. Seu crime: fabricar dinheiro falso para financiar a próxima É t r i s t e , é humano, é quase sobre-humano. O final do segundo nto diz b e m dessa
revolução. Dado o caráter criminoso do dinheiro, que importância faz tragédia s e m q u a r t e l quando Paulo acaba de saber que a sua adorada c o m p n n h o i r n
deixou-se seduzir pela p r o s t i t u i ç ã o , resvalando nos braços do Industrial que a por
que ele seja falso ou verdadeiro? segue e isso e n q u a n t o ele esteve preso d u r a n t e seis meses. A t o r d o a d o , d e s g r a ç a d o ,
Pela frequência da festa operária pode-se ver que eram inúmeras as revoltado, de u m salto incita os c o m p a n h e i r o s ã luta c o m o e n t u s i a s m o de q u e m
renasce nessa hora.
oportunidades de encenação para um autor realmente interessado na
realização do seu trabalho. Mesmo assim, cada autor procura fazer de Não sei da t é c n i c a t e a t r a l , mas sei que a alma dos párias do sonho da redenção
uma peça a lição completa do ideário anarquista. Como se aquela fosse social t e m reagido a s s i m , e m t o d o s os s é c u l o s , dianto do todas as tiranias
a última chance de mostrar alguma coisa. É u m prodígio de energia latente.
É possível que essa abrangência, que prejudica o efeito propriamente M a r i n o Spagnolo focaliza o dever m a s c u l i n o de ajudar n mulher n se nrguer de suu
dramático, tenha origem na confiança absoluta que os anarquistas de- ignorância, do s e r v i l i s m o , das f u t i l i d a d e s e adornos que oln julgn necessários paru
positam no teatro como meio de propaganda. preencher a sua vida e fazer a sua f e l i c i d a d e e são as causnn <le l o d t f M t n i q e d l i n
— porquanto é o que impede de se libertai pina s n n i p i o <ln um invldnn «i«« -«•-••
É a arte que pode realizar, concretizar, tornar sensível uma teoria
social cujas possibilidades de concretização estão alicerçadas no fu- A i está o m á x i m o p r o b l e m a . D a i s u r g e m os m a t a d o r e s d a mulheres. E o s a c r i -
turo. fício inaudito de m i l h õ e s de •..•-.••, IIIIIM.HK>-. N U - , I K . I I . I.II IMM polli IIIIM d.r. ipi/ota-i n
o escravo, e o p r o l e t á r i o , o o boi de tin> <11n• •..uni ••aiipiilamnnln .1 1 oiupii
I nquanto sao invisíveis os sinais dessa sociedade perfeita, o palco é a n h e l r a , sob os mais f ú t e i s e absurdos p r e t e x t o s de honra m dignidade — os ídolos
|M.-.-.IIMIKI.I<II- dr torná-la tridimensional A ideologia fica explicita no vorazes da sociedade burguesa
N i n g u é m mata por amor.
O amor é f o n t e de vida e sabe c o m p r e e n d e r , se chegou a ser a m o r . . .
O que mata é o ó d i o , a paixão, a b e s t i a l i d a d e , o i n s t i n t o de propriedade a n i m a l .
a f e r o c i d a d e d o t r o g l o d i t a e n j a u l a d o na s o c i e d a d e voraz.
A m u l h e r t e m sido s e m p r e enganada m i s e r a v e l m e n t e . Nos lares p o b r e s , nos lares
b u r g u e s e s , rica ou p o b r e , culta ou i g n o r a n t e , por toda a parte a vida da m u l h e r
é o m e s m o calvário s i l e n c i o s o e a n ó n i m o q u e os homens não c o m p r e e n d e m por-
que o e g o í s m o m a s c u l i n o foi c u l t i v a d o pela escravidão f e m i n i n a e porque a so-
ciedade fez do h o m e m e da m u l h e r duas raças sociais que não se e n t e n d e m .
A natureza estabeleceu d i f e r e n ç a s profundas e n t r e os dois seres h u m a n o s e a
sociedade ou a civilização unissexual aproveitou-se dessa tragédia f e m i n i n a para
reduzir a mulher à escravidão, a a n i m a l d o m é s t i c o , a presa d e u m senhor exigente.
A t é nos bordéis da alta sociedade — a mulher q u e t e m alma vive num calvário,
ainda m e s m o que a auréola do p r e s t í g i o brilhe na moldura das aparências, c o m o
e s p l e n d o r feérico d a alegria r u i d o s a e da p r o s p e r i d a d e e c o n ó m i c a . É ainda mais
escrava. É d u p l a m e n t e escrava.
Não se tenha a ilusão de que a classe burguesa lhe d i m i n u i as agruras.
P o u c o s são os homens livres, p o u c o s são os p r o l e t á r i o s que c o n s e g u i r a m pe-
netrar esse a n g u s t i o s o segredo d o p r o b l e m a f e m i n i n o , na t r a g é d i a s o c i a l .
Todos s o n h a m uma acracia para os homens...
N i n g u é m sabe das angústias desenroladas no coração da mulher de todas as
classes sociais.
E a p r o l e t á r i a é ainda a mais sacrificada. Escrava do homem, escrava social e
serva da b u r g u e s i a . . .
M a r i n o Spagnolo o s e n t i u . E o denuncia. Eu lhe sou i n f i n i t a m e n t e reconhecida, em
nome do m e u s e x o .

No dia e m que o p r o l e t a r i a d o não matar a sua c o m p a n h e i r a , considerá-la u m ser


igual ao h o m e m — c o m t o d o s os d i r e i t o s à liberdade, até m e s m o o d i r e i t o de errar
e reconhecer esse e r r o — que eu chamaria apenas — uma e x p e r i ê n c i a ; no dia e m
que o h o m e m der a mão à m u l h e r , ainda m e s m o àquela que parece ter resvalado
mais baixo na p r o s t i t u i ç ã o , a m u l h e r , nesse dia. saberá r e c o m p e n s a r o seu g e s t o
c o m m u i t o amor e dedicação e r e c o n h e c i m e n t o — p o r q u e , só n e s s e dia ambos
estarão e m a n c i p a d o s . E, só e n t ã o , a humanidade sentirá o a r r e p i o c a s t o da beleza —
para subir mais alto e então entoar o hino da redenção humana.
C o n h e ç o M a r i n o Spagnolo. Sei que é u m b o m c o m p a n h e i r o , s i n c e r o , leal, idealista,
generoso.
Náo escrevo um prefácio para o seu drama. Abraço, reconhecida, a um irmão.
M o n ó l o g o d o Estrangeiro em " P r i m o M a g g i o " , de Pietro G o r i .
C o m o v i d a , aperto as mãos de u m homem.
NOTICIÁRIO BIBLIOGRAFIA
1889 BANDEIRA, Moniz: O ano vermelho (A Revolução Russa e seus refle-
xos no Brasil), Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1967.
Folha do Brás
CARONE, Edgar: A Primeira República, Difusão Europeia do Livro, São
Redatores: João Sizenando e Benedito Meirelles Paulo, 1973.
Propriedade de Cruz e Leuenroth A República Velha, 1. Instituições e classes sociais, Difel, São Paulo,
1975.
Periodicidade: semanal
DULLES. John W. F.: Anarchists and communists in Brazil 1900-1935,
Endereço: Rua Monsenhor Andrade, 17 (Brás) University of Texas Press, Austin and London, 1973.
Anos: 1889, 1901 (1889 é o ano II) FAUSTO, Bóris: Trabalho urbano e conflito social, Difel/Difusão Edi-
torial S.A., São Paulo — Rio de Janeiro, 1976.
Obs.: É uma folha de çomerciários, com ênfase na vida " s o c i a l " do FRIEIRO, Eduardo: " O romancista Avelino Foscolo", Kriterion, v. Ill,
bairro. Não há nada sobre teatro operário, apenas anúncios de com- n.° 13-14. Belo Horizonte, 1950.
panhias nos teatros comerciais.
LUZ, Fábio: Manuscrito de Helena, Gráfica Olímpica Editora, Rio de
Janeiro, 1957.
1901
MOLINARI, Luigi: Teatro Popolare, v. I, Mantova, Università Popolare,
20 mar. n.° 4 A Lanterna (órgão da luta anticlerical — distribuição gra-
1905.
tuita. Tiragem: 10 000 exemplares)
Teatro Popolare, v. II, Milano, Università Popolare, 1907.
Editorial sobre " E l e c t r a " de Perez Galdós, representada em São Paulo,
no Sábado de Aleluia OITICICA. José: Ação direta, Editora Germinal, Rio de Janeiro. 1907.
PENTEADO, Jacob: Belenzinho 1910, Livraria Martins Editora, São
3 mai. n. 5 A Lanterna Paulo, 1962.
O pessoal de A Lanterna é excomungado! Isso é apenas comentado no RESZLER. André: L'esthetique anarchiste, Presses Universitaires de
editorial. A partir do n.° 7 o jornal passa a sair às segundas-feiras. com France, 1973.
20 000 exemplares RODRIGUES. Edgar: Nacionalismo e cultura social, Laemmert, Rio de
Janeiro, 1972.
24 jun. n.° 8 A Lanterna
Socialismo e sindicalismo no Brasil, Laemmert, Rio de Janeiro, 1972.
A c o m p a n h i a d o ator C h r i s t i a n o de Souza levará à c e n a no S a n f A n n a o d r a m a " E l e c -
t r a " d e Perez G a l d ó s . A o s nossos a m i g o s p e d i m o s que se a b s t e n h a m de q u a i s q u e r m a -
SCHMIDT, Afonso: São Paulo de meus amores. Editora Brasiliense, São
n i f e s t a ç õ e s , antes e d e p o i s do e s p e t á c u l o , para não dar p r e t e x t o à polícia de fazer Paulo, s / d .
v i o l ê n c i a s e s t ú p i d a s que d e p õ e m contra os nossos f o r o s de povo civilizado. Fazemos
este apo'o p o r q u e as r e p r e s e n t a ç õ e s d e " E l e c t r a " por uma c o m p a n h i a de p r i m e i r a
SOLL, James: Anarquistas e anarquismo, Publicações D. Quixote, Lis-
o r d e m c o m o a que trabalha a t u a l m e n t e no S a n f A n n a m u i t o c o n c o r r e r á para m o s t r a r boa, 1964.
ao povo o s h o r r o r e s do j e s u i t i s m o .
WOODCOCK, George: Anarchism, Pengum Books, London, 1973.
1902 1903
21 jun. n.° 6 O Amigo do Povo (Editor Neno Vasco. Publica-se aos sá-
25 j u l . n." 31 O A m i g o do Povo
bados) Crónicas: " A polícia"
CRÓNICAS — Comentário de uma festa que aconteceu não se sabe
Sábado, dia 7 d o c o r r e n t e , realizava-se no Cassino Penteado u m e s p e t á c u l o e m quando, porque faltam números anteriores do jornal. Os grupos foram o
favor da p r o p a g a n d a pelo o p ú s c u l o em p o r t u g u ê s ; ouvia-se a t e n t a m e n t e e p a c i f i c a -
mente o " P r i m o M a g g i o " , d e G o r i . q u a n d o os m a n t e n e d o r e s d a o r d e m b u r g u e s a v i e r a m
Libertário e " A t t o r i Infantili". Os infantis representaram "Proximus Tuus"
p e r t u r b a r o s o s s e g o . Disseram-lhes que o e s p e t á c u l o era particular. Os homenzinhos de P. Gori.
t e i m a r a m e m e n t r a r e, c o m o houvesse p r o t e s t o s , i r r o m p e r a m f u r i o s a m e n t e , c h a m a r a m
tropas — até cavalaria! — a s s u s t a r a m m u l h e r e s e c r i a n ç a s , r e v i s t a r a m os especta- Os grandes encenaram o scherzo poético " I Figli dei Sole", de Beniamino
d o r e s , d e c l a r a r a m suspenso o e s p e t á c u l o , p r e n d e r a m t r ê s c a m a r a d a s : T o r t i , M a r c o n i Lacorte, Poesias Revolucionárias.
e C e r c h i a i . U m dos e n f u r e c i d o s m a n t e n e d o r e s da d e s o r d e m puxou u m f a c a i h ã o , c o m o
se alguém o atacasse, e no posto mostrou-se p e s a r o s o por não ter feito das suas.
Poverino. Não estava satisfeito por não ter e x e r c i d o c o m a d e s e j a d a p e r f e i ç ã o e a c a - 6 set. n.° 14 A Lanterna — ano II (Fructidor)
bamento o seu d e s o n r o s o o f í c i o de d e s o r d e i r o . R e g i s t r e m o s e . . p a s s e m o s adiante.
(Sem assinatura). T E A T R O S E FESTAS

Dia 26 d o c o r r e n t e o G r u p o D r a m á t i c o Giovanni Bovio estreará no Cassino Penteado


2 ago. n.° 9 O Amigo do Povo (Rua Rodrigues dos S a n t o s , n." 2) u m drama h i s t ó r i c o e m t r ê s atos de U l i s s e s M e n -
g o s s i : " U m a Vítima I n o c e n t e " ou " A M o r t e d e Cesar L o c a t e l l i " . E l e n c o :
Festa Operária
Cesare L o c a t e l l i : S c i p i o n e Bigi
Sábado, dia 9 do c o r r e n t e , às 20:30. no Cassino Paulista (antigo Eldorado) a Società Giacomo Castrucci: A. Visconte
F i l o d r a m m a t i c a A n d r e a M a g g i apresentará o d r a m a d e c i n c o atos " U n a Notte a F i r e n z e " M a r c o B u s t i c h i n i : Leonardo Anoroso
de A . Dumas. O e s p e t á c u l o é organizado pela Lega di Resistenza f r a C a p e l l a i .
Sua sorella. E. B o r t o l u z z i
Proprietari deli osteria dali Sole: L. Letti e F. P o l o n l
16 ago. n.° 10 O Amigo do Povo
II p r e s i d e n t e delia Sacra C o n s u l t a : G. Batília
CRÓNICAS — "Entre chapeleiros" (comentário da festa do dia 9 ) .
L a w o c a t o f i s c a l e : G. V i o l o
Representou-se o d r a m a " U n a Notte a F i r e n z e " q u e , f r a n c a m e n t e , estava ali u m p o u c o Brigadiere dei gendarmi: Domênico Zampolini
deslocado. Em seguida, d i s s e r a m algumas palavras, referindo-se s o b r e t u d o à g r e v e C a r c e r e r e : A. B u s s o t o
da fábrica de M a t a n ó S e r r i c h i o e à de Sorocaba, o s c o m p a n h e i r o s : R a i m u n d i , Valen-
t i m Diego e Benjamin M o t t a . Depois de uma c o m é d i a e m u m ato f e c h o u a bela festa
u m baile f a m i l i a r . Não havia u m só lugar. Foi uma e n c h e n t e c o m p l e t a . O b s . : T e r m i n a r á o e s p e t á c u l o a c o m é d i a " L a Consegna è di Bussara".

6 set. n.° 11 O Amigo do Povo 17/18 out. n.° 19 A Lanterna (Vindimario)


REUNIÕES E C O N F E R Ê N C I A S " O dever" — crítica a uma peça de Joaquim Alves Torres, considerada
melhor do que a " E l e c t r a " de Galdós.
Dia 13 do c o r r e n t e , no Cassino Penteado (Rua Rodrigues dos S a n t o s , B r á s ) , o núcleo
F i l o d r a m á t i c o Libertário p r o m o v e f e s t a . Programa:
1. ° — " I I P r i m o M a g g i o " — bozzetto de P. G o r i
29 nov. n.° 22 A Lanterna
2. ° — C o n f e r ê n c i a de Benjamin M o t t a sobre o t e m a : " A Mulher na Sociedade Bur- Anuncia-se que A Lanterna terá três suplementos: O Livre Pensador
guesa e na S o c i e d a d e F u t u r a " (semanal), Sempre Avanti e L'Asino. Houve uma fusão em face da falta
3. " — Rifa de o b j e t o de valor e outras surpresas de mão-de-obra para manter ativos quatro jornais anticlericais.
4. " — Farsa
5. ° — Baile familiar 26 dez. n. 32 A Lanterna
T E A T R O S E DIVERSÕES
25 out. n. 14 O A m i g o do Povo
Representou-se o n t e m no Teatro P o p u l a r (Rua do G a s ó m e t r o , 114, Brás) a peça " O s
Folhetim de R. Russelai intitulado " O M e s t r e " (Entreato dramático repre-
Mistérios da I n q u i s i ç ã o na E s p a n h a " . Hoje, no m e s m o lugar representa-se: " I I V e c c h i o
sentado na U.P. Diderot. de Paris) C a p o r a l e S i m ã o " — d r a m a e m quatro atos e um p r ó l o g o de D e m a n o i r Dennerz (ale).
Obs.: O folhetim está na segunda parte, porque faltam os números 12
o 13 na coleção Leuenroth. Obs.: Na coleção Leuenroth há uma falha, talvez. Em todo caso A Lan-
O b s D o número 11 no 14 há uma alteração de periodicidade. Em vez de terna pula de 29-2-1904, ano III. n.° 16 (?) para 17-10-1909. n.° 1. ano IV
"Publica s o aos sábados" está impresso: "Sai quando pode". da "nova fase". Interrompeu-se por falta de recursos materiais.
1904 dizemos ao g r u p o f i l o d r a m á t i c o E r m c t t e N o v e l l i . Se. c o m o m o s t r o u , p r e t e n d e cola-
borar no e s f o r ç o do p r o l e t a r i a d o , escolha obras m o d e r n a s , emancipadoras. c o m cujas
4 jun. s / n.° La Battaglia (rasgado) responsabilidades amadores inteligentes e d e boa vontade possam h o n e s t a m e n t e
Iníorma-se o leitor de que há uma tentativa de transformar o jornal arcar. E não nos ponha o cabelo e m pé c o m a ferez dos suas estocadas e a f ú r i a
descabelada dos seus b r a d o s . . .
numa publicação bisettimanale
(Sem assinatura)
Biblioteca: In pretura
23 jul. n.° 58 O Amigo do Povo
"Declaração de Guerra" — Idílio japonês por Charles Malato
FESTA
"Una Commedia Sociale" — Charles Malato
Dia 30 d o c o r r e n t e , às 20:00 no Salão L i c e o Espano!, Rua d o G a s ó m e t r o , 54. Festa
26 jun. n.° 2 La Battaglia — Ano i d o Grupo Filodramático Social. Programa:

Editor: Oreste Ristori


1. ° — " F i n de F i e s t a " — ato d r a m á t i c o de Palmiro Lidie
End.: Rua Dr. Falcão, n.° 18 2. ° — " H a m b r e " — cena de Rómulo O g i d i
PRÓ SCUOLA LIBERTARIA GERMINAL 3. ° — " A c a b ó s e " — c o m é d i a e m um ato
Publica o balanço de uma festa, sem precisar a data. 4. ° — C o n f e r ê n c i a — Ristori fala s o b r e " A s o c i e d a d e m o r i b u n d a "
5. ° — Baile
G r a n d e s o i r é e familiar. Salão Carlos G o m e s (Rua Boa Vista, p l a n o s u p e r i o r d o f r o n t ã o ) . i
A c o n t e c e r á dia 2 de j u l h o uma f e s t a libertária c o m c o n f e r ê n c i a , d e c l a m a ç ã o de poe- Outra n o t i c i a : Pró O A m i g o d o Povo
sias r e v o l u c i o n á r i a s , e x p e r i ê n c i a s de h i p n o t i s m o , s i n f o n i a s m u s i c a i s , l o t e r i a e b a i l e .
Sábado, 6 d e agosto, às 20:30. no Teatro Nasi (Cambuci) P r o g r a m a :
Preço 1$000
1.° — C o n f e r ê n c i a de G. S o r e l l i : Porque S o m o s A n a r q u i s t a s
2 ° — " C â n t i c o dei C a n t i c i " — ato d r a m á t i c o d e F. Cavalotti
20 jul. n.° 57 O Amigo do Povo
3. ° — C o n f e r ê n c i a de O. Ristori
CRÓNICA PAULISTA — " U m a festa operária"
4. ° — D e c l a m a ç ã o de poesias
Como a n u n c i a m o s , realizou-se na noite de 2 do c o r r e n t e uma f e s t a organizada pela
União dos Trabalhadores G r á f i c o s , festa c u j o programa constava d e u m d r a m a , u m a
24 j u l . n.° 11 O Livre Pensador
p e q u e n a c o m é d i a , uma c o n f e r ê n c i a , vários t r e c h o s d e m ú s i c a e o inevitável baile.
Se q u i s é s s e m o s , c o m o q u a l q u e r repórter d e j o r n a l b u r g u ê s , fazer a c r ó n i c a da festa LITERATURA: "Elvira, a M o n j a " — Drama em quatro atos de Nathanael
avaliando-a pela execução do programa e pela c o n c o r r ê n c i a , c o m u m " b r a v o ! " e u m Pereira. Protagonistas: Elvira, esposa de Márcio; Márcio, marido de El-
parabéns aos organizadores t e r í a m o s d i t o t u d o .
vira; Carlos, amante de Elvira. A ação passa-se nos nossos dias. O
M a s i s s o importa-nos p o u q u í s s i m o . Tratando-se de u m a sociedade operária de resis- artigo é uma crítica desfavorável. Assinado " A n t o n i o s " .
t ê n c i a apraz-nos e x a m i n a r se os seus atos c o r r e s p o n d e m ao f i m p a r a que foi c r i a d a e
c o n t r i b u i r c o m o nosso g r ã o de areia para que a e n e r g i a d o s o p e r á r i o s c o n s c i e n t e s não
se d e s p e r d i c e e m t r a b a l h o s e iniciativas q u e estão longe d e f a v o r e c e r o d e s e n v o l v i - 1905
m e n t o da c o n s c i ê n c i a p r o l e t á r i a . E é p r e c i s a m e n t e o caso da f e s t a que nos o c u p a .
Salvo a c o n f e r ê n c i a de V. Diego (que i n f e l i z m e n t e , por ser f e i t a e m e s p a n h o l n e m 20 mar. La Battaglia
todos c o m p r e e n d e r a m ) , nada d i s t i n g u i u o sarau das banais f e s t a r o l a s arranjadas por
uma das s o c i e d a d e s recreativas q u e p u l u l a m pela c i d a d e .
Obs.- Há, publicado, um trecho que pode ser adaptação. O título é: "La
Lógica d e l l l n g e n u i t à " . Entre parêntesis, no final: "dal drama di Jeam
O drama " A m o r e D e s v e n t u r a " (que título!), a r c a i c o d r a m a l h ã o d e c a p a e espada, c o m
Grave, 'Responsabilità', Editore Stock, Paris".
duelos e grandes frases g r o t e s c a m e n t e h e r ó i c a s , b o r r a c h e i r a i d i o t a , capaz de fazer
evacuar u m a sala cheia de g e n t e de bom g o s t o mais depressa d o que uma carga de
cavalaria c o m o " s a l v e - s e q u e m p u d e r " dos m o m e n t o s de p â n i c o , pode s e r v i r para 19 abr. n.° 78 O Livre Pensador
muita c o i s a , inclusive para c o m o v e r as p e d r a s , m a s para educar os a s s i s t e n t e s , nem
por s o m b r a s ! N e m vale a pena falar da c o m é d i a e do baile. Disse-o o c o n f e r e n t e : Grupo D r a m á t i c o C e r v a n t e s . Dia 7 do c o r r e n t e , às 20:30. o drama social e m t r ê s atos
" p r o c i s o fazer c o n s c i ê n c i a s : as a s s o c i a ç õ e s d e resistência p a r a i m p e d i r o a g r a v a -
de José D i c e n t a : " J o ã o J o s é "
m e n t o das condições dos o p e r á r i o s : mas é u r g e n t e convencê-los da n e c e s s i d a d e da
sua c o m p l e t a emancipação e c o n ó m i c a e p o l í t i c a : é p r e c i s o e n f i m que e l e s saibam Personagens:
qual a sua p o s i ç ã o na s o c i e d a d e e qual deva s e r " . A s s o c i e d a d e s de r e s i s t ê n c i a Rosa: H e n r i q u e t a Jamon
i . o r r f i p n n d e r ã o aos seus fins quando destes f o r e m c o n s c i e n t e s o s a s s o c i a d o s | o
m o s t r a r e m nos seus a t o s : c o n f e r ê n c i a s , e s c o l a s , f e s t a s , lutas. E não é i m i t a n d o T o n u e l a : A n g u s t i a s Costillas
p n v . i r n a m o n t o os burgueses nas e x t e r i o r i d a d e s que se ganha a fOfpt tfUÊ ' h e s dá o Isidra: Heloísa Costillas
d i i i l i e u o <• que o s operários o b t ê m com a consciência que f o r t i f i c a u n i õ e s .
Mujer 1 . : Rosa Ribas
a

Não n o t l o v e m a mal os sócios da União estas observações e não d e s i s t a m d e M u j e r 2 . : M a r i a Ribas


a

.um.'Mi.ii mm ( o r ç a enveredando pelo caminho seguido pelo p r o l e t a r i a d o O m e s m o Juan J o s é : A n d r á Solé


Paco Antonio Lopez 3 set. n. 51 La Battaglia
A n d r é s : M a r t i n Solé
SOIRÊES LIBERTARIAS
Cano: José Solé
Ignacio: José Carmona P a t r o c i n a d a pela Liga dos T r a b a l h a d o r e s de Madeira, será dia 9 d e s e t e m b r o nt
Perico: Isidoro Diego Salão A l h a m b r a (Galeria de Cristal). Em b e n e f í c i o do p e r i ó d i c o semanal || Falegname
d i r i g i d o por G i u l i o S o r e l l i . P r o g r a m a :
T a v e r n e i r o : João Rivera
Cabo de p r e s í d i o : César Garcia 1. ° — " I M a r t i r i " — bozzetto d r a m á t i c o e m u m ato d e G i u l i o Sorelli
Bebedor 1.": José Orega 2. ° — " R e a l i d a d e ou U t o p i a ? " — c o n f e r ê n c i a d o m e s m o
Bebedor 2 ° : José Garcia 3. ° — " I d e a l e " — bozzetto In versl martelliani d i Pietro Gori, c o n prologo
U m m o ç o : José C o s t i l l a s 4. ° — Balio

2 . ° : Peça c ó m i c a em um ato d e Ramon de M a r s a l : " O A r c o - l r i s " Na noite do dia 9 haverá outra festa libertária no salão d o Liceu Espanhol. Rua do
G a s ó m e t r o . 54. Em cena novo drama do c o m p a n h e i r o Filipe M o r a l e s , i n t i t u l a d o
"I Cospiraton".
16 jun. n.° 3 O Chapeleiro
Realizou-se. dia 3 do c o r r e n t e , a festa e m b e n e f í c i o d o nosso j o r n a l . Programa:
1. ° — C o n f e r ê n c i a do o p e r á r i o t i p ó g r a f o E d u a r d o V a s s i m o n 30 set. n. 53 La Battaglia
Tema A Organização
FESTA LIBERTARIA
2. ° — D e c l a m a ç ã o por J u l i o Sorelli
3. ° — "Aila Conquista d e l l ' A w e n i r e " Programa da festa de 16 de outubro, em benefício da revista Aurora
4. ° — Baile (Neno Vasco). No Salão Alhambra.

Programa:
18 jul. La Battaglia
•j.o — " S a n g u e F e c o n d o " — p e l o G r u p o F i l o d r a m á t i c o S o c i a l . Drama e m dois atos
FESTA LIBERTARIA
2.° — " M a s A l g u i e n Disbarató la F i e s t a " — c o m é d i a em um ato d e L. Marsoleau
. . . cosi, invece d e i l u o g o p u b l i c o , dove si s a r e b b e r o datl s p e t t a c o l i d o g n i g é n e r o : Pelo G r u p o F i l o d r a m á t i c o S o c i a l
conferenze, esercizi g i n a s t i c i , gare d i destrezza, inni c o r a l i , p i c - n i c e lotteria gastro- 30 — " S i Fuera C u r a " — m o n ó l o g o de Romolo O v i d i . Pelo Grupo F i l o d r a m á t i c o Socia
n ó m i c a artística e u m o r i s t i c a , b i s o g n e r à contentarei di q u a l c o s a meno
4° — Balio f a m i g l i a r e

A " f e s t a " é marcada para o dia 8 p r ó x i m o , no Salão Ibach, Rua São João n. 61.
Começa às 20:30. Programa: * COMENTÁRIO
1.° — A Questão S o c i a l — conferência do jovem G i u s e p p e M a g n o c a v a l l o . d a es-
cola Germinal Sábado, dia 9. t e v e lugar no salão do Liceu Espanhol a anunciada f e s t a l i b e r t á r i a
" m e t e n d o - s e e m s c e n a " . pela p r i m e i r a vez. o drama do c o m p a n h e i r o M o r a l e s inti
2.o — " S e n z a P a t r i a " — d r a m a social e m três atos c o m intermezzo de versos mar- tulado " L o s C o n s p i r a d o r e s " . " C o n s p i r a d o r e s " não é c e r t a m e n t e um trabalho literário
telliani de Pietro G o r i . O d r a m a é mezzo in scena pelos distintos f i l o d r a m á t i c o s d o mas c o n t é m u m a c r i t i c a s c h i a c c i a n t e e v e r d a d e i r a contra as a u t o r i d a d e s p o l i c i a i s e
n ú c l e o Giovani G a r g i , que g e n t i l m e n t e se o f e r e c e r a m p a r a realizar a o b r a g r a t u i t a m e n t e g o v e r n a m e n t a i s , pelo m o d o infame e c r i m i n a l de que se servem n o preparo d e falsos
3. ° — O C i c l o H i s t ó r i c o da Guerra Civil — c o n f e r ê n c i a de Oreste Ristori c o m p l o t s . d i s s e m i n a n d o nas massas o ó d i o c o n t r a inocentes t r a b a l h a d o r e s braçais
e intelectuais (de pensiero). j u s t i f i c a n d o d i a n t e da i g n o r â n c i a p o p u l a r suas infames
4. ° — Esilarantissima tarsa
r e p r e s s õ e s , c o n d e n a ç õ e s , d e p o r t a ç õ e s e m a r t í r i o s . Durante a representação os atores
5. ° — Loteria g a s t r o n ó m i c a , artística e h u m o r í s t i c a r e c e b e r a m aplausos. Digna de nomear-se foi a C a m i l l i no papel da a m a n t e q u e . tendo
6. ° — Balio (amigllare que se p r o l o n g a r á até as p r i m e i r a s horas da m a n h ã seguinte sido uma grande i n t é r p r e t e , provocou grande emoção no p ú b l i c o , p r i n c i p a l m e n t e e n t r e
o sexo f e m i n i n o . Todos os o u t r o s a r t i s t a s f o r a m d i s c r e t o s , c o m exceção de D J A
No m e s m o n ú m e r o p u b l i c a - s e em f o l h e t i m L ultimo s c o p e r o , r o m a n c e social d e Gigi no seu papel de c a p i t ã o o q u a l . em vez d e ater-se ao caráter m i l i t a r e s c o . b u r b e r o
Damiani e severo, si a t t e g i ò a buffo. p r o v o c a n d o imensas risadas n o a u d i t ó r i o
(Sem assinatura)
27 ago. n " 50 La Battaglia
ComiMita que a festa do dia 8 aconteceu no Salào Stemway (outro nome
10 dez. n. 59 La Battaglia
do Ibach). A l é m do programa anunciado, a menina (bambina) Giovanna
Mulfiae declamou uma "bela poesia contra a tirania russa". Notícia sobre a discussão dos estatutos da Federação Operária (repte
i iMinMitárin Insomma uno vero MICMMO d e l l a t t o morale e dilettevolle sentantes das diversas ligas de resistência desta capital). O Sr. Edgard
il.i «pirllo pecuniário non troppo rimuneratore". Segue-se uma presta- Leuenroth foi nomeado membro da comissão provisória. Local de reu
ção rin contas dos lucros e despesas. niões: União dos Chapeleiros, Largo do Paissandu, 4.
17 dez. n 60 La Battaglia 12 abr. n.° 7 A Terra Livre
Festa em benefício do La Battaglia. 31 de dezembro, às 20:uu no Salão LIVROS E F O L H E T O S
Alhambra.
" E n G u e r r a " ( i d i l i o ) . Por Carlos M a l a t o . P u b l i c a c i o n e s p e l a Escuela M o d e r n a : Calle d e
. i leu n.° 56, B a r c e l o n a , É u m a pequena peça aceita pela Escuela M o d e r o u no c o n
Programa:
c u r s o d r a m á t i c o que e l a a b r i u . C o m b a t e a g u e r r a : n u m lindo r e c a n t o da t e r r a japonesa
1. ° — " L a V i a d'U8Cita" — bozzetto sociale de Vera Starkotf há uma luta e n t r e o s i n s t i n t o s g u e r r e i r o s e o amor e a l i b e r d a d e v e n c e m . . .

2. ° — " R i b e l l i o n i " — bozzetto e m um ato d e G. BaMi


22 abr. La Battaglia
3. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e " — d r a m a em um ato
4 ° — Balio famigliare FESTE

Dia 30 d e a b r i l , n o Salão Ibach (Steinway) o G r u p o F i l o d r a m á t i c o L i b e r t á r i o d a r á um


Preço de i n g r e s s o : 1SO00 ( h o m e n s ) . M u l h e r e s : entrada grátis
e s p e t á c u l o p r o r i v o l u z i o n a r i ruaai r e p r e s e n t a n d o :

Anúncio do lançamento do periódico Terra Livre 1.° — ' P r i m o M a g g i o " — Pietro G o r i


2 ° — " V i s p a T e r e z a " — P. Chiesa
30 dez. n.° 1 A Terra Livre — Ano I
3. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e "
GENERALIDADES — O editorial desse primeiro número é uma síntese 4. ° — D e c l a m a ç ã o d o p o e m a " A i l a c o n q u i s t a d e l l ' a w e n i r e " . d e Pietro G o r i
da teoria do anarco-comunismo.
FESTA LIBERTARIA — Em benefício do La Battaglia. Dia 31 do corrente, Obs. No mesmo jornal uma notícia comenta que a Federação Operária
às 20:00. no Salão Alhambra. Pelo Grupo Filodramático Libertário de São Paulo foi fundada em 16-4-1905. Sede da Federação: Largo da
Sé. 2.
Programa:
1. ° — " L a V i a d U s c i t a " — Vera Starkoff Sede do Grupo Filodramático Libertário: Praça Dr. José Roberto. Ponte
2. ° — " R i b e l l i o n e " — G. B a l d i Pequena.
3. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e "
4. ° — Baile familiar 13 j u n . n 10 A Terra Livre
LIVROS E FOLHETOS
1906
21 jan. La Battaglia , " F l o r e a i " , drama social em três atos, em francês, por J. P. Chardon.
No noticiário de publicações libertárias: Há uma crítica da peça.
Pietro Gori: "Gente Honesta" — drama em três atos
28 j u n . n.° 11 A Terra Livre
Luciano Descaves: "La Gabbia" — bozzetto dramático
LIVROS E FOLHETOS
7 fev. n.° 3 A Terra Livre
" O s Esmagados" — peça em um ato de Eduardo Pothen. Crítica.
Dia 17 de f e v e r e i r o , às 20:30. no Salão Lira (Largo do Paissandu. 20) pelo Grupo Filo-
d r a m á t i c o Libertário. Programa: 1. ° j u l . n 84 La Battaglia
1.° — " S a n g u e F e c o n d o " — Tito G a r n i g l i a
Há um artigo de Walter Crane: " G l i artisti e la questione sociale".
2 ° — M o n ó l o g o d e S. V. M a z z o n i
8 j u l . n ' 85 La Battaglia
3 ° — " L a Sposa e la CavaJIa" — brilhante farsa
4 0 — Baile Sábado, d i a 14 d o c o r r e n t e , e m b e n e f í c i o do g r u p o La Propaganda, no Salão A l h a m b r a ,
o seguinte programa:
O objotivo d a festa é a e d i ç ã o de u m o p ú s c u l o de p r o p a g a n d a .
1.o — " S a n g u e F e c o n d o ' — d r a m a social em três atos
2. ° — Conferenza
I H f o v . La Battaglia
3. ° — " Q u a l c u n o Guastó la F e s t a " — bozzetto social de Marsoleau
•.IMM.I.I M do fevereiro, às 8 30. no Salão Lira. Largo d o Paissandu, o G r u p o F i l o d r a -
m á t i c o L i b e r t á r i o reapresenta " S a n g u e F e c o n d o " , d e Tito G a r n i g l i a . uma " b r i l h a n - 4 . ° — T ô m b o l a de varl oggetti
tíssima f a r s a " . 5. ° — Balio
* '" n.i I milia Poirotti d e c l a m a r á um e s p l ê n d i d o m o n ó l o g o e m versi martelliani d e B i l h e t e s : 1$000 M u l h e r e s e c r i a n ç a s , grátis
ft V Mim/ IMIIMI.I Baile
19 set. n.° 14 Novo Rumo (Rio de Janeiro) d o l t r e t o m b a " Embaixo há uma carta de P. Gori dirigida ao autor, ilegí-
TEATRO DO POVO. vel. Vem de Roma.

Estatutos do Grupo Dramático Teatro Social 5 fev. n." 26 A Terra Livre


Desmentido da morte de Pietro Gori. Quem morreu foi o pai. Francesco
27 set. n.° 17 A Terra Livre
Gori. O mesmo erro aconteceu no La Battaglia, sem o desmentido.
O Grupo F i l o d r a m á t i c o do C e n t r o de Estudos Sociais do Brás dá hoje seu primeiro
" O baile" — Comentário sobre a função degenerada dos bailes.
e s p e t á c u l o no Salão Olavo Bilac ( A v . Rangel Pestana. 227)
1.o — " p e r | a V i t a .. _ d e Demétrio Alati 0 artigo continua no número seguinte. Assinado " L u c i f e r o "
2.° — Baile
O u t r a noticia 23 fev. n.° 27 A Terra Livre
1. ° — C o n f e r ê n c i a em português " O baile" — Continuação do artigo do número anterior. Conclusão.
2. ° — " E l A c a b ó s e " — p e ç a em um ato G R A N D E FESTA LIBERTARIA
3. ° — " S i Fuera C u r a "
4. ° — "Ideale" Dia 16 d e m a r ç o , às 20:30. no Éden C l u b e (Rua F l o r ê n c i o d e A b r e u , 22). P r o g r a m a :
1 o — "Senza Patria"
14 out. n.° 106 La Battaglia 2. ° — "Triste Carnevale"
Notícias de livros: 3. ° — C o n f e r ê n c i a e m italiano
4. ° — Conferência em português
"Idoli Infrati" — bozzetto sociale 5° — Baile
"La Ribellione" — cena simbólica
3 mar. n.° 113 La Battaglia
11 nov. n.° 20 Terra Livre G R A N D E FESTA LIBERTARIA
" M a s Alguém Desmanchou a Festa". Continuação (cena IV) de uma peça
Dia 16 de m a r ç o , às 20:30. P r o g r a m a . Salão Éden C l u b e (Rua F l o r ê n c i o d e A b r e u . 22).
de Luis Marsoleau. As primeiras cenas foram publicadas na extinta
Programa:
revista Aurora, nos n.°s 8, 9 e,10.
1.o — " S e n z a P a t r i a " — d r a m a social e m d o i s atos d e P. G o r i
2. ° — C o n f e r e n z a i n italiano
21 nov. n.° 21 A Terra Livre
3. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e " — bozzetto s o c i a l e in un ato
" M a s Alguém Desmanchou a Festa". Continuação do número anterior. 4. ° — Conferenza i n p o r t o g h e s e
Cena V. Final 5° — Balio
O b s . : No d r a m a " S e n z a P a t r i a " será a seguinte a d i s t r i b u i ç ã o de papéis:
1907 G I O R G I O — ( v e c c h i o c o n t a d i n o , e x - g a r i b a l d i n o ) : G. Bôrtolo
6 jan. n.° 24 A Terra Livre T O N I O — ( m a r i n a r o , a m i c o d i G i o r g i o ) : A. Morselli
Notícia da morte de Pietro Gori. Breve biografia. ANNITA — (figlia di G i o r g i o ) : S i g n o r i n a N.N.
G I O V A N N A — ( m a d r e d i G i o r g i o ) : S i g n o r a N.N.
20 jan. n.° 108 La Battaglia A R T U R O — (giovane c o n t a d i n o ) : E. M a s c a r e . . .
Notícia da morte e artigo sobre Pietro Gori PEPPINO — ( c a r r e t i e r e ) : N.N.

22 jan. n.° 18 Novo Rumo (Rio) 18 mar. n.° 29 A Terra Livre


A LUZ DA RIBALTA " O s Dois Ladrões" — publicação integral. Ceninha de Aikin e Barbault.
Antimilitarista.
Artigo sobre teatro (p. 4)
15 abr. A Terra Livre
27 jan. n.° 109 La Battaglia
FESTA LIBERTARIA
AiiKjo respondendo a outro de Mário Cataruzza n.° 108 sobre P. Gori.
O artigo é resposta a possíveis ofensas feitas ao falecido. Título: "Voce Dia 30, às 20:00, no Salão Ibach. pelo grupo La Propaganda
1 o — " A Ceia dos P o b r e s " — de C a m p o s Lima
O p r o d u t o da (esta será d i v i d i d o entre o Terra Livre e a a q u i s i ç ã o d e folhetos. Pro-
grama: 2.° — Concerto
1 .° — " P r i m o M a g g i o " 3° — Baile
2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e tema o c a s i o n a l
3,0 — " S a n g u e F e c o n d o " — e p i s ó d i o d a reaçáo russa
1908
4° — Rifa 9 jan. n.° 54 Terra Livre (Ano III)
5° — Baile Federação Operária do Rio de Janeiro (Rua do Hospício. 1 5 6 )
Programa: Dia 2 5 de j a n e i r o , p r o m o ç ã o d o C e n t r o d o S i n d i c a t o dos O p e r á r i o s .
21 abr. n. 119 La Battaglia Programa:

Artigo intitulado " f a r t e " 1.° — Conferência


2.o — " O A v a t a r " — de M a r c e l o G o m e s
1 j u n . n.° 35 Terra Livre
30 — " O Grande D i a "
Balancete da festa de 16 de março de 1907 4.° — " A Ceia dos P o b r e s " — d e C a m p o s Lima

15 jun. n.° 37 Terra Livre 1 .• fev. A Luta Proletária


D o m i n g o , dia 2 3 . n o salão d o Centro Galego, p e l o G r u p o D r a m á t i c o Teatro S o c i a l
FESTA S O C I A L
1 . ° — " A n t o n i o " — d r a m a e m c i n c o atos de Guedes C o u t i n h o , q u e n o dia 1 ° de maio
a l c a n ç o u ruidoso sucesso Dia 1 5 de f e v e r e i r o , p r o m o ç ã o da Liga dos M a r c e n e i r o s . Programa:
1.° — " I I M a r t i r e " — p r ó l o g o d o drama " I G i u s t i c i e r i "

7 set. n.° 38 2.° — Conferência em português


3.° — "Senza Patria"
Dia 1 4 de s e t e m b r o , e m b e n e f i c i o do Terra Livre e d o Tierra y Llbertad (Madri). Pelo
G r u p o D r a m á t i c o Teatro S o c i a l . P r o g r a m a : 4.° — Recitação de poesias e m p o r t u g u ê s e italiano, por crianças

1. ° — Conferência p e l o c a m a r a d a Carlos Dias 5.° — "Triste Carnevale"

2 . ° — " A s V i t i m a s " — peça em um ato de Frederico Boutet. T r a d u ç ã o de Carlos N o b r e 6.° — C o n f e r ê n c i a em italiano

3.° — "Hambre" — bozzetto social e m um ato de Rómulo Ovidi 7.° — " L a Lettera" — monólogo

4.0 — " O Pecado de S i m o n i a " — d e Neno Vasco 8.° — "Greve de Inquilinos"

5° — Baile 9.° — Orquestra e hinos revolucionários


No salão Éden Clube. Baile
27 jul. n.° 42 Terra Livre
18 m a r . n.° 1 Folha do Povo (Ano I)
Notícia da formação do Grupo Libertário Germinal, fusão do grupo editor 0 COMÉRCIO E O C O L O M B O :
do Terra Livre com a Biblioteca de Literatura Social A p r o p ó s i t o da i n a u g u r a ç ã o d o Teatro C o l o m b o , o C o m é r c i o de São Paulo saiu-ae
GRUPO D R A M Á T I C O T E A T R O SOCIAL c o m u m a f o r m a de se lavrar u m tento.
Dia 2 8 de julho, r é c i t a mensal no salão d o C e n t r o Galego O j o r n a l , q u e se tem na c o n t a d e popular, m i m o s e o u o nosso popular b a i r r o c o m o
1 . ° — " O O c a s o d o s Ó d i o s " — d r a m a e m três atos de Emilio Carral s e g u i n t e : "Todas as c o m o d i d a d e s , e n f i m , e n c o n t r a r ã o os f r e q ú o n t a d o r e s do novo
t e a t r o q u e , pelo seu c o n f o r t o e elegância, devia estar e m o u t r o p o n t o que náo o b a i r r o
2.° — " A E s c a l a " — c o m é d i a em u m ato de Nores
do B r á s " .
Há anos u m jornal de Espanha teve t a m b é m uma saida idêntica, por ocasião do
Obs.: A partir do n.° 34 o jornal Terra Livre passa a ser editado no d e s c a r r i l h a m e n t o e m uma estrada de ferro onde apareceram muitas p e s s o a s : " H o u v e
Rio. As notícias são portanto referentes a festas do Rio de Janeiro. m u i t o s m o r t o s , m a s f e l i z m e n t e da t e r c e i r a c l a s s e " .
A d o C o m é r c i o a p r o x i m a - s e d i s t o : " O teatro é m u i t o confortável, elegante, mas devia
1.° jun. Terra Livre ser para outra g e n t e ; para gente boa cá d o a l t o " .
Critica da peça " A n t o n i o " O C o m é r c i o p o d i a t a m b é m ir mais longe, poderia dizer, por e x e m p l o : "O teatro é
b o m , mas deveria estar s i t u a d o lá pela Avenida C e n t r a l . . . "

2 6 nov. n.° 52 Terra Livre Partindo-se desse m o d o de ver poder-se-ia chegar até lá? ( . . . )
Ora, não p o d e m o s c o m p r e e n d e r a razão. Será porque o teatro f i c o u b o m ? De forma
IM.I i*. do mós p r ó x i m o , no salão do C e n t r o Galego (Rua da C o n s t i t u i ç ã o . 3 0 - 3 2 ) . Em que, se ele não tivesse c o n d i ç õ e s , estaria muito bem aqui. E isso porque o Brás é
i i r i i i - i i c l o do camarada S i l v e s t r e Machado que está d o e n t e P r o g r a m a : quase e x c l u s i v a m e n t e h a b i t a d o pela gente mais p o b r e ? "
Anúncio de livro à venda: O infanticídio 1.o — " D e c l a r a ç ã o de G u e r r a " — idílio japonês por Charles Malato
2.° — Uma c o m é d i a social
6 ago. n.° 22 Folha do Povo
3.0 — " S e m P á t r i a " (em português)
GRUPO DE A M A D O R E S TEATRO LIVRE (LISBOA)
4. ° — Conferenza in italiano
Este g r u p o d e L i s b o a , d e que j á falamos, pensa em realizar a s u a p r i m e i r a récita p o r
t o d o este mês e m A l m a d a , revertendo metade d o seu p r o d u t o l i q u i d o e m favor d o 5. ° — " L a L e t t e r a " — monólogo
s e m a n á r i o lisboeta O Protesto. R e p e r t ó r i o : " C e i a d o s P o b r e s " (contraste à " C e i a d o s 6 .° — " P r i m o M a g g i o "
C a r d e a i s " ) — u m ato em verso por C a m p o s L i m a .
7° — Kermesse
" O Melhor C a m i n h o " — Luís d a Câmara Reis 8 ° — Balio
" O s D e g e n e r a d o s " — Cruz de A n d r a d e
" O T r i u n f o " — C a r r a s c o Guerra 14 jun. n.° 79 Folha do Povo
" O Infanticídio" — Motta Assunção A companhia de Clara Della Guardia encena " I I Vagabondo", que, prova-
" U n i d o s ! " — u m ato em prosa d e Pinto Q u a r t i m velmente, não é o mesmo dos repertórios anarquistas. O autor é Jean
" P r i m e i r o de M a i o " — Pietro Gori Richepin.
" J u v e n t u d " e " L a Madre E t e r n a " — De I g n a c i o Iglesias
2.* quin. jun. O Livre Pensador
8 dez. Folha do Povo
P. 11: Associação do Livre Pensamento
COMO SE FAZ UM FILANTROPO
O e x c e l e n t e d r a m a " T r e v a e L u z " d e que é autor o nosso b o m a m i g o e entusiasta livre-
A propósito da inauguração da Escola Álvares Penteado, o artigo des- p e n s a d o r Luiz A. de Azevedo Marques que será e n s a i a d o por um d e d i c a d o g r u p o de
creve como a família acumulou a fortuna amadores, e não tardará a ser levado pela primeira à cena nesta c a p i t a l , terá por
f i m cooperar, c o m o resultado dessa receita, para a realização do benemérito p r o j e t o
1909 dessa a s s o c i a ç ã o .

