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Resulta do título constitutivo se for omisso, a lei presume que são iguais
(art.º 1403/2, fim)
A indicação não tem de ser expressa
o Pode resultar do contexto do negócio ou de circunstâncias relevantes
o Pires Lima e Antunes Varela: com um diferente preço pago pelos
compradores em contrato de compra e venda, seria indicativo de uma
quota proporcional ao montante do preço suportado por cada um deles
A quota não tem de permanecer sempre igual:
o O valor da quota do comunheiro pode variar por força da eficácia de
factos supervenientes que tenham justamente o efeito de alterar o valor
da quota
Cada comunheiro pode dispor da sua parte (art.º 1408) ou por
sucessão
Usucapião: a posse da coisa nos termos de uma quota de valor
superior (por exemplo, por inversão do título da posse, art.º
1406/2) possibilita ao possuidor a usucapião do direito do
comunheiro preterido na posse
Em caso de extinção do direito do comunheiro por renúncia, o
direito acresce aos outros comunheiros na proporção das quotas
respetivas
Renuncia liberatória (Art.º 1411/3)
Renuncia abdicativa
Efeitos da quota:
Art.º 1406/1: ressalva o acordo dos comunheiros sobre o uso da coisa comum
Os comunheiros podem fazer o regulamento de uso da coisa (eficácia
obrigacional e vincula apenas os comunheiros que o hajam celebrado)
o Se o regulamento envolver a perda definitiva do uso viola o princípio da
tipicidade do art.º 1306/1
Se o tipo de direito real contempla o uso da coisa, a renúncia a
este aspeto do conteúdo o direito arrasta necessariamente a
criação de um direito real atípico
o Pires Lima e Antunes Varela: a maioria pode deliberar sobre o uso da
coisa, nos mesmos termos em que decide sobe a administração dela,
embora mitiguem a sua posição afirmando que os comunheiros não
podem ser privados do uso da coisa
o JAV: não concorda
A maioria dos comunheiros não pode decidir sobre um poder de
exercício individual como é o poder de usar a coisa
Porque senão, a maioria podia determinar a seu belo prazer o
uso da coisa comum, frustrando o fim do art.º 1406
O acordo sobre o uso deve resultar do consentimento de todos
os comunheiros e não da imposição da maioria se não houver
consenso aplica-se a regra geral
Havendo uma impossibilidade de uso integral, e na falta de consenso, não resta
outra alternativa senão o recurso à via judicial
Hipóteses de partilha:
o Pode ser atribuída um fração específica da coisa pra esse efeito,
estabelecendo a rotatividade entre todos
o Pode haver a locação da coisa a terceiro, beneficiando os comunheiros
dos frutos provenientes da renda paga pelo locatário
9. O Poder de Fruir e de Beneficiar dos Outros Réditos ou Vantagens da Coisa
Contando que o direito real em comunhão atribua o poder de fruir (propriedade,
usufruto, uso e habitação, direito de habitação periódica), cada comunheiro tem
direito aos frutos na proporção da sua quota (art.º 1405/1, 2º parte)
Na falta de acordo parece que se torna imperativo o recurso ao tribunal, para que
este decida das pretensões divergentes dos comunheiros
11. O Poder de Dispor do seu Direito
Atos de disposição do direito do comunheiro ≠ Atos de disposição obre a coisa comum,
de toda ou parte dela
Art.º 1408
o Direito do comunheiro: princípio da livre disponibilidade (art.º 1408/1,
1º parte)
O comunheiro pode alienar o seu direito a terceiro
Vender, doar, permutar
O comunheiro pode onerá-lo, constituindo outros direitos reais
De gozo, garantia ou aquisição
o O poder de disposição envolve a renuncia ao direito:
Renúncia liberatória (art.º 1411/1)
O comunheiro pode renunciar o seu direito como meio
de se exonerar das despesas e encargos com a coisa
comum, contando que não os haja aprovado
previamente
o Nesse caso a eficácia da renúncia depende do
consentimento de todos os comunheiros (art.º
1411/2)
Renúncia abdicativa
Não existe nenhuma referência no âmbito da comunhão
Ao abrigo do poder de disposição incluído no direito real,
o comunheiro pode válida e eficazmente renunciar o seu
direito
Não depende também do consentimento dos restantes
comunheiros
Numa situação de renúncia existe o acrescer da posição dos
outros comunheiros e o direito dos outros comunheiros
expande-se
12. O Poder de Preferir na Venda ou na Dação em Cumprimento a Terceiro do Direito
do Comunheiro
Art.º 1409:
Salvo havendo disposição em contrário, quer seja judicial quer seja extrajudicial
O comunheiro pode recorrer à ação direta para evitar o esbulho da coisa, como pode
interpor uma ação de simples apreciação negativa para impugnar a alegação da
existência de um direito real menor sobre a coisa comum.
17. O Dever de Pagar as Despesas e de Participar nos Encargos Gerados pela Coisa
Art.º 1405/1 + 1211: regra geral, cada comunheiro participa nas despesas e encargos
da coisa na proporção da sua quota
O mero acordo sobre o uso a favor de algum dos comunheiros não implica, por
si só, uma diferente atribuição das despesas e dos encargos da coisa, sendo
necessária uma convenção, expressa ou tácita, nesse sentido
JAV: não entende como na falta de acordo entre os comunheiros, se pode
ultrapassar o critério normativo do art.º 1415/1
O comunheiro pode exonerar-se do dever de pagar as despesas e encargos
gerados pela coisa renunciando ao seu direito (art.º 1411/1, no fim)
o É o caso de uma renúncia liberatória
o O comunheiro não pode renunciar ao seu direito como forma de se ver
livre das despesas com a coisa, se aprovou as mesmas
Renúncia, neste caso, só é eficaz se todos os comunheiros derem
o consentimento (art.º 1411/2)
18. A Extinção da Comunhão
Extinção da comunhão:
Nenhuma disposição na lei atribui direitos e deveres a alguém que não seja
comunheiro, não permitindo, por isso, sustentar a tese de uma nova pessoa
jurídica
19.2. A Teoria da Propriedade Coletiva
A compropriedade como uma propriedade coletiva
Críticas: