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Processos Obstrutivosnos

SistemasSociais,nosGru-
pos e nasInstituições
LUIZ CARLOSOSORIO

Qualquersistemasocial, sejaum casal,uma famíia, um gmpo terapêuticoou uma


instituição,nãoé um merosomatóriode individualidades. Issoo sabemos todosnós,
mastê-lo em contana práxisde nossasatividadesgnpais nem sempreé tão óbvio
quantosepoderiasupor.
Sabemos, portanto,queum sistema(nocaso,o sistemagrupal)nãoé a somade
suaspaÍes. E o chamadoprincípioda não-somatividade, umadaspedrasangulares
da teoria dos sistemas,mencionadopor Watzlawick(1967). O conceitopsicológico
de "gestú" deriva-sedesteprincípioe sinalizaa importânciadeconsiderÍìr-se o gÍu-
po comoumaentidadepeculiar,cujo perfìl psicodinâmiconãopodesersimplistamente
reduzidoà resultantêdosvetoÍespsicológicosde seuscomponentes.
Logo, os grupostêm suadinâmicaprópriae leis inerentesa seufuncionamento.
Não podemoscompreendê-los tão somentea partir da dinâmicaintrapsíquicade seus
membros.Não obstante,sendomeu vértice de aproximaçãoao estudodos gnrposo
psicanalítico,é a partir decertascaracteísticaspsicológicasdossereshumanose que
semanifestamemsuasinteraçõssociaisqueprocuroentendero funcionamentogrupal.
Sefiz a ressalvainicialé paraquenãosesuponhaqueingenuamente tenhoa preten-
sãode abarcartodo o universodasmanifestações e vicissitudesdasatiüdadesgrupais
apenassoba óticada psicanáIise: essa,comoasdemaisabordagens propostaspelos
estudiosos do comportamento socialdossereshumanos, é apenasumadasinúmeras
vias de entradaà compreensão dosprocessos grupais.
O fenômenoque centralizaa atividadede qualqueragrupamentohumanoé a
interaçãoentreseuscomponentes. Na dinâmicadessainteraçãoé quetemosquefocar
nossointeresseespeculativo,independentemente do vértice teórico sob o qual nos
posicionamos, paracompreender tantoosaspectos construtivoscomoosobstrutivos
da atividadegrupaldosindivíduos.
Diz-sequeo Homemé um sergregário,aludindo-secomissoà suainatatendência
a agrupar-separa íuisegurarsuaidentidadee sobrevivênciacomo espécie.Mas, ao
contráriode outrasespéciesanimais,o Homemnáo seagrupaapenaspíua defender-
sedosperigosnaturaisou paramultiplicar suacapacidadede proversustentoe prote-
ção paraa prole. O Homemtambémseagrupaparainstrumentalizarseudomínio e
podersobreseusiguais,mesmoquandoestedomínionãoestávinculadoa questõ€s
70 . zuenurNaosonlo

