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Aula 12: Risco - Retorno e CAPM

(Cap.13 do RWJL)

Carolina Parra Martínez

Finanças Corporativas 2/2019

26 de Setembro de 2019

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 1 / 47


Conteúdos

1 Motivação

2 Retornos esperados e variâncias

3 Carteiras

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Motivação

Um individuo que possui apenas um título deve usar o retorno


esperado como medida de rentabilidade desse título e considerar o
desvio padrão ou a variância como medida adequada do risco do
título.

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Motivação

Um individuo que possui apenas um título deve usar o retorno


esperado como medida de rentabilidade desse título e considerar o
desvio padrão ou a variância como medida adequada do risco do
título.

Um individuo que possui uma carteira diversificada deve se


preocupar com a contribuição de cada título ao retorno esperado e
ao risco da carteira

1 O retorno esperado de um título é de fato, uma medida correta da


contribuição desse título ao retorno esperado da carteira.

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Motivação

Um individuo que possui apenas um título deve usar o retorno


esperado como medida de rentabilidade desse título e considerar o
desvio padrão ou a variância como medida adequada do risco do
título.

Um individuo que possui uma carteira diversificada deve se


preocupar com a contribuição de cada título ao retorno esperado e
ao risco da carteira

1 O retorno esperado de um título é de fato, uma medida correta da


contribuição desse título ao retorno esperado da carteira.
2 Por outro lado, nem o desvio padrão nem a variância não são medidas
adequadas da contribuição ao risco esperado da carteira. Tal
contribuição será medida mais corretamente por seu beta.

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Nota histórica

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Motivação

Quais são as implicações econômicas e de gestão das duas lições


aprendidas com a história?.

Nas aulas passadas estudamos os retorno de algumas poucas carteiras


grandes.

Agora precisamos analisar ativos individuais:


1 Definir o risco de um ativo individual e fornecer uma medida para ele.
2 Logo, medir a relação entre o risco do ativo e seu retorno exigido.

Para ativos individuais existem dois tipos de risco: sistemático ( ou


não diversificável) e não sistemático (afeta um pequeno número de
ativos).

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Motivação

Um investidor diversificado só deve importar-se com o risco


sistemático. Esta é a base da relação entre risco e retorno chamada
de linha do mercado de títulos (LMT) ou CAPM.

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Motivação

Um investidor diversificado só deve importar-se com o risco


sistemático. Esta é a base da relação entre risco e retorno chamada
de linha do mercado de títulos (LMT) ou CAPM.

Para entender a LMT devemos definir o coeficiente beta.

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Motivação

Um investidor diversificado só deve importar-se com o risco


sistemático. Esta é a base da relação entre risco e retorno chamada
de linha do mercado de títulos (LMT) ou CAPM.

Para entender a LMT devemos definir o coeficiente beta.

A LMT junto com o beta nos dirão qual é retorno exigido sobre
um investimento.

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Retorno esperado

A aula passada discutimos como calcular os retornos médios e as


variâncias usando dados históricos. Agora veremos como analisar retornos
e variâncias quando as informações que temos dizem respeito aos possíveis
retornos futuros e suas probabilidades.

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Retorno esperado

A aula passada discutimos como calcular os retornos médios e as


variâncias usando dados históricos. Agora veremos como analisar retornos
e variâncias quando as informações que temos dizem respeito aos possíveis
retornos futuros e suas probabilidades.

Exemplo: Considere um único período de um ano. Temos duas ações, L e


U, que têm as seguintes características: a ação L tem uma expectativa de
retorno de 25% no próximo ano, a ação U tem uma expectativa de retorno
de 20% no mesmo período.

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Retorno esperado

A aula passada discutimos como calcular os retornos médios e as


variâncias usando dados históricos. Agora veremos como analisar retornos
e variâncias quando as informações que temos dizem respeito aos possíveis
retornos futuros e suas probabilidades.

Exemplo: Considere um único período de um ano. Temos duas ações, L e


U, que têm as seguintes características: a ação L tem uma expectativa de
retorno de 25% no próximo ano, a ação U tem uma expectativa de retorno
de 20% no mesmo período.

Em uma situação como essa, se todos os investidores concordarem quanto


aos retornos esperados, por que alguém manteria a ação U?

