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A r t í s t i c a s . C e n t r o d e Pesquisa d e A r t e Brasileira.
e Documentação
TEATROOPERÁRIO
T e a t r o o p e r á r i o na c i d a d e d e São P a u l o . C o o r d e n a ç ã o d e M a r i a T h e r e z a
V a r g a s . / S ã o Paulo: Secretaria M u n i c i p a l de C u l t u r a , D e p a r t a m e n t o de
NACIDADEDESÃOPAULO
I n f o r m a ç ã o e D o c u m e n t a ç ã o A r t í s t i c a s , C e n t r o d e Pesquisa d e A r t e
Brasileira, 1980.
PESQUISA 7
1. T e a t r o o p e r á r i o - Brasil - São Paulo ( m u n i c í p i o ) I. Vargas, M a r i a
Thereza, coord. I I . T í t u l o
CDU 7 9 2 ( 8 1 6 . 1 1)
CDD 79209816
Prefeitura do Município de São Paulo
Prefeito/RE Y N A L D O E M Y G D I O DE BARROS
B O Z Z E T T O D R A M M A T I Ç O
PESOUISA 5: GRUPOS ATUANDO À MARGEM DO SISTEMA
CONVENCIONAL DE PRODUÇÃO
IN U N ATTO
SÃO PAULO Não é difícil supor que esse espetáculo tenha atrás de si uma ges-
tação relativamente longa e que seja a confirmação de um hábito tea-
tral pouco posterior ao estabelecimento de imigrantes europeus em
São Paulo. Há um grupo de amadores representando um texto que p
Em São Paulo o teatro feito por operários desde o início do século
policiamento (preventivo?) acredita capaz de exaltar o ânimo dos es-
XX mantém um ciclo evolutivo paralelo aos movimentos de participa-
pectadores. O comentarista de O Amigo do Povo refere-se à presença
ção da classe na história política do país. Há uma progressão do movi-
de mulheres e crianças na plateia. Uma sala repleta e um público cons-
mento teatral até 1930, momento em que os trabalhadores são obrigados
tituído por famílias deixam entrever um conhecimento prévio do con-
a revisar suas posições diante de uma nova realidade do país. Até
teúdo do texto e da forma de encenação adotada pelo elenco.
1937 esse teatro continua existindo com menos regularidade, minimi-
zado pelas cisões ideológicas no seio da própria classe. De 1937 a 1945 Sobre o desenvolvimento anterior desse teatro é pouco o que se
a predominância do sindicato corporativista na regulamentação da ativi- pode saber efetivamente. Os registros sobreviventes datam do ap.it«
dade operária e a repressão concreta desencadeada sobre as organi- cimento da imprensa operária São as oficinas gráficas, transformadas
zações independentes aniquilam, junto com a movimentação política, em redações autónomas, que permitem uma aproximação documental
o movimento cultural da classe. desse teatro.
O corte provocado pelo Estado Novo é brusco, concreto e, até certo
Entretanto, o estabelecimento de uma imprensa operária na cidade
ponto, irrecuperável. Sem analisar os motivos que levaram ao en-
de São Paulo, quase ininterrupta de 1901 a 1930, reflete um processo
fraquecimento das lideranças espontâneas (quase sempre preenchi-
de pelo menos alguns anos de associação e autoconhecimento da clas-
das por militantes libertários), interessa aqui observar que a polícia
se. Quando surge a imprensa, há simultaneamente a divulgação de uma
política impediu o funcionamento do espetáculo semanal, e fez desa-
parecer a maior parte dos documentos que tornariam possível o atividade teatral solidificada.
conhecimento da atividade teatral. A l é m das bibliotecas sindicais e dos A notícia reproduzida (1902) permite concluir que já há grupos formados
centros de cultura, desapareceram incontáveis bibliotecas particulares, para a representação, um repertório próprio e um público para os
de militantes anarquistas. Após 1945, o movimento cultural que procura sábados.
se reorganizar retomando o fio rompido em 1937 não dispõe mais de
condições para recuperar o tempo e o esforço perdidos. Há pratica- Antes da expressão gráfica a classe operária já se vincula socialmente
mente um único grupo funcionando nos moldes e com objetivos idênti- através do encontro teatral.
cos aos grupos anteriores ao Estado Novo. É evidente que as mesmas
táticas terão um raio de ação muito menor em vista das modificações Segundo um depoimento de Radha A b r a m o os primeiros espetá- 3
ocorridas nessa década de " t r a b a l h i s m o " . Os melhores tempos já fica- culos teatrais são simultâneos à chegada dos primeiros contingentes
ram para trás e terminaram, mais precisamente, em 1930.
Os primeiros registros desse teatro operário referem-se a um es- 2. O m o v i m e n t o social em São Paulo foi i n i c i a d o pelos anarquistas q u e f u n d a r a m
entre outros j o r n a i s , em 1892 ou 1893. u m p e r i ó d i c o d e n o m i n a d o Gli Schiavi Bian-
petáculo realizado em 1902, onde a presença da polícia é simultânea à
c h i ( B e n j a m i n Motta, c i t a d o por Edgar Rodrigues e m N a c i o n a l i s m o • cultura so-
do publico: c i a l , p. 20).
S o c i e d a d e de B e n e f i c ê n c i a G u g l i e l m o O b e r d a n . Palco. (1977)
IHS.IBI nas mudanças que ocorrem na história da classe operária estão ligadas
a esses postulados gerais assumidos inicialmente:
IHHIll.I
Os i n t e l e c t u a i s que ajudam o m o v i m e n t o r e v o l u c i o n á r i o e que guiados pelo ideal
q u e r e m apressar o advento de u m s i s t e m a social menos bárbaro, menos s e l v a g e m do
que o presente, a p r o v e i t a m - s e d o teatro para destruir no Povo as seculares supersti-
Sociedade de B e n e f i c ê n c i a Guglielmo ções q u e i m p u s e r a m terríveis o b s t á c u l o s à sua e v o l u ç ã o ulterior. (Luigi M o l i n a r i ,
O b e r d a n . Palco. U r d i m e n t o . (1977) A s s o c i a ç ã o das Classes Laboriosas. (1977)
Teatro p o p o l a r e , v. I I . M i l a n o , Tip. d e l i a Università Popolare. 1907)
Sociedade de B e n e f i c ê n c i a G u g l i e l m o
Oberdan. Concerto. A r q u i v o da S o c i e d a -
de (•/<!)
ao humano para ser recuperada. As análises e críticas batem sempre llieres operárias, arbítrio legalizado do patronato, não se pode dizer que
nessa tecla única da repressão. É essa talvez a característica significa- a temática tenha se tornado anacrónica ou seja aproximada para des-
tiva do social no sistema capitalista. crever as condições de vida e trabalho do operário brasileiro. Por que
transformar uma arte que serve ainda para exprimir a sociedade bra-
Parece desnecessário operar grandes modificações na festa ope- sileira?
rária, uma vez que, do ponto de vista libertário, a relação opresso- Nenhuma dessas festas se encerra idealmente em si mesma.
r e s / o p r i m i d o s permanece fundamentalmente imutável. Devem marcar bem o seu momento de solidariedade. Quanto a isso,
Numericamente é insignificante a quantidade de obras de ficção todos os anúncios são explícitos.
(teatro e literatura) produzida por anarquistas brasileiros durante os Para cada acontecimento teatral, acrescido de música, baile e
anos em que o movimento foi mais atuante. Para expressar um ângulo conferência, há sempre uma finalidade social que transcende o momen-
de visão idêntico da sociedade, as obras traduzidas de línguas europeias to particular daquele agrupamento.
eram perfeitamente adequadas. A inexistência de fronteiras, o mundo Com frequência maior destina-se a renda aos periódicos libertá-
como um todo, a universalidade de problemas e de objetivoa a serem rios. Mas há também " b e n e f í c i o s " em nome de companheiros doentes,
atingidos, invalidam as etiquetas, "francesa", " i t a l i a n a " ou "espanhola". presos ou exilados. Entre 1908 e 1910 duas escolas são construídas em
São Paulo para filhos de operários (Escolas Modernas — ensino racio-
Evidentemente nesse mesmo período de tempo há um processo
nalista) * com fundos levantados entre o operariado, recolhidos pouco
acelerado de adaptação dos imigrantes às novas condições de vida.
a pouco entre festas e donativos voluntários. Os exemplos nem sempre
Isso parece não afetar nem o teatro nem o público. Antigos militantes
são tão acomodados:
anarquistas deixam de ser operários, mas continuam frequentando a
festa. Nesse sentido a arte dos grupos operários tem um desenvolvi- Teve, c o m o se v ê , b o m êxito a festa de sábado. E não p o d e r i a se desejar outro
mento linear, e mais duradouro do que as mobilizações políticas da r e s u l t a d o t e n d o e m v i s t a o seu s i m p á t i c o f i m . Essa velada foi organizada por u m grupo
classe, no mesmo período. de l i b e r t á r i o s e m h o m e n a g e m ao soldado Caetano M a s e t t i que, ainda há pouco, n u m
g e s t o de s u p r e m a r e b e l d i a , fazendo-se i n t é r p r e t e de todas as v í t i m a s da guerra lançou
Indiretamente o teatro reflete uma resistência às alterações cultu- contra esse h o r r í v e l flagelo da humanidade seu v i g o r o s o p r o t e s t o , atirando contra
u m o f i c i a l . O p r o d u t o líquido da festa será enviado à família desse extraordinário
rais que devem processar-se no contato entre os imigrantes e os tra-
m o ç o . que s a c r i f i c o u a sua vida e m h o l o c a u s t o ao g r a n d e ideal d a paz universal. (A
balhadores autóctones. As festas têm a função simbólica de preservar Lanterna, 30.12.1911)
a unidade étnica e ideológica ameaçadas pelas alterações concretas
das condições de vida.
Também os movimentos internacionais liderados por anarquistas
Outro ponto a considerar é que, descrevendo condições gerais da recebem apoio das veladas de sábado. Os movimentos pacifistas que
existência, no decorrer de quarenta anos, nem por isso o teatro antecederam a guerra de 1914/1918. o julgamento de Sacco e Vanzetti.
representa inverdades históricas. a Guerra Civil Espanhola, a resistência antifascista, receberam um
pequeno apoio financeiro dos grupos libertários paulistas.
Todas as conquistas da classe operária consolidadas através de
Onde quer que a repressão à mobilização operária se torne conhe-
lutas no decorrer desse tempo referem-se apenas à melhoria das con-
cida desencadeia-se imediatamente um contato internacional e uma
dições de trabalho. Permanecem sempre muito aquém das reivindica-
correspondente mobilização dos grupos culturais.
ções de caráter económico e político. As relações de poder e a organi-
zação da sociedade brasileira, do ponto de vista da crítica operária, Se considerarmos o pequeno rendimento habitual dessas festas,
continuam inalteradas. Em nada é sensível a proximidade dos ideais minúsculo, inclusive em proporção às necessidades locais, não é difícil
anárquicos. O féma binário opressores/oprimidos que constitui o fulcro concluir sobre a solidariedade simbólica desses espetáculos. Nos ba-
dramático do espetáculo subsiste integralmente na realidade". lancetes é comum a proximidade ou quase coincidência entre a receita
e a despesa das festas:
Assim, quando um texto de origem italiana ou francesa introduz
I I I I I . I rena em que ha carestia, desemprego, exploração erótica das mu-
O espetáculo é o porta-voz das convicções e sentimentos da pia JAYME CUBEROS: . . u m burguês, um doidivanas, um r i c o que nôo t i n h a . . . O pai
teia. Para isso é preciso que seja despido de mistérios, reforçando um aconselha a f i l h a a não se casar, porque é u m absurdo. E o i r m ã o , d e n t r o daqueles
conhecimento prévio e proporcionando um estímulo à expressão do p r e c o n c e i t o s t o d o s , briga c o m o pai e quer obrigá-lo a casar para salvar a honra da
família O p r o b l e m a era a honra da família. Eu me l e m b r o p e r f e i t a m e n t e que na
espectador. ocasião que o pai consegue convencer a filha e a filha recusa o c a s a m e n t o , e aquela
Um artigo publicado pelo jornal carioca Novo Rumo. deixa clara a coisa t o d a . o p ú b l i c o cheqava a aplaudir de pé. e m cena aberta, aprovando aquilo que
teoria que fundamenta o espetáculo: seria u m a c o n t r a d i ç ã o para os cânones da época. Puxa! A f i n a l ela foi seduzida, estava
esperando u m f i l h o , era natural que q u i s e s s e casar para reparar o mal. M a s ali era
o c o n t r á r i o porque ele era u m s e m - v e r g o n r n . um s u j e i t o . . quer dizer que havia uma
A l i t e r a t u r a dramática hoje democratiza-se Não se c o m p r e e n d e o e s f o r ç o d u m dra- m e n s a g e m que t a m b é m era entendida pelo público. C o m o não? E havia uma reaçáo
m a t u r g o no interesse e x c l u s i v o de nos dar, através de u m d e s d o b r a m e n t o de peripé- muito positiva mesmo.
cias, a e x i s t ê n c i a mais ou menos complicada de u m t i p o de exceção. A observação
chamada imparcial nada quer dizer. Se o a r t i s t a cria tipos, inventa, d e s c r e v e , analisa ( D e p o i m e n t o dos antigos i n t e g r a n t e s do grupo de t e a t r o d o C e n t r o de C u l t u r a S o c i a l )
s e n t i m e n t o s , e chega à s í n t e s e , ao c o n h e c i m e n t o da alma c o l e t i v a . fá-lo no i n t e r e s s e
da d e m o n s t r a ç ã o . No t e a t r o não representa para d e s c r e v e r , mas s i m para provar.
As cenas apresentadas no palco foram escolhidas pela sua corres-
Desenvolver uma alta e serena f i l o s o f i a social de j u s t i ç a , de liberdade, de igualdade
pondência às aspirações de um público de trabalhadores libertários.
e". p a r a l e l a m e n t e , fazer uma acerba crítica do m u n d o a t u a l , eis o que há a esperar do
teatro d o p o v o , ativando pelo imediato efeito da vivissecção d r a m á t i c a o f o g o instintivo Dirigem-se aos operários consideravelmente mobilizados que construí-
da submissão, a c u r i o s i d a d e civil redentora d o D e s c o n h e c i d o ( . . . ) Se as o b r a s - ram durante as primeiras décadas do século uma imprensa própria,
primas do génio artístico são uma idealização do s e n t i m e n t o e da i n t e l i g ê n c i a popular sedes associativas livres da interferência patronal e até suas próprias
e a alma do povo chamada vida livre pelo c é r e b r o , há de f a t a l m e n t e reconhecer-se
escolas de ensino graduado ou de cursos livres.
nos heróis que faz criar. ( . .) Popularizai e s t e s e n t i m e n t o c o m u m , n u m s e n t i d o favo-
rável à sua exaltação deve ser o objeto p r i n c i p a l d o teatro d o povo. (Novo Rumo, O teatro é o resumo artístico de uma série de atividades culturais
19.9.1906)
que empenham um esforço coletivo. O espetáculo mobiliza equipes
com antecedência aproximada de um mês, preparando a divulgação, a
Realmente, a exaltação a que' se refere o articulista está longe, venda de ingressos, o local do espetáculo. os aparatos materiais neces-
no caso das plateias paulistas, de ser uma metáfora. Embora o artigo sários para a produção.
se refira à criação literária para o teatro, esses requisitos compõem a
Esse barulhento diálogo entre a plateia e o palco durante o espe-
vida íntima do próprio espetáculo. Vejamos uma descrição oferecida
táculo é sustentado também pela familiaridade que o público tem com
por A Lanterna, em 2 0 . 1 . 1 9 0 1 :
os atores. Frequentemente esses espectadores contribuem concreta-
A Electra de Perez Galdós foi representada em São Paulo. Na noite d e Sábado de
mente para uma parcela do espetáculo. São companheiros de trabalho,
A l e l u i a , e m q u e pela primeira vez s u b i u o já c é l e b r e d r a m a à cena, o p ú b l i c o que vizinhos, amigos familiares. Às vezes há uma família inteira participan-
enchia o Sant'Anna, dando provas de seu ó d i o ao j e s u i t i s m o que se i m p l a n t a no do de um elenco. Há também a família do ator no meio da plateia.
Brasil, c o m a proteção c r i m i n a l de u m governo republicano, aplaudiu e n t u s i a s t i c a m e n t e Considerando-se que a classe trabalhadora concentra-se em determi-
a obra anticlerical e a n t i j e s u i t i c a , e s e m p r e que apareciam e m cena Pantoja e as
f r e i r a s , personificação do j e s u i t i s m o , os e s p e c t a d o r e s i r r o m p i a m e m assobios, mani-
nados bairros (Brás, Mooca, Bom Retiro e Barra Funda) é previsível
f e s t a n d o a s s i m , o seu t e r r o r pela seita maldita, e contra a canalha c l e r i c a l . que atores e público convivam diariamente no mesmo espaço geográ-
fico da cidade. Outras formas de convívio entre trabalhadores libertários
É bem verdade que esse espetáculo comentado pela Lanterna não são estimuladas pelos núcleos militantes organizando bibliotecas,
é propriamente o tipo de teatro a que este trabalho se refere. É uma conferências, piqueniques gigantescos em que trens lotados de operá-
companhia profissional, tratando basicamente de anticlericalismo e rios se deslocam para um fim-de-semana campestre.
muito sutilmente da emancipação da mulher. Reunidos entretanto por Tudo isso contribui para imprimir uma elasticidade e uma certa
essa bandeira já se encontram algumas figuras que posteriormente se falta de cerimónia ao espetáculo. A arte que acontece no palco é
destacarão junto aos operários anarquistas: Benjamin Motta e Edgard permeável às relações da plateia.
Leuenroth. que aproveitam o espetáculo para uma manifestação de
solidariedade ideológica pelas ruas da cidade. Esse público, reagindo É comum que a programação de uma festa se modifique durante o
,ii<li!iiti;mnnte tem já as mesmas características dos espectadores trn espetáculo. incluindo um ou outro número musical e poético por soli-
citação da plateia. Qualquer pessoa pode ter acesso ao palco e contri- Desde 1 9 0 3 , entretanto, há pelo menos um grupo de a l o u - , infantis
buir com o número que desejar. Gli Attori Infantili) representando em língua italiana o texto de Pietro
Da mesma forma que a propaganda doutrinária se dirige à família Gori. "Proximus Tuus". O drama é representado em uma festa em que se
operária, o teatro é feito e frequentado por todos os membros da família apresenta também um elenco adulto. Os Libertários. (Nota de O
operária. Amigo do Povo, 2 5 . 7 . 1 9 0 3 )
Isso exige, naturalmente um espaço artístico para as crianças. Como público, a participação das crianças não difere muito da dos
Na parte de variedades há a presença constante de números infantis: adultos. Pelo menos até o momento do baile podem assistir todos os
espetáculos encenados. É inclusive norma trazê-las ao teatro.
A l é m do p r o g r a m a a n u n c i a d o a m e n i n a Giovanna Ruisse d e c l a m o u u m a b e l a poesia Em 1 9 2 2 . quando o militante Ricardo Cippola é assassinado durante
contra a t i r a n i a russa. (La Battaglia, 2 7 . 8 . 1 9 0 5 ) uma festa operária, a imprensa refere-se à presença da mulher do
assassinado " q u e estava sentada com sua filhinha ao colo a poucos
Considerando-se que uma das reivindicações básicas dos movi- passos do lugar onde se travava a discussão".
mentos operários refere-se à regulamentação do trabalho infantil e
Os bebés podem constituir eventualmente uma exceção. Mas não
feminino, não é estranho que a mobilização cultural envolva e m igual
há nada que os adultos considerem especialmente proibitivo nessas
medida crianças e mulheres. Além disso a teoria libertária atribui às
festas. As crianças são admitidas durante a parte teatral e em seguida
mulheres e crianças iguais direitos e igual responsabilidade na cons-
voltam para casa. O baile não atrai a totalidade da plateia que vem
trução de uma nova sociedade.
para assistir à parte teatral.
0 trabalho teatral procura divertir, instruir e atrair para a luta No caso do assassinato de Cippola os meios operários sofrem um
efetiva a totalidade dos contingentes trabalhadores. Todos devem par- impacto visível: habitualmente a festa operária t e m a tranquilidade de
ticipar da emancipação da classe. uma reunião entre amigos, onde é possível a presença de crianças de
Evidentemente, há também o lado gracioso da representação in- colo. Nem mesmo a presença da polícia é temida como um real perigo
fantil. De qualquer forma são dotes artísticos precoces exibidos publi- físico. Só se perpetram violências verbais nos dramas e nas palestras
camente para júbilo dos pais e encantamento da plateia. contra os capitalistas e o clero, que nunca foram convidados.
Nesse tipo de teatro o utilitarismo da arte não exclui o pressuposto Depois da morte de Cippola os jornais operários apressam-se em
anárquico de que se trata de uma manifestação respeitável do espírito esclarecer o caráter absolutamente fortuito dessa violência.
humano. A linguagem da imprensa operária é bastante minuciosa no relato
A partir de 1 9 0 9 . no momento ém que se inicia a campanha para a das violências policiais ou patronais feitas à classe operária. Desen-
fundação da primeira Escola Moderna (segundo os moldes do ensino volveu a esse respeito recursos de inflamado teor emocional. Entre-
racionalista de Francisco Ferrer em Barcelona), o número infantil torna- tanto os grupos operários não estão absolutamente preparados para
se uma constante do espetáculo. Não envolve necessariamente a par- enfrentar a violência entre eles.
ticipação na peça encenada, mas constitui os entreatos líricos ou Em todos os seus empreendimentos, políticos ou culturais, os
musicais. As crianças declamando lembram ao público que o benefício grupos libertários procuram enfatizar a sua própria respeitabilidade,
do espetáculo reverterá primeiramente para a educação infantil. contrastando com a corrupção das classes dominantes. Temem inclu-
Em 1 9 1 0 A Plebe anuncia um espetáculo representado integralmen- sive que a violência política possa, em determinadas ocasiões, conta-
te por "crianças de doze anos''. O horário é o mesmo dos espetáculos minar a classe operária com a reputação de desordeira ou irresponsável.
realizados por adultos (vinte horas) e a parte doutrinária da festa é A figura do assassino de Cippola é descrita como um homem de
quase toda executada por mulheres. Há apenas um conferencista do comportamento absolutamente irregular dentro da classe operária.
sexo masculino, o Sr. Ricardo Figueiredo, que fala sobre " A mulher e o Em parte essa preocupação com a polidez dos costumes na festa
livre pensamento". operária é uma transposição de vários costumes rurais europeus que
passam a funcionar aqui entre os operários.
Essas representações lideradas por mulheres e crianças concen-
tram-se em trabalhos artísticos e de propaganda relacionados com a Está claro que a preocupação com a imagem de probidade familiar, com
p e d a g o g i a ou com a situação da mulher na sociedade Tornam-se cons- o comportamento social, faz parte também de uma imagem que a classe
l.intes depois de 1 9 1 0 ate 1 9 1 8 , promovendo e sustentando as duas operária deseja manter junto à classe patronal e ao aparelho repressivo.
1 M.OIÍIS Modernas que se instalam na cidade A temática em nada foge Ouando brigam, brigam por justa causa e não por hábito.
nos princípios da teoria libertária, apenas concentrando-se no que diz Mesmo entre as pessoas mais proeminentes do movimento perce-
i i . s p e i t o diretamente ao comportamento social
be-se constantemente a vontade de afastar por completo a ideia culti-
vada pela reação de atribuir ao anarquista uma espécie de disponibill t essa noção que prevalece no momento de organizar e promover
dade para cometer todo e qualquer crime. o lazer e a instrução da classe. Determina a forma de participação e a
organização final da festa, em que muitos divertimentos são organizados
V. Excia. quer " m o r a l i z a r a p á t r i 3 " Faz m u i t o b e m . M a s para " m o r a l i z a r a p á t r i a " , V . especialmente para mulheres e crianças
Excia. d e n u n c i a e ataca os anarquistas. Ouso d i s c o r d a r desse p r o c e s s o . Desafio a que
me aponte V . Excia.. ou q u e m quer que seja. u m assassino, u m só e n t r e os anarquistas
do Brasil u m ladrão, u m incendiário, u m d e s o r d e i r o , u m adulador, u m vagabundo, u m
m e n d i g o , u m delator, u m v i g a r i s t a . . . D e s a f i o ! E desafio porque t e n h o a certeza, e o s
fatos o t ê m provado, de q u e , se a l g u m trabalhador, tido por anarquista, cair na
m a l a n d r a g e m ou se apegar à b a j u l a ç ã o e l e i t o r a l , será literalmente a r r e d a d o dos
meios libertários.
manter os sentidos e x c i t a d o s .
b) É higiénico? Optamos pela negativa, por motivos óbvios Há outros motivos, alegados como secundários que parecem funda-
c ) É moral? l e m o s a e s t e r e s p e i t o e x e m p l o s de bailes p ú b l i c o s , nas f r e q u e n t e s
mentar com maior justeza a ojeriza ao baile. Teme-se que o poder
questões que se d ã o nos bailes dos clubes recreativos. E d e p o i s , p a r a não ir mais de atração do lazer, nas festas, sobreponha-se à formação ideológica
longe, há m u i t o s pais que levam ali suas filhas c o m o a u m m e rc a d o . E não e x i s t e que se deve proporcionar principalmente aos jovens.
lugar ou ensejo mais favorável à c o r r u p ç ã o . A s m o ç a s , convidadas pelos " c a v a l h e i -
r o s " , vão beber (uma noite i n t e i r a s e m isso não se passa) u m cálice d e s t e , o u t r o
daquele, e a s s i m acabam por embriagar-se. c o m o fazem os q e n i t o r e s , engodados pelos 8 Ouanto â preservação dos valores f a m i l i a r e s , há u m adendo ao n o t i c i á r i o de festas
p r e t e n d e n t e s das filhas. a partir de 1 9 2 2 . que parece ilustrar esse cuidado. Esse adendo c o n f e r e o d i r e i t o
à c o m i s s ã o organizadora de i m p e d i r a entrada a q u e m julgar c o n v e n i e n t e . É pro-
vável que a famíl i a operári a esteja s endo a m e a ç a d a d e d e s t r u i ç ã o , através d e
7 N e m s e m p r e os m ú s i c o s são m i l i t a n t e s l i b e r t á r i o s . Nos balancetes de f e s t a s as m o d i f i c a ç õ e s na c o n s t i t u i ç ã o do operari ado. Se a festa é de propaganda, parece
despesas com os músicos são pesadas, c m relação ao o r ç a m e n t o C u s t a m quase c o n t r a d i t ó r i o i m p e d i r a entrada de e l e m e n t o s es tranhos aos grupos habituais.
tanto quanto o aluguel do salão, que fl I c o i s a m a i s cara da festa Raras v e / e s o s D e v e r i a m ser convidados para a c onv ers ão. Essa des c onfi anç a é e n t r e t a n t o mais
m ú s i c o s a p a r e c e m c o m o a m a d o r e s . Nesse caso o balancete indica apenas a des- u m s i n t o m a da c r e s c e n t e c o m p l e x i d a d e de variáveis que a l t e r a m a c o m p o s i ç ã o e a
| . d e In.iide »: a cerveja para o s musicos Apenas nas recitas l i t e r o - m u s i c a i s atuação da c l a s s e , inclusive as novas tendências ideológicas p o s t e r i o r e s a 1 9 1 7 .
I>CMII> p e i c e l i e r que ha t a m b é m entre o s l i b e r t á r i o s músicos amadores, em ger.il Em 1 9 2 2 vai acesa a discussão entre anarquismo e m a x i m a l i s m o . assim c o m o
i.iii|ieiili.ido% n.i execução do alquma peça clássica aumenta a p a r t i c i p a ç ã o do e l e m e n t o nacional no trabalho i n d u s t r i a l .
I inhoi.i o problema seja complexo (uma vez que dificilmente o
Um teste realizado em São Paulo, uma festa sem baile, mostra que
anarquismo oferece argumentos para justificar a supressão do prazer),
o receio não é infundado:
a preservação do caráter do trabalhador orient3 as campanhas contra
a dança, o foot-ball. o álcool e o fumo.
Pela p r i m e i r a vez q u i s e m o s realizar uma festa de propaganda s e m o e t e r n o baile, para
c o n h e c e r b e m o a m b i e n t e e m que nos achamos aqui e m São Paulo. Tínhamos calculado Até esse momento apenas o álcool é considerado uma sedução
q u e . e m v i s t a da bela i n i c i a t i v a , cujo escopo era auxiliar a nascente Escola M o d e r n a , que o patronato coloca à disposição do operário com o objetivo de
a nossa f e s t a , m e s m o s e m baile, haveria de dar magnífico r e s u l t a d o pecuniário, mas
a g e n t e chamada l i v r e . p r e f e r i u poupar os 1S000 réis por cabeça só porque lhes era
enfraquecê-lo para a rebelião. Outros instrumentos de prazer são com-
v e d a d o saltitarem à laina de f a n t o c h e s . . . ( " L u c i f e r o " , A Terra Livre, 1 7 . 2 . 1 9 1 0 ) batidos como criações da própria classe, produtos da inconsciência.
O "Catecismo Anarquista" publicado em A Vida, 1914, é incisivo em seu
A permanência do baile, sem uma defesa teórica correspondente, IV Ponto
atesta o conhecimento que as comissões organizadoras têm da função
social da festa, no seu sentido mais amplo. . . mas o vício de beber t e m duas causas: a d e f i c i ê n c i a da alimentação e a ganância
do c a p i t a l i s t a . O álcool dá calor, por isso o p r o l e t á r i o o bebe. vicia-se e pelo e x e m p l o
vicia os o u t r o s , t a m b é m dele n e c e s s i t a d o s . É p o r é m uma grande v e r g o n h a humana
Proporcionando lazer e instrução, a festa mantém o operário ligado
não se poder i m p e d i r a venda do álcool c o m o bebida.
à sua própria classe. Não precisa abandonar os companheiros na
— Por que não se pode impedir?
procura de divertimento.
— Porque os f a b r i c a n t e s do álcool são os c a p i t a l i s t a s que e n c o n t r a m no m e i o do
É de se supor também (e o depoimento do Sr. Jayme «Cuberos operariado u m farto mercado. Se alguém propuser uma proibição dessa v e n d a , os
confirma) que dessa dança inconsequente depois do teatro surjam os f a b r i c a n t e s do álcool se oporão, c o m o se t ê m o p o s t o , alegando os seus prejuízos.
O r a . os c a p i t a l i s t a s é que fazem a l e i . logo não legislarão contra eles p r ó p r i o s . . .
casamentos. Sempre dentro da classe operária, com um companheiro
ou companheira devidamente sensíveis aos ideais libertários. — Só o álcool produz esses maus e f e i t o s sobre a inteligência?
— Não. Há dois o u t r o s p r i n c i p a i s : o f u m o e o café.
Mas não é só o baile que preocupa esses yigilantes do comporta- — Há causas mais g e r a i s do d e s p e r d í c i o da inteligência?
mento proletário. Também o foot-ball. no momento em que começam a — A causa mais geral é o p r ó p r i o r e g i m e de trabalho f e r ç a d o . a m e t a d e d e l e segu-
surgir os primeiros times de várzea, é considerado um desvio de forças r a m e n t e i m p r o d u t i v o por ser trabalho de r e c l a m o , de luxo. ou i n t e i r a m e n t e s u p é r f l u o :
prejudicial: c o m é r c i o , p i r â m i d e s , m o n u m e n t o s c o m e m o r a t i v o s , Torre Eiffel, etc.
L a s t i m a m o s p r o f u n d a m e n t e o estado ç m que se e n c o n t r a a j u v e n t u d e c o n t e m p o r â n e a , Apenas nesses momentos, em que ha grupos batalhando por uma
e m relação ao seu valor f í s i c o , moral e i n t e l e c t u a l . Afigura-se-nos o p o r t u n o algumas moralidade operária, nota-se com clareza a atuação de uma liderança
considerações a r e s p e i t o . P r e s e n t e m e n t e , a j u v e n t u d e está c o r r o m p i d a pelos d i v e r t i - conduzindo uma "massa ainda despreparada Nos grupos mais liberais
m e n t o s mais prejudiciais ao o r g a n i s m o e à educação. Uma infinidade de rapazes
e descuidados do comportamento, os textos são geralmente endereça-
atira-se i n c o n s c i e n t e m e n t e à d a n ç a e ao f o o t - b a l l , duas c a l a m i d a d e s m o d e r n a s que
d i z i m a m milhares de seres h u m a n o s .
dos a companheiros igualmente conscientes.
Na maior parte das vezes os jornais estampam duas éticas diferen-
A dança, hoje em dia. bate o r e c o r d da i m o r a l i d a d e , atinge o apogeu da l o u c u r a e d o
crime.
tes a respeito do comportamento proletário. A libera! repousa sobre a
teoria. Outra, mais reticente e impositiva, chamando a atenção para
As s o c i e d a d e s d a n ç a n t e s e os c l u b s d e foot-ball p u l u l a m nos bairros s u b u r b a n o s , o n d e deslizes, faz a revisão do cotidiano da classe.