de sobrevivência ou preservaçâo da espécie.E é quandoissoocorrequenosde


tamoscom osmecanismos obstrutivosnossistemas sociais,gruposou instituiç
Os sistemas sociais,asinstituições e os gruposem geralsãosempre- a p
seusobjetivosespecíficos - instrumentos de buscae manutenção do Poder(a
mesmo,maiusculado, paraenfatizarsuamagnitudee inadjetivadoparacaract
suaabrangência). Essaaspiração ou desejode Poderestáligadoàsorigensda co
çãohumanae é o substrato dinâmicoparaasvicissitudes dosindivíduosna sua
de relação.
Sabemos queossereshumanos sãocapazes deinibirseudesenvolvimento ps
co e comprometer seriamente a realizaçãodeseusprojetosdevidaa partirdemec
mos autodestrutivos, que vão desdeas "inofensivas"somatizações que afeta
indivíduosem geralatécondutasfrancamente suicidas.
De formaanáloga,poderíamos dizerquetambémos sistemassociais"an
lam-se"ou "suicidam-se". Aí está a desintegraçãodo LesteEuropeucomoevid
contemporânea desses processos autodestrutivosnum sistemasocial.Em escal
nor, os gmpostambémse autoflagelam, como nasdissidências ou fragment
institucionais.
Porémnão é a essasformasextremasde aniquilaçãoinstitucionalque va
nosreferirnestetextoe, sim,aosprocessos obstrutivoslentos,insidiosos,crôn
nemsempreperceptíveis e queestãocontínuae reiteradamente debilitandoosorg
mosgrupaise minandoseusobjetivosimanentes. Taisprocessos seriamcompa
àsdetenções no desenvolvimento, ou aosfenômenos regrgssivos nosindivíduos
quiséssemos continuarna analogia,diríamos que seestendemnumagamaqu
desdeasfronteirasda normalidade atéo nívelpsicótico,quenãocontemplaas
gências darealidade e acabaconstituindo-se numa"morteemvida"pelaimpossib
dede darcursoa um projetoexistencial. Paralhesdarumaidéiamaisclaradaq
queme refiro aqui,precisorecorrera algunsconceitose noções,aparenteme
parsase desconexas,mas que aos poucosserãoarticuladaspara dâr sustenta
estaexposição.
Paraum psicanalist4falar em processos obstrutivosou autodestrutivos é
carinevitavelmente a idéiadeum instintoou pulsãodemorte,tal comooriginal
te a formulouFreud(1920).Esseé sabidamente um dosmaiscontroversos conc
da teoria psicanalíticae há quem afirme que nem mesmo Freudseconvence
suaprópriaaÍgumentação a favor de suaexistência. O-saggggqpsicanalistaq
adotaramçqnó ferramêntaepistemológica- M. Klein èìÍlóçlõ:ìãfr guraãÍ
tal sortequeDoucolembraa formacoúo Freudinicialmente
de-Èì:meìa o concebeu.
meómílibèidãdèdé transTorm-raÇão õo èonieito ilara aÌtíptáJo
objetivosdestecapítulo.Tomarei,então,o instintodemoÍe nãocomoum hipot
impulsoao auto-aniquilamento, mascomoumaformade inérciaao movimen
direçãoà vida,aocrescimento, à evoluçãoe suasexigênciasdediferenciação e reco
cimentodapresença do Outro- comoalgo,enfim,queboicotaou sabotao desen
mentopsíçico do indivíduo.
Sirvo-meda intuiçãodospoetas- essessutisantecipadores do conhecim
científico- paradadhesumasintéticaidéiado instintode mortecomoo visua
apresento _aqui.Diz-nosM. Quintana(1973):" A única mortepossívelé nã
nascido".E a estarecusaàsvicissitudesdaexistênciae ao desejodemanlerad aet
o estadodeonipotência originalqueestoualudindoaquiquandomerefrroaoins
de morte.
\ÍAS O QUE VEM A SER O ESTADODE ONIPOTENCIA ORIGINAL
A\TES REFERIDO?

