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Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

SEREI SEMPRE
JOVEM
1. PLURIPATOLOGIA
Nº 1: PARTICULARIDADES DO DOENTE IDOSO. A GERIATRIA. 2. PLURIMEDICAÇÃO
3. MANIFESTAÇÕES
Nos últimos anos tem-se verificado um envelhecimento da população mundial – revolução etária CLÍNICAS DIFERENTES
DE MÚLTIPLAS
– devido a: DOENÇAS
4. COMPORTAMENTO
1. Melhoria socio-económica; FARMACOLÓGICO
2. Melhoria técnico-científica; DIFERENTE
3. Acesso fácil à informação sobre factores de risco e promoção da saúde [comunicação 5. DECISÃO TERAP. E
DIAGNÓSTICA
social, por exº];
(ESTADO FÍSICO E
4. Metamorfose da espécie humana. COGNITIVO, NÃO
ESPERANÇA DE VIDA)
Geriatria: ciência que trata dos idosos e as suas doenças.

 Progresso  das civilizações


Novas distribuição Organização contra
Desenvolvimento
fontes de dos científica do doenças
cultural
energia produtos trabalho infecto- "Metamorfose" da
alimentares contagiosas
espécie
Em Portugal:

1991: 1 milhão e meio de pessoas > 65 anos; 150 mil pessoas > 80 anos;
2001: 1 em cada seis portugueses > 65 anos;
2050: população terá  ( da natalidade).

Números europeus: 2040-2050  Esperança média de vida >80 anos; 1/3 da população >60 anos.

OMS: nº de idosos 90-95 anos – 8 milhões (actualidade)  60 milhões; centenários – 150 mil  2,5 milhões (2050)

90% dos idosos têm sintomatologia significativa, mas apenas 30% consultam o médico  Mtas. Patologias + Diferentes
manifestações das patologias + Poli-medicação

Na actualidade, muitas pessoas com 80 ou mais anos continuam a ser activas  Mudança de visão do idoso sobre si
próprio  Mudança na assistência médica
GERONTOLOGIA: Estudo do proc. Do
Em doença aguda ou crónica: envelhecimento. Abarca desde
Pacientes tratados por geriatras • gastos hospitalares investigações de biologia molecular
• nº de internamentos até estudos socio-económicos, ou
• mortalidade sobre consequências da aposentação.

Medicina Geriátrica: especialidade médica que se ocupa das condições: 1. Físicas; 2. Mentais; 3. Funcionais; 4. Sociais, que
ocorrem em:
IDOSOS Preservar
a. Tratamento de doença aguda ou crónica,
Necessitam de mais tempo ! integridade
b. Reabilitação, física e
c. Prevenção, •Alto nível de fragilidade cognitiva;
d. Situações sociais, •Múltiplas patologias activas Prevenir delírio
•Intervenção e perda de
e. Situações de fim de vida, em pacientes idosos. holística
•Difícil diagnóstico autonomia
Não é definida pela idade, mas lida com a motora.
•Resposta ao tratamento demorada
morbilidade típica encontrada em pacientes mais
•Necessidade de redes de suporte social, equipa multidisciplinar
idosos. •Optimização do estado funcional dos idosos
•  qualidade de vida
•  autonomia
Tratar uma das patologias & Não tratar Doente pluripatológico, plurimedicado, com
as concomitantes = IATROGENIA! falência multiorgânica, com probs. de
abordagem complexa.

1º OBJECTIVO DA GERIATRIA:
MINIMIZAR INCAPACIDADES E MENOR VALIA DA VELHICE

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

 mortalidade e
Os idosos estão doentes porque
Falência da Medicina Geral em
assistir Idosos  Necessidade da
Tratamento têm doenças e não porque são
internamento na
ineficiente da velhos.
fractura do colo do GERIATRIA
depressão no idoso
fémur
Envelhecimento
Doença
RAZÕES QUE normal
INFLUENCIAM A QUANDO IDOSO SE
ATITUDE DO IDOSO SENTE DOENTE:
PERANTE A DOENÇA: Envelhecer acarreta incapacidades múltiplas e declínio funcional
•Maioria consultaria o generalizado, mas é importante não subestimar o verdadeiro grau de
•Sociais - vergonha saúde do idoso!
apoio de um familiar, em
•Éticas - acha que vai vez do médico.
sobrecarregar a família
•Psicológicas - medo
•Culturais
MÉDICO PERANTE O DOENTE IDOSO:
•Clínicas
Desvalorização das queixas. MITO: idoso hipocondríaco.
•Funcionais
MAS!! 90% dos idosos têm algum sintoma de doençlas, mas apenas 30% consulta o médico.

VELHICE: atribuição errónea de todas as alterações que ocorrem no idoso, à sua idade, sem considerar outras hipóteses e a
assumpção de decisões clínicas em função deste conceito errado.

INCAPACIDADE APRESENTAÇÕES
PLURIPATOLOGIA CRONICIDADE
FUNCIONAL ATÍPICAS

•Coexistência de várias •Evolução por + de 3


doenças dificulta meses
diagnóstico •Doenças Cardíacas
• com idade •Neoplasias malignas
•Doenças DOENÇA CRÓNICA: persiste por mais de 3 meses.
cerebrovasculares Na população com mais de 65 anos: 80% tem pelo
menos 1 doença crónica.

PATOLOGIAS MAIS FREQUENTES COEXISTINDO NO IDOSO:


HTA Osteoartrose ICCongestiva
IRespiratória Crónica Osteoporose Fibrilhação auricular
Incontinência Urinária Alterações sensoriais Angor Pectoris
Insuf. Vascular Periférica Alterações do Sono Depressão
Obstipação Anemia Demência
Diabetes Insuf. Renal Crónica

RECOLHA DA HISTÓRIA CLÍNICA RECOLHA DOS SINTOMAS

INICIALMENTE: POSTERIORMENTE Sintomas de doença são


•ouvir doente •Ouvir outros aceites como fenómenos
membros da próprios do Sintoma dominante
família ou amigos Legítimos sintomas são envelhecimento, sendo (incomoda + o doente)
ocultados pelo doente minimizados e negados nem sempre é o +
•Ler relatórios de pelo idoso. importante
outros colegas
•Não são referidos ao
médico

PARTICULARIDADES NA FORMA DE APRESENTAÇÃO DAS DOENÇAS NOS IDOSOS: Muitas x, manifestam-se por
sintomas inespecíficos sem que os sintomas clássicos da doença se apresentem
DOENÇAS DE APRESENTAÇÃO ATÍPICA: Pode fracassar o órgão ou sistema mais vulnerável e a doença manifesta-se
num órgão afastado daquele que sofre o proc. Patológico. Manifestações Frequentes: quedas, confusão, incontinência
urinária, deterioração funcional. Muitas x, sintomas de disfunção cognitiva predominam sobre sinais e sintomas
funcionais e orgânicos.

