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Avaliação nutricional e
prescrição dietoterápica da
gestante
Professora Dra. Daniela Caetano Gonçalves
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Avaliação Nutricional e Prescrição Dietoterápica da Gestante
Sumário
1. Avaliação nutricional da gestante................................................3
1.1 Estado nutricional pré-gestacional e gestacional............................... 3
1.2 Avaliação dietética....................................................................... 6
1.3 Avaliação antropométrica.............................................................. 11
1.4 Exames laboratoriais.................................................................... 14
1.5 Avaliação clínica........................................................................... 20
1.6 Ganho de peso gestacional ........................................................... 21
Referências.....................................................................................70
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Avaliação Nutricional e Prescrição Dietoterápica da Gestante
a) Diagnóstico nutricional
b) Estimativa do ganho de peso
A avaliação da gestante através do peso e estatura indica seu estado nutricional atual,
permitindo uma previsão e adequação do peso durante todo o período gestacional.
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O ganho de peso durante a gestação deve ser diferenciado de acordo com a classificação do
IMC pré-gestacional da Tabela 2 e a projeção de aumento ponderal da Tabela 3.
Tabela 2 - Classificação do estado nutricional pré-gestacional e
ganho de peso gestacional de acordo com o IMC
Ganho de peso
Ganho de peso Ganho
Estado semanal médio no Ganho de
total até a de peso
nutricional 2º e 3º trimestre peso total na
14ª semana mínimo1
inicial (IMC) >14ª semana gestação (kg)
gestacional (kg/ mês)
gestacional
Baixo peso Não
2,3 0,5 12,5-18,0
(<18,5) determinado
Adequado
1,6 0,4 11,5-16,0 1,0
(18,5-24,99)
Sobrepeso Não
0,9 0,3 7-11,5
(25,0-29,99) determinado
7,0
Obesidade (>30) - 0,3 Adolescentes 0,5
7 a 9,1kg
Fonte: Rasmussen, Catalano e Yaktine (2009).
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Ganho de peso mínimo ou ganho de peso modesto proposto para mulheres atingiram
todo o peso permitido, e que ainda não chegaram ao fim da gravidez.
a) baixo peso, quando o valor do IMC for igual ou menor que os valores apresentados na
coluna correspondente a baixo peso;
b) adequado, quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores apresentada
na coluna correspondente a adequado;
c) sobrepeso, quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores apresentada
na coluna correspondente a sobrepeso;
d) obesidade, quando o valor do IMC for igual ou maior que os valores apresentados na
coluna correspondente a obesidade.
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Quando possível, o IMC a ser considerado no diagnóstico inicial da gestação deve ser o IMC
pré-gestacional, que pode ser o referido ou calculado a partir da medição até a 13ª semana
gestacional. Quando não for possível, a avaliação da gestante deverá ser feita a partir dos
dados referidos na consulta pré-natal, mesmo que esta consulta ocorra após a 13ª semana
gestacional.
• Dados de identificação
• Objetivos
• Quadro de atividades
• Dados clínicos
• Antecedentes familiares
• Fármacos em uso
• Suplementos em uso
• Hábito intestinal e urinário diário
• Uso de bebida alcoólica, refrigerantes e outros líquidos
• Ingestão de água
• Avaliação do consumo alimentar
• Avaliação corporal
• Observações relevantes
◊ Idade cronológica
◊ Cor da pele/raça
◊ Grau de escolaridade
◊ Anos de atraso escolar (adolescentes)
◊ Naturalidade
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◊ Profissão
◊ Ocupação
◊ Situação marital
◊ Número de pessoas na mesma moradia
◊ Renda familiar per capita
◊ Condições de saneamento
◊ História obstétrica
◊ Não planejamento e/ou aceitação da gestação
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◊ Número de refeições
◊ Composição das refeições
◊ Grupo e quantidade de alimentos presentes
◊ Uso de refrigerantes, café e chás, bebidas alcoólicas
◊ Alimentos ricos em lipídios (pastéis, frituras)
◊ Ingestão de doces, chocolates
◊ Utilização de edulcorantes
◊ Tabus, hábitos alimentares
◊ Alergias e/ou intolerâncias
◊ Modificações alimentares
Além disso, pacientes podem sentir dificuldade em responder aos questionamentos relativos
à sua própria alimentação por motivos, como:
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Orientações de preenchimento
Não esquecer de sempre questionar sobre açúcares, balas, doces, bebidas (água e café),
bebidas alcoólicas, forma de preparo das carnes, tipos de leite (integral, tipo B) e adição de
temperos à salada.
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O QFA é um inquérito alimentar também desenvolvido por Bertha Burke (década de 40). Foi
criado para obtenção de informação qualitativa ou semiquantitativa sobre o padrão alimentar e
a ingestão de alimentos ou nutrientes específicos dos indivíduos.
O QFA apresenta como principais vantagens poder ser utilizado para avaliação da relação
entre dieta e doença, permitir avaliar o consumo habitual do indivíduo sem alterar o padrão
de consumo alimentar e é um método de baixo custo. As principais desvantagens do QFA são:
depender da memória do entrevistado, necessita de tempo (30 minutos mínimo), não permite
avaliação da adequação do consumo alimentar em quantidade, exige processos de validação,
calibração e reprodutibilidade para aplicação em diferentes populações e deve ser específico
para idade e condições fisiológicas e patológicas.
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alguns dias (3, 5 ou 7 dias) os alimentos consumidos com as respectivas quantidades (em
gramas ou medidas caseiras). O preenchimento do registro alimentar deve ser realizado em
dias não consecutivos e deve constar pelo menos um dia do fim de semana para se aumentar
a acurácia da avaliação.
Neste formulário coloque todos alimentos e bebidas que você ingerir no decorrer
de cada dia, inclusive balas, chicletes, refrigerante e suco. Sugerimos que tenha esse
formulário sempre a mão durante todo o dia para facilitar as anotações e nenhum dado
ser perdido, pois o preenchimento correto deste registro é imprescindível para que sua
avaliação nutricional seja completa.
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• o consumo pode ser alterado, pois o indivíduo sabe que está sendo avaliado;
• depende mais da dedicação do entrevistado;
• muitos encontram dificuldade em estimar porções e sobras;
• indivíduos analfabetos são impossibilitados de preencher o inquérito.
A avaliação antropométrica para avaliar o estado nutricional pode ser feita de acordo com:
a) Estatura materna
b) Perímetro braquial
c) Altura uterina
d) Peso pré-gestacional
e) Ganho de peso na gestação
Estatura materna
Estatura Riscos
<1,47 a 1,53 RCIU restrição de crescimento intrauterino
<1,40 a 1,50 Complicações no parto
<1,40 a 1,53 Riscos gestacionais
Fonte: Belizán et al. (1978).
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Perímetro braquial
O perímetro braquial (PB) reflete o estado nutricional prévio à gestação e o atual, porém
está medida é menos sensível que o peso corporal, levando em consideração as alterações em
curto prazo das condições de saúde e nutrição. É usado na ausência de recursos para aferir o
peso perímetro braquial:
Altura uterina
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A altura uterina pode informar o risco gestacional através dos pontos de corte, conforme o
Gráfico 1.