é g r a n d e a p o p u l a ç ã o p r o l e t á r i a ( . . . ) O foot-ball atrai i g u a l m e n t e m i l h a r e s de rapazes
que se e x e r c i t a m no funesto j o g o c o m um selvagismo atroz. ( . . . ) O foot-ball é uma Na festa, a civilidade das relações humanas e a abertura intelectual
diversão v i o l e n t a , a l é m de produzir o mal f í s i c o , produz t a m b é m o mal moral ( . . . ) dos temas abordados nos dramas e conferências devem consolidar
Mais úteis à humanidade e a si p r ó p r i o s s e r i a m e s s e s rapazes se e m lugar de se padrões de atitudes operárias no seio da própria classe. Antes da cons-
o c u p a r e m c o m semelhantes p a s s a t e m p o s , i n g r e s s a s s e m antes nos Sindicatos e nas
Ligas Operárias a fim de p o d e r e m enfrentar o vilissimo patronato. ("A d a n ç a e o
trução de uma nova sociedade, supõe-se que o operário já seja um
f o o t - b a l l " , Sejo Costa, A Plebe, 3 0 . 1 0 . 1 9 1 7 ) * homem preparado para viver nela. Por enquanto é um homem de valores
e atitudes já definidas, exercendo-os numa sociedade que ainda não lhe
corresponde. Daí o direito, de que alguns se sentem imbuídos, de ÍD-
terferir nos comportamentos presentes, como fiscais do futuro.
9 Essa d i s c u s s ã o , que se tornará uma c o n s t a n t e da esquerda m a r x i s t a dos anos
p o s t e r i o r e s , já é levantada por Lima Barreto e m 1922:
" N ã o é possível deixar de falar no tal e s p o r t e que dizem ser b r e t ã o . Todo dia e
" T u d o tem um limite, e o foot-ball não goza d o privilégio d e c o i s a i n t e l i g e n t e " .
toda hora ele enche os n o t i c i á r i o s dos jornais c o m notas de m a l e f í c i o s , e mais
(A Careta, Rio de Janeiro, 1.°. 7.1922)
d o que i s t o . de a s s a s s i n a t o s . Não é possível que as autoridades policiais não
A grande d i f e r e n ç a e n t r e Lima Barreto e os anarquistas está e m que estes jamais
vnjam semelhante coisa. O Rio de Janeiro é uma cidade civilizada e não pode
fazem apelo á polícia.
estar e n t r e g u e a certa malta d e d e s o r d e i r o s q u e se q u e r e m intitular s p o r t s m e n (. . )
Os atores. particularmente, permanecem alheios a esse debate. O (. l.-.itto Ol.n.l.m |H«>|<- I . . I . I K .. /.-li») (1-177)
Há no profissionalismo das primeiras décadas do século uma timidez O teatro consome assim as poucas horas destinadas ao lazer.
muito maior em relação às ideias veiculadas pelo teatro. Além disso a
organização do trabalho é relativamente primitiva, uma vez que o ator
participa apenas como instrumento necessário à confecção da obra.
Oualquer especulação sobre a função da arte ou sobre a responsabili-
dade do ator é completamente inviável nesse período de "boulevar-
dismo".
Em nada e por nada esse teatro corresponde às necessidades sociais
ou à experiência cultural dos setores mais conscientes do proletariado.
Oue interesse poderiam ter as adaptações de Arthur Azevedo, as revis-
tas genuinamente paulistas de Danton Vampré, ou mesmo um regiona-
lismo água-com-açúcar louvando encantos de caipirinhas? Assim que
Sociedade de Beneficência Guglielmo Sociedade de Beneficência Guglielmo
aparecem os grupos amadores libertários, o teatro profissional deixa O b e r d a n . Palco. U r d i m e n t o . (1977) O b e r d a n . (1977)
de interessar definitivamente como lazer ou material para discussão.
Desaparece da imprensa a referência ao mundo cultural do país fora Se considerarmos a arbitrariedade da jornada de trabalho até 1930,
dos círculos operários, principalmente no que diz respeito à arte. pode-se calcular o custo desse teatro em termos de esforço pessoal do
trabalhador. Um depoimento da fase pós-45. quando as condições de
E. a partir de 1915-1916. as criticas feitas à cultura burguesa, como trabalho já se haviam alterado, serve para dar uma ideia de como
parâmetro medindo a evolução da cultura proletária mostram um des- funcionava o ensaio nas primeiras décadas do século:
conhecimento cada vez maior do objeto criticado.
A impermeabilidade é mútua. Sem tomar conhecimento do teatro pro- CECÍLIO Dias C o m e ç á v a m o s os ensaios n o Centro d e Cultura. Depois (amos nos
espalhando nos b a i r r o s . Na casa de q u e m participava. Por e x e m p l o , aqui e m casa.
fissional, os grupos operários não se interessam pela captação de A q u i era u m barracão. A q u i (onde e s t a m o s sentados) é que fazíamos os ensaios,
outro tipo de público. (Ao que se sabe o único profissional de teatro (amos nas casas dos p a r t i c i p a n t e s . íamos na M o o c a . B r o o k l i n Paulista, na casa do
que chegou a frequentar o teatro operário foi Oduvaldo Vianna. em G u m e r c i n d o . E fazíamos três meses d e ensaio. Três meses para dar u m e s p e t á c u l o .
períodos mais recentes. Assim mesmo, o texto representado no dia ( . . . ) Pois é. O e s p e t á c u l o servia de propaganda para os nossos ideais. Por isso é
que a g e n t e , às vezes sem d i n h e i r o , ficava s e m jantar. Eu m e l e m b r o que e u trabalha-
era uma obra de Afonso Schmidt.) É natural portanto, que o teatro va na c i d a d e , o ensaio era no Brás e eu não podia vir em casa jantar. Ou ela, (minha
profissional em nada se tenha beneficiado desse tipo de amadorismo c o m p a n h e i r a ) m e levava um s a n d u í c h e no p r ó p r i o ensaio o u e u c o m i a uma salsicha,
(mesmo no Rio de Janeiro, os únicos nomes que mais tarde se tornarão ou às vezes não c o m i a nada. O aspecto mais brilhante dos espetáculos e r a m os
conhecidos do público foram os de Augusto Aníbal e Davina Fraga). ensaios.
Em cada remessa de textos que os centros culturais brasileiros rece- Entre as obras que aqui chegam há " O s Pequenos Burgueses", de Gorki.
bem do exterior, há. pelo menos, uma proporção de um terço de textos " O s Tecelões", de Hauptmann. " O s Espectros", de Ibsen. Dentre essas só
de ficção. Algumas dessas obras são divulgadas pela imprensa operária " O s Espectros" chegou ao palco e. assim mesmo, uma única vez. Ou o
como folhetins. Outras são reproduzidas em papel de jornal e vendidas público não gostou muito, ou os atores encontraram muita dificuldade
a preço de custo, com as mesmas facilidades da propaganda teórica. em interpretá-la. De qualquer forma a encenação única permite com-
preender que os militantes estão em contacto com obras mais avança-
Nem todos os autores divulgados são adeptos de princípios anarquistas.
das do teatro burguês. Se não as encenam é porque não as consideram
É suficiente que essas obras tenham como ponto de vista básico uma
adequadas para os recursos locais, tanto de elenco quanto de público.
crítica da sociedade capitalista. Interessa tanto a crítica aos costumes
burgueses quanto a descrição das condições de vida do trabalhador. Os trabalhos bem-sucedidos junto ao proletariado paulista são mais
Dentro desse espectro bastante amplo os grandes prediletos são Zola simples e mais próximos da identificação imediata entre personagem e
e o Tolstói doutrinário. espectador. Não é difícil encontrar entre eles um vínculo que indica o
Essas preferências editoriais, como as demais questões de veiculação número reduzido de tendências estéticas.
de ideias, obedecem aos métodos e às tendências predominantes na Entre as peças que nos foi possível encontrar. "II Primo Maggio" é um
Europa. Zola é divulgado aqui no momento em que é o modelo cultural exemplo significativo de uma tendência da dramaturgia libertária, ainda
do proletariado europeu. Ouando Gorki integra a constelação, passa a muito próxima da prosa poética.
ser divulgado pelos libertários brasileiros ao mesmo tempo que os
europeus começam a identificá-lo. A simultaneidade é progressivamen- Especialmente ilustrativo, o poema dramático de Gori despe as perso-
te maior. Da Europa vem não só os textos como. até certo ponto, a nagens de marcas individualizantes. Representam forças sociais que
maneira de abordá-los. Os jornais operários publicam, junto com a lutam pela sociedade anarquista ou a ela se opõem. Cada personagem
noticia da obra, comentários de críticos europeus auxiliando a inter- pronuncia o discurso que revela a sua posição no meio, assim como a
pilítilÇilO postura ideológica que assumiu. Não há propriamente um diálogo. As
1 m escala muito menor as peças de teatro aparecem nessas listas de oposições ocorrem, assim como os conflitos mais sérios, ao nível do
irmess.i A proporção, entre os textos de ficção, é de aproximadamente conteúdo do discurso de diferentes personagens. Na verdade não há
um,) p e ç a de teatro para vinte obras
um choque direto entre duas falas. Há exposições de conceitos opostos.
Mnnmo durante o período de ascensão do movimento libertário essa Há o proprietário de terras, o velho camponês solidário com a socieda-
. si i r l a t i v a permanece Decide sobre o caráter da festa operária de capitalista e as personagens em vias de iniciar uma transformação
social como o estrangeiro, o marinheiro, o operário e a jovem campo- dável dessa figura alegórica, tanto no grafismo como na literatura, há
nesa. O anarquismo penetra através de uma personagem denominada uma aurora luminosa. São nomes e imagens de esperança, eixo funda-
significativamente de " O estrangeiro*'. A ideia do internacionalismo do mental dos hinos e poemas dramáticos.
país libertário transparece na universalidade das personagens.
Assim a arte que se refere a esse devenir próximo é essencialmente
Sem se deter na análise lógica das transformações sociais, esse tipo otimista. Representa o mundo como deveria ser, acreditando firmemen-
de drama procura envolver o espectador através da colocação poética te na sua inevitável proximidade. Permite-se. portanto, o devaneio e a
e atraente do mundo anárquico. beleza.
Mas a tendência numericamente mais significativa dos textos encena-
Essencialmente é a sensação e a premonição da beleza permanente
dos em São Paulo representa a demolição atual do " e d i f í c i o " social.
que desperta o interesse e a adesão da jovem camponesa e do mari-
Interessa-se antes de mais nada pela crítica ao princípio filosófico do
nheiro. Caminham em direção ao "país onde o sol se levanta".
capitalismo.
Lo straniero Toda a progressão dramática dessas peças baseia-se no combate entre
Ê là, verso la parte d o n d e si leva il s o l e . . . duas forças sociais antagónicas. A pregação ideológica é introduzida
II paese felice. La terra é di tutti . . c o m o
1'aria, la luce. G l i u o m i n i vi sono f r a t e l l i . .
como artifício, mas raramente motiva o ato.
II lavoro è blasone di nobiltà per q u e ! É visível nesses trabalhos o parentesco com o melodrama. Pouco se
popolo. Única legge la liberta . . ú n i c o v i n c o l o 1'amore. . . preocupam os autores com o desenvolvimento coerente da trama, com
Per tutti il benessere per tutti la s c i e n z a .
La d o n n a n o n schiava, ma c o m p a g n a , c o n s o l a t r i c e d e l l u o m o . La miséria i g n o t a . . .
a verossimilhança ou mesmo com a originalidade. Todos os velhos
L u g u a l i a n z a garantita d a l l a r m o n i a d e i d i r i t t i . . Non parassiti, non armati, non golpes do teatro romântico e do folhetim entram em cena despudora-
guerra Le madri beate! I v e c c h i . maestri deli inlanzia I fanciulli educati al damente. Cartas reveladoras, conversações ouvidas casualmente, cons-
lavoro, a l l a m o r e dei p r o p r i simili La giovinezza benedetta, c o m o la p a c i f i c a pirações de personagens com dupla identidade moral. A personagem é
avanguardia delCavenire. . . C a m m i n i a m o . camminiamo!
E là, il paese felice laggiu verso la parte d o n d e si leva II s o l e . . .
detalhada para explicar resumidamente as características fundamentais
de uma determinada classe ou setor social. Nos textos típicos, o operá-
Considerados parte de uma programação doutrinária, os textos poéticos rio e o patrão são sempre condutores de dois grupos sociais anta-
como esse ou como Lideale são de extensão reduzida, próprios para gónicos.
encaixar-se nos interstícios da festa libertária, entre cantos, loterias e Conscientizados ou não, os operários desses textos estão sempre num
declamações. estado-limite prestes a explodirem para investir contra o patronato.
Entre os disponíveis. "II Primo Maggio" é seguramente o que denota um Assemelha-se funcionalmente ao herói romântico na desproporção do
melhor acabamento literário, empenhado em seduzir por meio de uma combate.
qualidade artística. No mais, quanto aos assuntos mencionados ou às Por outro lado, o patrão não se contenta em extrair a última gota de
ideias, em nada difere dos postulados gerais da teoria anárquica. Na- sangue dos seus assalariados. Inventa estratagemas, como um autênti-
turalmente esse tipo de trabalho, pelo próprio conteúdo idílico, apro- co vilão, para piorar um pouco mais a situação deste ou daquele traba-
xima-se mais do humanismo de Kropotkine. lhador. Há uma intencionalidade que supera a impessoalidade de um
sistema económico injusto.
Nesse trabalho o "velho mundo" dos senhores da terra e da burguesia
industrial não precisa ser combatido frontalmente. Basta um movimento Ouanto ao desenvolvimento dramático, apóia-se no estratagema do
no sentido de inaugurar uma nova sociedade. Há no velho mundo uma patrão. O final mostra a derrota física da classe operária, anunciando-se
podridão natural que torna próxima a sua extinção. Seus representantes a vitória moral e uma breve derrota do capitalismo.
(o senhor da terra e o velho camponês) estão decrépitos demais para
opoi se à nova ordem ou ameaçar a sua vigência. São marginalizados
naturalmente, quase sem dor.
A-, personagens alegóricas que representam a ideia libertária são
1 flPniiiínnlr^ii
1
• I' i ilnieiítr poderosas em estatura e força magnética, ao contrário do
i P< . io doentio e fisicamente amesquinhado da burguesia. A imagem
• .» mesma das representações gráficas da luta do proletariado divul-
•
ijmlmt pela imprensa anarquista. Nessas, os trabalhadores são repre-
HnnliidoM numa escala quatro ou cinco vezes maior do que a dos seus
i" HUM l i s t a d o . Clero. Patronato, e t c ) . Rodeando o gigantismo sau-
Nessas histórias a exploração é apenas nominalmente o resultado de ção é mais importante do que a qualidade cénica. Pouca coisa acontece
uma ordem social. Na realidade o texto focaliza o empenho consciente nesse diálogo, essencialmente uma troca de ideias.
de uma classe (o patronato) na destruição de outra. Dessa forma a Essas pequenas peças t ê m , em geral, duas personagens atuantes que
análise dos problemas sociais é sempre filtrada pela óptica maniqueísta
resumem duas filosofias divergentes. Podem ter uma duração máxima
da vítima e do opressor. São raros os trechos em que o texto explica
de meia hora, dependendo do ritmo dos atores.
com didatismo maior as bases económicas da exploração. O capitalismo
aparece como um ato de vontade. A imprensa menciona com frequência esses pequenos atos dramáticos,
mas poucos foram localizados durante este trabalho. " O M e s t r e " , " O s
Como objetivo imediato os dramas pretendem algo mais do que alicia- Dois Ladrões" e "Uma Comédia Social" constituem, entretanto três bons
mento ideológico. Influem sobre o estado anímico da plateia e incitam exemplos desse tipo de texto.
a tomar partido contra ou a favor de determinada situação. Se possível
devem funcionar como um estímulo para uma ação próxima. Enquanto os dramas de crítica social se debruçam sobre uma série
de problemas, as pequenas peças didáticas argumentam em torno de
Extraindo sua força da dicotomia sempre equilibrada entre dominador um único tema do repertório libertário.
e dominado, não há muita chance para a particularidade estética entre
Em " O M e s t r e " , uma sala de aula de uma pequena aldeia é invadida por
os diferentes dramas. Nesse sentido cumprem a mesma função ritualís-
um fiscal do governo. O objetivo é expulsar o velho mestre acusado
tica dos textos poéticos, que evocam a perfeição do futuro. Dizem
de transmitir estranhas lições. O representante do governo inquire os
sempre a mesma coisa, reforçando um conhecimento prévio e uma
alunos sobre as relações entre a França e outros países. As respostas
necessidade de estimular a resistência. A ideia do estímulo fica mais
são modelos da teoria anárquica do internacionalismo. Instrui-se o
clara se observarmos que esses dramas quase nunca levam ao apazi-
espectador através dos argumentos dos alunos.
guamento. Esse é o traço distintivo mais nítido entre o melodrama e o
drama libertário.
INSPETOR: Mas c o n t i n u e m o s e x a m i n a n d o os alunos. Quais são na Europa, as nações
Ouando o pano desce, as catástrofes que se abateram sobre o operário amigas da França?
não constituem um ponto final. São claramente indicadas como episó- J O R G E ( i m e d i a t a m e n t e ) : A Bélgica, a Espanha, a Suíça, a Inglaterra, a A l e m a n h a , a
dios de uma cadeia muito tensa, prestes a romper-se pelo esforço do Aus...
proletariado. É verdade que o operário protagonista é invariavelmente INSPETOR: Devagar, d e v a g a r . . Está me p a r e c e n d o , meu filho, q u e você vai enume-
aniquilado pela exploração. Mas a sua condenação social é rodeada rar todas as p o t ê n c i a s !
por ameaçadoras advertências aos responsáveis pelo poder. J O R G E : Sim, senhor!
Vale citar aqui como exemplo úm drama dos mais representados nos INSPETOR: No entanto, entre as que v o c ê e n u m e r o u algumas se o d e i a m e nós d e v e m o s
centros paulistas. "Responsabilità", de Jean Grave: um operário não nos preparar para c o m b a t ê - l a s . .
consegue empregar-se por ser conhecido entre o patronato por suas J O R G E : Por q u ê ?
ideias anarquistas, embora seja um bom trabalhador. Além disso é
acusado de um atentado que evidentemente não cometeu. Enquanto Não há propriamente um conflito importante a ser resolvido no final.
cumpre pena a mulher suicida-se e mata os dois filhos. Não suporta Apenas o representante sai indignado enquanto o professor retoma o
mais a fome. cargo com a aprovação da comunidade.
As perseguições atingem aqui criaturas inocentes que em nada amea- " O s Dois Ladrões" desenvolve o argumento do antimilitarismo, ao mesmo
çam a ordem social. O operário não concorda, e é tudo. tempo que estabelece uma igualdade imposta pelas ações criminosas.
O drama se encerra no julgamento do operário por tentativa de assassi- Alexandre Magno recebe em sua tenda um ladrão perigosíssimo, acusa-
nato. Apunhalou e feriu sem gravidade o juiz que o condenou por um do de chefiar um bando de facínoras. O macedónio quer conhecer o
crime que não havia cometido. É no julgamento a grande chance para homem antes de condená-lo à morte.
a projeção futura, situando o protagonista como uma das últimas víti- Na tenda, o ladrão comprova a identidade entre suas ações e as de
mas da ordem social vigente. A partir desse momento, anuncia o drama, Alexandre.
tudo está em transformação. Na última cena o operário Renaud é
condenado à guilhotina por uma tentativa de assassinato. O pano desce L A D R Ã O : A l e x a n d r e , sou vosso p r i s i o n e i r o . Tenho pois que ouvir o q u e vos apraz dizer-
sobro uma pena incrivelmente desproporcional, última e máxima in- me e s o f r e r o c a s t i g o que vos aprouver i n f l i g i r - m e . M a s o m e u e s p í r i t o é l i v r e : e se
q u i s e r responder às vossas censuras r e s p o n d e r e i c o m o h o m e m livre.
justiça.
A L E X A N D R E : Fala livremente.
Mn ainda uma outra tendência da dramaturgia libertária, mais ligada ao L A D R Ã O : Quero responder a vossa p e r g u n t a c o m o u t r a pergunta. C o m o é que tendes
nlnlto didático do teatro. São pequenos diálogos em que a argumenta- passado a vida?
A L E X A N D R E : C o m o um h e r ó i . Pergunta a Fama, e ela t o dirá. Tenho s i d o o mais bravo
e n t r e os b r a v o s , o mais nobre dos soberanos e c mais poderoso dos c o n q u i s t a d o r e s .
seio dos mais f l o r e s c e n t e s r e i n o s e às mais ricas cidades. Onde está, p o i s , a d i f e r e n - SOC(A' " ' O P A O A j y f M
ça? N i s t o : o n a s c i m e n t o vos fez r e i , e a m i m u m s i m p l e s p a r t i c u l a r ; deu-vos o poder;
e se d i f e r i m o s u m do o u t r o é só p o r q u e sois u m ladrão mais poderoso do que e u .
Isso aparece com nitidez nas críticas feitas aos sucessivos governantes Aqui náo se trata ainda, especificamente, de teatro libertário e nem
da República Velha. Os fatos peculiares a cada governo são amalgama- mesmo da imprensa operária. São setores mais esclarecidos da peque-
dos no corpo maior do regime, limitando a compreensão de sua impor- na burguesia, identificando livre-pensamento com anticlericalismo. que
tância própria. ensaiam os primeiros passos em direção a um movimento de caráter
cultural. De qualquer forma são esses setores que mantêm a porta
Na crítica operária a dualidade (ou conflito) indivíduo versus organiza- aberta para um eventual contato com os círculos operários. Do anticle-
ção social capitalista constitui o módulo que governa a discussão e ricalismo ao anarquismo a distância não é muito grande para esses
resiste a diferentes processos sucessórios. É natural que os militantes intelectuais. O rumo de A Lanterna e a trajetória pessoal de Edgard
não incorporem as mudanças ocorridas no seio da sua própria classe, Leuenroth e Benjamin Motta indicam a passagem de livre-pensadores
nem mesmo o progressivo processo de adaptação dos imigrantes ao a anarquistas.
novo país.
Impresso pelos Editores Pinto e Cia. em Porto Alegre aparece em 1905
Dessa forma a dramaturgia de origem europeia é suficiente para ex- o "drama social" em um ato. " A v a t a r " , do poeta e jornalista rio-grandense
pressar e divulgar aqui ideologia idêntica. Parece remota a necessidade Marcelo Gama (1878-1915). Sabendo-se da predileção do público por
de adaptar-se à história de um* outro país. Junto aos padrões culturais, revistas e comédias de costumes, onde o pitoresco nem sempre conduz
conservam as mesmas formas de luta dos primeiros anos do movi- a qualquer sentido crítico mais profundo, causa aspécie essa peça onde já
mento. se defende o amor livre, criticam-se os serviços assistenciais e o valor
da dignidade humana se sobrepõe a meras questões disciplinares.
Quando os militantes brasileiros começam a produzir alguns textos,
estão procurando suprir a dificuldade de importação. Em nenhum mo- Querendo decifrar a trajetória agônica do casal, diz uma das perso-
mento se coloca a necessidade de adaptar-se a uma realidade diferente. nagens:
É possível que a existência de uma dramaturgia progressista tenha
chegado ao conhecimento dos operários que organizam a festa, ou dos TIA ROSA: É p o r q u e deste à luz numa noite aziaga.
D e m a i s , não és c a s a d a . . .
homens da imprensa. A Lanterna menciona, em 1903, a existência de
uma peça de Joaquim Alves Torres (1853-1890) denominada " O Dever". LUZIA E que t e m isso? Então
não sou mãe e de mãe não tenho coração?
O autor é do Rio Grande do Sul. escreveu muito para teatro, mas não
há notícia de que o texto em questão tenha sido representado. Inte- TIA ROSA: Ê que e u . . . sei que náo és u m a m u l h e r à-toa.
mas bem d e v e s saber que Deus não abençoa
ressa à imprensa operária pelo anticlericalismo, mais do que pelas u m f i l h o que nasceu a s s i m . . . s e m c a s a m e n t o
questões sociais.
LUZIA: Não c r e i o . . Pode ser m a l d i t o o n a s c i m e n t o
Il.i muitos casos semelhantes, em que a imprensa operaria se interessa d e s t e ser que b r o t o u do v e r d a d e i r o amor?
poi trabalhos que possam remotamente assemelhar-se aos temas li- Deus por que não maldiz então o f r u t o , a f l o r .
bei t.mos Isso nao quer dizer, entretanto, que se responsabilizem pela que dos beijos que o sol dá no seio da t e r r a
n a s c e m , para mamar a seiva que ela encerra?
divulgação e distribuição desses trabalhos. Entretanto, obras de inte- Deus por que não maldiz então o passarinho
ii • s o c i a l europeias são divulgadas e reimpressas nas gráficas anar- q u e ao ar livre nasceu na q u e n t u r a d o n i n h o
golMtas de u m par que se casou no altar da natureza?
Deus, se e s t á e m todos nós, b e m c o n h e c e a pureza
d e s t e amor que nos p r e n d e , há p e r t o de seis anos,
para a M i s é r i a , a Dor. a Fome. os Desenganos! Ouero m e s m o m o r r e r , mas antes de m o r r e r
S o m o s casados, s i m . . Casou-nos a Desgraça! l i b e r t a r e i da vida esse pequeno ser.
Resta-me e s t e poder: posso ao m u n d o poupá-lo.
Logo a seguir entra Marcos, o marido e narra à esposa o desentend LUZIA: Marcos! M e u D e u s ! Oue vais fazer?
mento havido entre ele e o capitão: M A R C O S ( j u n t o ao b e r ç o ) : Salvá-lo!
. .. Afinal, resolvi Apesar de ter sido levada em São Paulo em 1920, os versos, a lingua-
falar ao capitão da quarta companhia. gem apurada, o final acusatório, mas destituído de esperanças num
Lá f u i . à casa dele. Entrei, ele e s c r e v i a . futuro próximo, desviaram essa peça das predileções das plateias ope-
M a s e m t u d o o que eu faço o diabo se a t r a v e s s a !
Vê o que é não ter s o r t e : A o v e s t i r - m e . c o m a pressa
rárias, o que não aconteceu com o texto de Gregório Nazianzeno de
abotoei errada a blusa . assim. assim... Vasconcelos (Neno Vasco), filólogo e bacharel em direito, de origem
portuguesa, que aqui permaneceu de 1901 a 1911 . É de sua autoria o , 2
Ouando eu ia falar, ele olhou para m i m , primeiro texto que se conhece escrito e encenado em São Paulo. Data-
apontou para a blusa e disse c o m desprezo: do de 1907 (ano da encenação), permaneceu incólume no repertório dos
" E n d i r e i t e - s e , cabo. e recolha-se p r e s o " . grupos paulistas até 1930. Trata-se da peça "Greve de Inquilinos", pri-
Endireitei então a blusa e h u m i l d e m e n t e
quis lhe falar de novo. Ele. mais f o r t e m e n i e :
meiro texto a incorporar nominalmente a cidade do Rio de Janeiro e
"Recolha-se. já disse!'* Eu p r e s o ! Vê que h o r r o r ! algumas pitadas da vida carioca.
Dominou-me de todo a m i n h a grande dor.
O miserável via apenas o b o t ã o : O eterno problema do alojamento, da falta de hotéis inclusive, é sem
não me podia ver cá d e n t r o o coração. dúvida uma especialidade carioca. Outro toque nacional é dado pela
indicação cenográfica que prevê duas redes como parte do mobiliário
de um quarto. Na linguagem, mantém uma certa semelhança com as
comédias de Martins Penna. Recorre a falsas identidades, esconderijos
Estava sobre a mesa u m pequeno punhal
e travestismos, bem ao gosto das comédias de costume da época.
Ikunu y a i i ia M i
Pela p r i m e i r a vez m a t o por precisar,
e sou u m c r i m i n o s o e me vão fuzilar!
l.i ii.I.I q u e m viver. Luzia, eu te c o n f e s s o : 12. De Neno Vasco, diz Bóris Fausto e m Trabalho u r b a n o e c o n f l i t o s o c i a l : " F o i ele
• \' c para m i m a suprema cobiça. talvez o mais l ú c i d o e x p o s i t o r das ideias anarquistas d o p e r í o d o , c o m b i n a n d o a
>>• •• i i i . i vida uma i n t e i r a j u s t i ç a . c a p a c i d a d e de p e r c e b e r as alternativas centrais d a estratégia libertária c o m a
i . i i . . d., ' . i . l para t o d o s i g u a l . análise das c o n d i ç õ e s d a s o c i e d a d e brasileira, além d e ter sido um eficiente or-
pioro viver Viver é o m a i o r m a l ! g a n i z a d o r " . (Op. cit., p. 93)
Entretanto o conteúdo é inimaginável nos teatros frequentados por EVA: Fiz assim p o r q u e q u i s . . . p o r q u e lhe t e n h o amor, m a m ã . . . N i n g u é m me obri-
espectadores estranhos à causa operária. A peça veicula formas de g o u . . E q u e r o c o n t i n u a r . . . M a s o que eu não q u e r o é que me t r a t e c o m o uma
escrava que c h e g u e ao p o n t o de me b a t e r . Náo q u e r o , não q u e r o . . .
resistência aos proprietários, sob a forma de uma greve de inquilinos.
ROSA: M a s eu sou tua mãe!
O ligeiro estratagema que nas comédias de costume apazigua-se no
desenlace é transformado ao final da "Greve de Inquilinos" em uma lição EVA: E eu sou tua f i l h a ! (pausa) Veja se pode c o n v e n c e r - m e de que estou mal enca-
de resistência. Para ludibriar o proprietário, os inquilinos apelam para minhada, de que não t e n h o razão. Não sou t e i m o s a . Nunca o f u i . (Pausa. A mãe
olha-a a d m i r a d a . Mais meiga.) M a m ã e pense b e m : por q u e foi t o d a esta questão
um recurso totalmente episódico, e é isso que faz a graça do texto.
entre nós? Pense b e m : eu t e n h o razão!
Mas tudo isso leva a uma reflexão sobre o direito dos inquilinos ao
prédio que construíram como trabalhadores. A linguagem é portuguesa e a cena universal, mas há nesse momento
Pelos comentários e pela incidência de representações percebe-se que uma série de qualidades raras em outros textos anarquistas. O sucesso
o texto de Neno Vasco é considerado modelar pelos centros culturais de reencenações tem a sua lógica na avaliação estética de alguns
libertários. Posteriormente será representado nos círculos operários trabalhos. Ou então na constatação de que funcionam bem.
de Lisboa, editado por um periódico português (A Batalha, 1923).
Há dois autores europeus importantes residindo e escrevendo no
De Neno Vasco há ainda outra peça muito conhecida. " O Pecado de Brasil. Além de Neno Vasco. Gigi Damiani é outra figura importante da
Simonia". Nessa, o conteúdo anticlerical é mais evidente do que a ques- imprensa e do teatro libertário. No teatro Gigi Damiani atuou em diver-
tão da resistência operária. Ao que parece a Igreja é a possibilidade sas frentes. Escreveu artigos sobre as companhias italianas no La Bat-
de todos os ridículos, assunto frequente de muitas comédias. taglia, divulgou teorias de arte libertária, trabalhou na confecção de
Quanto a " O Pecado de Simonia". a primeira notícia da representação é cenários e finalmente escreveu algumas peças representadas até 1933
de 1912. O clérigo que. na peça. comete a vilania de tentar apossar-se com certeza.
do prémio lotérico de uma pobre viúva, é desmascarado por um jovem
operário de ideias anarquistas. Os textos de Damiani ("Viva Rambolot", "Osteria delia Vittoria", "Na Re-
pública") desapareceram durante os diversos períodos de repressão.
Mais complexo pela quantidade de problemas que incorpora, o texto
não tem a mesma leveza graciosa de "Greve de Inquilinos". De passagem Como não há uma vasta descendência de peças brasileiras é impossível
menciona-se o direito ao amor sem casamento e o problema do mili- avaliar a influência que possam ter exercido * \
tarismo.