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

DOENÇAS Enfarte agudo do miocárdio Sem angor


DE Sem tosse, dor torácica, febre
APRESENTA Pneumonia
ÇÃO Hipertiroidismo Apático Marcha de pequenos passos, Lentificação cognitiva, Incontinência urinária
ATÍPICA Agitação e confusão mental
Retenção urinária
Infecção urinária Desequilíbrio e quedas

Diabetes Estado hiperosmolar sem cetoacidose


Tirotoxicose Apatia, lentidão psico-motora, demência sem sinais de hipertiroidismo
Depressão Incapacidade cognitiva

DOENÇAS QUE SE Pneumonia Embolia Pulmonar


APRESENTAM DE
MODO
INESPECÍFICO NO Meningite Intoxicação digitálica
IDOSO

Tuberculose Mixedema

Enfarte do miocárdio Alcoolismo


Hipertermia

EXAME OBJECTIVO: deve ser feito um exame geral de todo o doente, de modo a ter uma visão completa do problema.
ERROS GROSSEIROS:
1. Alterações normais do envelhecimento podem ser erradamente consideradas doença  Terapêuticas
desnecessárias e eventualmente prejudiciais;
2. Estados de doença considerados manifestações normais do envelhecimento e não serem tratadas correcta/.
INFORMAÇÃO LABORATORIAL:
1. Velocidade de sedimentação  com a idade. Valores superiores a 22mm sugerem doença.
2. Doenças que nos jovens cursam com VS elevada, no idoso podem cursar com VS normal (auto-imunes,
neoplasias, doenças infeciosas). Ou seja, valores normais não excluem doença. Proteína C reactiva 
3.  Albumina sérica
4.  intolerância à glicose ( RESISTÊNCIA À INSULINA)   Glicémia (pós-prandial)
5. Ureia e creatinina podem não traduzir o verdadeiro compromisso da função renal
6. Fosfatase alcalina  com idade = Doença de Paget incipiente, osteomalácea, artrite reumatoide. Se fracção
hepática da fosfatase alcalina  = calculose vesicular [+ freq.]
7. Menor ou ausente: VALORES NORMAIS NÃO EXCLUEM DOENÇA INFECCIOSA!

a. Resposta leucocitária; b. Elevação do VS; c. Síndrome Febril; d. Síndrome Doloroso


TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA NO IDOSO: Decisões das grandes opções diagnósticas e terapêuticas +
influenciadas pelo estado emocional/ cognitivo do doente e, não tanto pela idade).
Alterações no sistema A.D.M.E. – abordagem de um doente idoso = abordagem de doente com  da função renal e da
função hepática [principais vias de eliminação], sem evidência clínica de patologia.

 vias de eliminação  constante da


 da t1/2 plasmática
PRINCÍPIOS GERAIS DA
dos fármacos eliminação TERAPÊUTICA NO IDOSO:
1. Usar doses menores do que as
NORMAS GERAIS DA TERAPÊUTICA NO IDOSO: habituais;
1. Colher histórica farmacológica o + detalhada possível; 2. Rever + frequente/ a terapêutica
2. Conhecer bem fármacos prescritos e efeitos do envelhecimento na acção; ajustando a dose de acordo com a
3. Não medicar antes de diagnosticar; resposta;
4. Atender às prioridades segundo situação clínica; NEM TODAS AS DOENÇAS 3. Estar atento às possibilidades de
NECESSITAM DE TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA ocorrência de efeitos adversos e
5. Inicia doses baixas e ajustar de acordo com resposta; interações.
6. Rever regular/ medicamentos prescritos, simplificando sempre que possível START LOW AND GO SLOW
(fármacos de toma diária);
7. Fornecer ao doente plano escrito da terapêutica, com horários de doses; MEDICAR:
8. Evitar receitar + de 5 fármacos ( risco de interações medicamentosas +  Medicação adequada?
aderência à terapêutica); Excessiva?
9. Alerta para aparecimento de possíveis acções e fármacos; Duplicada?
10. Atento à resposta clínica pretendida, equilibrando-a com riscos do excesso Interações?
terapêutico; Contra-indicações?
11. Ideal nem sempre é inócuo! Deveremos preservar e até melhorar qualidade Acções secundárias? Medicar de
By: Jessica Fidalgo
de vida do doente idoso! Serei Sempre Jovem! Reações adversas? novo?
12.
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Nº2: ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO


PORQUE ENVELHECEMOS?
Vão oxidando e
O2 usado pelas Obtenção de Produção de
destruindo as Morte da célula
mitocôndrias energia Radicais Livres
mitocôndrias
VIDA Envelhecimento do
Envelhecimento Celular MORTE
(uso de O2) Indivíduo

ENVELHECIMENTO:
 Resultado do passar do tempo no organismo humano (BUSSE).
 Processo de declíneo múltiplo de todos os sistemas orgânicos, característico de todos os seres vivos, inexorável, mas
não uniforme:
 Velocidades ≉ nos ≉ órgãos; ≉ em indivíduos da mesma espécie
 ≉ na velocidade do envelhecimento maioritariamente geneticamente determinadas
 Influenciado por:
o Alimentação; Estilo de vida; Ambiente. Regulação Resposta

 Dificuldade de regulação homeostática nas situações de estímulo máximo


Frio/ Calor Eq. ác.-base
da PA Imunológica

Sob o ponto de vista clínico e psicológico:  reserva dos sists. Orgânicos,


 mecanismos de controlo homeostático,  prevalência de doença.
Adaptação Trauma Trauma
Desidratação
ao esforço físico psicológico

Alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas que alteram progressivamente o organismo, tornando-o mais
susceptível às agressões que terminam na morte.
Alterações Extra-
Alterações Celulares
Na composição corporal: celulares

• conteúdo em água -  risco de desidratação •Núcleo, citoplasma, •Colagénio, elastina


• massa muscular -  força membrana
• tecido ósseo -  risco de fractura
• volume das vísceras (EXCEPTO CORAÇÃO) -  Reserva funcional
 risco de diabetes;
 Risco de doenças CV
• massa gorda
 Risco de cancro do cólon e
Atrofia Muscular Osteoporose Artroses da mama;
 Problemas ortopédicos
• tamanho e espessura •Fracturas: colo do fémur, •Coxo-femural, mãos,
das fibras musculares vértebras, rádio. joelhos, pés
 estatura:
• força •Cifose Dorsal por fractura • amplitude articular
vertebral em cunha
•Achatamento das vértebras
 por • espessura dos discos
sarcopénia e •Cifose dorsal
Planalto aos osteopénia •Arqueamento dos MIs
60-65 anos
 Peso
•Achatamento do Arco plantar
• estatura de 1cm/10 anos (40-70 anos)
Ponderal ao
longo da vida
 Circunferência craniana
 Nariz e orelhas
Desnutrição Risco de Desnutrição Normal Obesidade
21 25 30
 diâmetro ânt-post do abdómen
 Pregas cutâneas dos MIs (distribruição
OUVIDO
• Acufenos - "zumbidos" ; Baixa de audição para sons agudos
centrípeta da gordura)
 pilosidade corporal EXCEPTO: nariz,
OLHO
• Enoftalmia; Presbiopia
orelhas, [homem]; lábio sup., mento
OLFACTO E GOSTO [mulheres]
•  limiar de sabores
Edema das pálpebras inferiores (retenção
PELE de gordura e água; sem problemas)
• Palidez ( melanócitos)
• Manchas Hiperpigmentadas (prod. anormal de melanócitos; mãos e pés)
• Equimoses por pequenos traumas ( elasticidade da pele, adelgaçamento da epiderme,
fragilidade capilar)
• Pele Seca, Xerose, Prurido, > susceptibilidade a infecções ( secreção sebácea e sudorípara)
• Rugas (Degenerescência do suporte de colagéneo

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


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ALTERAÇÕES CV
ENVELHECIMENTO
•  peso do coração por hipertrofia (30% entre 25-80 anos) - nº de miócitos; tecido fibroso FISIOLÓGICO:
•  reserva cardíaca com predisposição para IC
• Fibrose e calcificação das cúspides
• Dilatação AE
•  PAS  de funções
•  Reflexos Barorreceptores (Hipotensão postural: + de 30% dos idosos com + de 75 anos)

APARELHO RESPIRATÓRIO

•  Resistência elástica da parede torácica (aos 60 anos: 2x a do jovem)  incapacidade


•  Diâmetro ânt-post do tórax com  do diâmetro transverso
•  Força dos músculos Respiratórios
•  pressão intra-abdominal (RISCO! mobilidade do diafragma)
•  Secreção de muco e altera composição ;  actividade ciliar
•  reflexo da tosse (RISCO! aspiração de alimentos) Morte

APARELHO DIGESTIVO

•  Nº de dentes (desnutrição, disfagia, regurgitação, dor retroesternal, engasgamento)


•  prod e qualidade de saliva
•  coordenação neuromuscular do esófago
• Estômago:
• prod de HCl ; prod. de factor intrínseco
• Cólon:
•  motilidade - obstipação ;  pressão intra-luminal - divertículos

FÍGADO E PÂNCREAS

•  peso do fígado;  até 40% perfusão hepática;  nº de céls. hepáticas funcionantes


•  secreções exócrinas e endócrinas do pâncreas; Fibrose e possíveis cálculos na vesícula e no pâncreas

RINS

•  nº (30-50% aos 80 anos), Tamanho e volume dos glomérulos;  perfusão renal ( clearance da creatinina,  taxa de filtração
e da secreção tubular)

REPRODUTOR MULHER

• Atrofia dos ovários;  peso e elasticidade do útero;  elasticidade dos ligamentos com descida do útero na cavidade pélvica;
perda da elasticidade vaginal; Atrofia das glds. de Bartolin - secura vaginal, alteração da flora.