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Retorno esperado

A aula passada discutimos como calcular os retornos médios e as


variâncias usando dados históricos. Agora veremos como analisar retornos
e variâncias quando as informações que temos dizem respeito aos possíveis
retornos futuros e suas probabilidades.

Exemplo: Considere um único período de um ano. Temos duas ações, L e


U, que têm as seguintes características: a ação L tem uma expectativa de
retorno de 25% no próximo ano, a ação U tem uma expectativa de retorno
de 20% no mesmo período.

Em uma situação como essa, se todos os investidores concordarem quanto


aos retornos esperados, por que alguém manteria a ação U?

Sem dúvida, a resposta deve depender do risco dos dois investimentos. O


retorno da ação L, embora se espere que seja de 25%, poderia, na
verdade, ser mais alto ou mais baixo.

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Retorno esperado

Vamos supor que há dois estados da economia, um de expansão e um de


recessão, e que eles são igualmente prováveis. Se acreditamos nos
seguintes retornos em cada situação:

Calculamos diretamente os retornos esperados.

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Retorno esperado

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Retorno esperado

Análogo ao prêmio pelo risco histórico, podemos calcular o prêmio pelo


risco esperado como a diferença entre o retorno esperado de um
investimento com risco e o retorno certo de um investimento sem risco.

Prêmio pelo risco = Retorno esperado − Taxa sem risco

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Prêmio pelo risco esperado

Por exemplo, suponhamos que os investimentos sem risco, no momento,


ofereçam 8%. Diremos então que a taxa sem risco, Rf é 8%. Assim,
podemos calcular o prêmio pelo risco esperados das ações L e U.

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Prêmio pelo risco esperado

Por exemplo, suponhamos que os investimentos sem risco, no momento,


ofereçam 8%. Diremos então que a taxa sem risco, Rf é 8%. Assim,
podemos calcular o prêmio pelo risco esperados das ações L e U.

1 Prêmio pelo risco para L = E(RL ) − Rf = 25% − 8% = 17%

2 Prêmio pelo risco para U = E(RU ) − Rf = 20% − 8% = 12%

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Exemplo

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Exemplo

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Cálculo da variância

Calculamos as variâncias da ação L e U, da seguinte maneira:

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Cálculo da variância

Calculamos as variâncias da ação L e U, da seguinte maneira:


1 Determinar os desvios do retorno esperado e elevamos ao quadrado.
2 Multiplicar cada um dos desvios ao quadrado pela sua probabilidade
de ocorrência.
3 Somamos tudo e o resultado será a variância.
4 O desvio padrão é a raiz quadrada da variância.

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Cálculo da variância

Calculamos as variâncias da ação L e U, da seguinte maneira:


1 Determinar os desvios do retorno esperado e elevamos ao quadrado.
2 Multiplicar cada um dos desvios ao quadrado pela sua probabilidade
de ocorrência.
3 Somamos tudo e o resultado será a variância.
4 O desvio padrão é a raiz quadrada da variância.

Calculamos para U: como o retorno esperado é E(RU ) = 20%, o


primeiro desvio é a diferença entre o retorno em recessão e o retorno
esperado, (Rr − 0.20) = (0.30 − 0.20) = 0.10 e o segundo desvio é
(Re − 0.20) = (0.10 − 0.20) = −0.10.

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Cálculo da variância

Calculamos as variâncias da ação L e U, da seguinte maneira:


1 Determinar os desvios do retorno esperado e elevamos ao quadrado.
2 Multiplicar cada um dos desvios ao quadrado pela sua probabilidade
de ocorrência.
3 Somamos tudo e o resultado será a variância.
4 O desvio padrão é a raiz quadrada da variância.

Calculamos para U: como o retorno esperado é E(RU ) = 20%, o


primeiro desvio é a diferença entre o retorno em recessão e o retorno
esperado, (Rr − 0.20) = (0.30 − 0.20) = 0.10 e o segundo desvio é
(Re − 0.20) = (0.10 − 0.20) = −0.10.
2 2
√ ) = (0.10) × 0.5 + (−0.10) × 0.5 = 0.01 e
Logo, V ar(U
σ(U ) = 0.01 = 0.1 = 10% .

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Variâncias das ações U e L

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Variâncias das ações U e L

Agora fica claro que mesmo que a ação L tenha um retorno maior, ela tem
mais risco. Você poderia obter um retorno de 70% sobre seu investimento
em L, mas também poderia perder 20%. Observe que um investimento em
U sempre pagará, pelo menos, 10%.

Qual dessas duas ações você deve comprar? Isto dependerá das
preferências pessoais, em particular da atitude frente ao risco.

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Exercício

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Exercício

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Carteiras

A maioria dos investidores, na verdade, mantém uma carteira de ativos,


ou seja, eles detém um grupo de ativos, tais como ações e títulos de
dívida. Logo, é importante estudar os retornos esperados e variâncias para
carteiras.

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Carteiras

A maioria dos investidores, na verdade, mantém uma carteira de ativos,


ou seja, eles detém um grupo de ativos, tais como ações e títulos de
dívida. Logo, é importante estudar os retornos esperados e variâncias para
carteiras.

A abordagem mais conveniente para descrever uma carteira é listar a


porcentagem do valor total da carteira investido em cada ativo.
Chamamos essas porcentagens de pesos da carteira.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 15 / 47


Carteiras

A maioria dos investidores, na verdade, mantém uma carteira de ativos,


ou seja, eles detém um grupo de ativos, tais como ações e títulos de
dívida. Logo, é importante estudar os retornos esperados e variâncias para
carteiras.

A abordagem mais conveniente para descrever uma carteira é listar a


porcentagem do valor total da carteira investido em cada ativo.
Chamamos essas porcentagens de pesos da carteira. Exemplo: Se temos

$50 em um ativo e $150 em outro, então nossa carteira total vale $200.
Note que os respetivos pesos são 0.25 e 0.75.

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Retornos esperados da carteira

Imagine que você investiu a metade de seu dinheiro nas ações U e L


(pesos 0.5 e 0.5). Qual seria o retorno esperado de sua carteira?.

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Retornos esperados da carteira

Imagine que você investiu a metade de seu dinheiro nas ações U e L


(pesos 0.5 e 0.5). Qual seria o retorno esperado de sua carteira?.

Novamente, para cada estado da natureza (recessão ou forte expansão)


você deve calcular o retorno dessa carteira (L, U ):
1 Caso recessão: Rc = 0.5 × −0.20 + 0.5 × 0.30 = 0.05 = 5%
2 Caso forte expansão: Rc = 0.5 × 0.70 + 0.5 × 0.10 = 0.40 = 40%
Caso os eventos sejam igualmente prováveis, o retorno esperado é 22.5%.

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Retornos esperados da carteira

Imagine que você investiu a metade de seu dinheiro nas ações U e L


(pesos 0.5 e 0.5). Qual seria o retorno esperado de sua carteira?.

Novamente, para cada estado da natureza (recessão ou forte expansão)


você deve calcular o retorno dessa carteira (L, U ):
1 Caso recessão: Rc = 0.5 × −0.20 + 0.5 × 0.30 = 0.05 = 5%
2 Caso forte expansão: Rc = 0.5 × 0.70 + 0.5 × 0.10 = 0.40 = 40%
Caso os eventos sejam igualmente prováveis, o retorno esperado é 22.5%.

Analogamente,

E(Rc ) = 0.5 × E(RL ) + 0.5 × E(RU ) = 0.5 × 25% + 0.5 × 20% = 22.5%.

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Retornos esperados da carteira

Suponha que tenhamos n ativos em nossa carteira, onde pi é a


porcentagem de dinheiro investido no ativo i, então o retorno esperado é:

E(Rc ) = p1 × E(R1 ) + p2 × E(R2 ) + . . . + pn × E(Rn )

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Retornos esperados da carteira

Suponha que tenhamos n ativos em nossa carteira, onde pi é a


porcentagem de dinheiro investido no ativo i, então o retorno esperado é:

E(Rc ) = p1 × E(R1 ) + p2 × E(R2 ) + . . . + pn × E(Rn )

Logo, retorno esperado sobre uma carteira é a simples combinação dos


retornos esperados sobre os ativos dessa carteira.