14 fev. n." 203 La Battaglia


Trecho de um artigo.
FESTA LIBERTARIA
27 nov. n.° 7 A Lanterna — nova fase — ano IV
Em benefício de uma scuola laica na Á g u a B r a n c a . G r u p o Gioventú L i b e r t a r i a dará
dia 14, às 20:30, uma interessante serata d r a m á t i c a . P r o g r a m a : Por iniciativa do g r u p o Pensamento e A ç ã o se realizará uma festa e m b e n e f i c i o da
l.o — "Sangue Fecondo" Escola M o d e r n a . P r o g r a m a : o d r a m a " G i o r d a n o B r u n o " . Dia 31 de d e z e m b r o v i n d o u r o .
2. ° — " L a C a n a g l i a "
19 set. n.° 229 La Battaglia
14 mar. n. 207 La Battaglia
G r a n d e Festa P o p o l a r e al Polytheama
Dia 13 do c o r r e n t e , às 20:30, na sede d o G r u p o de Studi Sociali d o B o m Retiro, Rua A b e n e f i c i o dei c o l o n e s p a g n o l e José Guerrero — 1'eroico g i u s t i c i e r e d i due schiavisti.
dos Imigrantes, 195. P r o g r a m a : Programa:
1.° — " P r i m o Maggio" 1 . ° — " E l T e n i e n t e C u r a " — bozzetto em um ato, prosa original de C o n s t a n t i n o G i l e
2.o _ "Santa Religione" G i u l i a n o Romero
3. ° — Conferenza 2. ° — C o n f e r ê n c i a : Ciência, V i d a e Luz
4.0 — " B r i l l a n t i s s i m a F a r s a " 3.0 — " V i s p a T e r e z a " — versi m a r t e l l i a n i de P. Chiesa. Drama
5.° — Balio 4.0 — " D i g e n e " — m o n ó l o g o em versos, d e c l a m a d o pelo Sr. Ezequiel S i m o n i
5.0 — "| v e r j A m i c i dei P o p o l o " — e s p l ê n d i d o bozzetto, representado pelos diletantes
14 mar. Folha do Povo do Grupo Filodramático Aurora

Inauguração do prédio da Associação Auxiliadora das Classes Labo-


17 out. n.° 233 La Battaglia
riosas
G r a n d e festa 12 de n o v e m b r o às 20:30 n o Teatro C o l o m b o . Em b e n e f i c i o das vítimas
2 mai. n.° 213 La Battaglia da reação e s p a n h o l a . P r o g r a m a :
FESTA LIBERTARIA 1. ° — Sinfonia
2. ° — " J u a n J o s é " — d r a m a popular em três atos e um q u a d r o em prosa d e D. J o a -
Sábado. 1.° de maio de 1909 (sic) no Salão Carlos Gomes (antigo Steinway), Rua São
q u i m Dicenta. R e p r e s e n t a d o p e l o G r u p o D r a m á t i c o Cervantes, d i r i g i d o p o r D. José Solé
João. 95. P r o g r a m a :
3 o — " B a s t a de S u e g r o s " — j u g u e t e c ó m i c o em um a t o , o r i g i n a l de D.E. . . . (ilegível)
21 nov. La Battaglia NB: As e n t r a d a s se e n c o n t r a m á venda na porta do teatro, a 500 réis. O j a r d i m será
o r n a d o á j a p o n e s a , c o m i l u m i n a ç ã o c o r r e s p o n d e n t e . S u b c o m i t ê Pró Escola M o d e r n a
Notícia da expulsão de Edmondo Rossi O jornal explica a expulsão pelo do M a y r i n k : F i r m i n o Alvaro da Cunha. A u g u s t o Montavente e Henrique Hansen.
fato de Rossi ter fundado a Escola Laica da Agua Branca.
2 abr. n." 25 A Lanterna
1910
FESTA PRÔ E S C O L A MODERNA
22 jan. n. 5 A Lanterna
Promovida pelo s u b c o m i t ê d o B o m Retiro, dia 16 d e abril às 20:30 no Seláo
PRO-ESCOLA MODERNA
Turnerschaf - l u a B o m Retiro, 52, e m frente a o templo protestante). Grupo
F i l o d r a m á t i c - Libertário. P r o g r a m a :
G r u p o Pensamento e A ç â o , no Salão Celso Garcia (Rua d o C a r m o . 39). P r o g r a m a :
1. ° — " P e r il C ó d i c e " — d r a m a em dois atos de A. Novelli
1 o — " G i o r d a n o B r u n o " — de M o r o Mori
2. ° — C o n f e r ê n c i a em p o r t u g u ê s p o r um a c a d é m i c o desta capital 2. ° — " I I M a e s t r o " — bozzetto e m u m ato de Rouselle
3. ° — " V i s p a T e r e z a " — bozzetto e m um ato de P. Chiesa
3. ° — " P r i m e i r o d e M a i o " — c o m é d i a e m u m ato de D e m é t r i o Alatri
4. ° — C o n f e r ê n c i a e m italiano
4. ° — Kermesse e baile
5. ° — Coro d a ó p e r a N a b u c o — Verdi
30 abr. n 29 A Lanterna
6. ° — D e c l a m a ç ê o de poesia por u m a c r i a n ç a
7. ° — Kermesse Sociedade Feminina de E d u c a ç ã o Moderna
Hoje, às 8 : 0 0 d a noite, no Salão Celso G a r c i a . P r o g r a m a :
5 fev. n.° 17 A Lanterna 1.° — " I n c o r a g g i a m e n t o " — versos d e Rocca, pela menina Z u m a Calza
2.o — " V i s p a T e r e z a " — por c r i a n ç a s d e doze anos
No dia 15 de n o v e m b r o ú l t i m o constituiu-se no Brás um c i r c u l o instrutivo d r a m á t i c o -
recreativo intitulado A J u v e n t u d e Livre, d e p r o p a g a n d a a n t i c l e r i c a l . S e d e : Rua C e l . 3. ° — " I I m a t t i n o , r i c c h i e p o v e r i " , d e G. Parini, recitado pela Sra. Beatriz Gennari
Xavier de T o l e d o , 58. 4. ° — Ringraziamento — pela menina Ida Gennari
5. ° — Poucas palavras d a Sra. D. J o s e p h i n a Stefani Bertachi s o b r e a natureza e o
17 fev. n.° 68 Terra Livre e s c o p o dessa s o c i e d a d e

A S FESTAS DE P R O P A G A N D A E O B A I L E 6. ° — C o n f e r ê n c i a e m p o r t u g u ê s pelo Sr. R i c a r d o Figueiredo s o b r e o tema: A M u l h e r


e o Livre Pensamento
26 mar. n.° 24 A Lanterna 7 . ' — Baile

Na biblioteca de A Lanterna está à vçnda O infanticídio, de Motta A s s u n ç ã o 1.° mai. n.° 71 Terra Livre — Ano IV
PRÓ ESCOLA MODERNA — GRANDE FESTIVAL na c i d a d e de Mayrink. dia 21 de
abril. P r o g r a m a : Hoje, g r a n d e festa e m b e n e f í c i o da Escola Moderna. As 20:30, no Teatro Sant Anna.
1. ° — A s c i n c o da manhã fará alvorada a C o r p o r a ç ã o Musical O p e r á r i a d e Mayrink, C o n f e r ê n c i a por B e n j a m i n M o t t a e representação de duas peças.
g e n t i l m e n t e c e d i d a pelo chefe da l o c o m o ç ã o . Dr. H e n r i q u e S c h e r i n g , p e r c o r r e n d o as
ruas dessa l o c a l i d a d e . As 6:30 a C o r p o r a ç ã o Musical irá à estação esperar a C o r p o - 3 mai. n. 257 La Battaglia
ração Musical 6 de janeiro, de S o r o c a b a , a qual será r e c e b i d a na sede da A s s o c i a ç ã o
Recreativa Operária por uma Comissão Pró S c u o l a Moderna
2. ° — Dirigidas p o r gentis senhoritas, c o m e ç a r ã o , às oito horas, a f u n c i o n a r as t ô m - D o m i n g o às 20:30, no Teatro S a n t A n n a . Programa:
bolas nas barracas, p r o l o n g a n d o - s e esse d i v e r t i m e n t o d u r a n t e o d i a . As 8:30 c o m e - 1.° — " P r i m o M a g g i o " — de Pietro G o r i
çará um leilão de prendas até às 10:30, c o m e ç a n d o n o v a m e n t e ao meio-dia até as
2.o — " D ' a l l O m b r a al Sole o il Prete G a r i b a l d i n o " — c o m é d i a e m trôs atos d e L i b e r o
duas. e das três em diante até as oito horas d a noite. Das duas às três horas da
Pilotto. P r e ç o : 2S000 (cadeira), 1S500 (balcão). 1S000 (geral), 125000 (frisa),
tarde será feita a e x t r a ç à o da t ô m b o l a o f i c i a l , cujos p r é m i o s s ã o : 30S000 e 100SOOO
10S000 (camarote)
3. ° — T o c a r á , d u r a n t e o leilão e q u e r m e s s e , a C o r p o r a ç ã o Musjcal de Mayrink, d i r i g i d a
p e l o Maestro A. Valeriani
12 j u n . n 262 La Battaglia
4. ° — Das onze às doze horas fará uma c o n f e r ê n c i a o Sr. E d u a r d o V a s s i m o n s o b r e
os fins da Escola Moderna. A s três horas fará um d i s c u r s o o Sr. Ferreira J ú n i o r , de Traz o endereço de A Lanterna: Largo da Sé. 5 (sobrado)
S o r o c a b a , dissertando sobre a s i g n i f i c a ç ã o d a festa. A uma h o r a serão d i s t r i b u í d o s
b o m b o n s às c r i a n ç a s . 4 set. n.° 271 La Battaglia
5. ° — As 8:30 da noite c o m e ç a r á o e s p e t á c u l o d i r i g i d o pelo Sr. B r a g a n ç a , e x i b i n d o - s e Notícia sobre o Grupo Libertário dei Braz. Sede: Av. Rangel Pestana,
o Grupo D r a m á t i c o de Mayrink. T o c a r á d u r a n t e o e s p e t á c u l o a o r q u e s t r a Estudantes
d e Talma. de Mayrink. d i r i g i d a pelo Maestro J o a q u i m Pereira. N o ú l t i m o intervalo do
207. O grupo convoca uma reunião para tratar de uma festa que será
e s p e t á c u l o u m a inteligente m e n i n a fará um d i s c u r s o d e a g r a d e c i m e n t o a t o d o s q u e dia 13 de dezembro, no Teatro Colombo, em benefício da Scuola Mo-
c o n c o r r e r a m para o b o m êxito da festa. derna.
1911 2 set. n.° 102 A Lanterna
15 jan. n . 289 La Battaglia Entre os livros anunciados na Biblioteca Espanhola, há duas obras de
Ibsen: La comedia dei amor. Los guerreros en Helga
Notícia da morte de Pietro Gori. Artigos de capa: "La morte di Pietro
G o r i " e "Per un poeta m o r t o " (Gigi Damiani). 8 out. n. 325 La Battaglia
O primeiro artigo contém a biografia do morto. O segundo, de Gigi Notícia da publicação dos três primeiros volumes da obra de P. Gori:
Damiani, tece considerações a respeito da estética do teatro social. Genere e faville. Prigioni, Battaglia. As edições são italianas. No mesmo
número um artigo: " L a n a r c h i s m o e l a r t e " (Giovanni Baldazzi)
17 fev. n. 292 La Battaglia
Noticia-se a publicação das obras completas de Gori, na Itália. A edição 4 nov. A Lanterna
obedece a disposições testamentárias do autor no que diz respeito à
A S o c i e d a d e Feminina de E d u c a ç ã o M o d e r n a realiza hoje, às 22:30, n o Salão Ger-
organização dos textos. mânia, uma festa e m b e n e f í c i o da sua orimeira escola, jâ instalada n o Brás. Pro-
Obs.: Entre os slogans que incitam os trabalhadores a não consumir grama:
determinados produtos ou não trabalhar em determinadas fábricas, há 1 .° — "Santa Religione"
0 seguinte: " N O N COMPRATE A PLATEIA" 2. ° — " L a C o n q u i s t a d e l l ' A w e n i r e " — d e G o r i , recitado por u m a senhora
3. ° — Q u e r m e s s e e baile
1. ° abr. A Lanterna i
Festa no Salão Celso Garcia, e m benefício da p r o p a g a n d a anticlerical. Programa: Outra notícia
1.o _ "Galileu, Galilei" Dia 1 8 d o c o r r e n t e , n o Salão Germânia, o C i r c u l o de Estudos S o c i a i s F r a n c i s c o Ferrer
2. ° — Várias conferências realiza festa de p r o p a g a n d a . P r o g r a m a :

3. ° — Q u e r m e s s e e b a i l e 1 .° — " S e n z a P a t r i a "
2. ° — Conferência
27 mai. n . 88 A Lanterna 3. ° — Representação d e u m a c o m é d i a em u m ato

(Ano X — a contagem dos anos de duração do jornal passa a incluir os 4. ° — Recitação d o m o n ó l o g o " O C a f o n e " (sic)
anos em que não foi publicado, contando portanto desde 1901) 5. ° — Baile

Dia 17 de junho, no Salôo Ge/mânia, promovida pela "imprensa de combate". 5 nov. n.° 329 La Battaglia
Programa: FESTA SOCIALISTA
1 o — " | D i s o n e s t i " — d e G i r o l l a m o Rovetta
Dia 1 8 de n o v e m b r o , s á b a d o , no Salão G e r m â n i a (Rua D. J o s é de Barros). A festa
2.° — " I I P a t a t r a c " — Silvestri é organizada p e l o C i r c o l o di Studi Sociali F r a n c i s c o Ferrer. A representação f i c a a
c a r g o d o C o r p o D r a m á t i c o Simpatizzanti alCArte. d i r i g i d o pelo ator Giuseppe Turola.
4 jun. La Battaglia I o _ - s e n z a P a t r i a " — P. G o r i
GRANDIOSA FESTA LIBERTARIA P e r s o n a g e n s : G i o r g i o (G. T u r o l a ) ; T o n i o (A. V e g a n i ) ; A n n i t a ( M . B a b i e r i ) ; G i o v a n n a
(A. F a b b r i ) ; A r t u r o (A. A v a l o n i ) ; D. A n d r e a (T. G e n a r o ) ; P e p p i n o (G. Panighel)
No Salão Germânia, e m beneficio de A Lanterna e La Battaglia. Será sábado, dia 17
do corrente, às 20:30. P r o g r a m a : 2. ° — Intermezzo
1 . ° — " I D i s o n e s t i " — d r a m a em três atos d e G i r o l l a m o Rovetta. P e r s o n a g e n s : 3. ° — Conferenza
Carlo M o r e t t i : A n t o n i o L a t t a r i ; Elisa M o r e t t i ; E. Lattari; P e p p i n o S i g i s m o n d i ; S. Rossi; 4. ° — Farsa in un atto
O r l a n d o O r l a n d i : E. C a s s o l i ; Signora d e Formatis: A. F a b b r i ; S e r a f i n o : D. C o s e n t i n o ;
C a m m i l a : A. Morelli ; un p o r t i n a t o : L. O r s e t t i ; Etterino: A. C a m m i l l i P e r s o n a g e n s : A t t i l i o B e l c h e r u b i n o (E. Faggiano); Cora H e n b r u c k (T. C a m i l i ) ; G i o v a n n i
(V. Righetto)
2. ° — B r i l h a n t e c o m é d i a de Silvestri, " I I P a t a t r a c " , interpretada por A. P i a c c h e t t i ,
E. Lattari, D. C o s e n t i n o , T. O n g a r e l l i 5.0 — " o C a f o n e " — owero la festa di SanfAntino — m o n ó l o g o e m dialeto n a p o l i t a n o ,
i n t e r p r e t a d o p e l o Sr. G i u s e p p e C o c c i o l i t o
3 ° — Balio
6. " — Balio
Ingresso: 1S000 Mulheres, grátis

18 jul. n.° 313 La Battaglia I I nov. A Lanterna


Aparece outro grupo libertário: Aurora e Libertas. A sede é na Rua C o m o a n u n c i a m o s , realizou-se sábado passado a festa da Sociedade Feminina de
RublllO de Oliveira, n.° 38, no Brás. Há um artigo intitulado: " L a r t e e E d u c a ç ã o M o d e r n a . O Salão Germânia encheu-se c o m p l e t a m e n t e , divertindo-se c o m
I mercatanti" (Acratibis). alegria até às c i n c o da m a d r u g a d a de d o m i n g o , q u a n d o t e r m i n a r a m as animadas
danças. A g r a d o u b a s t a n t e a representação da peça d e P. Gori " S e n z a P a t r i a " e o re-
c i t a t i v o " S a n t a R e l i g i o n e " . Oreste Ristori fez u m a c o n f e r ê n c i a c o m b a t e n d o esse m o n s t r o
21 jan. n. 338 La Battaglia
que ainda infelicita a h u m a n i d a d e : a guerra G R A N D E FESTA DE P R O P A G A N D A

Dia 13 de janeiro, no Salão Germânia


12 nov. n.° 326 1.o — " D . Pietro C a r u s o " — d r a m a de Roberto Bracco
FESTA LIBERTARIA 2.° — " N a R e p ú b l i c a " — c o m é d i a e m quatro atos de Gigi Damiani
A festa é e m b e n e f i c i o da Scuola Moderna
Dia 23 de setembro, no Salão Celso G a r c i a , a S o c i e t à F i l o d r a m a t i c a Studio e Diletto
representará " G a b r i e l a " — d r a m a social e m c i n c o atos de T. M o n t i c e l l i . Quermesse e
baile. 16 mar. La Battaglia — Ano III
Promoção do Circolo di Studi Sociali Conquista dellAvvenire
9 dez. A Lanterna
S á b a d o , dia 13 de abril, o C e n t r o F i l o d r a m á t i c o L i b e r t á r i o realizará, no Salão Ger-
25 d o c o r r e n t e , no Saião Celso G a r c i a , festa de propaganda. m â n i a , uma s o i r é e e m b e n e f í c i o d e uma escola que o c í r c u l o m a n t é m e m sua p r ó p r i a
Programa: sede.
1. ° — " G a b r i e l a " — d e T. M o n t i c e l l i 1 . ° — " M o r t e C i v i l e " — d r a m a e m quatro atos d e P. G i a c o m m e t t i
2. ° — Conferência 2. ° — Conferenza in italiano e d i n p o r t o g h e s e
3. ° — Quermesse 3. ° — Kermesse e bailo

30 dez. A Lanterna 16 mar. A Lanterna

A VELADA DE S Á B A D O Hoje, n o salão da S o c i e t à Leale O b e r d a n (Rua B r i g a d e i r o Machado, 5), às 20:30.


Festa d o C í r c u l o de Estudos Sociais Francisco Ferrer
C o r r e u bastante a n i m a d a a festa realizada no s á b a d o passado, no Salão Celso G a r c i a . Programa:
O belo d r a m a d e L. M o n t i c e l l i , " G a b r i e l a " a g r a d o u bastante, r e c e b e n d o fartos aplausos
os a m a d o r e s que se e n c a r r e g a r a m da sua r e p r e s e n t a ç ã o . Em um dos intervalos 1. ° — " L a Legge d e i C u o r e " — de Ettore D o m i n i c i
Oreste Ristori realizou uma conferência contra a guerra, c o m b a t e n d o - a e n e r g i c a m e n - 2. ° — " O s D o i s C o n q u i s t a d o r e s " — farsa em um ato
te, no q u e foi a c o m p a n h a d o pela n u m e r o s a assistência que o a p l a u d i u c o m calor.
3. ° — C o n f e r ê n c i a : La Donna e T A w e n i r e
Esteve muito m o v i m e n t a d a a quermesse, que deve ter d a d o u m bom resultado. Foi
t a m b é m rifado um b e l o retrato em ponto grande d o pranteado c o m p a n h e i r o P. G o r i . 4. ° — Baile
O baile prolongou-se a l e g r e m e n t e at£ a m a d r u g a d a . Teve, c o m o se vê, u m bom êxito
a festa de sábado. E não se poderia desejar outro resultado, m o r m e n t e tendo-se e m 23 mar. A Lanterna
vista o seu s i m p á t i c o f i m . Essa velada foi o r g a n i z a d a por um g r u p o d e l i b e r t á r i o s e m
h o m e n a g e m ao s o l d a d o Caetano Masetti que, ainda há p o u c o , n u m gesto de s u p r e m a Promovida pelo Círculo de Estudos Sociais Conquista do Porvir.
rebeldia, fazendo-se intérprete de todas as vítimas da guerra, l a n ç o u contra esse
Dia 3 de a b r i l , no Salão Germânia. Em benefício da escola do c i r c u l o . P r o g r a m a :
horrível flagelo da h u m a n i d a d e o seu vigoroso protesto, a t i r a n d o contra u m o f i c i a l .
O p r o d u t o líquido da festa será enviado à família desse e x t r a o r d i n á r i o m o ç o , q u e 1. ° — C o n f e r ê n c i a s e m p o r t u g u ê s e italiano
s a c r i f i c o u a sua vida e m h o l o c a u s t o d o grande ideal da paz universal.
2. ° — " M o r t e C i v i l " — d e G i a c o m m e t t i . pelo Grupo F i l o d r a m á t i c o Libertário
3 ° — Q u e r m e s s e e baile
1912
27 abr. A Lanterna
6 jan. A Lanterna Festa p r ó La Battaglia. Dia 30. no Salão Celso Garcia. G r u p o Studio e Diletto. P r o g r a m a :
Festa de p r o p a g a n d a sábado, dia 13 do corrente, no Salôo Germânia. Festa de 1 o — "La Canaglia"
propaganda. Programa: 2.° — Conferência
1.° — " L a R e p p u b l i c a " — c o m é d i a em quatro atos, d e Gigi D a m i a n i , r e p r e s e n t a d a p e l a 3° — Farsa
p r i m e i r a vez
4.° — Baile
2.o — " D . Pedro C a r u s o " — Roberto Bracco
3.° — Baile e q u e r m e s s e 9 jun. A Lanterna
(Em julho, provavelmente dia 1 3 . Não há mais informações).
Outra notícia: Uma festa em princípio de fevereiro:
Programa:
1. ° — " P e c a d o d e S i m o n i a " — d e Neno Vasco 1. ° — "Pecado de S i m o n i a "
2. ° — " A m a n h a " — d e Manuel Laranjeira 2. ° — "Amanhã"
3. ° — Recitativos, c o n f e r ê n c i a s e quermesse 3.0 — " G r e v e de I n q u i l i n o s " — desopilante c o m é d i a de Neno Vasco
12 ago. n.° 363 La Battaglia 4 ° — " U m Holel Modelo"
5.° — Balio
Dia 31 d e agosto no Salão Celso Garcia (Salão das Classes Laboriosas) espetáculo
em beneficio d o La Battaglia 19 out. A Lanterna
1. " — " | Tristi A m o r i " — d e G . G i o c o s a . C o m é d i a e m três atos.
G R A N D E FESTA DE P R O P A G A N D A
P e r s o n a g e n s : L ' a w o c a t o G i u l i o S c a r l i : A. Lattari
La S i g n o r a E m m a : E. Lattari Dia 1." d e n o v e m b r o , no Salão Celso Garcia. Rua d o C a r m o .
L A v v o c a t o F a b r i z i o : D. C o s e n t i n o Programa:
II C o n t e Ettore A r c i e r i : S. Rossi 1. ° — Hino dos trabalhadores — pela orquestra
II P r o c u r a t o r e R a n e t t i : A . P e c c h e t t i 2. ° — C o n f e r ê n c i a d e p r o p a g a n d a
Gemma, bambina: R. Camili 3. ° — " L a C a n a g l i a "
Marta, d o m é s t i c a : A. Fabbri 4.0 — " C r i m i n a l " — m o n ó l o g o social recitado p e l o c a m a r a d a José Sanchez
2. ° — " I n P r e t u r a " — B r i l h a n t e scherzo c ó m i c o em u m a t o 5. ° — Primeiro de maio (O belo hino d e P. Gori)
I n t é r p r e t e s : C. F e r r o n i , S. Rossi. A. Rossi, A. P e c c h e t t i , M . Piazzi
3. ° — Quermesse e baile 6. ° — " P e c a d o d e S i m o n i a " — d e Neno V a s c o , pelo g r u p o d r a m á t i c o Ideia M o d e r n a

7 set. A Lanterna 6 dez. n.° 379


FESTA G R Á F I C A Festa e m b e n e f í c i o d a e s c o l a d o C i r c o l o d i S t u d i S o c i a l i C o n q u i s t a d e l l ' A v v e n i r e .
Dia 11 d e j a n e i r o de 1913. no Salão A l h a m b r a (Rua M a r e c h a l Deodoro, n.° 2. O g r u p o
Dia 7, hoje, no Salão Germânia. Comemorando a instalação definitiva da União dramático é do próprio circulo.
Gráfica.
1 . ° — " L a S o r e l l a d e i C i e c o " — D. Chiesone
1 .° — " S e n z a P a t r i a "
2. ° — C o n f e r ê n c i a e m p o r t u g u ê s e italiano
2. ° — C o n f e r ê n c i a p e l o Sr. Justo S e a b r a
3. ° — " L a C a n a g l i a "
3. ° — " P i n t o , Leitão & C o m p a n h i a " — c o m é d i a e m u m a t o
4. ° — Q u e r m e s s e e baile

8 set. n.° 368 La Battaglia


31 out. n.° 375
Anuncia-se o lançamento do jornal La Barricata. É anunciado como "con-
tinuação imediata e legítima de La Battaglia". A partir do n.° 369 o jornal Em b e n e f í c i o d e Guerra Social, j o r n a l e m português que se edita n o Rio de J a n e i r o .
passa a denominar-se La Barricata. O logotipo é o mesmo. A direção, Festa o r g a n i z a d a pelo g r u p o d e S ã o Paulo Guerra S o c i a l . Dia 1 . " d e n o v e m b r o , n o
Salão C e l s o Garcia
que era de Oreste Ristori, passa para Gigi Damiani. A numeração
continua. Entre parênteses continua inscrito " a n o VIII delia Battaglia" 1. ° — Hino dos trabalhadores — pela orquestra
2. ° — C o n f e r ê n c i a d e p r o p a g a n d a
28 set. A Lanterna 3. ° — " L a C a n a g l i a "

Dia 12 d e o u t u b r o , no Salão Celso Garcia. P r o m o ç ã o d o F. Ferrer. 4.0 — " C r i m i n a l " — m o n ó l o g o social recitado pelo c a m a r a d a José S a n c h e z

Programa: 5. ° — P r i m e i r o de maio — b e l o h i n o d o saudoso c a m a r a d a Pietro G o r i

1 ° — " U l d e a l e " — d e P. G o r i 6. ° — " P e c a d o d e S i m o n i a " — e n g r a ç a d i s s i m a c o m é d i a social e m u m a t o d o c a m a -


rada Neno Vasco. I n t e r p r e t a d a p e l o g r u p o d r a m á t i c o Ideia M o d e r n a
2.° — " T r i s t e C a r n e v a l e "
7. ° — Q u e r m e s s e e baile
3 o _ - u m Hotel M o d e l o "
4 ° — C o n f e r ê n c i a sobre o tema L'Amore
1913
29 set n.° 371 La Barricata 4 jan. n.° 173 A Lanterna — Ano XII
FESTA DE P R O P A G A N D A
Dia 11 d e janeiro, às 20:30, no Salão A l h a m b r a . P r o m o ç ã o d o g r u p o Conquista d o
P r o m o ç ã o d e Francisco Ferrer. No Salão Celso G a r c i a , d i a 12 d e o u t u b r o , à s 20:30. Porvir. P r o g r a m a :

Programa: 1 ° — " L a Sorella d e i C i e c o " — d e David Chiesone


1 ° — " L ' l d e a l e " — bozzetto d e P. Gori 2. ° — C o n f e r ê n c i a s e m p o r t u g u ê s e italiano
2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e o t e m a L'Amore 3. ° — " L a C a n a g l i a "
3. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e " — d r a m a e m u m a t o 4. ° — Quermesse e baile
40 — i n t e r m é d i o : p o e s i a s , m o n ó l o g o e c a n t o p e l o Sr. Silvio Bertuzzi
26 jan. n." 384 La Barricata
5.0 — -o Pecado d e S i m o n i a " — N e n o V a s c o
Anuncia-se a iminente publicação de um novo periódico anárquico em
6.° — Q u e r m e s s e e baile
português: Germinai
26 j u l .
4 fev. A Lanterna
PRÔ S E G U N D O C O N G R E S S O OPERÁRIO BRASILEIRO
Biblioteca de A Lanterna: uma peça de Octaviano Reinelt: " U m Como
não há M u i t o s " — Comédia de costumes nacionais em dois atos. G r u p o D r a m á t i c o A n t i c l e r i c a l (Rio). Não há data
1. ° — C o n f e r ê n c i a d e José Oiticica
8 mar. n. 388 La Barricata 2.o — " o Pecado de Simonia"
3.0 — Poesia p e l a m e n i n a Carolina B o n i
Há uma notícia de que o projeto Germinal será fundido ao jornal
Barricata, que passará a sair com duas páginas em português. Essa 4. ° — Canção
fusão é explicada como temporária. Motivo: "Não faltam recursos, mas 5. ° — Várias poesias
homens que possam dedicar-se exclusivamente ao j o r n a l " . 6. ° — Baile

13 abr. n . 389 La Barricata 2 ago. A Lanterna


N. 1 Germinai G R A N D E FESTA OPERARIA
Salão Celso G a r c i a . P r o m o v i d a pela U n i ã o dos S i n d i c a t o s Operários de São Paulo.
13 abr. n.° 393 Dia 30 de agosto, às 20:00, d e d i c a d a á C o n f e d e r a ç ã o Operária Brasileira. Pelo G r u p o
Filodramático Libertário
FESTA DE P R O P A G A N D A
1.o — " L a via d'Uscita" — e m i t a l i a n o . Vera Starkoff. P r i m e i r a vez
Dia 30 de a b r i l : às 20:00, n o Salão Celso Garcia 2. ° — Conferência em português
1.° — " U l d e a l e " — de P. G o r i 3. ° — I n t e r m é d i o d e poesias e monólogos
2.o — " S a n g u e Fecondo" 4.0 — "o Pecado d e S i m o n i a "
3. ° — " L a P i c c o l a R e v o l u z i o n a r i a " — monólogo 5.° — Baile
4. ° — Quermesse e baile
8 out. A Lanterna — Ano XIII
Obs.: A coleção consultada do La Barricata termina no n.° 389 Artigo de Neno Vasco, de Lisboa: " O cinema como arma burguesa
contra o operariado". Outra notícia:
14 abr. A Lanterna
G R A N D E FESTA DE P R O P A G A N D A (Rio)
FESTA DE P R O P A G A N D A
No Centro G a l e g o (Rua da C o n s t i t u i ç ã o , 38). Sábado, dia 8 de n o v e m b r o , às 20:30.
Dia 30 de a b r i l , às 20:00, no Salão Celso Garcia
Programa:
1.° — " L l d e a l e " — d e P. G o r i
l.o _ "Amor L o u c o " — e m t r ê s a t o s , de A n t ô n i o A u g u s t o da Silva
2.o — "Sangue Fecondo"
2 .° — C o n f e r ê n c i a de José O i t i c i c a sobre o t e m a : A Moral da Igreja Romana
3. ° — " L a P i c c o l a R e v o l u z i o n a r i a " — monólogo
3. ° — " A E s c a l a " — p e ç a e m u m ato
4. ° — Quermesse e baile
4. ° — L e i l ã o d e p r e n d a s e baile familiar

10 mai. A Lanterna Obs.: Na biblioteca de A Lanterna anuncia-se: " U m Como não há M u i t o s "
G R A N D E FESTA OPERARIA — comédia de costumes nacionais em dois atos. de Octaviano Reinelt
Dia 24 de maio, no Salão Celso Garcia. Promovida p e i o S i n d i c a t o de Ofícios Vários.
Fosta d e p r o p a g a n d a para relembrar a conquista da j o r n a d a d e oito horas. Pelo G r u p o
8 nov. A Lanterna
D r a m á t i c o L i b e r t á r i o Mário R a p i z a r d i . P r o m o ç ã o d o C í r c u l o d e Estudos Sociais Francisco Ferrer. Dia 15 de n o v e m b r o , no
Programa: Salão C e l s o G a r c i a . P r o g r a m a :

1.° — " P r i m o M a g g i o " — d e P. G o r i , e m italiano 1. ° — " G e n t e H o n e s t a " — d e P. Gori

: l a Morte di Francisco F e r r e r " — peça e m um ato, e m italiano, d e G r i p p i o l a 2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e o t e m a : La Famiglia


•'" •< <• Pela primeira vez em São Paulo 3. * — Engraçada comédia
3.° — C o n f e r ê n c i a e m p o r t u g u ê s sobre o t e m a : O S i n d i c a l i s m o Revolucionário 4. " — Q u e r m e s s e e baile
No Rio 3.°-Mo„6,o,o
Centro de Cultura S o c i a l , e m dezembro. Programa: tf - Qu.,m« M cif.-. m H ® m»
1 o — " F a m i n t o s ! " — q u a d r o d r a m á t i c o s o c i a l d e Santos Barbosa
2.° — Conferência 21 jan. A Lanterna
o — " P á t r i a . . . " — e n t r e a t o — adaptação d e F r a n c i s c o Delaisi
3
FESTA DE PROPAGANDA (Rio)
4. ° — Intermédio
No Centro Galego: não há data.
5. ° — " P a c a t o s " — farsa e m um ato de Z e n o n d e A l m e i d a e S. Barbosa
Programa:
8 dez. A Lanterna 1. ° — Conferência
FESTA D E P R O P A G A N D A
2.o — " D e u s e a N a t u r e z a " — d r a m a em quatro atos d e Arthur Rocha
Centro Libertário d e Sáo Paulo. Dia 31 de d e z e m b r o , às 8 d a noite, no Salão d o 3.° — Baile
Conservatório de São Paulo (Rua São João, 85). Em b e n e f i c i o d o j o r n a l P r o p a g a n d a
Libertária
14 mar. A Lanterna
1 ° — " S e n z a P a t r i a " — d e Gori
2. ° — Breve c o n f e r ê n c i a FESTA DE P R O P A G A N D A
3. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e " Pró E s c o l a M o d e r n a d e São Paulo. Dia 18 d e abril, no Salão Celso Garcia, às 20:30.
4 . ° — Recitativo d e u m a poesia de Guerra J u n q u e i r o
Programa:
5. ° — Q u e r m e s s e e baile
I o _ - F r a n c i s c o F e r r e r " — d r a m a e m dois atos d e Pierre Q u l r o u l l e
8 dez. A Lanterna 2. ° — " P e c a d o d e S i m o n i a " — Neno V a s c o

FESTAS DE P R O P A G A N D A 3. ° — C o n f e r ê n c i a e m p o r t u g u ê s s o b r e a Escola M o d e r n a
4. ° — C o m é d i a e m italiano
No Rio
5. * — Quermesse e baile
G r u p o D r a m á t i c o A n t i c l e r i c a l — Centro Galego (Rua d a Constituiçôo. 38). Dia 20 d o
c o r r e n t e , às 20:30
I I abr. A Lanterna
Programa:
1. ° — " O s Ladrões da H o n r a " — d e H e n r i q u e Peixoto P r o m o ç ô o d o Centro Libertário. Dia 30 de abril, às 20:00, no Salão Celso Garcia.
Festa de P r o p a g a n d a .
2. ° — Baile e leilão
1© — " G i o r d a n o B r u n o " — d r a m a s o c i a l
Em São Paulo 2. ° — " P r i m o M a g g i o " — G o r i
3. ° — Conferência
C i r c u l o d e Estudos S o c i a i s F r a n c i s c o Ferrer. Hoje, às 20:00 no Salão Celso Garcia.
4. ° — Q u e r m e s s e e baile
Programa:
_ " S p e t t r i " — d e Ibsen
1.0
18 abr. A Lanterna
2.0 — " Q u a l c u n o Guastò la Festa" — d e M. Marsoleau
FESTA (Rio)
3. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e o t e m a : La Miséria
4. ° — Baile familiar Comemoração d o P r i m e i r o de Maio. G r u p o Dramático Anticlerical

Programa:
1914
1.o — - o O p e r a r i a d o " — d r a m a e m u m ato d e Henrique M a c e d o Jr.
17 jan. A Lanterna
2.° — C o n f e r ê n c i a d e José O i t i c i c a : Os í d o l o s
FESTA DE P R O P A G A N D A
3.0 — » o 8 Primeiros T i r o s " — d r a m a s o c i a l e m u m ato d e A m e d ó e Rouquós
Hoje, às 20 hs, no Salão Gil Vicente, à Av. Rangel Pestana, 265. Velada de p r o p a g a n - 4.° — Baile
do p r o m o v i d a pelo C i r c o l o F i l o d r a m m a t i c o Libertário. P r o g r a m a :
1. ° — " I I Porta F i g l i o " — c o m é d i a s o c i a l 20 jun. A Lanterna
2. ° — C o n f e r ê n c i a s e m p o r t u g u ê s e italiano
Relatório da Comissão Administrativa do Cinema do Povo, em Paris
4 jul. A Lanterna 3.0 — " O D e s m o r o n a m e n t o " — p e ç a social e m um ato
4.° — Quermesse e baile (pró Escola M o d e r n a )
FESTA NO RIO
Outra n o t i c i a : Dia 3 1 , às 20:00, por iniciativa do C e n t r o Libertário de São Paulo,
Pelo Grupo Dramático de Cultura Social. Não há data. festa familiar no Salão Celso Garcia
Programa:
1. ° — Conferência
1.o — "Guerra e Revolução"
2. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e "
2. ° — Diversões várias
3. ° — Intermédio
3. ° — Quermesse
4. ° — " A m o r e s d e C r i s t o " — comédia de Zenon de Almeida
4. ° — Baile
5. ° — Baile
1915
Em São Paulo
13 mar. n.° 276 A Lanterna
Festa de p r o p a g a n d a , dia 11 de j u l h o , no Salão Leale O b e r d a n (Rua Brigadeiro Publica-se a primeira parte de uma "comédia bufo-religiosa".
M a c h a d o , 5) — P r o m o ç ã o do C í r c u l o de Estudos S o c i a i s F r a n c i s c o Ferrer Programa:
Título: "Sua Santidade". Autor: Aristóteles Feliciano de Andrade Silva
1. ° — " M a t e r n i t á " — d r a m a e m quatro atos de Roberto B r a c c o
2. ° — Conferência 27 mar. n.° 277 A Lanterna
3. ° — Comédia
Continuação de "Sua Santidade"
4. ° — Baile
10 abr. A Lanterna
11 jun. n.° 251 A Lanterna — Ano XIII Continuação de "Sua Santidade"
Artigo: " O teatro c a t ó l i c o " — comentário sobre um espetáculo ("Sta.
Aquilina M á r t i r " ) . O artigo fala também da necessidade de um teatro 1.° mai. n.° 279 A Lanterna
social. Autor: João Eduardo. Continuação de "Sua Santidade"

26 set. A Lanterna 10 jul. A Lanterna


FESTA DE P R O P A G A N D A
VELADAS SOCIAIS
Iniciativa d o Centro L i b e r t á r i o de Sàd Paulo. Dia 10 d e o u t u b r o , no Salão A l h a m b r a
Dia 17 d o " m ê s e n t r a n t e " . P r o m o ç ô o d o Centro F e m i n i n o Jovens Idealistas. No
(Rua Marechal D e o d o r o , 2). Terceira Festa Familiar de P r o p a g a n d a . P r o g r a m a :
S a l ã o Leale O b e r d a n (Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o , 5), Brás. P r o g r a m a :
1. ° — "La Reppublica" — c o m é d i a social d e G. Damiani
1. ° — A b e r t u r a d a festa pela o r q u e s t r a
2. ° — " A i l a conquista d e i r a w e n i r e " — de P. G o r i , d e c l a m a d o pela companheira
E. Cattai 2. ° — " M a t e r n i t á " — d e R. B r a c c o
3. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social
3. ° — C o n f e r ê n c i a e baile 4.o — Diálogo adequado
5. ° — Q u e r m e s s e e baile
21 nov. A Lanterna
O u t r a n o t í c i a : Dia 19 do m ê s passado (junho) aconteceu u m a festa p r o m o v i d a pela
FESTA DE P R O P A G A N D A
SUPR. P r o g r a m a :
Festa libertária na Lapa. P r o m o v i d a pelo g r u p o a n a r q u i s t a Os S e m Pátria, d a Lapa. 1 .° — Orquestra
Dia 12 d e d e z e m b r o , no salão d o C i n e m a T e a t r o . P r o g r a m a : 2. ° — D e c l a m a ç ã o por a l u n o s
1.o _ " S e n z a P a t r i a " — de P. G o r i 3. ° — C o n f e r ê n c i a e m p o r t u g u ê s por Florentino d e Carvalho sobre o tema G u e r r a e
2.° — Conferência Emancipação
4. ° — "Ideale"
3.0 — " O V i a n d a n t e e o H e r ó i " — peça e m um ato d e Fellice Vezzeon
5. ° — " J u v e n t u d " — de Ignacio Iglesias. Pela p r i m e i r a vez nesta capital
6. ° — R e p r e s e n t a ç ã o d e u m a interessante farsa
19 dez.
Dia 9 d e janeiro d e 1915, às 20:30, no Salôo Itália Fausta (Rua F l o r ê n c i o d e A b r e u ,
45) P r o g r a m a : 11 set.
i " " O M e s t r e " — d r a m a e m um ato d e R. Rousselle, e m p o r t u g u ê s Pró Escola Moderna de São Paulo. Comentário e descrição de uma
2.° — " H a m b r e l " — peça e m um ato de Rómulo Ovide festa que aconteceu no dia 14 de agosto.
1916 30 out. n.° 19 A Plebe
26 fev. n.° 286 A Lanterna " A dança e o f u t e b o l " — " À mocidade" — os efeitos corruptores dessa
" O teatro e a igreja" — artigo de Romualdo Figueiredo (artista forma de lazer. Assinado: Zejo Costa
dramático) "Obras que os operários devem ler"
Obs.: Do ano de 1917 só há jornais até 30.10.1917.
25 mar. A Lanterna
1919
A Arte do Palco — " O teatro l i v r e " — artigo de Romualdo Figueiredo
22 fev. n.° 1 A Plebe
FESTIVAL PRÓ PRESOS
15 abr. n.° 288 A Lanterna
FESTA DE P R O P A G A N D A A c o n t e c e u no Centro G a l e g o (Rio), d o m i n g o ú l t i m o . Em favor d e trinta e nove c a m a -
radas q u e se e n c o n t r a m na d e t e n ç ã o . P r o g r a m a :
Em b e n e f í c i o d o Guerra S o c i a l . Dia 30 de abril d e 1916, no Saláo C e l s o G a r c i a .
Programa: 1. ° — E x p o s i ç ã o d e m o t i v o s , por u m c a m a r a d a

1. ° — "Tenebre e Luce" 2. ° — A t o v a r i a d o c o m p o s t o de p o e s i a s e c a n ç õ e s d a atualidade

2. ° — Comédia 3. ° — "Náufragos" — drama


40 — " P e l a P á t r i a ! " — e p i s ó d i o d r a m á t i c o ( d e m o n s t r a ç ô o d e g u e r r a , p a t r i o t i s m o ,
3. ° — C o n f e r ê n c i a d e A. B a n d o n i
d e í s m o , etc.)
4. ° — Quermesse e baile
5.0 _ " M a g n a A s s e m b l e i a " — sátira (crítica m a x i m a l i s m o . b u r g u e s i s m o , p o l í t i c a ope-
rária, etc.)
Outra notícia: A Arte do Palco — "Uma iniciativa" — artigo de Romualdo
Figueiredo
6 o — u m grupo de meninas cantou o Hino da liberdade (música do hino nacional)

2 set. n.° 291 A Lanterna


15 mar. n.° 4 A Plebe — Ano II
A Arte do Palco — "Falência dos mondrongos" — artigo de Romualdo
Figueiredo Em São Caetano, festa promovida pela Sociedade dos Laminadores
Programa:
1917 1.o _ " C r i s t o d a A g o n i a " — d e Pedro Ercomillo

9 jun. A Plebe — Ano I 2.o _ - o M e l h o r Juiz é a C o n s c i ê n c i a " — d e L o o p o l d o Pareja


3.0 — " o D i n h e i r o N ã o V a l e N a d a " — d e Leandro Martim
Obs.: É apresentada como uma continuação de A Lanterna
Pelo g r u p o d r a m á t i c o o r g a n i z a d o sob a d i r e ç ã o d e A n t ô n i o Vidales
Diretor: Edgard Leuenroth
12 abr. A Plebe
End.: Rua Capitão Salomão 3-D (perto do Largo da Sé) Dia 30, n o Salão Celso G a r c i a . Promovida pelo g r u p o Os Semeadores. Programa:
1.° — H i n o d o s t r a b a l h a d o r e s — pela o r q u e s t r a
17 jun. n.° 4 A Plebe
2.o — " P r i m e i r o d e M a i o " — d e P. Gori
FESTIVAL PRÓ A PLEBE 3. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social
Dia 24 do corrente. O programa é precedido de uma conferência de 4. ° — " A r l e q u i n , el S e l v a g e "
Adelino de Pinho: O Século do Operário 5. ° — Q u e r m e s s e e baile

15 set. A Plebe 5 ago. Alba Rossa


Suplemento de uma página substituindo edição apreendida. Composto G R A N D E FESTA FAMILIAR
e impresso nas oficinas de O Combate
E m b e n e f í c i o d o A l b a Rossa

30 set n.° 15 A Plebe S á b a d o , dia 27 de s e t e m b r o , no Salão Celso Garcia


1 o — " S o m b r a e L u z " — d r a m a e m três atos
Notícia da sentença de Gigi Damiani. Condenado à deportação.
2 o — "Primo Maggio" — d e P. Gori
Obs No ano de 1917 não há quase informações sobre teatro. O jornal
3. ° — Conferência
••<• concentra no movimento grevista
4. ° — Q u e r m e s s e e baile
9 ago. n.° 25 A Plebe — Ano III 30 — - o s L a d r õ o s da H o n r a " — d r a m a e m quatro atos
FESTIVAL PRÓ A l b a Rossa 4.° — Q u e r m e s s e e baile

Dia 27 do corrente, no Salão Celso Garcia


10 abr. n.° 60 A Plebe
I o — " S o m b r a e L u z " — d r a m a português em três atos
FESTIVAL S O C I A L
2. ° — " P r i m o M a g g i o " , e m italiano
3. ° — Quermesse e baile Organizado pela U n i ô o dos Canteiros. Dia 30 d e abril, c o m e m o r a n d o o dia 1.* de
maio
23 ago. A Plebe 1. ° — " O S e m P á t r i a " — d e P. G o r i
"Cafajestes intelectuais" — artigo sobre o intelectual alienado, con- 2. ° — Uma c o m é d i a e m um ato
tendo uma estranha analogia com a capoeira. 3. ° — Conferência
4° — Baile
I I set. A Plebe
PALCOS, T E L A S E A R E N A S 17 abr. n.° 61 A Plebe
C i r c o s : O p ú b l i c o das g a l e n a s , numa explosão de alegria, m u d o u o nome das feras " O s anarquistas brasileiros ao povo do Brasil" — editorial
em e x p o s i ç ã o . Atualmente passaram a chamar-se o leão, " M a t a r a z z o " ; a hiena " J o r g e
S t r e e t " , e o urso " P e n t e a d o " . 1. ° maio. Alba Rossa
FESTIVAL S O C I A L
30 out. A Plebe
O r g a n i z a d o pelo C i r c u l o de Estudos Sociais A Sementeira.
Defesa de Gigi Damiani. Artigo sobre sua obra. Salôo da Rua d a G r a ç a , 144 (Bom Retiro). Em b e n e f i c i o de A Plebe e de Alba Rossa
•\o — " G a s p a r , o S e r r a l h e i r o " — d r a m a social e m três atos
1920 2 .° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social
7 fev. n.° 51 A Plebe 3. ° — Quermesse
FESTA S O C I A L DA U N I Ã O DOS CHAPELEIROS

Hoje, na sede da Federação Espanhola (Rua d o Gasómetro, 49), às 20:00. P r o g r a m a : 8 mai. A Plebe
1. ° — " A s Provas d o C r i m e " — representado pelo g r u p o d r a m á t i c o da União dos
Chapeleiros P r o m o ç ã o d o Centro Feminino Jovens Idealistas. Dia 15 d o c o r r e n t e , às 19:30, no
salão da Federação E s p a n h o l a (Rua do Gasómetro, 44-A)
2. ° — " E l A c a b ó s e " — p e l o g r u p o d r a m á t i c o Francisco Ferrer
1 .° — Orquestra
3. ° — " I I Casino d i C a m p a g n e " — pelo g r u p o d r a m á t i c o União d o s C h a p e l e i r o s
2. ° — " A m a n h a i " — peça social e m u m ato
4. ° — C o n f e r ê n c i a por Valentim Diego
3. ° — " H a m b r e l " — p e ç a e s p a n h o l a e m um ato
5. ° — Baile
4. ° — "Pecado de Simonia"
G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe 5. ° — Q u e r m e s s e e baile (nos entreatos cantos e recitativos sociais)
Outra n o t i c i a :
P r o m o ç ô o do Centro Dramático Emilio Zola. Dia 20 de m a r ç o , no Salão Celso Garcia.
P r o m o ç ã o d o C i r c u l o de Estudos Sociais A Sementeira. Em b e n e f í c i o de A Plebe e d o
Programa: Alba Rossa. Dia 15 d o c o r r e n t e , no B o m Retiro (Grémio D r a m á t i c o - M u s i c a l Luso-
1° — Orquestra B r a s i l e i r o ) . Rua d a G r a ç a , 144.
2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social 1 .° — " G a s p a r , o S e r r a l h e i r o "
3. ° — " S a n t a I n q u i s i ç ã o " — d r a m a em três atos 2. ° — Conferência
4. ° — Quermesse e baile 3. ° — Q u e r m e s s e e baile
Noticia s o b r e o III C o n g r e s s o O p e r á r i o d o Brasil. R e a f r m a alguns pontos de 1906
14 fev A Plebe e 1903
FESTIVAL PRÔ O Grito Operário FESTIVAIS DE P R O P A G A N D A

Hoje, no Salôo Itália Fausta (Rua F l o r ê n c i o de A b r e u , 45), G r u p o D r a m á t i c o Francisco P r o m o ç ã o d o Centro F e m i n i n o J o v e n s Idealistas


I .TMW
1° — Orquestra 22 mai. n. 65 A Plebe
2.° — Conferência Artigo interessante sobre a mulher e o tabaco ("A alta sociedade")
29 mai. n.° 66 A Plebe GRANDE FESTIVAL
FESTA DA UNIÃO DOS OPERÁRIOS METALÚRGICOS O r g a n i z a d o pelo Centro de Estudos Sociais J u v e n t u d e do Futuro, e m benefício de
A Plebe. Dia 13 de julho, às 20:00, no Salão Oberdan (Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o , 5)
C o m e m o r a n d o o p r i m e i r o ano de f u n d a ç ã o da União. Dia 19 de j u n h o , às 20:00, no 1. ° — O u v e r t u r e — pela orquestra
Salão Celso G a r c i a . P r o g r a m a :
2. ° — C o n f e r ê n c i a — d e A. P a l m e i r a
1. ° — Ouverture — p e l a o r q u e s t r a
3. ° — " A Voz do P o v o " — d r a m a e m três atos
2. ° — C o n f e r ê n c i a — p e l o Dr. M a u r i c i o d e L a c e r d a
4. ° — Quermesse e baile familiar. Haverá valsas especiais
3.o — " O Veterano da L i b e r d a d e " — d r a m a e m três atos levado à c e n a p e l o G r é m i o
D r a m á t i c o Lusitano
24 jul. n.° 74 A Plebe
4.° — Q u e r m e s s e e baile c o m " v i s t o s o s p r é m i o s " GRANDE FESTIVAL PRÔ A Plebe

FESTIVAL DA UNIÁO DOS E M P R E G A D O S EM CAFÉS Promoção do Grupo Filodramático Libertas, da Mooca. fundado exclu-
Em benefício dos cofres sociais, c o m o c o n c u r s o do G r u p o C é n i c o Brasil Ideal Club.
sivamente para organizar festivais em benefício dos jornais de propa-
Sábado, dia 12 de j u n h o
ganda e outras causas semelhantes.
1. ° — Ouverture — pela orquestra Será estreada, sob a caprichosa direção do habilidoso e c o n h e c i d o ensaiador Sr.
2. ° — C o n f e r ê n c i a : E m a n c i p a ç ã o Integral d o P r o l e t a r i a d o (Florentino de Carvalho) F r a n c i s c o França, a p e ç a s o c i a l e m três atos intitulada " N a C a t e d r a l " do a m a d o r Italo
Benassi, extraída do r o m a n c e Na c a t e d r a l , de Vicente Blasco Ibánez.
30 — " O Tio P a d r e " — c o m é d i a e m três atos
4. ° — A t o v a r i a d o pela t r o u p e Irmãos Vassalo
Obs.: No mesmo número publica-se uma subscrição a favor de Neno
Vasco, que se encontrava doente em Portugal.
5. ° — J . P. A l e n c a r (Nhô Barnabé) c o m seu vasto r e p e r t ó r i o caipira
6. ° — Napoleão de Aguiar, conhecido imitador
31 j u l . n.° 75 A Plebe
7 — A família
o Moreira, destacando-se os pequenos Oscar e Joanita, premiados G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
bailarinos
O r g a n i z a d o pelo C e n t r o J u v e n t u d e do Futuro, dia 18 de agosto, em um dos teatros
8.° — Quermesse e baile desta capital. P r o g r a m a :
1 .° — " O V a g a b u n d o " — de Manuel Laranjeiras
5 jun. n.° 67 A Plebe
2. ° — " L o s M á r t i r e s " — d r a m a e m um ato, em espanhol
Balancete da festa realizada no B o m Retiro, om b e n e f í c i o de A Plebe e d o Alba Rossa
GRANDE FESTIVAL A R T Í S T I C O
ENTRADAS • DESPESAS
P r o m o ç ã o da Liga O p e r á r i a de C o n s t r u ç ã o Civil. Em b e n e f i c i o do J o r n a l A Vanguar-
Ingressos: 923S0OO Impressão dos i n g r e s s o s : 15S000 d a . Dia 7 d e agosto, no Salão Itália Fausta (Rua Florêncio de A b r e u , 45), às 20:00.
Leilão e q u e r m e s s e : 218S000 Músicos: 30S000
1. ° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a .
Total: 511S000 A l u a u e l d o salão: 90S000
Objetos p / q u e r m e s s e : 45$000 2. ° — C o n f e r ê n c i a pelo c a m a r a d a C e c í l i o M a r t i n s : " A G u e r r a Social e a Imprensa
Dama p/ r e p r e s e n t a ç ã o : 30S000 Operária"
Despesas m i ú d a s : 9$400 3.0 — » o s C o n s p i r a d o r e s " — g r a n d e d r a m a social em quatro atos e n c e n a d o pelo
Despesas c / a m a d o r e s : 5$000 grupo Emilio Zola
Bebidas p/ músicos e a m a d o r e s : 16S500
Folhetos diversos: 12$000
14 ago. n.° 77 A Plebe
252*900 FESTIVAL
Em b e n e f í c i o d e A Obra e da B i b l i o t e c a da União dos E m p r e g a d o s e m Cafés. Dia 25
26 jun. n.° 70 A Plebe de setembro, no Salão Itália Fausta.
" A auxiliadora das Classes Laboriosas" — (Um capacho da polícia) — 1. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social
Notícia sobre o proprietário do Salão Celso Garcia, que foi proibido 2. ° — Cantos e recitativos
pela polícia de alugar o salão para operários, ou jornais operários. 3. ° — Q u e r m e s s e e baile familiar