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Peso pré-gestacional
O peso pré-gestacional menor que 45kg ou maior que 75g, pode levar a:
a) relatado pela gestante com relação ao seu peso até 2 meses antes da gestação (informação
sujeita à memória da gestante);
b) registro médico no período de até dois meses anteriores à gestação;
c) aferição logo após a concepção (momento ideal);
d) aferição durante o primeiro trimestre.
◊ Tipagem sanguínea
◊ Sorologia para sífilis
◊ Teste HIV
◊ Hematimetria
◊ Sorologia para hepatite B
◊ Toxoplasmose
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◊ Glicemia de jejum
◊ Curva glicêmica
◊ Urina tipo 1
◊ Protoparisotológico
◊ Colpocitologia oncótica
◊ Bacterioscopia da secreção vaginal
Hemograma
O hemograma tem objetivo de avaliar o nível de hemoglobina, que deve estar acima de 10g/
dl. Conforme a Tabela 6, a quantidade total de leucócitos que deve ficar abaixo de 15.000 e a
de plaquetas acima de 100.000. Pacientes com nível de hemoglobina abaixo de 10g/dl devem
ser tratadas, assim como níveis baixos de plaquetas requerem investigação imediata, pois
as plaquetopenias podem ter origem imunológica e podem comprometer o feto, causando
fenômenos hemorrágicos.
O limite superior de número de leucócitos é maior do que no estado não gravídico. Em vez
de 10.000 a 11.000, aumenta para 15.000. O mais importante é a análise de formas jovens de
leucócitos para se suspeitar de infecções.
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Glicose sanguínea
< 85
2 ou mais Rastreamento
fatores de risco positivo
Não Sim
Repetir glicemia 85 - 109
Rastreamento
negativo de jejum a partir
da semana 20 TTG-75g - 2h Repetir
< 85
entre 24 e 28 glicemia de jejum
semanas prontamente
* A glicemia de jejum pode ser 85 mg/dl, dependendo
de prioridades e recursos locais (consulte o texto para <110
explicações gestacionais
Diabetes
gestacional
Tabela 7
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O rastreamento positivo significa que a glicemia de jejum ≥85mg e/ou presença de fator
de risco impõe a realização de testes diagnósticos, ou seja, a realização da curva glicêmica ou
teste oral de tolerância à glicose de duas horas, com sobrecarga oral de 75g de glicose, por
ocasião da fase catabólica da gestação a partir da 24ª semana gestacional.
As gestantes que apresentam glicemia de jejum inferior a 85mg/dl e sem fatores de riscos
relacionados à diabetes mellitus não são consideradas diabéticas nem são candidatas ao
rastreamento para a doença.
Por sua vez, nos casos em que o rastreamento é necessário (glicemia de jejum igual ou
maior que 85mg/dl) é realizada a curva glicêmica ou teste oral de tolerância à glicose de duas
horas, com sobrecarga oral de 75g de glicose, a partir da 24ª semana gestacional. O teste
com sobrecarga oral de 75g de glicose deve ser realizado após um preparo. Nos três dias que
antecedem a curva glicêmica, a gestante é orientada a realizar uma dieta preparatória com
250g a 300g de carboidratos ao dia, devendo cumprir 8 a 12 horas de jejum na noite que
antecede o teste e, durante a realização do exame, permanecer em repouso e sem fumar.
Os critérios de diagnóstico serão realizados através da glicemia de jejum, após uma hora e
após duas horas da sobrecarga de glicose. Os pontos de corte para os valores glicêmicos são: 95
mg/dl, 180 mg/dl e 155 mg/dl, respectivamente para jejum, uma e duas horas da sobrecarga
de glicose. Quando dois ou mais valores são atingidos ou ultrapassados, a gestante deve ser
considerada como portadora de DMG. (FEBRASGO, 2010, s/p).
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Albumina
Transferrina sérica
A transferrina sérica pode ser chamada de: capacidade total de ligação do ferro, capacidade
não saturada de ligação do ferro, transferrina ou saturação da transferrina.
A transferrina sérica é uma ß-globulina, que tem a sua síntese no fígado. Ela transporta
ferro, sendo que uma molécula de transferrina transporta dois íons de ferro.
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transferrina também diminuem quando não há proteínas suficientes na dieta, o exame pode ser
usado para monitorar o estado nutricional.
Uma capacidade total de transporte de ferro alta em geral indicam deficiência de ferro,
porém podem estar elevadas na gestação ou com o uso de anticoncepcionais orais. Por outro
lado, valores baixos podem ocorrer em alguns tipos de anemia e desnutrição.
Ferritina sérica
Mesmo com as concentrações séricas de ferro dentro dos valores da normalidade, a ferritina
pode apresentar-se baixa, uma vez que ela prove o ferro, em situações nas quais haja carência
deste mineral, seja pela ingestão ou absorção.
A anemia por deficiência de ferro acontece de maneira gradual. A diminuição nas concentrações
sanguíneas de ferritina é um indicativo do comprometimento no metabolismo do ferro, sendo
solicitado para todas as gestantes.
Ferro
Em pessoas com anemia, estes exames podem determinar se a anemia deve-se à carência
de ferro ou a outra causa, como uma doença crônica, por exemplo.
Em muitas situações a deficiência de ferro não gera danos a saúde se for detectada
precocemente. Ela está atrelada ao níveis de hemoglobina: sintomas podem surgir quando
estes registram cerca de 10,0g/dl ou menos. Se o quadro ainda persistir, os sintomas são
evidentes: fadiga, tontura, fraqueza, dores de cabeça e dores nas pernas. Em crianças, a
deficiência de ferro interfere na concentração e cognição.
Colesterol
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Acido fólico
O ácido fólico está envolvido com a prevenção de anomalias congênitas que podem ocorrer no
primeiro trimestre da gestação. Desta forma, esta vitamina é indicada para prevenção primária
da ocorrência de defeitos do fechamento do tubo neural (este origina a espinha em um período
de 18 a 26 dias do período embrionário). Estas más formações do tubo neural podem ocorrer
no início do desenvolvimento fetal. As principais delas são a anencefalia e espinha bífida.
Recomenda-se doses diárias de 0,4 a 0,8mg de ácido fólico. Deve-se iniciar, no mínimo, um
mês antes da concepção e prolongar-se até três meses ou 12 semanas de gestação.
Os indicadores clínicos apresentam limitações quando são utilizados isoladamente. Eles são
pouco sensíveis às alterações na gestação. O ideal é utilizá-los em associação com outros
indicadores: antropometria e exames laboratoriais.
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Sinais Nutrientes
Olhos
Cegueira noturna Carência de vitamina A
Palidez conjuntival Anemia ferropriva
Carência de ferro
Lábios
Queilose angular e língua inflamada (glossite) Carência de riboflavina
Glândulas
Bócio Carência de iodo
Palidez cutâneo-mucosa, fraqueza, fadiga Anemia ferropriva
ao menor esforço físico, susceptibilidade Carência de ferro
aumentada aos processos infecciosos
Gengivas esponjosas, que sangram com Carência de vitamina C
facilidade, e pequenas hemorragias cutâneas
A avaliação do ganho de peso gestacional pode ser realizada de acordo com alguns métodos,
conforme veremos a seguir.
Curva de Rosso
O método de Rosso foi utilizado primeiramente no serviço de saúde pública de Nova Iorque,
baseado na avaliação de gestantes de baixa renda. O método foi estabelecido com base em
informações de gestantes de baixa renda atendidas, e em seguida foi validado no Chile.
As gestantes são classificadas pela curva de Rosso nas categorias baixo peso, eutrofia,
sobrepeso ou obesidade, conforme descrito na Figura 4. O método foi validado para as gestantes
brasileiras, conforme o estudo de Taddei et al. (1991).
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déficit de peso quanto o excesso de peso, por isso é interessante utilizar concomitantemente
outros métodos.
Com os dados encontrados na curva de Rosso, avalia-se a evolução ponderal de acordo com
a curva do Instituto de Medicina dos Estados Unidos (IOM, 1990).
%= peso atual x 10
peso ideal/altura
Figura 4 - Método Rosso: peso ÷ altura da gestante. Fonte: Rasmussen, Catalano e Yaktine (2009).
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Gráfico 2 - Rosso: curva de peso/idade gestacional. Fonte: Rasmussen, Catalano e Yaktine (2009).
A = Baixo peso B = Normal C = Sobrepeso D = Obesidade
Vantagens Desvantagens
Simplicidade no uso Não considera o estado nutricional prévio da gestante
Superestima gestante com baixo peso
Dispensa o conhecimento do Não considera a variabilidade biológica
peso pré-gestacional das estruturas ósseas
Avalia a adequação peso e altura Não é adequada para:
em qualquer idade gestacional 1. Gestantes com alturas extremas
2. Gestantes obesas (peso/altura > 135%)
3. Gestantes adolescentes
Permite monitorar o progresso de Não é validado no Brasil
ganho de peso nas demais consultas
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4) Interpretação:
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Curva de Atalah
A curva de Atalah foi proposta pelo Ministério da Saúde em 2004 como o método a ser
utilizado na avaliação do peso no período gestacional (BRASIL, 2004). A curva de Atalah é
baseada no IMC correlacionado à idade gestacional (ATALAH; CASTILLO; CASTRO, 1997) – o
IMC é um indicador para a avaliação do estado nutricional em gestantes também proposto pela
Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995). A avaliação do estado nutricional da gestante
através da evolução ponderal é frequentemente utilizada na prática clínica, seja em entidades
públicas ou privadas.
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Como aferir:
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Vantagens Desvantagens
A cada nova consulta, deve-se inserir o novo dado no mesmo gráfico da gestante para que
se possa acompanhar a curva de evolução.
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A curva CLAP avalia o estado nutricional segundo o ganho de peso e a idade gestacional. Foi
adotada no Brasil no período de 2000 a 2003 (FESCINA, 1984).
Como aferir:
Pontos de corte
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Vantagens Desvantagens
Simplicidade no uso Fundamentado em relações corporais
de mulheres no período reprodutivo
Permite monitorar o progresso de ganho
que compunham tabelas de
de peso nas demais consultas
referência do século passado
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Na gestação ocorre um aumento das necessidades nutricionais da futura mãe para que
o feto seja beneficiado e com isso um desenvolvimento adequado. Mesmo em situações de
desnutrição a gestante pode gerar um bebê saudável.
Carboidratos 55 a 75%
Proteínas 10 a 15%
Lipídios 15 a 30%
Água 3 litros/dia
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A dieta deve ser fracionada em, no mínimo, seis refeições diárias. No primeiro trimestre
de gestação, há predominância de ânsias e enjôos, além de inapetência. O fracionamento de
refeições favorece a ingestão adequada de nutrientes, evita a saciedade precoce, a sensação
de estômago cheio e a pirose.
Pirose
Ocorre mais comumente após as refeições, devido ao refluxo do conteúdo gástrico provocado
pela pressão do útero sobre o estômago e relaxamento de esfíncter inferior do esôfago.
Orientações alimentares recomendadas:
Se houver necessidade de utilizar antiácidos, orienta-se para que não sejam ingeridos durante
as refeições, visto que pode prejudicar a absorção dos minerais e vitaminas.
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a) Alimentação rica em fibras e consumo de frutas laxativas, como mamão, ameixa e laranja
com bagaço, figos, feijões, cereais integrais e verduras (de preferência cruas).
b) O leite pode provocar a flatulência. A substituição por iogurte pode aliviar os sintomas.
c) Aumento da ingestão de água.
d) Evitar alimentos como alho, batata-doce, brócolis, cebola crua, couve, couve-flor,
rabanete e repolho.
e) No consumo de farelo de aveia ou de trigo, inicie com ½ colher de sopa por dia até
2 colheres por dia conforme tolerância da gestante. Não existem evidências de que o
consumo de fibras nessa quantidade interfira na biodisponibilidade do ferro ingerido ou
suplementado. O chá de erva-doce auxilia a prevenir e a aliviar a flatulência.
f) Evitar o uso de adoçante sorbitol, pois ele pode ser um grande causador de gases.
g) Mamão e abacaxi ajudam a melhorar a digestão.
h) Iogurtes com lactobacilos vivos podem ajudar a combater os gases formados por outras
bactérias intestinais.
i) Para reduzir a produção de gases causada pelo feijão, lentilha ou grão de bico, deixá-los
de molho por 12 horas, trocando a água pelo menos três vezes durante esse período.
j) Evitar consumo de doces (açúcar, mel, chocolates, doces em geral), pois podem provocar
fermentação.
k) Procurar não conversar enquanto se alimenta para evitar a ingestão de ar.
l) A atividade física estimula o funcionamento do intestino e ajuda a expulsar os gases.
Uso de adoçantes
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O álcool, quando consumido pela gestante, atravessa a barreira placentária, expondo o feto
às mesmas concentrações de álcool que o sangue materno é submetido. Porém, o efeito no
feto é maior, devido ao metabolismo e eliminação serem mais lentos, fazendo com que o líquido
amniótico permaneça impregnado de álcool.
Consumo de cafeína
O consumo de altas doses de cafeína na gestação pode estar associado ao aumento do risco
de recém-nascido com baixo peso e de aborto. O consumo diário de cafeína seguro é 300mg. A
cafeína pode ser encontrada no café e bebidas à base de café, chá-preto, chocolate, chimarrão,
refrigerante a base de cola e em bebidas energéticas.
A dose diária segura de cafeína para a gestante sem riscos para o bebê segue estas
recomendações: 3 xícaras (200ml) de café coado, 2 xícaras pequenas (50ml) de café expresso,
2 xícaras (200ml) de café instantâneo. Vale salientar que o chocolate, seja sólido ou em pó,
também possui cafeína: dois tabletes pequenos equivalem, em média, a 1 xícara de café coado.
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3.1 Definição
No Brasil não há definição oficial para alimentos funcionais, entretanto a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde, é responsável pela regularização
desses alimentos. A Anvisa instituiu, em 1995, a Comissão de Assessoramento Técnico em
Alimentos Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF). Esta comissão foi responsável pela elaboração
de resoluções sobre o tema e o estabelecimento de diretrizes para utilização da alegação de
propriedades funcionais e/ou de saúde.
Alimento funcional é todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais
básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológico e/ou
efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.
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Um alimento para ser registrado como funcional pela Anvisa deve ter alegação de propriedade
funcional ou de saúde comprovada com base em:
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Além dos alimentos citados acima, muitos outros alimentos, nutrientes e substâncias
têm sido investigadas e possuem efeitos fisiológicos benéficos descritos na literatura, sendo
considerados internacionalmente como alimentos funcionais. No quadro abaixo encontramos
os principais alimentos e substâncias bioativas que receberam destaque científico nas últimas
décadas pelas suas propriedades funcionais:
Quadro 9 - Fontes alimentares, efeitos, principais princípios ativos e dos alimentos funcionais
Composto
Efeito Fonte alimentar
ativo
Carotenoides Atividade antioxidante e anticarcinogênica. Damasco, melancia, mamão, melão,
pêssego, abóbora, brócolis, cenoura,
espinafre, inhame, nabo, tomate.
Ácido fenólico Atividade antioxidante. Frutas cítricas, morango, uva,
agrião, berinjela, brócolis, cenoura,
pimenta, repolho, salsa, tomate.
Antocianinas Atividade antioxidante e antitumorigênica. Frutas vermelhas como amora,
framboesa, morango.
Catequinas Atividade antioxidante e redução do Cacau, morango, uva, chá-
risco de doenças cardiovasculares. verde, chá-preto e vinho tinto.
Flavonoides Atividade antioxidante, redução do risco Cereja, frutas cítricas, soja,
de câncer e doenças cardiovasculares. abóbora, berinjela, brócolis,
couve, salsa, tomate, nozes.
Isoflavonas Inibição do acúmulo de estrogênio, Soja.
reposição hormonal e redução
de células carcinogênicas.
Oligossacarídeos Diminuição do risco de câncer e da Cereais integrais, frutas,
e polissacarídeos concentração sérica de colesterol. leguminosas e verduras.
Ômega-3 e Redução do risco de câncer, hipertensão Linhaça, óleo de canola, nozes
Ômega-6 arterial e doenças cardiovasculares. e peixes de água fria.
Prebióticos e Regulação do trânsito intestinal e pressão Alcachofra, alho, aspargos, aveia,
probióticos arterial sistêmica, redução dos riscos de banana, cebola, centeio, cevada,
câncer, da concentração sérica de colesterol mel, raiz de chicória, tomate e trigo.
total e frações e dos triglicerídeos,
redução da intolerância à lactose.
Fonte: Fagundes e Costa (2003).
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As substâncias bioativas são encontradas em alimentos (podem ser nutrientes com funções
bem estabelecidas na nutrição normal ou outras substâncias sem papel definido no funcionamento
do organismo). Estas substâncias são responsáveis por contribuir beneficamente na saúde do
indivíduo, evitando o aparecimento de doenças e contribuindo de forma funcional na saúde dos
indivíduos.
Carotenoides
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Luteína e zeaxantina
A luteína e zeaxantina fornecem proteção nos olhos contra danos oxidativos induzidos pela
luz, pois são os únicos carotenoides presentes na retina e na mácula. O consumo de 6mg/dia
destes carotenoides pode reduzir o risco de catarata. As principais fontes de zeaxantina incluem
o milho e derivados e de luteína são vegetais verdes folhosos.
Segundo alegação funcional da Anvisa (1999), “A luteína tem ação antioxidante que protege
as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação
equilibrada e hábitos de vida saudáveis”. “A zeaxantina tem ação antioxidante que protege
as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação
equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Licopeno
1) licopeno;
2) alfa-tocoferol;
3) alfacaroteno;
4) beta-criptoxantina;
5) zeaxantina e betacaroteno;
6) luteína.
As principais fontes de licopeno são os tomates, goiaba, mamão e pitanga, como mostra a
tabela abaixo:
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◊ Biodisponibilidade do licopeno
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O tomate vermelho maduro contém maior quantidade de licopeno em relação aos outros
tipos, portanto, quanto mais vermelho o fruto, maior sua quantidade. Assim, os tipos de tomate
que apresentam maior quantidade de licopeno são: tomate ameixa, tomate para salada, tomate
cereja e tomate caqui. Os tipos de tomate mais amarelados apresentam mais betacaroteno
em sua composição. Isto ocorre pela quantidade da enzima beta-ciclase, responsável pela
transformação do licopeno em betacaroteno.
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Flavonoides
São compostos fenólicos produzidos por plantas e são responsáveis pela cor e sabor delas.
Possuem funções específicas nos vegetais, tais como crescimento, desenvolvimento e na defesa
contra o ataque de patógenos e da radiação ultravioleta.
A estrutura molecular básica dos flavonoides consiste em dois anéis fenólicos A e B e um anel
C, entretanto estas estruturas podem sofrer modificações, formando subclasses deste composto.
Atualmente algumas subclasses dos flavonoides foram descritas, dentre elas, podemos destacar:
calconas, dihidrocalconas, auronas, flavonas (apigenina, luteolina, diosmetina), flavonóis
(quercetina, miracetina, kaempferol), dihidroflavonol, flavanonas (naringina, hesperidina),
flavanol, flavandiol, antocianidina, isoflavonoides (genisteína, daizdeína), bioflavonoides e
proantocianinas. A seguir vemos a estrutura molecular básica dos flavonoides:
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A modificação de sua estrutura pode se dar por meio de glicosilação, esterificação, amidação e
hidroxilação, alterando sua atividade biológica. A função básica dos flavonoides está relacionada
à sua função antioxidante (neutralizam os radicais livres formados por reações metabólicas).
Além disso, podem atuar como quelantes de metais responsáveis pela peroxidação lipídica.
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Resveratrol
◊ propriedades antioxidantes;
◊ propriedades vasodilatadoras;
◊ propriedades cardioprotetoras;
◊ controle e prevenção de diabetes;
◊ proteção antiviral;
◊ efeito neuroprotetor;
◊ efeitos anti-inflamatórios.
Quercetina
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composição da dieta. As principais fontes de quercetina são frutas vermelhas como framboesa,
morango, mirtilo e amoras, cebola, maçã, chá-preto, chá-verde, erva-mate, alface roxa, couve,
brócolis, espinafre, pera, uva e vinho tinto.
Catequinas
As catequinas possuem, além de sua função antioxidante, outras funções benéficas relatadas
na literatura:
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Contraindicações:
◊ Nefrite
◊ Doenças psiquiátricas
◊ Dependência química
◊ Glaucoma
◊ Hipertensão
◊ 600mg/dia induz à deficiência de ferro na gestação
Antocianinas
As antocianinas são pigmentos fenólicos ligados a açúcares que conferem às flores e alguns
frutos suas cores características. A antocianidina é o polifenol livre, ou seja, não ligado à glicose,
o que confere cor avermelhada aos vegetais. Já a antocianina está ligada à glicose, conferindo
cor arroxeada aos alimentos. Suas principais fontes são as ameixas, uvas, framboesa, amora,
mirtilo, açaí e repolho roxo.