REPRODUTOR HOMEM

•  volume dos testículos +  prod. hormonal e de espermatozóides


• Após 40 anos:  volume da próstata ( tecido activo +  tecido fibroso)

CEREBRAIS

•  volume e peso do encéfalo (5% - 70 anos; 20% - 90 anos. Atrofia cerebral + dilatação ventricular)
•  nº de neurónios; conc. de neuromediados
• variável das funções cognitivas

ENDÓCRINAS

•  hormona do crescimento -  lipólise e síntese proteica


•  ADH ;  cortisol e ACTH ( prod. em resposta ao stress)
•  prod. de aldosterona
• Hipofunção tiroideia freq.
•  prod. da insulina

IMUNIDADE

•  Linfócitos T-CD8
•  NK
•  prod. de Ac's à estimulação Ag.

SANGUE

• ANEMIA --> SEMPRE ETIOLOGIA PATOLÓGICA

VELHICE: juízos e conceitos errados da população jovem em relação aos idosos, assim como da interpretação
deturpada do envelhecimento pelos próprios idosos

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


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ENVELHECIMENTO
ENVELHECIMENTO PRIMÁRIO
SECUNDÁRIO
•Inevitável •Resultante das influências do
Alterações Alterações
•Geneticamente determinado (20- meio orgânicas psicológicas
25%) •Agressões externas:
•Resultante do acaso (erros do traumatismos, doenças, ...
ENVELHECIMENTO
DNA) (30-40%) •Parcialmente evitável
•30-40% Ambiente Modificações do
modo de olhar o
Modificações do mundo
FACTORES HEREDITÁRIOS AGRESSÕES EXTERNAS
comportamento • Expªs passadas.

INVOLUÇÃO INTELECTUAL

 MITOS: alterações intelectuais que interferem com AVD são habituais e normais no envelhecimento.

 REALIDADES:
 Só alterações intelectuais mínimas são da responsabilidade do envelhecimento;
 Funções intelectuais podem ser mantidas ou recuperadas pelo treino;
 + de 50% dos idosos não demonstram declínio intelectual e quando treinados podem melhorar a sua
rendibilidade, mesmo nas fases tardias;
 2/3 dos idosos com declínio intelectual podem voltar aos valores anteriores de eficiência quando treinados;
 Desuso – principal causa de perda das funções intelectuais.

IMPACTO SOCIO-AFECTIVO DO ENVELHECIMENTO: REFORMA

1. Ansiedade, Frustração;
2. Procura ansiosa de um novo papel social;
3. Estabilização no novo papel encontrado.

SOLIDÃO: Perda do conjugue, de amigos, do convívio profissional, sozinho em casa

 Perda de importância profissional;  Dores e doenças;


 Esquecimento social;  Dificuldades económicas;
 Subalternização familiar;  Perda de auto-estima.
 Limitações físicas;

SÍNDROMA DO DECLÍNEO MENTAL SENIL: Disfunção cognitiva ATENÇÃO!


 Alterações da concentração;
Alterações da memória; 1. Fármacos;

 Alterações do raciocínio;
Alterações da orientação; 2. Doença física;
 Alterações da fala; 3. Depressão.
 Alterações do humor e da sensação de bem-estar – tendência para a depressão;
 Alterações do comportamente – apatia, irritabilidade, agressividade.

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


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Nº3: SÍNDROMES GERIÁTRICAS
Condições com impacto na
Acumulação de alterações  risco de aparecimento de qualidade de vida e bem-
fisiológicas doenças crónicas estar do indivíduo idoso:
síndromes geriátricas

SÍNDROMES GERIÁTRICAS - condições de saúde que são muito IMPACTO NOS IDOSOS:
frequentes em idosos e resultam do efeito acumulado de múltiplos 1.  capacidade física;
factores predisponentes [multifactoriais]. Podem ser precipitadas por 2. Perda de autonomia nas AVD;
um evento agudo. 3. Compromisso da vida social;
4. Alterações de humor.
Incontinência
Imobilidade Instabilidade Obstipação
Fecal

5 GRANDES GIGANTES DA GERIATRIA, 5 IS:


Quedas Défice sensorial
Precariedades
Isolamento social 1. instabilidade de marcha e na postura - risco de
económicas
quedas;
2. imobilidade;
3. incontinência urinária;
Alterações Alterações
comportamentais cognitivas
Delirium Insónia 4. iatrogenia
5. alterações cognitivas (cognitive impairment).

Dor Desnutrição
Incontinência DOENÇAS CRÓNICAS
urinárias
Associadas a SG
•DPOC
EPIDEMIOLOGIA: frequente em idosos INTERNAMENTO •AVC
1. Na comunidade Síndromes Geriátricos: •Diabetes
2. Nos internamentos úlceras de pressão, incontinência, •Doenças oncológicas
3. Nas instituições imobilidade / instabilidade, quedas •Insuf Renal
•Insuf Cardíaca

 risco do doente
 probabilidade
 permanência ficar internado ou  risco de  qualidade de
de alta directa
do idoso no SU de ser incapacidade vida
para o domicílio
institucionalizado

FISIOPATOLOGIA:
 Não são doenças bem estabelecidas. São a manifestação de diferentes doenças - podem chegar a uma mesma
lesão por vias fisiopatológicas completamente distintas, embora interagindo entre si.
 Apresentação clínica atípica de uma lesão aguda ou crónica / crónica agudizada  SINAL DE ALARME

A síndrome geriátrica caracteriza-se por uma manifestação clínica, resultante de uma multiplicidade de factores
etiológicos e vias fisiopatológicas que podem interagem entre si. Podem causar outras síndromes geriátricas, estando
frequentemente associadas em ciclo vicioso.
ETIOLOGIA:
 Factores de risco
Entre as várias vias fisiopatológicas e entre as várias causas:
interacção mútua constante  Dificulta a abordagem das
 Doenças agudas
 Doenças crónicas
síndromes geriátricas.

 Outras síndromes geriátricas


 Insuficiência de um ou mais órgãos NÃO SEGUEM MODELO LINEAR CAUSA-EFEITO!!!!
 Fármacos
 Factores ambientais.

MODELO CONCÊNTRICO:
•Fenótipo resulta da sobreposição de vários factores de risco de várias causas

 MODELO INTERACTIVO:
•Há sobreposição de várias causas e efeito sinérgico da interacção entre as várias causas e interacção entre as várias
interacções.

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento
Factores de risco geriátricos - grupo de factores que
estão privilegiadamente na origem de várias síndromes
geriátricas. OU SEJA, identificando 4 ou 5 factores e
intervindo sobre eles, estaríamos a prevenir todas as
síndromes geriátricas. NÃO SE VERIFICA NA PRÁTICA
CLÍNICA!

Factores de Risco com > predisposição ao

GERIÁTRICAS E FRAGILIDADE
UNIFICADOR ENTRE SÍNDROMES
MODELO CONCEPTUAL
aparecimento dos SG:
 Idade avançada,
 Deterioração cognitiva e funcional,
 Compromisso da mobilidade,
 Desnutrição,
 Ser mulher
 Ter depressão.