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Exercício

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Variância da carteira

A variância não é uma função linear, logo não podemos ponderar as


variâncias de cada ação. Devemos calcular os desvios dos retornos em
cada estado com respeito ao retorno esperado, elevar ao quadrado,
multiplicar pela probabilidade do estado e somar. Neste caso,

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 19 / 47


Variância da carteira

A variância não é uma função linear, logo não podemos ponderar as


variâncias de cada ação. Devemos calcular os desvios dos retornos em
cada estado com respeito ao retorno esperado, elevar ao quadrado,
multiplicar pela probabilidade do estado e somar. Neste caso,

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 19 / 47


Variância da carteira

A variância não é uma função linear, logo não podemos ponderar as


variâncias de cada ação. Devemos calcular os desvios dos retornos em
cada estado com respeito ao retorno esperado, elevar ao quadrado,
multiplicar pela probabilidade do estado e somar. Neste caso,

Exercício: No mesmo exercício das duas carteiras com 3 ações, calcule os


retornos em cada estado e logo os desvios padrão das duas carteiras.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 19 / 47


Retornos esperados e inesperados

Considere o retorno da ação de uma empresa chamada Flyers. O que


determinará o retorno dessa ação no próximo ano?

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Retornos esperados e inesperados

Considere o retorno da ação de uma empresa chamada Flyers. O que


determinará o retorno dessa ação no próximo ano?
1 O esperado, da ação. Se baseia na compreensão atual do mercado
sobre os fatores importantes que influenciarão a ação no próximo ano.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 20 / 47


Retornos esperados e inesperados

Considere o retorno da ação de uma empresa chamada Flyers. O que


determinará o retorno dessa ação no próximo ano?
1 O esperado, da ação. Se baseia na compreensão atual do mercado
sobre os fatores importantes que influenciarão a ação no próximo ano.
2 Uma parte incerta do retorno (arriscada). Essa é a parte que surge
com informações inesperadas reveladas durante o ano. Exemplos:
Notícias sobre pesquisas realizadas na Flyers, números do governo
divulgados sobre o produto interno bruto (PIB), notícias de que os
números de vendas da Flyers são maiores do que os esperados, queda
repentina nas taxas de juros, etc.

Retorno total = Retorno esperado + Retorno inesperado.

R = E(R) + I

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Observações

1 Em determinado ano, o retorno inesperado será positivo ou negativo,


mas, com o tempo, o valor médio de I será zero. Ou seja que na
média, o retorno real R é igual ao retorno esperado.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 21 / 47


Observações

1 Em determinado ano, o retorno inesperado será positivo ou negativo,


mas, com o tempo, o valor médio de I será zero. Ou seja que na
média, o retorno real R é igual ao retorno esperado.

2 Devemos tomar cuidado ao falar sobre o efeito das notícias sobre o


retorno. O impacto depende de quanto daquele número será
informação nova. Por exemplo, suponha que a Flyers a prospera
quando o PIB aumenta a uma taxa relativamente alta e sofre quando
o PIB está relativamente estagnado. (Previsão do PIB neste ano seria
de 0, 5% e foi anunciado 1, 5%).

Anúncio = Parte esperada + Surpresa.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 21 / 47


Observações

1 Em determinado ano, o retorno inesperado será positivo ou negativo,


mas, com o tempo, o valor médio de I será zero. Ou seja que na
média, o retorno real R é igual ao retorno esperado.

2 Devemos tomar cuidado ao falar sobre o efeito das notícias sobre o


retorno. O impacto depende de quanto daquele número será
informação nova. Por exemplo, suponha que a Flyers a prospera
quando o PIB aumenta a uma taxa relativamente alta e sofre quando
o PIB está relativamente estagnado. (Previsão do PIB neste ano seria
de 0, 5% e foi anunciado 1, 5%).

Anúncio = Parte esperada + Surpresa.

A parte esperada de qualquer anúncio é a parte da informação usada pelo


mercado para formar a expectativa, E(R), do retorno sobre uma ação. A
surpresa é a novidade que influencia o retorno não previsto sobre a ação, I.
Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 21 / 47
Risco: sistemático e não sistemático

O risco de ter um ativo está nas surpresas – os eventos não previstos.


Do contrário, você obteria o esperado, sem risco.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 22 / 47


Risco: sistemático e não sistemático

O risco de ter um ativo está nas surpresas – os eventos não previstos.