Suponhamos,para melhor entendê-lo,que o bebêdentro do útero matemo tem de si


e do que o rodeia a idéia de um todo fusionadoe indissociável.Se um feto pensasse,
diria:;'O Universo sou Eu". Essafórmula solipsistaresumea essênciapsicoiógicado
estadode indiferenciaçãoinicial do ser humanona vida intra-uterina.Essa fórmula
transforma-se, pelacontingênciado nascimento,na premissa"O Universo(Mãe)existe
em função de Mim", que serámantidaao longo dos primeiros mesesde vida do bebê,
em razáo de sua condição neotênica,ou seja, sua incapacidadede sobreviver sem
cuidadosextemos(maternagem).
A cisãoprimordial do nascimentoe a conseqüentenecessidadede adaptar-seàs
exigênciasde uma realidadeque confronta o ser humano com a evidência de sua
incompletude(e, posteriormente,com suafinitude) o levam a anelaÍo retomo ao que
chamamosestadode onipotênciaoriginal, representação mentaldo paraísonirvânico,
sem angústias,sem conflitos, sem desejosa demandarsatisfaçõese, conseqüente-
mente, o corolário da negaçãoda vida e suasvicissitudes.O impulso que se opõe à
vida e às suasmanifestações,tais como o desejode crescere aceitaros desafiosdo
périplo existencial,é o que aqui entendemospor instinto de morte, e seu objetivo
seria,portanto,o retomo ao estadode onipotênciaoriginal, cujo paradigmaé o narci-
sismo primário do bebêno "nirvana" uterino.
Narcisismo, noção intimamenterelacionadae articuladacom as anteriores,é
nossapróxima referênciaconceitual.Narcisismoque não é o amor a si próprio como
postulou-seinicialmente, fundamentando-sena expressãoplástica da lenda que o
inspirou como conceito metapsicológico,mas, sim, q incapacidadede amar até_asi
próprio, conteúdoque transcendea imagem de Narciso mirando-seno espelhodas
águasparaevocar o aspectoautodestrutivosubjacentena representaçãoalegóricada
voltâ ao estadoonipotenteoriginal, pela fusão com a Mãe, simbolizada nas águas
onde se deixa afogar.
Outra vez os poetasvêm em meu auxílio para me adequarà necessidadede ser
breve.Destafeita é V. de Moraesquem nos alertaque "quem de dentro de si não sai
vai morrer semamarninguém". Narcisismoé, pois, como aqui o estamosconsideran-
do, esta impossibilidadede sair de dentro de si para a interaçãocom o Outro, esteja
esseOutro externalizadono seu mundo de relaçõespessoaisou intemalizado sob a
forma de representações de objetosafetivos no aparelhopsíquico.
O narcisismo seria, então, a expressãoda libido represadae que no contexto
grupal se evidencia por uma menor disponibilidade às interaçõesafetivas e a uma
menor consideraçãopelos direitos alheios, alimentando,dessaforma, os processos
obstrutivospelo estancamentoda cooperaçãogrupal indispensávelà consecuçãoda
tarefa a que o grupo se propõe, seja qual for esta.Por outro lado, a libido represada
impedea admiração,porqueestaimplica o reconhecimentodo valor alheio. Destarte,
as posturasnarcísicasensejama eclosãode sentimentosinvejosos.
A inveja lançasuasraízesno solo que lhe é propício,o narcisismo,medraregada
pela hostilidadee se espalha,qual erva daninha,no pasto da mediocridade.Outros-
sim, a inveja articula-secom o instinto de morte por ser um sentimentoparalisante,
impeditivo do progressode quem o albergae que o deixa à margemdos movimentos
evolutivos de qualquergrupo do qual participe,aosquais irá sabotar,pois a emergên-
cia da criatividade grupal exarcerbao mal-estardo indivíduo invejoso que, via de