Via comum entre eles  Fragilidade  Várias


consequências  MORTE
+
Vias fisiopatológicas que levam ao aparecimento de
doenças como a aterosclerose, hipertensão, sarcopénia.

DIAGNÓSTICO

• História Clínica e Exame Físico


• Informação de familiares/ cuidadores
• Pesquisa sistemática das síndromes geriátricas ou revisão de órgãos

AVALIAÇÃO GERIÁTRICA GLOBAL

• Habitualmente as síndromes geriátricas não são privilegiadas. FUNDAMENTAL INCLUIR SÍNDROMES GERIÁTRICAS NA LISTA DE
PROBLEMAS, NOTAS DE ALTA E RELATÓRIOS MÉDICOS
• PARA DIAGNOSTICARMOS AS SÍNDROMES GERIÁTRICAS TEMOS DE RECONHECÊ-LAS.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

• Reconhecer e tratar os problemas subjacentes quando possível


• Compensar os défices: motores, funcionais, sociais, cognitivos
• Na prevenção e tratamento da iatrogenia medicamentosa: não prescrever fármacos cegamente; tentar perceber qual é a causa; dar
prioridades aos fármacos + seguros.
• Intervenções quer sejam preventivas ou terapêuticas, devem ser multifactoriais
• Na prevenção de síndromes geriátricas: reconhecer situações de risco para desenvolver SG: internamento, SU, institucionalização...
• Utilização de estratégias individuais e adaptadas ao doente em questão - depende de:
• Estado funcional e cognitivo prévio do doente,
• Impacto na qualidade de vida;
• Expectativas do indivíduo e cuidadores;
• Benefícios / riscos;
• Co-morbilidade.

Implicações Prognósticas

• SG são indicadores de qualidade hospitalar e institucional


• Para  nº de complicações:
• Reconhecimento precoce + Intervenção preventiva / terapêutica

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


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Nº 4: AVALIAÇÃO GERIÁTRICA GLOBAL


Em 1948, Majory Warren criou a 1ª Specialized Geriatric Assessment Unit : desenvolvimento de um método de
avaliação do idoso que permite conhecer quais os idosos que beneficiam dos esforços da reabilitação e da assistência
médica. Pedra angular das unidades de Geriatria: Comprehensive Geriatric Assessment (Avaliação Geriátrica Global).

Avaliação Geriátrica Global (AGG): avaliação alargada desenhada com o objectivo de optimizar nos idosos a
capacidade de:
RACIONAL – Avaliar, pelo menos:
1. Desfrutar de boa saúde;
2. Melhorar a qualidade de vida; 1. Mobilidade;
3. Reduzir a necessidade de hospitalização e/ ou institucionalização; 2. Continência;
3. Estado mental;
4. Estimular para que vivam independentes o mais tempo possível.
4. Nutrição;
5. Medicação;
6. Família;
Silver Paper - A AGG deveria: 7. Recursos da comunidade.
1. Estar disponível para cada idoso e adaptada ao perfil individual de cada
um;
2. Ser preparada, implementada e revista periodicamente; 4 Componentes mensuráveis:
3. Restaurar a saúde; 1. Saúde Física;
4. Restaurar e manter ao mais alto nível possível a autonomia mental e a 2. Estado funcional;
independência física. 3. Saúde Psicológica;
4. Parâmetros sócio-ambientais.

Segundo
Avaliação multidisciplinar do idoso nos planos em que é deficitário: Com o objectivo de:
EPSTEIN

Físico, Mental, Funcional, Social, Ambiental Estabelecer e coordenar planos de:

AGG consiste num exame da situação do idoso em termos de: Cuidados, Serviços, Intervenções
1. Estado físico, mental e psicossocial;
2. Capacidade para actuar bem e para realizar de forma independente as
actividades da vida diária;
Que respondam aos seus problemas,
3. Avaliar o ambiente domiciliário, a rede social e o acesso a serviços de
necessidades e incapacidades
apoio;
4. Identificar problemas correntes ou antecipar problemas futuros em
qualquer destas áreas;
Onde aplicar a AGG?
5. Desenvolver um Plano de Assistência que identifique todos os
Onde houver necessidade de
problemas sugerindo intervenções específicas, acções necessárias e
examinar o idoso ou de tomar
elaborando recomendações apropriadas;
decisões a seu respeito, seja no
6. Providenciar ligação segura entre os recursos, os idosos e os familiares,
plano clínico, seja no plano social
de tal modo que a os serviços necessários sejam garantidos;
ou ambiental;
 No centro de saúde;
7. Uma monitorização constante de avaliação da eficácia destas medidas,
 No domicílio;
com modificação do Plano de Assistência sempre que necessário.
 Nas instituições
hospitalares e
Quando deve fazer-se a AGG? assistenciais.
 Quando idoso é observado pela 1ª vez;
 Periodicamente, a intervalos anuais nos doentes com + de 75 anos;
 Sempre que idoso em situação de risco [perdas de qualquer tipo;
institucionalização; alterações do modo de vida]

AVD - actividades da vida diária


AIVD - actividades instrumentais da vida diária

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

CONSULTA DE GERIATRIA: INSTRUMENTOS DA AGG OPERACIONALIDADE-1


ENFERMAGEM

Saúde Física:
• Indíce de Katz
•História Clínica, exame físico, análises de rotina, listagem dos problemas • Escala de Lawton
• MMSE
•Estado de Nutrição
• Escala de Depressão Geriátrica, MNA (Triagem)
•Indicadores de gravidade de doenças específicas • FC, PA, Peso, Altura
Estado Funcional
OPERACIONALIDADE-2
•Escalas de AVD e AIVD FISIOTERAPEUTA
•Outras escalas de avaliação funcional mobilidade, equilíbrio, qualidade de vida…
• Escala de Holden MK
Saúde Psicológica • Provas de Tinetti
• Time up and Go
•Escalas de avaliação de funções cognitivas e afectivas
OPERACIONALIDADE-3
4ASSISTENTE SOCIAL
Parametros Socio-Ambientais
• APGAR
•Rede Social de Apoio • Gijón
•Recursos Económicos
•Segurança Ambiental OPERACIONALIDADE-4
MÉDICO + FARMACÊUTICA

• BEERS
Instrumento Função explorada • STOPP/START

Mini Mental State Examination ( Folstein ) Cognição


OPERACIONALIDADE-5
Escala de Apgar Familiar e social
Escala de Gijon • NUTRICIONISTA
• Consoante triagem do MNA
Escala de Holden Marcha e equilíbrio • PSICÓLOGO
• Em função do MMSE e Escala de Depressão
geriátrica
Escala de Depressão Geriátrica ( Yesavage ) Depressão

Time Up and Go Marcha e Equilíbrio


CONTRIBUIÇÃO FARMACÊUTICA:
Índice de Katz A.V.D.  Registo do perfil farmacêutico do
doente e sua análise;
Escala de Lawton A.I.V.D.  Detecção de:
o Duplicação de prescrição;
Avaliação da Marcha e Equilíbrio (Tinetti) Marcha e equilíbrio o Omissão de prescrição
para um determinado
problema de saúde;
Mini Nutritional Assessment Estado Nutricional
o Interações
medicamentosas;
o Eventuais RAM

 Segurança da
terapêutica no idoso

 Ocorrência de RAMs

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

Nº 5: SEXUALIDADE NO IDOSO Mito da Procriação

Preconceito social
MITOS E PRECONCEITOS: Perda de auto-estima
༃ A ACTIVIDADE SEXUAL É INDECOROSA, RIDÍCULA, IMPRÓPRIA, NO VELHO.
PERDA DE AUTO-ESTIMA: Perda de capacidades físicas várias.
MÉDICOS: papel muito importante de contribuir para desmistificar esta realidade. A vida sexual no idoso é tão
natural e deve preservar-se até que o idoso assim o entenda.
Menopausa prejudica a vida sexual da mulher, num ponto de vista maioritariamente PSICOLÓGICO [perda de auto-estima].
 Perda de atração física
 Perda de admiração pela sua frescura e pela sua beleza
Idoso adapta-se ao ideal convencional, temendo o
escândalo!
Aceita o decoro da abstinência imposta pela opinião
༄O INTERESSE POR SEXO EXTINGUE-SE COM O ENVELHECIMENTO. pública.
Envelhecimento sexual do homem começa aos 20 anos, mas não se sabe quando se extingue. Os homens procriam toda
a vida.
Frequência dos coitos semanais -  contínua e regularmente durante toda a vida. Ter uma vida sexual activa não
corresponde a um desvio da
Reactividade e capacidade sexual dos idosos dependem, maioritariamente, das personalidade ou do bom
suas reacções e interesse sexuais na juventude. comportamento!
Quanto mais feliz e rica for a vida sexual, tanto mais durará. Quanto mais regular a vida
sexual, mais normal é e mais
Após a menopausa: a mulher que mantém vida sexual regular conserva a sua
tempo durará.
capacidade de libido consideravelmente superior à das outras mulheres que a não
têm.