10 jul. n.° 72 A Plebe GRANDE FESTIVAL PRÔ A Plebe


A Ç A O LIBERTARIA
O r g a n i z a d o pelo Centro Juventude do Futuro. Dia 1.* de setembro, no salão-cinema
Eros
C o m o f i m de i n t e n s i f i c a r a propaganda libertária reuniram-se d i v e r s o s camaradas
l .u.i deixar d e f i n i t i v a m e n t e constituído o g r u p o intitulado Cultura S o c i a l . Próxima 1 . ° — O u v e r t u r e — pela o r q u e s t r a
n umao (tia 4 do |ulho na Rua Joli, 125 2. ° — E s c o l h i d o p r o g r a m a de fitas c i n e m a t o g r á f i c a s
29 mai. n.° 66 A Plebe GRANDE FESTIVAL

FESTA DA U N I Ã O D O S OPERÁRIOS METALÚRGICOS O r g a n i z a d o p e l o Centro de Estudos Sociais J u v e n t u d e d o Futuro, e m b e n e f í c i o de


A Plebe. Dia 13 de j u l h o , às 20:00, no Salão Oberdan (Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o , 5)
C o m e m o r a n d o o p r i m e i r o ano de f u n d a ç ã o da União. Dia 19 de j u n h o , às 20:00, n o 1 .° — Ouverture — pela orquestra
Salão C e l s o G a r c i a . P r o g r a m a :
2. ° — Conferência — d e A. Palmeira
1.° — O u v e r t u r e — pela o r q u e s t r a
3. ° — " A Voz d o P o v o " — d r a m a e m três atos
2. ° — C o n f e r ê n c i a — p e l o Dr. M a u r í c i o de L a c e r d a
4. ° — Q u e r m e s s e e baile familiar. Haverá valsas e s p e c i a i s
3.0 — " O Veterano da L i b e r d a d e " — d r a m a e m três atos levado à c e n a p e l o G r é m i o
D r a m á t i c o Lusitano
24 jul. n. 74 A Plebe
4.° — Quermesse e baile com "vistosos prémios" G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe

FESTIVAL DA U N I Ã O DOS E M P R E G A D O S EM CAFÉS Promoção do Grupo Filodramático Libertas, da Mooca. fundado exclu-
sivamente para organizar festivais em benefício dos jornais de propa-
Em b e n e f í c i o dos c o f r e s sociais, c o m o c o n c u r s o d o G r u p o C é n i c o Brasil Ideal Club.
ganda e outras causas semelhantes.
Sábado, d i a 12 de junho
1 .° — Ouverture — pela orquestra Será e s t r e a d a , sob a caprichosa d i r e ç ã o do habilidoso e conhecido ensaiador Sr.
F r a n c i s c o França, a p e ç a social e m três atos intitulada " N a C a t e d r a l " d o a m a d o r Italo
2. ° — C o n f e r ê n c i a : E m a n c i p a ç ã o Integral d o P r o l e t a r i a d o (Florentino d e Carvalho)
Benassi, extraída d o r o m a n c e Na c a t e d r a l , de Vicente B l a s c o Ibánez.
3.0 — " O Tio P a d r e " — c o m é d i a e m três atos
Obs.: No mesmo número publica-se uma subscrição a favor de Neno
4. ° — A t o v a r i a d o pela t r o u p e Irmãos Vassalo
Vasco, que se encontrava doente em Portugal.
5. ° — J . P. A l e n c a r (Nhô Barnabé) c o m seu vasto r e p e r t ó r i o caipira
6. ° — N a p o l e ô o de A g u i a r , c o n h e c i d o imitador 31 j u l . n. 75 A Plebe
7.° — A f a m í l i a Moreira, destacando-se os pequenos Oscar e Joanita, premiados G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
bailarinos
O r g a n i z a d o pelo C e n t r o J u v e n t u d e d o Futuro, dia 18 de agosto, em um dos teatros
8. ° — Quermesse e baile desta capital. P r o g r a m a :
1 .° — " O Vagabundo" — de Manuel Laranjeiras
5 jun. n.° 67 A Plebe
2. ° — " L o s M á r t i r e s " — d r a m a e m um ato, em espanhol
Balancete da festa realizada no B o m Retiro, em b e n e f í c i o de A Plebe e d o A l b a Rossa G R A N D E FESTIVAL ARTÍSTICO

ENTRADAS ' DESPESAS P r o m o ç ã o da Liga O p e r á r i a de C o n s t r u ç ã o Civil. Em b e n e f i c i o d o J o r n a l A Vanguar-


Ingressos: 923S0OO Impressão dos i n g r e s s o s : 15S000 d a . Dia 7 d e agosto, n o Salão Itália Fausta (Rua F l o r ê n c i o de A b r e u , 45), às 20:00.
Leilão e q u e r m e s s e : 218S000 Músicos: 30$000
1 .° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a .
Total: 511S000 A l u a u e l do s a l ã o : 90S000
Objetos p/ quermesse: 45S00O 2. ° — C o n f e r ê n c i a pelo camarada Cecílio Martins: "A Guerra Social e a Imprensa
Dama p/ r e p r e s e n t a ç ã o : 30S000 Operária"
Despesas m i ú d a s : 9$400 30 — - o s C o n s p i r a d o r e s " — g r a n d e d r a m a social em quatro atos e n c e n a d o pelo
Despesas cl a m a d o r e s : 5$000 grupo Emilio Zola
B e b i d a s p/ m ú s i c o s e a m a d o r e s : 16S500
Folhetos diversos: 12S000
14 ago. n.° 77 A Plebe
252*900 FESTIVAL
Em b e n e f í c i o d e A O b r a e d a B i b l i o t e c a d a União d o s E m p r e g a d o s e m Cafés. Dia 25
26 jun. n.° 70 A Plebe d e s e t e m b r o , no Salão Itália Fausta.
" A auxiliadora das Classes Laboriosas" — (Um capacho da polícia) — 1 .° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social
Noticia sobre o proprietário do Salão Celso Garcia, que foi proibido 2. ° — C a n t o s e recitativos
pela polícia de alugar o salão para operários, ou jornais operários. 3. ° — Q u e r m e s s e e baile f a m i l i a r

10 jul. n.° 72 A Plebe G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe

AÇAO LIBERTARIA Organizado pelo C e n t r o J u v e n t u d e d o F u t u r o . Dia 1.* de setembro, no salâo-cinema


Eros
1 Ml 0 ' u n de i n t e n s i f i c a r a propaganda l i b e r t á r i a r e u n i r a m - s e d i v e r s o s camaradas
i'.n.i d e i x a r d e f i n i t i v a m e n t e c o n s t i t u í d o o g r u p o intitulado C u l t u r a S o c i a l . P r ó x i m a 1 .° — Ouverture — pela orquestra
i " d i . i 1 d e pilho na Rua Joli, 125 2. ° — E s c o l h i d o p r o g r a m a d e fitas c i n e m a t o g r á f i c a s
3. ° — " O Vagabundo" — de Manuel Laranjeiras 11 set. A Plebe
4. ° — " L o s Mártires" — em espanhol G R A N D E FESTIVAL A R T Í S T I C O E LITERÁRIO
5. ° — Q u e r m e s s e e leilão de p r e n d a s nos entreatos
O r g a n i z a d o pelo G r u p o D r a m á t i c o Os M o d e s t o s , e m b e n e f í c i o d e A O b r a . Hoje,
Salão Celso G a r c i a .
21 ago. A Plebe 1. ° — H i n o A i n t e r n a c i o n a l pela o r q u e s t r a
Botão e m flor que fenece — O nosso c a m a r a d a O n o f r i o , da c o n s t r u ç ã o c i v i l , passou 2. ° — C o n f e r ê n c i a d e Florentino d e Carvalho s o b r e o t e m a :
o n t e m pelo duro g o l p e de perder o seu f i l h i n h o Giordano Bruno, u m pequeno de u m Os Valores das Doutrinas d e Cristo, C o m t e , Marx, Lênin e K r o p o t k i n e
ano e m e i o , robusto, cheio de v i d a , que uma rápida e n f e r m i d a d e roubou aos seus 3.0 — " O 1 0 2 3 " — e p i s ó d i o d r a m á t i c o por J ú l i o Dantas. D i s t r i b u i ç ã o :
carinhos e aos de sua dedicada companheira. Associamo-nos à sua dor.
C a n t e l e i r o : A m í l c a r Martins
C a r t e i r o : T i n o Filho
FESTIVAL DA UNIÃO DOS CHAPELEIROS
U m a bonne S u j e i t o q u e lê
Hoje, às 20:30 no salão da Federação Espanhola 4.° — Romanza — Sr. Francisco Montesano
1.o — " O Doido d a A l d e i a ou um Erro J u d i c i a l " — d e Batista Diniz 5.0 — " S o b o d e s m o r o n a r d o s m i l é n i o s " — Poesia d e O c t á v i o B r a n d ã o , pela Srta.
2.o — '-Um M a r i d o q u e ó Vítima das M o d a s " — c o m é d i a em um ato Virgínia Palácios
3. ° — T ô m b o l a e baile 6.° — Cara P i c c l n a — c a n ç o n e t a pela Srta. Ida Meneghetti
7.0 — " O p o v o " — p o e s i a pela Srta. Atea T o m m a s i n i
4. ° — Nos intervalos o c o m p a n h e i r o Hugo Gottardl cantará a l g u m a s canções 8. ° — " F r a g m e n t o " — d e G u e r r a J u n q u e i r a , pelo Sr. A m í l c a r Martins
9. ° — " R o m a n z a " — pelo Sr. A n t ô n i o Piza
28 ago. n.° 79 A Plebe 10. ° — Recitativo pelo Sr. V i c e n t e Amodio
FESTIVAL DE PROPAGANDA 1 1 . ° — " O s v a m p i r o s " — poesia d e R a i m u n d o Reis, pela Srta. A t e a T o m m a s i n i
Em b e n e f i c i o de A Plebe. Festa d r a m á t i c o - d a n ç a n t e 12. ° — C a n ç o n e t a pelo Sr. F r a n c i s c o M o n t e s a n o
Dia 4 d e setembro, às 20:30, no Salão Celso G a r c i a 13. ° — " M a m m a mia, c h e vò s a p é ? " — pela Srta. Ida M e n e g h e t t i
1. ° — Ouverture pela orquestra 14. ° — Orquestra
2. ° — C o n f e r ê n c i a por um c a m a r a d a 15. ° — " L a d y G o d i v a " — p o e s i a d e J ú l i o Dantas pelo Sr. A m í l c a r Martins
3.0 _ "Santa Inquisição" 16. ° — Romanza pelo Sr. A n t ô n i o Piza
17. ° — "Lolita" — serenata a c o m p a n h a d a pela Srta. Ida M e n e g h e t t i
4 set. n.° 80 A Plebe 18. ° — R o m a n z a pelo Sr. F r a n c i s c o M o n t e s a n o

" M e n s a g e m de Pedro Kropotkine aos trabalhadores britânicos" 19.o — " R e b e l d i a " — d e R i c a r d o Gonçalves pela Srta. Atea
20.° — Stride la V a m p a — do T r o v a t o r e , d e V e r d i , pela Srta. Ida M e n e g h e t t i
Crítica ao regime soviético. É a primeira vez que aparece. 2i.o — " o V a g a b u n d o " — e p i s ó d i o d e M. Laranjeira. Distribuição:
V a g a b u n d o : A m í l c a r Martins
FESTIVAL DA U N I Ã O DOS OPERÁRIOS METALÚRGICOS
O p e r á r i o : T i n o Filho
Dia 25 do c o r r e n t e , às 20:00, no salão d a Federação Espanhola
M ã e : M a r i a A n t ô n i a Soares
(Rua do Gasómetro, 49)
N O T A : Não haverá baile
1. ° — A b e r t u r a pela o r q u e s t r a
2. ° — C o n f e r ê n c i a por Florentino d e Carvalho 25 set. n.° 83 A Plebe
3.0 — " o E s c r a v o " — d r a m a em um ato NENO VASCO
4. ° — Ato de variedades
Artigo mencionando a morte de Neno Vasco, com ligeira biografia
5. ° — Baile, leilão
FESTIVAL EM B E N E F Í C I O DE A O b r a

FESTIVAL PRÔ A Plebe E da biblioteca dos empregados de cafés. No Salão Itália Fausta
P r o m o ç ã o d a União dos Artífices d e Calçados. Dia 4 d e s e t e m b r o (hoje), às 20:00, Programa:
no Salão Celso Garcia. 1.° — C o n f e r ê n c i a por Florentino d e Carvalho
1 o — Orquestra 2. ° — Poesias por c r i a n ç a s
2.° — Conferência 3. ° — Fado dos Ganga cantado por Augusto Batista
3.0 — "Santa Inquisição" 4.0 — " S u r d e z p o r C o n v e n i ê n c i a " — hilariante c o m é d i a
5. ° — Poesias GRANDE FESTIVAL
6. ° — Q u e r m e s s e e b a i l e G r u p o e d i t o r das o b r a s s o c i a i s d e N e n o Vasco. Dia 27 d e n o v e m b r o , às 20:00, no
Ivonette Teatro (Av. C e l s o G a r c i a , 238)
2 out. n. 84 A Plebe 1. ° — S i n f o n i a p e l a o r q u e s t r a

U N I Ã O DOS A L F A I A T E S 2. ° — C o n f e r ê n c i a d e F. d e C a r v a l h o : A S i t u a ç ã o R e v o l u c i o n á r i a Internacional
3.0 — " O V a g a b u n d o " — p e l o G r u p o D r a m á t i c o Pierrot
Festa de propaganda no C e n t r o Republicano Português (Rua M a r e c h a l Deodoro. 2 ) .
4.° — " O P e c a d o d e S i m o n i a "
Hoje:
5 ° — Hinos e recitativos
1 .° — "II Trionfo deH'Eguaglianza"
6.° — Leilão, quermesse e baile
2. ° — C o n f e r ê n c i a por u m c a m a r a d a
3. ° — Baile familiar 6 nov. n. 88 A Plebe
4. ° — Baile
A r t i g o : " O maximalismo e o anarquismo".
G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
13 nov. n.° 89 A Plebe
O g r u p o J u v e n t u d e d o Futuro vai e d i t a r " P e c a d o de S i m o n i a " , e d i ç ã o e m b o m p a p e l ,
de luxo. Essa c o m é d i a será representada n o dia 12 de o u t u b r o , n u m festival p r ó " A r t e e revolução" — artigo de Neno Vasco
A Plebe. P r o g r a m a :

(Em c o m e m o r a ç ã o ao fuzilamento de F. Ferrer) 20 nov. n.° 90 A Plebe


Dia 12 de o u t u b r o , no Salão Celso Garcia FESTIVAL LIBERTÁRIO
Para a b i b l i o t e c a social Os V e r m e l h o s . Dia 4 de dezembro às 20:00. no Salão Itália
1. ° — Orquestra
Fausta. Em b e n e f i c i o d o j o r n a l Umanità Nuova, e d o c o m i t é p r ó v i t i m a s p o l i t i c a s da
2. ° — C o n f e r ê n c i a por J o s é Elias d a Silva (do Rio) Itália.
3. ° — "Avatar" 1.° — Hino Bandeira vermelha — pela o r q u e s t r a
4. ° — " P e c a d o d e S i m o n i a " 2.o _ ' V O s t e r i a delia Vittoria" — bozzetto social e m d o i s atos por G i g i Damiani
5.0 — '.Qs M i l h õ e s d o C o r c u n d i n h a " — h i l a r i a n t e c o m é d i a e m u m ato 3. ° — Conferência
4.° — " P e o i (sic) d a C u l p a " — d e J o ã o Casadei
3 out. A Plebe 5. ° — Quermesse

GRANDE FESTIVAL 4 dez. n.° 92 A Plebe

Para d e f e n d e r os camaradas presos na Espanha. Dia 24, n o Salão Celso Garcia " O terror bolchevista na Rússia — Pedro Kropotkine reduzido à m i s é r i a "
1 .° — Orquestra
2. ° — Conferência
18 dez. n.° 95 A Plebe
30 — -os Filhos d a C a n a l h a " EDGARD LEUENROTH
GRANDE FESTIVAL
22 out. n. 87 A Plebe E m b e n e f i c i o do editor, que se e n c o n t r a gravemente enfermo
Dia 18 de d e z e m b r o , no Palácio M o d e r n o (Rua da M o o c a )
G R A N D E FESTA LIBERTÁRIA
1 . ° — O u v e r t u r e pela orquestra
Em b e n e f i c i o d o c o m i t é p r ó v i t i m a s d a p o l i t i c a italiana. Dia 11 o u 13 de n o v e m b r o . 2. ° — A t o v a r i a d o
Entre outras p e ç a s será a p r e s e n t a d a " L ' O s t e r i a d e l i a V i t t o r i a " d e G i g i Damiani 3. ° — " M i l i t a r i s m o e M i s é r i a "
4 .° — Torneio de luta greco-romana por quatro p r o f i s s i o n a i s que g e n t i l m e n t e ofere-
GRANDE FESTIVAL
c e r a m seu c o n c u r s o
Para angariar r e c u r s o s p a r a c a m a r a d a s presos na E u r o p a e n a Á f r i c a . Dia 23, n o
Salão C e l s o G a r c i a . P r o g r a m a : 5. ° — E n g r a ç a d a c o m é d i a

1. ° — Orquestra
25 dez. n.° 97 A Plebe
2. ° — Conferência
G r u p o D r a m á t i c o J o a q u i m D i c e n t a . Grande f e s t i v a l e m b e n e f í c i o de uma entidade de
3.0 — »os Filhos d a C a n a l h a " e d u c a ç ã o . Dia 25 d e d e z e m b r o , no Salão Celso G a r c i a , ás 20:30.
4.° — " I I V e l e n o " — comédia em um ato 1 .° — S i n f o n i a
5. ° — Quermesse e baile 2. ° — " A u r o r a " — de Joaquim Dicenta
3.° — Comédia B A L A N C E T E DE A Plebe
4. ° — Baile D é f i c i t de n ú m e r o a n t e r i o r 709$600
Feitura e e x p e d i ç ã o d o n ú m e r o anterior 1891100
1921 RESUMO:
Despesas 898S700
15 jan. n.° 102 A Plebe Entradas 299S300
FESTIVAL
DÉFICIT 599S400
Em b e n e f i c i o d e d o i s c o m p a n h e i r o s enfermos. Dia 19 de fevereiro no salão da S o c i e -
d a d e Italiana, à Rua da M o o c a , 508 (em f r e n t e ao c o t o n i f í c i o Crespi). P r o g r a m a :
5 mar. n.° 108 A Plebe
1. ° — " O Filho da R e v o l u ç ã o " — d e Italo B e n a s s i . Direção d e F r a n c i s c o C r u s c o
2. ° — " O s L o b o s " de Lino Brasil, pela p r i m e i r a vez em São Paulo, direção de " A l é m de prejudicado, preso"
Francisco Crusco A festa que deveria ter s i d o realizada n o sábado atrasado, na M o o c a , teve de ser
3. ° — C o m é d i a e m italiano adiada, e m v i r t u d e dos manejos p o l i c i a i s e m que e s t e v e e n v o l v i d a a Sociedade
4. ° — Baile Italiana.
Os d i r e t o r e s dessa agremiação, q u a t r o dias antes da data marcada para a realrzação
22 jan. n.° 103 A Plebe d o espetáculo, disseram q u e não c e d e r i a m mais o salão apesar de terem r e c e b i d o
o respectivo s i n a l .
G R A N D E FESTIVAL EM BENEFÍCIO DE A Plebe
Os p r o m o t o r e s da festa protestaram contra esse p r o c e d i m e n t o canalha, mas os tipos
Pelo c e n t r o J u v e n t u d e do Futuro. No Salão C e l s o G a r c i a , no p r ó x i m o sábado. da tal associação estavam d e mãos dadas c o m a polícia e a ela r e c o r r e r a m . O t t i l i o
Coraza, q u e fazia parte d o g r u p o p r o m o t o r d o festival, foi c h a m a d o à p o l i c i a no
1 — "Las Tenazas" — c o m é d i a e m três atos
s á b a d o e só foi posto e m liberdade na s e g u n d a - f e i r a . Que terra de gente honesta!
o

2. ° — Comédia Paga-se um salão, não se pode usá-lo e a i n d a se vai p r e s o ! . . .


3. ° — Leilão, t ô m b o l a , baile
U M A FESTA DOS SAPATEIROS

29 jan. n. 104 A Plebe Hoje, às 20:30, festa organizada pela União d o s Artífices e m Calçados, c u j o p r o d u t o
reverterá em b e n e f i c i o dos cofres dessa s o c i e d a d e . Salão da Federação Espanhola
Outra notícia sobre o festival do dia 19 de fevereiro n.° 102. Florentino (Rua do G a s ó m e t r o , 49) Programa:
de Carvalho é preso. Pretende-se a expulsão, decretada em 1912. 1. ° — Palestra s o b r e o valor d a o r g a n i z a ç ã o operária
2 .° — "Militarismo e Miséria"
19 fev. n.° 107 A Plebe
3. ° — Recitativos
Notícia da morte de Kropotkine. Descrição dos funerais. Biografia. 4. ° — Quermesse e leilão de p r e n d a s
Balancete do festival pró A Plebe realizado a 29 de janeiro.
12 mar. n.° 109 A Plebe (depois corrigido para 110)
Ingressos v e n d i d o s na p o r t a : 101$000
Produto da quermesse 1085600 U M OPERÁRIO DESONESTO
I d e m do leilão 53S500
Ingressos passados por c a m a r a d a s 308S000 Um c o n d u t o r da Light d o Rio de J a n e i r o e n c o n t r o u n o bonde em que trabalhava
um pacote de dez contos de réis, indo entregá-lo imediatamente a o e s c r i t ó r i o da
TOTAL: 571 $100 companhia.
Esse c o n d u t o r deve ser u m h o m e m d o t a d o de baixos sentimentos. O seu ato revela
DESPESAS q u e ele na a u s ê n c i a d o s e n t i m e n t o de h o n r a e h u m a n i d a d e , t r o c o u o c o n f o r t o dos
A l u g u e l d o salão 250S000 que lhe deviam ser c a r o s por u m sorriso d o gerente da Light que, intimamente, o
Orquestra 40$000 c h a m a r á de idiota. Q u a n t o à pessoa que perdeu dez contos p o d e m o s assegurar
Casa teatral 30*000 In limine q u e não o s g a n h o u h o n e s t a m e n t e , visto que nestes t e m p o s e m q u e não
Cerveja p / m ú s i c o s e p o r t e i r o 7SO00 se ganha para comer, n e n h u m t r a b a l h a d o r c o n s e g u i r i a juntar dez contos, nem m e s m o
50 prémios p / a quermesse 15S200 c o m o t r a b a l h o de t o d a a sua família.
Várias miudezas p/ o p a l c o 18$700
Impressão dos ingressos 25S000
APOIO MÚTUO
TOTAL: 397$900 H o j e , às 20:00 n o Salão Itália Fausta (Rua F l o r ê n c i o de A b r e u , 45). Em b e n e f í c i o d e

ENTRADAS 571 $100 Thadeu Gallo, operário enfermo. Programa:


DESPESAS 397$900 1.o — " O s Filhos da R e v o l u ç ã o "
2.o _ " | Due C i a b a t t i n i "
SALDO 173S200 3.° — Q u e r m e s s e e baile
26 mar. n.° 110 A Plebe J o ã o C a s a d e i , autor d e vários t i a b a l h o s d e p r o p a g a n d a s o c i a l , e um dos mais esfor-
r.idi)-. i i m a d o n - , teatrais desta capital
F E S T I V A L DE P R O P A G A N D A PRÔ A Plebe
" A l b a " q u e a n t e o n t e m foi levada à cena pela p r i m e i r a vez. é um drama de e n r e d o
Dia 7 d e maio, às 19:30, no Salão S a n f A n n a (Rua Olavo Egídio). P r o g r a m a : m a g n i f i c o e que vem quebrar a m o n o t o n i a das peças representadas nas nossas
festas, d r a m a l h õ e s q u e c a n s a m e enfastiam o espectador, q u e delas saem levando
1. ° — "Militarismo e Miséria"
uma sensação c o m o que de c a n s a ç o , e sem ter a p r e e n d i d o nada ou quase nada das
2. ° — Conferência nossas d o u t r i n a s . A sua ação passa-se na Itália c o n t e m p o r â n e a e c o r r e em redor
3.° — Baile e q u e r m e s s e d o u m capitalista que tinha por esposa u m a filha do povo q u e diversas c i r c u n s t â n c i a s
a r r a n c a r a m d o seu meio. H a v e n d o se d e c l a r a d o e m greve os seus o p e r á r i o s e não
q u e r e n d o ele a t e n d ê - l o s , estes t o m a m uma atitude violenta e p r o m o v e m u m a revolução
9 abr. n.° 112 A Plebe q u e se a p o d e r a da c i d a d e e vem libertar a filha do povo dos g r i l h õ e s que para si
PRÔ A Plebe representava um c a s a m e n t o que a o r d e m social lhe impusera, e entregá-la àquele a
q u e m amava e c u j o amor era c o r r e s p o n d i d o .
Dia 30 d o c o r r e n t e , às 20:00. no Salão d o Centro R e p u b l i c a n o Português (Rua Ma-
rechal D e o d o r o , 2) É um das m e l h o r e s peças de nosso teatro, essa que anteontem um g r u p o de ama-
d o r e s nos deu ensejo de ver para o êxito da qual todos os seus intérpretes c o n c o r -
1. ° — I n t e r n a c i o n a l — pela orquestra
reram, pelo que d a q u i lhes enviamos nossos parabéns, p r i n c i p a l m e n t e a protagonista,
2. ° — " A l b a " — drama social e m três atos d e G i o v a n i Casadei q u e se saiu de uma f o r m a admirável no d i f i c i l papel que teve a seu c a r g o .
3. ° — Conferência Ao seu autor, que d e m o n s t r o u c o n h e c e r perfeitamente as e x i g ê n c i a s da t é c n i c a , daqui
4. ° — Q u e r m e s s e e baile c o n c i t a m o s que c o n t i n u e a e n r i q u e c e r o nosso teatro, que infelizmente não se acha
sobejado de obras que a l c a n ç a m o objetivo de reunir o útil ao agradável, c o m o
FESTIVAL LITERÁRIO E D A N Ç A N T E (pró A Plebe) a q u e l a que agora tivemos o inesquecível prazer de assistir.
" A l b a " vai ser t r a d u z i d a para o p o r t u g u ê s por u m c a m a r a d a q u e disso se e n c a r r e g o u ,
Pelo g r u p o Nova Era. Dia 30 de abril, às 20:00, no Salão Flor d o Mar, sito à A v .
s e g u n d o estamos i n f o r m a d o s , nesta língua. Será dentro e m breve novamente levada
G u i l h e r m e , na Vila G u i l h e r m e .
à cena nesta c a p i t a l .
1. ° — Conferência
(Sem assinatura)
2. ° — Recitativos e m o n ó l o g o s
3.° — Q u e r m e s s e , leilão, s o r t e i o e baile 4 jun. n.° 120 A Plebe
Obs.: A t ô m b o l a constará dos seguintes n ú m e r o s : um b e l o q u a d r o , de 60 por 70 c m ,
alusivo à e x e c u ç ã o d e u m mártir da Grande Revolução, uma valiosa c i g a r r e i r a e um Amenidades: artigo sobre a função digestiva e inócua do cinema. Uma
b o m livro de s o c i o l o g i a . expressão, aplicada a Chaplin, diz o seguinte: " é um grotesco D. Quixote
da tela". Assinado: " T r i s t ã o "
23 abr. n.° 114 A Plebe
FESTIVAL DOS TECELÕES 11 jun. n.° 121 A Plebe (Editado no Rio)
P r o m o ç ã o da União dos Operários e m Fábricas de T e c i d o s
Dia 14 d e j u l h o , às 20:30, n o Centro G a l e g o (Rua V i s c o n d e d o Rio B r a n c o , 53).
Hoje, no salão da Federação Espanhola
Em b e n e f í c i o de A Plebe. Estreia d o G r u p o Teatro S o c i a l , c o m d e d i c a d o c o n c u r s o
1.° — C o n f e r ê n c i a : A O r g a n i z a ç ã o d e Classe e o M o m e n t o A t u a l d o distinto tenor Isidoro A l a c i d e d o a p l a u d i d o c a n ç o n e t i s t a J ú l i o C r i e i .
2 ° — " O Mártir d o I d e a l " — Pela p r i m e i r a vez, d i r e ç ã o C r u s c o 1. ° — P r é m i o — de L i r i o de Rezende, por Santos Barbosa
3.° — Quermesse e leilão 2. ° — C o n f e r ê n c i a por José O i t i c i c a
3. ° — G a i o l a — d e L u c i a n o Descaves
6 mai. n.° 116 A Plebe 4. ° — " E m G u e r r a " — idílio d o Carlos Malato
G R A N D E FESTIVAL DE P R O P A G A N D A PRÓ A Plebe
5. ° — A t o v a r i a d o , c a n ç õ e s , etc.
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l , pela o r q u e s t r a
2. ° — " A l b a " , d e Giovani Casadei, p e l a p r i m e i r a vez e m São Paulo 18 jun. n.° 122 A Plebe (Rio)
3. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e o p r o b l e m a social UNIÃO DOS TAIFEIROS C U L I N Á R I O S E PANIFICADORES MARÍTIMOS
4. ° — Quermesse e baile Festival, dia 16 d e j u l h o , no teatro d o C e n t r o Galego
1. ° — Ouverture pela o r q u e s t r a
14 mai. n.° 117 A Plebe 2. ° — Conferência pelo Dr. A g r i p i n o Nazareth
UMA BELA NOITADA 3. ° — Drama em um ato

A Festa de anteontem e m p r o l de A Plebe... 4 .° — C o m é d i a em dois atos

Findo o d i s c u r s o d e s s e c o m p a n h e i r o , que i m p r e s s i o n o u p r o f u n d a m e n t e a a s s i s t ê n c i a , 5. ° — Ato variado


foi Iniciada a representação e m italiano da peça e m t r ê s atos, " A l b a " , do camarada 6. ° — Baile
15 out. n.° 125 A Plebe - Ano V — São Paulo 1° abr. n." 178 A Plebe
Notícia da constituição de um novo grupo: Os Semeadores " O crime organizado" — Reportagem-crônica sobre o menino que foi
G R A N D E F E S T I V A L PRO A Plebe
devorado pelos cães de guarda de uma fábrica. Enfatiza o problema do
trabalho infantil.
P r o m o ç ã o de Os S e m e a d o r e s , dia 19 de n o v e m b r o , no Salão Leale O b e r d a n (Rua
B r i g a d e i r o M a c h a d o , 5) União dos artífices em calçados e classes anexas de São Paulo
1. ° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a
G r a n d e festival e m b e n e f í c i o da b i b l i o t e c a s o c i a l . Dia 29 de a b r i l , no Salão Celso
2. ° — Conferência Garcia
3. ° — "Lldeale" 1.° — I n a u g u r a ç ã o da b a n d e i r a
4. ° — " A Causa d o M a l " — drama em u m ato, p o r t u g u ê s 2.° — C o n f e r ê n c i a por um c a m a r a d a do Rio
5. ° — "El Acabóse" — comédia em espanhol 3.° — Ouverture p e l a orquestra
6. ° — Q u e r m e s s e , baile 4.° — "Senza Patria" — e m italiano
5.° — " 0 A m a n h ã " — em português
Obs.: C a d a cavalheiro terá d i r e i t o a ser a c o m p a n h a d o d e uma d a m a . 6.° — "Primo Maggio" — em italiano
7.° — Baile familiar

5 nov. n.° 126 A Plebe O b s . : A c o m i s s ã o se reserva o d i r e i t o de vedar a e n t r a d a a q u e m julgar c o n v e n i e n t e .

GRUPO T E A T R O S O C I A L (Rio)
Este g r u p o , u l t i m a m e n t e o r g a n i z a d o por um p u n h a d o de c a m a r a d a s que se interessam
15 abr A Plebe
pela p r o p a g a n d a d o ideal l i b e r t á r i o , p a r t i c i p a às a s s o c i a ç õ e s o p e r a r i a s e ao prole- FESTIVAL NO RIO
t a r i a d o e m g e r a l a sua recente f u n d a ç ã o , sendo o seu intuito, c o n f o r m e i n d i c a o seu
t i t u l o , p r o p a g a r e d i f u n d i r c o m a possivel i n t e n s i d a d e , por meio d e r e p r e s e n t a ç õ e s Pró Renovação (revista libertária). Dia 22, às 20:30. no Centro Galego
t e a t r a i s , as c o n c e p ç õ e s libertárias e m face das diversas m a n i f e s t a ç õ e s da vida
humana, levando à cena peças de c r í t i c a social e da c o r r e s p o n d e n t e idealização das Programa:
novas n o r m a s capazes de s u b s t i t u i r s a t i s f a t o r i a m e n t e os gastos e c o n d e n á v e i s s i s t e m a s 1. ° — " A A v o z i n h a "
e métodos da o r g a n i z a ç ã o individualista-burguesa, g e r a d o r e s das misérias e degra-
2. ° — "Ninete"
dações c o m as q u a i s sofre e nas quais se a n i q u i l a a h u m a n i d a d e . D e s e j a n d o c u m p r i r
c o m o seu programa a c i m a e x p o s t o , este g r u p o se p r o p õ e c o n c o r r e r c o m a realização 3. ° — Conferência
de e s p e t á c u l o s nos f e s t i v a i s e e m outras iniciativas das diversas a s s o c i a ç õ e s ope- A r t i g o : " O nosso festival de propaganda". A propósito do esvaziamento
rárias, ou de g r u p o s de p r o p a g a n d a libertária, c i n g i n d o - s e às seguintes c l á u s u l a s :
das festas da União dos Gráficos.
1. ' — Representar somente peças que tenham u m s e n t i d o útil à o b r a da e m a n c i -
pação social e à c u l t u r a d o p r o l e t a r i a d o . 10 jun. n.° 183 A Plebe
2. ' — No caso de constar d o p r o g r a m a dos c e r t a m e s a realização de a l g u m a c o n - G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
f e r ê n c i a , esta deve ser d e p r o p a g a n d a libertária ou p u r a m e n t e c i e n t í f i c a , artística
ou histórica. O r g a n i z a d o pelo centro libertário A Terra Livre
3. ' — Não trabalhar em " C e r t a m e s " nos quais se realizem bailes. Dia 22 de j u l h o , no Salão Celso G a r c i a
4. ° — Não receber r e m u n e r a ç ã o a l g u m a peça sem c o n c u r s o , c a b e n d o às a s s o c i a ç õ e s 1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a
ou g r u p o s i n i c i a d o r e s d o s " C e r t a m e s " o p a g a m e n t o das despesas necessárias à rea- 2. ° — Conferência
lização dos e s p e t á c u l o s .
3. ° — "Os Conspiradores"
5. ' — Os atos variados serão o r g a n i z a d o s c o n s o a n t e o c r i t é r i o d o grupo.
O b s . : A c o m i s s ã o se reserva o d i r e i t o de vedar a e n t r a d a a q u e m julgar c o n v e n i e n t e .
De a c o r d o c o m as cláusulas expostas, este g r u p o o f e r e c e c o m a maior boa vontade
a sua c o l a b o r a ç ã o aos g r é m i o s o p e r á r i o s e aos n ú c l e o s libertários aos quais, desde
já, saúda c o r d i a l m e n t e . Toda a c o r r e s p o n d ê n c i a destinada a este g r u p o deve ser 24 jun. n. 184 A Plebe
enviada para a Rua José M a u r í c i o 47, 1 . ' andar, Rio de J a n e i r o . FESTIVAL DO GRUPO N O V A ERA
Dia 8 p r ó x i m o , no Salão Leale O b e r d a n (Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o , 5)
1922 Programa:
18 mar. n.° 177 A Plebe 1. ° — Conferência
2. ° — " A Filha d o M a r i n h e i r o " — d r a m a e m três atos
" O s anarquistas no momento presente"
3. ° — C o m é d i a e m u m ato
Declaração de princípios. Posicionamento diante das questões políticas
4. ° — Baile
do momento. Métodos de lutas e formas privilegiadas de associação.
B i b l i o t e c a social A Inovadora — Música e literatura — de Barreochea
I A I n t e r n a c i o n a l , Hino dos t r a b a l h a d o r e s o Hino P r i m e i r o d e Maio, pela o r q u o s t r a
22 jul. n.' 186 A Plebe
2.° — Conferência pelo camarada Edgard Leuenroth
Grupo Teatro Social
30 — - o s S e m e a d o r e s " — d e A v e l i n o F o s c o l o , sob a d i r e ç ã o de F r a n c i s c o Crusco
Notícia da tentativa de organizar um grupo com esse nome, para a
4.° — Baile familiar
propaganda libertária. A festa, anunciada no n.° 183. em benefício de
A Plebe, foi adiada para o dia 12 de agosto. O drama " O s Conspiradores" GRUPO T E A T R O SOCIAL
será substituído por "Pecado de Simonia". Pedimos a todos os c a m a r a d a s deste g r u p o que t e n h a m papéis nas novas peças a
serem ensaiadas que nêo faltem aos ensaios nos dias d e t e r m i n a d o s e que c o m e ç a r ã o
26 ago. n.° 189 A Plebe na próxima semana.
FESTIVAL DE C O N F R A T E R N I Z A Ç Ã O PROLETÁRIA
Artigo sobre educação: "Contra a perpetuidade do erro e da mentira".
O r g a n i z a d o pela União dos Empregados em Cafés, e m b e n e f i c i o de sua b i b l i o t e c a e
da p u b l i c a ç ã o de uma o b r a s o c i a l . Dia 6 de setembro, n o saláo d a F e d e r a ç ã o Es-
panhola (Rua d o G a s ó m e t r o , 4 9 . 2.° andar.) P r o g r a m a : 19 dez. n.° 198 A Plebe
1. ° — Ouverture pela o r q u e s t r a G R A N D E FESTIVAL DE P R O P A G A N D A
Pela Legião d e a m i g o s de A Plebe entre trabalhadores de c a l ç a d o s . Dia 30 d o cor-
2. ° — Conferência
rente, às 20:00, um b e m o r g a n i z a d o festival. Salão Leale O b e r d a n (Rua B r i g a d e i r o
3 ° — " U m Conselho de G u e r r a à M e i a - N o i t e " — c o m é d i a em u m ato p e l o Grupo M a c h a d o , 5).
Teatral Rosa Vermelha
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a
4. ° — " E l e v a ç ã o " — poesia d e A r s é n i o Palacios, por M e r c e d e s Alves
2. ° — C o n f e r ê n c i a por u m c a m a r a d a do Rio
5. ° — Um ato d e v a r i e d a d e s e m q u e t o m a r ã o parte os m e l h o r e s a m a d o r e s d o Rosa
Vermelha 3. ° — " A o R e l e n t o " — d e A f o n s o S c h m i d t
6. ° — Baile familiar 4. ° — " N a E s c o l a " — d e R. Roussele
50 — " N a q u e l a N o i t e " — d e Santos B a r b o s a
NOTÍCIA: " O festival pró A Plebe' 6.° — Q u e r m e s s e , baile e t ô m b o l a
Comenta o festival de 12 de agosto e informa que além de " O Pecado
de Simonia" foi representado o drama "Fome e M i s é r i a " . Critica a en- A s representações estôo a c a r g o do Grupo Teatro Social
cenação imperfeita de "Pecado de Simonia" como resultado da "preci-
pitação nos ensaios". 1923

23 set. n.° 191 A Plebe 3 jan. n.° 200 A Plebe — Ano V


G R A N D E FESTIVAL DE PROPAGANDA
Um dos colaboradores do jornal, Ricardo Cippola, é assassinado numa
festa operária. Foi na festa do dia 30, no Salão Oberdan. A notícia des-
O r g a n i z a d o pelo g r u p o Regeneração S o c i a l . Dia 28 d e o u t u b r o , às 20:00 em bene- creve o andamento da festa e t e m a preocupação de mostrar que o fato
f i c i o da b i b l i o t e c a social A I n o v a d o r a . No Saláo Celso G a r c i a .
é incomum nos meios operários. Descrevem o assassino como um
1 — A internacional — cantada em coro e acompanhada pela orquestra
0
tipo lúmpen.
2. ° — " B a n d e i r a P r o l e t á r i a " p e l o G r u p o Teatro Social
27 jan. n.° 201 A Plebe
3. ° — Recitativo, quermesse e baile
GRANDE FESTIVAL

21 out. n.° 193 A Plebe P r o m o v i d o pela União dos Canteiros e Classes A n e x a s de São Paulo.
Em b e n e f i c i o de A P l e b e e de u m a b i b l i o t e c a d a Uniõo. Hoje, às 20:30 d a noite, no
C E N T R O FEMININO DE E D U C A Ç Ã O
Salão Celso Garcia
Conferência de Izabel Cerrutti, estudando a emancipação da mulher do
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a
ponto de vista libertário. É a fundação desse centro.
2. ° — C o n f e r ê n c i a e m italiano

4 nov. n.° 194 A Plebe 30 — " P r i m o M a g g i o " — d e Gori


4.° — Conferência em português
Outro menino comido por cães, desta vez na fábrica Penteado 50 — "Pecado de Simonia"
6.° — Q u e r m e s s e e baile
18 nov. n.° 196 A Plebe
17 fev. n.° 203 A Plebe
O FESTIVAL DOS SAPATEIROS
RICARDO C I P P O L A
Dia 25 d o c o r r e n t e , às 20:00. no Salão Celso G a r c i a . " F e s t a da C a d e r n e t a " , assim
Atraente festival e m p r o l da família deste inditoso c a m a r a d a .
chnmnda por só terem ingresso os sócios da União que apresentarem a caderneta
e m dia c o m a tesouraria. No salêo-teatro Resistência dos C o c h e i r o s (Rio), dia 24 de m a r ç o .
FESTIVAL 7 abr. n . ° 206 A Plebe
Pela Liga Operária de C o n s t r u ç ã o Civil. Em b e n e f i c i o de José L e a n d r o da Silva. Dia G R A N D E FESTIVAL T E A T R A L EM B E N E F I C I O DE A Plebe
17 de m a r ç o , às 20:00, n o salão da Federação Espanhola (Rua d o G a s ó m e t r o , 49,
sobrado). O r g a n i z a d o pelo C e n t r o L i b e r t á r i o Terra Livre, Sapateiros e pelo G r u p o de Teatro
S o c i a l . Dia 30 de a b r i l , às 20:00, no Salão Celso G a r c i a . C o m e m o r a ç ã o ao Primeiro
1. ° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a
do Maio.
2. ° — " E m G u e r r a " , ou " O V a g a b u n d o " , de Charles M a l a t o , p e l o g r u p o d e Teatro
Social 1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a

3.0 — "o D e s m o r o n a m e n t o " — c o m é d i a em u m ato d e C o n d e Valney 2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a data


4. ° — " A o Relento" — de Afonso Schmidt 3.o — " A u t o de J u s t i ç a " — u m ato, por F. G n s o l l i a

5. ° — Recitativos nos intervalos 4.0 — " N a q u e l a N o i t e " — um ato de Santos Barbosa


5. ° — " A Greve de I n q u i l i n o s " — por N e n o Vasco
Obs.: A c o m i s s ã o se reserva o d i r e i t o d e vedar a e n t r a d a a q u e m j u l g a r c o n v e n i e n t e . 6. ° — " P r i m e i r o d e M a i o " — de P. Gori
7. ° — Recitativos e c â n t i c o s rebeldes

24 fev. n.° 203 A Plebe


RICARDO CIPPOLA 9 j u n . n . 211 A Plebe
Em b e n e f í c i o da viúva d o m a l o g r a d o c a m a r a d a R i c a r d o C i p p o l a , a U n i ã o dos Em- FESTIVAL
p r e g a d o s e m Cafés o r g a n i z o u um festival dia 24 de m a r ç o , no Salão C e l s o Garcia
O r g a n i z a d o pela Liga Operária de C o n s t r u ç ã o Civil, em b e n e f i c i o dos cofres sociais
1.o — " O s L i b e r t á r i o s " — de Filipe G i l , pelo G r u p o D r a m á t i c o P r i m e i r o d e Maio
e de A P l e b e . Dia 30 d e j u n h o , no Salão Itália Fausta, às 20:30
2. ° — Ato d e variedades por u m c o n j u n t o de a m a d o r e s
1. ° — Ouverture
3. ° — Q u e r m e s s e e baile
2. ° — Conferência

24 mar. n . ° 205 A Plebe 3.0 — "o V a g a b u n d o " — d e Manuel Laranjeira


4.0 — " G r e v e de I n q u i l i n o s "
AOS QUE MORREM
5 o — " L M d e a l e " — d e G o r i , e m italiano
Dia 13 d o corrente, c o m a idade de sessenta anos, faleceu o c a m a r a d a Felipe M o -
rales, bastante c o n h e c i d o d o proletariado d e São Paulo, no meio d o q u a l m i l i t o u
O b s . : A c o m i s s ã o reserva-se o d i r e i t o de vedar a entrada a q u e m j u l g a r conveniente.
até há p o u c o s anos ( . . . ) Sapateiro infatigável, t r a b a l h a n d o e m seu b a n q u i n h o até
os ú l t i m o s dias de sua vida. desde muitos anos vinha sendo a t o r m e n t a d o por c r u e l
e n f e r m i d a d e . D e i x o u c o m o r e c o r d a ç ã o de sua atividade r e v o l u c i o n á r i a u m drama
GRANDE VELADA TEATRAL
de sua autoria intitulado " O s C o n s p i r a d o r e s " .
Dia 7 de j u l h o , no Salão Celso G a r c i a , organizada pela U n i ã o dos E m p r e g a d o s em
PRÔ L E A N D R O DA SILVA Cafés, e m prol de A V o z da União e d o p e r i ó d i c o de ideias P r o m e t h e u , a publicar-se
brevemente.
Efetuou-se dia 17 d o corrente u m festival de p r o p a g a n d a o r g a n i z a d o pela Liga de 1. ° — Prelúdio pela orquestra
C o n s t r u ç ã o Civil c o m o c o n c u r s o o r g a n i z a d o d o G r u p o de Teatro S o c i a l . O e s p e -
2. ° — Palestra
táculo, que foi uma das melhores festas que ultimamente p r e s e n c i a m o s , p r i n c i p o u
após uma breve representação e d e c o r r e u na maior h a r m o n i a , notando-se grande sa- 3.0 — "i_ o s M a i o s P a s t o r e s " — d r a m a social e m c i n c o atos d e O c t á v i o M i r b e a u . e n -
tisfação, já da parte d o s a m a d o r e s que se sentiam seguros e m seus p a p é i s , j á pela cenado pelo Grupo Ibérico
assistência que c o m e ç a crer na realidade d o v e r d a d e i r o teatro proletário. 4.° — Baile
Após a apresentação o c a m a r a d a P i n h o em frases vigorosas relatou c o m a b u n d â n c i a
de pormenores a história de que foi p r o t a g o n i s t a José L e a n d r o da Silva, a c e n t u a n d o
a maneira pela qual os t r a b a l h a d o r e s p o d e m prestar sua s o l i d a r i e d a d e à causa que 7 fui. n.° 213 A Plebe
os Irmana.
GRANDE FESTIVAL
Segiu-se a representação que constava de um belo programa acrescido de uma
c o m é d i a e u m recitativo. Promovido pelo C e n t r o de C u l t u r a e n t r e O p e r á r i o s Têxteis, e m b e n e f i c i o da publi-
c a ç ã o de um j o r n a l p r ó p r i o . Dia 14 d e j u l h o , às 20:00. no Salão Celso G a r c i a .
Os c a m a r a d a s d o Teatro S o c i a l , na última parte d o p r o g r a m a , e x c e d e r a m a expec-
tativa da assistência que não regateou aplausos, p o r q u e c o n s c i e n t e de sua missão 1. ° — Ouverture p e l a o r q u e s t r a
roprnsontaram c o m arte a linda fantasia de A f o n s o S c h m i d t " A o R e l e n t o " , u m a verda- 2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a t o m a d a d a Bastilha
doira jóia teatral de p r o p a g a n d a , c o m música original d o c o m p a n h e i r o Elias.
3. ° — " T r i p o l i " — d r a m a social e m d o i s atos p e l o g r u p o Teatro S o c i a l
" A n R e l e n t o " que na sua primeira a p r e s e n t a ç ã o m e r e c e u e l o g i o s c a l o r o s o s de O d u v a l d o
4. ° — " A o R e l e n t o " — d e A f o n s o S c h m i d t
Vianna. poderá ser repetida em todas as festas, que a g r a d a r á sempre.
(' .iv.maturo)
O b s . : A c o m i s s ã o se reserva o d i r e i t o d e . . . etc.
24 j u l . n.° 213 A Plebe 8 dez. n.° 224 A Plebe — Ano VI
GRANDE FESTIVAL P r o m o v i d o pelo c e n t r o libertário Terra Livre. Dia 5 de j a n e i r o de 1924, no salão da
P r o m o v i d o pela União dos A r t í f i c e s e m C a l ç a d o s , e m benefício dos c o f r e s s o c i a i s e F e d e r a ç ã o Espanhola, às 20:00, u m a atraente festa s o c i a l e m b e n e f i c i o de A Plebe
d e A Plebe. Dia 2 5 d e agosto, no Salão Celso G a r c i a . semanal.

1. ° — A I n t e r n a c i o n a l — pela orquestra 1. ° — A i n t e r n a c i o n a l pela o r q u e s t r a

2.° — C o n f e r ê n c i a por Dona M a r i a L a c e r d a d e M o u r a , d i r e t o r a d a revista R e n a s c e n ç a 2 .° — Conferência

3.0 — " B a n d e i r a P r o l e t á r i a " — pelo G r u p o T e a t r o S o c i a l 3. ° — I n t e r p r e t a d o p e l o s a m a d o r e s d o G r u p o Teatro Social s u b i r á à c e n a o e m -


p o l g a n t e d r a m a e m t r ê s atos " A G r e v e " q u e , pela p r i m e i r a vez, irá deleitar o m u n d o
4.° — Ato de variedades p r o l e t á r i o d e São Paulo, É u m t r a b a l h o interessantíssimo c u j o s p e r s o n a g e n s se a p r e -
PELO PALCO: s e n t a m no s e g u n d o ato c o m u m a d i s t â n c i a d e vinte a n o s passados.

Grupo Teatro Social


Há cerca de u m ano que e s t e g r u p o f o i c o n s t i t u í d o por u m punhado de camaradas e 1924
s i m p a t i z a n t e s c o m o fim d e t o m a r e m a si a p r o p a g a n d a pelo p a l c o , o q u e , d e fato, 5 jan. n.° 226 A Plebe
fazia falta. Foi o p r e e n c h i m e n t o de uma lacuna que fazia falta no nosso meio li-
bertário. Notícia do lançamento de um livro de José Carlos Boscolo, Dor anónima
Mas no d e c o r r e r desse ano temos c o n s t a t a d o que n e m t o d o s os seus c o m p o n e n t e s (Subtítulo: Pingos rubros). Boscolo é o cidadão que assina uma série de
t o m a r a m a sério o c o m p r o m i s s o a s s u m i d o . A s s i m é q u e , em seus últimos t r a b a l h o s , matérias sobre teatro em anos anteriores de A Plebe.
temos n o t a d o muitas falhas, oriundas da falta de ensaios necessários. Não somos
e x i g e n t e s , mas sabemos que com um p o u c o de e s f o r ç o e boa vontade, p o d e r ã o sanar
esses p e q u e n i n o s senões, tão p r e j u d i c i a i s a o p a l c o . 2 fev. n.° 228 A Plebe
T u d o d e p e n d e da a s s i d u i d a d e nos ensaios e maior f r a n q u e z a nas d e c l a m a ç õ e s , bem FESTIVAL PRÓ C A R L O S D I A S
c o m o mais n a t u r a l i d a d e no | o g o de cena. E c o m o p r e s e n t e m e n t e está s e n d o ensaiado
o d r a m a e m trés atos " B a n d e i r a P r o l e t á r i a " para o e s p e t á c u l o d e 25 d e a g o s t o , espe- H o j e . no Salão Celso G a r c i a , às 2 0 : 3 0
ramos que os que nele t o m a m parte c o m p a r e ç a m c o m p o n t u a l i d a d e a t o d o s os ensaios.
1. ° — Abertura
(Ass.: " U m d o g r u p o " )
2. ° — Conferência
3. ° — " S o m b r a e L u z "
4 set. n.° 217 A Plebe
O FESTIVAL DE 25 DE AGOSTO^ 1." mar. n.° 230 A Plebe
FESTIVAL DE PROPAGANDA
Artigo interessante sobre a festa, especialmente a " r a t a " da conferen-
Dia 5 de a b r i l , p e l o c e n t r o l i b e r t á r i o Terra Livre, no salão da Federação Espanhola.
cista (Maria Lacerda de Moura) elogiando o bolchevismo, e que nos dá
Pelo G r u p o de T e a t r o Social
uma ideia da repercussão das conferências.
1 .° — A internacional
2.° — Conferência
13 out. n.° 220 A Plebe
3. ° — "Militarismo e Miséria"
GRANDE FESTIVAL 4. ° — Q u e r m e s s e e v e n d a de flores

Promoção do G r u p o Teatro S o c i a l . Dia 17 de n o v e m b r o , no salão da Federação Es


panhola. Para a b i b l i o t e c a d o g r u p o e A Plebe. Em b e n e f í c i o d e A P l e b e e de u m a e x c u r s ã o d e p r o p a g a n d a p e l o N o r d e s t e .