Tanto Neno Vasco como Damiani foram homens de teatro no sentido
Como dramaturgo, o mais interessante de Neno Vasco é a exatidão do de se envolverem no trabalho de encenação dos grupos amadores. Para
diálogo, desprovido da retórica excessiva que normalmente caracteri- ambos o trabalho de dramaturgia é um imperativo do teatro, necessita-
za o trabalho doutrinário e penetra a ficção. do de novos textos. Como atividade predominante são jornalistas e
Em " O Pecado de Simonia" há uma cena muito boa em que a heroína da teóricos do movimento.
história explica para a mãe as novas bases de um relacionamento entre
' L o s Conspiradores" é mais um drama desaparecido, escrito por um ope-
as duas. A firmeza da moça e a autêntica perplexidade da mãe são
rário radicado no Brasil, Felipe Morales. Esse é o único drama que
traços interessantes na caracterização de personagens. É visível o
escreveu e aparece com frequência nos salões hispano-americanos a
cuidado do autor para não violentar a tradição enraizadíssima do res-
partir de 1905. Depois, traduzido para o italiano, começa a aparecer
peito devido aos pais. Para obter esse efeito acentua a ingenuidade da
nas festas de predominância italiana. Em 30 de setembro de 1905 co-
mãe e procura caracterizá-la como uma personagem que só é capaz
menta o jornal La Battaglia:
de violência verbal. Isso a torna menos antipática aos olhos dos espec-
tadores:
13. Em 1 5 . 7 . 1 9 4 7 A Plebe noticiava: " G i g i Damiani fez anos. C o m p l e t o u setenta
" A h ! pensas que já não tenho mãos para te sovar c o m o d'antes? anos. S e t e n t a anos de lutas entre s o b r e s s a l t o s e s o f r i m e n t o s . Boa parte dessa
existência passou-a no Brasil. Em 1919 meteram-no n u m navio e ele c o m e ç o u
I V A ( r e v o l t a d a ) : M a m ã ! Náo q u e r o que levante a mão para m i m ! (a mãe fica u m a sua peregrinação pelo m u n d o , s e m p r e lutando. A g o r a está e m Roma. à testa
tanto s u r p r e s a . Eva c o n t i n u a c o m voz ainda f i r m e , mas molhada de l á g r i m a s ) : — da Umanitá Nuova. A Plebe o n d e pelejou c o n o s c o , envia-lhe as s a u d a ç õ e s liber-
MmnA! eu e s t i m o a m u i t o . . . tenho-lhe r e s p e i t o . . . a m o r . . . S e m p r e p r o c u r e i dar-lhe
tárias d o s que aqui f i c a r a m . "
a l e g r i a . . . Desde que o A n t ô n i o , c o i t a d o , fez-se s o l d a d o , e lá anda não sei por o n d e . . .
Luigi (Gigi) Damiani (1877-1948). s e m p r e de t e r n o e s c u r o , s o b r e t u d o p r e t o , gra-
. . i . •••.( revei s o m querer saber d; família da m a t ; sou eu que tenho tra-
vata " à la V a l l i è r e " c h a p é u tipo Borsalino, c o m o t o d o libertário, é descrito por
1
MAIIIA VAIVIMDI Irahalhavn naquele banquinho ali Quantas vezes (eu vi) ele le- C u b e r o s Neto mostra às p e s q u i s a d o r a s d o IDART o p r é m i o g a n h o p e l o a u t o r - d i r e t o r
.ii.t.ii . 1 . . l . . i m | i i m h o . sa-r c o r r e n d o , se lembrava de um »rei:ho. passava pro papel | P e d r o C a t a l l o , no Festival d e T e a t r o , p r o m o v i d o pela F e d e r a ç ã o Paulista de Teatro
voltava pra trabalhar Assim ele fazia para escrever p e ç a s Quantas vezes ele fazia Amador.
Seu teatro corresponde pouco à sua incrível personalidade, distanciando- prefácio de Maria Lacerda de Moura ao drama "Bandeira Proletária", de
se timidamente daquele espírito contestatório que por tantas e tantas Marino Spagnolo:
vezes conduziu-o das aulas do Colégio Pedro II à Polícia Central da Rua
Não e n t r o na t é c n i c a da peça de t e a t r o . Não me d e t e n h o a examinar uma página
da Relação. Falta em sua dramaturgia o vigor das cartas a Ruy Barbosa,
de l i t e r a t u r a . Não há a menor preocupação d e s s e género no s e n t i m e n t o do tra-
assinadas por um "admirador sincero e perigoso" e até mesmo aquela balhador manual que — antes dos adornos para embelezar a vida — quer esver-
mordacidade que não hesitava em interpelar o senhor Arcoverde, car- rumar t o d a s as c h a g a s sociais, escalpelar a d o r , abarcar t o d o o p r o b l e m a h u m a n o ,
deal do Rio de Janeiro: "Cardeal, que vida é a tua meu m a r o t o . . . " Em se fora p o s s í v e l , numa palavra mágica, a f i m de preparar d e p r e s s a o advento da re-
"Pedra que Rola", o raisonneur. investe sempre que pode contra os males denção do h o m e m pelo h o m e m . A arte desses párias é a t o r t u r a v i v i d a , t r i t u r a d a
c o m o pão de cada dia. Não t e m i n t e r e s s e e m agradar: busca u m a solução. A sín-
da sociedade, em forma discursiva:
t e s e dessa ideia global está no p e n s a m e n t o c o n t i d o na peça de t e a t r o de M a r i n o
Spagnolo: " T r i s t e é saber a causa de t o d o s os males e não poder s u p r i m i - l a " . Os
M A U R I C I O : Os m a n d a m e n t o s da lei de Deus o r d e n a m : " n ã o m a t a r á s " e os c o m - idealistas p r o l e t á r i o s t ê m a generosa ingenuidade de supor que a revolução social
p ê n d i o s de i n s t r u ç ã o cívica r e c o m e n d a m : " d e f e n d e a tua p á t r i a " , isto é, t o m a u m a r e s o l v e r á de u m golpe, c o m a v i o l e n t a d e r r o c a d a , os p r o b l e m a s h u m a n o s .
c a r a b i n a e mata! Defende a R e p ú b l i c a , a saber, se houver irmãos teus que d e s e j e m
i m p l a n t a r a m o n a r q u i a . Serás h e r ó i , se os m a t a r e s ; defende o g o v e r n o , quer dizer, Não c o n t a m nem m e s m o c o m o d e s p o t i s m o a n i m a l , c o m a autoridade i n s t i n t i v a den-
se t i v e r e s parentes p o b r e s , e s f o m e a d o s e e s t e s a m e a ç a r e m os p r o p r i e t á r i o s enrique- t r o da natureza h u m a n a . " C o n h e c e r - s e " . " R e a l i z a r - s e " não satisfazem à e x i g ê n c i a
c i d o s à custa deles, t o m a uma c a r a b i n a e mata-os sem p i e d a d e . da sua pressa e m t r a n s f o r m a r a t e r r a num paraíso. E p r e f e r e m oferecer-se e m holo-
c a u s t o , m á r t i r e s s a c r i f i c a d o s ao t r i u n f o da nobre ideia — para a l i m e n t a r o f o g o sa-
grado no coração dos c o m p a n h e i r o s mais j o v e n s . Dir-se-ia que q u e r e m sentir, para
não p e n s a r . . . Condenando o á l c o o l . M a r i n o Spagnolo o explica para q u e m é mise-
A noção do b e m e do mal é relativa à sociedade e m que v i v e m o s e ao m o d o pelo rável, m o s t r a n d o até onde pode ir o c r i m e da sociedade i n d u s t r i a l . Todas as t e s e s
qual c o m p r e e n d e m o s a vida. Exemplo: a bastarda i n s t i t u i ç ã o do c a s a m e n t o , é para do p r o b l e m a social estão contidas nesta peça de t e a t r o . Tudo passa, de r e p e n t e , nu-
a sociedade moderna coisa sagrada; para m i m é uma coisa i m o r a l , é o amor t i r a n i - ma pincelada f o r t e , s i m p l e s , e n é r g i c a , ingénua c o m o a vida dos párias idealistas,
zado; o amor c o m o o trabalho e o p e n s a m e n t o , deve ser l i v r e . . . desta civilização de parasitas que g o v e r n a m e mandam e a c u m u l a m . E escravos que
t r a b a l h a m e s p i o n a m os o u t r o s e s c r a v o s e t ê m f o m e e são t a m b é m desgraçados.
" B a n d e i r a P r o l e t á r i a " , em síntese, é o p r o b l e m a do amor, da m a t e r n i d a d e livre e c o n s -
A i vem você c o m o velho e e r r a d í s s i m o chavão. A base da s o c i e d a d e não é a família, c i e n t e , é a liberdade de amar; é f i n a l m e n t e , a emancipação f e m i n i n a ; ó o p r o b l e m a
é a humanidade. A família é u m p r o d u t o do e g o í s m o social gerado pela p r o p r i e d a d e . do t r o g l o d i t a feroz que " m a t a . , por a m o r " ; é o p r o b l e m a a n g u s t i o s o do c a f t i s m o .
Qual a base da s o c i e d a d e das f o r m i g a s ? A natureza p r ó p r i a das f o r m i g a s . Qual a e x e r c i d o t a m b é m pela mulher do p o v o . acionada pelo i n s t i n t o de fêmea e pela per-
base da s o c i e d a d e das abelhas? A natureza p r ó p r i a das abelhas. A base d a s o c i e d a d e versidade da i g n o r â n c i a cultivada, pelos s é c u l o s dos séculos através d o c a t o l i c i s m o ro-
humana é a natureza humana, é a humanidade, o entre-auxílio humano. m a n o e das s u p e r s t i ç õ e s e prejuízos milenares d a v e r a c i d a d e e de c ú p i d o s ; ô o p r o b l e -
ma da p r o s t i t u i ç ã o , é o d i n h e i r o miserável q u e c o m p r a e vende t u d o — Inclusive o
amor, o p e n s a m e n t o e a c o n s c i ê n c i a : é o a l c o o l i s m o , é o j o g o ; é a p e r s e g u i ç ã o sis-
De José Oiticica, autor intelectual do "assalto ao Palácio do Catete t e m á t i c a e interminável, d i g o i n t e r n a c i o n a l , aos m i l i t a n t e s d a revolução s o c i a l ; ó
pelas forças do povo", em 1918, fica uma ideia pouco utilizada em f i n a l m e n t e , a bandeira v e r m e l h a ensanguentada no m a r t i r o l ó g i o d a n t e s c o dos párias;
é o d i r e i t o de g r e v e , é a luta s e m t r é g u a s pelo pão de cada dia e pelo advonto da
" A z a l a n " . peça em três atos, cuja ação se desenvolve em 1915: uma das
revolução s o c i a l .
personagens, revolucionário convicto, cumpre pena em Fernando de
Noronha. Seu crime: fabricar dinheiro falso para financiar a próxima É t r i s t e , é humano, é quase sobre-humano. O final do segundo nto diz b e m dessa
revolução. Dado o caráter criminoso do dinheiro, que importância faz tragédia s e m q u a r t e l quando Paulo acaba de saber que a sua adorada c o m p n n h o i r n
deixou-se seduzir pela p r o s t i t u i ç ã o , resvalando nos braços do Industrial que a por
que ele seja falso ou verdadeiro? segue e isso e n q u a n t o ele esteve preso d u r a n t e seis meses. A t o r d o a d o , d e s g r a ç a d o ,
Pela frequência da festa operária pode-se ver que eram inúmeras as revoltado, de u m salto incita os c o m p a n h e i r o s ã luta c o m o e n t u s i a s m o de q u e m
renasce nessa hora.
oportunidades de encenação para um autor realmente interessado na
realização do seu trabalho. Mesmo assim, cada autor procura fazer de Não sei da t é c n i c a t e a t r a l , mas sei que a alma dos párias do sonho da redenção
uma peça a lição completa do ideário anarquista. Como se aquela fosse social t e m reagido a s s i m , e m t o d o s os s é c u l o s , dianto do todas as tiranias
a última chance de mostrar alguma coisa. É u m prodígio de energia latente.
É possível que essa abrangência, que prejudica o efeito propriamente M a r i n o Spagnolo focaliza o dever m a s c u l i n o de ajudar n mulher n se nrguer de suu
dramático, tenha origem na confiança absoluta que os anarquistas de- ignorância, do s e r v i l i s m o , das f u t i l i d a d e s e adornos que oln julgn necessários paru
positam no teatro como meio de propaganda. preencher a sua vida e fazer a sua f e l i c i d a d e e são as causnn <le l o d t f M t n i q e d l i n
— porquanto é o que impede de se libertai pina s n n i p i o <ln um invldnn «i«« -«•-••
É a arte que pode realizar, concretizar, tornar sensível uma teoria
social cujas possibilidades de concretização estão alicerçadas no fu- A i está o m á x i m o p r o b l e m a . D a i s u r g e m os m a t a d o r e s d a mulheres. E o s a c r i -
turo. fício inaudito de m i l h õ e s de •..•-.••, IIIIIM.HK>-. N U - , I K . I I . I.II IMM polli IIIIM d.r. ipi/ota-i n
o escravo, e o p r o l e t á r i o , o o boi de tin> <11n• •..uni ••aiipiilamnnln .1 1 oiupii
I nquanto sao invisíveis os sinais dessa sociedade perfeita, o palco é a n h e l r a , sob os mais f ú t e i s e absurdos p r e t e x t o s de honra m dignidade — os ídolos
|M.-.-.IIMIKI.I<II- dr torná-la tridimensional A ideologia fica explicita no vorazes da sociedade burguesa
N i n g u é m mata por amor.
O amor é f o n t e de vida e sabe c o m p r e e n d e r , se chegou a ser a m o r . . .
O que mata é o ó d i o , a paixão, a b e s t i a l i d a d e , o i n s t i n t o de propriedade a n i m a l .
a f e r o c i d a d e d o t r o g l o d i t a e n j a u l a d o na s o c i e d a d e voraz.
A m u l h e r t e m sido s e m p r e enganada m i s e r a v e l m e n t e . Nos lares p o b r e s , nos lares
b u r g u e s e s , rica ou p o b r e , culta ou i g n o r a n t e , por toda a parte a vida da m u l h e r
é o m e s m o calvário s i l e n c i o s o e a n ó n i m o q u e os homens não c o m p r e e n d e m por-
que o e g o í s m o m a s c u l i n o foi c u l t i v a d o pela escravidão f e m i n i n a e porque a so-
ciedade fez do h o m e m e da m u l h e r duas raças sociais que não se e n t e n d e m .
A natureza estabeleceu d i f e r e n ç a s profundas e n t r e os dois seres h u m a n o s e a
sociedade ou a civilização unissexual aproveitou-se dessa tragédia f e m i n i n a para
reduzir a mulher à escravidão, a a n i m a l d o m é s t i c o , a presa d e u m senhor exigente.
A t é nos bordéis da alta sociedade — a mulher q u e t e m alma vive num calvário,
ainda m e s m o que a auréola do p r e s t í g i o brilhe na moldura das aparências, c o m o
e s p l e n d o r feérico d a alegria r u i d o s a e da p r o s p e r i d a d e e c o n ó m i c a . É ainda mais
escrava. É d u p l a m e n t e escrava.
Não se tenha a ilusão de que a classe burguesa lhe d i m i n u i as agruras.
P o u c o s são os homens livres, p o u c o s são os p r o l e t á r i o s que c o n s e g u i r a m pe-
netrar esse a n g u s t i o s o segredo d o p r o b l e m a f e m i n i n o , na t r a g é d i a s o c i a l .
Todos s o n h a m uma acracia para os homens...
N i n g u é m sabe das angústias desenroladas no coração da mulher de todas as
classes sociais.
E a p r o l e t á r i a é ainda a mais sacrificada. Escrava do homem, escrava social e
serva da b u r g u e s i a . . .
M a r i n o Spagnolo o s e n t i u . E o denuncia. Eu lhe sou i n f i n i t a m e n t e reconhecida, em
nome do m e u s e x o .
2 . ° : Peça c ó m i c a em um ato d e Ramon de M a r s a l : " O A r c o - l r i s " Na noite do dia 9 haverá outra festa libertária no salão d o Liceu Espanhol. Rua do
G a s ó m e t r o . 54. Em cena novo drama do c o m p a n h e i r o Filipe M o r a l e s , i n t i t u l a d o
"I Cospiraton".
16 jun. n.° 3 O Chapeleiro
Realizou-se. dia 3 do c o r r e n t e , a festa e m b e n e f í c i o d o nosso j o r n a l . Programa:
1. ° — C o n f e r ê n c i a do o p e r á r i o t i p ó g r a f o E d u a r d o V a s s i m o n 30 set. n. 53 La Battaglia
Tema A Organização
FESTA LIBERTARIA
2. ° — D e c l a m a ç ã o por J u l i o Sorelli
3. ° — "Aila Conquista d e l l ' A w e n i r e " Programa da festa de 16 de outubro, em benefício da revista Aurora
4. ° — Baile (Neno Vasco). No Salão Alhambra.
Programa:
18 jul. La Battaglia
•j.o — " S a n g u e F e c o n d o " — p e l o G r u p o F i l o d r a m á t i c o S o c i a l . Drama e m dois atos
FESTA LIBERTARIA
2.° — " M a s A l g u i e n Disbarató la F i e s t a " — c o m é d i a em um ato d e L. Marsoleau
. . . cosi, invece d e i l u o g o p u b l i c o , dove si s a r e b b e r o datl s p e t t a c o l i d o g n i g é n e r o : Pelo G r u p o F i l o d r a m á t i c o S o c i a l
conferenze, esercizi g i n a s t i c i , gare d i destrezza, inni c o r a l i , p i c - n i c e lotteria gastro- 30 — " S i Fuera C u r a " — m o n ó l o g o de Romolo O v i d i . Pelo Grupo F i l o d r a m á t i c o Socia
n ó m i c a artística e u m o r i s t i c a , b i s o g n e r à contentarei di q u a l c o s a meno
4° — Balio f a m i g l i a r e
A " f e s t a " é marcada para o dia 8 p r ó x i m o , no Salão Ibach, Rua São João n. 61.
Começa às 20:30. Programa: * COMENTÁRIO
1.° — A Questão S o c i a l — conferência do jovem G i u s e p p e M a g n o c a v a l l o . d a es-
cola Germinal Sábado, dia 9. t e v e lugar no salão do Liceu Espanhol a anunciada f e s t a l i b e r t á r i a
" m e t e n d o - s e e m s c e n a " . pela p r i m e i r a vez. o drama do c o m p a n h e i r o M o r a l e s inti
2.o — " S e n z a P a t r i a " — d r a m a social e m três atos c o m intermezzo de versos mar- tulado " L o s C o n s p i r a d o r e s " . " C o n s p i r a d o r e s " não é c e r t a m e n t e um trabalho literário
telliani de Pietro G o r i . O d r a m a é mezzo in scena pelos distintos f i l o d r a m á t i c o s d o mas c o n t é m u m a c r i t i c a s c h i a c c i a n t e e v e r d a d e i r a contra as a u t o r i d a d e s p o l i c i a i s e
n ú c l e o Giovani G a r g i , que g e n t i l m e n t e se o f e r e c e r a m p a r a realizar a o b r a g r a t u i t a m e n t e g o v e r n a m e n t a i s , pelo m o d o infame e c r i m i n a l de que se servem n o preparo d e falsos
3. ° — O C i c l o H i s t ó r i c o da Guerra Civil — c o n f e r ê n c i a de Oreste Ristori c o m p l o t s . d i s s e m i n a n d o nas massas o ó d i o c o n t r a inocentes t r a b a l h a d o r e s braçais
e intelectuais (de pensiero). j u s t i f i c a n d o d i a n t e da i g n o r â n c i a p o p u l a r suas infames
4. ° — Esilarantissima tarsa
r e p r e s s õ e s , c o n d e n a ç õ e s , d e p o r t a ç õ e s e m a r t í r i o s . Durante a representação os atores
5. ° — Loteria g a s t r o n ó m i c a , artística e h u m o r í s t i c a r e c e b e r a m aplausos. Digna de nomear-se foi a C a m i l l i no papel da a m a n t e q u e . tendo
6. ° — Balio (amigllare que se p r o l o n g a r á até as p r i m e i r a s horas da m a n h ã seguinte sido uma grande i n t é r p r e t e , provocou grande emoção no p ú b l i c o , p r i n c i p a l m e n t e e n t r e
o sexo f e m i n i n o . Todos os o u t r o s a r t i s t a s f o r a m d i s c r e t o s , c o m exceção de D J A
No m e s m o n ú m e r o p u b l i c a - s e em f o l h e t i m L ultimo s c o p e r o , r o m a n c e social d e Gigi no seu papel de c a p i t ã o o q u a l . em vez d e ater-se ao caráter m i l i t a r e s c o . b u r b e r o
Damiani e severo, si a t t e g i ò a buffo. p r o v o c a n d o imensas risadas n o a u d i t ó r i o
(Sem assinatura)
27 ago. n " 50 La Battaglia
ComiMita que a festa do dia 8 aconteceu no Salào Stemway (outro nome
10 dez. n. 59 La Battaglia
do Ibach). A l é m do programa anunciado, a menina (bambina) Giovanna
Mulfiae declamou uma "bela poesia contra a tirania russa". Notícia sobre a discussão dos estatutos da Federação Operária (repte
i iMinMitárin Insomma uno vero MICMMO d e l l a t t o morale e dilettevolle sentantes das diversas ligas de resistência desta capital). O Sr. Edgard
il.i «pirllo pecuniário non troppo rimuneratore". Segue-se uma presta- Leuenroth foi nomeado membro da comissão provisória. Local de reu
ção rin contas dos lucros e despesas. niões: União dos Chapeleiros, Largo do Paissandu, 4.
17 dez. n 60 La Battaglia 12 abr. n.° 7 A Terra Livre
Festa em benefício do La Battaglia. 31 de dezembro, às 20:uu no Salão LIVROS E F O L H E T O S
Alhambra.
" E n G u e r r a " ( i d i l i o ) . Por Carlos M a l a t o . P u b l i c a c i o n e s p e l a Escuela M o d e r n a : Calle d e
. i leu n.° 56, B a r c e l o n a , É u m a pequena peça aceita pela Escuela M o d e r o u no c o n
Programa:
c u r s o d r a m á t i c o que e l a a b r i u . C o m b a t e a g u e r r a : n u m lindo r e c a n t o da t e r r a japonesa
1. ° — " L a V i a d'U8Cita" — bozzetto sociale de Vera Starkotf há uma luta e n t r e o s i n s t i n t o s g u e r r e i r o s e o amor e a l i b e r d a d e v e n c e m . . .
3.° — "Hambre" — bozzetto social e m um ato de Rómulo Ovidi 7.° — " L a Lettera" — monólogo
2 6 nov. n.° 52 Terra Livre Partindo-se desse m o d o de ver poder-se-ia chegar até lá? ( . . . )
Ora, não p o d e m o s c o m p r e e n d e r a razão. Será porque o teatro f i c o u b o m ? De forma
IM.I i*. do mós p r ó x i m o , no salão do C e n t r o Galego (Rua da C o n s t i t u i ç ã o . 3 0 - 3 2 ) . Em que, se ele não tivesse c o n d i ç õ e s , estaria muito bem aqui. E isso porque o Brás é
i i r i i i - i i c l o do camarada S i l v e s t r e Machado que está d o e n t e P r o g r a m a : quase e x c l u s i v a m e n t e h a b i t a d o pela gente mais p o b r e ? "
Anúncio de livro à venda: O infanticídio 1.o — " D e c l a r a ç ã o de G u e r r a " — idílio japonês por Charles Malato
2.° — Uma c o m é d i a social
6 ago. n.° 22 Folha do Povo
3.0 — " S e m P á t r i a " (em português)
GRUPO DE A M A D O R E S TEATRO LIVRE (LISBOA)
4. ° — Conferenza in italiano
Este g r u p o d e L i s b o a , d e que j á falamos, pensa em realizar a s u a p r i m e i r a récita p o r
t o d o este mês e m A l m a d a , revertendo metade d o seu p r o d u t o l i q u i d o e m favor d o 5. ° — " L a L e t t e r a " — monólogo
s e m a n á r i o lisboeta O Protesto. R e p e r t ó r i o : " C e i a d o s P o b r e s " (contraste à " C e i a d o s 6 .° — " P r i m o M a g g i o "
C a r d e a i s " ) — u m ato em verso por C a m p o s L i m a .
7° — Kermesse
" O Melhor C a m i n h o " — Luís d a Câmara Reis 8 ° — Balio
" O s D e g e n e r a d o s " — Cruz de A n d r a d e
" O T r i u n f o " — C a r r a s c o Guerra 14 jun. n.° 79 Folha do Povo
" O Infanticídio" — Motta Assunção A companhia de Clara Della Guardia encena " I I Vagabondo", que, prova-
" U n i d o s ! " — u m ato em prosa d e Pinto Q u a r t i m velmente, não é o mesmo dos repertórios anarquistas. O autor é Jean
" P r i m e i r o de M a i o " — Pietro Gori Richepin.
" J u v e n t u d " e " L a Madre E t e r n a " — De I g n a c i o Iglesias
2.* quin. jun. O Livre Pensador
8 dez. Folha do Povo
P. 11: Associação do Livre Pensamento
COMO SE FAZ UM FILANTROPO
O e x c e l e n t e d r a m a " T r e v a e L u z " d e que é autor o nosso b o m a m i g o e entusiasta livre-
A propósito da inauguração da Escola Álvares Penteado, o artigo des- p e n s a d o r Luiz A. de Azevedo Marques que será e n s a i a d o por um d e d i c a d o g r u p o de
creve como a família acumulou a fortuna amadores, e não tardará a ser levado pela primeira à cena nesta c a p i t a l , terá por
f i m cooperar, c o m o resultado dessa receita, para a realização do benemérito p r o j e t o
1909 dessa a s s o c i a ç ã o .
Na biblioteca de A Lanterna está à vçnda O infanticídio, de Motta A s s u n ç ã o 1.° mai. n.° 71 Terra Livre — Ano IV
PRÓ ESCOLA MODERNA — GRANDE FESTIVAL na c i d a d e de Mayrink. dia 21 de
abril. P r o g r a m a : Hoje, g r a n d e festa e m b e n e f í c i o da Escola Moderna. As 20:30, no Teatro Sant Anna.
1. ° — A s c i n c o da manhã fará alvorada a C o r p o r a ç ã o Musical O p e r á r i a d e Mayrink, C o n f e r ê n c i a por B e n j a m i n M o t t a e representação de duas peças.
g e n t i l m e n t e c e d i d a pelo chefe da l o c o m o ç ã o . Dr. H e n r i q u e S c h e r i n g , p e r c o r r e n d o as
ruas dessa l o c a l i d a d e . As 6:30 a C o r p o r a ç ã o Musical irá à estação esperar a C o r p o - 3 mai. n. 257 La Battaglia
ração Musical 6 de janeiro, de S o r o c a b a , a qual será r e c e b i d a na sede da A s s o c i a ç ã o
Recreativa Operária por uma Comissão Pró S c u o l a Moderna
2. ° — Dirigidas p o r gentis senhoritas, c o m e ç a r ã o , às oito horas, a f u n c i o n a r as t ô m - D o m i n g o às 20:30, no Teatro S a n t A n n a . Programa:
bolas nas barracas, p r o l o n g a n d o - s e esse d i v e r t i m e n t o d u r a n t e o d i a . As 8:30 c o m e - 1.° — " P r i m o M a g g i o " — de Pietro G o r i
çará um leilão de prendas até às 10:30, c o m e ç a n d o n o v a m e n t e ao meio-dia até as
2.o — " D ' a l l O m b r a al Sole o il Prete G a r i b a l d i n o " — c o m é d i a e m trôs atos d e L i b e r o
duas. e das três em diante até as oito horas d a noite. Das duas às três horas da
Pilotto. P r e ç o : 2S000 (cadeira), 1S500 (balcão). 1S000 (geral), 125000 (frisa),
tarde será feita a e x t r a ç à o da t ô m b o l a o f i c i a l , cujos p r é m i o s s ã o : 30S000 e 100SOOO
10S000 (camarote)
3. ° — T o c a r á , d u r a n t e o leilão e q u e r m e s s e , a C o r p o r a ç ã o Musjcal de Mayrink, d i r i g i d a
p e l o Maestro A. Valeriani
12 j u n . n 262 La Battaglia
4. ° — Das onze às doze horas fará uma c o n f e r ê n c i a o Sr. E d u a r d o V a s s i m o n s o b r e
os fins da Escola Moderna. A s três horas fará um d i s c u r s o o Sr. Ferreira J ú n i o r , de Traz o endereço de A Lanterna: Largo da Sé. 5 (sobrado)
S o r o c a b a , dissertando sobre a s i g n i f i c a ç ã o d a festa. A uma h o r a serão d i s t r i b u í d o s
b o m b o n s às c r i a n ç a s . 4 set. n.° 271 La Battaglia
5. ° — As 8:30 da noite c o m e ç a r á o e s p e t á c u l o d i r i g i d o pelo Sr. B r a g a n ç a , e x i b i n d o - s e Notícia sobre o Grupo Libertário dei Braz. Sede: Av. Rangel Pestana,
o Grupo D r a m á t i c o de Mayrink. T o c a r á d u r a n t e o e s p e t á c u l o a o r q u e s t r a Estudantes
d e Talma. de Mayrink. d i r i g i d a pelo Maestro J o a q u i m Pereira. N o ú l t i m o intervalo do
207. O grupo convoca uma reunião para tratar de uma festa que será
e s p e t á c u l o u m a inteligente m e n i n a fará um d i s c u r s o d e a g r a d e c i m e n t o a t o d o s q u e dia 13 de dezembro, no Teatro Colombo, em benefício da Scuola Mo-
c o n c o r r e r a m para o b o m êxito da festa. derna.
1911 2 set. n.° 102 A Lanterna
15 jan. n . 289 La Battaglia Entre os livros anunciados na Biblioteca Espanhola, há duas obras de
Ibsen: La comedia dei amor. Los guerreros en Helga
Notícia da morte de Pietro Gori. Artigos de capa: "La morte di Pietro
G o r i " e "Per un poeta m o r t o " (Gigi Damiani). 8 out. n. 325 La Battaglia
O primeiro artigo contém a biografia do morto. O segundo, de Gigi Notícia da publicação dos três primeiros volumes da obra de P. Gori:
Damiani, tece considerações a respeito da estética do teatro social. Genere e faville. Prigioni, Battaglia. As edições são italianas. No mesmo
número um artigo: " L a n a r c h i s m o e l a r t e " (Giovanni Baldazzi)
17 fev. n. 292 La Battaglia
Noticia-se a publicação das obras completas de Gori, na Itália. A edição 4 nov. A Lanterna
obedece a disposições testamentárias do autor no que diz respeito à
A S o c i e d a d e Feminina de E d u c a ç ã o M o d e r n a realiza hoje, às 22:30, n o Salão Ger-
organização dos textos. mânia, uma festa e m b e n e f í c i o da sua orimeira escola, jâ instalada n o Brás. Pro-
Obs.: Entre os slogans que incitam os trabalhadores a não consumir grama:
determinados produtos ou não trabalhar em determinadas fábricas, há 1 .° — "Santa Religione"
0 seguinte: " N O N COMPRATE A PLATEIA" 2. ° — " L a C o n q u i s t a d e l l ' A w e n i r e " — d e G o r i , recitado por u m a senhora
3. ° — Q u e r m e s s e e baile
1. ° abr. A Lanterna i
Festa no Salão Celso Garcia, e m benefício da p r o p a g a n d a anticlerical. Programa: Outra notícia
1.o _ "Galileu, Galilei" Dia 1 8 d o c o r r e n t e , n o Salão Germânia, o C i r c u l o de Estudos S o c i a i s F r a n c i s c o Ferrer
2. ° — Várias conferências realiza festa de p r o p a g a n d a . P r o g r a m a :
3. ° — Q u e r m e s s e e b a i l e 1 .° — " S e n z a P a t r i a "
2. ° — Conferência
27 mai. n . 88 A Lanterna 3. ° — Representação d e u m a c o m é d i a em u m ato
(Ano X — a contagem dos anos de duração do jornal passa a incluir os 4. ° — Recitação d o m o n ó l o g o " O C a f o n e " (sic)
anos em que não foi publicado, contando portanto desde 1901) 5. ° — Baile
Dia 17 de junho, no Salôo Ge/mânia, promovida pela "imprensa de combate". 5 nov. n.° 329 La Battaglia
Programa: FESTA SOCIALISTA
1 o — " | D i s o n e s t i " — d e G i r o l l a m o Rovetta
Dia 1 8 de n o v e m b r o , s á b a d o , no Salão G e r m â n i a (Rua D. J o s é de Barros). A festa
2.° — " I I P a t a t r a c " — Silvestri é organizada p e l o C i r c o l o di Studi Sociali F r a n c i s c o Ferrer. A representação f i c a a
c a r g o d o C o r p o D r a m á t i c o Simpatizzanti alCArte. d i r i g i d o pelo ator Giuseppe Turola.