Do contrário, você obteria o esperado, sem risco.
Se você lembra dos tipos de notícia que influenciam I, há algumas
que são específicas da empresa e outras, como PIB ou taxa de juros,
que influenciam a quase todas as outras empresas também.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 22 / 47


Risco: sistemático e não sistemático

O risco de ter um ativo está nas surpresas – os eventos não previstos.


Do contrário, você obteria o esperado, sem risco.
Se você lembra dos tipos de notícia que influenciam I, há algumas
que são específicas da empresa e outras, como PIB ou taxa de juros,
que influenciam a quase todas as outras empresas também.
Logo, podemos diferenciar dois tipos de risco:

1 O primeiro tipo de surpresa é o risco sistemático é um risco que


influencia um número grande de ativos. Também chamado de risco
de mercado.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 22 / 47


Risco: sistemático e não sistemático

O risco de ter um ativo está nas surpresas – os eventos não previstos.


Do contrário, você obteria o esperado, sem risco.
Se você lembra dos tipos de notícia que influenciam I, há algumas
que são específicas da empresa e outras, como PIB ou taxa de juros,
que influenciam a quase todas as outras empresas também.
Logo, podemos diferenciar dois tipos de risco:

1 O primeiro tipo de surpresa é o risco sistemático é um risco que


influencia um número grande de ativos. Também chamado de risco
de mercado.

2 O segundo tipo de surpresa é o risco não sistemático, ele afeta, no


máximo, um número pequeno de ativos. Também chamado de risco
único ou específico de um ativo.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 22 / 47


Exemplos

1 Incertezas sobre as condições econômicas gerais, tais como PIB, taxas


de juros ou inflação, são exemplos de riscos sistemáticos.

Um aumento não previsto da inflação, por exemplo, afeta os salários e


os custos dos suprimentos comprados; ele afeta o valor dos ativos que
as empresas possuem e os preços de venda de seus produtos. Forças
como essas, às quais todas as empresas estão sujeitas, são a essência
do risco sistemático.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 23 / 47


Exemplos

1 Incertezas sobre as condições econômicas gerais, tais como PIB, taxas


de juros ou inflação, são exemplos de riscos sistemáticos.

Um aumento não previsto da inflação, por exemplo, afeta os salários e


os custos dos suprimentos comprados; ele afeta o valor dos ativos que
as empresas possuem e os preços de venda de seus produtos. Forças
como essas, às quais todas as empresas estão sujeitas, são a essência
do risco sistemático.

2 Quando uma empresa de petróleo anuncia uma greve de seus


petroleiros, isso afetará primariamente aquela empresa e, talvez,
algumas outras, o que é risco não sistemático. É pouco provável que
esse anúncio tenha muito efeito no mercado mundial de petróleo, ou
nos assuntos das empresas que não pertencem à área de petróleo e,
assim, esse é um evento não sistemático.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 23 / 47


Risco: sistemático e não sistemático

A parte inesperada (I) do retorno pode também ser dividido segundo o


tipo de risco.

R = E(R) + I
R = E(R) + m + ε

Onde o risco sistemático é denotado por m (atinge o mercado) e a parte


não sistemática por ε.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 24 / 47


Risco: sistemático e não sistemático

A parte inesperada (I) do retorno pode também ser dividido segundo o


tipo de risco.

R = E(R) + I
R = E(R) + m + ε

Onde o risco sistemático é denotado por m (atinge o mercado) e a parte


não sistemática por ε.

Note que ε é quase exclusivo da Flyers (no caso)e ela não está relacionada
à parte não sistemática do retorno na maioria dos outros ativos.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 24 / 47


O princípio da diversificação: outra lição da história do
mercado

Lembre que o desvio padrão do retorno anual de uma carteira de 500


ações ordinárias de grandes empresas norte-americanas, historicamente,
tem sido de cerca de 20% ao ano.

Isso significa que o desvio padrão do retorno anual de uma ação típica
daquele grupo de 500 é de cerca de 20%?

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O princípio da diversificação: outra lição da história do
mercado

Lembre que o desvio padrão do retorno anual de uma carteira de 500


ações ordinárias de grandes empresas norte-americanas, historicamente,
tem sido de cerca de 20% ao ano.

Isso significa que o desvio padrão do retorno anual de uma ação típica
daquele grupo de 500 é de cerca de 20%?

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 25 / 47


O princípio da diversificação: outra lição da história do
mercado

Lembre que o desvio padrão do retorno anual de uma carteira de 500


ações ordinárias de grandes empresas norte-americanas, historicamente,
tem sido de cerca de 20% ao ano.

Isso significa que o desvio padrão do retorno anual de uma ação típica
daquele grupo de 500 é de cerca de 20%?

Claro que não!. Para ilustrar a relação entre o tamanho da carteira e o


risco da carteira, temos os seguinte desvios padrão médios anuais típicos
para carteiras igualmente ponderadas que contêm números diferentes de
ações negociadas na Nyse selecionadas aleatoriamente.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 25 / 47


Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 26 / 47
O princípio da diversificação

O princípio da diversificação nos diz que distribuir um investimento em


muitos ativos eliminará parte do risco.
Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 27 / 47
Diversificação e riscos

Diversificação e risco não sistemático


O risco não sistemático é essencialmente eliminado pela diversificação, de
modo que uma carteira com muitos ativos quase não tem risco não
sistemático.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 28 / 47


Diversificação e riscos

Diversificação e risco não sistemático


O risco não sistemático é essencialmente eliminado pela diversificação, de
modo que uma carteira com muitos ativos quase não tem risco não
sistemático.

Diversificação e risco sistemático


Independentemente de quantos ativos coloquemos em uma carteira, o
risco sistemático não desaparece.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 28 / 47


Diversificação e riscos

Diversificação e risco não sistemático


O risco não sistemático é essencialmente eliminado pela diversificação, de
modo que uma carteira com muitos ativos quase não tem risco não
sistemático.

Diversificação e risco sistemático


Independentemente de quantos ativos coloquemos em uma carteira, o
risco sistemático não desaparece.

Para uma carteira bem diversificada, o risco não sistemático é


insignificante. Para tal carteira, todo o risco é essencialmente sistemático.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 28 / 47


O princípio do risco sistemático

O princípio do risco sistemático declara que a recompensa por correr


riscos só depende do risco sistemático de um investimento. Ou seja, o
mercado não premia os riscos incorridos desnecessariamente.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 29 / 47


O princípio do risco sistemático

O princípio do risco sistemático declara que a recompensa por correr


riscos só depende do risco sistemático de um investimento. Ou seja, o
mercado não premia os riscos incorridos desnecessariamente.

O retorno esperado sobre um ativo depende apenas do risco sistemático


desse ativo.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 29 / 47


O princípio do risco sistemático

O princípio do risco sistemático declara que a recompensa por correr


riscos só depende do risco sistemático de um investimento. Ou seja, o
mercado não premia os riscos incorridos desnecessariamente.

O retorno esperado sobre um ativo depende apenas do risco sistemático


desse ativo.

Consequência: seja qual for o risco total de um ativo, apenas a parte


sistemática é importante para a determinação do retorno esperado
e do prêmio pelo risco desse ativo.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 29 / 47


Medição do risco sistemático

Um método para medir o risco sistemático é o coeficiente beta (β). Um


β, nos diz quanto risco sistemático determinado ativo tem em relação a
um ativo médio.

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Medição do risco sistemático

Um método para medir o risco sistemático é o coeficiente beta (β). Um


β, nos diz quanto risco sistemático determinado ativo tem em relação a
um ativo médio.

1 Por definição, um ativo médio tem um beta de 1,0 em relação a ele


mesmo.
2 Um ativo com um beta 0,50 tem metade do risco sistemático de um
ativo médio.
3 Um ativo com beta 2,0 tem o dobro de risco.

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Exemplo

Como os ativos com betas maiores têm maiores riscos sistemáticos, eles
terão retornos esperados maiores.

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Exemplo

Como os ativos com betas maiores têm maiores riscos sistemáticos, eles
terão retornos esperados maiores.

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Exemplo

Como os ativos com betas maiores têm maiores riscos sistemáticos, eles
terão retornos esperados maiores.

Logo, um investidor que compra ações da ExxonMobil deve esperar


ganhar, na média, menos do que um investidor que compra ações da Ebay.

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Exercício

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Exercício

De acordo com o princípio do risco sistemático, o título B terá um prêmio


de risco mais alto e um retorno esperado maior, apesar de ele ter um risco
total menor.

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Betas de carteiras

Se tivéssemos um número grande de ativos em uma carteira,


multiplicaríamos o β de cada ativo pelo peso de sua carteira e, em
seguida, somaríamos os resultados para obter o β da carteira.

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Betas de carteiras

Se tivéssemos um número grande de ativos em uma carteira,


multiplicaríamos o β de cada ativo pelo peso de sua carteira e, em
seguida, somaríamos os resultados para obter o β da carteira.

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Betas de carteiras

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A linha do mercado de títulos

Agora podemos ver como o risco é premiado no mercado.


1 Para começar, suponhamos que o ativo A tenha um retorno esperado
de E(RA ) = 20% e um βA de 1,6.
2 Suponhamos também que a taxa sem risco seja Rf = 8%. Por
definição, tem um beta igual a zero.

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A linha do mercado de títulos

Agora podemos ver como o risco é premiado no mercado.


1 Para começar, suponhamos que o ativo A tenha um retorno esperado
de E(RA ) = 20% e um βA de 1,6.
2 Suponhamos também que a taxa sem risco seja Rf = 8%. Por
definição, tem um beta igual a zero.
3 Considere uma carteira formada pelo ativo A e um ativo sem risco,
digamos 25% investido no ativo A.
4 Calculamos o retorno esperado:

E(Rc ) = 0, 25 × E(RA ) + (1 − 0, 25) × Rf = 11%

5 Calculamos também o beta da carteira:

βC = 0, 25 × βA + (1 − 0, 25) × 0 = 0, 40

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Retornos esperados vs β’s

Veja que a relação entre retornos esperados da carteira e seus betas é


linear. Podemos olhar para a tal linha reta.

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Razão entre recompensa e risco

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Razão entre recompensa e risco

Note que a inclinação da linha reta é exatamente o prêmio pelo risco do


ativo A, (E(RA ) − Rf ) dividido pelo beta do ativo βA .

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Razão entre recompensa e risco

(E(RA ) − Rf ) 20% − 8%
Inclinação = = = 7, 5%
βA 1, 6

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Razão entre recompensa e risco

(E(RA ) − Rf ) 20% − 8%
Inclinação = = = 7, 5%
βA 1, 6
Assim, o ativo A tem um prêmio pelo risco de 7, 50% por unidade de risco
sistemático.

Pergunta: Agora suponhamos que consideremos um segundo ativo, o


ativo B. Esse ativo tem um beta de 1, 2 e um retorno esperado de 16%.
Qual é o melhor investimento, o ativo A ou o ativo B?

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Razão entre recompensa e risco

(E(RA ) − Rf ) 20% − 8%
Inclinação = = = 7, 5%
βA 1, 6
Assim, o ativo A tem um prêmio pelo risco de 7, 50% por unidade de risco
sistemático.

Pergunta: Agora suponhamos que consideremos um segundo ativo, o


ativo B. Esse ativo tem um beta de 1, 2 e um retorno esperado de 16%.
Qual é o melhor investimento, o ativo A ou o ativo B?

Uma opção é fazer misturas do ativo B com o ativo sem risco. Obtemos
as relações retorno – beta:

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 38 / 47


Relação entre A e B

(E(RB ) − Rf ) 16% − 8%
Inclinação de B = = = 6, 67%
βB 1, 2
Assim, o ativo B tem uma razão entre recompensa e risco igual a 6, 67%,
que é menor do que os 7, 5% oferecidos pelo ativo A.

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Relação entre A e B

(E(RB ) − Rf ) 16% − 8%
Inclinação de B = = = 6, 67%
βB 1, 2
Assim, o ativo B tem uma razão entre recompensa e risco igual a 6, 67%,
que é menor do que os 7, 5% oferecidos pelo ativo A.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 39 / 47


Relação entre A e B

Resultado fundamental
A situação que descrevemos para os ativos A e B não poderia persistir em
um mercado bem organizado e ativo, porque os investidores seriam
atraídos para o ativo A e se afastariam do ativo B. Como resultado, o
preço do ativo A subiria e o preço do ativo B cairia. Como os preços e os
retornos se movem em direções opostas, o retorno esperado de A
diminuiria e o de B aumentaria. Logo,