1. ° — A i n t e r n a c i o n a l pela o r q u e s t r a
2.° — Conferência
12 abr. n.° 233 A Plebe
G R A N D E FESTIVAL
3. ° — " M i l i t a r i s m o e M i s é r i a "
P r o m o ç ã o de A Plebe, no c e n t r o libertário Terra Livre, da " L e g i ã o de A m i g o s d e
A P l e b e " . C o m e m o r a n d o o P r i m e i r o de Maio, em benefício de A Plebe s e m a n a l .
27 out. n.° 221 A Plebe 1. ° — Ouverture
2 .° — Conferência
VELADA A R T Í S T I C A E LITERÁRIA
3. ° — " P r i m e i r o d e M a i o " — d e P. Gori
Dia 27 de o u t u b r o ( h o j e ) no salão da Federação Espanhola, e m b e n e f í c i o do p e r i ó d i c o
4. ° — " L ' l d e a l e " — d e P. Gori
«ti- ideias P r o m e t h e u que aparecera em breve.
5. ° — " A o R e l e n t o " — d e A f o n s o S c h m i d t
1 o — " A r l e q u i n , el S e l v a g e " — c r í t i c a s o c i a l , em e s p a n h o l
6. ° — Recitativos d e versos e poesias s o b r e o P r i m e i r o de M a i o
2.° — Ato v a r i a d o
7. ° — Nos intervalos haverá q u e r m e s s e e v e n d a d e flores
7 mai. n.° 239 A Plebe — Ano VII Fase bissemanal: 4.12.1920 a 11.12.1920
Biblioteca social A Inovadora (livros e folhetos) Fase semanal: 15.1.1921 até 21.5.1921
"Depois do Baile" — de Filipe Gil — drama em três atos No Rio: cinco números (28.5 a 28.7.1921)
17 mai. n. 236 A Plebe Volta a São Paulo: 30.7.1921 a 11.11.1921
Em formato menor: 19.3.1922 a 12.4.1922
COMENTÁRIOS

Ironia, em f o r m a de c r ó n i c a , sobre um artigo "Bolchevista", de A s t r o g i l d o Pereira. Semanal: 12.4.1924 a 25.7.1924 (interrompe e reaparece em 1927)
O artigo o r i g i n a l c o m e n t a a morte d e L ô n i n .
GRANDE FESTIVAL 9 abr. n.° 249 A Plebe
P r o m o ç ã o do C o m i t é Pró Presos e D e p o r t a d o s . Dia 7 d e j u n h o , no salão da Federação
Espanhola
GRANDE FESTIVAL EM BENEFICIO DE A Plebe
1. ° — Ouverture
No salão da Federação Espanhola (Rua do Gasómetro, 49). Pelo Grupo
Dramático do Clube Florianópolis o drama " O s Ladrões da Honra". Con-
2. ° — C o n f e r ê n c i a por Florentino de Carvalho
ferência. Dia 30 de abril.
3. ° — " L ' l d e a l e " ( G r u p o de Teatro Social)
4.0 — -o Segredo de Paulina" 14 mai. n.° 251 A Plebe
5. ° — " L o s A m i g o s d e i P u e b l o " — de Gonzales P a c h e c o , e m e s p a n h o l FESTIVAL S O C I A L
6. ° — Quermesse
O r g a n i z a d o pelo g r u p o literário Revolução S o c i a l . Dia 16 de j u l h o , no salão da
Federação Espanhola. Pelo G r u p o Dramático S o c i a l El Sembrador. Será apresentado
14 jun. n. 240 A Plebe o d r a m a s o c i a l em c i n c o atos " L i b e r t a d C a i d a " do d r a m a t u r g o e s p a n h o l Fola Igurbide.
UNIÃO DOS ARTÍFICES DE CALÇADOS Conferência por A r s ê n i o Palacios. O drama será levado á cena pela primeira vez e m
São Paulo. ( J . Fola I g u r b i d e que, c o m c o m p e t ê n c i a de mestre, faz reviver a alma do
Festival de c o n f r a t e r n i z a ç ã o . Dia 5 de j u l h o , no Salão Celso Garcia povo russo que, c a n s a d o de suportar o peso de uma tirania secular, c o m e ç o u a
golpear c o m a picareta do p r o g r e s s o o v e l h o e c a r c o m i d o e d i f í c i o social.)
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l
2. ° — Sessão solene e i n a u g u r a ç ã o de um q u a d r o a óleo de R i c a r d o Cippola
3. ° — " N a q u e l a N o i t e " — d r a m a e m um ato d e A. Barbosa
1932
4. ° — " P e c a d o de S i m o n i a " • 26 nov. n.° 2 A Plebe (nova fase)
5. ° — Q u e r m e s s e e leilão
PRÔ A Plebe

Obs.: A c o m i s s ã o se reserva o d i r e i t o de vedar a e n t r a d a a q u e m j u l g a r c o n v e n i e n t e . Festival, e m breve, c o m o c o n c u r s o do G r u p o de Teatro S o c i a l , que levará à cena o


d r a m a social " A Ideia e m M a r c h a "
1927
12 fev. n.° 245 A Plebe (O jornal esteve com sua publicação interrompida 3 dez. n.° 3 A Plebe
nos anos de 1924, a partir de 25 de julho, e 1925 e 1926) FESTIVAL PRÔ A Plebe
Voltando ao c a m p o de luta. Atingida mais uma vez pela reação burguesa, A Plebe Dia 24 do c o r r e n t e , no Salão Celso G a r c i a .
esteve c o m sua p u b l i c a ç ã o interrompida desde j u l h o de 1924. 1.o — " A Ideia e m M a r c h a " — de C. Cavaco
Décimo-primeiro ano de existência do jornal. 2.° — " A o R e l e n t o " — d e Afonso S c h m i d t

(O primeiro número foi publicado em 3 de junho de 1916.)


Continuidade da Plebe: 9.6.1916 a 30.10.1917 1933
21 jan. A Plebe
Impedida de circular de novembro de 1917 a janeiro de 1919
FESTIVAL DE C O N F R A T E R N I Z A Ç Ã O PROLETÁRIA DA UNIÃO DOS
22.2.1919 a 8.11.1919 A R T Í F I C E S DE C A L Ç A D O S
Fase diária: 7.9.1919 a 8.11.1919 Hoje, 21 de j a n e i r o , às 20:00. no Salão Celso Garcia (Rua do C a r m o . 23). Programa:
I s s a fase foi encerrada com um empastelamento e uma destruição 1. ° — A b e r t u r a pela o r q u e s t r a
completa das oficinas. Ao que parece liderada por estudantes da Fa- 2. ° — C o n f e r ê n c i a de J. Carlos B o s c o l o s o b r e o t e m a : Exortação à Mulher
Otlldtdt de Direito.
3. ° — Espetáculo pelo c o n j u n t o Guerra J u n q u e i r o — drama social c o m p r ó l o g o e
I . i - . r si-manal: 22 11 1919 a 4 12 1920 q u a t r o atos i n t i t u l a d o : " O Escravo d e S. D o m i n g o s "
11 fev. n.° 13 A Plebe 8 j u l . n.° 32 A Plebe
Os p a r t i c i p a n t e s d o G r u p o de Teatro S o c i a l p e d e m novas adesões. Os interessados FESTIVAL PRÔ A Plebe
d e v e m p r o c u r a r M a r i n o Espanhol na Av. Celso G a r c i a , n.° 506 Dia 15, às 20:00, no Salão Portugal-Brasil (Rua B e r n a r d o Nogueira, 22. Bosque da
Saúde). P r o g r a m a :
18 fev. n. 14 A Plebe
1. ° — Conferência
FESTIVAL PRÓ A Plebe
2. ° — "A Derrocada"
Dia 18 de maio, no Salão Celso G a r c i a , um festival e m b e n e f í c i o d o j o r n a l . O G r u p o 3. ° — Fina c o m é d i a
Teatro S o c i a l levará à c e n a o belíssimo d r a m a d e autoria d o c a m a r a d a M a r i n o
E s p a n h o l o intitulado " B a n d e i r a P r o l e t á r i a "
22 j u l . n.° 34 A Plebe
Dia 5 de a g o s t o , c o m e m o r a n d o o d é c i m o - s e x t o aniversário da União dos A r t í f i c e s e m
25 fev. A Plebe
C a l ç a d o s e Classes A n e x a s . Salão Celso G a r c i a .
Dia 4 de m a r ç o , n o Salão C e l s o G a r c i a , uma p r o m o ç ã o da F e d e r a ç ã o O p e r á r i a de Programa:
São Paulo. No salão da F e d e r a ç ã o Espanhola, Rua d o G a s ó m e t r o , 49. Festival de
c o n f r a t e r n i z a ç ã o operária. P r o g r a m a : 1. ° — Ouverture pela o r q u e s t r a

1. ° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a 2. ° — A p r e s e n t a ç ã o d a Comissão d a A l i a n ç a

2. ° — C o n f e r ê n c i a educativa por Florentino d e Carvalho 3.0 — "Senza Patria"


4. ° — A t o s variados, recitativos, etc.
3. ° — " A O n d a q u e A v a n ç a " — d r a m a social e m u m ato
4. ° — C o m é d i a e m um ato
12 ago. A Plebe
5. ° — A t o v a r i a d o d e que c o n s t a r ã o vários recitativos e m o n ó l o g o s H o j e , às 20:00, n o salão da Federação Espanhola. P r o g r a m a :
1. ° — M ú s i c a pela o r q u e s t r a
11 m a r . n. 17 A Plebe 2. ° — Palestra d e J . C. B o s c o l o
C o m e m o r a ç ã o da C o m u n a de Paris. Dia 18 de m a r ç o , no Salão Celso Garcia. 3. ° — Drama por u m g r u p o d e amadores
Programa: 4. ° — Ato de v a r i e d a d e s
1. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a C o m u n a de Paris
PRÓ A PLEBE
2. ° — " A Bandeira Proletária"

16 set. A Plebe
3. ° — Ato d e v a r i e d a d e s q u e c o n s t a r á de recitativos, cantos e monólogos
FESTIVAL ANTICLERICAL
E m h o m e n a g e m a A Lanterna. Sábado, dia 23, às 20:00, no Salão Celso Garcia
13 m a l . n . ° 24 A Plebe
1.° — "Pecado de Simonia"
FESTIVAL DE S O L I D A R I E D A D E PRÓ A Plebe
Dia 20, às 20:30, no salão da Federação Espanhola (Rua do G a s ó m e t r o , 49). 23 set. A Plebe
Programa: P r o g r a m a d o Festival pró A Lanterna d o dia 23, a n u n c i a d o no n ú m e r o anterior
1. ° — A b e r t u r a pela o r q u e s t r a 1. ° — A l o c u ç ã o por E d g a r d L e u e n r o t h
2. ° — C o n f e r ê n c i a " O Que é a G u e r r a " , p e l a c a m a r a d a Maria Lacerda de Moura
2. ° — Discurso Alusivo a 20 de setembro, por um orador
3.0 — »o V a g a b u n d o " p e l o G r u p o d e Teatro S o c i a l
3. ° — C o n f e r ê n c i a a n t i c l e r i c a l por Dona Luisa Pessanha de C a m a r g o Branco
4. ° — " V i v a R a m b o l o t " — por o u t r o g r u p o d e teatro s o c i a l . Peça d e G i g i Damiani
4. ° — "Pecado de Simonia"
5. ° — Variedades
5. ° — Variedades

24 j u n . n. 30 A Plebe
16 dez. n . ° 50 A Plebe
FESTIVAL PRÔ A Plebe CONTRA UMA A R B I T R A R I E D A D E POLICIAL
Dia 8 de j u l h o , no Salão Celso Garcia " O s intelectuais de São Paulo p r o t e s t a m c o n t r a o ato d o Dr. Costa Netto p r o i b i n d o as
1. ° — M ú s i c a pela o r q u e s t r a r e p r e s e n t a ç õ e s d o Teatro da E x p e r i ê n c i a " .

2. ° — Conferência Os abaixo-assinados, intelectuais, pintores, arquitetos. artistas, jornalistas, músicos,


a d v o g a d o s , m é d i c o s , engenheiros, protestam contra o ato de inominável violência da
3.0 — -o M i l a g r e " — d r a m a e m q u a t r o atos d e Gigi Damiani p o l i c i a , a g i n d o por i n t e r m é d i o do d e l e g a d o de costumes, Dr. Costa Netto, a fim de
4.° - Ato variado fechar o Teatro da Experiência, f u n d a d o c o m grandes d i f i c u l d a d e s e sacrifícios. O
T e a t r o da Experiência é apenas um laboratório para pesquisas teatrais e portanto é, 12. ° — Fado da e n j e i t a d a pela Sra. Emília C o r r e i a e " R e b e l i ã o " , versos d o Ricardo
c o m o t o d o s os laboratórios, um e s t i m u l o de progresso necessário para o nosso meio. G o n ç a l v e s pela m e n i n a J o a q u i n a Vinhaes
Náo é possível que esse laboratório de experiências, p u r a m e n t e intelectual, possa ser 13. ° — M e r e s p o n d a , o u v i u ? — s a m b a c a n t a d o à g u i t a r r a por V a l d o m i r o C o r r e i a
sujeito à o p i n i ã o incompetente de autoridades que d e s c o n h e c e m c o m p l e t a m e n t e o
14. ° — M e l o d i a d e A r r a b a l — t a n g o a r g e n t i n o por P e d r o Batista
assunto e, apenas p o d e r ã o exercer sua ação para fins e x c l u s i v a m e n t e a d m i n i s t r a t i v o s .
1 5 ° — P r ó l o g o d a ó p e r a I p a g l i a c i , d e Leoncavallo. p e l o b a r í t o n o V. M. C a r l i n o
Seguem-se as assinaturas de a p r o x i m a d a m e n t e duzentos nomes de intelectuais e
(intervalo)
artistas de S. Paulo, ás quais j u n t a m o s o nosso veemente protesto contra essa arbi-
trariedade p o l i c i a l . 1 6 ° — Ato de variedades

1934 14 abr. A Plebe


17 fev. n.° 56 A Plebe Dia 30, véspera d o Primeiro de Maio. P r o m o ç ã o da F e d e r a ç ã o O p e r á r i a de São Paulo.
FESTIVAL DE C O N F R A T E R N I Z A Ç Ã O OPERARIA No Salão C e l s o G a r c i a . P r o g r a m a :
Dia 24, no salão da Federação Operária (Rua Q u i n t i n o Bocaiúva, 80) 1. ° — Palestra alusiva aos mártires d e C h i c a g o

1. ° — C o n f e r ê n c i a d e Hermínio Marcos sobre o tema: A Mulher no Passado, no 2. ° — " P r i m e i r o d e M a i o " — P. G o r i


Presente e no Futuro 3. ° — Ato variado
2. ° — Parte teatral na qual tomará parte o notável ilusionista e prestidigitador
26 mai. n.° 63 A Plebe
Professor C a r m e l i s
3. ° — Cantos, poesias e músicas H o j e , no Salão C e l s o Garcia
1. ° — Palestra de E d g a r d L e u e n r o t h
17 mar. n.° 58 A Plebe 2 . ° — " O s Filhos d a C a n a l h a " — d r a m a s o c i a l e m três atos p e l o G r u p o d e Teatro
Social
" P e c a d o de Simonia"
Precisamos de v á r i o s e x e m p l a r e s dessa comédia de Neno Vasco para a t e n d e r m o s a
23 jun. n. 65 A Plebe
p e d i d o s que nos fazem a m i g o s d o interior q u e p r e t e n d e m representá-la.
N o p r ó x i m o dia 14 de j u l h o , c o m e m o r a n d o um ano de r e a p a r e c i m e n t o d e A Lanterna.
Q u e m tiver um e x e m p l a r que não precisa, pode mandá-lo á nossa r e d a ç ã o q u e será
bem a p r o v e i t a d o . No Salão Celso G a r c i a
1 o — " O Celerado J o i o de Médicis"
31 mar. n.° 59 A Plebe 2 o — "Vozes do C é u " — de Motta Assumpção
NOITE DE A R T E PROLETÁRIA 3. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a o b r a d o j o r n a l , recitativos, atos v a r i a d o s

Dia 7 de a b r i l . P r o m o ç ã o d o g r u p o editor de A Plebe, o f e r e c i d a a t o d o s que f r e q u e n - 4. ° — A t o variado


t a m o salão da Rua Q u i n t i n o Bocaiúva, 80. O u t r a n o t í c i a : Dia 30 de j u n h o , G r a n d e Festival da Federação O p e r á r i a . Programa:
Programa:
1 ° — C o n f e r ê n c i a d a c o m p a n h e i r a Isabel Cerruti
1. ° — Palestra d e J . O B o s c o l o : H a r m o n i a S o c i a l
2. ° — " A o R e l e n t o " — d e Afonso S c h m i d t
2. ° — Parte m u s i c a l . A p r e s e n t a ç ã o d e m e n i n o S.R., sextanista d o C o n s e r v a t ó r i o M u -
s i c a l , q u e t o c a r á v i o l i n o c o m a c o m p a n h a m e n t o d e p i a n o . S c h o - R o s m a i n s III, d e Fritz 3.0 _ "o Herói e o Viandante" — diálogo
Kreisler. Souvenir, de Franz Dradla. O barítono V. R. Carlino c a n t a r á Santa notte, 4.° — Recitativos e m o n ó l o g o s
cançoneta napolitana
30 — o p o e t a e violinista Rui N e g r e i r o s c a n t a r á ao v i o l ã o Dor e p a i x i o , d e Catulo 7 jul. n.° 66 A Plebe
Cearense GRUPO O SEMEADOR
4.0 — o tenor Otelo B a r d i n i c a n t a r á c o m a c o m p a n h a m e n t o d e p i a n o a c a n ç o n e t a
napolitana Mare chiaro Dia 11 de a g o s t o esse g r u p o realizará n o Saláo H i s p a n o - A m e r i c a n o (Rua d o Gasó-
metro, 166) o p r o g r a m a :
(intervalo)
5. ° — Méditation, d e Charles G o u n o d e Serenata, de T o s e l l i , pelo m e n i n o S. R. 1.° — Conferência educativa

6. ° — C a n c i o d o aventureiro, d a ó p e r a Guarani, por V. R. C a r l i n o 2.o — " O Ultimo Q u a d r o " — d e Souza Passos

7. ° — " A o s q u e ainda d o r m e m " — versos d e T o m á s d a Fonseca pela m e n i n a A r a c y 3. ° — M o n ó l o g o s e recitativos


d a G l ó r i a Gil e " A b u r g u e s i n h a " p e l o autor Souza Passos 4. ° — A t o v a r i a d o

8 ° — S i l ê n c i o — t a n g o a r g e n t i n o p e l o Sr. Pedro Batista


21 j u l . A Plebe
9.° — Princesita — por O t e l o P a r d i n i
(intorvalo) G R A N D E F E S T I V A L DE ARTE E C U L T U R A
1 0 ° — Canzonetta — Op. 6 de A. D'Abronso e S p a n i s c h e t a n g e p e l o m e n i n o S. R. Dia 4 de agosto, c o m o c o n c u r s o d o G r u p o Dramático H i s p a n o - A m e r i c a n o será levada
11.° - N o n c'è di q u e e alia larga d e l l e d o n n e , c a n t a d o por A n g e l o Betti à c e n a p e l a p r i m e i r a vez, e m e s p a n h o l , o d r a m a " T e s e u " e m q u a t r o atos, d e G. Soler.
C o m e n t á r i o : " T e s e u " ó um f o r t e d r a m a social livre dos arrebatos d e t r a g é d i a , o n d e o e n u n c i a d o s literários e f i l o s ó f i c o s , o c o n c e i t o de povo, de v i d a melhor, de bem-estar
autor e s t u d a , ao redor de uma família e c o m c o n h e c i m e n t o de causa, os vários c a r a c - coletivo, de g r a n d e z a s éticas e sociais — não se e n u m e r a m . É q u e o c l e r o , i n t e r p r e -
teres h u m a n o s na v i d a da s o c i e d a d e c o n t e m p o r â n e a . Em t r a ç o s m a g n í f i c o s de h a b i - t a n d o as p e r s o n a g e n s , astuciosamente enverga, não a batina das o r d e n a ç õ e s , mas a
lidade teatral, os seus p e r s o n a g e n s vivem a realidade dos fatos e m que f o r a m e m p e - casaca dos capitalistas ou a libré dos lacaios.
n h a d o s p r o d u z i n d o lances de e x t e r i o r i z a ç ã o p s í q u i c a o n d e o e s p e c t a d o r t e m o ensejo E então vemos d e s l i z a r diante dos nossos olhos a coluna imensa desse e x é r c i t o de
de e n f r o n h a r - s e na investigação dos elementos íntimos que a alma h u m a n a nos pode detritos sociais, restos de h u m a n i d a d e , c o m o as escórias q u e s o b r a m na sala de
revelar. Em q u a d r o s bem m o v i m e n t a d o s , p r ó p r i o s d o t e a t r o m o d e r n o , os p r o t a g o n i s t a s o p e r a ç õ e s d o s hospitais. E daí os d r a m a s à P i r a n d e l l o , p r o c u r a n d o dar outra f o r m a
e x p r i m e m , através da rigorosa m í m i c a exarada no livreto, c o m e x p r e s s õ e s de p r o f u n d a n o g o s t o às t r a g é d i a s de a l c o v a , aos a d u l t é r i o s . É a literatura c é n i c a a l i m e n t a d a pelas
v e r d a d e , as várias t e n d ê n c i a s do instinto moldadas ao sabor das c o n v e n i ê n c i a s últimas r e f o r m a s p o l í t i c o - s o c i a i s , p r o d u z i d a por uma a v a l a n c h e de intelectuais inver-
s o c i a i s , umas, e c a l d e a d a s por ideais de r e n o v a ç ã o s o c i a l , outras. Nessa d i s p a r i d a d e t i d o s , h o m o s s e x u a i s , sustentados por Hitler e M u s s o l i n i , que p r o c u r a m f e c u n d a r as
de ética e de sentimentos desenrola-se o assunto q u e o autor sabe tecer n u m a m b i e n - t r a g é d i a s c o l e t i v a s e as c e n a s bacanais. É a lenda g r e g a n u m a p a r ó d i a infeliz, sem
te a m e n o e a g r a d á v e l . a beleza e a v i r i l i d a d e d o s jovens e s p a r t a n o s : Safo r a p t a n d o t o d a s as g r e g a s e o s
Damos a seguir, e m g l o s a , alguns t r a ç o s d o interessante assunto. Emília, mãe e x t r e - h o m e n s , à falta d e l a s , servindo-se entre s i . . .
mada, v í t i m a das intrigas dos jesuítas e d a i n d i f e r e n ç a d o m a r i d o , deseja a r d e n t e m e n t e Esse jamais poderá ser c h a m a d o teatro s o c i a l . Só os escritores idealistas que p o d e m
a volta de seus filhos longínquos, sequiosa de e n c o n t r a r neles o c a r i n h o e a t r a n - r e i v i n d i c a r p a r a si essa d e n o m i n a ç ã o . O t e a t r o s o c i a l , entre n ó s , repousa nas m ã o s
q u i l i d a d e que não e n c o n t r a r a em suas já segundas n ú p c i a s . T e s e u , f i l h o de Emília, d e l i c a d a s e no p e n s a m e n t o s o n h a d o r d e J o r a c i C a m a r g o e m " D e u s lhe P a g u e " ; e m
v e m d e p o r t a d o da A r g e n t i n a em virtude de professar ideias a v a n ç a d a s . Esta noticia A f o n s o S c h m i d t e m " C a r n e p a r a C a n h ã o " ; e m G. Soler c o m sua m a r a v i l h o s a c o n c e p ç ã o
põe e m a l v o r o ç o a f a m í l i a , seu tio c õ n e g o , e mais u m jesuíta, n o q u a l Teseu mais social, " T e s e u " .
tarde d e s c o b r e seu p r ó p r i o pai. Esta descoberta abala p r o f u n d a m e n t e o j o v e m revo-
l u c i o n á r i o , que é t a m b é m envolvido num a t e n t a d o a c i n t o s a m e n t e p r e p a r a d o pelo c l e r o . Porque, n o teatro s o c i a l , a ideia de h u m a n i d a d e paira a c i m a de todas as convenções,
Teseu, de novo e m l i b e r d a d e , volta para casa, e j u n t o de sua mãe tenta estrangular, de todas as leis s a n c i o n a d a s , e o A m o r e a V e r d a d e são a sua expressão m á x i m a .
desvairado, o seu t i o G e r o n i m o , no qual d e s c o b r i u o m i n o t a u r o que queria degluti-lo. Q u e leis são essas, que o teatro m o d e r n o burguês não p r o c u r a estudar, e m que os
Neste p o r t e n t o s o f i n a l , um g r i t o lancinante de Emília revela bem os s e n t i m e n t o s instin- h o m e n s c o n s t a n t e m e n t e , passivamente, arrastam c o n s i g o — c o m o s e n t e n c i a d o s da
tivos da m a t e r n i d a d e . O final d o s e g u n d o ato não e s c a p a r á à o b s e r v a ç ã o d o e s p e c t a - g a l é arrastam sua g r i l h e t a , sendo-lhes vedado, p e l o peso dos p r e c o n c e i t o s , de até
d o r e s t u d i o s o , v e n d o R i c a r d o , p s e u d o d e p u t a d o s o c i a l i s t a , n u m a c o n c e n t r a ç ã o íntima, p o d e r e m olhar o azul d o f i r m a m e n t o n u m ansiado a m p l e x o d e l i b e r d a d e ?
p r o c u r a r a e x p l i c a ç ã o d o s f e n ó m e n o s d e natureza p s í q u i c a q u e o d e t e r m i n i s m o e c o - Que leis são essas, que a i n d a v i g o r a m entre os h o m e n s , que p r o í b e m , que e s t i g m a t i -
n ó m i c o não c o m p o r t a . z a m , q u e a f a s t a m , que desprezam q u a n d o dois c o r a ç õ e s a m a n t e s s o n h a m e anelam
e p a l p i t a m a união livre de seus pensamentos e suas carícias, sem d a r e m satisfações
No d e s e n v o l v i m e n t o dos quatro atos, G. Soler não o l v i d o u de intercalar u m p o u c o d e
de seus atos íntimos a essa s o c i e d a d e madrasta, que t o d a v i a sustenta e alimenta
b o m h u m o r , na figura interessante da rude criada, p o u c o f a m i l i a r i z a d a c o m as coisas
antros e b o r d é i s ?
da c i d a d e , p r o v o c a n d o riso c o m as suas e x p r e s s õ e s b u c ó l i c a s d e a l d e ã simples e
espontânea. Q u e leis são essas q u e f a c u l t a m a uma insignificante m i n o r i a d e indivíduos e s c r a v i -
(Sem assinatura) z a r e m a g r a n d e massa de seres h u m a n o s — os proletários — o p o n d o barreiras aos
que s o n h a m a h a r m o n i a da vida e m c o m u m , por s o b r e todas as f r o n t e i r a s geografica-
18 ago. A Plebe mente e a r b i t r a r i a m e n t e t r a ç a d a s ?
Q u e leis são essas q u e sustentam d o g m a s e religiões t e n t a n d o impedir nas massas
Crítica ao espetáculo " T e s e u " . assinada por R.F. a b r u t a l h a d a s pelo temor a fantasmas e (dolos metafísicos a centelha da rebelião
universal para o e s c l a r e c i m e n t o das c o n s c i ê n c i a s ?
1.° set. n.° 70 A Plebe
Que leis são essas, afinal, expressões claras e incisivas de t o d o s os erros e i m p e r f e i -
Trecho de uma conferência realizada pelo autor no Salão das Classes ções d o passado, t r a z i d a s ate os nossos dias, e que o teatro m o d e r n o da burguesia
Laboriosas, no festival pró A Plebe. tanto se e m p e n h a e m reproduzi-las c o m i n c e n s o s e vestais e virtudes de e u n u c o s ?
TEATRO SOCIAL O teatro s o c i a l , p o r é m — e m b o r a s a b o t a d o pelas i n s t i t u i ç õ e s c l e r o - c a p i t a l i s t a s q u e
sustentam os mentores da literatura c é n i c a atual — será essa t é n u e mas viva n e s g a
O teatro de hoje, d e n o m i n a d o teatro m o d e r n o , jamais poderá ser o teatro social. de luz, q u e , r o m p e n d o a custo as trevas d o o b s c u r a n t i s m o das c o n s c i ê n c i a s a i n d a
Nas ribaltas de t o d a s as grandes m e t r ó p o l e s , p r o c u r a - s e m i s t i f i c a r a v i d a e suas adormecidas, penetrará nas f o r ç a s c r i p t o - p s í q u i c a s dos i n d i v í d u o s para tratá-los c o m o
finalidades. O teatro burguês empenha-se em ocultar aos olhos d o p o v o t o d o o atraso h o m e n s , e n ã o feras.
e m que vivemos, e apenas traça, em lances a r r e b a t a d o r e s , a tragédia íntima dos (J. Carlos B o s c o l o )
i n c ê n d i o s devastadores d a p a i x ã o . P r e d o m i n a a exaltação d o s s e n t i d o s , através de
p r e c o n c e i t o s d o e n t i o s d e filosofias falhas, v e d a n d o os l a r g o s voos d a s i m a g i n a ç õ e s 1.° set. n.° 70 A Plebe
e s c l a r e c i d a s . O t e a t r o assim c h a m a d o dos " b o n s c o s t u m e s " , d e v i d a m e n t e a u t o r i z a d o
pela polícia e p e l o c l e r o , faz a sua obra " s a n e a d o r a " , não há dúvida t r a n s f o r m a n d o FESTIVAL DE CONFRATERNIZAÇÃO PROLETÁRIA
as ribaltas em c o n v e n t o s e c a b a r é s . Dia 15, no salão da Federação O p e r á r i a de São Paulo. Programa
T u d o é " e l e v a d o " nesse t e a t r o o n d e , de um lado, g e r a l m e n t e , a f r e q u ê n c i a é c o n s t i - 1. ° — Orquestra
tuída pelo m u n d o o f i c i a l dos magnatas da política e da indústria, que asfixia o p r o -
2 . ° — C o n f e r ê n c i a p e l o estudante O C a m p o s sobre o t o m a :
letariado que sua s a n g u e ; e do outro lado, das ilustres e virtuosas damas c a t ó l i c a s
As R e v o l u ç õ e s são Pacíficas
que fazem u m a desleal c o n c o r r ê n c i a às h u m i l d e s famintas que h a b i t a m as z o n a s d o
morotricio. 3. ° — " V i v a R a m b o l o t " — d e Gigi Damiani
No toatro m o d e r n o , instituído pela b u r g u e s i a , t u d o q u a n t o é elevado e n o b r e não se 4. ° — " A D e r r o c a d a "
c o n c o b e e m seus trabalhos. Nas suas c o n c e p ç õ e s artísticas e t é c n i c a s , c o m o nos 5.0 — " C a s a r ou não C a s a r " — M a r c o s M o r t i e L Chinrnlll
Obs.: No dia 7 de outubro de 1934 acontece a batalha campal da "de- 2. ° — D i s c u r s o do d e l o g a d o do Sindicato d o s Padeiros d e C a m p i n a s
monstração de f o r ç a " integralista. A Plebe comenta a vitória com muita 3. ° — Discurso do ropresentante d a Federação O p e r á r i a de São Paulo
dignidade e com uma compostura rara. Estão tão por cima que não pre- 4 .° — O h e r ó i e o v i a n d a n t e — adaptação do tango d e Gardel Silêncio, por Pedro
cisam apelar para a baixaria. Catallo

10 nov. n.° 75 A Plebe 5. ° — Ato variado


GRANDE FESTIVAL PRÓ PRESOS
1947
Obs.: No anúncio da festa há uma gravura, a primeira que aparece.
1.° mai. n.° I A Plebe — ano XXX (nova fase)
Promoção da Federação Operária. Na sede, Rua Q u i n t i n o Bocaiúva, 80. Programa:
"Voltando à l u t a " — Mencionam-se deportações. Entre elas G. Soler
1. ° — C o n f e r ê n c i a por Isabel Cerruti
ATRAENTE FESTIVAL
2. ° — " A Casa d o s M i l a g r e s "
Dia 30 de abril, às 20:00 no Salão Hispano-Americano
3. ° — T r a b a l h o de ilusionismo pelo Professor De C a r m e l l s
1.° — " P r i m o M a g g i o " — d e P. Gori
4 . ° — Ato variado
2.o — " O Escravo"
Dia 17 d e n o v e m b r o , às 20 hs.
3.° — Ato variado

24 nov. n.° 76 A Plebe FESTA CAMPESTRE


Dia 25 d e m a i o , na Nossa Chácara. A t o l i t e r o - m u s l c a l , cantos, r e c i t a t i v o s . p a l e s t r a s ,
COMITÉ PRÔ PRESOS S O C I A I S
pingue-pongue e c e s t o b o l . Participação de dois núcleos m u s i c a i s . Endereço: I t a i m .
s u b ú r b i o da c e n t r a l . Tomando-se o t r e m na Estação Roosevelt (do n o r t e ) . Os t r e n s
O festival a n u n c i a d o e m nosso n ú m e r o passado, pró p r e s o s sociais, não se realizou.
p a r t e m às 6:00 e 9:00 horas.
A p o l i c i a não p e r m i t i u , negando a c o n c e s s ã o do alvará necessário à sua realização.
Sendo o festival p r o m o v i d o pela Federação Operária, os c o m p o n e n t e s estão c o g i t a n d o CENTRO DE CULTURA SOCIAL
da organização de u m novo f e s t i v a l , para o qual serão válidos os c o n v i t e s d i s t r i b u í d o s T e n d o a sua atividade interrompida durante o periodo nefando da ditadura, o Centro
para o festival passado. d e C u l t u r a S o c i a l r e i n i c i o u sua obra logo q u e a situação p e r m i t i u , instalando a sua
C o n t i n u a m o s a receber auxílio para os c o m p a n h e i r o s p r e s o s , para os quais se tem sede à Rua José B o n i f á c i o , 387, onde c o n t i n u a a desenvolver o mesmo trabalho de
feito sentir a s o l i d a r i e d a d e proletária. e d u c a ç ã o popular que, durante muitos anos, realizou no local da Federação Operá-
ria, e m outras sedes. São já numerosas as c o n f e r ê n c i a s que t e m realizado sobre os
mais variados temas, c o m o sejam: s o c i o l o g i a , filosofia, higiene s o c i a l , e t c . . .
1935
6 jul. A Plebe 15 j u l . n.° 4 A Plebe — ano XXXI — nova fase
CINEMA Há uma foto de Gigi Damiani, comemorando seus setenta anos
Saiu do Brasil e m 1919. A g o r a está e m Roma, d i r i g i n d o o jornal Umanità Nuova
PROPAGANDA DE EDUCAÇÃO SEXUAL
REVOLUÇÃO LIBERTARIA DA ESPANHA (19 de julho)
Promovida por um círculo do Rio que fez um f i l m e intitulado: A educação
sexual nos diversos períodos da vida. O filme foi exibido, mas foi C o m e m o r a ç ã o no Salão do C e n t r o D r a m á t i c o H i s p a n o - A m e r i c a n o (Rua do G a s ó m e t r o .
738) ás 20:00
posteriormente proibido pela censura.
1. ° — Palestra alusiva à data
12 out. n.° 99 A Plebe 2. ° — " M a d r i d " de Pedro Catallo (pelo G r u p o D r a m á t i c o Teatro Social)
CONTRA AS TENDÊNCIAS FASCISTAS DO TEATRO ESCOLA 3.0 — "o C o r a ç ã o é um L a b i r i n t o " — de Pedro Catallo

O artigo critica Renato Viana e suas simpatias fascistas. 1 / set. n.° 7 A Plebe — nova fase
Há um conflito e comenta-se a posição de Itália Fausta FILMES EM REVISTA
23 nov. n.° 102 A Plebe Crítica de Os melhores anos de nossa vida (William Wyler).
O FESTIVAL DOS PADEIROS O comentário considera o filme anarquista. Assinado " W a l d e m a r "
Notícia sobre um espetáculo organizado pelo Sindicato dos Padeiros, 15 set. n.° 8 A Plebe
na Lega Lombarda (Rua São Paulo, 18).
CINEMA EM REVISTA
Programa: Crítica de Tormento, f i l m e com Melvin Douglas e Rosalind Russel.
1.° — C o n f e r ê n c i a d e José A u g u s t o sobre a luta d o s p a d e i r o s Outra crítica: Eu e o Sr. Satã. com Paul Muni e Claude Rains
1.° out. n.° 9 A Plebe c o m g i m dnscmpiMiha o papol qun Ihr o c o n f i a d o , hum c o m o n < u< imslAm In iln luivni
c o n s e g u i d o vivei .i figura simpática do v H h u l i l ó s o l o i< nov.idoi l . i / i om i|im <• nnnl«
CINEMA EM REVISTA tente c h e g u e por vozes I duvidar de que " s o u " L u d o v i c o náo existe, está M M A M
Flor do mal, de Edgar Ulmer. Menciona Darryl Zanuck e Samuel Goldwin p r e s e n t a n d o Sua atuaçAo atingiu o apogou no tm.il do segundo ato, um g i m •> pro
f e s s o r de v i o l i n o e s t o s o b o s e f e i t o s da bebedeira a que pouco se e n t r e g a r a , e parece
FESTIVAL DO CENTRO DE C U L T U R A S O C I A L
conversar c o m a lua. t r o c a n d o ideias filosóficas c o m a eterna i n s p i r a d o r a dos poetas.
T o d a a cena permanece e m penumbra. Finalmente, ainda c a m b a l e a n d o , c a m m h . i n'«»
Sábado, dia 18, n o Grémio D r a m á t i c o H i s p a n o - A m e r i c a n o (Rua d o G a s ó m e t r o , 738).
o plano, no qual executa os acordes iniciais de Sonata ao luar.
G r a n d e a p r e s e n t a ç ã o d o Centro de Cultura S o c i a l . Pela primeira vez, o e m o c i o n a n t e
Ê louvável a iniciativa d o Centro d e Cultura Social na organiznçAo desses fontlvaia,
drama de f u n d o c r i t i c o e de renovação social i n t i t u l a d o " U m a M u l h e r D i f e r e n t e " , de
que m u i t o c o n c o r r e m para a a p r o x i m a ç ã o das famílias que a eles c o m p a r o c e m c o m
Pedro Catallo. Esta peça, que é uma c o n t r i b u i ç ã o para a e m a n c i p a ç ã o d a mulher,
terá a seguinte d i s t r i b u i ç ã o , por o r d e m de entrada: v e r d a d e i r o prazer.
(Waldemar)
MENINO (datilógrafo) — Z e z i n h o Dias Valverde
RICARDO (rico industrial) — Benedito Romano
CRÍTICA DE FILME
GREGORIO (seu e m p r e g a d o ) — O r l a n d o Felipelli
ELENA (ex-funcionária de Ricardo) — Nena Valverde Noite na alma: Crítica de filme
LUDOVICO (ex-professor de música) — G u i d o Mazzetti
PADRE ANDRÉ — Cecílio Dias Lopes 15 dez. n.° 11 A Plebe
V A L E R I A N A (doméstica) — Maria Valverde Dias G R A N D E FESTIVAL A R T Í S T I C O
T O M A S (pai de Elena) — Emílio Martin
Salão do G r é m i o D r a m á t i c o Hispano-Americano. Promoção do Centro de Cultura
SENHORA RICA — Esmeralda Barrios
S o c i a l . Dia 20. P r o g r a m a :
SUA FILHA — Maria B o n i f á c i o
1. ° — " V i v a R a m b o l o t " — d e Gigi Damiani
1. * M E N I N A — G e r m â n i a Salguero
2. ° — "A Derrocada" — Volney
2. " M E N I N A — Nair Arrebolo
3. ° — A t o v a r i a d o — o d e s e m p e n h o estará a c a r g o d o G r u p o D r a m á t i c o d o C e n t r o
ENFERMEIRA — Esmeralda Barrios
de Cultura Social
PORTEIRO — F r a n c i s c o Cuberos
MÉDICO — Liberto Salguero
1948
PONTO — H e r m a n o Mazzetti
CONTRA-REGRA — Cecílio Dias Lopes e Liberto S a l g u e r o
15 jan. n.° 12 A Plebe — nova fase
DIREÇÃO GERAL — Emílio Martin CINEMA EM REVISTA
Os números musicais adaptados a esta peça estão a cargo de Ignez Trujihano
Crítica de Olhai os lírios do campo (Waldemar)
(piano) e Rubens T r u j i l h a n o (violino)
2.° — Variedades (Centro de Cultura Social — Rua Libero BÍKIÍIM». IHIÍ)

15 nov. n.° 10 A Plebe


2 jun. n.° 16 A Plebe
CINEMA EM REVISTA
" U m a M u l h e r " — C i n e m a e m revista, hoje t a m b é m " t e a t r o e m r e v i s t a " , o c u p a - s e neste Realizou-se, dia 30 de a b r i l , n o Salão d o G r é m i o Dramátw o Hlapano A m e i h ano Pro
n ú m e r o de um festival realizado p e l o Centro de C u l t u r a S o c i a l , num dos últimos m o ç ã o d o Centro de Cultura Social.
sábados, no qual foi a p r e s e n t a d a a p e ç a " U m a Mulher D i f e r e n t e " da autoria d e P e d r o Representou-se " N a d a " . Peça social em quatro aton do I i n a n i loinail
Catallo. Seu autor está de parabéns. Profundamente significativos em face da d e c r é -
pita moral existente na s o c i e d a d e burguesa, os c o n c e i t o s filosóficos nela apresen- ATRAENTE FESTIVAL
tados e n c e r r a m um a r g u m e n t o interessante, c u j o m o t i v o é t a m b é m o p r o b l e m a em
que se defrontam várias famílias que alicerçam a moral e m c o n c e p ç õ e s passadistas, Dia 26 de junho, às 20 hs. no Salão do Grémio DmmAii. o Hispano A m m i i a n o .
acorrentadas a um s e m - n ú m e r o de c o n v e n i ê n c i a s e p r e c o n c e i t o s . O d e s e m p e n h o d o Programa:
elenco artístico esteve muito b o m . T a n t o a parte e n c a r r e g a d a de interpretar os perso-
1. ° — " O E s c r a v o " — d e D i o g o José fnitumonho
nagens c ó m i c o s , c o m o os d e m a i s , saíram-se a inteiro c o n t e n t o , revelando q u a l i d a d e s
o t e n d ê n c i a s dramáticas. P r i n c i p a l m e n t e o nosso velho e incansável c o m p a n h e i r o 2. ° — " C a s a d e D o i d o s " — d e F. NapolnAo VMOfiI
Dito, que viveu a figura s i m b ó l i c a do industrial t i r â n i c o , que se prevalece da sua 3. ° — Ato variado
«levada posição social para conseguir o amor de sua e m p r e g a d a .
4. ° — G r a n d e baile
NAo poderíamos deixar de destacar aqui o t r a b a l h o de G u i d o Mazzetti que tem (Em prol d o c o m p a n h e i r o Raul V i d a l , que se e n o o n t i a mm C a m p o * .It» .lordAo, o m
qualidades que o deveriam incentivar a c o n t i n u a r a sua vida teatral. A n a t u r a l i d a d e t r a t a m e n t o de saúde.)
caminhos a novas f o r m a s de expressão. E isso é a n a r q u i s m o , p o r q u e o a n a r q u i s m o é
a mais elevada e x p r e s s ã o artística da humanidade.
16 j u l . n.° 7 A Plebe — ano XXXII — nova fase
(Souza Passos)
O A N A R Q U I S M O C O M O EXPRESSÃO ARTÍSTICA
" A morte do autor de Jeca Tatu" — Artigo elogioso
A l g u n s intelectuais da burguesia, t o m a n d o erradamente os princípios anarquistas c o m o
d o u t r i n a de nivelamento, p r o c u r a m nivelar ideias libertárias negando-lhes o valor que
têm c o m o expressão de arte e de beleza. 3 set. n 18 A Plebe
Nesse e r r o i n c o r r e m t a m b é m muitos d o s nossos c a m a r a d a s , que t o m a n d o d o anarquis-
mo s o m e n t e o seu aspecto s o c i a l , atiram para planos inferiores a sua f i n a l i d a d e esté- ' G i g i Damiani" — artigo de Afonso Schmidt
t i c a , e a arte. e s s e n c i a l m e n t e a n á r q u i c a , p o r q u e ó, sem d ú v i d a , a expressão mais livre
do i n d i v i d u a l i s m o e que tem uma f u n ç ã o criadora, quase n u n c a esta ligada aos m o t i - 13 out. n.° 19 A Plebe — ano XXXII
vos de luta e de c o m b a t e , no c a m p o da p r o p a g a n d a libertária. Isto tem feito c o m
que, dentro d o c í r c u l o a c a n h a d o em que se p r o c e s s a m , p r i n c i p a l m e n t e entre nós, o A T R A E N T E FESTIVAL
d e s e n v o l v i m e n t o e a e v o l u ç ã o das ideias, não se c o n c e b a o a n a r q u i s m o senão c o m o Iniciativa d o C e n t r o d e Cultura S o c i a l . Pelo G r u p o Teatro S o c i a l . Dia 23. ás 20:00.
um ideal de famintos, apenas c o m o instrumento de reivindicações proletárias, e n - n o Saláo H i s p a n o - A m e r i c a n o
1.° — " T a b u " — c o m é d i a em três atos de Francisco X. S o b r a d o (versão livre d e J o ã o
c e r r a d o num p r o b l e m a e c o n ó m i c o e moral das massas trabalhadoras.
Bastos)
Ora, sendo o a n a r q u i s m o uma d e p u r a ç ã o de todas as filosofias, o que equivale a
dizer q u e é o resultado de t o d a s as c o n c l u s õ e s c i e n t í f i c a s , p o r q u e o c o n f r o n t o e o 2 ° — A t o variado c o n s t a n t e de c a n t o , m ú s i c a e d e c l a m a ç ã o
livre exame de todas as teorias levam, necessariamente, logicamente, à finalidade
a n á r q u i c a , é c l a r o que as classes cultas e estudiosas tôm o dever de procurar iden- 4 dez. n ' 20 A Plebe
t i f i c a s s e c o m esta filosofia, c u j o sistema, d e s p i d o das a b e r r a ç õ e s metafísicas,
t e n d o c o m o base as ciências naturais, melhor e mais naturalmente se processa a Dia 8 de Janeiro de 1949, no salão do G r é m i o Hispano-Americano c o m o g r u p o t e a t r a l
assimilação dos seus c o n c e i t o s . d o C e n t r o de Cultura Social

Os interesses criados, q u e se c h o c a m , indiscutivelmente, c o m os p r i n c í p i o s de l i - 1. ° — " U m a Mulher Diferente" — de Pedro Catallo


berdade e de justiça p r o c l a m a d o s pelos anarquistas, não deveriam c o n s t i t u i r um 2. ° — Ato v a r i a d o
entrave ao a p e r f e i ç o a m e n t o d o intelecto, porque os anarquistas não p r e t e n d e m inver-
ter os papéis na o r d e m s o c i a l : se a c e n t u a m , c o m o c o n d i ç ã o indispensável para a 1949
realização prática de uma s o c i e d a d e livre, o d e s a p a r e c i m e n t o d o s interesses c r i a d o s
pelo sistema estatal, não é e m b e n e f i c i o de uma seita, de um partido ou de uma 1.° mai. n.° 22 A Plebe — Ano XXXII
corrente p a r t i d á r i a : é c o m o garantia da felicidade humana e m b e n e f i c i o d e t o d o s .
" O s M o r t o s " — peça de Florêncio Sanchez. No festival do Centro de
Integrado o i n d i v í d u o na p l e n i t u d e das suas f a c u l d a d e s c r i a d o r a s ; l i b e r t a d o de todos
os p r e c o n c e i t o s raciais, religiosos e sociais que o a m e s q u i n h a m porque lhe destroem
Cultura Social, dia 26 do mês passado (abril), no Salão Hispano-
a p e r s o n a l i d a d e , c o l o c a d o na posse de. t o d o s os recursos necessários à sua c a p a c i - Americano
tação cultural, estaria, sem d ú v i d a , à altura das mais elevadas c o n c e p ç õ e s artísticas.
Comentário:
A r t e ó sentimento, v i b r a ç ã o , vida e p e r s o n a l i d a d e . Se os s e n t i m e n t o s são livres, livres
t a m b é m são as v i b r a ç õ e s na vida e na p e r s o n a l i d a d e d o artista. Ao c o n t r á r i o d o q u e A l é m da menina D o r i n h a Valverde, que se salientou no papel de Lalo, d a n d o a i m -
acontece e m nossos dias, em que as manifestações artísticas estão sujeitas a o mer- pressão de ser um perfeito menino, não há nomes a destacar ( . . . ) Músicos e c a n -
c a n t i l i s m o da v i d a s o c i a l , ou s o f r e m as consequências do d e s e q u i l í b r i o e c o n ó m i c o tores do ato de variedades t a m b é m se houveram a c o n t e n t o , m o s t r a n d o sentimento
que leva os indivíduos a s u b o r d i n a r os seus sentimentos aos interesses c r i a d o s pelo e segurança nas suas e x e c u ç õ e s .
capitalismo, imagine-se até onde chegaria a força c r i a d o r a d o i n d i v í d u o num a m -
biente e m que ele não sentisse a necessidade de coibir-se a si m e s m o ! Dentro desse 18 jun. n 23 A Plebe
c o n c e i t o é que d e v e m o s julgar as manifestações artísticas, se q u e r e m o s c o m p r e e n d e r a
arte. E o que p r e t e n d e o a n a r q u i s m o é j u s t a m e n t e dar a o i n d i v í d u o a posse de si Realizou-se dia 30 d e a b r i l , no Salão H i s p a n o - A m e r i c a n o . promoção d o Centro de
mesmo, integrá-lo na c o n s c i ê n c i a plena de todas as suas f a c u l d a d e s c r i a d o r a s . Poderão Cultura Social
objetar, aqueles q u e são incapazes d e c o n c e b e r a l i b e r d a d e sem a u t o r i d a d e , q u e o s
1. ° — " N a d a " — E r n â n i Fornari
motivos patrióticos e as c o n c e p ç õ e s religiosas têm f o r n e c i d o elementos de g r a n d e
valor artístico e citarão, para exemplificar, M i c h e l a n g e l o B u o n a r r o t i , C a m õ e s o u 2. ° — Ato de v a r i e d a d e s (canto e d e c l a m a ç ã o )
Dante, Velasquez ou V i r g í l i o . Mas, estudando-se a f u n d o a vida de t o d o s os génios, Em j u l h o haverá o u t r o e s p e t á c u l o n o Salão Luso-Brasileiro (Rua da G r a ç a . 608).
o que mais realça neles é precisamente o seu a n a r q u i s m o , isto é, o seu e s p i r i t o d e
i n d e p e n d ê n c i a , a sua p e r s o n a l i d a d e artística e m luta c o m o meio, s u b m e t i d a aos Programa: " O s M o r t o s " — de Florêncio Sanchez
interesses dos poderosos espirituais ou políticos e c o n ó m i c o s ou s o c i a i s . O que fica
de suas obras é o f u n d o r e v o l u c i o n á r i o e f i l o s ó f i c o que as a n i m a . O seu sofrimento, 24 out. n 25 A Plebe
a sua rebeldia, a sua ânsia de perfeição!
FESTIVAL
Os motivos que serviram aos grandes génios c o m o f o r m a de e x p r e s s ã o artística não Dia 29 de o u t u b r o , festival d r a m á t i c o - d a n ç a n t e d o C e n t r o de Cultura Social
i m p o r t a m , se tivermos em conta que o i n d i v i d u o é p r o d u t o d o m e i o , c o n c e b e e
roaliza c o n f o r m e as ideias d o seu t e m p o , valendo-se das formas de e x p r e s s ã o q u e 1. ° — " A S o m b r a " — d e Dario Niccodemi
o ambiente lhe p r o p o r c i o n e . Se c o n s e g u e superar o meio ambiente, s e ultrapassa a 2. ° — Baile
época e m que vive, ó porque os seus c o n c e i t o s , as suas manifestações artísticas, os
L o c a l : VBE (Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o . 71) às 20:00
•uniu p r o v i m e n t o s c o n t é m o s p r i n c í p i o s q u o rasgam os céus do futuro o abrem
jul. n 8 Dealbar MIM)
" A r t e de laboratório" — reportagem sobre o Centro de Cultura Social 10 mar. n.° 26 A Plebe — Ano XXXIII
(artigo de Olney Krúse). CARNAVAL NA AFRICA
out. n 9 Dealbar O .irli(|o apresenta uma visão la arte ucçjra, da arte mstintiv.i. BtC
Comentário sobre um programa realizado dia 2 de setembro IU(H,UAI IA DL FLORENTINO DE CARVALHO
Programa: Obs.: O jornal menciona o aparecimento da revista Zaratustra em 1951,
publicação bimensal. Há outra revista, Arte e Vida, de Souza Passos.
1.° — "Onde Anda a Liberdade"
2. ° — " O Canto do C i s n e " I.° mai. n.° 27 A Plebe
C o m e m o r a n d o o P r i m e i r o de Maio, o Centro de Cultura S o c i a l r e a l i z o u , dia 29 de
dez. n.° 10 Dealbar a b r i l , u m festival e m que t o m a r a m parte elementos d o G r u p o de Teatro S o c i a l .
Programa:
Elenco da peça " O Guerreiro" (Waldir Kopeszky)
Luiz C. La False, Farias Magalhães. Kopeszky. Luiz A. Lopes, Luiz Coelho Poça d r a m á t i c a e ato v a r i a d o (Salão L u s o - B r a s i l e i r o , à Rua d a G r a ç a , 608)
Neto, Cuberos Neto, Dinah Krúse
out. n. 28 A Plebe
n.° 17 Dealbar — Ano II UMA PEÇA DE M A U G H A M N U M FESTIVAL PROLETÁRIO
Biografia de Edgard Leuenroth P r o m o ç ã o do Centro de Cultura S o c i a l . Realizou-se n o dia 30 de s e t e m b r o , no salão
d a Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o 7 1 , um g r a n d e festival c o m a r e p r e s e n t a ç ã o d e " C i c l o n e " .
(Data de nascimento: 31.10.1881; local: Moji-Mirim)
Direção de Pedro C a t a l l o . Distribuição:
M a u r i c i o ( p a r a l í t i c o ) : Cecílio Dias Lopes
Dr. Harvester — Guido Mazzetti
Stevens — Luiz Mazzetti
Um criado — Jayme Cuberos
Finalizou o e s p e t á c u l o u m ato v a r i a d o

dez. n. 29 A Plebe
No p r ó x i m o dia 30 haverá um festival do C e n t r o de Cultura S o c i a l .
P r o g r a m a : " A I n s e n s a t a " , de P e d r o Catallo

1952
2 fev. n.° 31 A Plebe
O S E N T I D O A R T Í S T I C O DO ANARQUISMO

Toda o b r a de arte, p e r t e n ç a ela à escola que pertencer, tem uma f u n ç ã o libertadora.