4 jun. La Battaglia I o _ - s e n z a P a t r i a " — P. G o r i
GRANDIOSA FESTA LIBERTARIA P e r s o n a g e n s : G i o r g i o (G. T u r o l a ) ; T o n i o (A. V e g a n i ) ; A n n i t a ( M . B a b i e r i ) ; G i o v a n n a
(A. F a b b r i ) ; A r t u r o (A. A v a l o n i ) ; D. A n d r e a (T. G e n a r o ) ; P e p p i n o (G. Panighel)
No Salão Germânia, e m beneficio de A Lanterna e La Battaglia. Será sábado, dia 17
do corrente, às 20:30. P r o g r a m a : 2. ° — Intermezzo
1 . ° — " I D i s o n e s t i " — d r a m a em três atos d e G i r o l l a m o Rovetta. P e r s o n a g e n s : 3. ° — Conferenza
Carlo M o r e t t i : A n t o n i o L a t t a r i ; Elisa M o r e t t i ; E. Lattari; P e p p i n o S i g i s m o n d i ; S. Rossi; 4. ° — Farsa in un atto
O r l a n d o O r l a n d i : E. C a s s o l i ; Signora d e Formatis: A. F a b b r i ; S e r a f i n o : D. C o s e n t i n o ;
C a m m i l a : A. Morelli ; un p o r t i n a t o : L. O r s e t t i ; Etterino: A. C a m m i l l i P e r s o n a g e n s : A t t i l i o B e l c h e r u b i n o (E. Faggiano); Cora H e n b r u c k (T. C a m i l i ) ; G i o v a n n i
(V. Righetto)
2. ° — B r i l h a n t e c o m é d i a de Silvestri, " I I P a t a t r a c " , interpretada por A. P i a c c h e t t i ,
E. Lattari, D. C o s e n t i n o , T. O n g a r e l l i 5.0 — " o C a f o n e " — owero la festa di SanfAntino — m o n ó l o g o e m dialeto n a p o l i t a n o ,
i n t e r p r e t a d o p e l o Sr. G i u s e p p e C o c c i o l i t o
3 ° — Balio
6. " — Balio
Ingresso: 1S000 Mulheres, grátis
Dia 12 d e o u t u b r o , no Salão Celso Garcia. P r o m o ç ã o d o F. Ferrer. 4.0 — " C r i m i n a l " — m o n ó l o g o social recitado pelo c a m a r a d a José S a n c h e z
10 mai. A Lanterna Obs.: Na biblioteca de A Lanterna anuncia-se: " U m Como não há M u i t o s "
G R A N D E FESTA OPERARIA — comédia de costumes nacionais em dois atos. de Octaviano Reinelt
Dia 24 de maio, no Salão Celso Garcia. Promovida p e i o S i n d i c a t o de Ofícios Vários.
Fosta d e p r o p a g a n d a para relembrar a conquista da j o r n a d a d e oito horas. Pelo G r u p o
8 nov. A Lanterna
D r a m á t i c o L i b e r t á r i o Mário R a p i z a r d i . P r o m o ç ã o d o C í r c u l o d e Estudos Sociais Francisco Ferrer. Dia 15 de n o v e m b r o , no
Programa: Salão C e l s o G a r c i a . P r o g r a m a :
FESTAS DE P R O P A G A N D A 3. ° — C o n f e r ê n c i a e m p o r t u g u ê s s o b r e a Escola M o d e r n a
4. ° — C o m é d i a e m italiano
No Rio
5. * — Quermesse e baile
G r u p o D r a m á t i c o A n t i c l e r i c a l — Centro Galego (Rua d a Constituiçôo. 38). Dia 20 d o
c o r r e n t e , às 20:30
I I abr. A Lanterna
Programa:
1. ° — " O s Ladrões da H o n r a " — d e H e n r i q u e Peixoto P r o m o ç ô o d o Centro Libertário. Dia 30 de abril, às 20:00, no Salão Celso Garcia.
Festa de P r o p a g a n d a .
2. ° — Baile e leilão
1© — " G i o r d a n o B r u n o " — d r a m a s o c i a l
Em São Paulo 2. ° — " P r i m o M a g g i o " — G o r i
3. ° — Conferência
C i r c u l o d e Estudos S o c i a i s F r a n c i s c o Ferrer. Hoje, às 20:00 no Salão Celso Garcia.
4. ° — Q u e r m e s s e e baile
Programa:
_ " S p e t t r i " — d e Ibsen
1.0
18 abr. A Lanterna
2.0 — " Q u a l c u n o Guastò la Festa" — d e M. Marsoleau
FESTA (Rio)
3. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e o t e m a : La Miséria
4. ° — Baile familiar Comemoração d o P r i m e i r o de Maio. G r u p o Dramático Anticlerical
Programa:
1914
1.o — - o O p e r a r i a d o " — d r a m a e m u m ato d e Henrique M a c e d o Jr.
17 jan. A Lanterna
2.° — C o n f e r ê n c i a d e José O i t i c i c a : Os í d o l o s
FESTA DE P R O P A G A N D A
3.0 — » o 8 Primeiros T i r o s " — d r a m a s o c i a l e m u m ato d e A m e d ó e Rouquós
Hoje, às 20 hs, no Salão Gil Vicente, à Av. Rangel Pestana, 265. Velada de p r o p a g a n - 4.° — Baile
do p r o m o v i d a pelo C i r c o l o F i l o d r a m m a t i c o Libertário. P r o g r a m a :
1. ° — " I I Porta F i g l i o " — c o m é d i a s o c i a l 20 jun. A Lanterna
2. ° — C o n f e r ê n c i a s e m p o r t u g u ê s e italiano
Relatório da Comissão Administrativa do Cinema do Povo, em Paris
4 jul. A Lanterna 3.0 — " O D e s m o r o n a m e n t o " — p e ç a social e m um ato
4.° — Quermesse e baile (pró Escola M o d e r n a )
FESTA NO RIO
Outra n o t i c i a : Dia 3 1 , às 20:00, por iniciativa do C e n t r o Libertário de São Paulo,
Pelo Grupo Dramático de Cultura Social. Não há data. festa familiar no Salão Celso Garcia
Programa:
1. ° — Conferência
1.o — "Guerra e Revolução"
2. ° — " T r i s t e C a r n e v a l e "
2. ° — Diversões várias
3. ° — Intermédio
3. ° — Quermesse
4. ° — " A m o r e s d e C r i s t o " — comédia de Zenon de Almeida
4. ° — Baile
5. ° — Baile
1915
Em São Paulo
13 mar. n.° 276 A Lanterna
Festa de p r o p a g a n d a , dia 11 de j u l h o , no Salão Leale O b e r d a n (Rua Brigadeiro Publica-se a primeira parte de uma "comédia bufo-religiosa".
M a c h a d o , 5) — P r o m o ç ã o do C í r c u l o de Estudos S o c i a i s F r a n c i s c o Ferrer Programa:
Título: "Sua Santidade". Autor: Aristóteles Feliciano de Andrade Silva
1. ° — " M a t e r n i t á " — d r a m a e m quatro atos de Roberto B r a c c o
2. ° — Conferência 27 mar. n.° 277 A Lanterna
3. ° — Comédia
Continuação de "Sua Santidade"
4. ° — Baile
10 abr. A Lanterna
11 jun. n.° 251 A Lanterna — Ano XIII Continuação de "Sua Santidade"
Artigo: " O teatro c a t ó l i c o " — comentário sobre um espetáculo ("Sta.
Aquilina M á r t i r " ) . O artigo fala também da necessidade de um teatro 1.° mai. n.° 279 A Lanterna
social. Autor: João Eduardo. Continuação de "Sua Santidade"
Hoje, na sede da Federação Espanhola (Rua d o Gasómetro, 49), às 20:00. P r o g r a m a : 8 mai. A Plebe
1. ° — " A s Provas d o C r i m e " — representado pelo g r u p o d r a m á t i c o da União dos
Chapeleiros P r o m o ç ã o d o Centro Feminino Jovens Idealistas. Dia 15 d o c o r r e n t e , às 19:30, no
salão da Federação E s p a n h o l a (Rua do Gasómetro, 44-A)
2. ° — " E l A c a b ó s e " — p e l o g r u p o d r a m á t i c o Francisco Ferrer
1 .° — Orquestra
3. ° — " I I Casino d i C a m p a g n e " — pelo g r u p o d r a m á t i c o União d o s C h a p e l e i r o s
2. ° — " A m a n h a i " — peça social e m u m ato
4. ° — C o n f e r ê n c i a por Valentim Diego
3. ° — " H a m b r e l " — p e ç a e s p a n h o l a e m um ato
5. ° — Baile
4. ° — "Pecado de Simonia"
G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe 5. ° — Q u e r m e s s e e baile (nos entreatos cantos e recitativos sociais)
Outra n o t i c i a :
P r o m o ç ô o do Centro Dramático Emilio Zola. Dia 20 de m a r ç o , no Salão Celso Garcia.
P r o m o ç ã o d o C i r c u l o de Estudos Sociais A Sementeira. Em b e n e f í c i o de A Plebe e d o
Programa: Alba Rossa. Dia 15 d o c o r r e n t e , no B o m Retiro (Grémio D r a m á t i c o - M u s i c a l Luso-
1° — Orquestra B r a s i l e i r o ) . Rua d a G r a ç a , 144.
2. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social 1 .° — " G a s p a r , o S e r r a l h e i r o "
3. ° — " S a n t a I n q u i s i ç ã o " — d r a m a em três atos 2. ° — Conferência
4. ° — Quermesse e baile 3. ° — Q u e r m e s s e e baile
Noticia s o b r e o III C o n g r e s s o O p e r á r i o d o Brasil. R e a f r m a alguns pontos de 1906
14 fev A Plebe e 1903
FESTIVAL PRÔ O Grito Operário FESTIVAIS DE P R O P A G A N D A
FESTIVAL DA UNIÁO DOS E M P R E G A D O S EM CAFÉS Promoção do Grupo Filodramático Libertas, da Mooca. fundado exclu-
Em benefício dos cofres sociais, c o m o c o n c u r s o do G r u p o C é n i c o Brasil Ideal Club.
sivamente para organizar festivais em benefício dos jornais de propa-
Sábado, dia 12 de j u n h o
ganda e outras causas semelhantes.
1. ° — Ouverture — pela orquestra Será estreada, sob a caprichosa direção do habilidoso e c o n h e c i d o ensaiador Sr.
2. ° — C o n f e r ê n c i a : E m a n c i p a ç ã o Integral d o P r o l e t a r i a d o (Florentino de Carvalho) F r a n c i s c o França, a p e ç a s o c i a l e m três atos intitulada " N a C a t e d r a l " do a m a d o r Italo
Benassi, extraída do r o m a n c e Na c a t e d r a l , de Vicente Blasco Ibánez.
30 — " O Tio P a d r e " — c o m é d i a e m três atos
4. ° — A t o v a r i a d o pela t r o u p e Irmãos Vassalo
Obs.: No mesmo número publica-se uma subscrição a favor de Neno
Vasco, que se encontrava doente em Portugal.
5. ° — J . P. A l e n c a r (Nhô Barnabé) c o m seu vasto r e p e r t ó r i o caipira
6. ° — Napoleão de Aguiar, conhecido imitador
31 j u l . n.° 75 A Plebe
7 — A família
o Moreira, destacando-se os pequenos Oscar e Joanita, premiados G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
bailarinos
O r g a n i z a d o pelo C e n t r o J u v e n t u d e do Futuro, dia 18 de agosto, em um dos teatros
8.° — Quermesse e baile desta capital. P r o g r a m a :
1 .° — " O V a g a b u n d o " — de Manuel Laranjeiras
5 jun. n.° 67 A Plebe
2. ° — " L o s M á r t i r e s " — d r a m a e m um ato, em espanhol
Balancete da festa realizada no B o m Retiro, om b e n e f í c i o de A Plebe e d o Alba Rossa
GRANDE FESTIVAL A R T Í S T I C O
ENTRADAS • DESPESAS
P r o m o ç ã o da Liga O p e r á r i a de C o n s t r u ç ã o Civil. Em b e n e f i c i o do J o r n a l A Vanguar-
Ingressos: 923S0OO Impressão dos i n g r e s s o s : 15S000 d a . Dia 7 d e agosto, no Salão Itália Fausta (Rua Florêncio de A b r e u , 45), às 20:00.
Leilão e q u e r m e s s e : 218S000 Músicos: 30S000
1. ° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a .
Total: 511S000 A l u a u e l d o salão: 90S000
Objetos p / q u e r m e s s e : 45$000 2. ° — C o n f e r ê n c i a pelo c a m a r a d a C e c í l i o M a r t i n s : " A G u e r r a Social e a Imprensa
Dama p/ r e p r e s e n t a ç ã o : 30S000 Operária"
Despesas m i ú d a s : 9$400 3.0 — » o s C o n s p i r a d o r e s " — g r a n d e d r a m a social em quatro atos e n c e n a d o pelo
Despesas c / a m a d o r e s : 5$000 grupo Emilio Zola
Bebidas p/ músicos e a m a d o r e s : 16S500
Folhetos diversos: 12$000
14 ago. n.° 77 A Plebe
252*900 FESTIVAL
Em b e n e f í c i o d e A Obra e da B i b l i o t e c a da União dos E m p r e g a d o s e m Cafés. Dia 25
26 jun. n.° 70 A Plebe de setembro, no Salão Itália Fausta.
" A auxiliadora das Classes Laboriosas" — (Um capacho da polícia) — 1. ° — C o n f e r ê n c i a s o b r e a questão social
Notícia sobre o proprietário do Salão Celso Garcia, que foi proibido 2. ° — Cantos e recitativos
pela polícia de alugar o salão para operários, ou jornais operários. 3. ° — Q u e r m e s s e e baile familiar
FESTIVAL DA U N I Ã O DOS E M P R E G A D O S EM CAFÉS Promoção do Grupo Filodramático Libertas, da Mooca. fundado exclu-
sivamente para organizar festivais em benefício dos jornais de propa-
Em b e n e f í c i o dos c o f r e s sociais, c o m o c o n c u r s o d o G r u p o C é n i c o Brasil Ideal Club.
ganda e outras causas semelhantes.
Sábado, d i a 12 de junho
1 .° — Ouverture — pela orquestra Será e s t r e a d a , sob a caprichosa d i r e ç ã o do habilidoso e conhecido ensaiador Sr.
F r a n c i s c o França, a p e ç a social e m três atos intitulada " N a C a t e d r a l " d o a m a d o r Italo
2. ° — C o n f e r ê n c i a : E m a n c i p a ç ã o Integral d o P r o l e t a r i a d o (Florentino d e Carvalho)
Benassi, extraída d o r o m a n c e Na c a t e d r a l , de Vicente B l a s c o Ibánez.
3.0 — " O Tio P a d r e " — c o m é d i a e m três atos
Obs.: No mesmo número publica-se uma subscrição a favor de Neno
4. ° — A t o v a r i a d o pela t r o u p e Irmãos Vassalo
Vasco, que se encontrava doente em Portugal.
5. ° — J . P. A l e n c a r (Nhô Barnabé) c o m seu vasto r e p e r t ó r i o caipira
6. ° — N a p o l e ô o de A g u i a r , c o n h e c i d o imitador 31 j u l . n. 75 A Plebe
7.° — A f a m í l i a Moreira, destacando-se os pequenos Oscar e Joanita, premiados G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
bailarinos
O r g a n i z a d o pelo C e n t r o J u v e n t u d e d o Futuro, dia 18 de agosto, em um dos teatros
8. ° — Quermesse e baile desta capital. P r o g r a m a :
1 .° — " O Vagabundo" — de Manuel Laranjeiras
5 jun. n.° 67 A Plebe
2. ° — " L o s M á r t i r e s " — d r a m a e m um ato, em espanhol
Balancete da festa realizada no B o m Retiro, em b e n e f í c i o de A Plebe e d o A l b a Rossa G R A N D E FESTIVAL ARTÍSTICO
" M e n s a g e m de Pedro Kropotkine aos trabalhadores britânicos" 19.o — " R e b e l d i a " — d e R i c a r d o Gonçalves pela Srta. Atea
20.° — Stride la V a m p a — do T r o v a t o r e , d e V e r d i , pela Srta. Ida M e n e g h e t t i
Crítica ao regime soviético. É a primeira vez que aparece. 2i.o — " o V a g a b u n d o " — e p i s ó d i o d e M. Laranjeira. Distribuição:
V a g a b u n d o : A m í l c a r Martins
FESTIVAL DA U N I Ã O DOS OPERÁRIOS METALÚRGICOS
O p e r á r i o : T i n o Filho
Dia 25 do c o r r e n t e , às 20:00, no salão d a Federação Espanhola
M ã e : M a r i a A n t ô n i a Soares
(Rua do Gasómetro, 49)
N O T A : Não haverá baile
1. ° — A b e r t u r a pela o r q u e s t r a
2. ° — C o n f e r ê n c i a por Florentino d e Carvalho 25 set. n.° 83 A Plebe
3.0 — " o E s c r a v o " — d r a m a em um ato NENO VASCO
4. ° — Ato de variedades
Artigo mencionando a morte de Neno Vasco, com ligeira biografia
5. ° — Baile, leilão
FESTIVAL EM B E N E F Í C I O DE A O b r a
FESTIVAL PRÔ A Plebe E da biblioteca dos empregados de cafés. No Salão Itália Fausta
P r o m o ç ã o d a União dos Artífices d e Calçados. Dia 4 d e s e t e m b r o (hoje), às 20:00, Programa:
no Salão Celso Garcia. 1.° — C o n f e r ê n c i a por Florentino d e Carvalho
1 o — Orquestra 2. ° — Poesias por c r i a n ç a s
2.° — Conferência 3. ° — Fado dos Ganga cantado por Augusto Batista
3.0 — "Santa Inquisição" 4.0 — " S u r d e z p o r C o n v e n i ê n c i a " — hilariante c o m é d i a
5. ° — Poesias GRANDE FESTIVAL
6. ° — Q u e r m e s s e e b a i l e G r u p o e d i t o r das o b r a s s o c i a i s d e N e n o Vasco. Dia 27 d e n o v e m b r o , às 20:00, no
Ivonette Teatro (Av. C e l s o G a r c i a , 238)
2 out. n. 84 A Plebe 1. ° — S i n f o n i a p e l a o r q u e s t r a
U N I Ã O DOS A L F A I A T E S 2. ° — C o n f e r ê n c i a d e F. d e C a r v a l h o : A S i t u a ç ã o R e v o l u c i o n á r i a Internacional
3.0 — " O V a g a b u n d o " — p e l o G r u p o D r a m á t i c o Pierrot
Festa de propaganda no C e n t r o Republicano Português (Rua M a r e c h a l Deodoro. 2 ) .
4.° — " O P e c a d o d e S i m o n i a "
Hoje:
5 ° — Hinos e recitativos
1 .° — "II Trionfo deH'Eguaglianza"
6.° — Leilão, quermesse e baile
2. ° — C o n f e r ê n c i a por u m c a m a r a d a
3. ° — Baile familiar 6 nov. n. 88 A Plebe
4. ° — Baile
A r t i g o : " O maximalismo e o anarquismo".
G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
13 nov. n.° 89 A Plebe
O g r u p o J u v e n t u d e d o Futuro vai e d i t a r " P e c a d o de S i m o n i a " , e d i ç ã o e m b o m p a p e l ,
de luxo. Essa c o m é d i a será representada n o dia 12 de o u t u b r o , n u m festival p r ó " A r t e e revolução" — artigo de Neno Vasco
A Plebe. P r o g r a m a :
Para d e f e n d e r os camaradas presos na Espanha. Dia 24, n o Salão Celso Garcia " O terror bolchevista na Rússia — Pedro Kropotkine reduzido à m i s é r i a "
1 .° — Orquestra
2. ° — Conferência
18 dez. n.° 95 A Plebe
30 — -os Filhos d a C a n a l h a " EDGARD LEUENROTH
GRANDE FESTIVAL
22 out. n. 87 A Plebe E m b e n e f i c i o do editor, que se e n c o n t r a gravemente enfermo
Dia 18 de d e z e m b r o , no Palácio M o d e r n o (Rua da M o o c a )
G R A N D E FESTA LIBERTÁRIA
1 . ° — O u v e r t u r e pela orquestra
Em b e n e f i c i o d o c o m i t é p r ó v i t i m a s d a p o l i t i c a italiana. Dia 11 o u 13 de n o v e m b r o . 2. ° — A t o v a r i a d o
Entre outras p e ç a s será a p r e s e n t a d a " L ' O s t e r i a d e l i a V i t t o r i a " d e G i g i Damiani 3. ° — " M i l i t a r i s m o e M i s é r i a "
4 .° — Torneio de luta greco-romana por quatro p r o f i s s i o n a i s que g e n t i l m e n t e ofere-
GRANDE FESTIVAL
c e r a m seu c o n c u r s o
Para angariar r e c u r s o s p a r a c a m a r a d a s presos na E u r o p a e n a Á f r i c a . Dia 23, n o
Salão C e l s o G a r c i a . P r o g r a m a : 5. ° — E n g r a ç a d a c o m é d i a
1. ° — Orquestra
25 dez. n.° 97 A Plebe
2. ° — Conferência
G r u p o D r a m á t i c o J o a q u i m D i c e n t a . Grande f e s t i v a l e m b e n e f í c i o de uma entidade de
3.0 — »os Filhos d a C a n a l h a " e d u c a ç ã o . Dia 25 d e d e z e m b r o , no Salão Celso G a r c i a , ás 20:30.
4.° — " I I V e l e n o " — comédia em um ato 1 .° — S i n f o n i a
5. ° — Quermesse e baile 2. ° — " A u r o r a " — de Joaquim Dicenta
3.° — Comédia B A L A N C E T E DE A Plebe
4. ° — Baile D é f i c i t de n ú m e r o a n t e r i o r 709$600
Feitura e e x p e d i ç ã o d o n ú m e r o anterior 1891100
1921 RESUMO:
Despesas 898S700
15 jan. n.° 102 A Plebe Entradas 299S300
FESTIVAL
DÉFICIT 599S400
Em b e n e f i c i o d e d o i s c o m p a n h e i r o s enfermos. Dia 19 de fevereiro no salão da S o c i e -
d a d e Italiana, à Rua da M o o c a , 508 (em f r e n t e ao c o t o n i f í c i o Crespi). P r o g r a m a :
5 mar. n.° 108 A Plebe
1. ° — " O Filho da R e v o l u ç ã o " — d e Italo B e n a s s i . Direção d e F r a n c i s c o C r u s c o
2. ° — " O s L o b o s " de Lino Brasil, pela p r i m e i r a vez em São Paulo, direção de " A l é m de prejudicado, preso"
Francisco Crusco A festa que deveria ter s i d o realizada n o sábado atrasado, na M o o c a , teve de ser
3. ° — C o m é d i a e m italiano adiada, e m v i r t u d e dos manejos p o l i c i a i s e m que e s t e v e e n v o l v i d a a Sociedade
4. ° — Baile Italiana.
Os d i r e t o r e s dessa agremiação, q u a t r o dias antes da data marcada para a realrzação
22 jan. n.° 103 A Plebe d o espetáculo, disseram q u e não c e d e r i a m mais o salão apesar de terem r e c e b i d o
o respectivo s i n a l .
G R A N D E FESTIVAL EM BENEFÍCIO DE A Plebe
Os p r o m o t o r e s da festa protestaram contra esse p r o c e d i m e n t o canalha, mas os tipos
Pelo c e n t r o J u v e n t u d e do Futuro. No Salão C e l s o G a r c i a , no p r ó x i m o sábado. da tal associação estavam d e mãos dadas c o m a polícia e a ela r e c o r r e r a m . O t t i l i o
Coraza, q u e fazia parte d o g r u p o p r o m o t o r d o festival, foi c h a m a d o à p o l i c i a no
1 — "Las Tenazas" — c o m é d i a e m três atos
s á b a d o e só foi posto e m liberdade na s e g u n d a - f e i r a . Que terra de gente honesta!
o
29 jan. n. 104 A Plebe Hoje, às 20:30, festa organizada pela União d o s Artífices e m Calçados, c u j o p r o d u t o
reverterá em b e n e f i c i o dos cofres dessa s o c i e d a d e . Salão da Federação Espanhola
Outra notícia sobre o festival do dia 19 de fevereiro n.° 102. Florentino (Rua do G a s ó m e t r o , 49) Programa:
de Carvalho é preso. Pretende-se a expulsão, decretada em 1912. 1. ° — Palestra s o b r e o valor d a o r g a n i z a ç ã o operária
2 .° — "Militarismo e Miséria"
19 fev. n.° 107 A Plebe
3. ° — Recitativos
Notícia da morte de Kropotkine. Descrição dos funerais. Biografia. 4. ° — Quermesse e leilão de p r e n d a s
Balancete do festival pró A Plebe realizado a 29 de janeiro.
12 mar. n.° 109 A Plebe (depois corrigido para 110)
Ingressos v e n d i d o s na p o r t a : 101$000
Produto da quermesse 1085600 U M OPERÁRIO DESONESTO
I d e m do leilão 53S500
Ingressos passados por c a m a r a d a s 308S000 Um c o n d u t o r da Light d o Rio de J a n e i r o e n c o n t r o u n o bonde em que trabalhava
um pacote de dez contos de réis, indo entregá-lo imediatamente a o e s c r i t ó r i o da
TOTAL: 571 $100 companhia.
Esse c o n d u t o r deve ser u m h o m e m d o t a d o de baixos sentimentos. O seu ato revela
DESPESAS q u e ele na a u s ê n c i a d o s e n t i m e n t o de h o n r a e h u m a n i d a d e , t r o c o u o c o n f o r t o dos
A l u g u e l d o salão 250S000 que lhe deviam ser c a r o s por u m sorriso d o gerente da Light que, intimamente, o
Orquestra 40$000 c h a m a r á de idiota. Q u a n t o à pessoa que perdeu dez contos p o d e m o s assegurar
Casa teatral 30*000 In limine q u e não o s g a n h o u h o n e s t a m e n t e , visto que nestes t e m p o s e m q u e não
Cerveja p / m ú s i c o s e p o r t e i r o 7SO00 se ganha para comer, n e n h u m t r a b a l h a d o r c o n s e g u i r i a juntar dez contos, nem m e s m o
50 prémios p / a quermesse 15S200 c o m o t r a b a l h o de t o d a a sua família.
Várias miudezas p/ o p a l c o 18$700
Impressão dos ingressos 25S000
APOIO MÚTUO
TOTAL: 397$900 H o j e , às 20:00 n o Salão Itália Fausta (Rua F l o r ê n c i o de A b r e u , 45). Em b e n e f í c i o d e
GRUPO T E A T R O S O C I A L (Rio)
Este g r u p o , u l t i m a m e n t e o r g a n i z a d o por um p u n h a d o de c a m a r a d a s que se interessam
15 abr A Plebe
pela p r o p a g a n d a d o ideal l i b e r t á r i o , p a r t i c i p a às a s s o c i a ç õ e s o p e r a r i a s e ao prole- FESTIVAL NO RIO
t a r i a d o e m g e r a l a sua recente f u n d a ç ã o , sendo o seu intuito, c o n f o r m e i n d i c a o seu
t i t u l o , p r o p a g a r e d i f u n d i r c o m a possivel i n t e n s i d a d e , por meio d e r e p r e s e n t a ç õ e s Pró Renovação (revista libertária). Dia 22, às 20:30. no Centro Galego
t e a t r a i s , as c o n c e p ç õ e s libertárias e m face das diversas m a n i f e s t a ç õ e s da vida
humana, levando à cena peças de c r í t i c a social e da c o r r e s p o n d e n t e idealização das Programa:
novas n o r m a s capazes de s u b s t i t u i r s a t i s f a t o r i a m e n t e os gastos e c o n d e n á v e i s s i s t e m a s 1. ° — " A A v o z i n h a "
e métodos da o r g a n i z a ç ã o individualista-burguesa, g e r a d o r e s das misérias e degra-
2. ° — "Ninete"
dações c o m as q u a i s sofre e nas quais se a n i q u i l a a h u m a n i d a d e . D e s e j a n d o c u m p r i r
c o m o seu programa a c i m a e x p o s t o , este g r u p o se p r o p õ e c o n c o r r e r c o m a realização 3. ° — Conferência
de e s p e t á c u l o s nos f e s t i v a i s e e m outras iniciativas das diversas a s s o c i a ç õ e s ope- A r t i g o : " O nosso festival de propaganda". A propósito do esvaziamento
rárias, ou de g r u p o s de p r o p a g a n d a libertária, c i n g i n d o - s e às seguintes c l á u s u l a s :
das festas da União dos Gráficos.
1. ' — Representar somente peças que tenham u m s e n t i d o útil à o b r a da e m a n c i -
pação social e à c u l t u r a d o p r o l e t a r i a d o . 10 jun. n.° 183 A Plebe
2. ' — No caso de constar d o p r o g r a m a dos c e r t a m e s a realização de a l g u m a c o n - G R A N D E FESTIVAL PRÔ A Plebe
f e r ê n c i a , esta deve ser d e p r o p a g a n d a libertária ou p u r a m e n t e c i e n t í f i c a , artística
ou histórica. O r g a n i z a d o pelo centro libertário A Terra Livre
3. ' — Não trabalhar em " C e r t a m e s " nos quais se realizem bailes. Dia 22 de j u l h o , no Salão Celso G a r c i a
4. ° — Não receber r e m u n e r a ç ã o a l g u m a peça sem c o n c u r s o , c a b e n d o às a s s o c i a ç õ e s 1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a
ou g r u p o s i n i c i a d o r e s d o s " C e r t a m e s " o p a g a m e n t o das despesas necessárias à rea- 2. ° — Conferência
lização dos e s p e t á c u l o s .
3. ° — "Os Conspiradores"
5. ' — Os atos variados serão o r g a n i z a d o s c o n s o a n t e o c r i t é r i o d o grupo.
O b s . : A c o m i s s ã o se reserva o d i r e i t o de vedar a e n t r a d a a q u e m julgar c o n v e n i e n t e .
De a c o r d o c o m as cláusulas expostas, este g r u p o o f e r e c e c o m a maior boa vontade
a sua c o l a b o r a ç ã o aos g r é m i o s o p e r á r i o s e aos n ú c l e o s libertários aos quais, desde
já, saúda c o r d i a l m e n t e . Toda a c o r r e s p o n d ê n c i a destinada a este g r u p o deve ser 24 jun. n. 184 A Plebe
enviada para a Rua José M a u r í c i o 47, 1 . ' andar, Rio de J a n e i r o . FESTIVAL DO GRUPO N O V A ERA
Dia 8 p r ó x i m o , no Salão Leale O b e r d a n (Rua B r i g a d e i r o M a c h a d o , 5)
1922 Programa:
18 mar. n.° 177 A Plebe 1. ° — Conferência
2. ° — " A Filha d o M a r i n h e i r o " — d r a m a e m três atos
" O s anarquistas no momento presente"
3. ° — C o m é d i a e m u m ato
Declaração de princípios. Posicionamento diante das questões políticas
4. ° — Baile
do momento. Métodos de lutas e formas privilegiadas de associação.
B i b l i o t e c a social A Inovadora — Música e literatura — de Barreochea
I A I n t e r n a c i o n a l , Hino dos t r a b a l h a d o r e s o Hino P r i m e i r o d e Maio, pela o r q u o s t r a
22 jul. n.' 186 A Plebe
2.° — Conferência pelo camarada Edgard Leuenroth
Grupo Teatro Social
30 — - o s S e m e a d o r e s " — d e A v e l i n o F o s c o l o , sob a d i r e ç ã o de F r a n c i s c o Crusco
Notícia da tentativa de organizar um grupo com esse nome, para a
4.° — Baile familiar
propaganda libertária. A festa, anunciada no n.° 183. em benefício de
A Plebe, foi adiada para o dia 12 de agosto. O drama " O s Conspiradores" GRUPO T E A T R O SOCIAL
será substituído por "Pecado de Simonia". Pedimos a todos os c a m a r a d a s deste g r u p o que t e n h a m papéis nas novas peças a
serem ensaiadas que nêo faltem aos ensaios nos dias d e t e r m i n a d o s e que c o m e ç a r ã o
26 ago. n.° 189 A Plebe na próxima semana.
FESTIVAL DE C O N F R A T E R N I Z A Ç Ã O PROLETÁRIA
Artigo sobre educação: "Contra a perpetuidade do erro e da mentira".
O r g a n i z a d o pela União dos Empregados em Cafés, e m b e n e f i c i o de sua b i b l i o t e c a e
da p u b l i c a ç ã o de uma o b r a s o c i a l . Dia 6 de setembro, n o saláo d a F e d e r a ç ã o Es-
panhola (Rua d o G a s ó m e t r o , 4 9 . 2.° andar.) P r o g r a m a : 19 dez. n.° 198 A Plebe
1. ° — Ouverture pela o r q u e s t r a G R A N D E FESTIVAL DE P R O P A G A N D A
Pela Legião d e a m i g o s de A Plebe entre trabalhadores de c a l ç a d o s . Dia 30 d o cor-
2. ° — Conferência
rente, às 20:00, um b e m o r g a n i z a d o festival. Salão Leale O b e r d a n (Rua B r i g a d e i r o
3 ° — " U m Conselho de G u e r r a à M e i a - N o i t e " — c o m é d i a em u m ato p e l o Grupo M a c h a d o , 5).