regÍa,pertenceà parcelamenostalentosaou criativa dos gruposou instituições.Como
sóiacontecer queo invejosonãotenhaconsciência dapr6priainveja(porquepar
lo é precisoteracessoaoprocessocriativoa quechamamoslnsrgftle esteestá
do pela açãodeletéria do instinto de morte enquantoagentebloqueador do
ou evolução)põe-seelea atacarosmovimentos do gmpo,i
construtivos
aspráticassabotadoras dastransformações criativas.
Outrossentimentos ou emoções humanas comparecem e causam
na malhainterativadosprocessos grupais,gerandoou exarceúando
obstrutivosa seufuncionamento. Entretantosquedeixaremos de mencionare
tir paranãoexcederos limitesconvenientes a estaexposição,destacaremos,por
relevânciapara o tema em pauta, a arrogância(outro subprodutonarcísico)e
contrapartida,o servilismointeresseiro,
umaformade mimetismocomasopiniõ
intenções daslideranças grupaise queconsisteemabrir-semãodadignidade
paraa obtenção dasbenesses do podercirculanteno gmpoe aoqualo postulant
sesupõecapazde ter acessoa nãoserpeloexpediente da bajulação.
Taiscondutas,decorrentes querda arrogância de quemnarcisicâmente se
bui um valorque nãoteme desqualificao méritoalheio,quer do peleguismo
de
se humilha para contemplar seu triunfo narcísico espelhadono Outro, têm
estagnantes sobrea evoluçãodo processogrupale, conseqüentemente, podem
arroladascomoelementos obstrutivosdossistemas sociais.
A hipocrisiaé outroagenteobstrutivogrupalquenãopodemos deixarde
nar.Comosugeremsuasraízesetimológicas, é a hipocrisiao redutodasatitude
a por
subvertem mudançasocial manter abaixo do nívelcrítico(hipo-crisis)a
cia dosaspectosconflitivosinerentesa qualqueragnrpamento humano.
Ao impedir-se, pelaviacínicaou intermediação hipócrita,quevenhamà ton
sentimentos conflitantes,
tamponam-se artificialmente ascrisesinstitucionaise
tam-seasiniciativaspaÍapromoverasmudanças capazes de assegurara
de dosprocessos grupaise, conseqüentemente, a manutenção da saúde
Recorde-se,en passanl, que a expressãocrise (do grego kri.ris - ato ou facu
de de distinguir, escolher,decidire./ouresolver),como lembra Erikson (1968),já
não padeceem nossosdias do significado de catástrofeiminente que em certo
chegoua constituir-seem obstáculoà compreensão do real significadodo
Atualmente,aceita-sequecrisedesignaum pontoconjunturalnecessário ao
vimentotantodosindivíduoscomodesuasinstituições. As crisesmobilizamas
riênciasacumuladas e ensejamumamelhor (re-) definiçãode objetivospessoa
coletivos.
Todoe qualquersistemasocialé uma caixade ressonância que amplific
emoções humanas e asreverbera que
na tramainterpessoal lhe servede sustent
Como,então,apresentam-se e interagern,napráxissocietária,grupalou institucio
elementos comoos mencionados instintode morte,narcisismo, buscae manute
de estadosde poder,inveja,anogância,servilismo,hipocrisiae outrostantosap
sugeridose não explicitamentemencionadosno texto?E como se exteriorizam
processos obstrutivos?
Vamosnosvalera seguirde uma situaçãofictíciaquenospermita,atravé
ilustração,preencheraslacunasda digressãoteórica.Apenasdescreveremos a al
da situação,deixandoaosleitoresa tarefade correlacioná-la comosconteúdos so
os quais estivemosa dissertaratéagora.
Imaginemosqueestamosreunidosnum grupoinformal pzrÍaestudÍtÍos pro
sosobstrutivos nasinstituiçõessociaisemgeral.A motivaçãoquenosaproximo
curiosidadecompartidasobreessesfenômenose o desejode compreendêJo
coMo TRABALHAM''co" o*u"or . 73