Isoflavonas
◊ efeito antitumorigênico;
◊ prevenção do câncer de mama, ovário e próstata;
◊ prevenção de doenças cardiovasculares;
◊ controle dos sintomas da menopausa.
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Os ácidos graxos ω-3 têm sido amplamente estudados por seus diversos efeitos biológicos.
O principal componente da família destes ácidos graxos é o ácido linolênico 18:3, encontrado
em óleos vegetais e sementes. Entretanto, sabe-se atualmente que os efeitos biológicos mais
discutidos estão relacionados a dois tipos de ω-3 encontrados em óleos extraídos de peixes: o
ácido eicosapentanoico, 20:5 (EPA), e o ácido docosahexanoico, 22:6 (DHA).
Entre as principais funções dos ácidos graxos ω-3 destacam-se a conformação das membranas
celulares, da mesma forma que os precursores de substâncias como as prostaglandinas,
tromboxanos e leucotrienos.
As fontes alimentares desses ácidos graxos são as castanhas e frutas oleaginosas (castanha-
do-pará, avelã, amendoim, pistache); alguns óleos vegetais como o óleo de canola; frutas como
o abacate e principalmente o avocado e a linhaça. Entretanto a maior fonte alimentar de ácidos
graxos do tipo ω-3 está relacionado aos peixes de águas frias (salmão, atum, truta, arenque). Estes
peixes possuem grande quantidade de ácidos graxos ω-3 em sua composição, principalmente os
dois tipos que foram primeiramente descobertos e são atualmente os mais estudados: o ácido
graxo eicosapentanoico (EPA, 20:5 n-3) e o docosahexanoico (DHA, 22:6 n-3).
Os efeitos biológicos dos AGPI ω-3 têm sido relatados pela literatura científica há algum
tempo. As descobertas iniciais de seus efeitos biológicos apontaram sua importância no
metabolismo de eicosanoides, grupos de compostos biologicamente ativos de vinte carbonos
(C20) que incluem as prostaglandinas, tromboxanas e os leucotrienos.
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associada à lesão ou doença, formação das plaquetas e regulação da pressão arterial, secreção
de ácidos gástricos e uma variedade de outros processos fisiológicos importantes.
Discutiremos a seguir as funções biológicas relacionadas à ingestão dos AGPI ω-3, assim
como os mecanismos de ação propostos.
A LDL é responsável pelo transporte de colesterol e a HDL responsável pelo transporte reverso
de colesterol. As dislipidemias, responsáveis pela gênese de problemas cardiovasculares,
estão associadas ao aumento de VLDL e/ou LDL plasmáticos, assim como uma diminuição de
HDL. Os AGPI ω-3 possuem função no metabolismo destas lipoproteínas, pois interferem nas
concentrações destas lipoproteínas no sangue.
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Estes efeitos ocorrem pois os óleos de peixe regulam a produção hepática de VLDL de
várias formas, das quais podemos destacar:
◊ inibição da síntese de ácidos graxos pelo fígado;
◊ aumento da oxidação de ácidos graxos hepáticos;
◊ diminuição da esterificação de triacilgliceróis e colesterol hepáticos pelo fígado;
◊ aumento da degradação da apolipoproteína B (ApoB), proteína componente da VLDL.
Pesquisas recentes demonstram que os efeitos do óleo de peixe são mediados pela ativação
de muitos receptores nucleares que interferem em nível molecular, por meio da transcrição
gênica nas células hepáticas. Dentre os receptores nucleares modulados por esta classe de AGPI,
destacamos os receptores ativados por proliferadores de peroxissomos (PPARs), receptores X
do fígado (LXRs), o fator nuclear hepático 4 (HNF4) e a proteína ligadora do elemento regulador
de esterol (SREBP). Estes receptores nucleares interferem na expressão de enzimas e outras
proteínas reguladoras do processo de montagem e secreção da VLDL. Abaixo estão descritos os
mecanismos pelos quais os óleos de peixe interferem nestes processos.
◊ Síntese de ácidos graxos: a maior enzima lipogênica do fígado é a sintetase de ácidos graxos
(FAS). O promotor responsável pela estimulação e expressão da enzima FAS é o receptor
SREBP, que por sua vez é regulado pelo LXR. Os óleos de peixe são responsáveis em
interferir na ligação do LXR com a região promotora do DNA, diminuindo a disponibilidade
do SREBP e consequentemente diminuindo a transcrição da enzima FAS.
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◊ Metabolismo da LDL: apesar de vários efeitos benéficos relatados nas doenças coronarianas,
não existem estudos que provam a eficácia da ingestão de óleos de peixe na diminuição da
maior lipoproteína aterogênica da circulação: a LDL. Ao contrário, alguns estudos sugerem
que esta gordura pode provocar um aumento da LDL na circulação. Este aumento poderia
ocorrer pela conversão da VLDL em LDL ou pela super secreção de apoB da LDL. Alguns
estudos em modelos animais mostram que os ω-3 podem diminuir o número de receptores
de LDL, porém este efeito não foi comprovado em humanos.
◊ Metabolismo da HDL: a suplementação com AGPI ω-3 tem sido associada a modificações na
HDL colesterol. Estudos recentes indicam que os óleos de peixe podem preferencialmente
aumentar as partículas pequenas e pobres em colesterol da HDL, o que poderia ser mais
eficiente na remoção do colesterol. Os óleos de peixe podem também aumentar a entrega
de colesterol da HDL para o fígado, por meio do aumento da expressão de receptores
scavenger B-1.
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Figura 6 - Efeitos dos ácidos graxos ômega-3 na proteção cardiovascular. Fonte: adaptado de Kromhout (2011).
Ômega 3 e depressão
Alguns estudos sugerem que a suplementação de óleo de peixe pode ser utilizada no
tratamento da depressão. As evidências iniciaram quando uma revisão epidemiológica publicada
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sugeriu que há uma ligação entre depressão e consumo de peixe. Os pesquisadores compararam
as taxas de depressão em nove países e a estimativa de consumo de peixe per capita. Os
resultados mostraram uma relação inversamente proporcional: países ocidentais possuem uma
proporção de depressão de 3 a 6% e uma baixa a moderada ingestão de peixe per capita
em comparação a países como o Japão, que possuem alta ingestão de peixes per capita e
apresentam índices de depressão de apenas 0,12% na população. Estes resultados sugerem
uma correlação de 84% entre a alta ingestão de peixe e a diminuição da depressão, assim
como se observou que os sintomas depressivos são mais comuns em consumidores irregulares
de peixe, quando comparados aos indivíduos que consomem peixe pelo menos 1X por semana.
Controversamente, um estudo realizado na Finlândia não demonstrou relação direta entre o
consumo de peixe e alta ingestão de ω-3, com a diminuição de sintomas depressivos.