Teatral Rosa Vermelha
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a
4. ° — " E l e v a ç ã o " — poesia d e A r s é n i o Palacios, por M e r c e d e s Alves
2. ° — C o n f e r ê n c i a por u m c a m a r a d a do Rio
5. ° — Um ato d e v a r i e d a d e s e m q u e t o m a r ã o parte os m e l h o r e s a m a d o r e s d o Rosa
Vermelha 3. ° — " A o R e l e n t o " — d e A f o n s o S c h m i d t
6. ° — Baile familiar 4. ° — " N a E s c o l a " — d e R. Roussele
50 — " N a q u e l a N o i t e " — d e Santos B a r b o s a
NOTÍCIA: " O festival pró A Plebe' 6.° — Q u e r m e s s e , baile e t ô m b o l a
Comenta o festival de 12 de agosto e informa que além de " O Pecado
de Simonia" foi representado o drama "Fome e M i s é r i a " . Critica a en- A s representações estôo a c a r g o do Grupo Teatro Social
cenação imperfeita de "Pecado de Simonia" como resultado da "preci-
pitação nos ensaios". 1923
21 out. n.° 193 A Plebe P r o m o v i d o pela União dos Canteiros e Classes A n e x a s de São Paulo.
Em b e n e f i c i o de A P l e b e e de u m a b i b l i o t e c a d a Uniõo. Hoje, às 20:30 d a noite, no
C E N T R O FEMININO DE E D U C A Ç Ã O
Salão Celso Garcia
Conferência de Izabel Cerrutti, estudando a emancipação da mulher do
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l — pela o r q u e s t r a
ponto de vista libertário. É a fundação desse centro.
2. ° — C o n f e r ê n c i a e m italiano
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l pela o r q u e s t r a
2.° — Conferência
12 abr. n.° 233 A Plebe
G R A N D E FESTIVAL
3. ° — " M i l i t a r i s m o e M i s é r i a "
P r o m o ç ã o de A Plebe, no c e n t r o libertário Terra Livre, da " L e g i ã o de A m i g o s d e
A P l e b e " . C o m e m o r a n d o o P r i m e i r o de Maio, em benefício de A Plebe s e m a n a l .
27 out. n.° 221 A Plebe 1. ° — Ouverture
2 .° — Conferência
VELADA A R T Í S T I C A E LITERÁRIA
3. ° — " P r i m e i r o d e M a i o " — d e P. Gori
Dia 27 de o u t u b r o ( h o j e ) no salão da Federação Espanhola, e m b e n e f í c i o do p e r i ó d i c o
4. ° — " L ' l d e a l e " — d e P. Gori
«ti- ideias P r o m e t h e u que aparecera em breve.
5. ° — " A o R e l e n t o " — d e A f o n s o S c h m i d t
1 o — " A r l e q u i n , el S e l v a g e " — c r í t i c a s o c i a l , em e s p a n h o l
6. ° — Recitativos d e versos e poesias s o b r e o P r i m e i r o de M a i o
2.° — Ato v a r i a d o
7. ° — Nos intervalos haverá q u e r m e s s e e v e n d a d e flores
7 mai. n.° 239 A Plebe — Ano VII Fase bissemanal: 4.12.1920 a 11.12.1920
Biblioteca social A Inovadora (livros e folhetos) Fase semanal: 15.1.1921 até 21.5.1921
"Depois do Baile" — de Filipe Gil — drama em três atos No Rio: cinco números (28.5 a 28.7.1921)
17 mai. n. 236 A Plebe Volta a São Paulo: 30.7.1921 a 11.11.1921
Em formato menor: 19.3.1922 a 12.4.1922
COMENTÁRIOS
Ironia, em f o r m a de c r ó n i c a , sobre um artigo "Bolchevista", de A s t r o g i l d o Pereira. Semanal: 12.4.1924 a 25.7.1924 (interrompe e reaparece em 1927)
O artigo o r i g i n a l c o m e n t a a morte d e L ô n i n .
GRANDE FESTIVAL 9 abr. n.° 249 A Plebe
P r o m o ç ã o do C o m i t é Pró Presos e D e p o r t a d o s . Dia 7 d e j u n h o , no salão da Federação
Espanhola
GRANDE FESTIVAL EM BENEFICIO DE A Plebe
1. ° — Ouverture
No salão da Federação Espanhola (Rua do Gasómetro, 49). Pelo Grupo
Dramático do Clube Florianópolis o drama " O s Ladrões da Honra". Con-
2. ° — C o n f e r ê n c i a por Florentino de Carvalho
ferência. Dia 30 de abril.
3. ° — " L ' l d e a l e " ( G r u p o de Teatro Social)
4.0 — -o Segredo de Paulina" 14 mai. n.° 251 A Plebe
5. ° — " L o s A m i g o s d e i P u e b l o " — de Gonzales P a c h e c o , e m e s p a n h o l FESTIVAL S O C I A L
6. ° — Quermesse
O r g a n i z a d o pelo g r u p o literário Revolução S o c i a l . Dia 16 de j u l h o , no salão da
Federação Espanhola. Pelo G r u p o Dramático S o c i a l El Sembrador. Será apresentado
14 jun. n. 240 A Plebe o d r a m a s o c i a l em c i n c o atos " L i b e r t a d C a i d a " do d r a m a t u r g o e s p a n h o l Fola Igurbide.
UNIÃO DOS ARTÍFICES DE CALÇADOS Conferência por A r s ê n i o Palacios. O drama será levado á cena pela primeira vez e m
São Paulo. ( J . Fola I g u r b i d e que, c o m c o m p e t ê n c i a de mestre, faz reviver a alma do
Festival de c o n f r a t e r n i z a ç ã o . Dia 5 de j u l h o , no Salão Celso Garcia povo russo que, c a n s a d o de suportar o peso de uma tirania secular, c o m e ç o u a
golpear c o m a picareta do p r o g r e s s o o v e l h o e c a r c o m i d o e d i f í c i o social.)
1. ° — A i n t e r n a c i o n a l
2. ° — Sessão solene e i n a u g u r a ç ã o de um q u a d r o a óleo de R i c a r d o Cippola
3. ° — " N a q u e l a N o i t e " — d r a m a e m um ato d e A. Barbosa
1932
4. ° — " P e c a d o de S i m o n i a " • 26 nov. n.° 2 A Plebe (nova fase)
5. ° — Q u e r m e s s e e leilão
PRÔ A Plebe
1. ° — O u v e r t u r e pela o r q u e s t r a 2. ° — A p r e s e n t a ç ã o d a Comissão d a A l i a n ç a
16 set. A Plebe
3. ° — Ato d e v a r i e d a d e s q u e c o n s t a r á de recitativos, cantos e monólogos
FESTIVAL ANTICLERICAL
E m h o m e n a g e m a A Lanterna. Sábado, dia 23, às 20:00, no Salão Celso Garcia
13 m a l . n . ° 24 A Plebe
1.° — "Pecado de Simonia"
FESTIVAL DE S O L I D A R I E D A D E PRÓ A Plebe
Dia 20, às 20:30, no salão da Federação Espanhola (Rua do G a s ó m e t r o , 49). 23 set. A Plebe
Programa: P r o g r a m a d o Festival pró A Lanterna d o dia 23, a n u n c i a d o no n ú m e r o anterior
1. ° — A b e r t u r a pela o r q u e s t r a 1. ° — A l o c u ç ã o por E d g a r d L e u e n r o t h
2. ° — C o n f e r ê n c i a " O Que é a G u e r r a " , p e l a c a m a r a d a Maria Lacerda de Moura
2. ° — Discurso Alusivo a 20 de setembro, por um orador
3.0 — »o V a g a b u n d o " p e l o G r u p o d e Teatro S o c i a l
3. ° — C o n f e r ê n c i a a n t i c l e r i c a l por Dona Luisa Pessanha de C a m a r g o Branco
4. ° — " V i v a R a m b o l o t " — por o u t r o g r u p o d e teatro s o c i a l . Peça d e G i g i Damiani
4. ° — "Pecado de Simonia"
5. ° — Variedades
5. ° — Variedades
24 j u n . n. 30 A Plebe
16 dez. n . ° 50 A Plebe
FESTIVAL PRÔ A Plebe CONTRA UMA A R B I T R A R I E D A D E POLICIAL
Dia 8 de j u l h o , no Salão Celso Garcia " O s intelectuais de São Paulo p r o t e s t a m c o n t r a o ato d o Dr. Costa Netto p r o i b i n d o as
1. ° — M ú s i c a pela o r q u e s t r a r e p r e s e n t a ç õ e s d o Teatro da E x p e r i ê n c i a " .
O artigo critica Renato Viana e suas simpatias fascistas. 1 / set. n.° 7 A Plebe — nova fase
Há um conflito e comenta-se a posição de Itália Fausta FILMES EM REVISTA
23 nov. n.° 102 A Plebe Crítica de Os melhores anos de nossa vida (William Wyler).
O FESTIVAL DOS PADEIROS O comentário considera o filme anarquista. Assinado " W a l d e m a r "
Notícia sobre um espetáculo organizado pelo Sindicato dos Padeiros, 15 set. n.° 8 A Plebe
na Lega Lombarda (Rua São Paulo, 18).
CINEMA EM REVISTA
Programa: Crítica de Tormento, f i l m e com Melvin Douglas e Rosalind Russel.
1.° — C o n f e r ê n c i a d e José A u g u s t o sobre a luta d o s p a d e i r o s Outra crítica: Eu e o Sr. Satã. com Paul Muni e Claude Rains
1.° out. n.° 9 A Plebe c o m g i m dnscmpiMiha o papol qun Ihr o c o n f i a d o , hum c o m o n < u< imslAm In iln luivni
c o n s e g u i d o vivei .i figura simpática do v H h u l i l ó s o l o i< nov.idoi l . i / i om i|im <• nnnl«
CINEMA EM REVISTA tente c h e g u e por vozes I duvidar de que " s o u " L u d o v i c o náo existe, está M M A M
Flor do mal, de Edgar Ulmer. Menciona Darryl Zanuck e Samuel Goldwin p r e s e n t a n d o Sua atuaçAo atingiu o apogou no tm.il do segundo ato, um g i m •> pro
f e s s o r de v i o l i n o e s t o s o b o s e f e i t o s da bebedeira a que pouco se e n t r e g a r a , e parece
FESTIVAL DO CENTRO DE C U L T U R A S O C I A L
conversar c o m a lua. t r o c a n d o ideias filosóficas c o m a eterna i n s p i r a d o r a dos poetas.
T o d a a cena permanece e m penumbra. Finalmente, ainda c a m b a l e a n d o , c a m m h . i n'«»
Sábado, dia 18, n o Grémio D r a m á t i c o H i s p a n o - A m e r i c a n o (Rua d o G a s ó m e t r o , 738).
o plano, no qual executa os acordes iniciais de Sonata ao luar.
G r a n d e a p r e s e n t a ç ã o d o Centro de Cultura S o c i a l . Pela primeira vez, o e m o c i o n a n t e
Ê louvável a iniciativa d o Centro d e Cultura Social na organiznçAo desses fontlvaia,
drama de f u n d o c r i t i c o e de renovação social i n t i t u l a d o " U m a M u l h e r D i f e r e n t e " , de
que m u i t o c o n c o r r e m para a a p r o x i m a ç ã o das famílias que a eles c o m p a r o c e m c o m
Pedro Catallo. Esta peça, que é uma c o n t r i b u i ç ã o para a e m a n c i p a ç ã o d a mulher,
terá a seguinte d i s t r i b u i ç ã o , por o r d e m de entrada: v e r d a d e i r o prazer.
(Waldemar)
MENINO (datilógrafo) — Z e z i n h o Dias Valverde
RICARDO (rico industrial) — Benedito Romano
CRÍTICA DE FILME
GREGORIO (seu e m p r e g a d o ) — O r l a n d o Felipelli
ELENA (ex-funcionária de Ricardo) — Nena Valverde Noite na alma: Crítica de filme
LUDOVICO (ex-professor de música) — G u i d o Mazzetti
PADRE ANDRÉ — Cecílio Dias Lopes 15 dez. n.° 11 A Plebe
V A L E R I A N A (doméstica) — Maria Valverde Dias G R A N D E FESTIVAL A R T Í S T I C O
T O M A S (pai de Elena) — Emílio Martin
Salão do G r é m i o D r a m á t i c o Hispano-Americano. Promoção do Centro de Cultura
SENHORA RICA — Esmeralda Barrios
S o c i a l . Dia 20. P r o g r a m a :
SUA FILHA — Maria B o n i f á c i o
1. ° — " V i v a R a m b o l o t " — d e Gigi Damiani
1. * M E N I N A — G e r m â n i a Salguero
2. ° — "A Derrocada" — Volney
2. " M E N I N A — Nair Arrebolo
3. ° — A t o v a r i a d o — o d e s e m p e n h o estará a c a r g o d o G r u p o D r a m á t i c o d o C e n t r o
ENFERMEIRA — Esmeralda Barrios
de Cultura Social
PORTEIRO — F r a n c i s c o Cuberos
MÉDICO — Liberto Salguero
1948
PONTO — H e r m a n o Mazzetti
CONTRA-REGRA — Cecílio Dias Lopes e Liberto S a l g u e r o
15 jan. n.° 12 A Plebe — nova fase
DIREÇÃO GERAL — Emílio Martin CINEMA EM REVISTA
Os números musicais adaptados a esta peça estão a cargo de Ignez Trujihano
Crítica de Olhai os lírios do campo (Waldemar)
(piano) e Rubens T r u j i l h a n o (violino)
2.° — Variedades (Centro de Cultura Social — Rua Libero BÍKIÍIM». IHIÍ)
dez. n. 29 A Plebe
No p r ó x i m o dia 30 haverá um festival do C e n t r o de Cultura S o c i a l .
P r o g r a m a : " A I n s e n s a t a " , de P e d r o Catallo
1952
2 fev. n.° 31 A Plebe
O S E N T I D O A R T Í S T I C O DO ANARQUISMO
(Souza Passos)
1967
jun. Dealbar
Centro de Cultura S o c i a l : trinta e quatro anos de existência
" L a b o r a t ó r i o s d e e n s a i o s " — A u l a s d e teatro, debates, e x p o s i ç õ e s , c o n f e r ê n c i a s . E n -
trada f r a n c a .
Eis a verdade sobre os a c o n t e c i m e n t o s que se passaram na noite de sábado, justas
e x p l o s õ e s de ó d i o p o p u l a r c o n t r a o nefasto jesuitismo q u e nos avassala c o m a
a q u i e s c ê n c i a c r i m i n o s a de um g o v e r n o r e p u b l i c a n o que náo c o r a vendo os e x e m p l o s
que nos dáo Portugal e Espanha, paises regidos pela f o r m a m o n á r q u i c a ( . . . ) Em
virtude disto, o chefe de p o l i c i a que p r o i b i u a representação do drama de P . G . o
que é altamente censurável, q u a n d o na Espanha que ele d e u lugar a lutas violentas
c o n t i n u a ele em cena e . . . m a n d o u convidar o nosso diretor a ir c o n f e r e n c i a r c o m
S. E x c i a . ( . ) Conversou l o n g a m e n t e c o m o p r i m e i r o - d e l e g a d o , Dr. A n t ô n i o d e Godoy,
q u e lhe c o m u n i c o u , da parte d o Sr. Dr. chefe de policia, que quaisquer manifestações
j n t i c l e r i c a i s seriam r e p r i m i d a s c o m t o d a a energia, bem assim que estavam p r o i b i d a s
as r e p r e s e n t a ç õ e s d e " E l e c t r a " .
(Editorial)
17-18.10.1903 — n.° 19
" O Dever" — drama em quatro atos de Joaquim Alves Torres
Ao finalizarmos a leitura d o b e l o trabalho d o Sr. J o a q u i m Alves Torres, não p u d e m o s
c o n t e r a nossa satisfação e e x c l a m a m o s : " ê superior à ' E l e c t r a ' " . E de fato, " O D e v e r "
é m u i t í s s i m o s u p e r i o r ao d r a m a de Perez Galdós, q u e tanto r u i d o p r o d u z i u , já p o r q u e
para o nosso meio e x p r i m e melhor o perigo n e g r o , já porque os personagens apresen-
t a v a m u m caráter mais de a c o r d o c o m o s p r o g r e s s o s da h u m a n i d a d e . O Dr. Eugênio
CRÓNICAS/CRÍTICAS TEATRAIS
é i n f i n i t a m e n t e superior ao M á x i m o p o r q u e apresentado c o m o u m h o m e m d e c i ê n c i a ,
manifesta-se tal d o c o m e ç o a o fim d o drama e não tem as pulhices d o sábio da
" E l e c t r a " O t i p o do padre jesuita (Angelini) foi p e r f e i t a m e n t e e s t u d a d o pelo autor, q u e ,
" A ELECTRA" DE PEREZ GALDÓS
mais ousado que Perez Galdós, nos a p r e s e n t o u o padre tal qual ele ó, e m toda a A Lanterna, 20.1.1901 — n.° 4
h e d i o n d e z d e sua p r e j u d i c i a l profissão. E o p a d r e Raphael, s a c e r d o t e m a ç o m , fiel aos
p r i n c í p i o s sãos da Maçonaria, é uma f i g u r a admiravelmente estudada. Educa c o m " A E l e c t r a " d e Perez G a l d ó s foi r e p r e s e n t a d a e m São Paulo. Na noite d e s á b a d o de
c a r i n h o os sobrinhos Eugênio e A u r o r a , afastando-os das f o r ç a s religiosas e f o r m a n d o - aleluia e m que pela primeira vez subiu o j á c é l e b r e drama à c e n a , o p ú b l i c o que
Ihes o e s p i r i t o n u m s e n t i m e n t o muito mais n o b r e e mais e l e v a d o : o c r i s t i a n i s m o p u r o . enchia o S a n f A n n a , d a n d o provas de seu ó d i o a o j e s u i t i s m o , que se implanta no
Para se c o m p r e e n d e r a superioridade deste t i p o , basta a leitura d o seguinte final da Brasil c o m a p r o t e ç ã o c r i m i n a l d e um g o v e r n o r e p u b l i c a n o , a p l a u d i u e n t u s i a s t i c a m e n t e
cena X, d o t e r c e i r o a t o : a o b r a a n t i c l e r i c a l e a n t i j e s u í t i c a , e s e m p r e q u e a p a r e c i a m e m c e n a Pantoja e as
freiras, p e r s o n i f i c a ç ã o d o j e s u i t i s m o , os e s p e c t a d o r e s i r r o m p i a m e m assobios, m a n i -
RAPHAEL. Já c u r s a n d o e m Roma eu s e n t i a que m e u e s p í r i t o se dilatava e entrevia os
festando assim o s e u terror pela seita m a l d i t a , e c o n t r a a c a n a l h a c l e r i c a l .
deslumbrantes raios desse p r o d i g i o s o sol que se chama c i ê n c i a , e todavia rodeavam-
O nosso diretor devia falar, a p e d i d o de g r a n d e parte do p ú b l i c o , q u a n d o caísse o
me de u m a atmosfera asfixiante — a atmosfera d o c a t o l i c i s m o l
p a n o s o b r e o ú l t i m o ato. mas não o fez p o r q u e p r o c u r o u - o o Major José B e n t o e e m
ANGELINI: Oh! n o m e d o Dr. Saraiva J ú n i o r , s e g u n d o - d e l e g a d o - a u x i l i a r , p e d i u - l h e por favor que não
RAPHAEL: Imagine depois o que c o n q u i s t o u o m e u e s p í r i t o desde que se v i u l i v r e falasse.
da maior c o a ç ã o m o r a l . Então, graças ao estudo m e t ó d i c o , ao livre exame, às ver- F i n d o o e s p e t á c u l o , o p o v o que enchia o teatro p e r c o r r e u as ruas da c i d a d e , po-
d a d e s d i f u n d i d a s p e l o s g r a n d e s sábios, ele p ô d e elevar-se a c i m a do nível e m q u e a dendo-se, sem faltar a verdade, avaliar e m q u i n h e n t a s ou seiscentas pessoas o n ú -
h i p o c r i s i a e a mentira d o m i n a m as c o n s c i ê n c i a s ! mero dos manifestantes, levantando vivas à liberdade e morras a o j e s u i t i s m o .
A N G E L I N I : Isso não é l i n g u a g e m ! E n c o n t r a n d o a massa p o p u l a r o nosso diretor à Rua d e São Bento, pediu-lhe que fa-
R A P H A E L : (animando-se) Entoo estudei o Cristo h i s t ó r i c o , c o m p a r e i opiniões e tirei lasse, d i r i g i n d o B e n j a m i n Motta a palavra ao povo. de um s o b r a d o à Rua José B o n i -
uma conclusão que m e s a t i s f e z . Igualmente e s t u d e i as d o u t r i n a s de Roma c o m suas f á c i o , s a u d a n d o a t o d o s aqueles que vinham de afirmar de u m m o d o tôo c a t e g ó r i c o ,
f r a n c o e leal, o seu ó d i o ao j e s u i t i s m o , e i n c i t a n d o o povo a c o n t i n u a r na sua o b r a
c o n t r a d i ç õ e s , seus a b s u r d o s , suas i n d i g n i d a d e s até — e as repeli. Resultado: Cristo
dé s a n e a m e n t o s o c i a l , até que o ú l t i m o frade e o ú l t i m o jesuita d e s p i s s e m a sotaina
f i c o u e a Igreja romana se f o i l
i m u n d a o u . se tanto fosse preciso, até que estivesse e x t e r m i n a d a a raça desses para-
A N G E L I N I : (encolerizando-se) Está l o u c o !
sitas sociais ( . . . ) D e p o i s p e r c o r r e u o povo a i n d a diversas ruas d a c i d a d e , i n d o até
R A P H A E L : Mas fui sacerdote e tentei observar os preceitos ditados por Jesus no o Largo de São Bento, o n d e , e m sinal de protesto contra o b a i x o m e r c a n t i l i s m o que
c u m p r i m e n t o de um dever de c o n s c i ê n c i a . Batizei, casei e e n c o m e n d e i mortos, pois c a r a c t e r i z a a o r d e m religiosa MAIS RICA d o B r a s i l , f o r a m q u e b r a d a s a l g u m a s v i d r a ç a s
era padre e o meu pais tinha uma religião oficial, mas n u n c a olhei para as tabelas do m o s t e i r o de São Bento. Depois dirigiu-se o povo ao Largo d o Rosário, onde falou
da I g r e j a - c o m ô r c i o . o nosso diretor novamente, p e d i n d o que se dispersasse e c o n t i n u a s s e p r e p a r a d o para
t o d a s as lutas que d e v a m ser travadas em q u a l q u e r terreno, contra os jesuítas i n -
ANGELINI: É demais!
f a m e s q u e estáo infestando o Brasil.
R A P H A E L : O que q u e r i a m dar-me, distribuía aos que necessitavam. Para m i n h a s u b -
sistência p r o c u r e i a renda n o magistério a q u e d e d i q u e i o meu e s f o r ç o e de onde No Café Guarany, o n d e se r e u n i r a m muitos dos manifestantes, f a l o u ainda u m a vez
me adveio o respeito, o afeto de inumeráveis d i s c í p u l o s hoje n o e x e r c i d o de profis- o nosso diretor, a p e d i d o das pessoas presentes l i m i t a n d o - s e a ler estas palavras p r o -
sões i n d e p e n d e n t e s . Enquanto servi à Igreja disse missa para satisfação dos crentes, n u n c i a d a s por M á x i m o , n o último ato da E l e c t r a " : " S e j a m o s c o m o e u . s i n c e r o s , f r a n -
c o s , valentes Vamos d e viseira e r g u i d a contra o i n i m i g o ! D e s t r u a m o - l o . se o p u d e r m o s ,
mas aboli a c o m u n h ã o por inútil e a confissão por i m o r a l .
ou selamos por ele d e s t r u í d o s . . . mas, uma vez para sempre, n u m a só luta. n u m a só
A N G E L I N I : (enfurecendo-se) Basta senhor! Não é mister levantar mais a máscara. i n v i - . t i d í i . d i . u m só qolpc O u i>U>. o u n ó s ' "
R A P H A E L : Máscara tem-na todos os de sua la'a que e x p l o r a m a alma dos simples hipócrita que nos rege, não devia, a fim de não c o a d j u v a r c o m a vil matilha de cães
o u dos tolos ignorantes, i m p o n d o - l h e s c r e n ç a em deuses d e terror e v i n g a n ç a que q u e nos infesta, vir dizer n u m livro que o p r o t a g o n i s t a e s c o l h e u u m a cela para remir
i i , D «>xi-.ti;iii, ou cm santos fabricados aos milhares nas forjas do Vaticano. seus p e c a d o s .
ANGELINI: Horror! O nosso p o n t o ó este: o seu livro será d i f u n d i d o e m e s m o a d o t a d o pelos sotainas,
R A P H A E L : Máscara tem-na esses obreiros das terras que f u n d a r a m e p e r p e t u a r a m o b t e r ã o a b s o l v i ç ã o e m o r r e r ã o em paz, e q u e o s freis, os santos q u e já e x i s t e m são
uma c o m p a n h i a e x t o r q u i d o r a e funesta a q u e , c o m afronta ao bem e à pureza asso- retratados c o m o a virtude e m pessoa, e daí o p e r i g o ! Daí o c o n t r á r i o d o que talvez
c i a r a m o d o c e nome de Jesus. o nosso amigo esperava! Em vez de um drama em que a g e r a ç ã o vindoura pudesse
aprender a l g u m a coisa de útil, s a b e n d o que não existem p e c a d o s , que não e x i s t e m
A N G E L I N I : Náo p r o s s i g a ! fantasmas, que não e x i s t e m c r i m e s , p o r q u e t u d o isto é o b r a p u r a e s i m p l e s da s o c i e -
R A P H A E L : Máscara tem-na sempre aqueles que iguais ao senhor m e r c a d e j a m os sa- dade c o r r u p t a e m que vivemos! Irão a p r e n d e r que é e n t r a n d o para um c o n v e n t o que
c r a m e n t o s e atos da Igreja, v e n d e n d o - o s por mais ou por menos, mas nunca dando o b t e r ã o a b s o l v i ç ã o e m o r r e r ã o em paz, e q u e os freis, os santos que lá existem são
do graça. (Animando-se) Máscara tem-na o Sr. f i n a l m e n t e , q u e à s o m b r a de um os que lhes m i t i g a m a dor d o que erradamente fizeram no mundo. C o m o dissemos
Deus e m que d e c e r t o não cré ou desse Cristo c u j a grandeza não sabe, vai para o no p r i n c í p i o desta resenha, s e n t i m o s ter d e e m quase t o d o s os pontos destoar
púlpito arengar contra o regime e leis de um país q u e infelizmente o t o l e r a ! das ideias d o autor d o d r a m a , mas se estas linhas e s c r e v e m o s foi p o r q u e o nosso
O b r a sã, o b r a m o r a l i z a d o r a , o b r a de c o m b a t e contra a m e n t i r a e o erro, " O D e v e r " há dever de c o m p a n h e i r o a isso nos o b r i g o u .
d e f o r ç o s a m e n t e fazer c a r r e i r a g l o r i o s a , m o r m e n t e t e n d o o a m p a r o d a b e n e m é r i t a
A s s o c i a ç ã o Beneficente de Senhoras do Rio G r a n d e d o Sul, à q u a l , c o m o um justo (Ass.: A n t o n i u s )
p r é m i o por t u d o que ela tem feito pela e m a n c i p a ç ã o da mulher, d e d i c o u - o seu autor.
E a benemérita A s s o c i a ç ã o e m que se c o n g r e g a m as belas e nobres filhas d o Rio
G r a n d e d o S u l , para lutar p e l a j u s t i ç a , pelo b e m a m p a r a d o o Dever, c u m p r i r á mais uma A Terra Livre, 13.6.1906 — n.° 10
vez a missão, que ela, c o r a j o s a m e n t e , heroicamente, há dois anos se i m p ô s ( . . . ) .
Registro dentrada (Livros e folhetos)
(Ass.: José Rizol)
" F l o r e a i " , drama social em cinco atos escrito em francês por J. P. Char-
don. versão espanhola de A. Lorenzo. Escola Moderna. Bailen. 56,
CRÍTICA DE "ELVIRA, A MONJA" — drama em quatro atos por Barcelona.
Nathanael Pereira O teatro p r e d o m i n a n t e , absolutamente e s g o t a d o , reduzido a apresentar as m o d a l i d a d e s
O Livre Pensador: 24.7.1904 da vida no q u a d r o estreito da nossa c i v i l i z a ç ã o , c o n s i d e r a d a por nossos d r a m a t u r g o s
quase insubstituível, necessitava de uma nova orientação, devia perder o seu caráter
A c r í t i c a mostra-se-nos t a c i t u r n a no ter de tratar d o livro d e um dos n o s s o s f e r v o r o s o s b u r g u ê s para estender-se livremente até apresentar a h u m a n i d a d e sob novas c o m b i -
c o m p a n h e i r o s . O nosso m o d o de pensar, p o r é m , o nosso p r o g r a m a , e, a l é m d e t u d o , a n a ç õ e s e n o v o s p o n t o s d e vista. A essa t e n d ê n c i a c o r r e s p o n d e " F l o r e a i " , e o autor
Ideia que a b r a ç a m o s , q u e é a q u e a b r a ç a este nosso c o n f r a d e , o b r i g a - n o s a e m b o r a a c u m p r e o seu f i m c o m grande i n s p i r a ç ã o e verdadeira e n e r g i a . Uma família burguesa,
a p r e c i a ç ã o seja desfavorável a seu trabalho, exercê-la c o m a c o n v i c ç ã o que a s i n - miserável resto d o p r i v i l é g i o e x t i n t o , vê-se e m frente de Naturalia, c i d a d e livre onde
ceridade i m p õ e . C o m e ç a r e m o s por uma análise ligeira, pela q u a l , d e m o n s t r a m o s que teve s o l u ç ã o o p r o b l e m a da h a r m o n i a entre o capital e o t r a b a l h o p o r q u e todos são
a é p o c a e s c o l h i d a para o drama foi infeliz para o seu autor. Na atualidade e m que p r o d u t o r e s , c o m p a r t i l h a m a riqueza p r o d u z i d a e n i n g u é m é d o n o abusivo de nada.
os dramas por demais sanguinolentos se c o n f u n d e m , e m que a t r a g é d i a , o mistério
e m e s m o a farsa têm e n c o n t r a d o a m p l o d e s e n v o l v i m e n t o , seria por d e m a i s s u s p e i t á v e l , Do c h o q u e destas duas entidades, uma m e s q u i n h a e vil, outra a m p l a m e n t e generosa,
admitir-se que um adultério p r o v o c a d o s i m p l e s m e n t e pelo e n f r a q u e c i m e n t o de u m a resulta uma a ç ã o d r a m á t i c a interessante, desenrolada num m e i o c o m u n i s t a , onde as
mulher, ressultasse s o m e n t e o claustro para a esposa e a morte civil p a r a o m a r i d o . personagens se m o v e m livre de toda a moral c o n v e n c i o n a l e contidas pela moral
r a c i o n a l , p r o d u t o da cultura individual e coletiva.
Embora o c o m p l e m e n t o n o final do quarto ato, da noite t r á g i c a d o t r a i d o r da a m i -
zade d o protagonista da peça, venha suavizar um p o u c o o p e n s a m e n t o d a q u e l e s q u e
a c o m p a n h a m c o m interesse toda a (história) leitura d o d r a m a , este seria s i m p l e s -
mente uma lição supersticiosa para demonstrar, c o m o dizem os carolas, que q u e m A Terra Livre. 28.6.1906
neste m u n d o faz, neste p a g a . C o n t i n u a n d o d i r e m o s q u e o a d u l t é r i o é p r o v o c a d o d e
diversas formas ou pelo e n s e j o d o possuir luxos, riqueza ou pelo amor. O autor
Registro d e n t r a d a (Livros e folhetos)
n ã o tratou d e , num e p i l o g o , e x p l i c a r a p r o c e d ê n c i a d o a m o r d e Carlos por Elvira.
" O s Esmagados" ("La Vraie Justice"). Peça em um ato por Eduardo Pro-
O u t r o caso é o a p a r e c i m e n t o dos fantasmas de M á r i o e de Elvira. Este é u m dos then, traduzida em português por Carlos Nobre. Editor: Grupo O Cons-
pontos que temos mais que falar a o nosso a m i g o e novel escritor d o d r a m a . C o m e -
trutor Civil, Rua da Almada, 641, Porto.
Liiiomos poi dizei que descremos que a mesma mão que há bem pouco t e m p o es-
c r o v o u o lindo h i n o Eia, avante p u b l i c a d o por esta f o l h a , fosse a m e s m a q u e escreveu
£ u m a cena simples e bela. A filha d u m j u s t i ç a d o vai s u i c i d a r - s e : mas sobrevêm a
"Elvira, a Monja".
f i l h a d o assassinado que a leva para irem a m b a s reclamar a verdadeira justiça — a
A h ! Vo so a d o s c r o n ç a d o h o m e m s o b r e o que existe nesta f r a s e : " R e j e i t a e o e m b u s t e que evitaria os c r i m e s . Elas vão dizer aos d e s g r a ç a d o s :
e a m o n t i r a " . A q u i e n c o n t r a - s o u m a fantasia r o m a n e s c a de é p o c a s t r a n s c e n d e n t a i s .