Ë- maiorprofundidade. Tambémcompartilhamos a convicçãodequeé numgrupomul-


z- tidisciplinarquemaior proveito adviránosso intercâmbio de idéias.
rto Eis quandoalguémrepentinamente propõe:" - E sefundássemos umasocieda
do de paraestudaros processos obstrutivosnossistemas sociaise pudéssemos atravé
delaveicularnossacontribuição a tãorelevante questão nosdias que conem?Ponho
ias medesdejáà disposição do grupo para tomar asprimeiras providências cabíveis".(O
les proponente trai assimseuinefreávelanseiode liderartal sociedade.) Ato contínuo
cu- outromembrodo grupo,salientando suapréviaexperiência comocomunicador, su-
ma gereumasigla para a nascente instituição: " - Chamemo-la SPEPOS (Sociedade para
a o EstudodosProcessos Obstrutivos Sociais)",aoqueum terceiro,vocacionado prag
: se maticamentepara a codificaçãoinformática,contrapõe:" - Muito extensa
oal Condensemo-la paraSPOS.E suficienteparaidentificá-lae soamelhor".
trão Entrementes, outroaspirante à liderançado gruposugerequesecogitemnome
paracompora diretoria,e vai logo indicandodois ou trêsparacargosde secretiíri
úri- tesoureiroe relaçõespúblicas,deixandoestrategicamente vacanteo de president
EM logo preenchidocom seupróprionomepor propostado secretáriorecém-indicad
itos antigocompanheiro de lutaspolíticasnoutrosanaiais.O tesoureiro, confirmandoo
Lsef acertoda proposiçãode seunomeparao caÍgo,vai logo calculandoe sugerindoo
valordeumacontribuição inicialparaossóciose...pronto!Lá sefoi por águaabaix
piG o objetivooriginaldo grupo,carregado pelo desejocoletivode abrir espaçoparao
que exercíciodosjogosde poder,a serviçodosnúcleosnarcísicos de cadaum doscom
gên- ponentes. E nãohá comoa promessa de um cargo diretivopara acionarasvaidade
circulantese preencheras valênciasnarcísicassempredisponíveisparauma nova
Eì OS tentativade resgatedo estadoonipotente original.
bor- O grupoinstitucionalpassaa ser,então,o continente propícioa estabuscairre-
úda- freávelderestauração do poderoriginalperdidoe que,no registroexistencialdecad
tnal. um deseusmembros, jaz no passado arcaicoqueremontaaoestadodeindiferenciaç
úda- inicial do bebê,ondeimperasoberana a condiçãonarcísicaprimordial,quenãoreco
ique nhecea existênciado outroporqueissoimplicarevelara si própriosuafragilidadee
Ento incompletude.
rmo. Abstraindo-se o carátercaricaturaldo exemploproposto,pode-seimaginarme
rvol- lhor caldodeculturado quea institucionalização deum grupocomofoi descritopara
xpe- o florescimento da inveja,da arrogância, do mimetismoservilista,da hipocrisiaaco
is ou modatícia,dadesqualificação do valoralheioe outrostantoselementos pemiciososà
integidadee ao progresso de um sistemasocial?Sãoessesalgunsdosmecanism
;a as obstrutivosque sabotamo crescimento de um grupoe erosamseusobjetivosorigi-
rção. nais,trazendocomoconseqüência a inérciae a estagnação queidentificama presen
onal, ça do instintode morte,na acepção em queo consideramos.
nção Sequisermoscorrelacionar taiseventoscom a teoriapsicanalítica dosgrupos
,enas conformeenunciada por Bion (1961),poderíamos acrescentar, a estaaltura,que os
nem processos obstrutivosseinstalamna vigênciadossupostos básicos de dependênc
iuta-e-fugae acasalamento messiânico; ou seja,um grupodeixade cumprir seu
ésda objetivose apresenta um movimentodedetenção evolutivaou regressão sempreque
rludi- abandona a condiçãode grupodetrabalhoparatomar-seum grupo de supostos bási
sobre cos,segundo a terminologia bioniana.
Uma última reflexão à guisa de conclusão:
0ces- Quandoum grupoinstitucionaliza-se a serviçodo podere do culto ao narcisis
o uéa mo de seusmembrose desvia-se de seusobjetivosoriginais,eleesclerosa-se, perd
)s em vitalidade,e,mesmoquenãovenhaa seaniquilare desaparecer por inteiro,sofreum
lento,insidiosoe gradativoprocesso dedegradação' Seeste processo de institucion
qual o cérebrodc um infanteesmagadopelaossificação prcmaturado crânio.
Então- aÌguémpoderáindagar-se, fazcndoulna leituraparcializada ou equiv
cadado que estoudizendo- todo o processode institucionalização ó nocivo?
Obviamente,não.A instituição sejaela a família,o clubeesportivo,o parti
políticoou a sociedade científica- é o arcabouço, o esqueÌeto do corposocietário
o que o sustentac possibilitasua estruturação. Sem dúvida,contudo,a instituiç
sofreum inevitávelprocessode pauliìtinaarÌtodestnÌição na medidaem que seafa
de seusobjetivosprecípuos paraserviraosintcresses narcísicos de seusmembros
se restringea opcrarcomo meroinstrumentoparao exercíciodo poder.
A aceitaçãoda premissade que os gÌxpos,como os indivíduos,sãolimitado
finitose quenãopodemsujeitar-se a sacrificarsuasfinalidadesespccíficas paraate
der às demandasnarcísicas de seuscomponentes e à sua aspiraçãode resgataru
poderilusórioé condítìosürcquír/ralÌpariìque se atenuemos pÍoccssosobstruti
quepossamvir a ameaçara sobrevivôncia operativade qualquergrupo,instituição
sistemasocial.
Em outraspalavras,nãosãoasideologiase sim os indivíduosquefracassam e
suastentativas de construirum mundomelhor,porquena suapri'txisinstitucionale
mundonão ultrapassar as fronteirasde seusprópriosegos.
Pensoque adquirirrnslgÀtdessesmccanismos obstrutivosvinculadosà busc
manutenção de estadosde podera serviçode pressupostos naÍcísicosque solapa
funcionamento dasinstituiçõeshumanase âmeâçamsuacontinuidadee existênc
de sumaimpoíânciaparatodosnósquctrabalhamos com grupos.E precisoidentifi
los conetae precocemente para,então,podermosintroduzirasmudanças necessá
à remoçãodos pontosde estrangulamcÌ'Ìto que impedem o fluxo criativo dos proc
sos grupais.Sem isso,os sistemassociaistornam-seantioperativos e contribu
parao mal-estarexistencialdos que nelesconvivem.

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