Uma revisão feita em 1995 levantou a hipótese da relação entre a deficiência de ômega-3 e sua
importância etiológica no desenvolvimento da depressão. Dados epidemiológicos mostraram uma
tendência em relação à diminuição da ingestão de AGPI ω-3 e aumento da depressão. Além disso,
estes estudos mostram uma significância maior no aumento da razão na ingestão de ω-6/ω-3 do
que a baixa ingestão de ω-3 isoladamente, visto que estes dois ácidos graxos competem pelo sítio
de ligação da enzima responsável pelo alongamento e de saturação de ambos. A alta ingestão de
ω-6 também inibe a incorporação de AGPI ω-3 nos fosfolipídios das membranas celulares, levando
à diminuição da fluidez da membrana e impedindo a sinalização celular.
As evidências da relação entre baixa ingestão de ω-3 e depressão é dada por inúmeros
estudos que examinaram a composição da membrana dos eritrócitos, ésteres de colesterol
no sangue e fosfolipídios. Os dois maiores estudos nesta área descobriram que a depressão
está associada a uma diminuição significativa total de AGPI ω-3, aumentando a proporção
de ácidos graxos monoinsaturados e a razão ω-6/ω-3, mais especificamente a razão entre o
ácido araquidônico e o ácido eicosapentanoico em ésteres de colesterol e fosfolipídios. Outro
estudo mostrou a relação entre diminuição significativa de DHA nas membranas dos eritrócitos
e depressão.
Esta área de estudos sobre dieta e função cerebral ainda está no início de suas pesquisas
e portanto não há valores terapêuticos definidos da ingestão de ω-3 para melhora do quadro
depressivo. Portanto, a melhor estratégia seria seguir as recomendações de ingestão de ω-3
estabelecidas pela associação americana do coração (AHA), sociedade europeia de cardiologia
e outras associações internacionais de cardiologia.
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Segundo a ISSFAL, uma ingestão adequada de ácido linoleico (ω-6) está em torno de 2% do
valor calórico total, a ingestão de ácido linolênico em torno de 0,7% do valor calórico total e a
ingestão adequada de EPA e DHA deve totalizar o mínimo de 500mg por dia. A razão ideal entre
ω-6/ω-3 deve ser de aproximadamente 5:1. Entretanto, alguns estudos sugerem que uma
razão ótima entre ω-6/ω-3 deve variar de acordo com a condição patológica, assim como sua
severidade. Mais estudos clínicos devem ser realizados para que se possa designar a ingestão
diária terapêutica para pacientes com depressão.
Recomendações
Razão ômega-6/ômega-3
Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-6 e ômega-3 competem pelas enzimas dessaturases
e alongases no organismo e estas apresentam maior afinidade pelos AGPI n-3. Desta forma,
mais importante do que consumir a quantidade correta destes ácidos graxos individualmente,
é manter uma razão de consumo entre eles saudável. Algumas razões foram estabelecidas,
dependendo do país. Estas quantidades estão descritas abaixo:
Prebióticos e probióticos
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Probióticos
Alimentos probióticos são definidos como alimentos ou preparações alimentares que contém
em sua composição microrganismos viáveis, definidos e, em quantidades adequadas, capazes
de alterar a microbiota própria das mucosas por implantação ou colonização de um sistema do
hospedeiro, produzindo, deste modo, efeitos benéficos à sua saúde.
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Prebióticos
São componentes alimentares e/ou ingredientes alimentares não digeríveis que exercem
benefícios à saúde no sentido de estimular, seletivamente, o crescimento e/ou a atividade de
uma ou um número limitado de espécies bacterianas no cólon. Estas bactérias estimuladas
pelos prebióticos exercem funções benéficas ao indivíduo, dentre elas:
• Não podem sofrer hidrólise por enzimas digestória ou absorção no intestino delgado.
• Devem alterar a microbiota colônica para uma microbiota saudável, capaz de induzir
efeitos favoráveis à saúde.
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A recomendação de FOS e inulina é de 4-5g/dia, sendo que o valor calórico estimado destes
complexos de fibras é de 1,5kcal/g.
Segundo a literatura científica, o consumo dietético de FOS e inulina, assim como alimentos
enriquecidos com estes oligossacarídeos, produz propriedades funcionais, pois está associado
a uma redução do risco de doenças cardiovasculares e redução do risco de câncer de cólon.
A Anvisa reconhece o FOS como funcional e a alegação permitida em produtos contendo FOS
é a seguinte: “Os fruto-oligossacarídeos – FOS contribuem para o equilíbrio da flora intestinal.
Seu consumo deve estar associado a uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
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Alimentos funcionais
Aveia
A aveia é caracterizada como um cereal que possui alta qualidade nutricional, pois é fonte
de proteínas e lipídios como o ácido oléico e linoleico, vitaminas antioxidantes e fibras solúveis
como as β-glucanas.
Em 1997, o Food and Drug Administration (FDA) aprovou a regulamentação que permite
que produtos de aveia integral possam trazer em seus rótulos um apelo de benefício à saúde,
relacionando seu consumo à redução do risco de doenças cardíacas. Entretanto, para que este
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alimento tenha o efeito benéfico, deve-se ingerir cerca de 3g/dia de β-glucanas, o que seria o
equivalente a 40g de farelo de aveia ou 60g de farinha de aveia por dias.
O psyllium compreende todo alimento produzido a partir das cascas das sementes, que
são utilizadas pela indústria farmacêutica na produção de compostos à base de fibras solúveis
(aproximadamente 35%) e insolúveis (aproximadamente 65%). A composição das sementes
utilizadas é formada de altas concentrações de carboidratos (aproximadamente 75g/100g) e
elevada porcentagem de goma (aproximadamente 40g/100g), além de outros tipos de fibra
solúvel e açúcares.
Além de seu conteúdo altíssimo de fibras, o psyllium é também composto por substâncias
biologicamente ativas, tais como: compostos hidrossolúveis como o ácido clorogênico, ácido
felúrico, ácido cumárico e ácido vanílico e compostos insolúveis do psyllium que possuem atividade
imunomoduladora. A recomendação é de 1,78g/porção, com um total de 4 porções/dia.
Linhaça
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Dois tipos de linhaça são conhecidos: a marrom e a dourada. A linhaça marrom é cultivada em
regiões de clima quente e úmido, como o Brasil. A linhaça dourada é originária de regiões frias,
como o norte dos Estados Unidos e o Canadá. Sabe-se que, infelizmente, no cultivo da linhaça
marrom são utilizados agrotóxicos, enquanto a dourada é cultivada de forma orgânica, desta
forma a concentração de lignanas na semente dourada é superior a encontrada na semente
marrom, além de não fornecer prejuízos à saúde.
Com base nas informações discutidas, a melhor forma de consumo da linhaça é sua forma
triturada, para potencializar os benefícios de n-3 e da lignana. Além disso, as suas substâncias
antinutricionais são inativadas durante o aquecimento da linhaça, antes de triturar para o
consumo. Desta forma, ela deve ser submetida à alta temperatura em calor seco ou úmido.