O fato de constituir u m a a f i r m a ç ã o da p e r s o n a l i d a d e , de ser u m estado e m o t i v o d o
i n d i v i d u o , já é uma libertação. Mas q u a n d o a obra de arte atinge a perfeição capaz
de p r o v o c a r nas massas (massas humanas, e não apenas massas operárias) a mesma
e m o t i v i d a d e sentida p e l o artista que a p r o d u z i u e c r i o u , e n t ã o a arte a d q u i r e u m a
f u n ç ã o s o c i a l , p o r q u e se torna sentimento c o l e t i v o . . .

(Souza Passos)

1967
jun. Dealbar
Centro de Cultura S o c i a l : trinta e quatro anos de existência
" L a b o r a t ó r i o s d e e n s a i o s " — A u l a s d e teatro, debates, e x p o s i ç õ e s , c o n f e r ê n c i a s . E n -
trada f r a n c a .
Eis a verdade sobre os a c o n t e c i m e n t o s que se passaram na noite de sábado, justas
e x p l o s õ e s de ó d i o p o p u l a r c o n t r a o nefasto jesuitismo q u e nos avassala c o m a
a q u i e s c ê n c i a c r i m i n o s a de um g o v e r n o r e p u b l i c a n o que náo c o r a vendo os e x e m p l o s
que nos dáo Portugal e Espanha, paises regidos pela f o r m a m o n á r q u i c a ( . . . ) Em
virtude disto, o chefe de p o l i c i a que p r o i b i u a representação do drama de P . G . o
que é altamente censurável, q u a n d o na Espanha que ele d e u lugar a lutas violentas
c o n t i n u a ele em cena e . . . m a n d o u convidar o nosso diretor a ir c o n f e r e n c i a r c o m
S. E x c i a . ( . ) Conversou l o n g a m e n t e c o m o p r i m e i r o - d e l e g a d o , Dr. A n t ô n i o d e Godoy,
q u e lhe c o m u n i c o u , da parte d o Sr. Dr. chefe de policia, que quaisquer manifestações
j n t i c l e r i c a i s seriam r e p r i m i d a s c o m t o d a a energia, bem assim que estavam p r o i b i d a s
as r e p r e s e n t a ç õ e s d e " E l e c t r a " .

(Editorial)

17-18.10.1903 — n.° 19
" O Dever" — drama em quatro atos de Joaquim Alves Torres
Ao finalizarmos a leitura d o b e l o trabalho d o Sr. J o a q u i m Alves Torres, não p u d e m o s
c o n t e r a nossa satisfação e e x c l a m a m o s : " ê superior à ' E l e c t r a ' " . E de fato, " O D e v e r "
é m u i t í s s i m o s u p e r i o r ao d r a m a de Perez Galdós, q u e tanto r u i d o p r o d u z i u , já p o r q u e
para o nosso meio e x p r i m e melhor o perigo n e g r o , já porque os personagens apresen-
t a v a m u m caráter mais de a c o r d o c o m o s p r o g r e s s o s da h u m a n i d a d e . O Dr. Eugênio
CRÓNICAS/CRÍTICAS TEATRAIS
é i n f i n i t a m e n t e superior ao M á x i m o p o r q u e apresentado c o m o u m h o m e m d e c i ê n c i a ,
manifesta-se tal d o c o m e ç o a o fim d o drama e não tem as pulhices d o sábio da
" E l e c t r a " O t i p o do padre jesuita (Angelini) foi p e r f e i t a m e n t e e s t u d a d o pelo autor, q u e ,
" A ELECTRA" DE PEREZ GALDÓS
mais ousado que Perez Galdós, nos a p r e s e n t o u o padre tal qual ele ó, e m toda a A Lanterna, 20.1.1901 — n.° 4
h e d i o n d e z d e sua p r e j u d i c i a l profissão. E o p a d r e Raphael, s a c e r d o t e m a ç o m , fiel aos
p r i n c í p i o s sãos da Maçonaria, é uma f i g u r a admiravelmente estudada. Educa c o m " A E l e c t r a " d e Perez G a l d ó s foi r e p r e s e n t a d a e m São Paulo. Na noite d e s á b a d o de
c a r i n h o os sobrinhos Eugênio e A u r o r a , afastando-os das f o r ç a s religiosas e f o r m a n d o - aleluia e m que pela primeira vez subiu o j á c é l e b r e drama à c e n a , o p ú b l i c o que
Ihes o e s p i r i t o n u m s e n t i m e n t o muito mais n o b r e e mais e l e v a d o : o c r i s t i a n i s m o p u r o . enchia o S a n f A n n a , d a n d o provas de seu ó d i o a o j e s u i t i s m o , que se implanta no
Para se c o m p r e e n d e r a superioridade deste t i p o , basta a leitura d o seguinte final da Brasil c o m a p r o t e ç ã o c r i m i n a l d e um g o v e r n o r e p u b l i c a n o , a p l a u d i u e n t u s i a s t i c a m e n t e
cena X, d o t e r c e i r o a t o : a o b r a a n t i c l e r i c a l e a n t i j e s u í t i c a , e s e m p r e q u e a p a r e c i a m e m c e n a Pantoja e as
freiras, p e r s o n i f i c a ç ã o d o j e s u i t i s m o , os e s p e c t a d o r e s i r r o m p i a m e m assobios, m a n i -
RAPHAEL. Já c u r s a n d o e m Roma eu s e n t i a que m e u e s p í r i t o se dilatava e entrevia os
festando assim o s e u terror pela seita m a l d i t a , e c o n t r a a c a n a l h a c l e r i c a l .
deslumbrantes raios desse p r o d i g i o s o sol que se chama c i ê n c i a , e todavia rodeavam-
O nosso diretor devia falar, a p e d i d o de g r a n d e parte do p ú b l i c o , q u a n d o caísse o
me de u m a atmosfera asfixiante — a atmosfera d o c a t o l i c i s m o l
p a n o s o b r e o ú l t i m o ato. mas não o fez p o r q u e p r o c u r o u - o o Major José B e n t o e e m
ANGELINI: Oh! n o m e d o Dr. Saraiva J ú n i o r , s e g u n d o - d e l e g a d o - a u x i l i a r , p e d i u - l h e por favor que não
RAPHAEL: Imagine depois o que c o n q u i s t o u o m e u e s p í r i t o desde que se v i u l i v r e falasse.
da maior c o a ç ã o m o r a l . Então, graças ao estudo m e t ó d i c o , ao livre exame, às ver- F i n d o o e s p e t á c u l o , o p o v o que enchia o teatro p e r c o r r e u as ruas da c i d a d e , po-
d a d e s d i f u n d i d a s p e l o s g r a n d e s sábios, ele p ô d e elevar-se a c i m a do nível e m q u e a dendo-se, sem faltar a verdade, avaliar e m q u i n h e n t a s ou seiscentas pessoas o n ú -
h i p o c r i s i a e a mentira d o m i n a m as c o n s c i ê n c i a s ! mero dos manifestantes, levantando vivas à liberdade e morras a o j e s u i t i s m o .
A N G E L I N I : Isso não é l i n g u a g e m ! E n c o n t r a n d o a massa p o p u l a r o nosso diretor à Rua d e São Bento, pediu-lhe que fa-
R A P H A E L : (animando-se) Entoo estudei o Cristo h i s t ó r i c o , c o m p a r e i opiniões e tirei lasse, d i r i g i n d o B e n j a m i n Motta a palavra ao povo. de um s o b r a d o à Rua José B o n i -
uma conclusão que m e s a t i s f e z . Igualmente e s t u d e i as d o u t r i n a s de Roma c o m suas f á c i o , s a u d a n d o a t o d o s aqueles que vinham de afirmar de u m m o d o tôo c a t e g ó r i c o ,
f r a n c o e leal, o seu ó d i o ao j e s u i t i s m o , e i n c i t a n d o o povo a c o n t i n u a r na sua o b r a
c o n t r a d i ç õ e s , seus a b s u r d o s , suas i n d i g n i d a d e s até — e as repeli. Resultado: Cristo
dé s a n e a m e n t o s o c i a l , até que o ú l t i m o frade e o ú l t i m o jesuita d e s p i s s e m a sotaina
f i c o u e a Igreja romana se f o i l
i m u n d a o u . se tanto fosse preciso, até que estivesse e x t e r m i n a d a a raça desses para-
A N G E L I N I : (encolerizando-se) Está l o u c o !
sitas sociais ( . . . ) D e p o i s p e r c o r r e u o povo a i n d a diversas ruas d a c i d a d e , i n d o até
R A P H A E L : Mas fui sacerdote e tentei observar os preceitos ditados por Jesus no o Largo de São Bento, o n d e , e m sinal de protesto contra o b a i x o m e r c a n t i l i s m o que
c u m p r i m e n t o de um dever de c o n s c i ê n c i a . Batizei, casei e e n c o m e n d e i mortos, pois c a r a c t e r i z a a o r d e m religiosa MAIS RICA d o B r a s i l , f o r a m q u e b r a d a s a l g u m a s v i d r a ç a s
era padre e o meu pais tinha uma religião oficial, mas n u n c a olhei para as tabelas do m o s t e i r o de São Bento. Depois dirigiu-se o povo ao Largo d o Rosário, onde falou
da I g r e j a - c o m ô r c i o . o nosso diretor novamente, p e d i n d o que se dispersasse e c o n t i n u a s s e p r e p a r a d o para
t o d a s as lutas que d e v a m ser travadas em q u a l q u e r terreno, contra os jesuítas i n -
ANGELINI: É demais!
f a m e s q u e estáo infestando o Brasil.
R A P H A E L : O que q u e r i a m dar-me, distribuía aos que necessitavam. Para m i n h a s u b -
sistência p r o c u r e i a renda n o magistério a q u e d e d i q u e i o meu e s f o r ç o e de onde No Café Guarany, o n d e se r e u n i r a m muitos dos manifestantes, f a l o u ainda u m a vez
me adveio o respeito, o afeto de inumeráveis d i s c í p u l o s hoje n o e x e r c i d o de profis- o nosso diretor, a p e d i d o das pessoas presentes l i m i t a n d o - s e a ler estas palavras p r o -
sões i n d e p e n d e n t e s . Enquanto servi à Igreja disse missa para satisfação dos crentes, n u n c i a d a s por M á x i m o , n o último ato da E l e c t r a " : " S e j a m o s c o m o e u . s i n c e r o s , f r a n -
c o s , valentes Vamos d e viseira e r g u i d a contra o i n i m i g o ! D e s t r u a m o - l o . se o p u d e r m o s ,
mas aboli a c o m u n h ã o por inútil e a confissão por i m o r a l .
ou selamos por ele d e s t r u í d o s . . . mas, uma vez para sempre, n u m a só luta. n u m a só
A N G E L I N I : (enfurecendo-se) Basta senhor! Não é mister levantar mais a máscara. i n v i - . t i d í i . d i . u m só qolpc O u i>U>. o u n ó s ' "
R A P H A E L : Máscara tem-na todos os de sua la'a que e x p l o r a m a alma dos simples hipócrita que nos rege, não devia, a fim de não c o a d j u v a r c o m a vil matilha de cães
o u dos tolos ignorantes, i m p o n d o - l h e s c r e n ç a em deuses d e terror e v i n g a n ç a que q u e nos infesta, vir dizer n u m livro que o p r o t a g o n i s t a e s c o l h e u u m a cela para remir
i i , D «>xi-.ti;iii, ou cm santos fabricados aos milhares nas forjas do Vaticano. seus p e c a d o s .
ANGELINI: Horror! O nosso p o n t o ó este: o seu livro será d i f u n d i d o e m e s m o a d o t a d o pelos sotainas,
R A P H A E L : Máscara tem-na esses obreiros das terras que f u n d a r a m e p e r p e t u a r a m o b t e r ã o a b s o l v i ç ã o e m o r r e r ã o em paz, e q u e o s freis, os santos q u e já e x i s t e m são
uma c o m p a n h i a e x t o r q u i d o r a e funesta a q u e , c o m afronta ao bem e à pureza asso- retratados c o m o a virtude e m pessoa, e daí o p e r i g o ! Daí o c o n t r á r i o d o que talvez
c i a r a m o d o c e nome de Jesus. o nosso amigo esperava! Em vez de um drama em que a g e r a ç ã o vindoura pudesse
aprender a l g u m a coisa de útil, s a b e n d o que não existem p e c a d o s , que não e x i s t e m
A N G E L I N I : Náo p r o s s i g a ! fantasmas, que não e x i s t e m c r i m e s , p o r q u e t u d o isto é o b r a p u r a e s i m p l e s da s o c i e -
R A P H A E L : Máscara tem-na sempre aqueles que iguais ao senhor m e r c a d e j a m os sa- dade c o r r u p t a e m que vivemos! Irão a p r e n d e r que é e n t r a n d o para um c o n v e n t o que
c r a m e n t o s e atos da Igreja, v e n d e n d o - o s por mais ou por menos, mas nunca dando o b t e r ã o a b s o l v i ç ã o e m o r r e r ã o em paz, e q u e os freis, os santos que lá existem são
do graça. (Animando-se) Máscara tem-na o Sr. f i n a l m e n t e , q u e à s o m b r a de um os que lhes m i t i g a m a dor d o que erradamente fizeram no mundo. C o m o dissemos
Deus e m que d e c e r t o não cré ou desse Cristo c u j a grandeza não sabe, vai para o no p r i n c í p i o desta resenha, s e n t i m o s ter d e e m quase t o d o s os pontos destoar
púlpito arengar contra o regime e leis de um país q u e infelizmente o t o l e r a ! das ideias d o autor d o d r a m a , mas se estas linhas e s c r e v e m o s foi p o r q u e o nosso
O b r a sã, o b r a m o r a l i z a d o r a , o b r a de c o m b a t e contra a m e n t i r a e o erro, " O D e v e r " há dever de c o m p a n h e i r o a isso nos o b r i g o u .
d e f o r ç o s a m e n t e fazer c a r r e i r a g l o r i o s a , m o r m e n t e t e n d o o a m p a r o d a b e n e m é r i t a
A s s o c i a ç ã o Beneficente de Senhoras do Rio G r a n d e d o Sul, à q u a l , c o m o um justo (Ass.: A n t o n i u s )
p r é m i o por t u d o que ela tem feito pela e m a n c i p a ç ã o da mulher, d e d i c o u - o seu autor.
E a benemérita A s s o c i a ç ã o e m que se c o n g r e g a m as belas e nobres filhas d o Rio
G r a n d e d o S u l , para lutar p e l a j u s t i ç a , pelo b e m a m p a r a d o o Dever, c u m p r i r á mais uma A Terra Livre, 13.6.1906 — n.° 10
vez a missão, que ela, c o r a j o s a m e n t e , heroicamente, há dois anos se i m p ô s ( . . . ) .
Registro dentrada (Livros e folhetos)
(Ass.: José Rizol)
" F l o r e a i " , drama social em cinco atos escrito em francês por J. P. Char-
don. versão espanhola de A. Lorenzo. Escola Moderna. Bailen. 56,
CRÍTICA DE "ELVIRA, A MONJA" — drama em quatro atos por Barcelona.
Nathanael Pereira O teatro p r e d o m i n a n t e , absolutamente e s g o t a d o , reduzido a apresentar as m o d a l i d a d e s
O Livre Pensador: 24.7.1904 da vida no q u a d r o estreito da nossa c i v i l i z a ç ã o , c o n s i d e r a d a por nossos d r a m a t u r g o s
quase insubstituível, necessitava de uma nova orientação, devia perder o seu caráter
A c r í t i c a mostra-se-nos t a c i t u r n a no ter de tratar d o livro d e um dos n o s s o s f e r v o r o s o s b u r g u ê s para estender-se livremente até apresentar a h u m a n i d a d e sob novas c o m b i -
c o m p a n h e i r o s . O nosso m o d o de pensar, p o r é m , o nosso p r o g r a m a , e, a l é m d e t u d o , a n a ç õ e s e n o v o s p o n t o s d e vista. A essa t e n d ê n c i a c o r r e s p o n d e " F l o r e a i " , e o autor
Ideia que a b r a ç a m o s , q u e é a q u e a b r a ç a este nosso c o n f r a d e , o b r i g a - n o s a e m b o r a a c u m p r e o seu f i m c o m grande i n s p i r a ç ã o e verdadeira e n e r g i a . Uma família burguesa,
a p r e c i a ç ã o seja desfavorável a seu trabalho, exercê-la c o m a c o n v i c ç ã o que a s i n - miserável resto d o p r i v i l é g i o e x t i n t o , vê-se e m frente de Naturalia, c i d a d e livre onde
ceridade i m p õ e . C o m e ç a r e m o s por uma análise ligeira, pela q u a l , d e m o n s t r a m o s que teve s o l u ç ã o o p r o b l e m a da h a r m o n i a entre o capital e o t r a b a l h o p o r q u e todos são
a é p o c a e s c o l h i d a para o drama foi infeliz para o seu autor. Na atualidade e m que p r o d u t o r e s , c o m p a r t i l h a m a riqueza p r o d u z i d a e n i n g u é m é d o n o abusivo de nada.
os dramas por demais sanguinolentos se c o n f u n d e m , e m que a t r a g é d i a , o mistério
e m e s m o a farsa têm e n c o n t r a d o a m p l o d e s e n v o l v i m e n t o , seria por d e m a i s s u s p e i t á v e l , Do c h o q u e destas duas entidades, uma m e s q u i n h a e vil, outra a m p l a m e n t e generosa,
admitir-se que um adultério p r o v o c a d o s i m p l e s m e n t e pelo e n f r a q u e c i m e n t o de u m a resulta uma a ç ã o d r a m á t i c a interessante, desenrolada num m e i o c o m u n i s t a , onde as
mulher, ressultasse s o m e n t e o claustro para a esposa e a morte civil p a r a o m a r i d o . personagens se m o v e m livre de toda a moral c o n v e n c i o n a l e contidas pela moral
r a c i o n a l , p r o d u t o da cultura individual e coletiva.
Embora o c o m p l e m e n t o n o final do quarto ato, da noite t r á g i c a d o t r a i d o r da a m i -
zade d o protagonista da peça, venha suavizar um p o u c o o p e n s a m e n t o d a q u e l e s q u e
a c o m p a n h a m c o m interesse toda a (história) leitura d o d r a m a , este seria s i m p l e s -
mente uma lição supersticiosa para demonstrar, c o m o dizem os carolas, que q u e m A Terra Livre. 28.6.1906
neste m u n d o faz, neste p a g a . C o n t i n u a n d o d i r e m o s q u e o a d u l t é r i o é p r o v o c a d o d e
diversas formas ou pelo e n s e j o d o possuir luxos, riqueza ou pelo amor. O autor
Registro d e n t r a d a (Livros e folhetos)
n ã o tratou d e , num e p i l o g o , e x p l i c a r a p r o c e d ê n c i a d o a m o r d e Carlos por Elvira.
" O s Esmagados" ("La Vraie Justice"). Peça em um ato por Eduardo Pro-
O u t r o caso é o a p a r e c i m e n t o dos fantasmas de M á r i o e de Elvira. Este é u m dos then, traduzida em português por Carlos Nobre. Editor: Grupo O Cons-
pontos que temos mais que falar a o nosso a m i g o e novel escritor d o d r a m a . C o m e -
trutor Civil, Rua da Almada, 641, Porto.
Liiiomos poi dizei que descremos que a mesma mão que há bem pouco t e m p o es-
c r o v o u o lindo h i n o Eia, avante p u b l i c a d o por esta f o l h a , fosse a m e s m a q u e escreveu
£ u m a cena simples e bela. A filha d u m j u s t i ç a d o vai s u i c i d a r - s e : mas sobrevêm a
"Elvira, a Monja".
f i l h a d o assassinado que a leva para irem a m b a s reclamar a verdadeira justiça — a
A h ! Vo so a d o s c r o n ç a d o h o m e m s o b r e o que existe nesta f r a s e : " R e j e i t a e o e m b u s t e que evitaria os c r i m e s . Elas vão dizer aos d e s g r a ç a d o s :
e a m o n t i r a " . A q u i e n c o n t r a - s o u m a fantasia r o m a n e s c a de é p o c a s t r a n s c e n d e n t a i s .
• jii.ini.• . ii quantos nssuntos nAo tora e n c o n t r a d o o nosso caro a m i q o , na o v o l u ç ã o da — N ã o há razão para sofrerdes tanto, tão duras penas, p e l o f a t o de terdes este ou
h u m a n i d a d e , que destoam c o m p l e t a m e n t o d o que t o m o u por baso, para escrever o aquele p a i , do a c a s o vos ter c o l o c a d o e m tal ou tal c a t e g o r i a s o c i a l . O sol nasce
• n u duimaV Náo i l i m m o n que a poça om si não e n c e r r e conas comovnntnr». t r á g i c a s p a r a todos, e se a t e r r a ó p r ó d i g a mãe, é c r i m e rastejar n a miséria a pretexto d e
• ' d r a m é t l O M p o i s q u e disso ela acha-se r e c h e a d a , t e m o s a p e n a s a dizer q u e o s e u que há grandes na terra que vivem felizes.
iiuioi um livre pensador, h o m e m p o r t a n t o aem p r e c o n c e i t o s aobre o c o n v e n c i o n a l i s m o E s p o l i a d o s ! O c u p a i o vosso lugar no banquete da vida!
GRUPO DRAMÁTICO TEATRO SOCIAL Essa c a n t a d a de p o l i c h i n e l o s que faz a vazia d e c l a m a ç ã o d e c e r t o s m o t i v o s pueris,
o u q u a n d o m u i t o uma pretensiosa filosofia de ratos de b i b l i o t e c a , constitui p r e c i -
Novo Rumo — Rio de Janeiro — 19.9.1906 — n.° 14 Ano I) samente a b a g a g e m artística das empresas teatrais que o p r o l e t á r i o favorece.
As gazetas c e l e b r a m os d r a m a t u r g o s , c o m e n t a m e n f a t i c a m e n t e e sem c r i t é r i o o
Do G r u p o D r a m á t i c o Teatro Social r e c e b e m o s a seguinte c o m u n i c a ç f i o : "Realizou-se
e n t r e c h o das peças e o sucesso está feito. Fale-se de g e n t e nova, q u e p r o m e t e
n o dia 16 d o corrente, na sede do S i n d i c a t o dos T i p ó g r a f o s , a Assembleia Geral deste
m u i t o : é q u a n d o a insuficiência da instrução científica não c o n s e n t e ao escritor um
g r u p o , sendo discutidas e aprovadas as suas bases f u n d a m e n t a i s que sôo as seguintes:
d i g n o e s f o r ç o em prol d e uma idóía e o leva a rebuscar sujeis a que s ó o t e m p o deu
1. ° — O G D T S será c o m p o s t o d e o p e r á r i o s e o p e r á r i a s que p e r t e n ç a m às suas asso- valor, p o n d o nas ribaltas triunfais e o l í m p i c a s e x o t e r i s m o s d e c o n f u n d i r o pobre
c i a ç õ e s de classe e estejam q u i t e s c o m as m e s m a s ; d i a b o que n ã o os p e r c e b e . Se por a c a s o , no recorte plástico da obra reside uma
2. ° — ficarão isentos da e x i g ê n c i a d a cláusula a n t e r i o r para p e r t e n c e r e m ao G r u p o , certa peça estética, vêem as personagens c o n t a r - n o s , c o m t r o ç a ou e m lamúrias
os mestres e c o n t r a m e s t r e s q u e por lei dos s i n d i c a t o s d e suas classes a eles não intrigas a n e d ó t i c a s , e não nos dão a nota intensa d e um largo s e n t i m e n t o de alegria
ou de a n g ú s t i a h u m a n a s e m que a m u l t i d ã o se r e c o n h e ç a . N á o se exalta ai a s i n c e -
possam p e r t e n c e r ;
ridade, n ã o se sente latejar a vida, q u e q u e r e m o s g l o r i f i c a r e d e q u e o povo só p o d e
3. ° — os seus fins s ã o : p r o m o v e r , l o g o que se t e n h a capital bastante, a c r i a ç ã o d a tirar os e l e m e n t o s de um l ó g i c o e n s i n o moral e intelectual.
Casa d o Povo e p r o p a g a r por meio de e s p e t á c u l o s as m o d e r n a s d o u t r i n a s s o c i a i s ;
De que serve ouvir gritar pela gorja o p r o c u r a d o v o c á b u l o das c r ó n i c a s d e idades
4. ° — este g r u p o será a d m i n i s t r a d o por um secretário q u e terá a seu c a r g o a d i r e ç ã o
d e s a p a r e c i d a s , q u a n d o na a ç ã o d r a m á t i c a a f a s c i n a ç ã o mortal do passado, anes-
de t o d o o e x p e d i e n t e e por u m t e s o u r e i r o q u e terá s e m p r e e m b o a o r d e m a parte
tésico de t o d a s as energias, j u s t i f i c a ç ã o de t o d a s as rotinas, d e s â n i m o para a luta,
financeira;
d e s e s p e r a n ç a do F u t u r o ? E a pobreza f r a n c i s c a n a de uma pseudo-análise, a m i n u -
5. ° — haverá u m diretor d e cena, que i g u a l m e n t e c o m o s e c r e t á r i o e o t e s o u r e i r o ciosa e inútil d i s s e c a ç ã o de insignificantes a n a t o m i a s ?
s e r á a c l a m a d o pela A s s e m b l e i a Geral e a q u e m c o m p e t e a d i s t r i b u i ç ã o das o b r a s q u e
Mas não ó isto o teatro do povo. Não é isso o novo teatro.
deverão representar-se;
A l i t e r a t u r a d r a m á t i c a hoje democratiza-se. Não se c o m p r e e n d e o e s f o r ç o d e u m
6. ° — serão c o n s i d e r a d o s d e s l i g a d o s d o G r u p o os c o m p a n h e i r o s q u e , sem causa
d r a m a t u r g o no interesse exclusivo de nos dar, através d e um d e s d o b r a m e n t o d e p e r i -
j u s t i f i c a d a , se recusarem ao d e s e m p e n h o dos papéis q u e lhes f o r e m d i s t r i b u í d o s , ou
pécias, a e x i s t ê n c i a mais ou menos c o m p l i c a d a de u m t i p o .de e x c e ç ã o .
c o m i s s õ e s d e que f o r e m e n c a r r e g a d o s p a r a o b o m a n d a m e n t o d o e s p e t á c u l o ;
A observação chamada imparcial nada quer dizer. Se o a r t i s t a c r i a t i p o s , i n v e n t a ,
7. ° — os e s p e t á c u l o s e m b e n e f í c i o d e o p e r á r i o s serão c o n c e d i d o s m e d i a n t e s o l i c i -
descreve, analisa s e n t i m e n t o s e chega à síntese, ao c o n h e c i m e n t o da alma c o l e t i v a ,
t a ç ã o das c o m i s s õ e s administrativas d o s s i n d i c a t o s a que p e r t e n c e r e m , só sendo
fá-lo no interesse de d e m o n s t r a ç ã o . No teatro não se representa para descrever mas
a t e n d i d o s os s i n d i c a t o s que t e n h a m p r e s t a d o o seu a p o i o ao G r u p o D r a m á t i c o
sim para provar.
Teatro S o c i a l .
Desenvolver uma alta e serena filosofia s o c i a l de j u s t i ç a , de l i b e r d a d e , de igualdade
Depois de a p r o v a d o o estatuto acima, foi a c l a m a d o o seguinte d i r e t ó r i o :
e, paralelamente fazer uma a c e r b a c r i t i c a d o m u n d o atual eis o que há a esperar d o
Secretário: M C. N o g u e i r a teatro do povo. a t i v a n d o peto Imediato efeito de vivissecçâo d r a m á t i c a o f o g o i n s t i n t i v o
T e s o u r e i r o : A n t ô n i o S. M o n t e i r o d a insubmissão, a c u r i o s i d a d e civil e redentora do D e s c o n h e c i d o . Não é fazer d o
escritor u m r e t ó r i c o moralista, pois que ele não pode viver a sua arte, indiferente ao
Diretor de c e n a : M. Ferrer ao seu m e i o e aos seus c o n t e m p o r â n e o s . Se as obras-primas d o g é n i o artístico são
O secretário. M. C. Nogueira uma idealização do s e n t i m e n t o e da inteligência populares, a a l m a do povo, c h a m a d o
á vida livre pelo c é r e b r o do entrave a r t i f i c i a l das atuais seleções, há de fatalmente
reconhecer-se nos heróis que fez criar. Uma noção da verdade, da justiça e da beleza
persiste e m g r a d a ç õ e s diferentes, b e m o sei, e m t o d a s as a l m a s , até nas m e n o s d e l i -
TEATRO DO POVO c a d a s . Popularizar este s e n t i m e n t o c o m u m , n u m sentido favorável à sua exaltação, deve
ser o o b j e t o p r i n c i p a l d o teatro do povo a c e r c a d o qual p e d e m a m i n h a o p i n i ã o i n s i g n i -
Novo Rumo ficantíssima.

Para os e s p í r i t o s que r e c o n h e c e m a perigosa i n f l u ê n c i a de c e r t o s p r o c e s s o s na Af a tem os c a m a r a d a s , nessas despretensiosas linhas que d e i x o escritas, simples-
miséria moral e material em que vivemos, é uma tarefa d i g n a de t o d o s os e s f o r ç o s m e n t e d i t a d a s pela e n o r m e s i m p a t i a q u e me merece a tentativa.
essa de acabar de vez com a banal e x i b i ç ã o de s e n t i m e n t a l i d a d e s a l a m b i c a d a s que (Ass.: Cristiano d e Carvalho — 1 9 . 0 9 . 1 9 0 6 )
uma turba-multa de autores sem e s c r ú p u l o s teima e m fazer aceitar c o m o arte d e
teatro. F o r ç a n d o a razão fácil das plateias p o p u l a r e s , s e m u m c o n c e i t o honesto que
traduza intuitos de e d u c a ç ã o ou de beleza, tais indivíduos não r e c e i a m e n g u l h o s de
c o n s c i ê n c i a na c r í t i c a indígena impunes à certa p e l o f a v o r i t i s m o de primitivos e pela A LUZ DA RIBALTA
ignorância manifesta do p ú b l i c o que os aceita. Novo Rumo — Rio de Janeiro — 22.1.1907 — Ano II — n. 18
C o m efeito a arte despida de um p u r o objeto de s i n c e r i d a d e ou de fé, sem uma
O G r u p o D r a m á t i c o T e a t r o S o c i a l d e u - n o s a 13 do andante mais u m p r o v e i t o s o sarau
idóía capaz d e purificar os espíritos o b c e c a d o s por d o e n t i o s p r e c o n c e i t o s e dar-lhes
d e p r o p a g a n d a libertária. A festa foi e m b e n e f i c i o d a família d o q u e r i d o e s a u d o s o
alento para os destinos f u t u r o s , falta à nobreza de sua missão s o c i a l , p a r a se adaptar
C a m i l l o Soares e, felizmente, esteve b e m c o n c o r r i d a .
ao c r e t i n i s m o p l u t o c r á t i c o do m e i o . Uma l i t e r a t u r a d r a m á t i c a i m p o t e n t e para nos arran-
car ao t o r p o r da vida c o t i d i a n a q u e nos faz e s q u e c e r as rápidas s e g u i d a s crises, os S u b i u maia uma vez à c e n a o " P r i m e i r o d e M a i o " , d e G o r i e " O O c a s o d o a ó d i o s " ,
abalos passageiros, mas tão significativos do m u n d o social, não c o n s e g u i r á despertar agora em português.
08 noeeoe p e n s a m e n t o s , as nossas r e s o l u ç õ e s efémeras, vacilantes no c o n f l i t o moral
O d e s e m p e n h o foi doa melhores q u e o g r u p o nos tem dado. E s t a m o s certos que, se
du século. E é, s e m dúvida a l g u m a , esta benéfica ação moral que se requer na arte
t o d o s os amadores fizessem um b o c a d i n h o de e s f o r ç o e fossem u m p o u c o maia
do lioju.
c o n s t a n t e s aos ensaios, o GDTS e m breve estaria à a l t u r a doa m e l h o r e s d o g é n e r o .
" O I n f a n t i c í d i o " , d o c a m a r a d a M o t t a A s s u n ç ã o está a imprimir. Foram t a n t o s os p e d i d o s t o d o s aqueles e s p a s m a d o s m a n c e b o s c o r r e m c o m o loucos e m b u s c a da mais b e m
que, para os satisfazer náo havia o u t r o remédio. A peça t a m b é m g a n h o u c o m isso feita, para satisfazerem a ânsia d e apertar nos braços, de lhe revelar — sob a f o r m a
p o r q u e c o m a c o r r e ç ã o q u e sofreu f i c o u mais perfeita. O t e r c e i r o ato r e c e b e u mais u m a de amor — t o d o seu desejo de posse, pois que daquele a m p l e x o , daquele enlace
interessante cena e o q u a r t o , várias m o d i f i c a ç õ e s . C o m o o d e s f e c h o náo agradasse l i b i d i n o s o , daquele r e c í p r o c o r o ç a m e n t o , daquelas cócegas náo pode resultar senão
m u i t o e a peça fosse realmente curta para ser levada só, o autor a c r e s c e n t o u - l h e a e x c i t a ç ã o dos s e n t i d o s de a m b o s . Então ali está o h o m e m , o m a c h o , não para
mais um ato, q u e é um e s p l ê n d i d o e c o m o v e n t e e p i l o g o . Os c o m p a n h e i r o s e os c o n h e c e r e c o n q u i s t a r uma alma, u m a c o m p a n h e i r a , mas para gozar a fêmea, cor-
g r u p o s que p e d i r a m " O I n f a n t i c í d i o " estão, pois, avisados. Só o terão q u a n d o sair d o rompè-la e a b a n d o n á - l a ã prostituição.
p r e l o . Entre os pedidos está um de C o i m b r a d o c a m a r a d a S i m õ e s C o e l h o , artista d a
Depois de ter o e n s e j o de lhe demonstrar a sua paixão, convida-a para beber um
Cia. A r a ú j o Pereira. E possível q u e esta t r o u p e q u e aqui p r e t e n d e vir e m maio p r ó -
cálice no bufete. E a l i . entre dois g o l e s , dá-lhe a entender os seus desejos.
x i m o represente " O I n f a n t i c í d i o " .
— Minha s e n h o r a . . . q u e r ter a a m a b i l i d a d e d e . . . me dizer o seu nome?

O BAILE (Aos c í r c u l o s recreativos) Ela, c o m os olhos e as faces e m c h a m a s , reveladoras e um s o r r i s i n h o na boca res-


ponde:
A Terra Livre, 5.2.1907 — n.° 26 — O meu n o m e . . . oh! a h ! . . . é tão f e i o !
" M ã e s cristãs, náo p e r m i t a i s às vossas filhas o b a i l e ! É querer põ-las no caminho — O r a , não é possível q u e , sendo tão bela, tenha um n o m e f e i o . . .
das p e r d i ç õ e s . " — Pois bem, o meu n o m e . . . é . . . Cunegundes...
Assim grita o cura de aldeias, ao d o m i n g o , e x p l i c a n d o o Evangelho. E, r e p r o d u z i n d o O nome é realmente h o r r í v e l ; mas o m o ç o simula um s i n c e r o êxtase:
isto. C. M a r i n o , no seu livro Scuola d i volontà, dava razão ao padre. Nós, p o r é m , não
— O h ! mas que b o n i t o n o m e ! . . . E eu c h a m o - m e J o ã o , um seu c r i a d o , sempre às
p o d e n d o c o n c o r d a r c o m tal i n t e r p r e t a ç ã o , pois q u e o p a d r e , se assim fala às suas
fiéis mães cristas, é para que as filhas vão à igreja, deixem ali a s a ú d e , os cobres suas o r d e n s .
e . . . a l g u m a coisa mais para serem depois r e c o m p e n s a d a s lá n o c é u . . . — O h ! m u i t o o b r i g a d a ! . . . mil a g r a d e c i m e n t o s , Sr. J o ã o . A g o r a é t e m p o de voltar
para a s a l a . . . senão meu n o i v o . . . ficaria i n q u i e t o . . .
Os m o d e r n o s filósofos e moralistas (olhem que não p r e t e n d e m o s fazer moral) c o n -
d e n a m o baile, a n a l i s a n d o todas as c o n s e q u ê n c i a s que dele p o d e m derivar, e m pre- — C o m o ? ! . . . Pois tem u m noivo? E eu que já sonhava e m vir a ser u m dia —
juízo de q u e m o p r a t i c a ; e de faio não p o d e m o s d e s c o n h e c e r a d e g e n e r a ç ã o que q u e m sabe? — o seu e s c r a v o . . . A g o r a f i c o d e s i l u d i d o dessa doce e s p e r a n ç a !
provoca entre as massas t r a b a l h a d o r a s que, em vez de atender às coisas melhores (Continua)
para a sua e m a n c i p a ç ã o , perdem-se em j a n o t i s m o s de a r l e q u i m , capazes de c o r r o m -
per definitivamente, a n i q u i l a n d o - l h e s o bom-senso.
A q u i em São Paulo, onde impera o maior dos fanatismos pelo baile, vai-se ainda mais O BAILE (Continuação)
a l é m : por ele t u d o se sacrifica.
Ora, para que possamos t a m b é m estudar o d a n o e a i m o r a l i d a d e deste baile, c o m e - A Terra Livre, 23.2.1907 — n.° 27
c e m o s por entrar numa festa dada em qualquer centro recreativo e v e j a m o s o efeito
que nos produz. • C o m o saímos dizendo no nosso n ú m e r o passado, o nosso D. Juan f i c o u desiludido
da sua d o c e e s p e r a n ç a e c o m e ç o u a c o r t e j a r outras que lhe p a r e c i a m fáceis de
Soou a hora marcada para o i n i c i o da festa; os c o n v i d a d o s c o m e ç a m a aparecer à apanhar e m suas redes d e . . . mariola.
porta d o salão, uma comissão de quatro ou c i n c o sócios e s c o l h i d o s do c l u b e e m
festa recebe à e n t r a d a os c o n v i d a d o s . Os c o m i s s i o n a d o s vestem fraque a l u g a d o talvez É indiscutível que c o m o este D. J u a n , são quase t o d o s os sócios c o m p o n e n t e s de
no t i n t u r e i r o para fazer boa f i g u r a , e no f u n d o não passam de tristes f i g u r a s , ridí- tais c í r c u l o s onde se d e s p e r d i ç a m à toa tão belas energias de jovens operários, ener-
culos toleirões. q u e i n s p i r a m c o m p a i x ã o até aos mais céticos deste m u n d o . Q u a n d o gias que, e m p r e g a d a s e m favor de sua e m a n c i p a ç ã o e c o n ó m i c a e m o r a l , d a r i a m
aparece à e n t r a d a uma família, os m e m b r o s da c o m i s s ã o porfiam e m dar o b r a ç o bons resultados. T o d o s os operários que têm uma migalha de b o m senso e que
à mais bela j o v e m , e se c o m esta vem uma velha, p o d e i s ficar c e r t o s q u e terá d e p e n s a m c o m a p r ó p r i a c a b e ç a devem saber que, se na s o c i e d a d e há amos e servos,
ir sozinha ate a sala. naturalmente, p o r é m , t e m o s todos os mesmos direitos, tanto mais que os ricos não
s a b e m e x p l i c a r - n o s de m o d o c o n v i n c e n t e a o r i g e m da sua p r o p r i e d a d e privada.
Subindo as escadas, já os rapazes c o m e ç a m a sussurrar palavrinhas inflamadas ao
Somos nós que lhes e x p l i c a m o s que a sua p r o p r i e d a d e representa um furto, uma
o u v i d o das moças — q u e eles n u n c a viram — para lhes d i z e r e m q u e , f i n d a a c h e g a d a
dos c o n v i d a d o s , irão t a m b é m d a n ç a r c o m elas, apertá-las e f u s i v a m e n t e contra o ladroeira p e r p e t u a d a pelos seus antepassados, e m prejuízo dos nossos, dos t r a b a -
peito... lhadores. A razão que sempre nos deram é esta: " T u d o o que p o s s u í m o s é fruto do
t r a b a l h o dos nossos maiores, assim c o m o do n o s s o " .
Q u a n d o as famílias e n t r a m no salão, palpitantes i m b e c i s e m m u l t i d ã o , c o m l a ç a r o t e s
na lapela, c o m o p o l i c i a s , c o m e ç a m a examinar, c o m c e r t o s o l h o s de m a s t u r b a d o r e s , E que t r a b a l h o fizeram eles, p e r g u n t a m o s , se nunca agarraram numa enxada para
ns jovens mais interessantes e g r a c i o s a s , para fazer o que já p r o m e t e r a m o s d a cavar a terra? Que instrumentos m a n e j a r a m para construir uma casa? Que estudos
comissão fizeram para inventar as máquinas, que só e m seu proveito f r u t i f i c a m ? Nada disto
f i z e r a m , toda a sua o b r a f o i : roubar, enganar, roubar e roubar e roubar.
Apenas estes peralvilhos fazem sentar a convidada, inclinam-se profundamente di- Portanto, nós, operários, se não s o m o s estúpidos, vemos claramente que as riquezas,
zendo
fruto d o t r a b a l h o e da natureza, pertencem aos produtores, e que as máquinas, as
Minha senhora casas, são dos seus c o n s t r u t o r e s .
Obrigada, c a v a l h e i r o — diz ela inflamada até a . . . ponta dos c a b e l o s . E c o m e ç a E por isso os o p e r á r i o s d e v e m sentir o dever, o d i r e i t o d e c o n q u i s t a r o que lhes
• diviKjai c o m o pensamento, esperando as grandes frases daqueles seres i n c o n s c i e n - pertence, e não perder-se numa valsa ou num passe quatre c o m esse b a n d o de moços
tes e p r e o c u p a d o s até o e x c e s s o . que gastam o seu t e m p o e energias n u m inútil Centro Recreativo. Não pretenderíamos
''" I " c o m e ç a o baile assiste-se à cena mais repugnante deste m u n d o , capaz de que os o p e r á r i o s se privem dos d i v e r t i m e n t o s que lhes dão intima alegria, não sendo
próprias meretrizes A orquestra entoa as primeiras notas para saltar, | nocivos para si e para os outros. Mas c o n s u m i r e m - s e c o t i d i a n a m e n t e em coisas tolas
e inúteis c o m o o b a i l e , é u m a d e g e n e r a ç ã o sob t o d o s os aspectos. Q u e r e m o s dirigir Para acabar. Os c l u b e s recreativos que e x i s t i a m e m Paris, antes da Revolução
estas perguntas aos o p e r á r i o s apaixonados pelo b a i l e : Francesa, e m vez de limitar o seu programa ao recreio, mteressavam-se pela liber-
a) É i n s t r u t i v o ? C r e m o s que náo — 1." porque não é g i n á s t i c o . 2." porque só serve d a d e de p e n s a m e n t o , e n o seu seio. g e r m i n a v a m a revolta contra o feudalismo, c o n t r a
para manter os sentidos e x c i t a d o s . a o p r e s s ã o e a tirania, c o n t r i b u i n d o p a r a a t o m a d a d a terrível Bastilha, triste m o n u -
b) É h i g i é n i c o ? O p i n a m o s t a m b é m pela negativa, por motivos óbvios. mento da infâmia e d o o b s c u r a n t i s m o .
( " O ano d e 1789 por Emile G a u t i e r " )
c ) Ê m o r a l ? Temos a este respeito e x e m p l o s de bailes públicos nas frequentes ques-
Ass.: Lucifero
tões que se d ã o nos bailes d o s c l u b e s recreativos. E d e p o i s para não ir mais longe, há
muitos pais que levam ali suas filhas c o m o a um m e r c a d o . E n á o existe lugar ou
ensejo mais favorável à c o r r u p ç ã o . As m o ç a s , c o n v i d a d a s pelos " c a v a l h e i r o s " , vão
beber (uma noite inteira sem isso não se passa) um c á l i c e deste, outro daquele, e A Terra Livre, 1.°.6.1907
assim a c a b a m por e m b r i a g a r - s e , c o m o fazem os g e n i t o r e s , e n g o d a d o s p e l o s p r e t e n -
dentes das filhas. B A L A N C E T E DA FESTA REALIZADA EM SAO PAULO EM 16 DE MARÇO DE 1907

E isso basta para provar, cremos, que o baile facilita a d e g e n e r a ç ã o e a i m o r a l i d a d e Bilhetes v e n d i d o s : La Battaglia, 26; A Terra Livre, 10
e que náo é nem instrutivo nem moral, se é moral t u d o que a p e r f e i ç o a e regenera
A. Disperati, 17; L. M o r s e l l i , 14; J . S o r e l l i , 12
a massa proletária.
TOTAL — 185; a 1S000 185S000
Demais, o baile fez o seu curso, d e i x a n d o de si más r e c o r d a ç õ e s na história, pois
PRODUTO DA RIFA 32$700
que muitos foram os papas que do baile fizeram e s p e t á c u l o s de o r g i a s e muitos os
p o d e r o s o s que se d i v e r t i r a m c o m bailes angélicos, depois de e m b r i a g a d o s a ponto de TOTAL 217S700
p e r d e r e m t o d o sentimento h u m a n o .
E o que a c h a m o s ainda mais intolerável é que estes m o ç o s s e m p r e p r e o c u p a d o s c o m DESPESAS DA FESTA
o baile se pretendam jovens m o d e r n o s e de progresso, só por viverem e m tempos
modernos. A l u g u e l d o salão 70S000
Música 55*000
O h ! patetas O h ! m e s q u i n h a i n t e r p r e t a ç ã o ! O u e e n t e n d e i s por m o d e r n i s m o ? C o n s i d e r a i s Impressão dos bilhetes de entrada hSOOO
talvez m o d e r n i s m o perder tempo n o meio d e saias, saltitando c o m o títeres? Para a atriz 20S000
Por que não lançais um olhar à m o d e r n a j u v e n t u d e d e França, à a r r o j a d a m o c i d a d e Bonde *$000
da Rússia? A l i vereis o v e r d a d e i r o m o d e r n i s m o , a v e r d a d e i r a via do p r o g r e s s o . Em Despesas para a cena 5$800
França, a j u v e n t u d e moderna não se gasta em coisas inúteis, mas luta pela conquista I d e m para a rifa 11 $400
d o que lhe p e r t e n c e . Deu já u m f o r t e pontapé na Igreja, fazendo-lhe perder o domínio
e a força que e m b a r a ç a v a m , c o m o peso de c h u m b o sobre o c é r e b r o , a livre manifes- TOTAL 184S200
tação das modernas ideias, que a despeito de todas as velhacarias b u r g u e s a s e ecle-
siásticas, i n d i s c u t i v e l m e n t e t r i u n f a m a, pandas velas. RESUMO DO B A L A N C E T E

E não venham dizer que o ter-se livrado o povo francês da g a n g r e n a religiosa que o Entradas 217S700
empestava é obra de u m C l e m e n c e a u , não. Foi obra d o p r ó p r i o povo. Saídas 184S200
Poderíamos ter um C l e m e n c e a u no Brasil, n o meio deste povo b e a t o e ele não faria
absolutamente nada, e m b o r a o Estado não r e c o n h e ç a a Iqreja. SALDO 33S500