(E(RA ) − Rf ) (E(RB ) − Rf )
=
βA βB

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Relação entre A e B

Resultado fundamental
A situação que descrevemos para os ativos A e B não poderia persistir em
um mercado bem organizado e ativo, porque os investidores seriam
atraídos para o ativo A e se afastariam do ativo B. Como resultado, o
preço do ativo A subiria e o preço do ativo B cairia. Como os preços e os
retornos se movem em direções opostas, o retorno esperado de A
diminuiria e o de B aumentaria. Logo,

(E(RA ) − Rf ) (E(RB ) − Rf )
=
βA βB

Ou mais geralmente, A razão entre retorno e risco deve ser a mesma


para todos os ativos do mercado.

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 40 / 47


Relação entre A e B

Resultado fundamental
A situação que descrevemos para os ativos A e B não poderia persistir em
um mercado bem organizado e ativo, porque os investidores seriam
atraídos para o ativo A e se afastariam do ativo B. Como resultado, o
preço do ativo A subiria e o preço do ativo B cairia. Como os preços e os
retornos se movem em direções opostas, o retorno esperado de A
diminuiria e o de B aumentaria. Logo,

(E(RA ) − Rf ) (E(RB ) − Rf )
=
βA βB

Ou mais geralmente, A razão entre retorno e risco deve ser a mesma


para todos os ativos do mercado.

Por exemplo, se um ativo tem o dobro do risco sistemático que outro


ativo, seu prêmio de risco será duas vezes maior
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Exemplo

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A linha do mercado de títulos
A reta que usamos para descrever a relação entre o risco sistemático e o
retorno esperado nos mercados financeiros, em geral, é chamada de linha
do mercado de títulos (LMT).

Carolina Parra (UERJ) Finanças Corporativas 26 de Setembro de 2019 43 / 47


A linha do mercado de títulos
A reta que usamos para descrever a relação entre o risco sistemático e o
retorno esperado nos mercados financeiros, em geral, é chamada de linha
do mercado de títulos (LMT).

Carteiras de mercado: Suponha que estejamos considerando uma


carteira formada por todos os ativos do mercado, cujo retorno esperado é
E(RM ).
Como essa carteira é representativa de todos os ativos do mercado,
ela deve ter um risco sistemático médio (β = 1).
A inclinação desta carteira resulta:

E(RM ) − Rf
Inclinação da LMT = = E(RM ) − Rf
βM
O termo E(RM ) − Rf quase sempre é chamado de prêmio pelo
risco de mercado, porque é o prêmio pelo risco existente em uma
carteira de mercado.
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O modelo de precificação de ativos financeiros

Reciprocamente, se E(Ri ) e βi forem o retorno esperado e beta de um


ativo qualquer, ele deve estar sobre a LMT.

Como resultado, a razão entre recompensa e risco é a mesma do mercado


em geral:

E(Ri ) − Rf
= E(RM ) − Rf
βi

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O modelo de precificação de ativos financeiros

Reciprocamente, se E(Ri ) e βi forem o retorno esperado e beta de um


ativo qualquer, ele deve estar sobre a LMT.

Como resultado, a razão entre recompensa e risco é a mesma do mercado


em geral:

E(Ri ) − Rf
= E(RM ) − Rf
βi

Reordenando a equação, obtemos o famoso modelo de precificação de


ativos financeiros (capital asset pricing model – CAPM):

E(Ri ) = Rf + (E(RM ) − Rf ) × βi

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CAPM

O CAPM demonstra que o retorno esperado de determinado ativo depende


de três coisas:

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CAPM

O CAPM demonstra que o retorno esperado de determinado ativo depende


de três coisas:

1 O puro valor do dinheiro no tempo: medida pela taxa sem risco (Rf ),
esta é simplesmente a recompensa por esperar pelo seu dinheiro, sem
assumir risco algum.
2 O prêmio por assumir risco sistemático: medido por meio do prêmio
pelo risco de mercado, (E(RM ) − Rf ), este componente é o prêmio
que o mercado oferece por assumir um risco sistemático médio além
de esperar pelo dinheiro.
3 A quantidade de risco sistemático: medida por βi , esta é a
quantidade de risco sistemático presente em determinado ativo ou
carteira em relação ao risco médio de um ativo.

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Resumo

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Resumo

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