• jii.ini.• . ii quantos nssuntos nAo tora e n c o n t r a d o o nosso caro a m i q o , na o v o l u ç ã o da — N ã o há razão para sofrerdes tanto, tão duras penas, p e l o f a t o de terdes este ou
h u m a n i d a d e , que destoam c o m p l e t a m e n t o d o que t o m o u por baso, para escrever o aquele p a i , do a c a s o vos ter c o l o c a d o e m tal ou tal c a t e g o r i a s o c i a l . O sol nasce
• n u duimaV Náo i l i m m o n que a poça om si não e n c e r r e conas comovnntnr». t r á g i c a s p a r a todos, e se a t e r r a ó p r ó d i g a mãe, é c r i m e rastejar n a miséria a pretexto d e
• ' d r a m é t l O M p o i s q u e disso ela acha-se r e c h e a d a , t e m o s a p e n a s a dizer q u e o s e u que há grandes na terra que vivem felizes.
iiuioi um livre pensador, h o m e m p o r t a n t o aem p r e c o n c e i t o s aobre o c o n v e n c i o n a l i s m o E s p o l i a d o s ! O c u p a i o vosso lugar no banquete da vida!
GRUPO DRAMÁTICO TEATRO SOCIAL Essa c a n t a d a de p o l i c h i n e l o s que faz a vazia d e c l a m a ç ã o d e c e r t o s m o t i v o s pueris,
o u q u a n d o m u i t o uma pretensiosa filosofia de ratos de b i b l i o t e c a , constitui p r e c i -
Novo Rumo — Rio de Janeiro — 19.9.1906 — n.° 14 Ano I) samente a b a g a g e m artística das empresas teatrais que o p r o l e t á r i o favorece.
As gazetas c e l e b r a m os d r a m a t u r g o s , c o m e n t a m e n f a t i c a m e n t e e sem c r i t é r i o o
Do G r u p o D r a m á t i c o Teatro Social r e c e b e m o s a seguinte c o m u n i c a ç f i o : "Realizou-se
e n t r e c h o das peças e o sucesso está feito. Fale-se de g e n t e nova, q u e p r o m e t e
n o dia 16 d o corrente, na sede do S i n d i c a t o dos T i p ó g r a f o s , a Assembleia Geral deste
m u i t o : é q u a n d o a insuficiência da instrução científica não c o n s e n t e ao escritor um
g r u p o , sendo discutidas e aprovadas as suas bases f u n d a m e n t a i s que sôo as seguintes:
d i g n o e s f o r ç o em prol d e uma idóía e o leva a rebuscar sujeis a que s ó o t e m p o deu
1. ° — O G D T S será c o m p o s t o d e o p e r á r i o s e o p e r á r i a s que p e r t e n ç a m às suas asso- valor, p o n d o nas ribaltas triunfais e o l í m p i c a s e x o t e r i s m o s d e c o n f u n d i r o pobre
c i a ç õ e s de classe e estejam q u i t e s c o m as m e s m a s ; d i a b o que n ã o os p e r c e b e . Se por a c a s o , no recorte plástico da obra reside uma
2. ° — ficarão isentos da e x i g ê n c i a d a cláusula a n t e r i o r para p e r t e n c e r e m ao G r u p o , certa peça estética, vêem as personagens c o n t a r - n o s , c o m t r o ç a ou e m lamúrias
os mestres e c o n t r a m e s t r e s q u e por lei dos s i n d i c a t o s d e suas classes a eles não intrigas a n e d ó t i c a s , e não nos dão a nota intensa d e um largo s e n t i m e n t o de alegria
ou de a n g ú s t i a h u m a n a s e m que a m u l t i d ã o se r e c o n h e ç a . N á o se exalta ai a s i n c e -
possam p e r t e n c e r ;
ridade, n ã o se sente latejar a vida, q u e q u e r e m o s g l o r i f i c a r e d e q u e o povo só p o d e
3. ° — os seus fins s ã o : p r o m o v e r , l o g o que se t e n h a capital bastante, a c r i a ç ã o d a tirar os e l e m e n t o s de um l ó g i c o e n s i n o moral e intelectual.
Casa d o Povo e p r o p a g a r por meio de e s p e t á c u l o s as m o d e r n a s d o u t r i n a s s o c i a i s ;
De que serve ouvir gritar pela gorja o p r o c u r a d o v o c á b u l o das c r ó n i c a s d e idades
4. ° — este g r u p o será a d m i n i s t r a d o por um secretário q u e terá a seu c a r g o a d i r e ç ã o
d e s a p a r e c i d a s , q u a n d o na a ç ã o d r a m á t i c a a f a s c i n a ç ã o mortal do passado, anes-
de t o d o o e x p e d i e n t e e por u m t e s o u r e i r o q u e terá s e m p r e e m b o a o r d e m a parte
tésico de t o d a s as energias, j u s t i f i c a ç ã o de t o d a s as rotinas, d e s â n i m o para a luta,
financeira;
d e s e s p e r a n ç a do F u t u r o ? E a pobreza f r a n c i s c a n a de uma pseudo-análise, a m i n u -
5. ° — haverá u m diretor d e cena, que i g u a l m e n t e c o m o s e c r e t á r i o e o t e s o u r e i r o ciosa e inútil d i s s e c a ç ã o de insignificantes a n a t o m i a s ?
s e r á a c l a m a d o pela A s s e m b l e i a Geral e a q u e m c o m p e t e a d i s t r i b u i ç ã o das o b r a s q u e
Mas não ó isto o teatro do povo. Não é isso o novo teatro.
deverão representar-se;
A l i t e r a t u r a d r a m á t i c a hoje democratiza-se. Não se c o m p r e e n d e o e s f o r ç o d e u m
6. ° — serão c o n s i d e r a d o s d e s l i g a d o s d o G r u p o os c o m p a n h e i r o s q u e , sem causa
d r a m a t u r g o no interesse exclusivo de nos dar, através d e um d e s d o b r a m e n t o d e p e r i -
j u s t i f i c a d a , se recusarem ao d e s e m p e n h o dos papéis q u e lhes f o r e m d i s t r i b u í d o s , ou
pécias, a e x i s t ê n c i a mais ou menos c o m p l i c a d a de u m t i p o .de e x c e ç ã o .
c o m i s s õ e s d e que f o r e m e n c a r r e g a d o s p a r a o b o m a n d a m e n t o d o e s p e t á c u l o ;
A observação chamada imparcial nada quer dizer. Se o a r t i s t a c r i a t i p o s , i n v e n t a ,
7. ° — os e s p e t á c u l o s e m b e n e f í c i o d e o p e r á r i o s serão c o n c e d i d o s m e d i a n t e s o l i c i -
descreve, analisa s e n t i m e n t o s e chega à síntese, ao c o n h e c i m e n t o da alma c o l e t i v a ,
t a ç ã o das c o m i s s õ e s administrativas d o s s i n d i c a t o s a que p e r t e n c e r e m , só sendo
fá-lo no interesse de d e m o n s t r a ç ã o . No teatro não se representa para descrever mas
a t e n d i d o s os s i n d i c a t o s que t e n h a m p r e s t a d o o seu a p o i o ao G r u p o D r a m á t i c o
sim para provar.
Teatro S o c i a l .
Desenvolver uma alta e serena filosofia s o c i a l de j u s t i ç a , de l i b e r d a d e , de igualdade
Depois de a p r o v a d o o estatuto acima, foi a c l a m a d o o seguinte d i r e t ó r i o :
e, paralelamente fazer uma a c e r b a c r i t i c a d o m u n d o atual eis o que há a esperar d o
Secretário: M C. N o g u e i r a teatro do povo. a t i v a n d o peto Imediato efeito de vivissecçâo d r a m á t i c a o f o g o i n s t i n t i v o
T e s o u r e i r o : A n t ô n i o S. M o n t e i r o d a insubmissão, a c u r i o s i d a d e civil e redentora do D e s c o n h e c i d o . Não é fazer d o
escritor u m r e t ó r i c o moralista, pois que ele não pode viver a sua arte, indiferente ao
Diretor de c e n a : M. Ferrer ao seu m e i o e aos seus c o n t e m p o r â n e o s . Se as obras-primas d o g é n i o artístico são
O secretário. M. C. Nogueira uma idealização do s e n t i m e n t o e da inteligência populares, a a l m a do povo, c h a m a d o
á vida livre pelo c é r e b r o do entrave a r t i f i c i a l das atuais seleções, há de fatalmente
reconhecer-se nos heróis que fez criar. Uma noção da verdade, da justiça e da beleza
persiste e m g r a d a ç õ e s diferentes, b e m o sei, e m t o d a s as a l m a s , até nas m e n o s d e l i -
TEATRO DO POVO c a d a s . Popularizar este s e n t i m e n t o c o m u m , n u m sentido favorável à sua exaltação, deve
ser o o b j e t o p r i n c i p a l d o teatro do povo a c e r c a d o qual p e d e m a m i n h a o p i n i ã o i n s i g n i -
Novo Rumo ficantíssima.
Para os e s p í r i t o s que r e c o n h e c e m a perigosa i n f l u ê n c i a de c e r t o s p r o c e s s o s na Af a tem os c a m a r a d a s , nessas despretensiosas linhas que d e i x o escritas, simples-
miséria moral e material em que vivemos, é uma tarefa d i g n a de t o d o s os e s f o r ç o s m e n t e d i t a d a s pela e n o r m e s i m p a t i a q u e me merece a tentativa.
essa de acabar de vez com a banal e x i b i ç ã o de s e n t i m e n t a l i d a d e s a l a m b i c a d a s que (Ass.: Cristiano d e Carvalho — 1 9 . 0 9 . 1 9 0 6 )
uma turba-multa de autores sem e s c r ú p u l o s teima e m fazer aceitar c o m o arte d e
teatro. F o r ç a n d o a razão fácil das plateias p o p u l a r e s , s e m u m c o n c e i t o honesto que
traduza intuitos de e d u c a ç ã o ou de beleza, tais indivíduos não r e c e i a m e n g u l h o s de
c o n s c i ê n c i a na c r í t i c a indígena impunes à certa p e l o f a v o r i t i s m o de primitivos e pela A LUZ DA RIBALTA
ignorância manifesta do p ú b l i c o que os aceita. Novo Rumo — Rio de Janeiro — 22.1.1907 — Ano II — n. 18
C o m efeito a arte despida de um p u r o objeto de s i n c e r i d a d e ou de fé, sem uma
O G r u p o D r a m á t i c o T e a t r o S o c i a l d e u - n o s a 13 do andante mais u m p r o v e i t o s o sarau
idóía capaz d e purificar os espíritos o b c e c a d o s por d o e n t i o s p r e c o n c e i t o s e dar-lhes
d e p r o p a g a n d a libertária. A festa foi e m b e n e f i c i o d a família d o q u e r i d o e s a u d o s o
alento para os destinos f u t u r o s , falta à nobreza de sua missão s o c i a l , p a r a se adaptar
C a m i l l o Soares e, felizmente, esteve b e m c o n c o r r i d a .
ao c r e t i n i s m o p l u t o c r á t i c o do m e i o . Uma l i t e r a t u r a d r a m á t i c a i m p o t e n t e para nos arran-
car ao t o r p o r da vida c o t i d i a n a q u e nos faz e s q u e c e r as rápidas s e g u i d a s crises, os S u b i u maia uma vez à c e n a o " P r i m e i r o d e M a i o " , d e G o r i e " O O c a s o d o a ó d i o s " ,
abalos passageiros, mas tão significativos do m u n d o social, não c o n s e g u i r á despertar agora em português.
08 noeeoe p e n s a m e n t o s , as nossas r e s o l u ç õ e s efémeras, vacilantes no c o n f l i t o moral
O d e s e m p e n h o foi doa melhores q u e o g r u p o nos tem dado. E s t a m o s certos que, se
du século. E é, s e m dúvida a l g u m a , esta benéfica ação moral que se requer na arte
t o d o s os amadores fizessem um b o c a d i n h o de e s f o r ç o e fossem u m p o u c o maia
do lioju.
c o n s t a n t e s aos ensaios, o GDTS e m breve estaria à a l t u r a doa m e l h o r e s d o g é n e r o .
" O I n f a n t i c í d i o " , d o c a m a r a d a M o t t a A s s u n ç ã o está a imprimir. Foram t a n t o s os p e d i d o s t o d o s aqueles e s p a s m a d o s m a n c e b o s c o r r e m c o m o loucos e m b u s c a da mais b e m
que, para os satisfazer náo havia o u t r o remédio. A peça t a m b é m g a n h o u c o m isso feita, para satisfazerem a ânsia d e apertar nos braços, de lhe revelar — sob a f o r m a
p o r q u e c o m a c o r r e ç ã o q u e sofreu f i c o u mais perfeita. O t e r c e i r o ato r e c e b e u mais u m a de amor — t o d o seu desejo de posse, pois que daquele a m p l e x o , daquele enlace
interessante cena e o q u a r t o , várias m o d i f i c a ç õ e s . C o m o o d e s f e c h o náo agradasse l i b i d i n o s o , daquele r e c í p r o c o r o ç a m e n t o , daquelas cócegas náo pode resultar senão
m u i t o e a peça fosse realmente curta para ser levada só, o autor a c r e s c e n t o u - l h e a e x c i t a ç ã o dos s e n t i d o s de a m b o s . Então ali está o h o m e m , o m a c h o , não para
mais um ato, q u e é um e s p l ê n d i d o e c o m o v e n t e e p i l o g o . Os c o m p a n h e i r o s e os c o n h e c e r e c o n q u i s t a r uma alma, u m a c o m p a n h e i r a , mas para gozar a fêmea, cor-
g r u p o s que p e d i r a m " O I n f a n t i c í d i o " estão, pois, avisados. Só o terão q u a n d o sair d o rompè-la e a b a n d o n á - l a ã prostituição.
p r e l o . Entre os pedidos está um de C o i m b r a d o c a m a r a d a S i m õ e s C o e l h o , artista d a
Depois de ter o e n s e j o de lhe demonstrar a sua paixão, convida-a para beber um
Cia. A r a ú j o Pereira. E possível q u e esta t r o u p e q u e aqui p r e t e n d e vir e m maio p r ó -
cálice no bufete. E a l i . entre dois g o l e s , dá-lhe a entender os seus desejos.
x i m o represente " O I n f a n t i c í d i o " .
— Minha s e n h o r a . . . q u e r ter a a m a b i l i d a d e d e . . . me dizer o seu nome?
E isso basta para provar, cremos, que o baile facilita a d e g e n e r a ç ã o e a i m o r a l i d a d e Bilhetes v e n d i d o s : La Battaglia, 26; A Terra Livre, 10
e que náo é nem instrutivo nem moral, se é moral t u d o que a p e r f e i ç o a e regenera
A. Disperati, 17; L. M o r s e l l i , 14; J . S o r e l l i , 12
a massa proletária.
TOTAL — 185; a 1S000 185S000
Demais, o baile fez o seu curso, d e i x a n d o de si más r e c o r d a ç õ e s na história, pois
PRODUTO DA RIFA 32$700
que muitos foram os papas que do baile fizeram e s p e t á c u l o s de o r g i a s e muitos os
p o d e r o s o s que se d i v e r t i r a m c o m bailes angélicos, depois de e m b r i a g a d o s a ponto de TOTAL 217S700
p e r d e r e m t o d o sentimento h u m a n o .
E o que a c h a m o s ainda mais intolerável é que estes m o ç o s s e m p r e p r e o c u p a d o s c o m DESPESAS DA FESTA
o baile se pretendam jovens m o d e r n o s e de progresso, só por viverem e m tempos
modernos. A l u g u e l d o salão 70S000
Música 55*000
O h ! patetas O h ! m e s q u i n h a i n t e r p r e t a ç ã o ! O u e e n t e n d e i s por m o d e r n i s m o ? C o n s i d e r a i s Impressão dos bilhetes de entrada hSOOO
talvez m o d e r n i s m o perder tempo n o meio d e saias, saltitando c o m o títeres? Para a atriz 20S000
Por que não lançais um olhar à m o d e r n a j u v e n t u d e d e França, à a r r o j a d a m o c i d a d e Bonde *$000
da Rússia? A l i vereis o v e r d a d e i r o m o d e r n i s m o , a v e r d a d e i r a via do p r o g r e s s o . Em Despesas para a cena 5$800
França, a j u v e n t u d e moderna não se gasta em coisas inúteis, mas luta pela conquista I d e m para a rifa 11 $400
d o que lhe p e r t e n c e . Deu já u m f o r t e pontapé na Igreja, fazendo-lhe perder o domínio
e a força que e m b a r a ç a v a m , c o m o peso de c h u m b o sobre o c é r e b r o , a livre manifes- TOTAL 184S200
tação das modernas ideias, que a despeito de todas as velhacarias b u r g u e s a s e ecle-
siásticas, i n d i s c u t i v e l m e n t e t r i u n f a m a, pandas velas. RESUMO DO B A L A N C E T E
E não venham dizer que o ter-se livrado o povo francês da g a n g r e n a religiosa que o Entradas 217S700
empestava é obra de u m C l e m e n c e a u , não. Foi obra d o p r ó p r i o povo. Saídas 184S200
Poderíamos ter um C l e m e n c e a u no Brasil, n o meio deste povo b e a t o e ele não faria
absolutamente nada, e m b o r a o Estado não r e c o n h e ç a a Iqreja. SALDO 33S500
A j u v e n t u d e russa fez mais do que dar um pontapé na Igreja: t e m m i n a d o o Fstado C o m o t í n h a m o s a n u n c i a d o , c o m o p r o d u t o l i q u i d o da festa deveria ser paga a p u b l i -
que é c o m o uma g r a n d e rocha c e r c a d a de mineiros que a e s c a v a m nas suas bases cação de u m n ú m e r o ú n i c o . Não tendo sido, p o r é m , produzida a soma necessária
para f a z e r e m voar num instante. para esse e s c o p o , d i v i d i m o s o saldo restante deste m o d o :
Estes c e n t r o s r e c r e a t i v o s t ê m g e r a l m e n t e nos seus e s t a t u t o s u m a r t i g o p r i m e i r o que
diz: " O C l u b e será estranho a qualquer questão ou manifestação p o l í t i c a ou religiosa, Para A Terra Livre 17S000
sendo a l h e i o a toda e qualquer t e n d ê n c i a " . Para La Battaglia 16$500
Na verdade, se assim fosse, ainda não seria tão m a u ; mas f r a n c a m e n t e , dá-se exata-
Resta ainda r e c e b e r 10S000, que serão d i v i d i d o s d o mesmo m o d o . apenas r e c e b i d o s .
mente o c o n t r á r i o da p r e s c r i ç ã o dos " e s t a t u t o s " . Os sócios, por q u a l q u e r o c o r r ê n c i a
(OS INICIADORES)
patriótica, fazem tremular trapos multicores nas sedes, e dão festas c o m e m o r a t i v a s
da " g l o r i o s a " data. T a m b é m não deixam de festejar q u a l q u e r santo, seja ele S. Fan-
toche. O resto d o seu ideal consiste em c o n t a r e m uns aos outros, após a festa, que
d a n ç a r a m c o m F., a b r a ç a r a m c o m transporte S., c u m p r i m e n t a r a m n u m e n c o n t r o B., AS FESTAS DE PROPAGANDA E O BAILE
notando q u e " e l a " lhes queria b e m , p o r q u e teve u m risinho t o d o . . . a m o r e q u e apro-
veitando a ocasião, se divertiram um pouco com cia, deixando-a depois Tudo isso Terra Livre, 17.2.1910
para eles ó o p r o g r e s s o .
Pela primeira vez q u i s e m o s realizar uma festa de p r o p a g a n d a sem o eterno baile,
Do sou lado, as mulheres, q u a n d o vão à festa, preparam-se u m a semana ou talvez para c o n h e c e r bem em que a m b i e n t e nos a c h a m o s aqui e m São Paulo. T í n h a m o s
um mos, para se a p r e s e n t a r e m c o m a maior etiqueta possível, e m p o a n d o - s e até nos c a l c u l a d o que, e m vista da bela iniciativa c u j o e s c o p o era auxiliar a nascente Escola
b u r a c o s . . . d o nariz, c o m u m b o m meio q u i l o de farinha, para ver q u a n t o s a d m i r a - M o d e r n a , a nossa festa, mesmo sem baile haveria de dar m a g n i f i c o resultado p e c u n i á -
d o r e s p o d e m atrair e p a r a pescar aquele m o ç o q u e lhes deita o l h o de c a r n e i r o mal rio, mas a gente c h a m a d a l i v r e . . . preferiu poupar os 1$000 por c a b e ç a , só porque
m o i t o .1 ( ..d.i en< ontro lhe era v e d a d o saltitarem p o u c o à laina de f a n t o c h e s . . .
Tem-se d i t o até hoie q u e . onde houvesse testa sem baile, brilhavam as mulheres pela
sua ausência Hoje, p o r é m , a nosso pesar, d e v e m o s dizer o c o n t r á r i o , v i s t o que de A i n d a uma outra c o n s i d e r a ç ã o me s u g e r i u a representação d e " S a n t a A q u i l i n n M á r t i r " .
m u l h e r e s estava o saláo c o m p l e t a m e n t e c h e i o na nossa festa de 29 de |aneiro ú l t i m o , V i a necessidade que há, e n t r e nós. a n a r q u i s t a s e livres p e n s a d o r e s , da organização
e q u a n t o aos h o m e n s todos aqueles que náo c o n c o r r e r a m para o b o m êxito, todas as e d i f u s ã o d o t e a t r o s o c i a l . No Brasil p r i n c i p a l m e n t e , tornou-se uma praga o t e a t r o
pessoas q u e faltaram a esta festa por faltar o baile, melhor, mas m u i t o melhor é c a t ó l i c o que é d e r r a m a d o por todos os lados e todas as formas, e m livros, e m
perdê-los d o que achá-los, já que náo vêm para ajudar a p r o p a g a n d a e aprender f o l h e t o s , e m revistas e j o r n a i s , caros e baratos e gratuitos, para t o d o s os gostos,
a l g u m a c o i s a , mas c o m ideias e intuitos i n t e i r a m e n t e o p o s t o s aos d a reunião e diver- e n f i m . Em c o n t r a p o s i ç ã o o t e a t r o r e v o l u c i o n á r i o é n e u t r o e n t r e n ó s . quase que não
t i m e n t o familiar. existe. As poucas peças que há são quase todas c o m p l i c a d a s e longas, feitas para
os g r a n d e s palcos. Façamos e d i f u n d a m o s pois, t a m b é m nós, peças populares, p a r a
M u i t o s o b j e t a r ã o que c o m as r e p r e s e n t a ç õ e s feitas por maus diletantes nada poderá
os p e q u e n o s g r u p o s de a m a d o r e s . Essa será uma obra b e n é f i c a e útil, que m u i t o
o p ú b l i c o a p r e n d e r . Nós n u n c a p r e t e n d e m o s ser b o n s . . . ou maus diletantes (no-
c o n c o r r e r á para estancar a obra p e r n i c i o s a d o teatro c a t ó l i c o .
m e a d a m e n t e q u e m isto e s c r e v e ) , m a s s e m p r e tivemos a c o n v i c ç ã o d e fazer c o i s a útil
e d e p r o p a g a n d a — ao menos p a p a g a i e s c a . A f i n a l , se a c r í t i c a entrasse e m sutilezas (João Eduardo)
deveríamos dizer francamente q u e náo somos nós somente os que p a p a g u e a m o s mal
o que está e s c r i t o nos livros: há muita outra gente que tem a p r e t e n s ã o de fazer
p r o p a g a n d a . . falando ao p ú b l i c o e aos o p e r á r i o s ao passo que fariam m u i t o mais . . .
p r o p a g a n d a , calando-se. A ESCOLA MODERNA DE SAO PAULO — A Festa da Escola Moderna
Em s u m a , sempre tivemos a c o n v i c ç ã o de ter feito o b r a útil c o m o teatro e de vir
o baile demolir o p o u c o de p r o p a g a n d a que se p r o c u r e fazer. Por isso. a p ó s muitas A Lanterna. 11.9.1915 — n.° 283
e x p e r i ê n c i a s , j u l g a m o s necessário suprimir o baile masturbador na festa de p r o p a -
A sua festa d o 14 de a g o s t o teve v e r d a d e i r o êxito, p r o d u z i n d o bela impressão à
g a n d a . Esta d e c i s ã o por nós t o m a d a nos d e m o n s t r o u c l a r a m e n t e q u e m são o s que
n u m e r o s a a s s i s t ê n c i a . O salão da S o c i e d a d e Leale O b e r d a n esteve a n i m a d o a q u e l a
v e r d a d e i r a m e n t e se i n t e r e s s a m pela i n i c i a t i v a da Escola M o d e r n a e a q u e r e m ajudar.
n o i t e c o m a g a r r i d i c e da c r i a n ç a d a que t o m o u parte no d e s e m p e n h o do p r o g r a m a
V i m o s o c o n s t a n t e grupo de c o m p a n h e i r o s a t i v o s e b o n s a m i g o s q u e . e m b o r a não sendo
r e f e r e n t e ao palco c é n i c o e t a m b é m c o m o baile que c o n t i n u o u até a madrugada do
a n a r q u i s t a s , q u e r e m ver s u r g i r a t o d o c u s t o a Escola M o d e r n a , ao passo que m u i t o s
o u t r o s p s e u d o - r e v o l u c i o n á r i o s preferiram passear para bisnagar a l g u m a prostituta. dia s e g u i n t e .
T o m a r a m parte na festa, a b r i l h a n t a n d o - a , o professor e os a l u n o s da Escola Moderna
Portanto se a festa d e 29 d e j a n e i r o não d e u b o m resultado p e c u n i á r i o , não é nossa n.° 2, este a j u d a n d o no c o r o a cantar h i n o s escolares e r e c i t a n d o belas poesias,
c u l p a . Pensamos q u e , se é n o b r e o f i m da Escola M o d e r n a , os m e i o s para a realização aquele fazendo uma i n t e r e s s a n t e c o n f e r ê n c i a r e l a t i v a m e n t e á i n s t r u ç ã o e ao ensino
desta aspiração não d e v e m ser i l í c i t o s ; por isso a f a s t a m o s o b a i l e , ú n i c o m e i o d e s e g u n d o o m é t o d o r a c i o n a l i s t a . A festa teve c o m e ç o c o m u m a Ouverture, pela o r q u e s -
divertir os c o n q u i s t a d o r e s e s p e c i a l m e n t e os barbeiros, que v i n h a m g e r a l m e n t e à meia- t r a G r u p o ( . . ) que se d e s e m p e n h o u d i g n a m e n t e . A seguir f o i cantado e m c o r o o
n o i t e . para fazer confusão e crer-se no d i r e i t o de dançar à f o r ç a , m e s m o c o m as C a n t o d o s o p e r á r i o s , o r i g i n a l d e N e n o Vasco. D e p o i s cantaram-se mais os hinos
mulheres que n e n h u m atrativo a c h a v a m nesse divertimento. A s c r i a n c i n h a s , A m u l h e r , A f o r ç a e A i n s t r u ç ã o . A l é m desses f o r a m c a n t a d o s
No nosso l a d o nada d e s c u r a m o s . E m p e n h a m o - n o s por obter o salão por um p r e ç o t a m b é m o u t r o s : L a d a i n h a , De manha c o m a c o m p a n h a m e n t o d e m ú s i c a e g e s t i c u l a ç ã o ,
mais r e d u z i d o ; o m e s m o q u a n t o à música e o resto só nos acusamos de uma c u l p a : t o m a n d o parte os a l u n o s : A n t o n i n h a M o r a e s . Catarina Bori, M a r c e l i n a Bori, Eliza
q u e r e m o s ser m u i t o e s c r u p u l o s o s e h o n e s t o s e m n o s s a s i n i c i a t i v a s , m e s m o quando se S a n t i a g o . Lucília Haos. Edmundo Mazzone. Edmundo Scala. Ernesto Tozzato. Bruno
trata s o b r e t u d o de recolher dinheiro. ' B e r t o l a c c i n e e F r a n c i s c o T o g n o l i . A aluna A n t o n i e t a d e M o r a i s e x e c u t o u a canço-
(Lúcifer) neta A s e s c o n d i d a s , c o n d u z i n d o - s e m u i t o b e m . Na r e p r e s e n t a ç ã o da alegoria " B r i n q u e -
d o d a s A r v o r e s " t o m a r a m parte os a l u n o s : Ernesto Tozzato. E d m u n d o S c a l a , E d m u n d o
M a z z o n e . B r u n o B e r t o l a c c i n e . A n t o n i e t a M o r a i s e Catarina B o r i . O d e s e m p e n h o da
c o m é d i a " A Q u e s t ã o " , o r i g i n a l do professor d a Escola n.° 1, esteve c o n f i a d o a seus
O TEATRO CATÓLICO a l u n o s B r u n o B e r t o l a c c i n e , E d m u n d o S c a l a e Pedro Passos, t e n d o c o m o c o m p a r s a s
E d m u n d o M a z z o n e . F r a n c i s c o T o g n o l i , A n t o n i e t a Morais, Ernesto Tozzato e Catarina
A Lanterna. 11.6.1914 B o r i . O d i á l o g o " O E v a n g e l h o " foi b e m d e s e m p e n h a d o pelos m e n i n o s Pedro Passos
e B r u n o B e r t o l a c c i n e . A parte d o p r o g r a m a referente à r e c i t a ç ã o d e poesias f o i
c o n f i a d a aos a l u n o s das d u a s e s c o l a s q u e r e c i t a r a m : A u g u s t o Câmara, " M e u s c o m p a -
Assisti há dias á representação de u m drama c a t ó l i c o , levado por u m g r u p o de g e n t i s
n h e i r o s " , " A a b ó b o r a e a b a t a t a " e " A p r o v e i t e i o t e m p o " ; A l b e r t o C a r d o s o . " A s van-
a m a d o r e s . A peça era uma dessas m i x ó r d i a s a m a l g a m a d a s pelos p a d r e s salesianos
t a g e n s do s a b e r " e " O prior e o d e f u n t o " ; Nilo L e u e n r o t h , " A mulher t e i m o s a " ,
e q u e eles e x p e l e m por t o d o o Brasil p a r a e s t u p i d i f i c a r p r i n c i p a l m e n t e a a l m a c â n d i d a
" A n t ô n i o " e " A u n i ã o " ; A m é r i c o d e A l m e i d a , " O g a r o t o e o m e s t r e - e s c o l a " , " A raposa
das c r i a n ç a s . Nada de arte, nada de b o m g o s t o , nada d e belo na p e ç a . O p o r t u g u ê s era
e as u v a s " , " O m a c a c o d e c l a m a n d o " , Luiz M a r i n h o , " O G i l " ; F l o r ê n c i o de A l m e i d a ,
c o n s p u r c a d o a c a d a frase. O b o m senso m e n o s p r e z a d o . Decantavam-se e m três atos
" O a m a n h e c e r " ; A l e x a n d r e Martins. " O n i n h o " e " O a l f a b e t o " ; J u d i t e A m a t o . " O s c i n c o
e n f a d o n h o s a glória d o m a r t í r i o per Cristo. Pregava-se a estafada d o u t r i n a d a r e n ú n c i a
s e n t i d o s " e " A m e n t i r a " ; Ofélia A m a d o . " N ã o saber l e r " ; B r u n o B e r t o l a c c i n e , " O cava-
torrestre pelas bem-aventuranças da outra v i d a . Q u e r i a se d e m o n s t r a r q u e fora da
d o r " e " U m m o n s t r o " ; C a t a r i n a B o r i . " S o m b r a " ; D o m i n g o s Passos. " C o n f i s s ã o " , A n t o -
religião da Igreja náo há c a r i d a d e e náo há ao menos amor filial, É horTÍvel e e s t ú p i d o
nieta Morais, " O o r g u l h o da á g u i a " e " A s p o m b a s " ; L u c í l i a Hoas, " P a p a i ! m a m ã e ! " :
o m o d o c o m o todas essas c o i s a s i n f a m e s são d e m o n s t r a d a s aos o l h o s d o s e s p e c t a -
Ernesto Tozzato, " A s o v e l h a s " ; M a r c e l i n a B o r i . " Q u a d r a d i n h o s " ; Eliza Santiago, " O
d o r e s Intitula-se. p a r e c e - m e . " S a n t a A q u i l i n a M á r t i r " a asneirante p e ç a s a l e s i a n a . A
c a n t o da m a n h ã " ; F r a n c i s c o T o g n o l i , " O d i a " ; E d m u n d o S c a l a , " H o m i n i l ú p u s " e " N a
nçáo passa-se no t e m p o d a s p r i m e i r a s p e r s e g u i ç õ e s aos c r i s t ã o s . A h e r o i n a , a t a l Santa
aldeia".
A q u i l i n a , é uma j o v e m saindo da puberdade Em v e z , p o r é m , d e t r a t 8 r dos b r i n q u e d o s
" ' " ' q u e d o s p r ô p n o s da idade, já anrla 3 ,-. itequisar adeptos para | sua religião e só
fala c o m Deus e c u i d a só d e o r a ç õ e s e q u e j a n d o s . U m a perfeita velha beata dos O interessante d i á l o g o " B r e j e i r i n h o " foi d e s e m p e n h a d o por Ernesto Tozzato e Anto-
' " > . " • . p.iqanizadOt t e m p o s A mãe da c r i . m ç a . em vez d« educar sua RUM para a
1 nieta de M o r a i s . O festival foi e n c e r r a d o c o m o c a n t o d o h i n o A i n s t r u ç ã o , s e g u i n d o -
vida sadia e franca, e m vez de a alegrar, em vez de c o n t a r - l h e a n e d o t a s e h i s t o r i e t a s se logo uma bela c o n f e r ê n c i a p e l o Professor A d e l i n o Pinho, d a Escola M o d e r n a n.° 2.
1 1 deseja que sua filha seja martirizada e morra a fim de a l c a n ç a r a felici- A q u e r m e s s e , a este t e m p o ( p o u c o menos da meia-noite) já t i n h a s i d o esgotada até a
última p r e n d a . O baile e n t ã o teve c o m e ç o para satisfação de tantos rapazes e r a p a r i -
i l m l t i do r é u (• )
gas que não p e n s a m em outro prazer em sua vida ( . . . )
O TEATRO E A IGREJA o professor c o m u n i c a aos d i s c í p u l o s as invenções dos sábios, o ator t r a n s m i t e án
A Lanterna. 28.2.1916 — n.° 286 camadas p o p u l a r . ' , .. vida das s o c i e d a d e s , o j o g o da^ paixòus. as. determinantes
p s i c o l ó g i c a s d o a c a r a c t e r e s . C o m o o proléssor, ele e d u c a igualmente, n . i . m i .
Nessa semana que se a p r o x i m a , essencialmente c a r n a v a l e s c a , a que o v u l g o chama q u e mais i n f l u ê n c i a flireta~êxerce no povo porque mais cala no i n t i m o das muituloe
" S e m a n a S a n t a " , existe uma d e t e r m i n a ç ã o p o l i c i a l , estúpida, c o m o afinal soe ser Não fosse o h o r r o r d e uma cultura artística desorientada e o c i n e m a t ó g r a f o s u c u m b i r i a
t o d a o r d e m da polícia. Consiste essa d e t e r m i n a ç ã o e m p r o i b i r as r e p r e s e n t a ç õ e s tea- entre os b r a ç o s d e seus e x p l o r a d o r e s . Não fosse o a c a n a l h a m e n t o artístico dos
trais q u a n d o não sejam inteiramente sacras. C o r p o r i z a esta arbitrariedade um des- profissionais de t e a t r o neste país um fato, e a a u t o r i d a d e não se atreveria a esbulhar
m e r e c i d o p r o t e c i o n i s m o ao c i n e m a t ó g r a f o , q u e , achando-se só e m c a m p o , sem a os m ú l t i p l o s interesses dos artistas brasileiros e m g a n h o de maiores lucros às e m -
c o n c o r r ê n c i a dos espetáculos d r a m á t i c o s , tem na tal semana, a de maior lucro em presas c i n e m a t o g r á f i c a s . Tivessem oa artistas brasileiros p o r s i a sua a s s o c i a ç ã o de
t o d o o ano. S a n g r a n d o a p a c i ê n c i a d o p ú b l i c o c o m a vida, paixão mais miudezas de classe, vigorosamente organizada, apta para defro-it >.•-• c o m os assaltantes de todos
Cristo, c o n f e c c i o n a n d o , de Bíblia nas unhas, diferentes f i l m e s de estafados assuntos q s ^ e u s direitos, c o m p r e e n d e s s e m eles m e l h o r m e n t e os seus deveres artísticos, sen
religiosos, v ê m , p o l i c i a l m e n t e a u t o r i z a d o s , os e m p r e s á r i o s dos cinematógrafos, tTsserfl pillSàr d e n t r o de seus p e i t o s aquele amor ardente, n o b i l i t a n t e . q u e a sua arte
a b r i n d o maior fundura no d e p a u p e r a d o o r g a n i s m o teatralista. A s s i m , Igreja e a u t o - p r o d i g a m e n t e merece, e náo mais p r i n c í p i o d o g m á t i c o a l g u m da Igreja viria fechar-
ridade, duas entidades que se c o m p l e t a m , c o n c o r r e m , desta forma, para o prejuízo da Ihes as portas de seu t e m p l o . A I g r e j a . . . ! A maia desleal c o n c o r r e n t e da arte dramá-
maior de todas as artes, qual é a arte d r a m á t i c a . Indiferentes e a r q u i p r e g u i ç o s o s , t i c a , c o m as suas lunçõee l e e t r a i t à porta aberta, sem custo de ingressos A casa do
não quiseram os t r a b a l h a d o r e s do palco reagir contra mais esse assalto aos seus espetáculos onde os benefícios mais r e n d e m , não em favor dos h u m i l d e s e dós
d i r e i t o s , p r e f e r i n d o descansar esses dias a empreender qualquer movimento de miseráveis, mas em interesse d e . v e n t r u d o s f r a d a l h õ e : . de íarga v e n t a ' " q u e castigam
reação. É hábito velho nos artistas náo praticar coletivamente alguma coisa q u e lhes o ^ q r p o , c r i s t i a n i s s i m a m e n t e d e v o r a n d o tenríssimos frangos de alourada c a r n e ' ' A
possa trazer bem-estar e equitativa r e c o m p e n s a aos seus e s f o r ç o s . Pondo de parte loreja! o ú n i c o c e n t r o d e r e u n i ã o q u e o Estado — essa o u t r a a n a c r ó n i c a engre-
interesses, brio, d i g n i d a d e profissional, o artista d r a m á t i c o vive num c e n á r i o estrita- n a g e m — a i n d a não resolveu coletar. apesar dos enormes lucros auferidos
mente desafogado, com a miséria a bater-lhe à porta. M o r m e n t e no Brasil, ele
Artistas b r a s i l e i r o s ! meus irmãos e m arte e e m miséria, e r g u e i - v o s a f i n a l ! Fundai a
d e s p r e s t i g i a d o , vive a vida canalha dos cafés, indiferente a q u a l q u e r assomo d e
vossa a s s o c i a ç ã o , e m p r e e n d e i essa luta d o direito, o b e d e c e n d o à i n s p i r a ç ã o do
r e i v i n d i c a ç ã o coletiva, ora artista, ora m e n d i g o , a b r i n d o a sua casa hospitaleiramente
ideias e p r i n c í p i o s , desprezando os ódios e os interesses. Conquistai o v o s s o lugar
a t o d o s os seus irmãos e m arte, que de outros países vôm. mas f i c a n d o ele na rua,
de justiça, neste país de beleza e d e sol, e tereis mostrado, t r i u n f a n t e m e n t e , que sois,
lamentando-se da sua fraqueza e d o seu isolamento. Pouco c i o s o d o seu nome, da
além de artistas, v e r d a d e i r o s h o m e n s !
sua justiça, jamais pensou e m se agremiar, c o g i t a n d o sempre de uma a s s o c i a ç ã o de
classe, e r e c e b e n d o , assim, lições sociais dos c o c h e i r o s e chauffeurs d e p r a ç a q u e , S ã o Paulo, fevereiro d e 1916
e m matéria associativa, a n d a m - l h e s adiantados. Não são isto vagas afirmativas de
Romualdo Figueiredo — (Artista dramático)
retórica, mas. a v e r d a d e p u r a dos fatos, e, para prova aí está a tal d i s p o s i ç ã o
policial cinematográfico-religiosa.
A d m i t i n d o , por hipótese, as vantagens d o cinema, d e d u z o que o seu lugar deva ser
no c o l é g i o . Aí terá talvez a sua aplicação e m lições de geografia. Em tais condi- A ARTE DO PALCO: UMA INICIATIVA
ções, o c i n e m a t ó g r a f o tornar-se-á g r a n d e a m i g o das crianças e d o s . . . ' o c u l i s t a s .
Mas, sendo a f u n ç ã o do teatro um c o m p l e m e n t o da escola, não pode haver a u t o r i d a d e A Lanterna. 15.4.1916 — n.° 288
nenhuma çom o poder de proibir, nesta ou naqueta data, sob este ou aquele â n g u l o ,
o f u n c i o n a m e n t o r e g u l a i da e s c o l a r i d a d e M e r e c e por t o d o s o s títulos ser assinalada aos leitores d e A Lanterna uma iniciativa
A razão pois, da o r d e m p o l i c i a l , sistematiza-se no interesse de d e p r i m i r o teatro em e x c e l e n t e , o b r a de sete d e n o d a d o s t r a b a l h a d o r e s d o palco, amantes da sua arte e
b e n e f i c i o d o c i n e m a t ó g r a f o . E senáo v e j a m o s . Enquanto na S e m a n a Santa as c o m - c o n s c i e n t e s da sua missão artística, que vôm lutando, de há muito, pela d i g n i f i c a ç ã o
panhias d r a m á t i c a s fecham as suas portas ou e x i b e m peças de sabor religioso, a da classe a que p e r t e n c e m , c o n g r e g a n d o t o d a s as energias dispersas, no intuito de
autoridade permite que as empresas c i n e m a t o g r á f i c a s c o n f e c c i o n e m q u a l q u e r pro- u m m o v i m e n t o c o l e t i v o em p r o l d a arte de representar.
grama s e m obedecer, e n t r e t a n t o , a rigor o d i s p o s i t i v o que aplicam às e m p r e s a s t e a t r a i s Refiro-me à recente f u n d a ç ã o da A c a d e m i a Dramática Brasileira, o que s o b r e m o d o
A s s i m , o ano passado, na Capital Federal, por não terem p e ç a s t e m p e r a d a - h o n r a os seus i n i c i a d o r e s , não só c o m o afirmação de vitalidade de uma classe, c o m o
mente religiosas, deixaram de trabalhar as c o m p a n h i a s constituídas dos teatros: ainda pelos variadíssimos serviços que se p r o p õ e prestar, desbravando c a m p o s ,
São José, Carlos Gomes, Palace Theatre, Pavilhão Internacional. Rio B r a n c o e C h a n - o n d e depois, c o n s e q u e n t e m e n t e , todas as sementes frutificarão. Apesar d o seu título,
tecler. dando-nos. a o c o n t r á r i o , empresas c i n e m a t o g r á f i c a s os filmes q u e lhe apare- não é a A c a d e m i a Dramática Brasileira uma a g r u p a ç ã o apenas de intelectuais ou
c e r a m , sacros ou não, c o m a devida a u t o r i z a ç ã o p o l i c i a l . T i v e m o s no Pavilhão Inter- c o n s a g r a d o s , que pretende criar d e n t r o da própria classe, u m a casta privilegiada d e
n a c i o n a l . O filho p r ó d i g o , tão sacra c o m o O c a c h o r r o da mulata, na Maison M o d e r n e , de farda luzida e chapéu de a r m i n h o , d i t a n d o leis aos seus
A mendiga, e Dois bons c o r a ç õ e s ; no Avenida. Um hora de angústia e C o r a ç ã o de colegas, c o n s i d e r a n d o - o s pequenos e insignificantes. Bem a o contrário, ele vem
m u l h e r ; no Ideal. As duas nobrezas ( c o m é d i a da N o r d i s c k ) ; no Parque Fluminense. Uma p e l o resgate de todos os t r a b a l h a d o r e s de teatro, grandes ou p e q u e n o s , c o m o um
lágrima que não se p e r d e u , A calúnia. A vida nas Índias, Destino d e v a g a b u n d o e camarada leal a q u e m t o d o s devemos saudar c o m vivo e n t u s i a s m o e p r ó d i g o a c o l h i -
Os túmulos de A n o n . Isto constituiu o programa de quinta-feira santa e. c o m o se vê. mento, c o m u n g a n d o nas suas lutas e nas suas p r ó x i m a s vitórias.
ressalta claro o a l u d i d o abuso. Por c u r i o s i d a d e eu p r ó p r i o assisti a a l g u m a s dessas
A confiança de q u e estão possuídos seus i n i c i a d o r e s suscita energias e u n i r á , por
sessões, e posso garantir que foram tão sacras q u a n t o O f a d o e o m a x i x e ou São
c e r t o , t o d o s os artistas d o p a l c o n u m c o m b a t e sem t r é g u a s á p o d r i d ã o q u e por aí
Paulo futuro notadamente a c o m é d i a da N o r d i s c k .
existe no teatro atual, c o m b a t e q u e será c o r o a d o p e l o r e s s u r g i m e n t o d e u m a arte,
Com que direito, pois, a polícia, escudada numa t r a d i ç ã o da Igreja — a secular n o b i l i t a n t e , d i g n i f i c a d a pelos seus profissionais
inimiga e c o n c o r r e n t e do teatro — proíbe os espetáculos dramáticos p e r m i t i n d o que
Propõe-se a A c a d e m i a Dramática Brasileira, s e g u n d o seu p r o g r a m a já p u b l i c a d o , " a
o ( i n e m a t ó g r a f o f u n c i o n e e x p l o r a n d o o assunto que lhe apraz? É g o l p e indigno,
lutar sem e s m o r e c i m e n t o pela máxima perfectibilidade da arte d r a m á t i c a , pela e l e -
extorsão afrontosa que a a u t o r i d a d e p r a t i c a .
v a ç ã o s u p r e m a d o teatro no B r a s i l " .
O toatro é e l e m e n t o da vida social de um povo, influencia na razão de ser das socie-
Esta única rota, por ela t r a ç a d a seria suficiente para merecer a s o l i c i t a cooperação
dades e. c o n c o m i t a n t e m e n t e fotografa o estado a d i a n t a d o da sua c i v i l i z a ç ã o . Como
d o s b o n s . dos d o u t o s , dos c o m p e t e n t e s e dos d e l i c a d o s .
Ê c e r t o q u e muitos outros variados c o m p r o m i s s o s ela assumiu, mas o que acima
Cabe ao Brasil, f l o r e s c e n t e pais d o s o l , o ú l t i m o dos lugares c o m relação a o teatro
fica prova s o b e j a m e n t e , a quantas d i f i c u l d a d e s , a q u a n t o s s a c r i f í c i o s , se i m p u s e r a m
livre. Uma ou outra peça d o género, naturalmente, se tem r e p r e s e n t a d o , mas n u n c a
v o l u n t a r i a m e n t e os seus iniciadores. É c e r t o que a A c a d e m i a espera que ninguém
se pôs em prática u m a empresa desta o r d e m , seriamente organizada e honestamente
se oculte, se esquive à necessária c o o p e r a ç ã o . A g u a r d a que t o d o s c o n c o r r a m c o m
d e s e n v o l v i d a . Seria p e l o receio d e q u e o povo não a aceitasse c o n d i g n a m e n t e ? Mas
u m a o p i n i ã o , c o m u m a ideia. Pede que venham ao seu seio, que a l v i t r e m , que d i s -
c o m o manter semelhante afirmativa, se ainda náo foi dada a e x p e r i ê n c i a ? O teatro
c u t a m , que c o n c o r r a m e n f i m , c o m uma parte d e e s f o r ç o para a realização da g r a n d e
livre, o maior de t o d o s os géneros d r a m á t i c o s , aquele a q u e meu distinto c o l e g a
tarefa. O ideal seria até que cada artista, cada escritor, cada o b r e i r o d o palco, numa
J o ã o Barbosa c h a m a : " t e a t r o p a t o l ó g i c o , p s i c o l ó g i c o ou f i s i o l ó g i c o " — tem s i d o
palavra, estudasse, s o b diversas e múltiplas formas, a sua tese. sobre este ou aquele
t e n t a d o e m a n t i d o e m todos os países onde a cultura não é um mito. Em Portugal,
p r o b l e m a teatral, a p r e s e n t a n d o à A c a d e m i a p a r a uma d i s c u s s ã o larga e salutar, d o n d e ,
fundou-se, e x c l u s i v a m e n t e por artistas e escritores d r a m á t i c o s , a C o o p e r a t i v a Teatro
a meu ver, adviria uma c o m o que " c o n s c i ê n c i a c o l e t i v a " , t o r n a n d o , ao m e s m o t e m p o
Livre, a qual p r o p o r c i o n o u duas e x t r a o r d i n á r i a s é p o c a s teatrais, u m a sob d i r e ç ã o
a A c a d e m i a D r a m á t i c a Brasileira numa e s p é c i e de c o n g r e s s o em p e r m a n e n t e elabo-
hábil de A n t ó n i o P i n h e i r o , no G i n á s i o , e outra sob a d i r e ç ã o d o t a l e n t o s o artista
ração. A s s i m e n t r a r í a m o s efetivamente em um p e r í o d o de m o v i m e n t o artístico e
A r a ú j o Pinheiro, no P r í n c i p e Real.
social, que m u i t o assustaria o d e s d é m s i l e n c i o s o da m e d i o c r i d a d e . Seja c o m o for, o
que é c e r t o , p o r é m , é que a A c a d e m i a Brasileira vai paralisar a m a r c h a dos erros que, M e d i a n t e a irrisória c o t a semanal d e c e m réis cada artista, se mantiveram g a l h a r d a -
ultimamente, no teatro, tem s i d o veloz e progressiva. T e n h a m o s c o n f i a n ç a e m nossos m e n t e estas duas c o m p a n h i a s que, não satisfeitas c o m o m a g n í f i c o impulso d i s p e n s a d o
próprios e s f o r ç o s , lutemos, p o n h a m o s de parte o p e s s i m i s m o de que t a n t o abusa- à arte d r a m á t i c a , d a v a m ainda ao povo dois espetáculos por semana absolutamente
mos, unamo-nos, fortes e c o n s c i e n t e s , e a p e r f e c t i b i l i d a d e da arte d r a m á t i c a , a ele- g r a t u i t o s . Segue-se o ter criado uma vigorosa plêiade de m o d e r n o s escritores teatra-
v a ç ã o s u p r e m a do t e a t r o no Brasil será um f a t o . listas que ali fizeram seus p r i m e i r o s ensaios. C o m a C o o p e r a t i v a Teatro Livre n a s c e -
ram Manuel Laranjeira, Bento Faria, Ramada Curto, Costa Carneiro, Bento Mantua,
C o n c o r r a m o s , e n f i m , para que os sete voluntários, iniciadores g e n e r o s o s da A D B não
S e v e r i n o de Carvalho, Mário G o l l e n , A l f r e d o França e C a m p o s Lima.
se t r a n s f o r m e m nos sete famosos alfaiates que p r e t e n d i a m matar uma a r a n h a , porque
isso nos c o b r i r i a a t o d o s nós de e x t r a o r d i n á r i o r i d í c u l o . De mãos dadas e s c r i t o r e s e artistas provaram que deve ser na c r i a ç ã o , na vida, e
(RJ, abr. 1916. R o m u a l d o F i g u e i r e d o - artista dramático) p o r t a n t o , no amor, que se deve assentar o p r i n c í p i o f e c u n d o e nobilíssimo da arte.
Pois b e m : ao Brasil, país novo. inteligente, que vai p r e p a r a n d o os seus homens e os
seus artistas, c o n v é m , mais d o que a n e n h u m outro, uma arte inspirada assim, nestes
p r i n c í p i o s , cheia de r e l â m p a g o s a u d a c i o s o s de génio, repleta da bela s e m e n t e i r a de
A ARTE DO PALCO: O TEATRO LIVRE (subtítulo: Género livre nada t e m q u e só ela é c a p a z .
de comum com teatro livre) (SP, fev. 1916. R o m u a l d o Figueiredo - artista d r a m á t i c o )
A Lanterna, 25.3.1916 — n.° 287
A ARTE DO PALCO — " A falência dos mondrongos"
Parece, à primeira vista, que pelo título deste a r r a z o a d o , vou tratar d o g é n e r o de A Lanterna. 2.9.1916 — n.° 291
teatro, c u j o s fins c o n s i s t e m em perverter os s e n t i m e n t o s populares p r o v o c a n d o adre-
de um e x c i t a m e n t o crescente d o aparelho g e n i t a l . Conta-se que n o t e m p o de G r e g ó r i o de Tours, um frade qualquer, d e nome Pedro,
Bem ao c o n t r á r i o , tratarei de demonstrar quão p r o f í c u o , quão necessária se torna a pintor de m e r e c i m e n t o , o b c e c a d o pela Semana da Paixão, pintou Jesus Cristo nu',
r e f u n d i ç ã o intelectual d o teatro e que — g é n e r o livre nada tem de c o m u m c o m o c r u c i f i c a d o n o vil m a d e i r o , deitando-se em seguida, nervosamente, a rezar. A d o r m e -
teatro livre, visto ser aquele o r e t o r n o a velhos métodos e processos estafados, e este ceu. Mal fechara os o l h o s , viu Cristo que lhe dizia z a n g a d o : " Q u e fizeste, P e d r o ? Náo
pressupor um p r i n c i p i o f i l o s ó f i c o e m que se apoia uma nova c o n c r e t i z a ç ã o das mais me pintes. Ouve m i n h a q u e i x a . Náo continues a obra. Embora ela seja de amor,
a s p i r a ç õ e s dos povos. nem s e m p r e o a m o r obra b e m " .
Repetidamente tenho visto a n u n c i a d o por ai tal ou qual peça com a extravagante A s s i m que Jesus d e s a p a r e c e u , o p o b r e frade, primeiro pintor d e Cristo, correu ao seu
declaração: "género livre". trabalho e d e s p e d a ç o u - o .
O p ú b l i c o menos culto, vendo amanhã o a n ú n c i o de qualquer o b r a d r a m á t i c a do Depois disso diversos pintores t e i m a r a m em pintar Jesus. Ele, p o r é m , n u n c a mais
teatro livre c o n f u n d i r á , f a c i l m e n t e , uma coisa c o m a outra, e, a s s i m , n e c e s s á r i o se a p a r e c e u para pedir que não lhe fizessem o retrato. O motivo de Jesus Cristo não
torna, desde já, asseverar que g é n e r o livre c o n s t i t u i : n e g a ç ã o a b s o l u t a de arte, visto ter intervindo mais nos autores da sua i m a g e m é ignorado. Mas deve ser o mesmo,
brigar c o m a sua missão, que hoje tem de ser fatalmente o reflexo da vida moderna, c r e i o b e m , que o leva a não intervir t o d o s os anos na atroz f l a g e l a ç ã o d e uni
das suas t e n d ê n c i a s e das suas aspirações. sórdido negócio.
A c o n d i ç ã o essencial da arte é o sentimento — n i n g u é m o nega. Mas s e n t i m e n t o não Refiro-me às representações dos Mártires e dos Cristos pela Semana Santa.
i m p l i c a dissolvência, e, assim, a arte não c o n s t i t u i u m p a s s a t e m p o para matar o c i o - Não t e n d o Cristo v o l t a d o a pedir m i s e r i c ó r d i a aos pintores, c o r a g e m lhe faltou para
sidades. mas uma parte de r e j u v e n e s c i m e n t o m o r a l , uma g l o r i o s a e x p a n s ã o da vida, solicitar aos atores.
c o m o entendia G u e j o n , e, m u i t o p r i n c i p a l m e n t e , u m i n s t r u m e n t o de r e i v i n d i c a ç ã o
O Cristo m a g r o , g o r d o , b r a n c o , m o r e n o , forte, d é b i l , belo, a m a r g u r a d o , castanho,
s o c i a l , a t i ç a n d o — c o m o diz Manuel Ribeiro — essa c h a m a de revolta que a r d e e m -
louro, alto, baixo, q u e todos os anos surge pela Semana Santa, uma c a v a ç ã o pavo-
btlXO, nas camadas proletárias e ameaça atingir os altos cumes da s o c i e d a d e . O h ! . . .
rosa longamente preparada pelos mais pífios cenógrafos e b o r r a - b r o c h a s , p i n t a d o de
mas o p a l c o não é uma t r i b u n a ! . . . a r g u m e n t a m daí. diferentes f o r m a s , à porta dos c i n e m a s e dos teatros, ao m e s m o t e m p o que ima-
A poesia social tem o seu f u n d a m e n t o moral — e s c l a r e c e u B l o n q u e r o u — e o dever de g e o g r a f a d o nos p r o g r a m a s e j o r n a i s .
t o d o aquele que se preza c o m o artista é e n g r a n d e c e r a alma d e seus i r m ã o s ; c r i a n d o - Famintos, ansiosos, os atores, no Rio, a g u a r d a m a S e m a n a Santa confiantes de
Ihes uma c o n s c i ê n c i a p r o f u n d a dos seus deveres s o c i a i s . E náo v e n h a m dizer que q u e O Mártir d o Calvário lhes p e r d o e t o d o s os p e c a d o s e t o d a s a s . . . dívidas do
a i t e p e i d e e m beleza. Innorantes serão aqueles que o a f a m e m . O teatro livre, o ano. Surge a esperançosa Semana da Paixão, e c o m ela o t i r o .
• l i . . o d e teatro d a s ideias, constitui hoie a m;.is ' e c u n d n fonte de beleza e aspiração
Em t é c n i c a teatral chama-se tiro ao q u e , e m política, se c o n v e n c i o n o u chamar cava-
p a i a o-, . - • . p i n t o s F a paixão do belo, o culto pela natureza-mater s u p r e m o de vida |
ção. Em boa l i n g u a g e m , p o d e r e m o s , pois, c h a m a r - l h e agora d i v i n o tiro, visto que no
i i i n i i i p a l p i t a n d o na e m p o l g a n t e harmonia d f t l c o i s a s
c a s o tem sua s i m b o l o g i a o Divino Rabi da Galileia.
0 que ò certo é que este ano, ou por e x c e s s o de Cristos e mártires, ou porque o
A dança, hoje e m dia, bate o r e c o r d e da i m o r a l i d a d e , atinge o apogeu da loucura
Redentor se r e c o r d o u d o Frade Pedro do t e m p o de G r e g ó r i o de Tours. o Divino tiro
e do crime.
foi um tiro p r o f a n o que d i s p a r o u pela culatra.
As sociedades d a n ç a n t e s e os clubes de foot-ball pululam nos bairros suburbanos,
Aliás, náo ó de estranhar, se atendermos à q u a n t i d a d e de mártires que este ano
onde é grande a p o p u l a ç ã o proletária.
surgiu no teatro brasileiro. E de todas as escolas e raças diversas. ( . . . )
Disse um abalizado moralista que " a d a n ç a é a porta da p r o s t i t u i ç ã o " , pois que a
B o m p r e n ú n c i o ! O j e j u m , prática m u i t o agradável à divindade, é muito a n t i g o , obser-
legião de raparigas que c o n c o r r e aos bailes se c o r r o m p e e perverte.
vando-se |á entre os g r e g o s e romanos em honra de Ceres e Mitra. Diz-se t a m b é m
que Moisés e o Profeta Elias jejuaram quarenta dias, o m e s m o t e n d o feito Jesus Na verdade, a l é m de c a u s a d o r a da d e s g r a ç a de tantas raparigas, a d a n ç a ó t a m b é m
Cristo que, náo q u e r e n d o ficar para trás. t a m b é m n o deserto j e j u o u quarenta dias. c o r r u p t o r a de numerosos r a p a z e s . . .
Ou por rigorosa devoção, ou por m o r t i f i c a ç ã o h a b i t u a l , o ator, entre nós, guarda O foot-ball atrai, i g u a l m e n t e , milhares de rapazes que se e x e r c i t a m no funesto jogo
abstinência quase absoluta durante c ano. c o m um selvagismo atroz.
É j u s t a m e n t e na Paixão, q u a n d o os c a t ó l i c o s se f l a g e l a m , c o m o solene j e j u m , que os E esses rapazes, i n c o n s c i e n t e s e d e s p r e o c u p a d o s , de nada se a r r e c e i a m : por isto
artistas d r a m á t i c o s , auxiliados p e l o Mártir d o C a l v á r i o , p r e p a r a m o seu e s t ô m a g o q u e b r a m as pernas e os braços, estragam o aparelho digestivo, afetam os p u l m õ e s ,
para e n c h e r e a t o u c i n h a r . Parece uma a b e r r a ç ã o , mas é assim m e s m o . Falhando se a r r u i n a m , e n f i m , para t o d o o sempre.
pois, este ano, o divino tiro, o j e j u m é quase a b s o l u t o .
O foot-ball é uma diversão violenta. A l é m de produzir o mal físico, produz t a m b é m
Será isto a falência de Jesus Cristo c o m o o n i p o t e n t e ? Não. É a f a l ê n c i a dos m o n - o mal moral. Em certas ocasiões, no fervor d o jogo, um s i m p l e s gol basta a originar
drongos. contendas, onde não raras vezes há feridos.
A figura lendária que há 1916 anos nos persegue tem e n c o n t r a d o , para a sua inter- Mais úteis à h u m a n i d a d e e a si próprios seriam esses rapazes se, em lugar de se
p r e t a ç ã o no t a b l a d o c é n i c o , uma infinidade e n o r m e de m o n d r o n g o s q u e . nem de o c u p a r e m de semelhantes passatempos, ingressassem antes nos Sindicatos e nas
leitura se p r e o c u p a m c o m o filho d o carpinteiro. Ligas O p e r á r i a s , a fim d e p o d e r e m enfrentar o v i l i s s i m o patronato.
Não foi Cristo, não foi a sua religião, não foi o c a t o l i c i s m o que f a l i u . Mais prestimosos à causa da e m a n c i p a ç ã o e da f r a t e r n i d a d e se revelariam t o d o s
As grandes forças v e r d a d e i r a m e n t e ativas. c o m o a verdade e a c i ê n c i a , pela própria esses amantes da orgia e aa boémia se. em vez de c o n c o r r e r e m diariamente aos
lei do progresso, de há muito que t u d o isso a n i q u i l a r a m . e n s a i o s de d a n ç a e aos treinos da bola. afluíssem às e s c o l a s e frequentassem as
A falência operada foi a dos m o n d r o n g o s , foi a de uma arte de m o n d r o n g o s q u e , bibliotecas e m busca de c o n h e c i m e n t o s de r e c o n h e c i d a utilidade.
I n c o n s c i e n t e s da sua missão artística, a g u a r d a m u m a q u a d r a d o ano para, na e x p l o - Que se associe, pois, e c o n o m i c a m e n t e , a juventude ora transviada pelos meios espor-
ração d a i g n o r â n c i a pública e de um sentimento s i n c e r o , mas c o n d e n á v e l c o m o entrave tivos. Só assim evitará de rolar, c o m o uma bola, para o a b i s m o . . .
à e v o l u ç ã o de justas a s p i r a ç õ e s e x t o r q u i r e m , sem mais esforço, as migalhas a u m
p ú b l i c o indiferente. (Sejo Costa)
Mas nós sabemos agora que achar j u r í d i c o s ou não os a s p e c t o s da luta pela liber- (Adélio)
dade é o m e s m o que julgar o m o v i m e n t o com o critério do b i c h o - d o - p é .
São homens cultos esses que assim d e g r a d a m a inteligência humana. Há uma revolta
pela fome. há uma revolução contra injustiça, há uma sociedade nova em face de A Plebe, 25.9.1920 — n.° 83
outra em d i s s o l u ç ã o . Isso t u d o só aparece a certa gente uma questão de t e r m o s . Do
mesmo m o d o que o pilantra do Alvear pergunta a t u d o se é elegante, e q u e o j o g a d o r NENO V A S C O
indaga " i s s o dá s o r t e ? " sem mais se o c u p a r e m se o m u n d o gira ou não em torno
M o r r e u Neno V a s c o !
de seu eixo, os sinistros o r g a n i z a d o r e s da defesa social interrogam no furor da
peleja: " i s s o é j u r í d i c o ? " Eis a notícia que acaba de transmitir o telégrafo, lacónica e indiferentemente, e m trôs
linhas apenas, e a i n d a assim m e n t i n d o no q u e diz respeito ao s u b l i m e ideal de q u e
Compreende-se que uma s o c i e d a d e que faz repousar todas as suas esperanças e m o nosso inestimável c o m p a n h e i r o foi s e m p r e não só um a r d o r o s o e a b n e g a d o pro-
Rui Barbosa, em Bernardes, em Alfredos Pintos, e e m outros cafajestes intelectuais, pagandista, mas t a m b é m um dos mais belos e admiráveis e x p o e n t e s no t e r r e n o da
é uma sociedade que agoniza e que se d e c o m p õ e . literatura e do j o r n a l i s m o revolucionário.
O j u r i d i c o é o critério final das causas p e r d i d a s . Não há nada j u r í d i c o no infinito das A o c o n t r á r i o , pois, d o que telegraficamente se leu no jornal O Estado de São Paulo,
formas e dos seres A p e n a s para os cafajestes intelectuais a vida se reduz e se es- Neno não era, nem f o r a , a p o l o g i s t a d o sistema r e p u b l i c a n o , mas sim genuína e s i n -
treita a esse aspecto e s t r á b i c o e vilão. ceramente anarquista, cujas c o n v i c ç õ e s e propósitos se patenteavam s e m p r e c o m
Nós não c a i r e m o s mais nas e m b o s c a d a s que esses c a p o e i r a s nos p r e p a r a m e onde g a l h a r d i a e i n t e l i g ê n c i a no decorrer de sua plácida e trabalhosa vida, quer c o m o
já t o m b a r a m tantas e tantas vitimas de leal e nobre fé. A batalha se a p r o x i m a áspera, p r o p a g a n d i s t a dos mesmos p r i n c í p i o s , quer c o m o pai. e s p o s o e filho, de que foi
longa e rude, e é no ardor dessa peleja que a p r e n d e m o s a lutar evitando as rasteiras s e m p r e , na família, u m dos mais belos e x e m p l o s de ternura e a m o r ; quer, f i n a l m e n t e ,
e os embustes. c o m o i n d i v í d u o c u j a moral e inteligência, a par de uma sólida cultura c i e n t i f i c a ,
realçavam-lhe a f e i ç ã o gentil e extremamente delicada e cativante de suas maneiras,
Náo é mais possível anular a luta e desvirtuá-la nas águas-furtadas ou p o r õ e s d o
t o r n a n d o - o não só a d m i r a d o de todos os seus amigos e c o m p a n h e i r o s de luta, c o m o
c r i t é r i o j u r í d i c o , que é o a l ç a p ã o adrede p r o p a r a d o para tragar g l a d i a d o r e s da arena
de seus próprios adversários . .
aberta da a n a r q u i a .
A lei, feita pelo ladrão, e a justiça paga pelo s i c á r i o são enredos e m que eles se ( . . . )
m e t e m uns aos outros. Não é por essa lei nem essa justiça que nós nos arremessa-
A s s i m foi que, aqui e m São Paulo, c o m o em Portugal, terra d o seu nascimento,
m o s ao c o m b a t e . O j u r i d i c o é a ciência onde eles se afogam e d e n t r o da qual racio-
soube ele i m p r i m i r a v i r i l i d a d e do seu t a l e n t o de escol na obra de propaganda eman-
cinam c o m o vermes.
cipadora do proletariado.
A anarquia não cria d i r e i t o s novos, ela d e s t r ó i os v e l h o s , e não mais haverá relações
jurídicas entre os homens que aspiram cultivar as relações humanas ( . . . )
1. PAPÉIS IMPRESSOS
1.1 Livros
2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS
2 4 Entrevistas
A Lanterna: 1901-1903-1905-1909-1910-1911-1912
1913-1914-1915-1916 (3)
O Amigo do Povo: 1902-1903-1904 (4) " O teatro católico". João Eduardo. A Lanterna,
La Battaglia: 1904-1905-1906-1907-1908-1909-1910- 16.6.1914 (29)
1911-1912-1913 (5) " A Escola Moderna de São Paulo". Anon. A Lan-
O Livre Pensador: 1904-1905 (6) terna, 11.9.1915 (30)
O Chapeleiro: 1905-1918 (7) " O Teatro e a Igreja". Romualdo Figueiredo. A Lan-
terna, 28.2.1916 (31)
A Terra Livre: 1905-1906-1907-1908-1910 (8)
" A arte do palco: o teatro l i v r e " . Romualdo Figuei-
A Luta Proletária: 1908 (9)
redo. A Lanterna, 25.3.1916 (32)
A Plebe: 1917-1919-1920-1921 -1922-1923-1924-1927-
" A arte do palco: uma iniciativa". Romualdo Fi-
1932-1933-1934-1935-1947-1948-1949-1952 (10) gueiredo. A Lanterna, 15.4.1916 (33)
Alba Rossa: 1919-1920 (11) "Teatro do povo". Cristiano de Carvalho. Novo
Novo Rumo: 1906-1907 (12) Rumo, 19.9.1906 (34)
O Trabalhador Vidreiro: 1931 (13) " A arte do palco: falência dos mondrongos". Ro-
O Trabalhador: 1932-1933 (14) mualdo Figueiredo. A Lanterna, 2.9.1916 (35)
O Socialista: 1933 (15) "Registro de uma peça: 'Floreai'". A Terra Livre,
O Trabalhador Padeiro: 1935 (16) 13.6.1906 (36)
Dealbar: 1967 (17) "Registro de uma peça: 'Os Esmagados'" (37)
" O baile". Lucifero. A Terra Livre, 5.2.1907 (38)
" A r t e e revolução". Neno Vasco. A Plebe,
2.4 Notícias revistas
6.11.1920 (39)
" A dança e o f u t e b o l " . S. Costa. A Plebe,
Kultur: 1904 (18) 30.10.1917 (40)
A Aurora: 1905 (19) "Balancete de uma festa operária". A Terra Livre,
A Vida: 1914 . (20) 1 .6.1907
0 (41)
II Pasquino Coloniale: 1920 (21) "Cafajestes intelectuais". Domingos Ribeiro Fi-
lho. A Plebe, 23.8.1919 (42)
Renovação: 1921 (22)
"Em São Paulo fecham-se as escolas modernas".
Adélio. Spartacus, 29.11.1919 (43)
2 4 Crítica teatral jornais
" O Dever". José Rizol. A Plebe, 17-18.10.1903 (25) 2.10 Centro de Cultura Social (Bases de Acordo) (1)
"Teseu". R. F. A Plebe, 18.8.1934 (26) Grupo Dramático Teatro Social (Bases de Acordo) (2)
"Primeiro de M a i o " . Novo Rumo, 22.11.1907 (27)
2.10 Textos
" A Insensata". Texto teatral de Pedro Catallo (15) 4.1 Xerox volantes
" A Bandeira Proletária". Texto teatral de Marino " O s M o r t o s " . Anúncio/Programa — CCS (45)
Spagnolo (16)
" U m a Mulher Diferente". Anúncio/Programa
"Leão X. o Celerado". João de Medicis. Texto
— CCS (46)
teatral de A. de Andrade e Silva (17)
" T a b u " . Festival Artístico. Anúncio/Programa —
"Pedra que Rola". Texto teatral de José Oiticica (18)
CCS (47)
"Quem os Salva". Texto teatral de José Oiticica (19)
" O Poder das A l m a s " , pelo CCS (48)
" A z a l a m " . Texto teatral de José Oiticica (20)
CCS — divulgação abertura Teatro de Ensaio (49)
" A Casa dos M i l a g r e s " . Tradução de Pedro Catallo (21)
"Pense A l t o " . Anúncio/Programa — CCS (50)
"Os M o r t o s " . Florêncio Sanchez (22)
" A Sombra". Grandioso baile familiar — CCS (51)
"II Diritto di A m a r e " . Texto teatral de Max Nordau (23)
" A Sombra". Anúncio/Programa — CCS (52)
"Electra". Texto teatral de Perez Galdós (24)
" C i c l o n e " . Anúncio/Programa — CCS (53)
"La Via d U s c i t a " . Texto teatral de Vera Starkoff (25)
" A Insensata". Anúncio/Programa (54)
"II Maestro". Texto teatral de R. Rouselle (26)
" T a b u " . Anúncio/Programa (55)
"Responsabilità". Texto teatral de Jean Grave (27)
"Nossos Filhos" (56)
"Una Commedia Sociale". Texto teatral de C.
Grande Festival Proletário — Salão Celso Garcia (57)
Malato (28)
Confraternização — 1.° de Maio — Itaim (58) "Juego de Ninos". pelo Grupo Ibéria (89)
Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas (59) "Pense A l t o " , pelo CCS (90)
"É Prohibido Suicidarse en Primavera", pelo
Grupo Ibéria (91)
4.1 Xerox convites
" O Maluco da Avenida", pelo CCS (92)
Grandioso festival artístico — CCS (60) " O que Eles Q u e r e m " , pelo CCS (93)
Grandioso festival artístico — CCS (61) " M o r e n a Clara", pelo Grupo Ibéria (94)
Grandioso festival artístico — CCS (62) Exposição inaugural do Laboratório de Ensaio (95)
Grandioso festival artístico — CCS (63) Programação do Laboratório de Ensaio (96)
"Pense A l t o " , pelo grupo teatral do CCS (64) "Deus lhe Pague", pelo CCS (97)
Grandioso festival artístico (65) " O Vagabundo", pelo grupo da União dos
Grandioso festival artístico (66) Operários em fábricas de tecidos (98)
" F e i t i ç o " , pelo grupo teatral do CCS (67)
Grandioso festival artístico — CCS (68) 4.1 Xerox correspondência
Grandiosa festa (69)
Grandioso festival artístico — CCS (70) Carta ao prefeito solicitando o Cine-Teatro
Grandioso festival artístico — CCS (71) Oberdan para o CCS (99)
Espetáculo teatral, pelo CCS (72) Carta ao prefeito solicitando o Teatro Colombo,
para o CCS (100)
Espetáculo teatral pelo CCS (73)
Grandioso festival artístico — CCS (74)
4.1 Xerox críticas e reportagens
Festival comemorativo: 1886-1948 (75)
Festival comemorativo ap 1.° de Maio, Centro de Cultura Social. Pedro Catallo
prom. CCS (76) " O Libertário", junho-julho, 1963 (10)
Festival Hispano-Americano (77) "Teatro Social em São Paulo". Ação Direta.
Festival artístico (78) 1958 — set. (102)
Festival artístico (79) Festival Artístico do Centro de Cultura Social.
A Plebe, 1.°.10.1957 (103)
5.1 A Cassettes
1 PAPÉIS IMPRESSOS
1.1 Livros
1 3A Volantes
1.6 Cartazes
Circo — Luta-livre (D
Circo. Apresentação de cantora (2) Geraldo Del Rey (ator "Lição de Anatomia") (16)
Circo. Tónico e Tinoco (3) Glauco Mirko Laurelli (produtor "Lição de
Circo. Tónico e Tinoco (4) Anatomia") (17)
Circo. Apresentação Niltinho e Valdeci (5) Imara Reis (atriz "Lição de Anatomia") (18)
Propaganda empregos/venda material de circo (6) Antônio Abujamra (diretor " M u r o de A r r i m o " ) (19)
Propaganda empregos/venda material de circo (7) Antônio Fagundes (ator " M u r o de A r r i m o " ) (20)
Propaganda empregos/venda material de circo (8) Carlos Queiroz Telles (autor " M u r o de A r r i m o " ) (21)
Propaganda empregos/venda material de circo (9) Odavlas Petti (diretor "Rocky Horror Show") (22)
"Absurda Pessoa" — espetáculo teatral (10) Paulo Villaça (ator "Rocky Horror Show") (23)
" A i de t i , Mata H a r i " — espetáculo teatral (11) Irene Ravache (atriz "Roda Cor de Roda") (24)
"Lição de A n a t o m i a " — espetáculo teatral (12) João José Pompeo (ator "Roda Cor de Roda") (25)
" M u r o de A r r i m o " — espetáculo teatral (13) Leilah Assunção (autor "Roda Cor de Roda") (26)
Lilian Lemmertz (atriz "Roda Cor de Roda") (27)
1 8 Outros
Luiz Antônio M. Correa (diretor "Simbad") (28)
"Absurda Pessoa" (1)
"Lição de A n a t o m i a " (2)
2.8 Roteiros
" M u r o de A r r i m o " (3)
"Rocky Horror Show" (4)
"Simbad. o M a r u j o " (D
"Roda Cor de Roda" (5)
Circo do Chiquinho (conjunto) (4) Regulamento para uma escola de circo (projeto) (5)
Circo Paulistão (conjunto) (5)
Francisco Perez (Chiquinho) (6) 4 PAPÉIS REPRODUÇÕES
João Salvador Perez (Tónico) (7)
Lenine Tavares (produtor "Absurda Pessoa") (8) 4 1 Xerox
Dirceu Camargo (iluminador "Lição de Anatomia") (15) " A i de ti Mata H a r i " — croquis cenário (5)
" A i de ti Mata H a r i " — texto teatral do grupo " A n t ó n i o Fagundes retorna" Diário de São Paulo,
"Absurda Pessoa" — texto teatral de Alan 25.11.75 ( " M u r o de A r r i m o " )
Ayckbourn "Este é o prólogo". Sábato Magaldi. Jornal da
Tarde, 26 11.75 ( " M u r o de A r r i m o " )
"Lição de Anatomia" — roteiro de Carlos Mathus
" M u r o de A r r i m o ' um excelente espetáculo", s / d
"Roda Cor de Roda" — texto teatral de Leilah 27.11.75
Assunção
"Operário no palco". Jefferson Del Rios. Folha
"Simbad, o M a r u j o " (I) — roteiro Grupo Pão e de São Paulo, 29 11 75
Circo
" O operário Antônio Fagundes". Hilton Viana
"Simbad. o M a r u j o " (II) — roteiro Grupo Pão e Diário de São Paulo, 30.11.75
Circo
"Fagundes, galã de mãos ásperas". Maria Amália
Rocha Lopes. Jornal da Tarde, 9.1.76 ( " M u r o " )
Xerox críticas e reportagens "Elias não aguenta mais derrubar o muro". Jornal
da Tarde, 31 1.76 ( " M u r o de A r r i m o " )
A crítica aos críticos, por Renato e Esther. Regina
Penteado. Folha Ilustrada. 14 11.75 ("Absurda") "Esse texto, você só pode ouvir'.' Jornal da Tarde,
16.5.75 ("Roda Cor de Roda")
'Sábato responde". Sábato Magaldi Folha de SP.
21.11.75 ( ' A b s u r d a " ) "Leilah, o mais forte personagem de Leilah". Regi-
na Penteado. Folha Ilustrada, 15.10.75. ("Roda")
"Grau superior". J. A. Flecha Veja, 24.12.75
("Ai de t i " ) "Leilah, apresenta". Jornal da Tarde, 15 10.75
("Roda")
" U m torneio de bons desempenhos". S. Magaldi
Jornal da Tarde s / d ("Al de t i " ) " N o teorema de Leilah". Sábato Magaldi. Jornal da
Tarde, 17.10.75 ("Roda Cor de Roda")
"Arquétipos do cotidiano' Jornal da Tarde, 10.
"Trabalho que pode representar". Mariângela. A.
10.75 ("Lição de A n a t o m i a ' )
Lima. O Estado de S. Paulo, 18.10.75 ("Roda")
"Uma boa peça p r e s a ' . S. Magaldi. Jornal da "Duas ótimas atrizes". Edmar Pereira. O Estado
Tarde, 14.10.75 de S. Paulo, 6.11.75 ("Roda Cor de Roda")
" A t o r e s . os únicos que se salvam". Ilka Zanotto. "Agora só se fala nela". Regina Penteado. Folha
O Estado de S. Paulo. 15 10.75 ("Lição de Ana- Ilustrada, 7.11.75 ("Roda Cor de Roda")
tomia")
" L e i l a h " . Marta Góes. Aqui, 20 a 26.11.75 ("Roda")
" A crónica que não consegui escrever. . . " Igna- "Superficial e gratuito". Mariângela A. Lima. O Es-
cio Loyola Brandão s / d ("Lição de Anatomia") tado de S. Paulo, 30.9.76 ("Rocky Horror Show")
"Lição de Anatomia". Hilton Viana. Diário de São " O Rock-horror no palco". Sábato Magaldi. Jornal
Paulo, 19.10.75 ("Lição de Anatomia") da Tarde, 7.10.75 ("Rocky Horror Show")
"Lição de Anatomia". Diário de S. Paulo, 1.°. 11.75 " U m a bem-sucedida alquimia". Ezequiel Neves.
("Lição de Anatomia") Jornal da Tarde, 10.10.75 ("Rocky Horror S h o w " )
"Desce o pano". Kleber Afonso. Última Hora, "Rock sem horror e show". Jefferson Del Rios.
9.1.76 Folha de S. Paulo, 10.10.75 ("Rocky")
" N o palco, uma trágica reportagem". Jornal da "Paulo Villaça: Minha carreira". Carlos A. Gou-
Tarde, 21.11.75 ("Muro de A r r i m o " ) vea. Folha, 23 10.75
"Jogo de seleção inspira monólogo" O Estado "Pão e circo, alegria e agressão". Lena Frias,
de S. Paulo. 21.11.75 ("Muro de A r r i m o " ) Jornal do Brasil, 15.10.75 ("Simbad. o Marujo")
"Na simplicidade, a força"' Ilka Zanotto. O Es- " G r u p o Pão e Circo volta hoje". Hilton Viana.
tado de S. Paulo, 25.11.75 ("Muro de A r r i m o " ) Diário de São Paulo. 2 2 . 1 1 7 5
" A s aventuras de um marinheiro famoso" Folha Bastidores — " M u r o de A r r i m o " (850/853J
de São Paulo, 2.12.75 ("Simbad, o Marujo") (48) "Rocky Horror Show" — espetáculo (854/942)
"'Simbad', um retrato do teatro brasileiro ". Clóvis
Público — "Rocky Horror Show" (943/951)
Garcia. O Estado de S. Paulo, 7.12.75 (49)
"Roda Cor de Roda" — espetáculo (952/988)
"Talento e beleza plástica". Sábato Magaldi. Jor-
nal da Tarde, 10.12.75 ("Simbad, o Marujo") (50) Bastidores — "Roda Cor de Roda" (989/992)
"Simbad, o M a r u j o " . Jairo A. Flecha. Veja, "Simbad. o M a r u j o " — espetáculo (993/1087)
24.12.75 ("Simbad. o Marujo") (51) Público — "Simbad, o M a r u j o " (1088/1092)
" A t r i z e s abandonam Simbad'". O Estado de S. Bastidores — "Simbad, o M a r u j o " (1093/1108)
Paulo s / d ("Simbad. o Marujo") (52)
"SNT poderá punir os três artistas". O Estado de
S. Paulo, s / d ("Simbad. o Marujo") (53) 5 AUDIO
"Atores de Simbad' dão suas explicações". Última
5. I A Cassettes
Hora, 10 e 11.1.76 (54)
Circo American (entrevista conj.) (D
4.1 Xerox artigos Circo Bandeirantes (entrevista Chico Biruta
e Gazola) (2)
"Teatro pode ser (já é) um bom negócio". Mer- Circo do Carlito (Carlito/conj.) (3)
cabo Global, s / d (55) Circo do Carlito (entrevista conj.) (4)
" O teatro popular rural: Circo-Teatro". José Cláu- Circo do Carlito (entrevista conj.) (5)
dio Barriguelli. Debate e Crítica, n. 3 (56) Circo do Carlito (entrevista conj.) (6)
Circo Paulistão (entrevista conj.) (7)
Francisco Perez (Chiquinho — entrevista) (8)
4.6 Ampliações fotográficas
João Salvador Perez (Tónico — entrevista) (9)
Lourdes Leal (atriz/entrevista) (10)
" O Céu Uniu Dois Corações" — Circo do Carlito (1/48)
" O Rei dos Ladrões" — Circo do Carlito (49/69) Ponto Chie (vários/entrevista) (11)
" M a c o n h a " — Circo do Carlito (70/132) Ponto Chie (vários/entrevista) (12)
"Três Almas para Deus" — Circo do Carlito (133/174) "O Céu Uniu Dois Corações" (trechos peça) (13)
Bastidores, público, baleiros — Circo do Carlito (175/269)
" O Rei dos Ladrões" (trechos peça) (14)
Picadeiro — Circo Paulistão (270/297) "Três Almas para Deus" (trechos peça) (15)
Caravanas, crianças — Circo Paulistão (298/446) "Maconha" (trechos peça) (16)
Ponto Chie — local de encontro dos artistas " O Casamento de Chico Biruta" (trechos peça) (17)
de circo (447/592) Espetáculo Circo Jóia (trechos) (18)
"Absurda Pessoa" — atores, público, espetáculo (593/717) " A Marca da Ferradura" (trechos peça) (19)
Público — "Absurda Pessoa" (718/721) índia — show — trechos (20)
Bastidores — "Absurda Pessoa" (722/728) Circo Paulistão — espetáculo (21)
" A i de t i , Mata H a r i " — espetáculo (729/765) "Lição de A n a t o m i a " — peça (22)
Bastidores — " A i de t i . Mata H a r i " (766/769) Lenine Tavares (empresário/entrevista) (23)
"Lição de A n a t o m i a " — espetáculo (770/779) Márcia Real (atriz/entrevista) (24)
" M u r o de A r r i m o " — espetáculo (780/847) (25)
Miriam Mehler (atriz/entrevista)
Público — "Muro de A r r i m o " (848/849)
Royai Bexigas Company (26)
6. VISUAL
Royai Bexigas Company (elenco/entrevista) (27)
6.1 A Negativos — 35mm (1/1.108)
Naum A. Souza (cenógrafo/entrevista) (28)
Idem 4 . 6
Paulo Herculano (músico/entrevista) (29)
Silnei Siqueira (diretor/entrevista) (30) 6.4A Diapositivos — 35mm
Cacilda Lanuza (atriz/entrevista) (31)
" O Casamento do Chico Biruta" — espetáculo (1/59)
Dirceu Camargo (iluminador/entrevista) (32)
Circo Bandeirantes — aspectos (60/65)
Geraldo Del Rey (ator/entrevista) (33)
" O Céu Uniu Dois Corações" — espetáculo (66/87)
Glauco Mirko Laurelli (empresário/entrevista) (34)
" A Paixão de C r i s t o " — espetáculo (88/182)
Imara Reis (atriz/entrevista) (35)
Público (Circo do Carlito) (183/188)
Antônio Abujamra (diretor/entrevista) (36)
Circo Jóia — show (189/202)
Antônio Fagundes (ator/entrevista) (37)
Público (Circo Jóia) (203/211)
Carlos Queiroz Telles (autor/entrevista) (38)
Circo Paulistão — aspectos (212/214)
Angela Rodrigues (atriz/entrevista) (39)
Crianças (Circo Paulistão) (215/247)
Odavlas Petti (diretor/entrevista) (40)
Paulo Villaça (ator/entrevista) (41) Ponto Chie (248/250)
"Absurda Pessoa" (espetáculo) (251/275)
Irene Ravache (atriz/entrevista) (42)
J. J. Pompeo (ator/entrevista) (43) " M u r o de A r r i m o " (espetáculo) (276/295)
Luiz Antônio Martinez Correa (diretor/entrevista) (46) "Simbad, o M a r u j o " (espetáculo) (340/348)
6. 7A Filmes — Super-8
IH.,
PESOUISA CORPO DE BAILE MUNICIPAL Programa. 26 11 70 ("Galaah") (17)
Programa, s / d ("Galaah") (18)
Supervisoras da Área: MARIA THEREZA VARGAS (até março 1978) /
RENI CHAVES CARDOSO (a partir março 1978) Programa. 10.7.71 ("Lago dos cisnes", "Diverti-
mento". " N o i t e de Valpurgis") (19)
Pesquisador: LINNEU DIAS Programa. 3 1 . 7 . 7 1 ("Lago dos cisnes". " A bem-
amada". " I n m e m o r i a m " . " N o i t e de Valpurgis") (20)
Data: setembro 1976 a julho 1977
Programa. 22 8.71 ("Les sylphides", Ópera: O
Objetivos: Determinar os motivos que levaram a Prefeitura Municipal a maestro de Capela, " I n memoriam") (21)
agir nesse setor cultural, quais as molas iniciais dessa ação, como se Programa, 21.10.71 (Ópera: O elixir de amor) (22)
desenvolveu o processo e qual sua situação presente. Estudo e organi-
zação da entidade; dificuldades e problemas. Programa. 8.11.71 (Ópera: O elixir de amor) (23)
Programa, 18.11.71 ("O maestro de Capela", " I n
4 PAPÉIS REPRODUÇÕES m e m o r i a m " , " O telefone") (24)
Programa, 20.11.71 ("O maestro de Capela". " I n
4.1 Xerox memoriam") (25)
Programa, 3.12.71 ("Diagrama". "Grand pas-de-
Programa. 7 . 4 . 6 9 ("Les sylphides", " C o p p e l i a " , deux", "Coppelia") (26)
"Maracatu") (1) Programa, 11.3.72 ("Serenata", "Adágio da rosa",
Programa, 23.5.69 ("Les sylphides'", " C o p p e l i a " , "Alegria e glória de um povo") (27)
"Maracatu") (2) Programa. 1 0 . 3 . 7 2 . ("Serenata', "Adágio da rosa",
Programa, 25.5.69 ("Les sylphides", " C o p p e l i a " , " A l e g r i a e glória de um povo") (28)
"Maracatu") (3) Programa, 12.3.72 ("Serenata ", "Adágio da rosa",
Programa. 16.11.69 ("Lago dos cisnes", " D i v e r t i - "Alegria e glória de um povo") (29)
mento". " N o i t e de Valpurgis") (4) Programa. 24.9.72 ("II guarani") (30)
Programa, 18.11.69 ("Lago dos cisnes", " D i v e r t i - Programa. 29.9.72 ("Diagrama ". " I n m e m o r i a m " ,
mento", " N o i t e de Valpurgis") (5)
" O milagre") (31)
Programa, 25.11.69 ("Lago dos cisnes". " D i v e r t i - Programa, 1.°. 10.72 ( " D i a g r a m a ' . " I n m e m o r i a m " ,
mento". " N o i t e de Valpurgis") (6) " O milagre") (32)
Programa, 14.12.69 ("Serenata". " I n m e m o r i a m " , Programa, 2 2 . 7 . 7 3 ("Les sylphides", " I n memo-
"Danças indígenas") (7) r i a m " . " N o i t e de Valpurgis") (33)
Programa, 21.3.70 ("Carmina burana") (8) Programa, 9 . 9 . 7 3 ("Poesia dos deuses", " A d a g e " ,
"Ifé") (34)
Programa, 2 0 . 3 . 7 0 ("Carmina burana") (9)
Programa. 2 2 . 3 . 7 0 ("Carmina burana") (10)
4.6 Ampliações fotográficas ( 1 8 x 2 4 )
Programa, 13.4.70 (Primeiro encontro dos Parques
Infantis, "Les sylphides", " I n m e m o r i a m " , "Dan- "As sílfides" (1/20)
ças indígenas") (11) " A d á g i o da rosa" (21/28)
Programa. 15.7.70 ("Carmina burana") (12) "D. Quixote" (29/40)
Programa. 18.7.70 ("Carmina burana") (13) " O elixir do amor" (41/47)
Programa, 17.8.70 ("Gisele") (14)
"O milagre" (48/62)
Programa, 18.8.70 ("Divertimento", " I n memo-
r i a m " , "Alegria e glória de um povo", "Ma- ".. Ivonice Satie" (63)
racatu") (15) " N o i t e de Valpurgis" (64/70)
Programa. 24 11.70 ("Galaah") (16) "Lago dos c i s n e s " (71/84)
"Danças húngaras" (85/89) José Luiz Paes Nunes (ex-diretor do DC) (9)
" O guarani" (90/91) Lia Marques (dançarina/entrevista) (10)
"In memoriam" (92/97) Marília Franco (coreógrafa/entrevista) (11)
"Serenata de Mozart" (92/103) Luiz Mendonça de Freitas (ex-SMC) (12)
"Maracatu" (104/110) Ivonice Satie (dançarina/entrevista) (13)
"Pas-de-quatre" (111/112) Marilena Ansaldi (dançarina, coreógrafa/entrev.) (14)
"Coppelia" (113/124) Marilena Ansaldi (dançarina, coreógrafa/entrev.) (15)
"Diagrama" (125/129) Sábato Magaldi (atual SCM) (16)
"Divertimento" (130/132) Sidney Astolfi (dançarino/entrevista) (17)
"Paraíso" (133/141) Victor Navarro (coreógrafo/entrevista) (18)
"Medeia" (142/151) Johnny Franklin (ex-diretor do CBM/entrev.) (19)
"Uma das quatro" (152/172) Gilberto Panicali (entrevista) (20)
"Galope" (173/180) Lígia Leite (entrevista) (21)
"Cenas" (181/189)
6 VISUAL
"Sem título" (190/198)
"Soledad" (191/208) 6.1 A Negativos 35 m m (254)
"Corações f u t u r i s t a s " (209/231)
"Mulheres" (232/254) 6.4A Diapositivos 35 mm
Patty Brown (dançarina/entrevista) (1) colorido — direção de Aloysio Raulino, 26 mm sonoro (1)
1. PAPÉIS IMPRESSOS
2 PAPÉIS DATILOGRAFADOS
2.4 Entrevistas
Qorpo Santo. Dario de Bittencourt. Correio do Fotocópia da edição original de Enciqlopédia. Li-
Povo. PA. 13.8.1966 vro 4 (20)
Algumas ideias de Q. S. Dario de Bittencourt. As relações naturais e outras comédias. José
Correio do Povo. PA. 24.8.1966
Joaquim de Campos Leão Qorpo Santo (21)
Qorpo Santo. Alvaro Porto Alegre. PA. 27.8.1966 Os homens precários. Flávio Aguiar (tese de
"Qorpo Santo, a surpresa da semana". Guilher- mestrado em Teoria Literária) (22)
mino Cesar. Correio do Povo. PA, 25.8.1966
" Q u e m tem medo de Qorpo Santo?" Jefferson
Barros. Correio do Povo. PA, 31.8.1966 4.6 Ampliações fotográficas 8 x 12 p/b, 12 x 18 col.
" O enfermo Qorpo Santo e o modernismo".
Sede, local, espaço cénico (1/15)
Olyntho Sanmartin. Correio do Povo. PA, 12.3.
1967 Ensaios, improvisações (16/276)
" O sensacional Qorpo Santo". Yan Michalski. Público (277/279)
Jornal do Brasil. RJ, 8.2.1968 Atores (1/24)
"Grupo levará autor gaúcho". O Estado de São Elementos cénicos (25/26)
Paulo, 17.2.1968 Espetáculo (27/76)
"Teatro de Qorpo Santo ganha corpo". Folha de
S. Paulo, 20 2.1968
5. AUDIO
"Teatro e ação". O Estado de São Paulo, 1 6 . 4 .
1968
5.1 A Cassettes
"Qorpo Santo, do mito à realidade". Guilhermino
Cesar. Jornal do Brasil. RJ, 4 . 5 1968
A impossibilidade da santificação atividades (1)
"Primeira c r i t i c a " . Yan Michalski. Jornal do Bra-
A impossibilidade da santificação atividades (2)
sil. RJ, 15.5.1968
A impossibilidade da santificação atividades (3)
"Em cena as loucuras do dr. Qorpo Santo, que
não são assim tão loucas Yan Michalski. Jornal A impossibilidade da santificação atividades (4)
do Brasil. RJ, 17.10.1976 A impossibilidade da santificação atividades (5)
" U m autor maldito? Nem tanto". O Diário. Pira-
cicaba, 15.10.1976 Diversos (6)
1.8 Programas
(. VISUAL
"Les Mille et une Nuits de Cyrano de Bergerac" (1)
6.4 A Diapositivos
" M a f t r e et Serviteur" (2)
" V o l t a i r e s Folies" (3) " A l l i a s Serralonga" (espetáculo) (77/109)
"Tête d'Or" (4) "Inouk" Idem (110/120)
"Hein...?" (5) "Les Mille et une Nuits de
"Calígula" (6) Cyrano de Bergerac" Idem (121/123)
"La Revolución" (7) "Tête d'Or" Idem (124/129)
"Pranzo di Famiglia" (8) "La Revolución" Idem (130/140)
"La Morte delia Geometria" (9)
" A l l i a s Serralonga" (10)
1977
1.6 Cartazes
1. PAPÉIS IMPRESSOS
"Inouk" (D
"Eis Joglars" 12) 1.6 Cartazes
"Calígula" (3)
"Ponto de Luz" (1)
5. AUDIO "Lua de N e o n " (2)
"Machado de Assis está N o i t e " (5) " A Dama do Camarote" (programa/noticiário) (42)
"Chá e Simpatia" (43)
" A História é uma H i s t ó r i a " (6)
"Lua de N e o n " (7) " C r i m e s Delicados" (44)
2.10 Conferências •
Luiz Serra (ator, " O Último Carro") ( )
1
;»14 o< c
1977 'Jogos na Hora da Sesta" (3)
Zoo H i s t o r y " (4)
VISUAL
'Margarida. Margot do Meio-Fio" (5)
6.4A Diapositivos — 35mm col. Caixas de Sombras" (6)
'Rua 3. n.° 8"
"Ponto de Luz" (espetáculo) (1/30)
"Maflor" Idem (31/49)
2. PAPÉIS DATILOGRAFADOS
" A Morte do Caixeiro Viajante" Idem (50/69)
"Gota d Á g u a " Idem (70/89) 2.4 Entrevistas
"Torre de Babel" Idem (90/112)
"Viva Olegário" Idem Plínio Marcos (autor. " O Poeta da V i l a " ) (D
(113/143)
"Pedreira das A l m a s " Idem (144/164)
"Volpone" Idem (165/181) 5. AUDIO
1 8 Programas
Se" (D
'Depois do Arco-lris' (2)
PESQUISAS EM ANDAMENTO