COITO: MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS


Vida sexual: contacto entre duas pessoas, habitualmente de sexos diferentes. Envolve não só coito, como também contacto,
transmissão de sensações, beijo, contacto oro-genital.

FASES
Excitação Mamilos não endurecem Demora + tempo a atingir a erecção
Mamas  menos de volume [agravada por ansiedade e preconceito]
Pequenos lábios e clitóris túrgidos Subida dos testículos menos marcada.
Sex flush discreto
Lubrificação vaginal de início + tardio e - eficaz
Planalto Vagina dilata-se menos e + tardiamente Sex skin flush discreto
Atenua-se o sex skin reaction Por vezes a erecção completa só se atinge
imediatamente antes da ejaculação
Orgasmo Tensão durante as contracções musculares Sémen expulso com menor pressão
involuntárias menor Contracções penianas + ligeiras e – freqs.
Orgasmo de menor duração
Relaxação Vontade de urinar depois do coito Período refractário pode ser muito longo.
Congestão do clítoris e dos pequenos lábios + Perda de erecção rápida e total
dilatação da vagina regridem rapidamente após Testículos descem antes de concluída a
o orgasmo ejaculação

Receitar às mulheres idosas: lubrificantes vaginais ou um creme vaginal com uma concentração baixa de estrogénios
c/ abs. Insignificante  Vida sexual + fácil

Incontinência urinária: muito frequente nas mulheres! [infecções urinárias baixas: uretrites, cistites]. Traumatismo da
uretra durante o acto sexual  Infecção! RECOMENDAR: esvaziar a bexiga após relações sexuais  limpeza do meato
urinário  Evitando infecção urinária baixaestimulada.

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

Sexualidade humana sem capacidade reprodutiva - TRÍPLICE FINALIDADE:


1. Dar prazer;
2. Ter prazer;
3. Factor de união e comunicação entre os amantes

༅SEXO FAZ MAL À SAÚDE.


Frequência cardíaca aumenta para 110 a 180 batimentos por minuto (igual nos 2 sexos). Frequência cardíaca é inferior
à verificada em outras actividades da vida diária.

Durante o coito: consumo de oxigénio corresponde aproximadamente ao que se observa ao andarmos depressa
A maioria dos óbitos ocorridos durante ou após o coito: relações extra-conjugais
Factores associados a morte súbita intra-coital:
 Ceia abundante,
 Ingestão copiosa de álcool
 Carga emocional: complexo de culpa, medo de ser descoberto e temor de ser impotente.

Angústia de ser impotente  Não conseguir uma erecção ou coito normal  Pseudo-impotência.

PATOLOGIA:

Dispareunia: dor durante a relação sexual por secura, perda da elasticidade vaginal e menor lubrificação.
Tratamento: terapêutica hormonal e aplicação tópica de um creme vaginal

Disfunção eréctil orgânica por défice de circulação peniana

Abordagens Terapêuticas da Disfunção Eréctil: inibidores da fosfodiesterase permitem uma erecção mais
rápida:

 Sildenafil (viagra): eficaz nos doentes com grande variedade de medicações (hipertensos, diabéticos, indivíduos
com depressão). CUIDADO: interacções medicamentosas  Risco de morte súbita se associado com nitratos
(hipotensão + choque)
 Tadalafil (cealis) Efeitos secundários dos inibidores da
 Vardenafil (levitra) fosfodiesterase:
 Tonturas;
 Dor de cabela;
Sildenafil  Flushing;
 Dores musculares (lombar);
•Não tomar com estômago completamente vazio.  Dispepsia;
•Evitar o álcool.  Alterações visuais.
•Procurar na mesma uma adequada estimulação sexual.
Fármacos não actuam na sua ausência. Cuidado com:
•Actividade sexual poderá ser desenvolvida no espaço de 
Insuficiência renal;
1-4h após a sua ingestão. 
Deformações penianas;

•Experimentar a dose máxima em ocasiões diferentes. Risco de priapismo (anemia das células
IDEAL: utilizar a menor dose eficaz. falciformes, mieloma, leucemia);

 Mais de 75 anos e inibidores do


Úlcera péptica em actividade;

 Uso concomitante de alfa-bloqueantes;


Tadalafil: citocromo CYP3A4;

•Tomar 30 minutos a 12 horas antes da actividade Contra-indicado em:


sexual com ou sem alimentos. Sempre necessária a AVC recente, intolerância hereditária à galactose
actividade sexual. ou insuficiência hepática grave.

Vardenafil TERAPÊUTICA INTRA-URETERAL


Alprostadil
INJEÇÃO NO CORPO CAVERNOSO
Apomorfina SL (Uprima) Papaverina, fentolamina, alprostadil, trimix
INSTRUMENTOS DE TUMESCÊNCIA POR VÁCUO
•Estimula centralmente os receptores de dopamina

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Nº 6: INSTABILIDADE E QUEDAS
QUEDA: Mudança de posição súbita e involuntária de um indivíduo para um plano inferior de uma estrutura,
objecto, terreno ou solo, em consequência de uma alteração qualquer.
Não se relacione com instalação
aguda de nova patologia (AVC) ou
Intrínseca
estado critico de patologia conhecida
(epilepsia, hipoglicémia)
ALTERAÇÃO

Exclui-se aplicação de forças


Extrínseca
acidentais ou provocadas

TIPOS DE QUEDA
 Queda Acidental – geralmente em relação com factores ambientais.
 Queda Fisiológica Antecipada - em pacientes que com risco prévio associado
 Queda Não Antecipada - Atribuída a causas fisiológicas criadas por condições que não podem ser
previstas antes da primeira ocorrência.
Estes idosos adquirem medo
CONSEQUÊNCIAS MAJOR DA QUEDA residual de voltar a cair
 ½ das quedas: origina danos minor  Não exige tratamento médico. diminuem a sua actividade
 Cerca de 5 a 10% dos idosos: danos graves, tais como fractura, traumatismo
craniano, ou graves lacerações.

Fracturas da Anca/ Colo do Fémur: 50% a nível mundial tem alta hospitalar com dependência funcional;
25% a 75% não recuperam o seu nível funcional, pré-fractura, de mobilidade e de autonomia nas Actividades
de Vida Diária (AVD).

Quedas Repetidas: causa de admissão em instituições de cuidados de longo termo. Um idoso que sofreu uma
queda com sérios danos (os 5-10% mencionados acima) tem 3x mais o risco de ter quedas repetidas do que
aquele que teve uma queda sem danos.

Síndrome de Ansiedade Pós-queda – Medo de Cair: Cerca de 30-75% dos idosos que tiveram uma queda
têm medo persistente de cair novamente. Perdem a confiança (e por vezes autonomia) e auto-impõem
restrições de actividade diária  declínio funcional e depressão, a sentimento de abandono  isolamento
social  idoso entra num ciclo vicioso  agravamento dos factores de risco para ter uma queda repetida.