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Azeite de oliva
O azeite de oliva é o óleo obtido a partir da prensagem de azeitonas. É feito a frio ou com a
submissão de alta temperatura, o que facilita a sua extração. Este óleo obtido apresenta excelente
composição nutricional: possui alta concentração de ácido oleico (w-9, monoinsaturado), além
de ser excelente fonte de compostos fenólicos como as lignanas e fitosteróis.
O azeite de oliva pode receber diferentes classificações de acordo com sua forma de obtenção,
pois sabe-se que este interfere diretamente na qualidade e preservação de seus nutrientes e
compostos ativos. Segundo a União Europeia, estes são os quesitos de classificação do azeite
de oliva:
◊ Azeite de oliva extravirgem: acidez <0,8%, extração a frio, prensagem no máximo 24h
após colheita.
◊ Azeite de oliva virgem: acidez entre 0,8%-2%.
◊ Azeite de oliva virgem lampante: acidez superior a 2%. Destinado exclusivamente para
uso industrial na mistura com outros azeites de oliva.
◊ Azeite de oliva refinado: azeites com grau de acidez superior a 2% e submetidos ao
refino. O produto obtido tem acidez não superior a 0,3%. O azeite refinado é utilizado
exclusivamente na utilização industrial, misturados com outros azeites de oliva.
◊ Azeite de oliva: mistura de azeite refinado com azeites de oliva virgens (extra, fino ou
lampante). O grau de acidez final não pode superar a 1%.
As propriedades funcionais dos azeites estão relacionadas apenas aos azeites de oliva
extravirgens, que possuem acidez <0,5%. O termo “acidez” empregado aos azeites não se
refere ao pH, mas sim à quantidade de ácidos graxos livres. Sabe-se que no processo de
prensagem e obtenção do azeite, parte dos triacilgliceróis do óleo são quebrados, liberando
ácidos graxos livres, o que altera sua composição e efeitos benéficos. A forma de extração
interfere na quantidade de ácidos graxos livres, como a quantidade de prensagens que a oliva
foi submetida, a presença de alta temperatura e o tempo da prensagem em relação à colheita.
Deste modo, quanto menor a acidez, menor a susceptibilidade à oxidação e melhor a qualidade.
O azeite extravirgem, além de apresentar menor acidez e ser obtido da forma que menos
promove alteração em sua composição (primeira prensagem a frio, 24h após a colheita), é o
único indicado para promover efeitos funcionais, pois tem menor acidez e maior quantidade de
compostos fenólicos, responsáveis por grande parte do efeito funcional do azeite.
◊ ação antioxidante;
◊ ação hipotensora, causado pelos compostos fenólicos;
◊ redução do perfil lipídico e do risco de doenças cardiovasculares (associadas ao ômega 9);
◊ efeito anti-inflamatório;
◊ efeito anticancerígeno;
◊ diminuição da gordura visceral.
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◊ Hidroxitirosol
◊ Tirosol
◊ Oleuropeína
◊ Ácido vanílico
◊ Ácido cafeíco
◊ Lignanas:
• (+) – 1- acetoxipinoresinol
• (+) pinoresinol
• (+) – 1- hidroxipinoresinol
Oleaginosas
As oleaginosas são vegetais que contém em sua composição grande quantidade de óleos
e gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas. Além disso, possuem na sua composição
proteínas, fibra dietética, vitamina E e potássio, minerais antioxidantes, fitoquímicos como o
ácido elágico, flavonoides, resveratrol, compostos fenólicos, luteolina e fitotesteróis, além de
serem ricas em calorias. Fazem parte do grupo das oleaginosas as castanhas, nozes, amêndoas,
avelãs, entre outras.
A variedade de nutrientes e substâncias bioativas nas oleaginosas sugere que sua ação está
relacionada ao conjunto de nutrientes e substância e não apenas a um fator. O principal benefício
do consumo de oleaginosas está relacionado à prevenção de doenças cardiovasculares, além de
sua ação antioxidante e anti-inflamatória.
Alegação de propriedade funcional segundo FDA: “Dietas pobres com gorduras saturadas e
colesterol que contenham 1,3g de ésteres de esterol ou 3,4g de estanol de plantas, quando
consumidos em duas refeições/dia, podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares”.
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Ácido fólico
O ácido fólico é uma vitamina responsável pelo fechamento do tubo neural do feto, impedindo
a formação da espinha bífida. Além disso, a deficiência de ácido fólico pode levar à anemia
megaloblástica. A necessidade de ácido fólico na gestação é 50% maior em relação a uma
mulher adulta. Desta forma, para evitar sua deficiência, muitos médicos que realizam o pré-
natal suplementam ácido fólico na dosagem de 1,5g durante o período gestacional. O maior
problema da suplementação de ácido fólico para fechamento de tubo neural é que este processo
ocorre em até 3 semanas de fecundação e a maioria das gestantes inicia a suplementação
após este período, quando tem conhecimento de sua gravidez. Desta forma, a suplementação
de ácido fólico deve iniciar-se no período anterior à gestação (cerca de três meses antes),
devendo ser realizada pela futura gestante e o pai da criança. Apesar desta informação, muitas
gestantes acabam fazendo suplementação de ácido fólico durante todo o período gestacional,
para evitar deficiência e uma possível anemia megaloblástica. O nutricionista não pode fazer a
suplementação de 1,5g de ácido fólico pois deve manter sua prescrição dentro do estabelecido
pela DRI, desta forma a suplementação de ácido fólico deve se manter dentro dos 600μg/dia.
Ferro
O ferro também é um nutriente cujas necessidades são 50% maiores durante o período
gestacional. A necessidade de ferro de uma mulher adulta já é muito alta quando comparada
a de um homem (18mg/mulheres e 8mg/homens). A necessidade de ferro na gestação é de
27mg/dia, o que em muitos casos se torna impossível de se atingir, principalmente para a
gestante que sofre com enjôos, náuseas e inapetência. Como discutido anteriormente, a partir
do segundo trimestre ocorre ganho de água intravascular, o que pode diminuir a concentração
de eritrócitos no sangue e causar anemia. Desta forma, o ferro é normalmente suplementado
para evitar a anemia ferropriva em gestantes. Suplementação: 27mg sulfato ferroso.
Magnésio
O magnésio é um mineral encontrado em alimentos integrais e hoje, pelo processamento
dos alimentos, encontra-se em falta na alimentação. As necessidades de ingestão de magnésio
estão aumentadas neste período, podendo acarretar ou potencializar sua carência. Além disso,
o magnésio é responsável pelo metabolismo do cálcio, permitindo sua entrada nas células
e possui estreita relação no sangue, pois quando o magnésio sérico está baixo, o cálcio é
excretado pela urina. A suplementação de magnésio para gestantes é de 400mg/dia e pode ser
feita na forma de óxido de magnésio, cloreto de magnésio, entre outras.