A j u v e n t u d e russa fez mais do que dar um pontapé na Igreja: t e m m i n a d o o Fstado C o m o t í n h a m o s a n u n c i a d o , c o m o p r o d u t o l i q u i d o da festa deveria ser paga a p u b l i -
que é c o m o uma g r a n d e rocha c e r c a d a de mineiros que a e s c a v a m nas suas bases cação de u m n ú m e r o ú n i c o . Não tendo sido, p o r é m , produzida a soma necessária
para f a z e r e m voar num instante. para esse e s c o p o , d i v i d i m o s o saldo restante deste m o d o :
Estes c e n t r o s r e c r e a t i v o s t ê m g e r a l m e n t e nos seus e s t a t u t o s u m a r t i g o p r i m e i r o que
diz: " O C l u b e será estranho a qualquer questão ou manifestação p o l í t i c a ou religiosa, Para A Terra Livre 17S000
sendo a l h e i o a toda e qualquer t e n d ê n c i a " . Para La Battaglia 16$500
Na verdade, se assim fosse, ainda não seria tão m a u ; mas f r a n c a m e n t e , dá-se exata-
Resta ainda r e c e b e r 10S000, que serão d i v i d i d o s d o mesmo m o d o . apenas r e c e b i d o s .
mente o c o n t r á r i o da p r e s c r i ç ã o dos " e s t a t u t o s " . Os sócios, por q u a l q u e r o c o r r ê n c i a
(OS INICIADORES)
patriótica, fazem tremular trapos multicores nas sedes, e dão festas c o m e m o r a t i v a s
da " g l o r i o s a " data. T a m b é m não deixam de festejar q u a l q u e r santo, seja ele S. Fan-
toche. O resto d o seu ideal consiste em c o n t a r e m uns aos outros, após a festa, que
d a n ç a r a m c o m F., a b r a ç a r a m c o m transporte S., c u m p r i m e n t a r a m n u m e n c o n t r o B., AS FESTAS DE PROPAGANDA E O BAILE
notando q u e " e l a " lhes queria b e m , p o r q u e teve u m risinho t o d o . . . a m o r e q u e apro-
veitando a ocasião, se divertiram um pouco com cia, deixando-a depois Tudo isso Terra Livre, 17.2.1910
para eles ó o p r o g r e s s o .
Pela primeira vez q u i s e m o s realizar uma festa de p r o p a g a n d a sem o eterno baile,
Do sou lado, as mulheres, q u a n d o vão à festa, preparam-se u m a semana ou talvez para c o n h e c e r bem em que a m b i e n t e nos a c h a m o s aqui e m São Paulo. T í n h a m o s
um mos, para se a p r e s e n t a r e m c o m a maior etiqueta possível, e m p o a n d o - s e até nos c a l c u l a d o que, e m vista da bela iniciativa c u j o e s c o p o era auxiliar a nascente Escola
b u r a c o s . . . d o nariz, c o m u m b o m meio q u i l o de farinha, para ver q u a n t o s a d m i r a - M o d e r n a , a nossa festa, mesmo sem baile haveria de dar m a g n i f i c o resultado p e c u n i á -
d o r e s p o d e m atrair e p a r a pescar aquele m o ç o q u e lhes deita o l h o de c a r n e i r o mal rio, mas a gente c h a m a d a l i v r e . . . preferiu poupar os 1$000 por c a b e ç a , só porque
m o i t o .1 ( ..d.i en< ontro lhe era v e d a d o saltitarem p o u c o à laina de f a n t o c h e s . . .
Tem-se d i t o até hoie q u e . onde houvesse testa sem baile, brilhavam as mulheres pela
sua ausência Hoje, p o r é m , a nosso pesar, d e v e m o s dizer o c o n t r á r i o , v i s t o que de A i n d a uma outra c o n s i d e r a ç ã o me s u g e r i u a representação d e " S a n t a A q u i l i n n M á r t i r " .
m u l h e r e s estava o saláo c o m p l e t a m e n t e c h e i o na nossa festa de 29 de |aneiro ú l t i m o , V i a necessidade que há, e n t r e nós. a n a r q u i s t a s e livres p e n s a d o r e s , da organização
e q u a n t o aos h o m e n s todos aqueles que náo c o n c o r r e r a m para o b o m êxito, todas as e d i f u s ã o d o t e a t r o s o c i a l . No Brasil p r i n c i p a l m e n t e , tornou-se uma praga o t e a t r o
pessoas q u e faltaram a esta festa por faltar o baile, melhor, mas m u i t o melhor é c a t ó l i c o que é d e r r a m a d o por todos os lados e todas as formas, e m livros, e m
perdê-los d o que achá-los, já que náo vêm para ajudar a p r o p a g a n d a e aprender f o l h e t o s , e m revistas e j o r n a i s , caros e baratos e gratuitos, para t o d o s os gostos,
a l g u m a c o i s a , mas c o m ideias e intuitos i n t e i r a m e n t e o p o s t o s aos d a reunião e diver- e n f i m . Em c o n t r a p o s i ç ã o o t e a t r o r e v o l u c i o n á r i o é n e u t r o e n t r e n ó s . quase que não
t i m e n t o familiar. existe. As poucas peças que há são quase todas c o m p l i c a d a s e longas, feitas para
os g r a n d e s palcos. Façamos e d i f u n d a m o s pois, t a m b é m nós, peças populares, p a r a
M u i t o s o b j e t a r ã o que c o m as r e p r e s e n t a ç õ e s feitas por maus diletantes nada poderá
os p e q u e n o s g r u p o s de a m a d o r e s . Essa será uma obra b e n é f i c a e útil, que m u i t o
o p ú b l i c o a p r e n d e r . Nós n u n c a p r e t e n d e m o s ser b o n s . . . ou maus diletantes (no-
c o n c o r r e r á para estancar a obra p e r n i c i o s a d o teatro c a t ó l i c o .
m e a d a m e n t e q u e m isto e s c r e v e ) , m a s s e m p r e tivemos a c o n v i c ç ã o d e fazer c o i s a útil
e d e p r o p a g a n d a — ao menos p a p a g a i e s c a . A f i n a l , se a c r í t i c a entrasse e m sutilezas (João Eduardo)
deveríamos dizer francamente q u e náo somos nós somente os que p a p a g u e a m o s mal
o que está e s c r i t o nos livros: há muita outra gente que tem a p r e t e n s ã o de fazer
p r o p a g a n d a . . falando ao p ú b l i c o e aos o p e r á r i o s ao passo que fariam m u i t o mais . . .
p r o p a g a n d a , calando-se. A ESCOLA MODERNA DE SAO PAULO — A Festa da Escola Moderna
Em s u m a , sempre tivemos a c o n v i c ç ã o de ter feito o b r a útil c o m o teatro e de vir
o baile demolir o p o u c o de p r o p a g a n d a que se p r o c u r e fazer. Por isso. a p ó s muitas A Lanterna. 11.9.1915 — n.° 283
e x p e r i ê n c i a s , j u l g a m o s necessário suprimir o baile masturbador na festa de p r o p a -
A sua festa d o 14 de a g o s t o teve v e r d a d e i r o êxito, p r o d u z i n d o bela impressão à
g a n d a . Esta d e c i s ã o por nós t o m a d a nos d e m o n s t r o u c l a r a m e n t e q u e m são o s que
n u m e r o s a a s s i s t ê n c i a . O salão da S o c i e d a d e Leale O b e r d a n esteve a n i m a d o a q u e l a
v e r d a d e i r a m e n t e se i n t e r e s s a m pela i n i c i a t i v a da Escola M o d e r n a e a q u e r e m ajudar.
n o i t e c o m a g a r r i d i c e da c r i a n ç a d a que t o m o u parte no d e s e m p e n h o do p r o g r a m a
V i m o s o c o n s t a n t e grupo de c o m p a n h e i r o s a t i v o s e b o n s a m i g o s q u e . e m b o r a não sendo
r e f e r e n t e ao palco c é n i c o e t a m b é m c o m o baile que c o n t i n u o u até a madrugada do
a n a r q u i s t a s , q u e r e m ver s u r g i r a t o d o c u s t o a Escola M o d e r n a , ao passo que m u i t o s
o u t r o s p s e u d o - r e v o l u c i o n á r i o s preferiram passear para bisnagar a l g u m a prostituta. dia s e g u i n t e .
T o m a r a m parte na festa, a b r i l h a n t a n d o - a , o professor e os a l u n o s da Escola Moderna
Portanto se a festa d e 29 d e j a n e i r o não d e u b o m resultado p e c u n i á r i o , não é nossa n.° 2, este a j u d a n d o no c o r o a cantar h i n o s escolares e r e c i t a n d o belas poesias,
c u l p a . Pensamos q u e , se é n o b r e o f i m da Escola M o d e r n a , os m e i o s para a realização aquele fazendo uma i n t e r e s s a n t e c o n f e r ê n c i a r e l a t i v a m e n t e á i n s t r u ç ã o e ao ensino
desta aspiração não d e v e m ser i l í c i t o s ; por isso a f a s t a m o s o b a i l e , ú n i c o m e i o d e s e g u n d o o m é t o d o r a c i o n a l i s t a . A festa teve c o m e ç o c o m u m a Ouverture, pela o r q u e s -
divertir os c o n q u i s t a d o r e s e s p e c i a l m e n t e os barbeiros, que v i n h a m g e r a l m e n t e à meia- t r a G r u p o ( . . ) que se d e s e m p e n h o u d i g n a m e n t e . A seguir f o i cantado e m c o r o o
n o i t e . para fazer confusão e crer-se no d i r e i t o de dançar à f o r ç a , m e s m o c o m as C a n t o d o s o p e r á r i o s , o r i g i n a l d e N e n o Vasco. D e p o i s cantaram-se mais os hinos
mulheres que n e n h u m atrativo a c h a v a m nesse divertimento. A s c r i a n c i n h a s , A m u l h e r , A f o r ç a e A i n s t r u ç ã o . A l é m desses f o r a m c a n t a d o s
No nosso l a d o nada d e s c u r a m o s . E m p e n h a m o - n o s por obter o salão por um p r e ç o t a m b é m o u t r o s : L a d a i n h a , De manha c o m a c o m p a n h a m e n t o d e m ú s i c a e g e s t i c u l a ç ã o ,
mais r e d u z i d o ; o m e s m o q u a n t o à música e o resto só nos acusamos de uma c u l p a : t o m a n d o parte os a l u n o s : A n t o n i n h a M o r a e s . Catarina Bori, M a r c e l i n a Bori, Eliza
q u e r e m o s ser m u i t o e s c r u p u l o s o s e h o n e s t o s e m n o s s a s i n i c i a t i v a s , m e s m o quando se S a n t i a g o . Lucília Haos. Edmundo Mazzone. Edmundo Scala. Ernesto Tozzato. Bruno
trata s o b r e t u d o de recolher dinheiro. ' B e r t o l a c c i n e e F r a n c i s c o T o g n o l i . A aluna A n t o n i e t a d e M o r a i s e x e c u t o u a canço-
(Lúcifer) neta A s e s c o n d i d a s , c o n d u z i n d o - s e m u i t o b e m . Na r e p r e s e n t a ç ã o da alegoria " B r i n q u e -
d o d a s A r v o r e s " t o m a r a m parte os a l u n o s : Ernesto Tozzato. E d m u n d o S c a l a , E d m u n d o
M a z z o n e . B r u n o B e r t o l a c c i n e . A n t o n i e t a M o r a i s e Catarina B o r i . O d e s e m p e n h o da
c o m é d i a " A Q u e s t ã o " , o r i g i n a l do professor d a Escola n.° 1, esteve c o n f i a d o a seus
O TEATRO CATÓLICO a l u n o s B r u n o B e r t o l a c c i n e , E d m u n d o S c a l a e Pedro Passos, t e n d o c o m o c o m p a r s a s
E d m u n d o M a z z o n e . F r a n c i s c o T o g n o l i , A n t o n i e t a Morais, Ernesto Tozzato e Catarina
A Lanterna. 11.6.1914 B o r i . O d i á l o g o " O E v a n g e l h o " foi b e m d e s e m p e n h a d o pelos m e n i n o s Pedro Passos
e B r u n o B e r t o l a c c i n e . A parte d o p r o g r a m a referente à r e c i t a ç ã o d e poesias f o i
c o n f i a d a aos a l u n o s das d u a s e s c o l a s q u e r e c i t a r a m : A u g u s t o Câmara, " M e u s c o m p a -
Assisti há dias á representação de u m drama c a t ó l i c o , levado por u m g r u p o de g e n t i s
n h e i r o s " , " A a b ó b o r a e a b a t a t a " e " A p r o v e i t e i o t e m p o " ; A l b e r t o C a r d o s o . " A s van-
a m a d o r e s . A peça era uma dessas m i x ó r d i a s a m a l g a m a d a s pelos p a d r e s salesianos
t a g e n s do s a b e r " e " O prior e o d e f u n t o " ; Nilo L e u e n r o t h , " A mulher t e i m o s a " ,
e q u e eles e x p e l e m por t o d o o Brasil p a r a e s t u p i d i f i c a r p r i n c i p a l m e n t e a a l m a c â n d i d a
" A n t ô n i o " e " A u n i ã o " ; A m é r i c o d e A l m e i d a , " O g a r o t o e o m e s t r e - e s c o l a " , " A raposa
das c r i a n ç a s . Nada de arte, nada de b o m g o s t o , nada d e belo na p e ç a . O p o r t u g u ê s era
e as u v a s " , " O m a c a c o d e c l a m a n d o " , Luiz M a r i n h o , " O G i l " ; F l o r ê n c i o de A l m e i d a ,
c o n s p u r c a d o a c a d a frase. O b o m senso m e n o s p r e z a d o . Decantavam-se e m três atos
" O a m a n h e c e r " ; A l e x a n d r e Martins. " O n i n h o " e " O a l f a b e t o " ; J u d i t e A m a t o . " O s c i n c o
e n f a d o n h o s a glória d o m a r t í r i o per Cristo. Pregava-se a estafada d o u t r i n a d a r e n ú n c i a
s e n t i d o s " e " A m e n t i r a " ; Ofélia A m a d o . " N ã o saber l e r " ; B r u n o B e r t o l a c c i n e , " O cava-
torrestre pelas bem-aventuranças da outra v i d a . Q u e r i a se d e m o n s t r a r q u e fora da
d o r " e " U m m o n s t r o " ; C a t a r i n a B o r i . " S o m b r a " ; D o m i n g o s Passos. " C o n f i s s ã o " , A n t o -
religião da Igreja náo há c a r i d a d e e náo há ao menos amor filial, É horTÍvel e e s t ú p i d o
nieta Morais, " O o r g u l h o da á g u i a " e " A s p o m b a s " ; L u c í l i a Hoas, " P a p a i ! m a m ã e ! " :
o m o d o c o m o todas essas c o i s a s i n f a m e s são d e m o n s t r a d a s aos o l h o s d o s e s p e c t a -
Ernesto Tozzato, " A s o v e l h a s " ; M a r c e l i n a B o r i . " Q u a d r a d i n h o s " ; Eliza Santiago, " O
d o r e s Intitula-se. p a r e c e - m e . " S a n t a A q u i l i n a M á r t i r " a asneirante p e ç a s a l e s i a n a . A
c a n t o da m a n h ã " ; F r a n c i s c o T o g n o l i , " O d i a " ; E d m u n d o S c a l a , " H o m i n i l ú p u s " e " N a
nçáo passa-se no t e m p o d a s p r i m e i r a s p e r s e g u i ç õ e s aos c r i s t ã o s . A h e r o i n a , a t a l Santa
aldeia".
A q u i l i n a , é uma j o v e m saindo da puberdade Em v e z , p o r é m , d e t r a t 8 r dos b r i n q u e d o s
" ' " ' q u e d o s p r ô p n o s da idade, já anrla 3 ,-. itequisar adeptos para | sua religião e só
fala c o m Deus e c u i d a só d e o r a ç õ e s e q u e j a n d o s . U m a perfeita velha beata dos O interessante d i á l o g o " B r e j e i r i n h o " foi d e s e m p e n h a d o por Ernesto Tozzato e Anto-
' " > . " • . p.iqanizadOt t e m p o s A mãe da c r i . m ç a . em vez d« educar sua RUM para a
1 nieta de M o r a i s . O festival foi e n c e r r a d o c o m o c a n t o d o h i n o A i n s t r u ç ã o , s e g u i n d o -
vida sadia e franca, e m vez de a alegrar, em vez de c o n t a r - l h e a n e d o t a s e h i s t o r i e t a s se logo uma bela c o n f e r ê n c i a p e l o Professor A d e l i n o Pinho, d a Escola M o d e r n a n.° 2.
1 1 deseja que sua filha seja martirizada e morra a fim de a l c a n ç a r a felici- A q u e r m e s s e , a este t e m p o ( p o u c o menos da meia-noite) já t i n h a s i d o esgotada até a
última p r e n d a . O baile e n t ã o teve c o m e ç o para satisfação de tantos rapazes e r a p a r i -
i l m l t i do r é u (• )
gas que não p e n s a m em outro prazer em sua vida ( . . . )
O TEATRO E A IGREJA o professor c o m u n i c a aos d i s c í p u l o s as invenções dos sábios, o ator t r a n s m i t e án
A Lanterna. 28.2.1916 — n.° 286 camadas p o p u l a r . ' , .. vida das s o c i e d a d e s , o j o g o da^ paixòus. as. determinantes
p s i c o l ó g i c a s d o a c a r a c t e r e s . C o m o o proléssor, ele e d u c a igualmente, n . i . m i .
Nessa semana que se a p r o x i m a , essencialmente c a r n a v a l e s c a , a que o v u l g o chama q u e mais i n f l u ê n c i a flireta~êxerce no povo porque mais cala no i n t i m o das muituloe
" S e m a n a S a n t a " , existe uma d e t e r m i n a ç ã o p o l i c i a l , estúpida, c o m o afinal soe ser Não fosse o h o r r o r d e uma cultura artística desorientada e o c i n e m a t ó g r a f o s u c u m b i r i a
t o d a o r d e m da polícia. Consiste essa d e t e r m i n a ç ã o e m p r o i b i r as r e p r e s e n t a ç õ e s tea- entre os b r a ç o s d e seus e x p l o r a d o r e s . Não fosse o a c a n a l h a m e n t o artístico dos
trais q u a n d o não sejam inteiramente sacras. C o r p o r i z a esta arbitrariedade um des- profissionais de t e a t r o neste país um fato, e a a u t o r i d a d e não se atreveria a esbulhar
m e r e c i d o p r o t e c i o n i s m o ao c i n e m a t ó g r a f o , q u e , achando-se só e m c a m p o , sem a os m ú l t i p l o s interesses dos artistas brasileiros e m g a n h o de maiores lucros às e m -
c o n c o r r ê n c i a dos espetáculos d r a m á t i c o s , tem na tal semana, a de maior lucro em presas c i n e m a t o g r á f i c a s . Tivessem oa artistas brasileiros p o r s i a sua a s s o c i a ç ã o de
t o d o o ano. S a n g r a n d o a p a c i ê n c i a d o p ú b l i c o c o m a vida, paixão mais miudezas de classe, vigorosamente organizada, apta para defro-it >.•-• c o m os assaltantes de todos
Cristo, c o n f e c c i o n a n d o , de Bíblia nas unhas, diferentes f i l m e s de estafados assuntos q s ^ e u s direitos, c o m p r e e n d e s s e m eles m e l h o r m e n t e os seus deveres artísticos, sen
religiosos, v ê m , p o l i c i a l m e n t e a u t o r i z a d o s , os e m p r e s á r i o s dos cinematógrafos, tTsserfl pillSàr d e n t r o de seus p e i t o s aquele amor ardente, n o b i l i t a n t e . q u e a sua arte
a b r i n d o maior fundura no d e p a u p e r a d o o r g a n i s m o teatralista. A s s i m , Igreja e a u t o - p r o d i g a m e n t e merece, e náo mais p r i n c í p i o d o g m á t i c o a l g u m da Igreja viria fechar-
ridade, duas entidades que se c o m p l e t a m , c o n c o r r e m , desta forma, para o prejuízo da Ihes as portas de seu t e m p l o . A I g r e j a . . . ! A maia desleal c o n c o r r e n t e da arte dramá-
maior de todas as artes, qual é a arte d r a m á t i c a . Indiferentes e a r q u i p r e g u i ç o s o s , t i c a , c o m as suas lunçõee l e e t r a i t à porta aberta, sem custo de ingressos A casa do
não quiseram os t r a b a l h a d o r e s do palco reagir contra mais esse assalto aos seus espetáculos onde os benefícios mais r e n d e m , não em favor dos h u m i l d e s e dós
d i r e i t o s , p r e f e r i n d o descansar esses dias a empreender qualquer movimento de miseráveis, mas em interesse d e . v e n t r u d o s f r a d a l h õ e : . de íarga v e n t a ' " q u e castigam
reação. É hábito velho nos artistas náo praticar coletivamente alguma coisa q u e lhes o ^ q r p o , c r i s t i a n i s s i m a m e n t e d e v o r a n d o tenríssimos frangos de alourada c a r n e ' ' A
possa trazer bem-estar e equitativa r e c o m p e n s a aos seus e s f o r ç o s . Pondo de parte loreja! o ú n i c o c e n t r o d e r e u n i ã o q u e o Estado — essa o u t r a a n a c r ó n i c a engre-
interesses, brio, d i g n i d a d e profissional, o artista d r a m á t i c o vive num c e n á r i o estrita- n a g e m — a i n d a não resolveu coletar. apesar dos enormes lucros auferidos
mente desafogado, com a miséria a bater-lhe à porta. M o r m e n t e no Brasil, ele
Artistas b r a s i l e i r o s ! meus irmãos e m arte e e m miséria, e r g u e i - v o s a f i n a l ! Fundai a
d e s p r e s t i g i a d o , vive a vida canalha dos cafés, indiferente a q u a l q u e r assomo d e
vossa a s s o c i a ç ã o , e m p r e e n d e i essa luta d o direito, o b e d e c e n d o à i n s p i r a ç ã o do
r e i v i n d i c a ç ã o coletiva, ora artista, ora m e n d i g o , a b r i n d o a sua casa hospitaleiramente
ideias e p r i n c í p i o s , desprezando os ódios e os interesses. Conquistai o v o s s o lugar
a t o d o s os seus irmãos e m arte, que de outros países vôm. mas f i c a n d o ele na rua,
de justiça, neste país de beleza e d e sol, e tereis mostrado, t r i u n f a n t e m e n t e , que sois,
lamentando-se da sua fraqueza e d o seu isolamento. Pouco c i o s o d o seu nome, da
além de artistas, v e r d a d e i r o s h o m e n s !
sua justiça, jamais pensou e m se agremiar, c o g i t a n d o sempre de uma a s s o c i a ç ã o de
classe, e r e c e b e n d o , assim, lições sociais dos c o c h e i r o s e chauffeurs d e p r a ç a q u e , S ã o Paulo, fevereiro d e 1916
e m matéria associativa, a n d a m - l h e s adiantados. Não são isto vagas afirmativas de
Romualdo Figueiredo — (Artista dramático)
retórica, mas. a v e r d a d e p u r a dos fatos, e, para prova aí está a tal d i s p o s i ç ã o
policial cinematográfico-religiosa.
A d m i t i n d o , por hipótese, as vantagens d o cinema, d e d u z o que o seu lugar deva ser
no c o l é g i o . Aí terá talvez a sua aplicação e m lições de geografia. Em tais condi- A ARTE DO PALCO: UMA INICIATIVA
ções, o c i n e m a t ó g r a f o tornar-se-á g r a n d e a m i g o das crianças e d o s . . . ' o c u l i s t a s .
Mas, sendo a f u n ç ã o do teatro um c o m p l e m e n t o da escola, não pode haver a u t o r i d a d e A Lanterna. 15.4.1916 — n.° 288
nenhuma çom o poder de proibir, nesta ou naqueta data, sob este ou aquele â n g u l o ,
o f u n c i o n a m e n t o r e g u l a i da e s c o l a r i d a d e M e r e c e por t o d o s o s títulos ser assinalada aos leitores d e A Lanterna uma iniciativa
A razão pois, da o r d e m p o l i c i a l , sistematiza-se no interesse de d e p r i m i r o teatro em e x c e l e n t e , o b r a de sete d e n o d a d o s t r a b a l h a d o r e s d o palco, amantes da sua arte e
b e n e f i c i o d o c i n e m a t ó g r a f o . E senáo v e j a m o s . Enquanto na S e m a n a Santa as c o m - c o n s c i e n t e s da sua missão artística, que vôm lutando, de há muito, pela d i g n i f i c a ç ã o
panhias d r a m á t i c a s fecham as suas portas ou e x i b e m peças de sabor religioso, a da classe a que p e r t e n c e m , c o n g r e g a n d o t o d a s as energias dispersas, no intuito de
autoridade permite que as empresas c i n e m a t o g r á f i c a s c o n f e c c i o n e m q u a l q u e r pro- u m m o v i m e n t o c o l e t i v o em p r o l d a arte de representar.
grama s e m obedecer, e n t r e t a n t o , a rigor o d i s p o s i t i v o que aplicam às e m p r e s a s t e a t r a i s Refiro-me à recente f u n d a ç ã o da A c a d e m i a Dramática Brasileira, o que s o b r e m o d o
A s s i m , o ano passado, na Capital Federal, por não terem p e ç a s t e m p e r a d a - h o n r a os seus i n i c i a d o r e s , não só c o m o afirmação de vitalidade de uma classe, c o m o
mente religiosas, deixaram de trabalhar as c o m p a n h i a s constituídas dos teatros: ainda pelos variadíssimos serviços que se p r o p õ e prestar, desbravando c a m p o s ,
São José, Carlos Gomes, Palace Theatre, Pavilhão Internacional. Rio B r a n c o e C h a n - o n d e depois, c o n s e q u e n t e m e n t e , todas as sementes frutificarão. Apesar d o seu título,
tecler. dando-nos. a o c o n t r á r i o , empresas c i n e m a t o g r á f i c a s os filmes q u e lhe apare- não é a A c a d e m i a Dramática Brasileira uma a g r u p a ç ã o apenas de intelectuais ou
c e r a m , sacros ou não, c o m a devida a u t o r i z a ç ã o p o l i c i a l . T i v e m o s no Pavilhão Inter- c o n s a g r a d o s , que pretende criar d e n t r o da própria classe, u m a casta privilegiada d e
n a c i o n a l . O filho p r ó d i g o , tão sacra c o m o O c a c h o r r o da mulata, na Maison M o d e r n e , de farda luzida e chapéu de a r m i n h o , d i t a n d o leis aos seus
A mendiga, e Dois bons c o r a ç õ e s ; no Avenida. Um hora de angústia e C o r a ç ã o de colegas, c o n s i d e r a n d o - o s pequenos e insignificantes. Bem a o contrário, ele vem
m u l h e r ; no Ideal. As duas nobrezas ( c o m é d i a da N o r d i s c k ) ; no Parque Fluminense. Uma p e l o resgate de todos os t r a b a l h a d o r e s de teatro, grandes ou p e q u e n o s , c o m o um
lágrima que não se p e r d e u , A calúnia. A vida nas Índias, Destino d e v a g a b u n d o e camarada leal a q u e m t o d o s devemos saudar c o m vivo e n t u s i a s m o e p r ó d i g o a c o l h i -
Os túmulos de A n o n . Isto constituiu o programa de quinta-feira santa e. c o m o se vê. mento, c o m u n g a n d o nas suas lutas e nas suas p r ó x i m a s vitórias.
ressalta claro o a l u d i d o abuso. Por c u r i o s i d a d e eu p r ó p r i o assisti a a l g u m a s dessas
A confiança de q u e estão possuídos seus i n i c i a d o r e s suscita energias e u n i r á , por
sessões, e posso garantir que foram tão sacras q u a n t o O f a d o e o m a x i x e ou São
c e r t o , t o d o s os artistas d o p a l c o n u m c o m b a t e sem t r é g u a s á p o d r i d ã o q u e por aí
Paulo futuro notadamente a c o m é d i a da N o r d i s c k .
existe no teatro atual, c o m b a t e q u e será c o r o a d o p e l o r e s s u r g i m e n t o d e u m a arte,
Com que direito, pois, a polícia, escudada numa t r a d i ç ã o da Igreja — a secular n o b i l i t a n t e , d i g n i f i c a d a pelos seus profissionais
inimiga e c o n c o r r e n t e do teatro — proíbe os espetáculos dramáticos p e r m i t i n d o que
Propõe-se a A c a d e m i a Dramática Brasileira, s e g u n d o seu p r o g r a m a já p u b l i c a d o , " a
o ( i n e m a t ó g r a f o f u n c i o n e e x p l o r a n d o o assunto que lhe apraz? É g o l p e indigno,
lutar sem e s m o r e c i m e n t o pela máxima perfectibilidade da arte d r a m á t i c a , pela e l e -
extorsão afrontosa que a a u t o r i d a d e p r a t i c a .
v a ç ã o s u p r e m a d o teatro no B r a s i l " .
O toatro é e l e m e n t o da vida social de um povo, influencia na razão de ser das socie-
Esta única rota, por ela t r a ç a d a seria suficiente para merecer a s o l i c i t a cooperação
dades e. c o n c o m i t a n t e m e n t e fotografa o estado a d i a n t a d o da sua c i v i l i z a ç ã o . Como
d o s b o n s . dos d o u t o s , dos c o m p e t e n t e s e dos d e l i c a d o s .
Ê c e r t o q u e muitos outros variados c o m p r o m i s s o s ela assumiu, mas o que acima
Cabe ao Brasil, f l o r e s c e n t e pais d o s o l , o ú l t i m o dos lugares c o m relação a o teatro
fica prova s o b e j a m e n t e , a quantas d i f i c u l d a d e s , a q u a n t o s s a c r i f í c i o s , se i m p u s e r a m
livre. Uma ou outra peça d o género, naturalmente, se tem r e p r e s e n t a d o , mas n u n c a
v o l u n t a r i a m e n t e os seus iniciadores. É c e r t o que a A c a d e m i a espera que ninguém
se pôs em prática u m a empresa desta o r d e m , seriamente organizada e honestamente
se oculte, se esquive à necessária c o o p e r a ç ã o . A g u a r d a que t o d o s c o n c o r r a m c o m
d e s e n v o l v i d a . Seria p e l o receio d e q u e o povo não a aceitasse c o n d i g n a m e n t e ? Mas
u m a o p i n i ã o , c o m u m a ideia. Pede que venham ao seu seio, que a l v i t r e m , que d i s -
c o m o manter semelhante afirmativa, se ainda náo foi dada a e x p e r i ê n c i a ? O teatro
c u t a m , que c o n c o r r a m e n f i m , c o m uma parte d e e s f o r ç o para a realização da g r a n d e
livre, o maior de t o d o s os géneros d r a m á t i c o s , aquele a q u e meu distinto c o l e g a
tarefa. O ideal seria até que cada artista, cada escritor, cada o b r e i r o d o palco, numa
J o ã o Barbosa c h a m a : " t e a t r o p a t o l ó g i c o , p s i c o l ó g i c o ou f i s i o l ó g i c o " — tem s i d o
palavra, estudasse, s o b diversas e múltiplas formas, a sua tese. sobre este ou aquele
t e n t a d o e m a n t i d o e m todos os países onde a cultura não é um mito. Em Portugal,
p r o b l e m a teatral, a p r e s e n t a n d o à A c a d e m i a p a r a uma d i s c u s s ã o larga e salutar, d o n d e ,
fundou-se, e x c l u s i v a m e n t e por artistas e escritores d r a m á t i c o s , a C o o p e r a t i v a Teatro
a meu ver, adviria uma c o m o que " c o n s c i ê n c i a c o l e t i v a " , t o r n a n d o , ao m e s m o t e m p o
Livre, a qual p r o p o r c i o n o u duas e x t r a o r d i n á r i a s é p o c a s teatrais, u m a sob d i r e ç ã o
a A c a d e m i a D r a m á t i c a Brasileira numa e s p é c i e de c o n g r e s s o em p e r m a n e n t e elabo-
hábil de A n t ó n i o P i n h e i r o , no G i n á s i o , e outra sob a d i r e ç ã o d o t a l e n t o s o artista
ração. A s s i m e n t r a r í a m o s efetivamente em um p e r í o d o de m o v i m e n t o artístico e
A r a ú j o Pinheiro, no P r í n c i p e Real.
social, que m u i t o assustaria o d e s d é m s i l e n c i o s o da m e d i o c r i d a d e . Seja c o m o for, o
que é c e r t o , p o r é m , é que a A c a d e m i a Brasileira vai paralisar a m a r c h a dos erros que, M e d i a n t e a irrisória c o t a semanal d e c e m réis cada artista, se mantiveram g a l h a r d a -
ultimamente, no teatro, tem s i d o veloz e progressiva. T e n h a m o s c o n f i a n ç a e m nossos m e n t e estas duas c o m p a n h i a s que, não satisfeitas c o m o m a g n í f i c o impulso d i s p e n s a d o
próprios e s f o r ç o s , lutemos, p o n h a m o s de parte o p e s s i m i s m o de que t a n t o abusa- à arte d r a m á t i c a , d a v a m ainda ao povo dois espetáculos por semana absolutamente
mos, unamo-nos, fortes e c o n s c i e n t e s , e a p e r f e c t i b i l i d a d e da arte d r a m á t i c a , a ele- g r a t u i t o s . Segue-se o ter criado uma vigorosa plêiade de m o d e r n o s escritores teatra-
v a ç ã o s u p r e m a do t e a t r o no Brasil será um f a t o . listas que ali fizeram seus p r i m e i r o s ensaios. C o m a C o o p e r a t i v a Teatro Livre n a s c e -
ram Manuel Laranjeira, Bento Faria, Ramada Curto, Costa Carneiro, Bento Mantua,
C o n c o r r a m o s , e n f i m , para que os sete voluntários, iniciadores g e n e r o s o s da A D B não
S e v e r i n o de Carvalho, Mário G o l l e n , A l f r e d o França e C a m p o s Lima.
se t r a n s f o r m e m nos sete famosos alfaiates que p r e t e n d i a m matar uma a r a n h a , porque
isso nos c o b r i r i a a t o d o s nós de e x t r a o r d i n á r i o r i d í c u l o . De mãos dadas e s c r i t o r e s e artistas provaram que deve ser na c r i a ç ã o , na vida, e
(RJ, abr. 1916. R o m u a l d o F i g u e i r e d o - artista dramático) p o r t a n t o , no amor, que se deve assentar o p r i n c í p i o f e c u n d o e nobilíssimo da arte.
Pois b e m : ao Brasil, país novo. inteligente, que vai p r e p a r a n d o os seus homens e os
seus artistas, c o n v é m , mais d o que a n e n h u m outro, uma arte inspirada assim, nestes
p r i n c í p i o s , cheia de r e l â m p a g o s a u d a c i o s o s de génio, repleta da bela s e m e n t e i r a de
A ARTE DO PALCO: O TEATRO LIVRE (subtítulo: Género livre nada t e m q u e só ela é c a p a z .
de comum com teatro livre) (SP, fev. 1916. R o m u a l d o Figueiredo - artista d r a m á t i c o )
A Lanterna, 25.3.1916 — n.° 287
A ARTE DO PALCO — " A falência dos mondrongos"
Parece, à primeira vista, que pelo título deste a r r a z o a d o , vou tratar d o g é n e r o de A Lanterna. 2.9.1916 — n.° 291
teatro, c u j o s fins c o n s i s t e m em perverter os s e n t i m e n t o s populares p r o v o c a n d o adre-
de um e x c i t a m e n t o crescente d o aparelho g e n i t a l . Conta-se que n o t e m p o de G r e g ó r i o de Tours, um frade qualquer, d e nome Pedro,
Bem ao c o n t r á r i o , tratarei de demonstrar quão p r o f í c u o , quão necessária se torna a pintor de m e r e c i m e n t o , o b c e c a d o pela Semana da Paixão, pintou Jesus Cristo nu',
r e f u n d i ç ã o intelectual d o teatro e que — g é n e r o livre nada tem de c o m u m c o m o c r u c i f i c a d o n o vil m a d e i r o , deitando-se em seguida, nervosamente, a rezar. A d o r m e -
teatro livre, visto ser aquele o r e t o r n o a velhos métodos e processos estafados, e este ceu. Mal fechara os o l h o s , viu Cristo que lhe dizia z a n g a d o : " Q u e fizeste, P e d r o ? Náo
pressupor um p r i n c i p i o f i l o s ó f i c o e m que se apoia uma nova c o n c r e t i z a ç ã o das mais me pintes. Ouve m i n h a q u e i x a . Náo continues a obra. Embora ela seja de amor,
a s p i r a ç õ e s dos povos. nem s e m p r e o a m o r obra b e m " .

Repetidamente tenho visto a n u n c i a d o por ai tal ou qual peça com a extravagante A s s i m que Jesus d e s a p a r e c e u , o p o b r e frade, primeiro pintor d e Cristo, correu ao seu
declaração: "género livre". trabalho e d e s p e d a ç o u - o .
O p ú b l i c o menos culto, vendo amanhã o a n ú n c i o de qualquer o b r a d r a m á t i c a do Depois disso diversos pintores t e i m a r a m em pintar Jesus. Ele, p o r é m , n u n c a mais
teatro livre c o n f u n d i r á , f a c i l m e n t e , uma coisa c o m a outra, e, a s s i m , n e c e s s á r i o se a p a r e c e u para pedir que não lhe fizessem o retrato. O motivo de Jesus Cristo não
torna, desde já, asseverar que g é n e r o livre c o n s t i t u i : n e g a ç ã o a b s o l u t a de arte, visto ter intervindo mais nos autores da sua i m a g e m é ignorado. Mas deve ser o mesmo,
brigar c o m a sua missão, que hoje tem de ser fatalmente o reflexo da vida moderna, c r e i o b e m , que o leva a não intervir t o d o s os anos na atroz f l a g e l a ç ã o d e uni
das suas t e n d ê n c i a s e das suas aspirações. sórdido negócio.

A c o n d i ç ã o essencial da arte é o sentimento — n i n g u é m o nega. Mas s e n t i m e n t o não Refiro-me às representações dos Mártires e dos Cristos pela Semana Santa.
i m p l i c a dissolvência, e, assim, a arte não c o n s t i t u i u m p a s s a t e m p o para matar o c i o - Não t e n d o Cristo v o l t a d o a pedir m i s e r i c ó r d i a aos pintores, c o r a g e m lhe faltou para
sidades. mas uma parte de r e j u v e n e s c i m e n t o m o r a l , uma g l o r i o s a e x p a n s ã o da vida, solicitar aos atores.
c o m o entendia G u e j o n , e, m u i t o p r i n c i p a l m e n t e , u m i n s t r u m e n t o de r e i v i n d i c a ç ã o
O Cristo m a g r o , g o r d o , b r a n c o , m o r e n o , forte, d é b i l , belo, a m a r g u r a d o , castanho,
s o c i a l , a t i ç a n d o — c o m o diz Manuel Ribeiro — essa c h a m a de revolta que a r d e e m -
louro, alto, baixo, q u e todos os anos surge pela Semana Santa, uma c a v a ç ã o pavo-
btlXO, nas camadas proletárias e ameaça atingir os altos cumes da s o c i e d a d e . O h ! . . .
rosa longamente preparada pelos mais pífios cenógrafos e b o r r a - b r o c h a s , p i n t a d o de
mas o p a l c o não é uma t r i b u n a ! . . . a r g u m e n t a m daí. diferentes f o r m a s , à porta dos c i n e m a s e dos teatros, ao m e s m o t e m p o que ima-
A poesia social tem o seu f u n d a m e n t o moral — e s c l a r e c e u B l o n q u e r o u — e o dever de g e o g r a f a d o nos p r o g r a m a s e j o r n a i s .
t o d o aquele que se preza c o m o artista é e n g r a n d e c e r a alma d e seus i r m ã o s ; c r i a n d o - Famintos, ansiosos, os atores, no Rio, a g u a r d a m a S e m a n a Santa confiantes de
Ihes uma c o n s c i ê n c i a p r o f u n d a dos seus deveres s o c i a i s . E náo v e n h a m dizer que q u e O Mártir d o Calvário lhes p e r d o e t o d o s os p e c a d o s e t o d a s a s . . . dívidas do
a i t e p e i d e e m beleza. Innorantes serão aqueles que o a f a m e m . O teatro livre, o ano. Surge a esperançosa Semana da Paixão, e c o m ela o t i r o .
• l i . . o d e teatro d a s ideias, constitui hoie a m;.is ' e c u n d n fonte de beleza e aspiração
Em t é c n i c a teatral chama-se tiro ao q u e , e m política, se c o n v e n c i o n o u chamar cava-
p a i a o-, . - • . p i n t o s F a paixão do belo, o culto pela natureza-mater s u p r e m o de vida |
ção. Em boa l i n g u a g e m , p o d e r e m o s , pois, c h a m a r - l h e agora d i v i n o tiro, visto que no
i i i n i i i p a l p i t a n d o na e m p o l g a n t e harmonia d f t l c o i s a s
c a s o tem sua s i m b o l o g i a o Divino Rabi da Galileia.
0 que ò certo é que este ano, ou por e x c e s s o de Cristos e mártires, ou porque o
A dança, hoje e m dia, bate o r e c o r d e da i m o r a l i d a d e , atinge o apogeu da loucura
Redentor se r e c o r d o u d o Frade Pedro do t e m p o de G r e g ó r i o de Tours. o Divino tiro
e do crime.
foi um tiro p r o f a n o que d i s p a r o u pela culatra.
As sociedades d a n ç a n t e s e os clubes de foot-ball pululam nos bairros suburbanos,
Aliás, náo ó de estranhar, se atendermos à q u a n t i d a d e de mártires que este ano
onde é grande a p o p u l a ç ã o proletária.
surgiu no teatro brasileiro. E de todas as escolas e raças diversas. ( . . . )
Disse um abalizado moralista que " a d a n ç a é a porta da p r o s t i t u i ç ã o " , pois que a
B o m p r e n ú n c i o ! O j e j u m , prática m u i t o agradável à divindade, é muito a n t i g o , obser-
legião de raparigas que c o n c o r r e aos bailes se c o r r o m p e e perverte.
vando-se |á entre os g r e g o s e romanos em honra de Ceres e Mitra. Diz-se t a m b é m
que Moisés e o Profeta Elias jejuaram quarenta dias, o m e s m o t e n d o feito Jesus Na verdade, a l é m de c a u s a d o r a da d e s g r a ç a de tantas raparigas, a d a n ç a ó t a m b é m
Cristo que, náo q u e r e n d o ficar para trás. t a m b é m n o deserto j e j u o u quarenta dias. c o r r u p t o r a de numerosos r a p a z e s . . .
Ou por rigorosa devoção, ou por m o r t i f i c a ç ã o h a b i t u a l , o ator, entre nós, guarda O foot-ball atrai, i g u a l m e n t e , milhares de rapazes que se e x e r c i t a m no funesto jogo
abstinência quase absoluta durante c ano. c o m um selvagismo atroz.
É j u s t a m e n t e na Paixão, q u a n d o os c a t ó l i c o s se f l a g e l a m , c o m o solene j e j u m , que os E esses rapazes, i n c o n s c i e n t e s e d e s p r e o c u p a d o s , de nada se a r r e c e i a m : por isto
artistas d r a m á t i c o s , auxiliados p e l o Mártir d o C a l v á r i o , p r e p a r a m o seu e s t ô m a g o q u e b r a m as pernas e os braços, estragam o aparelho digestivo, afetam os p u l m õ e s ,
para e n c h e r e a t o u c i n h a r . Parece uma a b e r r a ç ã o , mas é assim m e s m o . Falhando se a r r u i n a m , e n f i m , para t o d o o sempre.
pois, este ano, o divino tiro, o j e j u m é quase a b s o l u t o .
O foot-ball é uma diversão violenta. A l é m de produzir o mal físico, produz t a m b é m
Será isto a falência de Jesus Cristo c o m o o n i p o t e n t e ? Não. É a f a l ê n c i a dos m o n - o mal moral. Em certas ocasiões, no fervor d o jogo, um s i m p l e s gol basta a originar
drongos. contendas, onde não raras vezes há feridos.
A figura lendária que há 1916 anos nos persegue tem e n c o n t r a d o , para a sua inter- Mais úteis à h u m a n i d a d e e a si próprios seriam esses rapazes se, em lugar de se
p r e t a ç ã o no t a b l a d o c é n i c o , uma infinidade e n o r m e de m o n d r o n g o s q u e . nem de o c u p a r e m de semelhantes passatempos, ingressassem antes nos Sindicatos e nas
leitura se p r e o c u p a m c o m o filho d o carpinteiro. Ligas O p e r á r i a s , a fim d e p o d e r e m enfrentar o v i l i s s i m o patronato.
Não foi Cristo, não foi a sua religião, não foi o c a t o l i c i s m o que f a l i u . Mais prestimosos à causa da e m a n c i p a ç ã o e da f r a t e r n i d a d e se revelariam t o d o s
As grandes forças v e r d a d e i r a m e n t e ativas. c o m o a verdade e a c i ê n c i a , pela própria esses amantes da orgia e aa boémia se. em vez de c o n c o r r e r e m diariamente aos
lei do progresso, de há muito que t u d o isso a n i q u i l a r a m . e n s a i o s de d a n ç a e aos treinos da bola. afluíssem às e s c o l a s e frequentassem as
A falência operada foi a dos m o n d r o n g o s , foi a de uma arte de m o n d r o n g o s q u e , bibliotecas e m busca de c o n h e c i m e n t o s de r e c o n h e c i d a utilidade.
I n c o n s c i e n t e s da sua missão artística, a g u a r d a m u m a q u a d r a d o ano para, na e x p l o - Que se associe, pois, e c o n o m i c a m e n t e , a juventude ora transviada pelos meios espor-
ração d a i g n o r â n c i a pública e de um sentimento s i n c e r o , mas c o n d e n á v e l c o m o entrave tivos. Só assim evitará de rolar, c o m o uma bola, para o a b i s m o . . .
à e v o l u ç ã o de justas a s p i r a ç õ e s e x t o r q u i r e m , sem mais esforço, as migalhas a u m
p ú b l i c o indiferente. (Sejo Costa)

Bendita seja, pois, a ausência do p ú b l i c o aos e s p e t á c u l o s s a c r o s , este a n o !