Vitamina A
A necessidade de vitamina A na gestação está aumentada, porém deve-se tomar cuidado ao
suplementar esta vitamina pois sua toxicidade pode causar teratogenia. Desta forma, devemos
sempre induzir a ingestão de fontes naturais, observar se a gestante não faz uso de suplementos
com vitamina A ou betacaroteno (muitas vezes presentes em complexos vitamínicos para
rejuvenescimento ou proteção solar) e controlar a suplementação caso esta seja necessária. O
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Avaliação Nutricional e Prescrição Dietoterápica da Gestante
betacaroteno possui efeito teratogênico muito menor em relação ao ácido retinóico ou retinol.
Dessa forma, é um nutriente recomendável. Para a prescrição destes nutrientes deve-se sempre
obedecer à recomendação da DRI listada acima.
Para as gestantes, o mesmo critério desenvolvidos para fármacos deve ser utilizado, seguindo
a tabela de Yankowitz e Nieby (2001) para as cinco categorias de risco para medicamentos:
◊ Boldo L.
• Risco: C
• Preparação: extrato
• Drágeas de 125mg, 2x ao dia
• Indicação: colagogo, colerético, distúrbios hepatobiliares
• Efeito adverso: diarreia
◊ Butambeno
• Risco: B
• Preparação: unguento
• Pomada 1% 1x ao dia
• Indicação: queimaduras causadas por diferentes causas (sol, água quente, metal incandescente)
• Efeito adverso: prurido local
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Avaliação Nutricional e Prescrição Dietoterápica da Gestante
◊ Capsicum annum L.
• Risco: X
• Preparação: pomada
• Indicação: antinevrálgico pós-herpético
• Gravidez: potencial efeito urotônico
◊ Carduus marianus
• Risco: C
• Posologia: 70mg, 1-2 drágeas 3x/dia v.o.; 140mg, 1-3 cápsulas/dia v.o.
• Indicação: distúrbios digestivos decorrentes de hepatopatias
◊ Cáscara sagrada
• Risco: C
• Posologia: 142,5 em 5ml, dose única diária
• Indicação: constipação, laxativo
• Efeitos adversos: cólicas abdominais, dependência laxativa, desequilíbrio eletrolítico,
diarreia, enterite, má-absorção de nutrientes, náusea, vômito.
• Interação medicamentosa: suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio,
antiácidos, cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina.
◊ Cassia senna L.
• Risco: B
• Preparação: extrato seco
• Posologia: 50mg, 1-3x/dia v.o.
• Indicação: constipação intestina
• Efeitos adversos: cólicas, vômito e diarreia.
• Interação medicamentosa: antiarrítmicos, glicosídeos cardiotônicos
◊ Castanha-da-índia
• Risco: C
• Posologia: gel 2%, fina camada 2-3x/dia uso tópico; 40mg, 2-3x/dia, v.o.; 5-20mg dose
única diária e.v.
• Indicação: edema traumático, flebite, hemorroida, tromboflebite
• Contraindicação: sensibilidade aos componentes, nefropatias e hepatopatias
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◊ Cimicifuga racemosa
• Risco: X
• Indicação: similar ao estrogênio
• Preparação: extrato seco
• Efeitos adversos: desconforto gástrico, taquicardia, sonolência, cefaleia.
• Interação: com estrogênios
• Gravidez: parturição prematura
◊ Cynara scolymus
• Risco: C
• Posologia: 200mg, 6-8 drágeas/dia v.o.
• Indicação: distúrbios digestivos, anti-hiperlipediante
• Contraindicações: hipersensibilidade, obstrução das vias biliares, insuficiência hepática.
◊ Equinacea purpurea
• Preparação: extrato seco
• Posologia: 200mg, 2-3x/dia v.o.
• Indicação: imunoestimulação
• Contraindicação: tuberculose, leucoses, colagenoses, esclerose múltipla, protadores de HIV
• Efeito adverso: sialorreia, urticária
◊ Ginkgo biloba
• Risco: C
• Posologia: 40mg, 3-4x/dia v.o.; 80mg, 2-3x/dia, v.o.
• Indicação: isquemia cerebral e periférica, protetor das membranas celulares e da rede
de capilares, redutor das hiperagregabilidades plaquetárias e eritrocitária.
• Contraindicação: hipersensibilidade, obstrução das vias biliares, insuficiência hepática
grave.
• Efeitos adversos: distúrbios no trato gastrointestinal, cefaleia, reações cutâneas
• Interação: com antiagregante plaquetários
◊ Glycine max
• Risco: X
• Posologia: 60mg, 1-2x/dia v.o.
• Indicação: estrogênio símile, sintomas de climatério, coadjuvante no controle de
colesterolemia.
• Contraindicação: hipersensibilidade, casos prévios de câncer de mama e útero.
• Efeitos adversos: vômito, diarreia, prurido, alteração de cilco menstrual
• interação: estrogênios, levotiroxina, ferro, antibióticos.
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◊ Herdera helix
• Risco: C
• Posologia: 7,5ml (52,5mg de extrato seco), 3x/dia
• Indicação: afecções broncopulmonares, broncoespasmos
• Efeitos adversos: laxativo
◊ Hipericum perforatum
• Risco: C
• Posologia: 300mg 1-3x/dia v.o.
• Indicação: auxilia nos estados depressivos leves
• Efeitos adversos: sonolência, náusea, vômito
◊ Isoflavonas
• Risco: D
• Posologia: 40-60mg/dia v.o.
• Indicação: sintomas de menopausa
• Efeitos adversos: urticárias
• Interações medicamentosas: antagonista H2, inibidores de bomba de prótons,
anticoagulantes cumarínicos.
◊ Kava-kava
• Risco C
• Posologia: extrato 67-125mg 1-3x/dia; extrato seco 234mg 1x/dia
• Indicação: ansiedade e inquietação dos distúrbios vegetativos, psicossomáticos, estresse
psicológico
• Contraindicação: depressão endógena
• Interação: álcool, barbitúricos, agentes psicoativos
• Gravidez: embriotoxicidade em animais
◊ Rosmarinus officinalis
• Risco: X
• Indicação: dispesia
• Contraindicação: portadores de crise convulsiva, gastrite, úlcera duodenal
• Efeitos adversos: irritação cutânea
• Gravidez: relatos de aborto
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◊ Salix alba
• Risco: X
• Posologia 400mg 1-4x/dia v.o.
• Indicação: processos inflamatórios, alívio das dores em geral
• Interações: salicilatos, anti-inflamatórios, anticoagulantes, trombolíticos.
• Efeitos adversos: náusea, vômito, diarreia e enterohemorragia
◊ Tanacetum parthenium
• Risco: X
• Posologia: 120mg 1x/dia
• Indicação: profilaxia para enxaqueca
• Interação: antiagregante, anticoagulante
◊ Vaccinium myrtillus
• Risco: C
• Posologia: 160mg 1-3x/dia
• Indicação: aterosclerose, diabete, retinopatia, acompanhada de fragilidade capilar com
alterações de da permeabilidade secundária a hipertensão
• Interação: com susbtâncias taninos, anti-hipertensivos, digitálicos.
◊ Valeriana officinalis
• Risco: C
• Posologia: 140mg 1-3x/dia v.o.
• Indicação: estados de inquietação, dificuldade de adormecer, irritabilidade
• Efeitos adversos: erupção cutânea
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