Prova que a o c o n t r á r i o do que deveria ser norma, a i g n o r â n c i a d o p ú b l i c o não será ORIENTAÇÃO TEATRAL
g u i a d a pela ignorância dos artistas. Ele desertará em a b s o l u t o , d e i x a n d o - o s entregues
à sua c a b o t i n a g e m , se não ao seu c / e t i n i s m o . Prometeu — Ano I — n.° 1
Pois é a d m i r á v e l que numa terra c o m o o Brasil, onde a beleza grita e impera, onde
Tendo-se c o m o se tem um repertório de rimas, de s i n ó n i m o s , de epítetos, de perifra-
as f o r ç a s c r i a d o r a s se renovam c o n s t a n t e m e n t e por u m a natureza p r ó i i g a e f e c u n d a ,
ses, de e x e m p l o s seletos que se recorrem para ver surgir infinitos pontos de vista
os artistas, expoentes m á x i m o s da intelectualidade de uma raça, a g u a r d e m a semana
novos — é a afirmativa p r u d h o n i a n a — tem-se t a m b é m certas e muitas peças lite-
da morte para e x i b i r e m uma arte senil, doentia, h ó r r i d a ?
rárias, tais c o m o as de teatro, obras-primas no c o n c e i t o da crítica diária, as quais
A o n d e estão a inteligência, o c o r a ç ã o , os nervos destes h o m e n s ? A o n d e está aquele m e s m o prenhes de brilhantes locuções, formas impecáveis, insuperável t é c n i c a , são
espirito c r i a d o d o s filhos d e uma Pátria Nova q u e . n e c e s s a r i a m e n t e , a c o m p a n h a m o insuficientes de relacionar, h a r m o n i c a m e n t e por uma a f i n i d a d e integral, o subjetivo
m o v i m e n t o evolutivo da h u m a n i d a d e ? Pois t u d o isso c r i s t a l i z o u n u m a arte de m o n - c o m o objetivo pessoal e m p r o p o r ç ã o de motivos e d e s l u m b r a m e n t o s . O q u e na
drongos? primeira soma, na outra d i m i n u i .
Não! A falência o p e r o u - s e este ano. Surge a g o r a u m a arte l u m i n o s a , p u r i f i c a d o r a , Os eufemismos, múltiplos, talhados na m i r a c u l o s i d a d e das vaguedades sociais e seus
prenhe de beleza e de s u p e r i o r i d a d e , c o m o a f i r m a ç ã o artística de um povo livre, erros característicos, de um fatalismo n e u r ó t i c o c o m o o a p r e s e n t a d o no Leque de
forte e e m p r e e n d e d o r , q u e m a r c h a sorridente o c a m i n h o do futuro. Lady Margarida, de Oscar Wilde, p o r é m , transformáveis para as verdades que se não
(Romualdo Figueiredo, artista d r a m á t i c o ) sofismam i m p r e s s i o n a m - n o s , m e n t i n d o aos nossos sentidos, captivam-nos o f l o r i l é g i o
sentimental sem nos dar c o n c l u s ã o definitiva que oriente, especifique, dos tristes
espetáculos da s o c i e d a d e a psicologia humana, fora, c o m o se e n c o n t r a m , d o derro-
A DANÇA E O FOOT-BALL (A MOCIDADE)
t e i r o natural da vida por essa m a t e m a t i c i d a d e inevitável que lhe dão os precursores
A Plebe. 30.10.1917 — n." 19 do novo m i s t i c i s m o c i e n t í f i c o .
Há sentenças que c o m p r i m e m um universo de verdades. E a arte, sem uma finalidade
Lastimando p r o f u n d a m e n t e o estado em que se e n c o n t r a a j u v e n t u d e c o n t e m p o r â n e a , social e humana perde t o d o o valor c o m o arte l u c r a n d o em "valor comerciãT~e~~Tndus-
om rnlaçflo a o seu valor f í s i c o e moral e intelectual, afigura-se-nos o p o r t u n o algumas trial. Devido à e r r ó n e a interpretação artística do teatro, é que as impressões sobre
o m u n d o , as coisas e os homens são feitas à base de uma petulância em que o
1 Mfr.i.l.-i.içòos ,i respeito
caráter artístico deixa o c i e n t i f i c i s m o abaixo das paixões incontidas dos regimes e
Presentemente, a juventude está c o r r o m p i d a pelos divertimentos mais p r e j u d i c i a i s ao das instituições históricas.
onjiini-imo o á educação.
C o n t u d o , a existência espiritual foge à vida materialista d o d e t e r m i n i s m o histórico.
" ' f u n d a d o de r a p a / e s atira-se inconsc:entemente | d a n ç a •
1 , 1 1 , 1 1 ao foot-ball. duas Procura viver u m a vida mais livre que o m u n d o real oferece, onde não exista o p o s i ç ã o
. a l n m i d a d e s modernas que d i z i m a m milhares de seres humanos entre o i n d i v i d u o e a s o c i e d a d e , uma vida e m que a virtude não seja um vício e a
tara o r i g i n á r i a da g r a n d e z a e h e r o í s m o ; uma vida de sonhos atléticos q u e sào, afinal, c i f i c a ç ã o regular, torna-se necessária a n o r m a l i d a d e da f u n ç ã o . A I m a g e m p o d e
visões plásticas de a c o n t e c i m e n t o s futuros e c o n c l u d e n t e s . equiparar-se ao teatro sem a d i v a g a ç ã o aplicativa. Quer dizer q u e o teatro viajará e m
t r i l h o s c o m p e r f e i ç ã o q u a n d o perfeitas sejam as p r o d u ç õ e s , q u a n d o se v e r i f i q u e m o s
Os erros sociais sào c o n s i d e r a d o s pela quase totalidade dos teatrólogos c o m o fatos
g r a n d e s ideais, q u a n d o e n c a r n e c o m fidelidade o sentimento c o n s t r u t i v o d e u m a nova
pelos t e m p o s dos t e m p o s sem antever ou prever o porvir das s o c i e d a d e s e dos homens.
moral e u m a nova vida s o c i a l . O que resiste a isto ó i g n o r â n c i a , ou então c o v a r d i a de
Um reflexo de luz pode ser de sol puro e pode derivar de outras c o m b i n a ç õ e s de
e s p i r i t o que se d e s l u m b r a entre as c i n t i l a ç õ e s elétricas das b a m b o l i n a s .
o r d e m física que lhe degenerem a primitiva o r i g e m solar. Esta não possui portanto
a mesma energia de fecundar e vitalizar. (Arsênio Palacios)
Assim o fatalismo teatral mais em voga que erra no seu derivativo. Os a l i c e r c e s são
os sustentáculos das instituições. A deficiência dos alicerces t r a z e m i m p e r f e i ç ã o nas
obras que sobre eles se e r g u e m . Por c o n s e q u ê n c i a , o teatro atual deve apressar-se
CAFAJESTES INTELECTUAIS
em enveredar pela sua v e r d a d e i r a rota, c o n s e n t a n e a m e n t e c o m as a s p i r a ç õ e s p o p u l a -
res fielmente e notavelmente interpretadas.
A Plebe, 23.8.1919 — n.° 27 — Ano III
É natural que, c o m os erros de o r i g i n a l i d a d e s u p r a c i t a d o s , a m e n t a l i d a d e dos c o m e -
d i ó g r a f o s , quase na sua totalidade, se deixa absorver e arrastar por c o n c e p ç õ e s ab- Não q u e r o a b s o l u t a m e n t e fazer injúria a esses bravos desordeiros que nos recantos
surdas, a p o n t o de apresentarem tipos cretinos, d o e n t i o s , tarados, ancestrais c o m o escusos da cidade d e f e n d e m obstinadamente o seu direito de não fazer nada nesta
p e r s o n a l i d a d e s interessantes e únicas num teatro que deram e m d e n o m i n a r — na- s o c i e d a d e que tem a idolatria do parasita. O titulo de cafajestes a eles o u t o r g a d o
c i o n a l . Com os elementos que f o r n e c e m estes tipos t e r a t o l ó g i c o s , a f u n d a ç ã o de um pela m u l t a que lhes d i s p u t a o passo, a polícia, horda feroz e legal, é u m brasão im-
teatro s ó l i d o , sui generis, representativo de uma ética e de um povo c o n s o l i d a d o , p r ó p r i o a levá-los à posteridade a que se destinam os Foelas (sic) os Dantas Barretos
torna-se impossível. A vida d o h o m e m , seus e s f o r ç o s , suas dores, suas alegrias, suas e outros desordeiros históricos, mas q u e m o s recomenda a m i m .
atividades, suas lutas, não se c i m e n t a em f u n d a m e n t o s i l ó g i c o s , senão na o n i p o t ê n c i a
do seu e g o - a l t r u i s m o . na sua h e r o i c i d a d e , nos seus impulsos, nas suas e c l o s õ e s que Por necessidade de uma vida a g i t a d a e rude, os cafajestes, os capoeiras e outros
l e m b r a m muito de Hugo e de Balzac. terrores da burguesia dos bairros, apelam a t o d a hora para a luta livre, dita c a p o e i -
ragem, q u e é uma esgrima desabusada e estranha ante a qual se desorientam os
O q u e a c o n t e c e c o m o teatro indígena, s a l v a g u a r d a n d o as raras e x c e ç õ e s , é o que mais abalizados p r e c e i t o s dos mestres de armas.
s u c e d e extraordinariamente à dialética e ditos de s o b r e m e s a . Há q u e a g r e g a r a c o - Peço a t o d o s esses herdeiros dos barões feudais, porque me parece que um c a p o e i r a
média ligeira a d o e n t a d a por suas figuras incoerentes que c a r e c e m de senso a n a l í t i c o , é o descendente daqueles t r e m e n d o s salteadores das estradas da Gália e da Ger-
c a p a c i d a d e e caráter. E a s s i m , a soma de peças que s u p e r a b u n d a m pelo v e r b a l i s m o mânia, que me c e d a m os seus brasões d e s d o u r a d o s por e m p r é s t i m o , para que eu os
excessivo que tanto horrorizava a Stendhal e a Vigny. confira solenemente aos celebrados e laureados intelectuais a q u e m a burguesia
Nas veladas que se realizam nas casas de diversões da Paulicéia, houve e há destes c o n f i o u a defesa das d e p r e d a ç õ e s e das rapinas operadas c o m a lei contra a huma-
e x e m p l o s patéticos, p o r é m , que nada s u b l i m a m . N i n g u é m — nem os p r e c e d i d o s de nidade indefesa e p a s m a d a .
b o m b á s t i c o s reclames e cartazes de t a m a n h o natural, retratando tipos ridículos de C o m o possivelmente o n ú m e r o dos c a n d i d a t o s às novas d e c o r a ç õ e s seja maior que
c o m e d i o g r a f i a — deu-nos um minuto de s a p i ê n c i a nos m a g n í f i c o s torneios espirituais os títulos que me c e d a m os heróis da Saúde e de Madureira, eu limito as minhas
E d e n o m i n a m teatro á eterna representação da p a n t o m i m a das m a r i o n e t t e s e e s q u e - o u t o r g a s à classe p o p u l o s a dos j u r i s c o n s u l t o s e j u r i s p e r i t o s que têm a c a r g o o estudo
ce-se c o m p l e t a m e n t e a Corneille, Racfne e M o l i è r e . E no entanto, revive-se Castelo e a solução da questão social.
B r a n c o , Z o r i l l a e Pierre Wolff, d e i x a n d o - n o s saudade das c r i a ç õ e s imaginativas, da Esses iminentes cafajestes d e s c o b r i r a m uma rasteira mental q u e tem feito maravilhas
riqueza das investigações, da c r i t i c a sadia e da sátira moralizadora, das discussões no meio desprevenido de seus ingénuos adversários.
indutivas e dedutivas pelos c o n d õ e s reivindicativos da intelectualidade. Trata-se de d e n o m i n a r as diversas alternativas de controvérsia de p r i n c í p i o s , os
0 panfletarismo de Mirbeau e q u e tanto assusta à crítica de pena d o m a d a , é a o vários aspectos das teorias em j o g o ou os m ú l t i p l o s fatos que se apresentam na luta
menos j u d i c i o s o no observar o c o r a ç ã o h u m a n o , na c i ê n c i a dos m é t o d o s analíticos da pela d e f i n i ç ã o da vida social, denominá-los de jurídico?.
psicologia que forja os heróis iconoclastas e c o n s t r u t i v o s da energia. — Ê isso j u r í d i c o ' 7 V e j a m o s o aspecto j u r í d i c o d o caso.
No entanto, a suma vai p e r d e n d o algarismos ao surto da n o v i d a d e teatral que se E c o m v o l u p t u o s i d a d e de bácoros que refocilam na lama sem a qual não d i g e r e m os
salienta espontaneamente dos m e i o s libertários, onde os prejuízos e os interesses alimentos, trazem para esse subterrâneo da inteligência a questão que se quer trazer
criados desapareceram completamente.
à plena luz.
U l t i m a m e n t e destacaram-se novos e s c r i t o r e s t e a t r a i s , c o m esse caráter de ampla Eles não c o m p r e e n d e m , ou antes, f i n g e m não compreender, que nada na vida, no
crítica, e transformadora dos valores presentes da moral e da estrutura o r g â n i c a d o universo ou no h o m e m , está regido por o u t r o critério que não o da natureza e que só
Imperante regime. José O i t i c i c a c o m " P e d r a q u e R o l a " e " Q u e m os S a l v a " , d a n d o dentro dos próprios fatos da vida. o h o m e m ou universo p o d e m sofrer c o m p a r a ç ã o
m a g n i f i c ê n c i a à genial t r á g i c a Itália Fausta; " O I n d e s e j á v e l " , b r i l h a n t e peça d r a m á t i c a e exame.
da lavra de Fábio Luz, e de inestimável valor para a p r o p a g a n d a l i b e r t á r i a ; " A s Levia-
n a s " , de A f o n s o S c h m i d t , que de p a r c e r i a c o m " M o i n h o s de V e n t o " d o m a l o g r a d o O que vem a ser j u r í d i c o ?
autor F l o r ê n c i o S a n c h e z d e r a m v i t a l i d a d e à d e c a d ê n c i a interpretativa d e A b i g a i l M a i a . Será j u r í d i c o o a m o r ? O ó d i o ? A d o r ? A miséria? O meu ser sensível e pensante? O
os q u e , s e c u n d a d o s por c r i a ç õ e s mais s i m p l e s c o m o " B a n d e i r a P r o l e t á r i a " , d e M a r i n o que é j u r í d i c o no h o m e m ? Tudo isso os sábios d o foro são capazes de a c o m o d a r
S p a g n o l o . " O Ultimo Q u a d r o " , d e Felippe G i l , " ú l t i m a N o i t e " , d e Santos Barbosa d e n t r o da p o c i l g a j u r í d i c a , c o m a mesma f a c i l i d a d e c o m que as hienas e n t r e g a m à
aeguem as t r a d i ç õ e s de " P e l a Vida I d e a l " e " G e n t e H o n e s t a " , realizadas por Álfio d e c o m p o s i ç ã o os alimentos que não d i g e r e m crus e frescos.
T o m m a s i n i , c o n s t i t u i n d o assim um p r e z a d o e l e m e n t o p a r a a f o r m a ç ã o d o novo teatro
Hoje, para desnortear as questões sociais mais serenas e mais simples, os cafajestes
q u e surge triunfante — o teatro social — ú n i c o capaz d e restabelecer a u n i f o r m i d a d e
da lei não i n d a g a m da sua evidência, da sua clareza, ou d o seu a l c a n c e . Exatamente
' I " " " " • •'' d t v W l no d e c o r r e i do propreatO, o o único que. através da passagem d o
c o m o nos t e m p o s idos, sob o d o m í n i o d o l o r o s o e v e r g o n h o s o da Igreja, o s a c e r d ó c i o
(empo, p o d e r á salvar-se nos arquivos da história em c o n f r o n t o c o m as f o r m i d á v e i s
c a s t r a d o perguntava de qualquer fato ou ideia: — Isto é c a n ó n i c o ? Hoje, sob as
1' " d.- M i r h e a u . Benavente, Bataille. Bernstein e Galdós. A f u n ç ã o faz o ó r g ã o . patas e a chibata das leis, os sucessores daquela cáfila indagam das coisas se elas
• um c o n s e q u e n t e g r á f i c o , i d e m o a n t e c e d e n t e . E para q u e o ó r g ã o t e n h a u m a e s p e - são j u r í d i c a s .
Ê o meio de fugir à e v i d ê n c i a , é o estratagema repelente da má-fé d o m i n a d o r a , é a m a n d a m e o r d e n a m na velha terra dos bandeirantes, o r d e n o u o e n c e r r a m e n t o da
rasteira imprevista dos cafajestes intelectuais, i n c a p a c i t a d o s d a palavra clara e leal Escola M o d e r n a n. 1, a c a r g o do Professor J o ã o Penteado, e da Escola M o d e r n a n.*
necessária a todas as questões e a todos os fatos. 2, a c a r g o do Professor A d e l i n o de Pinho, pretextando representarem estas e s c o l a s
N o horror d o d e s m e m b r a m e n t o social que se vem p r e c i p i t a n d o nos séculos, a miséria f o c o s de ideias subversivas, onde se p r e g a v a m ideais a n á r q u i c o - c o m u n i s t a s , v i s a n d o
das c e r e b r a ç õ e s c o n v e n t u a i s e a c a d é m i c a s a c h o u essa forma c í n i c a e renegada de se à destruição do Estado, etc. etc.
mentir a si m e s m o e a tudo. Q u a n d o a anarquia s u r g i u para a i n t e l i g ê n c i a h u m a n a ,
t o d a s as c o n s t r u ç õ e s sociais, o n d e se abrigavam a insensatez e a c o v a r d i a dos d o - ( . . . )
m i n a d o r e s , c o m e ç a r a m a cair c o m o folhas no o u t o n o .
A modesta obra das modestas escolas a g o r a fechadas por obra e graça dos padres
C o m o era possível desmentir a verdade? C o m o era possível evitar a libertação moral da polícia e dos patrões de São Paulo, limitava-se ao e n s i n o elementar de leitura, da
e social de um r e b a n h o , d o r e b a n h o que era tâo b o m d e t o s q u i a r ? Frente a f r e n t e ? e s c r i t a , da aritmética baseada nas " l i ç õ e s de c o i s a s " , d a n d o m o t i v o a q u e a c r i a n ç a
O p o r a verdade ú n i c a u m a outra v e r d a d e ? A b s u r d o ! se familiarizasse c o m as c i ê n c i a s naturais e c o m os p r o c e s s o s da m o d e r n a indústria,
da mecânica e t a m b é m da a g r i c u l t u r a .
Só um r e c u r s o havia: a rasteira, o g o l p e inesperado. Lembraram-se os capoeiras dos
recursos mentais da esgrima livre. Náo discutir: trazer d o c a m p o aberto para a viela
sem saída o adversário leal. E então os |uristas, os juizes, os charlatões s a b i d o s em ( . . . )
d i r e i t o r o m a n o , e m d i g e s t o e e m pandectas renovaram os pântanos c a n ó n i c o s e m
N u m país que alguém c o m tanta justiça a p e l i d o u de a n a l f a b e t o l â n d i a , por uma simples
lameiros j u r í d i c o s , onde lhes seria possível afogar tatos e ideias que os e s m a g a v a m
v i o l ê n c i a p o l i c i a l - c l e r i c a l , fecham-se duas e s c o l a s onde cerca de duzentas crianças
de frente.
r e c e b i a m o páo d o e s p í r i t o sem o n e r a ç á o para o Estado.
Daí essa fementida e nefanda invenção do caso j u r i d i c o tomada como metro para
medir o infinito. (...)

Mas nós sabemos agora que achar j u r í d i c o s ou não os a s p e c t o s da luta pela liber- (Adélio)
dade é o m e s m o que julgar o m o v i m e n t o com o critério do b i c h o - d o - p é .
São homens cultos esses que assim d e g r a d a m a inteligência humana. Há uma revolta
pela fome. há uma revolução contra injustiça, há uma sociedade nova em face de A Plebe, 25.9.1920 — n.° 83
outra em d i s s o l u ç ã o . Isso t u d o só aparece a certa gente uma questão de t e r m o s . Do
mesmo m o d o que o pilantra do Alvear pergunta a t u d o se é elegante, e q u e o j o g a d o r NENO V A S C O
indaga " i s s o dá s o r t e ? " sem mais se o c u p a r e m se o m u n d o gira ou não em torno
M o r r e u Neno V a s c o !
de seu eixo, os sinistros o r g a n i z a d o r e s da defesa social interrogam no furor da
peleja: " i s s o é j u r í d i c o ? " Eis a notícia que acaba de transmitir o telégrafo, lacónica e indiferentemente, e m trôs
linhas apenas, e a i n d a assim m e n t i n d o no q u e diz respeito ao s u b l i m e ideal de q u e
Compreende-se que uma s o c i e d a d e que faz repousar todas as suas esperanças e m o nosso inestimável c o m p a n h e i r o foi s e m p r e não só um a r d o r o s o e a b n e g a d o pro-
Rui Barbosa, em Bernardes, em Alfredos Pintos, e e m outros cafajestes intelectuais, pagandista, mas t a m b é m um dos mais belos e admiráveis e x p o e n t e s no t e r r e n o da
é uma sociedade que agoniza e que se d e c o m p õ e . literatura e do j o r n a l i s m o revolucionário.
O j u r i d i c o é o critério final das causas p e r d i d a s . Não há nada j u r í d i c o no infinito das A o c o n t r á r i o , pois, d o que telegraficamente se leu no jornal O Estado de São Paulo,
formas e dos seres A p e n a s para os cafajestes intelectuais a vida se reduz e se es- Neno não era, nem f o r a , a p o l o g i s t a d o sistema r e p u b l i c a n o , mas sim genuína e s i n -
treita a esse aspecto e s t r á b i c o e vilão. ceramente anarquista, cujas c o n v i c ç õ e s e propósitos se patenteavam s e m p r e c o m
Nós não c a i r e m o s mais nas e m b o s c a d a s que esses c a p o e i r a s nos p r e p a r a m e onde g a l h a r d i a e i n t e l i g ê n c i a no decorrer de sua plácida e trabalhosa vida, quer c o m o
já t o m b a r a m tantas e tantas vitimas de leal e nobre fé. A batalha se a p r o x i m a áspera, p r o p a g a n d i s t a dos mesmos p r i n c í p i o s , quer c o m o pai. e s p o s o e filho, de que foi
longa e rude, e é no ardor dessa peleja que a p r e n d e m o s a lutar evitando as rasteiras s e m p r e , na família, u m dos mais belos e x e m p l o s de ternura e a m o r ; quer, f i n a l m e n t e ,
e os embustes. c o m o i n d i v í d u o c u j a moral e inteligência, a par de uma sólida cultura c i e n t i f i c a ,
realçavam-lhe a f e i ç ã o gentil e extremamente delicada e cativante de suas maneiras,
Náo é mais possível anular a luta e desvirtuá-la nas águas-furtadas ou p o r õ e s d o
t o r n a n d o - o não só a d m i r a d o de todos os seus amigos e c o m p a n h e i r o s de luta, c o m o
c r i t é r i o j u r í d i c o , que é o a l ç a p ã o adrede p r o p a r a d o para tragar g l a d i a d o r e s da arena
de seus próprios adversários . .
aberta da a n a r q u i a .
A lei, feita pelo ladrão, e a justiça paga pelo s i c á r i o são enredos e m que eles se ( . . . )
m e t e m uns aos outros. Não é por essa lei nem essa justiça que nós nos arremessa-
A s s i m foi que, aqui e m São Paulo, c o m o em Portugal, terra d o seu nascimento,
m o s ao c o m b a t e . O j u r i d i c o é a ciência onde eles se afogam e d e n t r o da qual racio-
soube ele i m p r i m i r a v i r i l i d a d e do seu t a l e n t o de escol na obra de propaganda eman-
cinam c o m o vermes.
cipadora do proletariado.
A anarquia não cria d i r e i t o s novos, ela d e s t r ó i os v e l h o s , e não mais haverá relações
jurídicas entre os homens que aspiram cultivar as relações humanas ( . . . )

( D o m i n g o s Ribeiro Filho) A l é m de a r t i g o s , o p ú s c u l o s , v e r s o s e o u t r o s trabalhos l i t e r á r i o s publicados pelos


nossos j o r n a i s , legou-nos o livro Da porta d a Europa, e a peça teatral inédita " P e c a d o
SPARTACUS (Rio) d e S i m o n i a " , fina e b r i l h a n t e c o m é d i a de c r í t i c a social e religiosa, já bastantes vezes
levada à cena e que constitui uma das jóias do repertório d o teatro libertário.
FDITOR: Astrogildo Pereira
29 11 1919 — n.° 18 ARTE E REVOLUÇÃO

F M SAO P A U L O FECHAM-SE AS ESCOLAS MODERNAS A Plebe, 6.11.1920 — n.° 89


A dlretoria de instrução de São Paulo, por s o l i c i t a ç ã o da Secretaria da Justiça e O homem vive p r i m e i r a m e n t e de pão, mas não é só de pão que ele vive: assim
Segurança Pública, inspirada pela padralhada e pela jesuitada que são os que e m t u d o p e n s a m os r e v o l u c i o n á r i o s sociais. Mas, e m g e r a l , aos r e v o l u c i o n á r i o s escasseiam o
t e m p o e os r e c u r s o s m e s m o nas tarefas mais u r g e n t e s e e s s e n c i a i s para a conquista f) manter u m a b i b l i o t e c a que será c o n s t i t u í d a p r e f e r e n t e m e n t e pelas m e l h o r e s o b r a s
direta d o p ã o e da liberdade. Em matéria de arte são o b r i g a d o s a c o n t e n t a r - s e c o m de todas as c o r r e n t e s s o c i o l ó g i c a s , c i e n t í f i c a s e f i l o s ó f i c a s , f o r m a d a por d o a ç õ e s
a que lhes f o r n e c e m as empresas mercantis. v o l u n t á r i a s ou a q u i s i ç õ e s p r ó p r i a s ;
No entanto, a arte. nas formas superiores, é verdadeiramente r e v o l u c i o n á r i a , m e s m o g) manter as mais estritas relações c o m e n t i d a d e s m u n d i a i s c o n g é n e r e s e a g r u p a ç õ e s
sem teses p r e c o n c e b i d a s , sem p r e o c u p a ç õ e s subversivas, e não s o m e n t e por afinar d e caráter social r e v o l u c i o n á r i o .
o sentimento.
5. °) — Pode ser s ó c i o e será a d m i t i d o nas reuniões internas deste Centro qualquer
S e m e d u c a ç ã o t é c n i c a nem artística, o h o m e m do povo é incapaz de c o m p r e e n d e r as i n d i v í d u o q u e r e c o n h e c i d a m e n t e esteja d e a c o r d o c o m as f i n a l i d a d e s e o f e r e ç a g a r a n t i a
mais belas obras, e refugia-se nos e s p e t á c u l o s mais o r d i n á r i o s , s e g u i d o pelo d e s d é m d e lealdade nas suas i n t e n ç õ e s .
dos s u p e r - h o m e n s .
a) u m a vez a d m i t i d o está o a s s o c i a d o no dever d e auxiliar m o r a l e m a t e r i a l m e n t e na
Mas tentai e retentai, s e m intentos financeiros, essa e d u c a ç ã o que lhe falta, incitai-o, e x e c u ç ã o do p r o g r a m a e x p o s t o , na m e d i d a d e suas posses.
fazei apelo aos seus melhores sentimentos, e x p l i c a i - l h e previamente as obras de arte,
interessai-o por elas, afinai-lhe g r a d u a l m e n t e o gosto, e ele a c u d i r á ao vosso c h a m a - 6. °) — O f u n d o s o c i a l será c o n s t i t u í d o p e l o p r o d u t o das m e n s a l i d a d e s de c a d a a d e -
mento e em breve t r o c a r á , d e l i c i a d o , os g u i s a d o s r e q u e n t a d o s e s e b o s o s pelo mel rente, renda dos festivais, veladas, v e n d a de j o r n a i s , livros, f o l h e t o s , etc.
suavíssimo do Himeto. A s suas preferências passadas parecer-lhe-ão a b o m i n á v e i s e 7 . °) — Este C e n t r o n ã o manterá n e n h u m a d i s t i n ç ã o ou título h o n o r í f i c o , n e m t o m a r á
vergonhosas. parte coletiva e m m a n i f e s t a ç õ e s d e caráter p o l i t i c o - p a r t i d á r i a s . não p o d e n d o por isso
E tornar-se-á, então, mais c o n s c i e n t e a sua revolta contra a injustiça s o c i a l , que n e n h u m dos seus a d e r e n t e s usar d o seu n o m e para tal f i m .
m e r g u l h a a g r a n d e m a i o r i a na miséria, na a b j e ç ã o e na i g n o r â n c i a , p r o p o r c i o n a n d o 8. °) — O C e n t r o de C u l t u r a Social será a d m i n i s t r a d o por u m a c o m i s s ã o de sete m e m -
apenas a uma minoria de privilegiados e parasitas t o d o s os g o z o s da arte e da b r o s , r e n o v a d a d e seis e m seis meses.
ciência.
9. °) — Em caso d e d i s s o l u ç ã o os bens s o c i a i s do Centro passarão para q u a l q u e r
Nesse sentido, a c i v i l i z a ç ã o m o d e r n a c o l a b o r a t o d a c o m os r e v o l u c i o n á r i o s ; e divulgar a g r u p a ç ã o c o n g é n e r e e. na falta desta, para a o r g a n i z a ç ã o o p e r á r i a de caráter s o c i a l -
os seus benefícios, seja e m b o r a em p r o p o r ç õ e s modestas, é tornar os homens inso- -revolucionário.
fridos d o jogo, revelar-lhes plenamente a fealdade d o existente — o q u e , se não é
tudo, é um primeiro passo para o desejo de uma t r a n s f o r m a ç ã o s o c i a l . " O h o m e m 10. °) — T o d o s os c a s o s não previstos nestas bases d e a c o r d o serão resolvidos pela
habituado a lavar-se e que conhece todas as vantagens d o asseio c o r p o r a l — disse assembleia g e r a l .
um dia Malatesta — torna-se r e v o l u c i o n á r i o n o dia e m q u e não possa c o m p r a r sabão. 1 1 . °) — Para s e r e m revogadas ou reformadas as atuais bases d e a c o r d o é i m p r e s c i n -
(Neno Vasco) dível a a p r o v a ç ã o d e três assembleias c o n s e c u t i v a s , não sendo v á l i d a q u a l q u e r m o d i -
f i c a ç ã o f u n d a m e n t a l sem o voto favorável d e 2 / 3 d o s a d e r e n t e s , presentes às
assembleias.
CENTRO DE CULTURA SOCIAL: Bases de acordo do centro
A COMISSÃO
Janeiro de 1933
1.0) — Pelas presentes bases de a c o r d o fica c o n s t i t u í d a na c i d a d e de São Paulo S ã o Paulo, j a n e i r o de 1933
(Brasil) u m a a g r u p a ç ã o cultural d e n o m i n a d a Centro d e Cultura S o c i a l , c o m p o s t a de
ilimitado n ú m e r o d e s ó c i o s de a m b o s os sexos, sem d i s t i n ç ã o de c o r , n a c i o n a l i d a d e ,
"TESEU" — peça de G. Soler
c r e d o p o l i t i c o ou s o c i a l .
2. °) — Este Centro destina-se ao a p e r f e i ç o a m e n t o intelectual, moral e s o c i o l ó g i c o d o s Crítica publicada em A Plebe, 18.8.1934
seus aderentes e d o p r o l e t a r i a d o e m g e r a l , na base das m o d e r n a s teorias d e luta
contra q u a l q u e r e x p l o r a ç ã o ou tirania, quer seja p o l i t i c a ou r e l i g i o s a , quer seja e c o - C o m " T e s e u " , G. Soler l o g r o u p r o v o c a r , em nosso m e i o , os mais vivos c o m e n t á r i o s e
n ó m i c a ou mental. C o m b a t e r á s e m p r e t o d o s os regimes q u e se a p o i e m no a b s o l u t i s m o , levantou críticas as mais mordazes.
na tirania e nos p r i n c í p i o s que integram a religião, a p o l í t i c a e o c a p i t a l . Bater-se-á O m u r m ú r i o e d e s a p r o v a ç ã o de a l g u m a s cenas, as dúvidas p r o v o c a d a s por outras,
pela mais a m p l a l i b e r d a d e de m a n i f e s t a ç ã o d o p e n s a m e n t o na i m p r e n s a e na t r i b u n a . d i z e m b e m da i n q u i e t u d e d o espírito manifestado pelos personagens no decorrer da
representação.
3. °) — Para atingir este o b j e t i v o a c e i t a a c o l a b o r a ç ã o de pessoas e e n t i d a d e s inte-
ressadas na difusão c i e n t i f i c a , artística, f i l o s ó f i c a e literária, u m a vez que sejam A tese q u e Soler desenvolve, os tipos sociais que nos apresenta, o ambiente que nos
respeitados os p r i n c í p i o s e f i n a l i d a d e s e q u e se o f e r e ç a t o d a g a r a n t i a de lealdade faz viver no decorrer dos quatro atos são m o m e n t o s que não se e s q u e c e m f a c i l m e n t e .
nas suas intenções. A s atitudes dos personagens chocam, p e r t u r b a m , e, por vezes desnorteiam o es-
4. °) — Sào f i n a l i d a d e s imediatas d o C e n t r o de Cultura S o c i a l : pectador.
a) Promover c o n f e r ê n c i a s p ú b l i c a s s o b r e t o d o s os ramos d o saber h u m a n o e par- No c o n j u n t o , a ideia mestra de Soler é, quer nos parecer, pôr e m cena a tragédia
t i c u l a r m e n t e das m o d e r n a s c o n c e p ç õ e s filosóficas e sociais d o p r o l e t a r i a d o ; p s i c o l ó g i c a e social d o m i n a n t e n o m o m e n t o atual. no seio das famílias, c o m o reflexo
da s o c i e d a d e que há de resolver os c o m p l e x o s problemas da c i v i l i z a ç ã o .
b) educar e preparar a m o c i d a d e t é c n i c a e s o c i o l o g i c a m e n t e , moral e revoluciona-
iiamento. para a sua e m a n c i p a ç ã o integral; Por isso, Soler põe e m cena personagens que c a r a c t e r i z a m três g e r a ç õ e s d i s t i n t a s :
c) publicar e divulgar t o d a a literatura que p o s s a servir ao p r o g r e s s o e à e v o l u ç ã o a d o passado, nas pessoas de Emília e de seus irmãos, o p a d r e ; d o presente, T e s e u ,
anarquista, a se d e b a t e r entre os p r e c o n c e i t o s d o passado e as c h i c a n a s d o s p a r t i d o s
m o r n l , m o n t a i da h u m a n i d a d e ;
p o l í t i c o s de h o j e ; d o futuro, na m o c i d a d e sadia de C a r m e m q u e , c o m o A n t ô n i o ,
d) miintor no seu seio c u r s o s de a p e r f e i ç o a m e n t o c u l t u r a l e i n t e l e c t u a l , n o t u r n o s e s i m b o l i z a a c o n t i n u i d a d e da vida, d o a m o r e d a luta.
g r a t u i t o s , a c a r g o de pessoas que v o l u n t a r i a m e n t e os q u i s e r e m e x e r c e r :
A trama é b e m u r d i d a e o ideal q u e a n i m a é h u m a n o e l i b e r t á r i o . Isso no c o n j u n t o .
.•) i. ali/.o ou c o n t r i b u i r para a realização de saraus literários | artísticos com o b r a s Q u a n t o ao a c a b a m e n t o d a o b r a t e m o s q u e fazer alguns reparos, assim c o m o algumas
l> itn ,r. de p r o p a g a n d a social r e v o l u c i o n á r i a , restrições q u a n t o ao finai d o quarto ato, o n d e nos dá a impressão d o l o r o s a de que
as três g e r a ç õ e s são arrastadas para o a b i s m o c o m a tragédia p s i c o l ó g i c a d e Teseu.
Esse m o m e n t o c u l m i n a n t e do drama dá-nos a i m p r e s s ã o de que se v e r i f i c a r á u m
c o l a p s o na vida, quer d o s seres, quer das ideias. O espectador fica s u s p e n s o e tem
a sensação d o v á c u o ao seu redor; q u a n d o d e s c e o p a n o , uma p e r g u n t a assoma
aos l á b i o s : e agora?
O amigo Soler tem t a l e n t o , sabe pensar e fazer o s outros pensar e não p o d e exigir
d o p ú b l i c o que a d i v i n h e o seu p e n s a m e n t o , que f i c o u um tanto i n d e c i s o e o b s c u r o
na cena final d a obra. " T e s e u " é um d r a m a e x c e l e n t e , mas m u i t o m e l h o r f i c a r á , a meu
ver, se Soler lhe aparar algumas arestas, e o e x p u r g a r dos d i á l o g o s muito longos,
m e s m o s a c r i f i c a n d o um p o u c o da boa doutrina q u e d e b a t e m ; assim c o m o aliviar se
não puder s u p r i m i r os m o n ó l o g o s pesados, q u e c o n c o r r e m para cansar os artistas
e t o r n a m um tanto m o n ó t o n o o t r a b a l h o . E, f i n a l m e n t e , deveria, ainda a nosso ver,
dar a C a r m e m e A n t ô n i o o papel de finalizar o d r a m a , c o m a l g u m a s palavras que
sejam um h i n o à vida que p r o s s e g u e e às ideias que t r i u n f a m . T e r e m o s assim em
" T e s e u " um t r a b a l h o teatral para m u i t o t e m p o e para ser r e p r e s e n t a d o muitas vezes.
INVENTÁRIO DA PESQUISA
R.F.

PESQUISA: TEATRO OPERÁRIO NA CIDADE DE SAO PAULO


P.S.:
Supervisoras da Área: MARIA THEREZA VARGAS (até março 1978) /
Essa peça foi levada e m 4 . 8 . 1 9 3 4 num festival ( " e x c e l e n t e n o i t a d a de p r o p a g a n d a " ) RENI CHAVES CARDOSO (a partir março 1978)
O f e s t i v a l foi iniciado c o m a palavra do camarada Boscolo c o m u m " b e l í s s i m o e
substancial estudo sobre o t e a t r o s o c i a l " , p r e n d e n d o a atenção do p ú b l i c o pelo espaço
de uns quarenta m i n u t o s . O g r u p o foi o H i s p a n o - A m e r i c a n o . Q u a n t o à a s s i s t ê n c i a : " o Pesquisadoras: MARIA THEREZA VARGAS / MARIÂNGELA ALVES DE
salão dava um aspecto m a g n i f i c o . A m u l t i d ã o de c a m a r a d a s e a m i g o s e seus familiares LIMA
que a c o r r e r a m ao local e s g o t o u por c o m p l e t o a capacidade do s a l ã o " .
Objetivos: Documentar uma forma teatral específica da cidade de São
Paulo. Considerando-se que essa forma de teatro desapareceu em
1962, a documentação terá o caráter de memória.

1. PAPÉIS IMPRESSOS

1.1 Livros

Rocha, Arthur. Deus e a natureza (1)


Diniz. Baptista. O veterano da liberdade (2)

2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS

2 4 Entrevistas

Germinal Leuenroth, Jayme Cuberos. Cuberos


Neto. Maria e Cecílio Valverde, antigos com-
ponentes do teatro do Centro de Cultura Social (1)
Entrevista com o atual presidente do Guglielmo
Oberdan (2)

2.4 Notícias jornal

A Lanterna: 1901-1903-1905-1909-1910-1911-1912
1913-1914-1915-1916 (3)
O Amigo do Povo: 1902-1903-1904 (4) " O teatro católico". João Eduardo. A Lanterna,
La Battaglia: 1904-1905-1906-1907-1908-1909-1910- 16.6.1914 (29)
1911-1912-1913 (5) " A Escola Moderna de São Paulo". Anon. A Lan-
O Livre Pensador: 1904-1905 (6) terna, 11.9.1915 (30)
O Chapeleiro: 1905-1918 (7) " O Teatro e a Igreja". Romualdo Figueiredo. A Lan-
terna, 28.2.1916 (31)
A Terra Livre: 1905-1906-1907-1908-1910 (8)
" A arte do palco: o teatro l i v r e " . Romualdo Figuei-
A Luta Proletária: 1908 (9)
redo. A Lanterna, 25.3.1916 (32)
A Plebe: 1917-1919-1920-1921 -1922-1923-1924-1927-
" A arte do palco: uma iniciativa". Romualdo Fi-
1932-1933-1934-1935-1947-1948-1949-1952 (10) gueiredo. A Lanterna, 15.4.1916 (33)
Alba Rossa: 1919-1920 (11) "Teatro do povo". Cristiano de Carvalho. Novo
Novo Rumo: 1906-1907 (12) Rumo, 19.9.1906 (34)
O Trabalhador Vidreiro: 1931 (13) " A arte do palco: falência dos mondrongos". Ro-
O Trabalhador: 1932-1933 (14) mualdo Figueiredo. A Lanterna, 2.9.1916 (35)
O Socialista: 1933 (15) "Registro de uma peça: 'Floreai'". A Terra Livre,
O Trabalhador Padeiro: 1935 (16) 13.6.1906 (36)
Dealbar: 1967 (17) "Registro de uma peça: 'Os Esmagados'" (37)
" O baile". Lucifero. A Terra Livre, 5.2.1907 (38)
" A r t e e revolução". Neno Vasco. A Plebe,
2.4 Notícias revistas
6.11.1920 (39)
" A dança e o f u t e b o l " . S. Costa. A Plebe,
Kultur: 1904 (18) 30.10.1917 (40)
A Aurora: 1905 (19) "Balancete de uma festa operária". A Terra Livre,
A Vida: 1914 . (20) 1 .6.1907
0 (41)
II Pasquino Coloniale: 1920 (21) "Cafajestes intelectuais". Domingos Ribeiro Fi-
lho. A Plebe, 23.8.1919 (42)
Renovação: 1921 (22)
"Em São Paulo fecham-se as escolas modernas".
Adélio. Spartacus, 29.11.1919 (43)
2 4 Crítica teatral jornais

"Elvira, a M o n j a " . Antonius. O Livre Pensador, 2.4 Revistas


24.7.1904 (23)
" A Electra", de Perez Galdós. Editorial. A Lanter- "Orientação teatral". Arsênio Palácios. Prome-
na. 20.1.1901 (24) teu. Ano I. n.° 1 (44)

" O Dever". José Rizol. A Plebe, 17-18.10.1903 (25) 2.10 Centro de Cultura Social (Bases de Acordo) (1)
"Teseu". R. F. A Plebe, 18.8.1934 (26) Grupo Dramático Teatro Social (Bases de Acordo) (2)
"Primeiro de M a i o " . Novo Rumo, 22.11.1907 (27)
2.10 Textos

2.4 Crónicas jornais


" O s Dois Ladrões". Aikin e Barbault (D
"Sua Santidade". A. de Andrade Silva (2)
" A s festas de propaganda e o baile". Lúcifer Terra
Livre, 17.2.1910 (28) "Terror Noturno". Fábio Luz (3)
4 PAPÉIS REPRODUÇÕES "Triste Carnevale". Anon. Texto teatral (29J
" L e o n e " . Texto teatral de Mário Rapisardi (30)
4.1 Xerox
" I n Manciura". Texto teatral de Alfred Savoir (31)
"Primo Maggio". Texto teatral de Pietro Gori (1) " L A s s a l t o " . Texto teatral de C. A. Traversi (32)
"Primeiro de M a i o " . Texto teatral de P. Gori (2) "II Viandante e l E r o e " . Texto teatral de Felice
" O Pecado de Simonia". Texto teatral de Neno
Vezzani (33)
Vasco (3)
"La Lettera". Texto teatral de Jean Conti (34)
" A o Relento". Texto teatral de Afonso Schmidt (4)
" O Coração é um Labirinto". Texto teatral de " O Veterano da Liberdade". Texto teatral de
Pedro Catallo (5) Baptista Diniz (35)
"Uma Mulher Diferente". Texto teatral de Pedro "E. Zola Innanzi ai C r o c o d i l l i " . Texto teatral de
Catallo (6) Felice Bastera (36)
" C o m o Rola uma Vida". Texto teatral de Pedro "Gaspar, o Serralheiro". Texto teatral. Anon. (37)
Catallo (7) " A v a t a r " . Texto teatral de Marcello Gama (38)
"Miséria" Texto teatral de Giovani Baldi (8) " O Último Quadro". Texto teatral de Felipe Gil (39)
" R i b e l l i o n i " . Texto teatral de Giovani Baldi (9)
"Terror Noturno". Peça cinematográfica de Fábio
"Greve de Inquilinos". Texto teatral de Neno Vasco (10) Luz (40)
" M a r i e t a , a Heroína". Texto teatral de Isaltino "Primeiro de Maio". Texto teatral de Demétrio
dos Santos (11) Alati (41)
" O Infanticídio". Texto teatral de Motta Assumpção (12)
Poesias e hinos (42)
" M i l i t a r i s m o e M i s é r i a " . Texto teatral de Marino
" O Semeador". Texto teatral de Avelino Foscolo (43)
Spagnolo (13)
" L ' l d e a l e " . Texto teatral de Pietro Gori (14) " O s Imigrantes". Texto teatral de Marino Spagnolo (44)

" A Insensata". Texto teatral de Pedro Catallo (15) 4.1 Xerox volantes
" A Bandeira Proletária". Texto teatral de Marino " O s M o r t o s " . Anúncio/Programa — CCS (45)
Spagnolo (16)
" U m a Mulher Diferente". Anúncio/Programa
"Leão X. o Celerado". João de Medicis. Texto
— CCS (46)
teatral de A. de Andrade e Silva (17)
" T a b u " . Festival Artístico. Anúncio/Programa —
"Pedra que Rola". Texto teatral de José Oiticica (18)
CCS (47)
"Quem os Salva". Texto teatral de José Oiticica (19)
" O Poder das A l m a s " , pelo CCS (48)
" A z a l a m " . Texto teatral de José Oiticica (20)
CCS — divulgação abertura Teatro de Ensaio (49)
" A Casa dos M i l a g r e s " . Tradução de Pedro Catallo (21)
"Pense A l t o " . Anúncio/Programa — CCS (50)
"Os M o r t o s " . Florêncio Sanchez (22)
" A Sombra". Grandioso baile familiar — CCS (51)
"II Diritto di A m a r e " . Texto teatral de Max Nordau (23)
" A Sombra". Anúncio/Programa — CCS (52)
"Electra". Texto teatral de Perez Galdós (24)
" C i c l o n e " . Anúncio/Programa — CCS (53)
"La Via d U s c i t a " . Texto teatral de Vera Starkoff (25)
" A Insensata". Anúncio/Programa (54)
"II Maestro". Texto teatral de R. Rouselle (26)
" T a b u " . Anúncio/Programa (55)
"Responsabilità". Texto teatral de Jean Grave (27)
"Nossos Filhos" (56)
"Una Commedia Sociale". Texto teatral de C.
Grande Festival Proletário — Salão Celso Garcia (57)
Malato (28)
Confraternização — 1.° de Maio — Itaim (58) "Juego de Ninos". pelo Grupo Ibéria (89)
Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas (59) "Pense A l t o " , pelo CCS (90)
"É Prohibido Suicidarse en Primavera", pelo
Grupo Ibéria (91)
4.1 Xerox convites
" O Maluco da Avenida", pelo CCS (92)
Grandioso festival artístico — CCS (60) " O que Eles Q u e r e m " , pelo CCS (93)
Grandioso festival artístico — CCS (61) " M o r e n a Clara", pelo Grupo Ibéria (94)
Grandioso festival artístico — CCS (62) Exposição inaugural do Laboratório de Ensaio (95)
Grandioso festival artístico — CCS (63) Programação do Laboratório de Ensaio (96)
"Pense A l t o " , pelo grupo teatral do CCS (64) "Deus lhe Pague", pelo CCS (97)
Grandioso festival artístico (65) " O Vagabundo", pelo grupo da União dos
Grandioso festival artístico (66) Operários em fábricas de tecidos (98)
" F e i t i ç o " , pelo grupo teatral do CCS (67)
Grandioso festival artístico — CCS (68) 4.1 Xerox correspondência
Grandiosa festa (69)
Grandioso festival artístico — CCS (70) Carta ao prefeito solicitando o Cine-Teatro
Grandioso festival artístico — CCS (71) Oberdan para o CCS (99)
Espetáculo teatral, pelo CCS (72) Carta ao prefeito solicitando o Teatro Colombo,
para o CCS (100)
Espetáculo teatral pelo CCS (73)
Grandioso festival artístico — CCS (74)
4.1 Xerox críticas e reportagens
Festival comemorativo: 1886-1948 (75)
Festival comemorativo ap 1.° de Maio, Centro de Cultura Social. Pedro Catallo
prom. CCS (76) " O Libertário", junho-julho, 1963 (10)
Festival Hispano-Americano (77) "Teatro Social em São Paulo". Ação Direta.
Festival artístico (78) 1958 — set. (102)
Festival artístico (79) Festival Artístico do Centro de Cultura Social.
A Plebe, 1.°.10.1957 (103)

4.1 Xerox programas


4.1 Xerox vários
" A o Relento". Ato variado, pelo CCS (80)
" O s Guerreiros", pelo Laboratório de Ensaio do Convocação dos sócios do CCS (104)
CCS (81) Campanha pró reabertura do CCS (105)
" O Coração é um Labirinto", pelo CCS (82) Proposta de sócio — CCS (106)
" O s M o r t o s " , pelo CCS (83) Alvará de funcionamento do DEI para o CCS (107)
" O Coração é um Labirinto", pelo CCS (84) Alvará da Prefeitura para o CCS (108)
" O Poder das Massas", pelo CCS (85) Alvará do Juizado para o CCS (109)
" C i c l o n e " , pelo CCS (86) SBAT/UBC — direito de apresentação para o CCS (110)
" T a b u " , pelo CCS (87) SBAT — guia de recolhimento — " A o Relento",
"Sombras", pelo CCS (88) de A. Schmidt (111)
5 AUDIO

5.1 A Cassettes

Entrevista com os antigos participantes do Grupo


Teatral do Centro de Cultura Social (Germinal
Leuenroth, Jayme Cuberos. Cuberos Neto, Maria
Valverde e Cecílio Dias) (1/2) INVENTÁRIOS DE O U T R A S
Entrevista com o atual presidente do Guglielmo
Oberdan (3) PESQUISAS DA ÁREA DE
6 VISUAL
ARTES CÉNICAS
PESOUISA: CRIAÇÃO DO ESPETÁCULO TEATRAL EM SAO PAULO: NO
6.4A Diapositivos CENTRO E NA PERIFERIA
Supervisoras da Area: MARIA THEREZA VARGAS (até março 1978) /
Associação das Classes Laboriosas (salão). Gu-
RENI CHAVES CARDOSO (a partir março 1978)
glielmo Oberdan (salão de teatro e salão de bai-
le, fachada). Cine-Teatro Oberdan (fachada, en- Pesquisadores: CARLOS EUGÊNIO MARCONDES DE MOURA / CLAUDIA
trada dos artistas), participantes do Grupo Tea- DE ALENCAR BITTENCOURT , LINNEU DIAS / MARIA THEREZA VARGAS
tral do Centro de Cultura Social, pano de boca / MARIÂNGELA ALVES DE LIMA
do teatro da Federação Operária (1/228)
Data: dezembro 1975 a agosto 1976

Objetivos: Dentro do tema proposto: São Paulo, direito e avesso, análise


de duas espécies de espetáculo: o realizado no centro, e o realizado
nos bairros periféricos. Semelhanças e contrastes na sua criação e
entre os seus criadores.

1 PAPÉIS IMPRESSOS

1.1 Livros

Salvador Perez. João Vila do riacho (1)


Salvador Perez. João. Histórias e sucessos (2)
Queiroz Telles. Carlos "Muro de A r r i m o " (3)

1 3A Volantes

Waldemar Nunes. Apresentação (1)


Carvalhinho. Apresentação. Números de palhaço (2)
Xuxu. Apresentação. Números (3)
" M u r o de A r r i m o " . Anúncio do espetáculo (4)

1.6 Cartazes

Circo — Luta-livre (D
Circo. Apresentação de cantora (2) Geraldo Del Rey (ator "Lição de Anatomia") (16)
Circo. Tónico e Tinoco (3) Glauco Mirko Laurelli (produtor "Lição de
Circo. Tónico e Tinoco (4) Anatomia") (17)
Circo. Apresentação Niltinho e Valdeci (5) Imara Reis (atriz "Lição de Anatomia") (18)
Propaganda empregos/venda material de circo (6) Antônio Abujamra (diretor " M u r o de A r r i m o " ) (19)
Propaganda empregos/venda material de circo (7) Antônio Fagundes (ator " M u r o de A r r i m o " ) (20)
Propaganda empregos/venda material de circo (8) Carlos Queiroz Telles (autor " M u r o de A r r i m o " ) (21)
Propaganda empregos/venda material de circo (9) Odavlas Petti (diretor "Rocky Horror Show") (22)
"Absurda Pessoa" — espetáculo teatral (10) Paulo Villaça (ator "Rocky Horror Show") (23)
" A i de t i , Mata H a r i " — espetáculo teatral (11) Irene Ravache (atriz "Roda Cor de Roda") (24)
"Lição de A n a t o m i a " — espetáculo teatral (12) João José Pompeo (ator "Roda Cor de Roda") (25)
" M u r o de A r r i m o " — espetáculo teatral (13) Leilah Assunção (autor "Roda Cor de Roda") (26)
Lilian Lemmertz (atriz "Roda Cor de Roda") (27)
1 8 Outros
Luiz Antônio M. Correa (diretor "Simbad") (28)
"Absurda Pessoa" (1)
"Lição de A n a t o m i a " (2)
2.8 Roteiros
" M u r o de A r r i m o " (3)
"Rocky Horror Show" (4)
"Simbad. o M a r u j o " (D
"Roda Cor de Roda" (5)

2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS 2.10 Outros

2.4 Entrevistas Relação de circos existentes (D


Relação de filmes documentários sobre circo
Circo American (conjunto) (1) e teatro (2)
Circo Bandeirantes (conjunto) (2) Relação de movimento — SBAT (3)
Circo do Carlito (conjunto) (3) Bibliografia — Circo ( )
4

Circo do Chiquinho (conjunto) (4) Regulamento para uma escola de circo (projeto) (5)
Circo Paulistão (conjunto) (5)
Francisco Perez (Chiquinho) (6) 4 PAPÉIS REPRODUÇÕES
João Salvador Perez (Tónico) (7)
Lenine Tavares (produtor "Absurda Pessoa") (8) 4 1 Xerox

Márcia Real (atriz "Absurda Pessoa") (9)


" A Marca da Ferradura" — texto teatral de Tónico (1)
Miriam Mehler (atriz "Absurda Pessoa") (10)
" M ã o Criminosa" — texto teatral de Tónico (2)
Royai Bexigas Company (elenco " A i de t i " ) (11)
" O Céu Uniu Dois Corações'" — texto teatral de
Naum Alves de Souza (cenógrafo " A i de ti *) (12)
A. Pimenta (3)
Paulo Herculano (músico " A i de t i " ) (13)
" O Mundo não me Q u i s " — texto teatral de
Cacilda Lanuza (atriz "Lição de Anatomia") (14)
Alvaro Perez Filho ( )
4

Dirceu Camargo (iluminador "Lição de Anatomia") (15) " A i de ti Mata H a r i " — croquis cenário (5)
" A i de ti Mata H a r i " — texto teatral do grupo " A n t ó n i o Fagundes retorna" Diário de São Paulo,
"Absurda Pessoa" — texto teatral de Alan 25.11.75 ( " M u r o de A r r i m o " )
Ayckbourn "Este é o prólogo". Sábato Magaldi. Jornal da
Tarde, 26 11.75 ( " M u r o de A r r i m o " )
"Lição de Anatomia" — roteiro de Carlos Mathus
" M u r o de A r r i m o ' um excelente espetáculo", s / d
"Roda Cor de Roda" — texto teatral de Leilah 27.11.75
Assunção
"Operário no palco". Jefferson Del Rios. Folha
"Simbad, o M a r u j o " (I) — roteiro Grupo Pão e de São Paulo, 29 11 75
Circo
" O operário Antônio Fagundes". Hilton Viana
"Simbad. o M a r u j o " (II) — roteiro Grupo Pão e Diário de São Paulo, 30.11.75
Circo
"Fagundes, galã de mãos ásperas". Maria Amália
Rocha Lopes. Jornal da Tarde, 9.1.76 ( " M u r o " )
Xerox críticas e reportagens "Elias não aguenta mais derrubar o muro". Jornal
da Tarde, 31 1.76 ( " M u r o de A r r i m o " )
A crítica aos críticos, por Renato e Esther. Regina
Penteado. Folha Ilustrada. 14 11.75 ("Absurda") "Esse texto, você só pode ouvir'.' Jornal da Tarde,
16.5.75 ("Roda Cor de Roda")
'Sábato responde". Sábato Magaldi Folha de SP.
21.11.75 ( ' A b s u r d a " ) "Leilah, o mais forte personagem de Leilah". Regi-
na Penteado. Folha Ilustrada, 15.10.75. ("Roda")
"Grau superior". J. A. Flecha Veja, 24.12.75
("Ai de t i " ) "Leilah, apresenta". Jornal da Tarde, 15 10.75
("Roda")
" U m torneio de bons desempenhos". S. Magaldi
Jornal da Tarde s / d ("Al de t i " ) " N o teorema de Leilah". Sábato Magaldi. Jornal da
Tarde, 17.10.75 ("Roda Cor de Roda")
"Arquétipos do cotidiano' Jornal da Tarde, 10.
"Trabalho que pode representar". Mariângela. A.
10.75 ("Lição de A n a t o m i a ' )
Lima. O Estado de S. Paulo, 18.10.75 ("Roda")
"Uma boa peça p r e s a ' . S. Magaldi. Jornal da "Duas ótimas atrizes". Edmar Pereira. O Estado
Tarde, 14.10.75 de S. Paulo, 6.11.75 ("Roda Cor de Roda")
" A t o r e s . os únicos que se salvam". Ilka Zanotto. "Agora só se fala nela". Regina Penteado. Folha
O Estado de S. Paulo. 15 10.75 ("Lição de Ana- Ilustrada, 7.11.75 ("Roda Cor de Roda")
tomia")
" L e i l a h " . Marta Góes. Aqui, 20 a 26.11.75 ("Roda")
" A crónica que não consegui escrever. . . " Igna- "Superficial e gratuito". Mariângela A. Lima. O Es-
cio Loyola Brandão s / d ("Lição de Anatomia") tado de S. Paulo, 30.9.76 ("Rocky Horror Show")
"Lição de Anatomia". Hilton Viana. Diário de São " O Rock-horror no palco". Sábato Magaldi. Jornal
Paulo, 19.10.75 ("Lição de Anatomia") da Tarde, 7.10.75 ("Rocky Horror Show")
"Lição de Anatomia". Diário de S. Paulo, 1.°. 11.75 " U m a bem-sucedida alquimia". Ezequiel Neves.
("Lição de Anatomia") Jornal da Tarde, 10.10.75 ("Rocky Horror S h o w " )
"Desce o pano". Kleber Afonso. Última Hora, "Rock sem horror e show". Jefferson Del Rios.
9.1.76 Folha de S. Paulo, 10.10.75 ("Rocky")
" N o palco, uma trágica reportagem". Jornal da "Paulo Villaça: Minha carreira". Carlos A. Gou-
Tarde, 21.11.75 ("Muro de A r r i m o " ) vea. Folha, 23 10.75
"Jogo de seleção inspira monólogo" O Estado "Pão e circo, alegria e agressão". Lena Frias,
de S. Paulo. 21.11.75 ("Muro de A r r i m o " ) Jornal do Brasil, 15.10.75 ("Simbad. o Marujo")
"Na simplicidade, a força"' Ilka Zanotto. O Es- " G r u p o Pão e Circo volta hoje". Hilton Viana.
tado de S. Paulo, 25.11.75 ("Muro de A r r i m o " ) Diário de São Paulo. 2 2 . 1 1 7 5
" A s aventuras de um marinheiro famoso" Folha Bastidores — " M u r o de A r r i m o " (850/853J
de São Paulo, 2.12.75 ("Simbad, o Marujo") (48) "Rocky Horror Show" — espetáculo (854/942)
"'Simbad', um retrato do teatro brasileiro ". Clóvis
Público — "Rocky Horror Show" (943/951)
Garcia. O Estado de S. Paulo, 7.12.75 (49)
"Roda Cor de Roda" — espetáculo (952/988)
"Talento e beleza plástica". Sábato Magaldi. Jor-
nal da Tarde, 10.12.75 ("Simbad, o Marujo") (50) Bastidores — "Roda Cor de Roda" (989/992)
"Simbad, o M a r u j o " . Jairo A. Flecha. Veja, "Simbad. o M a r u j o " — espetáculo (993/1087)
24.12.75 ("Simbad. o Marujo") (51) Público — "Simbad, o M a r u j o " (1088/1092)
" A t r i z e s abandonam Simbad'". O Estado de S. Bastidores — "Simbad, o M a r u j o " (1093/1108)
Paulo s / d ("Simbad. o Marujo") (52)
"SNT poderá punir os três artistas". O Estado de
S. Paulo, s / d ("Simbad. o Marujo") (53) 5 AUDIO
"Atores de Simbad' dão suas explicações". Última
5. I A Cassettes
Hora, 10 e 11.1.76 (54)
Circo American (entrevista conj.) (D
4.1 Xerox artigos Circo Bandeirantes (entrevista Chico Biruta
e Gazola) (2)
"Teatro pode ser (já é) um bom negócio". Mer- Circo do Carlito (Carlito/conj.) (3)
cabo Global, s / d (55) Circo do Carlito (entrevista conj.) (4)
" O teatro popular rural: Circo-Teatro". José Cláu- Circo do Carlito (entrevista conj.) (5)
dio Barriguelli. Debate e Crítica, n. 3 (56) Circo do Carlito (entrevista conj.) (6)
Circo Paulistão (entrevista conj.) (7)
Francisco Perez (Chiquinho — entrevista) (8)
4.6 Ampliações fotográficas
João Salvador Perez (Tónico — entrevista) (9)
Lourdes Leal (atriz/entrevista) (10)
" O Céu Uniu Dois Corações" — Circo do Carlito (1/48)
" O Rei dos Ladrões" — Circo do Carlito (49/69) Ponto Chie (vários/entrevista) (11)
" M a c o n h a " — Circo do Carlito (70/132) Ponto Chie (vários/entrevista) (12)
"Três Almas para Deus" — Circo do Carlito (133/174) "O Céu Uniu Dois Corações" (trechos peça) (13)
Bastidores, público, baleiros — Circo do Carlito (175/269)
" O Rei dos Ladrões" (trechos peça) (14)
Picadeiro — Circo Paulistão (270/297) "Três Almas para Deus" (trechos peça) (15)
Caravanas, crianças — Circo Paulistão (298/446) "Maconha" (trechos peça) (16)
Ponto Chie — local de encontro dos artistas " O Casamento de Chico Biruta" (trechos peça) (17)
de circo (447/592) Espetáculo Circo Jóia (trechos) (18)
"Absurda Pessoa" — atores, público, espetáculo (593/717) " A Marca da Ferradura" (trechos peça) (19)
Público — "Absurda Pessoa" (718/721) índia — show — trechos (20)
Bastidores — "Absurda Pessoa" (722/728) Circo Paulistão — espetáculo (21)
" A i de t i , Mata H a r i " — espetáculo (729/765) "Lição de A n a t o m i a " — peça (22)
Bastidores — " A i de t i . Mata H a r i " (766/769) Lenine Tavares (empresário/entrevista) (23)
"Lição de A n a t o m i a " — espetáculo (770/779) Márcia Real (atriz/entrevista) (24)
" M u r o de A r r i m o " — espetáculo (780/847) (25)
Miriam Mehler (atriz/entrevista)
Público — "Muro de A r r i m o " (848/849)
Royai Bexigas Company (26)
6. VISUAL
Royai Bexigas Company (elenco/entrevista) (27)
6.1 A Negativos — 35mm (1/1.108)
Naum A. Souza (cenógrafo/entrevista) (28)
Idem 4 . 6
Paulo Herculano (músico/entrevista) (29)
Silnei Siqueira (diretor/entrevista) (30) 6.4A Diapositivos — 35mm
Cacilda Lanuza (atriz/entrevista) (31)
" O Casamento do Chico Biruta" — espetáculo (1/59)
Dirceu Camargo (iluminador/entrevista) (32)
Circo Bandeirantes — aspectos (60/65)
Geraldo Del Rey (ator/entrevista) (33)
" O Céu Uniu Dois Corações" — espetáculo (66/87)
Glauco Mirko Laurelli (empresário/entrevista) (34)
" A Paixão de C r i s t o " — espetáculo (88/182)
Imara Reis (atriz/entrevista) (35)
Público (Circo do Carlito) (183/188)
Antônio Abujamra (diretor/entrevista) (36)
Circo Jóia — show (189/202)
Antônio Fagundes (ator/entrevista) (37)
Público (Circo Jóia) (203/211)
Carlos Queiroz Telles (autor/entrevista) (38)
Circo Paulistão — aspectos (212/214)
Angela Rodrigues (atriz/entrevista) (39)
Crianças (Circo Paulistão) (215/247)
Odavlas Petti (diretor/entrevista) (40)
Paulo Villaça (ator/entrevista) (41) Ponto Chie (248/250)
"Absurda Pessoa" (espetáculo) (251/275)
Irene Ravache (atriz/entrevista) (42)
J. J. Pompeo (ator/entrevista) (43) " M u r o de A r r i m o " (espetáculo) (276/295)

Leilah Assunção (autor/entrevista) (44) "Rocky Horror Show" (espetáculo) (296/322)

Lilian Lemmertz (atriz/entrevista) (45) "Roda Cor de Roda" (espetáculo) (323/339)

Luiz Antônio Martinez Correa (diretor/entrevista) (46) "Simbad, o M a r u j o " (espetáculo) (340/348)

6. 7A Filmes — Super-8

5.1B Rolo Circo Dema — filmado por um circense (col.) (1)


Circo Dema — filmado por um circense (cópia) (2)
" O s Milagres de N. S. Aparecida" — espetáculo (1) Trechos.— circense D. Arethuza (a montar) (3)
" O s Milagres de N. S. Aparecida" — espetáculo (2)
" O s Milagres de N. S. Aparecida" — espetáculo (3) 6.7B Filmes — 16mm
" O s Milagres de N. S. Aparecida" — espetáculo (4)
"Lição de A n a t o m i a " — col. chamada para TV (1)
Circo Bandeirantes (ruídos) (5)
AUDIOVISUAL SOBRE A PESOUISA. Realização de Berenice Raulino e
Circo Bandeirantes (ruídos) (6) Maria Lúcia Pereira. 40 m i n .
" A i de t i , Mata H a r i " — peça/espetáculo (7)
" A i de t i , Mata H a r i " — peça/espetáculo (8)
"Absurda Pessoa" — espetáculo (I) (9) HM I MM ST.iu
"Absurda Pessoa" — espetáculo (II) (10) CIIXI P0S1I 2066 - lio Píulo/SP
" M u r o de A r r i m o " — espetáculo (11) Cff.: 81060-910
"Roda Cor de Roda" — espetáculo (I) (12)
"Roda Cor de Roda" — espetáculo (II) (13)

IH.,
PESOUISA CORPO DE BAILE MUNICIPAL Programa. 26 11 70 ("Galaah") (17)
Programa, s / d ("Galaah") (18)
Supervisoras da Área: MARIA THEREZA VARGAS (até março 1978) /
RENI CHAVES CARDOSO (a partir março 1978) Programa. 10.7.71 ("Lago dos cisnes", "Diverti-
mento". " N o i t e de Valpurgis") (19)
Pesquisador: LINNEU DIAS Programa. 3 1 . 7 . 7 1 ("Lago dos cisnes". " A bem-
amada". " I n m e m o r i a m " . " N o i t e de Valpurgis") (20)
Data: setembro 1976 a julho 1977
Programa. 22 8.71 ("Les sylphides", Ópera: O
Objetivos: Determinar os motivos que levaram a Prefeitura Municipal a maestro de Capela, " I n memoriam") (21)
agir nesse setor cultural, quais as molas iniciais dessa ação, como se Programa, 21.10.71 (Ópera: O elixir de amor) (22)
desenvolveu o processo e qual sua situação presente. Estudo e organi-
zação da entidade; dificuldades e problemas. Programa. 8.11.71 (Ópera: O elixir de amor) (23)
Programa, 18.11.71 ("O maestro de Capela", " I n
4 PAPÉIS REPRODUÇÕES m e m o r i a m " , " O telefone") (24)
Programa, 20.11.71 ("O maestro de Capela". " I n
4.1 Xerox memoriam") (25)
Programa, 3.12.71 ("Diagrama". "Grand pas-de-
Programa. 7 . 4 . 6 9 ("Les sylphides", " C o p p e l i a " , deux", "Coppelia") (26)
"Maracatu") (1) Programa, 11.3.72 ("Serenata", "Adágio da rosa",
Programa, 23.5.69 ("Les sylphides'", " C o p p e l i a " , "Alegria e glória de um povo") (27)
"Maracatu") (2) Programa. 1 0 . 3 . 7 2 . ("Serenata', "Adágio da rosa",
Programa, 25.5.69 ("Les sylphides", " C o p p e l i a " , " A l e g r i a e glória de um povo") (28)
"Maracatu") (3) Programa, 12.3.72 ("Serenata ", "Adágio da rosa",
Programa. 16.11.69 ("Lago dos cisnes", " D i v e r t i - "Alegria e glória de um povo") (29)
mento". " N o i t e de Valpurgis") (4) Programa. 24.9.72 ("II guarani") (30)
Programa, 18.11.69 ("Lago dos cisnes", " D i v e r t i - Programa. 29.9.72 ("Diagrama ". " I n m e m o r i a m " ,
mento", " N o i t e de Valpurgis") (5)
" O milagre") (31)
Programa, 25.11.69 ("Lago dos cisnes". " D i v e r t i - Programa, 1.°. 10.72 ( " D i a g r a m a ' . " I n m e m o r i a m " ,
mento". " N o i t e de Valpurgis") (6) " O milagre") (32)
Programa, 14.12.69 ("Serenata". " I n m e m o r i a m " , Programa, 2 2 . 7 . 7 3 ("Les sylphides", " I n memo-
"Danças indígenas") (7) r i a m " . " N o i t e de Valpurgis") (33)
Programa, 21.3.70 ("Carmina burana") (8) Programa, 9 . 9 . 7 3 ("Poesia dos deuses", " A d a g e " ,
"Ifé") (34)
Programa, 2 0 . 3 . 7 0 ("Carmina burana") (9)
Programa. 2 2 . 3 . 7 0 ("Carmina burana") (10)
4.6 Ampliações fotográficas ( 1 8 x 2 4 )
Programa, 13.4.70 (Primeiro encontro dos Parques
Infantis, "Les sylphides", " I n m e m o r i a m " , "Dan- "As sílfides" (1/20)
ças indígenas") (11) " A d á g i o da rosa" (21/28)
Programa. 15.7.70 ("Carmina burana") (12) "D. Quixote" (29/40)
Programa. 18.7.70 ("Carmina burana") (13) " O elixir do amor" (41/47)
Programa, 17.8.70 ("Gisele") (14)
"O milagre" (48/62)
Programa, 18.8.70 ("Divertimento", " I n memo-
r i a m " , "Alegria e glória de um povo", "Ma- ".. Ivonice Satie" (63)
racatu") (15) " N o i t e de Valpurgis" (64/70)
Programa. 24 11.70 ("Galaah") (16) "Lago dos c i s n e s " (71/84)
"Danças húngaras" (85/89) José Luiz Paes Nunes (ex-diretor do DC) (9)
" O guarani" (90/91) Lia Marques (dançarina/entrevista) (10)
"In memoriam" (92/97) Marília Franco (coreógrafa/entrevista) (11)
"Serenata de Mozart" (92/103) Luiz Mendonça de Freitas (ex-SMC) (12)
"Maracatu" (104/110) Ivonice Satie (dançarina/entrevista) (13)
"Pas-de-quatre" (111/112) Marilena Ansaldi (dançarina, coreógrafa/entrev.) (14)
"Coppelia" (113/124) Marilena Ansaldi (dançarina, coreógrafa/entrev.) (15)
"Diagrama" (125/129) Sábato Magaldi (atual SCM) (16)
"Divertimento" (130/132) Sidney Astolfi (dançarino/entrevista) (17)
"Paraíso" (133/141) Victor Navarro (coreógrafo/entrevista) (18)
"Medeia" (142/151) Johnny Franklin (ex-diretor do CBM/entrev.) (19)
"Uma das quatro" (152/172) Gilberto Panicali (entrevista) (20)
"Galope" (173/180) Lígia Leite (entrevista) (21)
"Cenas" (181/189)
6 VISUAL
"Sem título" (190/198)
"Soledad" (191/208) 6.1 A Negativos 35 m m (254)
"Corações f u t u r i s t a s " (209/231)
"Mulheres" (232/254) 6.4A Diapositivos 35 mm

"Canções" (255/272) Corpo de Baile (ensaios) (1/103)


"Apocalipsis" (273/283) " A p o c a l i p s i s " (espetáculo) (104/116)
"Nosso t e m p o " (284/292) "Uma das quatro" (espetáculo) (117/124)
"Danças sacras e profanas" (293/303) " C a n ç õ e s " (espetáculo) (125/151)
"Pulsações" (304/316) " M u l h e r e s " (espetáculo) (152/160)
"Opus" (317/330) "Corações f u t u r i s t a s " (espetáculo) (161/200)
"Era uma vez" (331/348) "Nosso t e m p o " (espetáculo) (201/206)
"Percussão para o i t o " (349/361) "Pulsações" (207/211)

5 AUDIO 6.78 Filmes 16 mm

5 1A Cassettes " A p o c a l i p s i s " — coreografia de Victor Navarro,

Patty Brown (dançarina/entrevista) (1) colorido — direção de Aloysio Raulino, 26 mm sonoro (1)

A. Carlos Cardoso (coreógrafo/entrevista) (2) Adendo:


A. Carlos Cardoso (coreógrafo/entrevista) (3)
2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS
A. Carlos Cardoso (coreógrafo/entrevista) (4)
Carlos Demitre (dançarino/entrevista) (5) 2.4 Entrevistas
Carlos Demitre (dançarino/entrevista) (6) Jessia Porto (diretora Municipal) (1)
Paulo Nathanael (entrevista) (7) Marília Franco (coreógrafa) (2)
Elenice Ferreira (dançarina/entrevista) (8) Lia Marques (dançarina) (3)
Luiz Mendonça de Freitas (ex-SMC) (4) PESOUISA ENCENANDO OORPO SANTO — UM PROCESSO
Paulo Nathanael (5) DE CRIAÇÃO MARGINAL
A. Carlos Cardoso (coreógrafo) (6) Supervisoras da Area: MARIA THEREZA VARGAS (até março 1978) /
Elenice Ferreira (dançarina) (7) R^NI CHAVES CARDOSO (a partir março 1978)
Carlos Demitre (dançarino) (8) Pesquisadores: CARLOS EUGÊNIO MARCONDES DE M O U R A / C L A U D I A
Ivonice Satie (dançarina) (9) DE ALENCAR BITTENCOURT (Area de Artes Cênicas)/CHRISTINE CON
FORTI SERH1NI (Area de _iteratura)/JOÂO BAPTISTA NOVELLI JÚNIOR
Lígia Leite (10)
(Area de Arquitetura)
Marilena Ansaldi (dançarina/coreógrafa) (11)
Data: setembro 1976 a fevereiro 1977
Patty Brown (dançarina) (12)
Sábato Magaldi (atual SMC) (13)
Objetivos: Acompanhamento, por parte dos pesquisadores, enquanto
Victor Navarro (coreógrafo) (14) obser o r e s Darticipantes. de um processo de criação teatral exercido
à ma: sistema, e relativo à encenação de peças e verbetes cons-
tantes o Enciqlopédia ou seis meses de uma enfermidade, do escritor
José Joaquim de Campos Leão Qorpo Santo. Tentativa de pesquisa
interdisciplinar.

1. PAPÉIS IMPRESSOS

1.3A Glorificação d a l m a (1)

2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS

2.1 Análise do processo de criação (formação do


Grupo Lanterna de Fogo. Etapas do trabalho,
complementação através dos textos em anexo) (1)
Visão crítica do grupo sobre Qorpo Santo (2)
Relações dos anexos (3)
Diversos sobre Qorpo Santo (4)
Reuniões. Debates (9 de set. a 24 de nov.) (5)

2.4 Entrevistas

Alice Gonçalves (grupo) (1)


Bluette Santa Clara (grupo) (2)
Carlos de Moura (grupo) (3)
Cláudia de Alencar (grupo) (4)
Flávio Fonseca (grupo) (5)
Heloísa C. Bueno (grupo) (6)
J. Baptista Novelli (grupo) (7)
J. Lúcio Albuquerque (8)
Liliane Barabino (grupo) (9)
Luiz Galizia (grupo) (10)
Marcelo Antoniazzi (grupo) As relações naturais (16)
M. Argentina Bibas (grupo) Eu sou vida, eu não sou morte (17)
Minora Naruto (grupo)
Mônica Oliva (grupo) 4.1 Xerox anúncios
Ricardo Lobo (grupo)
Victor Noszek (grupo) Qorpo Santo um século depois (18)
Eu sou vida, eu não sou morte (19)
PAPÉIS REPRODUÇÕES

Xerox críticas e reportagens 4.1 Xerox livros

Qorpo Santo. Dario de Bittencourt. Correio do Fotocópia da edição original de Enciqlopédia. Li-
Povo. PA. 13.8.1966 vro 4 (20)
Algumas ideias de Q. S. Dario de Bittencourt. As relações naturais e outras comédias. José
Correio do Povo. PA. 24.8.1966
Joaquim de Campos Leão Qorpo Santo (21)
Qorpo Santo. Alvaro Porto Alegre. PA. 27.8.1966 Os homens precários. Flávio Aguiar (tese de
"Qorpo Santo, a surpresa da semana". Guilher- mestrado em Teoria Literária) (22)
mino Cesar. Correio do Povo. PA, 25.8.1966
" Q u e m tem medo de Qorpo Santo?" Jefferson
Barros. Correio do Povo. PA, 31.8.1966 4.6 Ampliações fotográficas 8 x 12 p/b, 12 x 18 col.
" O enfermo Qorpo Santo e o modernismo".
Sede, local, espaço cénico (1/15)
Olyntho Sanmartin. Correio do Povo. PA, 12.3.
1967 Ensaios, improvisações (16/276)
" O sensacional Qorpo Santo". Yan Michalski. Público (277/279)
Jornal do Brasil. RJ, 8.2.1968 Atores (1/24)
"Grupo levará autor gaúcho". O Estado de São Elementos cénicos (25/26)
Paulo, 17.2.1968 Espetáculo (27/76)
"Teatro de Qorpo Santo ganha corpo". Folha de
S. Paulo, 20 2.1968
5. AUDIO
"Teatro e ação". O Estado de São Paulo, 1 6 . 4 .
1968
5.1 A Cassettes
"Qorpo Santo, do mito à realidade". Guilhermino
Cesar. Jornal do Brasil. RJ, 4 . 5 1968
A impossibilidade da santificação atividades (1)
"Primeira c r i t i c a " . Yan Michalski. Jornal do Bra-
A impossibilidade da santificação atividades (2)
sil. RJ, 15.5.1968
A impossibilidade da santificação atividades (3)
"Em cena as loucuras do dr. Qorpo Santo, que
não são assim tão loucas Yan Michalski. Jornal A impossibilidade da santificação atividades (4)
do Brasil. RJ, 17.10.1976 A impossibilidade da santificação atividades (5)
" U m autor maldito? Nem tanto". O Diário. Pira-
cicaba, 15.10.1976 Diversos (6)

Espetáculo tríplice (7)


Xerox doe. censura
Espetáculo tríplice (8)
Matheus e Matheusa Espetáculo tríplice (9)
o VISUAL Cenografia — Cenógrafos
6.1A Negativos col. Cenotécnicos — Contra-regras
Censura
Ensaios/Espetáculos (37)
Os comediantes
Negativos p/b
Congressos — Encontros — Simpósios
Local, ensaios, exercícios (299) Cia. Bibi Ferreira
Cia. Dramática Brasileira
6.4A Slides Companhia Nydia Licia — Sérgio Cardoso
Coral falado
Espetáculo (20)
Crítica e críticos
6.7A Filmes col. Crítica — Encenação de peças brasileiras
Exercícios do grupo. Realização de Victor Noszek (1) Crítica — Escolas de teatro
Espetáculo. Realização de Victor Noszek (2) Crítica — Teatro amador
Eu sou vida, eu não sou morte. 14 min. Sonoro. Rea- Crítica — Teatro universitário
lização Haroldo Marinho Barbosa. Elenco: Tetê Crítica — Teatro profissional
Medina, José Wilker e Renato Machado (1)
Crítica — Encenação de peças estrangeiras

BIBLIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA SOBRE TEATRO BRASILEIRO Crítica — Escolas de teatro


Crítica — Teatro amador
Material coletado pelo pesquisador CARLOS EUGÊNIO M. DE MOURA
Crítica — Teatro universitário
Objetivo: Arrolamento e fichamento de fontes contemporâneas, secun- Crítica — Teatro profissional
dárias e impressas, a partir do teatro jesuítico e até 1976, aparecidas Debates
sob forma de artigos, ensaios.ou pequenas monografias, em publica-
ções periódicas (jornais e revistas especializadas, nacionais e es- Declamação
trangeiras), tendo por objetivo agrupar estudos que no momento apre- Dicionários
sentam-se esparsos e de difícil localização. Direito autoral — Jurisprudência
Direito autoral — Concursos
2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS
Diretores
2.10 Fichas — 4 x 6 Temas Dramaturgia — Autores brasileiros
Dramaturgia — Concursos
Arquitetura teatral
Dramaturgia encenada — Estatísticas
Artistas associados Dramaturgia estrangeira encenada no Brasil
Artistas unidos Empresários — Produtores
Assistência social Entidades governamentais
Autores Entidades patronais
Atores
Ensino de teatro
Atrizes
Exposições
Bibliotecas
Eva e seus artistas
Bibliografia
Figurinos
Bienal das Artes Plásticas de Teatro
Grupo Ensaio
Grupo Oficina Teatro — História — Bahia
Grupo Studio São Pedro Teatro — História — Companhias estrangeiras no Brasil
Ingressos Teatro — História — Independência
Interpretação Teatro — História — Imperadores
Legislação Teatro — História — Goiás
Leituras dramáticas Teatro — História — Rio Grande do Sul
Mágicas Teatro — História — Rio de Janeiro
Memórias — Reminiscências Teatro — História — São Paulo
Músicos de teatro Teatro — História — Tempo colonial
Peças de teatro — Sinopses Teatro infantil
Periódicos Teatro de juventude
Prémios Teatro e literatura
Previdência social Teatro e modernistas
Programas Teatro musicado
Público Teatro negro
Resenhas Teatro no Nordeste
Subvenções oficiais Teatro no Estado — Ceará
Teatro amador Teatro no Estado — Espírito Santo
Teatro amador — Festivais Teatro no Estado — Goiás
Teatro e abolição Teatro no Estado — Minas Gerais
Teatro aplicado à educação Teatro no Estado — Pará
Teatro de Arena t Teatro no Estado — Paraná
Teatro de bonecos Teatro no Estado — Pernambuco
Teatro Brasileiro de Comédia Teatro no Estado — Rio Grande do Norte
Teatro brasileiro contemporâneo Teatro no Estado — Rio Grande do Sul
Teatro brasileiro no exterior Teatro naturalista
Teatro de brinquedo Teatro popular
Teatro e caricatura Teatro Popular de Arte
Teatro e cinema Teatro e romantismo
Teatro de costumes Teatro e televisão
Teatro e carnaval Teatro universitário
Teatro e o cego Teatros — Amazonas
Teatro e dança Teatros — Ceará
Teatro de emergência Teatros — Espírito Santo
Teatro de estudantes Teatros — Fernando de Noronha
Teatro experimental Teatros — Goiás
Teatro — História — Biógrafos Teatros — Maranhão
Teatro — História — Brasil Teatros — Minas Gerais
Teatros — Pará Recital de Victorio Gassman
Teatros — Paraná Carrocei — danças
Teatros — Pernambuco
Personalidades do teatro paulista (1/12000)
Teatros — Rio Grande do Sul
Teatros — Rio de Janeiro Arquivo Teresa Moura Bastos
Teatros — São Paulo Material cedido por empréstimo para reprodução, contendo parte do
Temporadas teatrais — Balanços acervo documental do Grupo Oficina
Temporadas teatrais — Estatísticas Responsável peio arquivo: CARLOS EUGÊNIO M. DE MOURA
Temporadas teatrais — Resenhas
4. PAPÉIS REPRODUÇÕES
Temporadas teatrais — Belo Horizonte, Rio e São Paulo
Temporadas teatrais — Rio de Janeiro 4.1 Xerox
Temporadas teatrais — Rio e São Paulo
Temporadas teatrais — São Paulo " O Rei da Vela". Texto de Oswald de Andrade (1)

Teses "Gracias, Senor" Criação do Grupo (2)

Traduções " C a n u d o s " . Criação do Grupo (3)


"Os Pequenos Burgueses". Texto de Máximo
Títulos de peças (1/136) Gorki (4)
" O s Inimigos" Texto de Máximo Gorki (5)
ARQUIVOS " A s Três Irmãs". Texto de Anton Tchekhov (6)
Arquivo Fotográfico Fredi Kleeman "Na Selva das Cidades". Texto de B. Brecht (7)
"Galileu G a l i l e i " . Texto de B. Brecht (8)
Responsável pelo Arquivo: MARIA LÚCIA PEREIRA
" M a h a g o n n y " . Texto de B. Brecht (9)
2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS Anotações, cadernos, recortes, críticas (10)
Correspondência, editais, planta-baixa. borderaux,
2.10 Fichas técnicas dos espetáculos documentados
depoimentos (11)
pelo fotógrafo (7)
4.6 Ampliações fotográficas — 1 8 x 2 4
6 VISUAL
" A Incubadeira". "Vento Forte para um Papagaio
6.1B Negativos — 6x6 Subir", " A Vida Impressa em Dólares", "Andor-
ra". " O s Pequenos Burgueses". "Quatro num
Espetáculos do Teatro Brasileiro de Comédia Quarto". " O Rei da Vela", " O s Inimigos", " N a
Selva das Cidades". "Galileu Galilei", "Gracias,
Espetáculos do Teatro Intimo Nicette Bruno Senor"
Teatro das Segundas-Feiras
Excursão, pessoal do Grupo (1/400)
Escola de Arte Dramática
Espetáculo da Cia. Delmiro Gonçalves Arquivo Francisco da Silva Costa
Espetáculos do Teatro Cacilda Becker Responsável pelo Arquivo: MARIA LÚCIA PEREIRA
Espetáculos da Cia. Nydia Licia — Sérgio Cardoso
Espetáculo do Teatro Oficina: " O Rei da V e l a " 1. PAPÉIS IMPRESSOS
Espetáculos do Teatro Popular do SESI
1.2 Artigos sobre teatro brasileiro e português (1/480)
1.3A Cartazes (anúncios de espetáculos e filmes le- ANUÁRIO — 1977
vados nos cinemas Eden e Avenida, em Espírito
Santo do Pinhal) Fichas técnicas sobre espetáculos levados no ano de 1977 (teatro ofi-
cial, teatro amador, estrangeiro, infantil, alternativo, estudantil), bem
como recitais, conferências, leituras dramáticas, programas de TV com
DOCUMENTOS — VÁRIOS ..rtistas de teatro. Relação das escolas de teatro, cursos, livros e teses.
Obituário. Premiações.
4 PAPÉIS REPRODUÇÕES Acompanham as fichas notas sobre a Casa Teatral, O sindicato, A
Casa do Ator e os restaurantes como ponto de encontro dos artistas
4.1 Xerox de teatro.
Projeto de construção de um teatro, de autoria
de Luís Carlos Ripper COBERTURA DE EVENTOS
Recortes de jornal e fotos sobre o Grupo Mam-
75 _ Verificar Pesquisa 1 da Area de Artes Cénicas
bembe, de São Paulo, e sua excursão aos terri-
i g

tórios e ao Centro-Oeste 1976


Documentos sobre a encenação de "A Capital
Federal", em São Paulo, pelo Grupo de Cleyde 1 PAPÉIS IMPRESSOS
Yáconis
Recortes, notícias e comentários sobre a ence- 1.8 Programas
nação de " A Noite de Iguana", pelo Teatro Ca-
" O s Iks" (D
cilda Becker, no Rio de Janeiro
"Alegro Desbum" (2)

4.6 Ampliações fotográficas "Mockinpott" (3)


" D r . Knock" (4)
O bailado do deus morto (Oswald de Andrade) "Pano de Boca" (5)
Casa Teatral " C o n c e r t o n.° 1 " (6)
"Laço de Sangue" (7)
5 AUDIO " A Moratória" (8)
" A Noite dos Campeões" (9)
5.2A 78 rpm "Seria Cómico se não Fosse Sério" (10)
"Mahagonny" (11)
"Pega-fogo", de Jules Renard, com Cacilda Be-
cker, Ziembinski, Wanda de Andrade Hamel e "Vamos Brincar de Papai e Mamãe Enquanto Seu
Cleyde Yáconis (gravação original — primeiras (12)
Freud não V e m "
apresentações da peça)
"Bonifácio Bilhões" (13)
"Por Dentro/Por Fora" (14)
5.2C 33 rpm
" A Margem da Vida" (15)
" I s s o Devia Ser Proibido", texto de Bráulio Pe-
droso e Walmor Chagas. Músicas de Júlio Me- 2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS
daglia
2.4 Entrevistas
5.1B Rolo
Paulo Autran ("Dr. Knock") (D
Cópia da gravação referida em 5.2A — 78 rpm Jorge Andrade ("A Moratória )
(2)
Fauzi Arap ("Pano de Boca") (3) "Muniu" (gravação do espetáculo) (16)

Fernando Peixoto ("Mahagonny") (4) "Carla. Gigi e M a r g o t " Idem (17)


"Dorotéia Vai à Guerra" Idem (18)
5 AUDIO "Tudo Bem no Ano que V e m " Idem (19)
" A Flor da Pele" Idem (20)
5.1 A Cassettes A Bolsinha Mágica de Marly
Emboaba" Idem (21)
Paulo Autran ("Dr. Knock") (1)
Jorge Andrade ("A Moratória") I e II (2)
4 PAPÉIS REPRODUÇÕES
Fauzi Arap ("Pano de Boca") I e II (3)
Fernando Peixoto ("Mahagonny") (4) 4.6 Ampliações fotográficas 1 8 x 2 4 — - P/b
p/b
Antônio Abujamra (5)
" O s Iks" (espetáculo) (1/78)
Marilena Ansaldi e criadores de "Por Dentro/
"Feira do A d u l t é r i o " Idem (79/110)
Por Fora" (6)
" A l e g r o Desbum" Idem (110/138)
Marilena Ansaldi (7)
"Gaiola das Loucas" Idem (139/167)
Debate sobre a peça "Pano de Boca" (8)
" M o r r o do O u r o " Idem (168/195)

5.1B Rolo "Mockinpott" Idem (196/219)


"Dr. Knock" Idem (220/265)
" A l e g r o Desbum" (gravação do espetáculo) (1) "Pano de Boca" Idem (266/313)
"Mockinpott" Idem (2) "Gente Fina é Outra Coisa" Idem (314/371)
" D r . Knock" Idem (3) "Concerto n.° 1 " Idem (372/417)
"Pano de Boca" ' Idem (4) "Laço de Sangue" Idem (418/455)
"Gente Fina é Outra Coisa" Idem (5) "A Moratória" Idem (456/495)
"Concerto n.° 1 " (6) (496/537)
" A Noite dos Campeões" Idem
" A Moratória" Idem (7) (538/562)
"Tempo de Espera" Idem
" A Noite dos Campeões" Idem (8) (563/611)
"Seria Cómico se.. Idem
"Seria Cómico se não Fosse S é r i o " Idem (9) (612/680)
"Mahagonny" Idem

1976 "Vamos Brincar de Papai e Mamãe


Idem (681/720)
Enquanto Seu Freud não V e m "
Idem (721/760)
5.1B Rolo "Bonifácio Bilhões"
Idem (761/809)
"Ponto de Partida"
"Mahagonny" (gravação do espetáculo) (10) Idem (810/824)
" A Rainha do Rádio"
"Vamos Brincar de Papai e Mamãe Enquanto Idem (825/859)
"Romance"
Seu Freud não V e m " (gravação do espetáculo) (11) Idem (860/875)
" O s Homens"
"Bonifácio Bilhões" Idem (12) Idem (876/919)
"Por Dentro/Por Fora"
"Ponto de Partida" Idem (13) Idem (920/974)
" A Margem da V i d a "
" A Rainha do Rádio" Idem (14) "Sai de M i m Tinhoso"
" A Margem da V i d a " Idem (15) Idem (975/980)
"Tudo Bem no Ano que Vem
" A Bolsinha Mágica de Marly "Gaiola das Loucas" (espetáculo) (54/66)
Emboaba" (espetáculo) (981/1020) " M o r r o do O u r o " Idem (67/71)
"Mockinpott" Idem (72/88J
6 VISUAL Idem (89/109)
"Dr. Knock"
6.1 A Negativos — 35 mm "Pano de Boca" Idem (110/127)
" G e n t e Fina é Outra Coisa" Idem (128/146)
"Os Iks" (espetáculo) (1/102)
" C o n c e r t o n.° 1 " Idem (147/158)
"Feira do A d u l t é r i o " Idem (103/149)
"Laço de Sangue" Idem (159/170)
"Alegro Desbum" Idem (150/180)
" M o r r o do O u r o " "A Moratória" Idem (171/184)
Idem (181/217)
"A Noite dos Campeões" Idem (185/ )
"Mockinpott" Idem (218/244)
"Tempo de Espera" Idem (185/199)
"Dr. Knock" Idem (245/298)
"Seria Cómico..." Idem (200/212)
"Pano de Boca" Idem (299/382)
"Mahagonny" Idem (213/229)
"Gente Fina é Outra Coisa" Idem (383/454)
"Concerto n.° 1 " "Vamos Brincar de Papai e Mamãe
Idem (455/663)
Enquanto Seu Freud não V e m " Idem (230/311)
"Laço de Sangue" Idem (664/821) "Bonifácio Bilhões" Idem (312/321)
"A Moratória" Idem (822/861)
"Romance" Idem (322/348)
"A Noite dos Campeões" Idem (862/903)
"Os Homens" Idem (349/ )
"Tempo de Espera" Idem (904/943) "Por Dentro/Por Fora" Idem (349/377)
"Seria Cómico se não Fosse
" A Margem da V i d a " Idem (378/417)
Sério" Idem (944/1114)
"Sai de M i m Tinhoso" Idem (418/434)
"Mahagonny" Idem (1115/1298)
"Tudo Bem no Ano que V e m " Idem (435/456)
"Vamos Brincar de Papai e Mamãe
Fachadas de teatro em São Paulo (457/533)
Enquanto Seu Freud não V e m " Idem (1299/1366)
"Bonifácio Bilhões" Idem (1377/1507)
1976
"Ponto de Partida" Idem (1508/1587)
" A Rainha do Rádio" Idem (1588/1641) Adendo:
"Romance" Idem (1642/1736)
1. PAPÉIS IMPRESSOS
"Os Homens" Idem (1737/1771)
"Por Dentro/Por Fora" Idem (1772/1816) 1.6 Cartazes
" À Margem da V i d a " Idem (1817/1900) (D
"Os Iks"
"Tudo Bem no Ano que V e m " Idem (1901/2041)
Fachadas de teatro em São Paulo Idem (2042/2058) 4. PAPÉIS REPRODUÇÕES

4.6 Ampliações fotográficas — 18x24


6 4A Diapositivos — 35 mm
Fachadas de teatro em São Paulo (13)
" O s Iks" (espetáculo) (1/20)
"Feira do A d u l t é r i o " Idem (21/37) TEATRO ESTRANGEIRO
"Alegro Desbum" Idem (38/53)
II Festival Internacional de Teatro
1. PAPÉIS IMPRESSOS 197G

I.3D Catálogo (1) TEATRO ESTRANGEIRO

1.8 Programas
(. VISUAL
"Les Mille et une Nuits de Cyrano de Bergerac" (1)
6.4 A Diapositivos
" M a f t r e et Serviteur" (2)
" V o l t a i r e s Folies" (3) " A l l i a s Serralonga" (espetáculo) (77/109)
"Tête d'Or" (4) "Inouk" Idem (110/120)
"Hein...?" (5) "Les Mille et une Nuits de
"Calígula" (6) Cyrano de Bergerac" Idem (121/123)
"La Revolución" (7) "Tête d'Or" Idem (124/129)
"Pranzo di Famiglia" (8) "La Revolución" Idem (130/140)
"La Morte delia Geometria" (9)
" A l l i a s Serralonga" (10)
1977
1.6 Cartazes
1. PAPÉIS IMPRESSOS
"Inouk" (D
"Eis Joglars" 12) 1.6 Cartazes
"Calígula" (3)
"Ponto de Luz" (1)
5. AUDIO "Lua de N e o n " (2)

5.1 A Cassettes "Maflor" (3)


"A Morte do Caixeiro Viajante" (4)
Representantes da França (ent.) (1)
" M o r t e e Vida Severina" (5)
Representantes do Irá (ent.) (2)
" O s Filhos de Kennedy" (6)
Representantes da Islândia (ent.) (3)
" A d i ó s Geralda" (7)
Representantes da Espanha (ent.) (4)
"Pedreira das A l m a s " (8)
Representantes de Uganda (ent.) (5)
" O Poeta da V i l a " (9)
" A l l i a s Serralonga" (espetáculo) (6)
" D e l í r i o Tropical" (10)
6. VISUAL "Pequenas Histórias de Lorca" (11)
"Belos e M a l d i t o s " (12)
6.4A Diapositivos
" A Infidelidade ao Alcance de Todos" (13)
"Renga M o i " (espetáculo) (1/14) " C e r i m ó n i a para um Negro Assassinado" (14)
"Calígula" Idem (15/36) "Computa. Computador. Computa" (15)
"Hein...?" Idem (37/46) " O s Pequenos Burgueses" (16)
"Pranzo di Famiglia" Idem (47/60) "Folhas Bíblicas" (17)
"La Morte delia Geometria" Idem (61/67) "Escuta. Z é " (18)
"Indian Danças" Idem (68/76) "Brecht/Weill" (19)
"Maratona" (20) (21)
"Cinderela do Petróleo"
"Chá e Simpatia" (21) (22)
"Delírio Tropical"
" C r i m e s Delicados" (22) (23)
"Pequenas Histórias de Lorca"
" O Santo Inquérito" (23) (24)
"Constantina"
" M o r t o s sem Sepultura" (24) (25)
" O s Mais Fortes"
"Boy Meets Boy" (25) (26)
" A Infidelidade ao Alcance de Todos"
" O Diário de Anne Frank" (26) (27)
" 0 Contestado"
" O Último C a r r o " (27) (28)
"Computa, Computador, Computa"
"Esperando Godot" (28) "Desligue o Projetor e Espie pelo Olho M á g i c o " (29)
"Domingo Z e p p e l i n " (29) (30)
" O s Pequenos Burgueses"
" A Orgia" (30) (31)
"Follias Bíblicas"
"Tide Moreyra e sua Banda de Najas" (31) (32)
"Escuta, Z é "
" A Viagem de Pedro, o Afortunado" (32) (33)
"Triptolemo X V I I "
"Onde Canta o Sabiá" (33) (34)
" A s Criadas"
" A l t a Rotatividade" (35)
"Eu, Ricardo Bandeira" (36)
Programas
"Brecht/Weill" (37)
"Sonata sem D ó " (38)
"Canção de Fogo" (1)
"Maratona" (39)
" A Farsa da Noiva Bombardeada" (2)
" A Árvore dos Mamulengos" (40)
"Ponto de Luz" (3)
" O Processo" (4) "Apenas A m é r i c a " (41)

"Machado de Assis está N o i t e " (5) " A Dama do Camarote" (programa/noticiário) (42)
"Chá e Simpatia" (43)
" A História é uma H i s t ó r i a " (6)
"Lua de N e o n " (7) " C r i m e s Delicados" (44)

"Maflor" (8) " O Santo Inquérito" (45)


" M o r t o s sem Sepultura" (46)
" A Morte do Caixeiro Viajante" (9)
"Boy Meets Boy" (47)
" M o r t e e Vida Severina" (10)
" O Diário de Anne Frank" (48)
" O s Filhos de Kennedy" (11)
" O Último C a r r o " (49)
"Socó" (12)
"Grupo Mambembe" (50)
" O Romance dos Dois Soldados de Herodes" (13)
"Festival Mambembão/Mambembinho" (51)
" A d i ó s Geralda" (14)
"Gota d'Agua" (15)
"Torre de Babel" (16) 1977
" O s Parceiros" (17) 1. PAPÉIS IMPRESSOS
"Posto Avançado" (18)
"Pedreira das A l m a s " (19) 1.8 Programas
" O Poeta da V i l a " (20) (52)
"Esperando Godot"
"Domingo Zeppelin" (53) " A Morte do Caixeiro Viajante" (espetáculo) (149/162)
" A Diva do Barato" (54) " O s Filhos de Kennedy" Idem (163/175)
"Tide Moreyra e sua Banda de Najas" (55) "Gota d Á g u a " Idem (176/193)
" C o m o Arranjar M a r i d o " (56) "Torre de Babel" Idem (194/212)
" A Pata da Gazela" (57) "Viva Olegário" Idem (213/224)
" A Viagem de Pedro, o Afortunado" (58) "Pedreira das A l m a s " Idem (225/234Í
"Onde Canta o Sabiá" (59) "Volpone" Idem (235/250)
" A u t o de Natal Corinthiense" (60) "Delírio Tropical" Idem (251/260)
Festival de Natal — Teatro Municipal (61) "Pequenas Histórias" Idem (261/270)
Seminário de Dramaturgia Brasileira (62) "Cerimónia para um Negro
Poesias (Largo de São Francisco) (63) Assassinado" Idem (271/288)
" O s Pequenos Burgueses" Idem (289/306)

2. PAPÉIS DATILOGRAFADOS "Follias Bíblicas" Idem (307/373)


"Escuta, Z é " Idem (374/506)
2.4 Entrevistas " O Santo Inquérito" Idem (507/518)
" O Último C a r r o " Idem (519/530)
Luiz Serra (ator " Ú l t i m o Carro") (1)
Elenco ( " Ú l t i m o Carro") e João das Neves (2)
5 AUDIO
Lygia de Paula (atriz-animadora do Movimento
Zero Hora) (3)
5.1 A Cassettes

2.10 Conferências •
Luiz Serra (ator, " O Último Carro") ( )
1

Elenco ("O Último Carro") e João das Neves (2)


Fernando Arrabal, no Ruth Escobar (1)
Lygia de Paula (atriz-animadora do Movimento
Fernando Arrabal, no Ruth Escobar (2)
Zero Hora) í 3 '
Grupo Ornitorrinco ^
4. PAPÉIS REPRODUÇÕES Debates Ciclo Mambembão I ( ) 5

Debates Ciclo Mambembão II ( ) 6

4.6 Ampliações fotográficas Entrevista Maranhão — Sindicato I ( )


7

Entrevista Maranhão — Sindicato II (8)


Ziembinski, Abílio Pereira de Almeida e Alfredo
Entrevista Francisco Colman — Casa do Ator (9)
Mesquita (homenagem) (1/10)
Alfredo Mesquita (inauguração teatro) (11/20) Entrevista com Benê Mendes sobre os restaurantes
da classe ( ^
Homenagem a Procópio Ferreira (50 anos de
1u

Entrevista com Antônio Maschio e Márcio Aurélio


teatro) (21/43)
sobre os restaurantes da classe (11)
"Canção de Fogo" (espetáculo) (44/102)
Entrevista com os proprietários do restaurante
" A Epidemia" Idem (103/129)
Montechiaro ^ )
1 2

"Ponto de Luz" Idem (130/138) Entrevista com os proprietários do restaurante


"Maflor" Idem (139/148) Orvietto ( )
1 3
Conferência do Sr. Júlio Amaral sobre Circo (trechos) (14) (espetáculo) (25)
" A Farsa de Inês Pereira"
Conferência do Sr. Júlio Amaral sobre Circo (trechos) (15) Idem (26)
"Esperando Godot"
Leitura da peça "Calabar" (16) (27)
"Domingo Zeppelin" Idem
Idem "Calabar" (17)
" O Amor do Não" Idem (28)
Idem " M u l h e r e s de A t e n a s " (18)
" A Viagem de Pedro, o Afortunado" Idem (29)
Idem "Trivial S i m p l e s " (19)
" A u t o de Natal Corinthiense" Idem (30)
Idem "Trivial Simples" (20)
Conferência do Sr. Júlio Amaral sobre Circo (31)
Idem " A Passagem da Rainha" (21)
Conferência dó Sr. Júlio Amaral sobre Circo (32)
Idem "Barreia" (22)
Conferência do Sr. Júlio Amaral sobre Circo (33)
Idem "Barreia" (23)
Conferência do Sr. Júlio Amaral sobre Circo (34)

Conferência Raymundo Magalhães Júnior sobre


5.1B Rolo José de Alencar (35)

"Ponto de Luz" (espetáculo) (1)


" O Processo" Idem (2) B VISUAL
"Machado de Assis esta N o i t e " Idem (3)
" A Morte do Caixeiro Viajante" Idem (4) 6. I A Negativos — 35mm
" M o r t e e Vida Severina" Idem (5)
"Canção de Fogo" (espetáculo) (1/59)
" O s Filhos de Kennedy" Idem (6)
"Pesadelo" Idem (60/101)
"Soco" Idem (7)
"Ponto de Luz" Idem (102/182)
"Torre de Babel" Idem (8)
"Viva Olegário" 'Idem (9) "Maflor" Idem (183/288)

"Posto Avançado" Idem (10) " A Morte do Caixeiro Idem (289/519)

"Pedreira das A l m a s " Idem (11) "Gota dÁgua" Idem (520/667)


"Volpone" Idem (12) "Torre de Babel" Idem (668/768)
" O Poeta da Vila e seus A m o r e s " Idem (13) "Viva Olegário" Idem (769/908)
"Delírio Tropical" Idem (14) "Volpone" Idem (909/1027)
"Pequenas Histórias de Lorca" Idem (15) "Pedreira das A l m a s " (espetáculo e inauguração) (1028/1191)
"Cerimónia para um Negro " D e l í r i o Tropical" (espetáculo e inauguração) (1192/1343)
Assassinado" Idem (16) "Pequenas Histórias" (espetáculo e inauguração) (1344/1484)
"Computa. Computador. Computa" Idem (17) "Cerimónia para um Negro Assassinado"
(espetáculo e inauguração) (1485/1597)
" O s Pequenos Burgueses" Idem (18)
" D o i s Homens na M i n a " Idem (19) " O s Pequenos Burgueses" (espetáculo
e inauguração) (1598/1780)
"Dercybiônica" Idem (20)
" O Santo Inquérito" (espetáculo e inauguração) (1781/1880)
" O Santo Inquérito" Idem (21)
" O Último C a r r o " (espetáculo e inauguração) (1881/1933)
" M o r t o s sem Sepultura" Idem (22)
Alfredo Mesquita (inauguração teatro) (1934/2055)
" O Diário de Anne Frank" Idem (23)
Homenagem a Procópio Ferreira (50 anos de
" O Último C a r r o " Idem (24) teatro) (2056/2205)

;»14 o< c
1977 'Jogos na Hora da Sesta" (3)
Zoo H i s t o r y " (4)
VISUAL
'Margarida. Margot do Meio-Fio" (5)
6.4A Diapositivos — 35mm col. Caixas de Sombras" (6)
'Rua 3. n.° 8"
"Ponto de Luz" (espetáculo) (1/30)
"Maflor" Idem (31/49)
2. PAPÉIS DATILOGRAFADOS
" A Morte do Caixeiro Viajante" Idem (50/69)
"Gota d Á g u a " Idem (70/89) 2.4 Entrevistas
"Torre de Babel" Idem (90/112)
"Viva Olegário" Idem Plínio Marcos (autor. " O Poeta da V i l a " ) (D
(113/143)
"Pedreira das A l m a s " Idem (144/164)
"Volpone" Idem (165/181) 5. AUDIO

"Delírio Tropical" Idem (182/202: 5.1 A Cassettes


"Pequenas Histórias" Idem (203/223)
"Cerimónia para um Negro Henrique Suster (I, II e III) Empresário (D
Assassinado" Idem (224/240) Fauzi Arap (autor. " O Amor do Não") (2)
" O s Pequenos Burgueses" Idem (241/261) Plínio Marcos (autor, " O Poeta da V i l a " ) (3)
"Follias Bíblicas" Idem (262/3371
(338/362) 5 1B Rolos
" O Santo Inquérito" Idem
" O Último C a r r o " "Investigação na Classe Dominante" (espetáculo) (D
" C h u v a " (espetáculo) (2)
1978 "Rezas de Sol para a Missa de um Vaqueiro" (3)
"Jogos na Hora da Sesta" (4)
1. PAPÉIS IMPRESSOS
" N a Festa de São Lourenço" (5)
1.6 Cartazes
4. PAPÉIS REPRODUÇÕES
"Se" (1)
"Depois do Arco-lris" (2) 4.6 Ampliações fotográficas — 18 x 24
"Jogos na Hora da Sesta" (3) " N a Festa de São Lourenço" (5)
"Teatro Livre da Bahia" (4) "Margarida, Margot do Meio-Fio" (74/123)
"Zoo History" (5)
"Margarida. Margot do Meio-Fio" (6)
"Caixa de Sombras" (7)

1 8 Programas

Se" (D
'Depois do Arco-lris' (2)
PESQUISAS EM ANDAMENTO

I — GRUPOS ATUANDO A MARGEM DO SISTEMA CONVENCIONAL


DE PRODUÇÃO

Objetivos: Análise de grupos amadores, semiprofissionais ou profis-


sionais, cuja atuação. sistema de produção ou linha ideológica escapam
das utilizadas pelos chamados grupos convencionais.

II — O TEATRO NOS ANOS 70


SUMÁRIO
PROJETOS DE PESQUISAS

(As pesquisas abaixo relacionadas são projetos iniciados a partir do 7 INTRODUÇÃO


levantamento acima exposto. Os títulos são provisórios. Esses projetos 16 TEATRO OPERÁRIO EM SÃO PAULO
foram escritos levando-se em conta a década de 70. Seguindo o título
do projeto vem o nome do pesquisador.) 78 BIBLIOGRAFIA
79 NOTICIÁRIO
I — O ESPAÇO CÉNICO DO TEATRO PAULISTA NAS DÉCADAS DE
60 e 70. Mariângela Alves de Lima 146 CRÓNICAS/CRITICAS TEATRAIS
II — O IRRACIONALISMO NO TEATRO PAULISTA, Cláudia de Alencar 171 INVENTARIO DA PESQUISA
Bittencourt
179 INVENTÁRIOS DE OUTRAS PESQUISAS
III — BUSCAS. TENDÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS DO TEATRO PAULISTA DA AREA DE ARTES CÉNICAS
NA DÉCADA DE 70. VISANDO O ATENDIMENTO DE UM PÚBLICO
POPULAR. Maria Lúcia Pereira
IV — A PRODUÇÃO TEATRAL NOS ANOS 70. Berenice Albuquerque
Raulino
V — TEATRO E CRIATIVIDADE. Maria Thereza Vargas
VI — A EXPRESSÃO INFANTIL NOS ANOS 70. Lídia Izecson

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