FACTORES DE RISCO DE QUEDA


Risco de queda aumenta linearmente com o número de factores de risco. Ao remover um factor de risco, temos
um grande impacto sobre a saúde do indivíduo.

 Factores Intrínsecos – onde devemos actuar Aumento de incidência com a idade (>65a) e no
o Individuo – predisposição para cair sexo feminino a partir dos 75anos. A distinção
entre os dois géneros baseia-se em factores
1. Idade
neuromotores e culturais
2. Sexo (feminino)
3. História de Queda(s)
4. Alterações do envelhecimento (Risco > 65 anos) - Relação Proporcional
5. Imobilismo: determinado pela integridade do sistema muculo-esquelético bem como pela
mentalidade; engloba: atrofia muscular, limitações físicas e articulares, atelectasia, infecções
pulmonares e urinárias, depressão. É importante referir que por cada desvio padrão de
densidade mineral óssea duplica o risco de fractura.
6. Doenças Sistémicas
7. Deficiência cognitiva / confusão/ agitação [Problemas de continência]
8. Condições médicas
9. Deficits sensoriais (visão, audição, sensação)
10. Estado nutricional pobre
11. Perturbação emocional/depressão
 Factores Extrínsecos – papel importante do cuidador!
o Meio – oportunidade para cair
1. Características do terreno
2. Estruturas de apoio
3. Obstáculos/barreiras arquitectónicas
5. Medicação que afecta o
equilíbrio/cognição – benzodiazepinas,
Antihipertensores [hipotensão ortostática].
6. Polimedicação (aumenta o risco de queda
independentemente do medicamento)
7. Falta de exercício
8. Incapacidade de providenciar nutrição apropriada devido a factores físicos (falta de
transporte para ir às compras, incapacidade de para usar equipamentos para preparar/cozinhar).

Factores intrisecos e extrinsecos actuam sinergisticamente para propiciar uma queda.


Resistência do osso depende do tipo de queda e da Densidade Mineral Óssea (DMO), alterações geométricas,
arquitectura e qualidade do osso:
 Osso largo é mais resistente que um estreito;
 Osso mais comprido parte mais facilmente que outro mais curto

AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDA – Avaliação Multifactorial: História clínica + Exame Objectivo + Avaliação
domiciliária
Exame Objectivo
 Avaliação cognitiva e psicológica MMS, Beck
 Balanço articular
 Balanço muscular MRC
 Postura e equilíbrio Tinetti
 Marcha TUG, 6 metros
 Balanço funcional MIF, Katz, Lawton

Avaliação Domiciliária
 Factores de risco extrínsecos

ESCALAS
1. Escala de Equilíbrio de Berg –equilíbrio estático e dinâmico: alcançar, girar, levantar-se.
2. Escala de Tinetti –avaliação da marcha e do equilibro. Se a soma do valor obtido em cada teste estiver
abaixo de 10, apresenta limitações na função da marcha (12 é máximo).
3. Teste timed-get-up-and-go (TUG) – o idoso tem de se levantar de uma cadeira, andar 5 metros e
regressar à cadeira, com ou sem auxílio. O tempo que ele demora a realizar a operação correlaciona-se
com o risco de queda.

FACTORES PREDITIVOS DA QUEDA

①Modelo Preditivo:
 Défice de força muscular da anca – importante para sabermos que exercícios recomendar
 Alterações do equilíbrio –aconselhar treinar o equilíbrio
 Polimedicação
Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

REABILITAÇÃO – ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO


1. Exercício físico terapêutico – cinesiterapia: força muscular + endurance + flexibilidade + equilíbrio
2. Intervenção fisiátrica global – reeducação geral + estimulação proprioceptiva/ equilíbrio + treinos
3. Modificação de FR intrínsecos
4. Modificação de FR extrínsecos
5. Educação
6. Abordagem multifactorial

O idoso parte o colo do fémur com mais frequência do que o punho porque ele perdeu o reflexo de protecção por
arremesso do braço na sequência de uma queda. Este reflexo é adquirido e o idoso pode voltar a ser ensinado a proteger-
se desta forma. A importância desta medida preventiva resulta do facto da morbilidade de uma fractura do punho ser nula.

ETIOLOGIA DAS QUEDAS MULTIFACTORIAL  ABORDAGEM MULTIFACTORIAL + ORIENTAÇÃO MULTIDISCIPLINAR.

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

Nº7: TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA INAPROPRIADA NO IDOSO.


 Nº DE MEDICAMENTOS TOMADOS:
 nº de probs. Relacionados com o medicamento
 probabilidade de tomar medicamentos inapropriados
ENVELHECIMENTO

 risco de ocorrência de reações adversas (RAM):


 Duplica de 1 para 4 medicamentos;
 14x superior com 7 medicamentos

Alterações fisiológica Comorbilidades PREVALÊNCIA DA POLIMEDICAÇÃO MAJOR (>= 5) E


MINOR (2-4) É SUPERIOR NOS IDOSOS

RAM’s + FREQUENTES:
 Intoxicação digitálica
Alterações na cinética e  Hipocaliémia
 Captopril (+ prescrito)
Polimedicação
dinamia dos fármacos

Quase 25% dos doentes com RAM a


medicamentos inapropriados no idoso.
 risco de interações,
RAM e prescrição de
Alterações na Resposta
medicamentos
aos fármacos MPI – medicamento
potencialmente
inapropriados potencialmente inapropriado

INSEGURANÇA DA
TERAPÊUTICA
CRITÉRIOS DE PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS:

 CRITÉRIOS IMPLÍCITOS: requerem avaliação clínica em 10 parâmetros


o MAI – alguma subjectividade na avaliação do doente
1. Indicação; 6. Interações
2. Efectividade 7. Contra-indicações
3. Posologia 8. Duplicação
4. Instruções para a toma 9. Duração
5. Instruções práticas 10. Custo

 CRITÉRIOS EXPLÍCITOS: Listas de medicamentos que não requerem avaliação clínica


o Baseados na opinião de peritos – Método Delphi
o Beers, STOPP / START, McLeod, Zhan
o Listagens de medicamentos considerados potencialmente inapropriados dependentes ou independentes
de doenças.

CRITÉRIOS DE BEERS (American Geriatrics Society): medicamentos a evitar pelo > risco ou falta de efectividade,
havendo alternativas; medicamento de evitar em certas patologias. Balanço negativo benefício / risco. Necessidade de
actualização regular: novos medicamentos no mercado + novas evidências sobre os fármacos. (criados em 1991, última
actualização: 2012)

Forte ligação entre o uso dos medicamentos dos Critérios de Beers:

 Resultados negativos em saúde: RAM, hospitalizações, morte


 Fraca efectividade no idoso
 Ocorrência de problemas graves de saúde: delírios, hemorragia GI, quedas, fraturas

Possibilidade de melhorar resultados clínicos

 Com prescrição de alternativas + seguras

Para todos os tipos de cuidados em doentes idosos nos EUA

Disponibilidade para: clínicos, investigadores, gestores de farmácias, legisladores, políticos

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

Objectivos: ALTERAÇÕES BEERS 2012

 Melhorar a selecção na prescrição de medicamentos Mudança de categoria: 11


 Avaliar o perfil do uso de medicamentos grupos/ fármacos
 Educação médica e dos doentes

Medicamentos retirados: 20
Avaliação dos resultados em saúde

grupos/ fármacos
Avaliar qualidade de cuidados, custos e dados sobre utilização de medicamentos
 Melhorar os cuidados em idosos  exposição aos MPI Medicamentos introduzidos
 Utilizar como instrumento educacional em ambas as tabelas: 78
 Usar como medida de qualidade de cuidados fármacos
 Aplicar não punitivamente

BEERS 2012 PARÂMETROS – ADEQUADOS:


1. Qualidade da evidência 4. Justificação Indicações
2. Força da recomendação 5. Tipo de recomendação
3. Grupo/ fármaco por ordem ou sistema 6. Patologia Instruções correctas

MPI: (exemplos) Preço dos medicamentos

 Independentes de patologia
o BDZ de T1/2 longa o Glibenclamida
o Antidepressivos tricíclicos o Amiodarona
o Fluoxetina o Associação tramadol+paracetamol
o Solifenacina (antiespasmódico) o Ticlopidina

 Dependentes de patologia
o Hidroclorotiazida na hiperuricemia
o Antagonistas dos canais de cálcio na obstipação crónica
o Betabloqueante na diabetes com episódios de hipoglicemia

STOPP/ START: europeus

STOPP – SCREENING TOOL OF OLDER PEOPLE’S POTENTIALLY INAPPROPRIATE PRESCRIPTIONS


Medicamentos que não devem ser prescritos; 65 situações clínicas

START – SCREENING TOOL TO ALERT DOCTORS TO RIGHT (APPROPRIATE, INDICATED TREATMENTS


Medicamentos que deveriam ter sido prescritos; 22 situações clínicas
Medicamentos +
Válido quando Ausência de
frequentemente Medicamentos
1º com base aplicado por vários Duplicação de prescrição para
prescritos na indutores de
fisiológica avaliadores e de medicamentos medicamentos
Europa e eventuais quedas
rápida utilização necessários
problemas

INSTRUMENTO EUROPEU STOPP

 ORGANIZADO POR SISTEMAS

Cardiovascular (17): digoxina a longo termo > 5 μg/dia com função renal reduzida (IFG < 50 ml/min)
SNS e psicotrópicos (13): antidepressivos tricíclicos na demência
Gastrointestinal (5): difenoxilato, loperamida, codeína na diarreia de causa desconhecida
Respiratório (3): teofilina em monoterapia para DPOC
Músculo-esquelético (8): AINEs na HTA moderada a grave
Urogenital (6): antimuscarínicos para a bexiga na demência
Endócrino (4): glibenclamida na DM tipo 2

 INDUTORES DE QUEDAS (5): benzodiazepinas


 DUPLICAÇÃO DE CLASSES/ FÁRMACOS

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

INSTRUMENTO EUROPEU START

 ORGANIZADO POR SISTEMAS

Cardiovascular (8): varfarina na presença de fibrilação auricular


SNS (2): antidepressivos na presença de sintomas depressivos moderados/graves por 3 meses ou mais
Gastrointestinal (2): inibidores da bomba de protões na presença de refluxo GE grave ou constrição péptica que necessita
intervenção
Respiratório (3): agonistas beta 2 ou anticolinérgicos regulares na asma ou DPOC ligeira a moderada
Músculo-esquelético (3): suplemento de cálcio e Vit D na osteoporose
Endócrino (4): metformina na DM tipo 2 ou síndroma metabólica
Avaliação clínica do doente: Base para decisão
médica na prescrição!

FARMACOTERAPIA NO IDOSO - Requer Avaliação Clínica:

 Efectividade e segurança da terapêutica


o Estabelecer objectivos terapêuticos
o Evitar prescrever e identificar:
 MPI
 Medicamentos indutores de quedas; Aplicação
 Duplicação;
de

 Omissão;
critérios
de MPI
 IT;
 Tratar RAM com medicamentos
Avaliação
clínica do
doente

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

Nº8: IATROGENIA.
IATROGENIA:

 Segundo a origem da palavra: gerado pelo médico. É tudo aquilo que resulta da intervenção médica,


independentemente do resultado e do objectivo.
Na prática comum: Efeitos negativos e indesejáveis (perspectiva do médico ≉ perspectiva doente/ cuidador),
devido a uma intervenção médica. Reações adversas e medicamentosas.

Qualquer intervenção que vise a saúde ou o bem estar


do doente
•Enfermeiro •Medicamentos (RAM)
•Fisioterapeuta •Interações medicamentosas
•Terapeuta ocupacional •Exercício de reabilitação
•Nutricionista •Intervenção nutricional
•Outros profissionais de saúde: inclui medicinas •Aconselhamento sobre estilos de vida e tarefas
alternativas diárias
•Decisão de suspender medicação, não medicar,
reabilitar ou alterar estilo de vida
•Factores ambientais

DOENÇA IATROGÉNICA (OMS): Reacção adversa medicamentosa ou complicações induzidas por intervenções médicas
não farmacológicas.

EPIDEMIOLOGIA:

 Hospital geral – Departamento médico:


o 29% das admissões por iatrogenia com maior incidência nos idosos
 Serviço de Medicina Interna
o 57,9% RAMs evitáveis
o Eventos iatrogénicos comuns: doença cardíaca, hipotensão, doenças GI, complicações da anticoagulação,
RAM AINE
 UCI
o 19,5% admissões por doença iatrogénica:
o 60% iatrogenia farmacológica
o 18% por intervenções médicas
o 22% por complicações cirúrgicas
o Eventos: RAM, quedas, infecções nosocomiais, úlceras de pressão, delirium, complicações cirúrgicas

CAUSAS DE IATROGENIA NOS IDOSOS:

1. Reserva fisiológica e mecanismos de compensação: envelhecimento doenças crónicas, efeito da medicação


crónica;  Função renal e hepática
2. Pluripatologia / doença crónica / Multimorbilidade
 Quanto maior o nº de doenças crónicas  > risco do
VULNERABILIDADE PARA IATROGENIA
tratamento de uma doença exacerbar ou agravar!
3. Polimedicação (crónica)
 Qt. > nº de medicamentos  > risco de RAM e de interações medicamentosas  > risco de um fármaco
interferir na resposta terapêutica a outro fármaco (anula efeito ou  toxicidade)  > risco de agravar ou
exacerbar doenças crónicas ou criar novas doenças
 IDADE:
4. Síndromes geriátricos
5. Exposição a intervenções médicas
6. Conhecimento insuficiente sobre geriatria  Janela terapêutica
 Desvalorizaçã do potencial iatrogénico dos fármacos e polifarmácia;
 Diagnóstico errado ou omisso de entidades clínicas ou do seu prognóstico  Resposta à terapêutica
i.  declínio funcional e dependência  Toxicidade
ii. Restrição de tratamento médico  Cuidados paliativos
 Subvalorização da dimensão psico-socio-económica
7. Expectativas dos doentes/ cuidadores (subjectividade)

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

IATROGENIA DE NÃO FAZER HISTÓRIA CLÍNICA!!!  Risco de CASCATA DE IATROGENIA

MÁXIMA DE WILLIAMS: Quando o estado de saúde do meu doente idoso se agrava subitamente, esta é a minha 1ª
interrogação: O que foi que eu lhe fiz?

༃ IATROGENIA FARMACOLÓGICA:
RAM: Qualquer efeito prejudicial produzido por um fármaco usado na dose habitual e que requer tratamento, obriga à
suspensão ou implica elevado risco na continuação do medicamento.
FACTORES DE RISCO:
 Causa + comum de iatrogenia Desnutrição
 Motivo de internamento em 15% dos indivíduos> 60 anos, sendo a maioria Insuf. Renal e hepática
evitáveis Multimorbilidade
 Frequente nas instituições Polifarmácia
 Polifarmácia dos idosos   susceptibilidade RAM prévia
Precariedade social e económica
Má Adesão
Efeito directo do fármaco
Interação farmacológica
Interação fármaco – planta/ nutriente
Agravamento ou causa de doença crónica
Agravamento ou causa de síndrome geriátrico

CAUSAS DE RAM NOS IDOSOS:

 Alterações fisiológicas do envelhecimento


o Farmacocinética e farmacodinamia
o  reserva dos órgãos alvo (fisiológica e patológica)
o  função renal e hepática
 Monitorização terapêutica inadequada
 Dosagem inapropriada
 Polimedicação inapropriada (alternativas não farmacológicas)
 Prescrição de MPI, fármacos antagonistas (inibidores Ach e anticolinérgicos) ou com ação aditiva
 Ignorância RAM (interações, doses recomendadas…)
 Erros terapêuticos extrínsecos ao médico
o Duplicação do fármaco
o Erro nas tomas e dosagem
o Erro na transcrição
o Aconselhamento errado de amigo / vizinho

ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS COM IMPACTO NA FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

ABSORÇÃO METABOLIZAÇÃO

• tec. muscular • função hepatocelular


• prefusão tecidular • biotransformação
•Via IM: absorção errática, incompleta ou prolongada • fluxo sanguíneo hepático
•Absorção via oral mantida dependente de: • clearance hepática
•pH / fluxo sanguíneo GI / velocidade de esvaziamento •F. Lipofílicos:  intervalo de administração; 
gástrico / trânsito intestinal / patologia dose de manutenção
•BB - lipossolúveis (propanolol)
•Antiarrítmicos (propafnona)
DISTRIBUIÇÃO
•BZD, Teofilina, Fenitoína
• tecido adiposo /  água corporal
• compartimento adiposo EXCREÇÃO
• compartimento aquoso
• velocidade de distribuição dos Fármacos lipofílicos • TFG
( 1ª dose) •secreção tubular
• VD dos F. Hidrossolúveis ( 1ª dose) •fluxo sangue renal
• perfusão tecidular •F. HIDROSSOLÚVEIS
• função hepatocelular • intervalo de administração
• proteínas plasmáticas • dose de manutenção
• fluxo sangue hepático •iECA, AB, Beta-lactâmicos, Digoxina,
• lig. dos fármacos Vancomicina

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

TIPOS DE RAM:

1. RAM TIPO A ou INTRÍNSECAS (+ frequentes): Consequência de acção farmacológica exagerada mas previsível do
fármaco ou seus metabolitos de forma dose-dependente

Causas:

 Concentração plasmática elevada:


o sobredosagem, absorção intestinal,  eliminação por insuficiência renal / hepática;
o influência de variações genéticas do metabolismo hepático
 acetiladores lentos - > risco RAM
o Exs: digitálicos, psicofármacos, ADO, insulina, dicumarínicos)
  Sensibilidade do receptor
 Interacções medicamentosas: fármacos que competem pela mesma via de metabolização hepática
(citocromo P450)

2. RAM TIPO B ou IDIOSSINCRÁTICAS: Por hipersensibilidade, não dose dependentes, inesperadas, dependentes
da susceptibilidade particular do indivíduo. Difícil previsão e prevenção, alta mortalidade

Causas:
 Mecanismo imunológico – reacções alérgicas
 Citotoxicidade por fixação celular irreversível
 Causas farmacêuticas
o decomposição de produtos activos, acção de excipientes, aditivos ou estabilizantes; ver data de
validade
 Causas genéticas : toxicidade por defeito enzimático

3. RAM TIPO C: Devidas a tratamentos prolongados. Tolerância a determinados fármacos


 Ex: insuficiência SR – corticoterapia, nefropatia – AINE

4. RAM TIPO D: Efeitos farmacológicos atrasados


 Ex: Efeito carcinogénico ou teratogénico Hierarquizar medicação
PREVENÇÃO: Estabelecer qual a indicação

 Durante a Prescrição:
terapêutica para cada fármaco….

o Fármaco bem tolerado, seguro e económico Nem todas as doenças precisam


o Simplificação do regime terapêutico (toma única) (ou podem) de ser medicadas
o Manter marca (forma e cor do comprimido)
o Considerar estado cognitivo, funcional, nutricional, fxs sensoriais e capacidade económica (optimizar se
possível)

 Start low and go slow


o Registo informático com alertas automáticos (ferramentas MPI, interacções medicamentosas, ajuste à fx
renal)
o Rever medicação toda (incluindo suplementos e
produtos ervanária)
o Boa relação médico-doente (esclarecer, explicar,
persuadir)
o Envolver equipa interdisciplinar, doente e
cuidadores
o Fornecer guia terapêutico com letra / símbolos
legíveis

Exemplos nos slides 20, 21

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

༄ IATROGENIA NOS HOSPITAIS:


> 50% EVITÁVEL
 Ambiente não familiar (défice cognitivo)
 Procedimentos diagnósticos
 Uso de dispositivos invasivos - algália, sonda nasogástrica, cateteres venosos centrais e periféricos
 Fármacos
 Cirurgia - anestesia, infecções, dor, complicações cirúrgicas, hipovolémia/anemia, hipervolémia
 Imobilidade / Medidas de contenção
 Acidentes relacionados com condições ambientais
 Isolamento social, Depressão / Ansiedade, Dependência, Delirium (falta de estimulação motora e cognitiva)
 Infecções nosocomiais
 Reacções transfusionais
 Acidentes relacionados com condições ambientais
 Quedas
 Lesões traumáticas

FACTORES DE RISCO

 Idade avançada  Internamento prolongado


 Polifarmácia  Doença complexa ou grave
 Institucionalização prévia
PONDERAR SEMPRE!
PREVENÇÃO Benefício / Risco intervenção

 Identificar doentes de risco  Manter rotinas prévias


 Minimizar psicofármacos  Presença de familiar / cuidador e objetos do
 Evitar contenção mecânica e dispositivos doente
invasivos alternativas…  Tratar dor
 Uso de meias de contenção elástica  Minimizar ruído
 Mobilização e socialização precoces  Adaptar iluminação ao ritmo circadiano
 Terapia ocupacional - estimulação cognitiva,  Ambiente seguro
motora, AVD

CONSEQUÊNCIAS DA IATROGENIA:

 Mortalidade  Declínio cognitivo


 Morbilidade  Depressão
 Institucionalização  Isolamento social
 Dependência   Custos

PREVENÇÃO DA IATROGENIA

 Identificação de doentes de risco


 Treino no diagnóstico de Iatrogenia
o Evitar diagnóstico e tratamento de novas doenças Cascata de iatrogenia
 Revisão terapêutica (2xs/ano) e Redução da polifarmácia
 Vigilância apertada da doença crónica e seu tratamento
  Comunicação e sua eficácia entre profissionais de saúde, doentes e cuidadores (História Clínica, Barreiras
Linguísticas, Défice cognitivo, Relação médico-doente…
 Gestor do doente
 Avaliação Geriátrica Global / Equipa interdisciplinar (incluindo Farmacêutico Clínico)
 Educação contínua sobre fármacos, RAM e CI e procedimentos invasivos

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

Nº9: OBSTIPAÇÃO. INCONTINÊNCIA FECAL.


OBSTIPAÇÃO
 Muito frequente nos idosos; tende a ser menos considerada pelo próprio doente.

OBSTIPAÇÃO CRÓNICA: reunião de 2 dos seguintes critérios, em mais de 25% das dejecções:
 Presença de esforço defecatório,
 Fezes duras,
 Sensação de evacuação incompleta,
EXCLUIR DOENÇAS ORGÂNICAS!!!
 Recurso a manobras digitais (auxiliares na defecação),
 Sensação de obstrução ano retal OBSTIPAÇÃO –
 Reduzido número de dejeções (<3/semana). PATOLOGIA MULTIFACTORIAL

SE ASSOCIADO A OCORRÊNCIA DE DOR + DISTENSÃO: síndrome do intestino irritável.

FACTORES DE RISCO:
 Idade,  Depressão,
 Género feminino,  Dieta.
 Inatividade,
 Indiferenciação social e económica,
 Polimedicação,
3 TIPOS DE OBSTIPAÇÃO CRÓNICA

OBSTIPAÇÃO COLORETAL PRIMÁRIA

•Funcional
• Obstipação de trânsito lento - trânsito dos constituintes fecais ao longo do seu trajeto se faz de
forma lenta
• Dissinergia defecatória: trânsito do intestino com ritmo normal MAS dificuldade na evacuação.
• Obstipação associada ao síndrome do intestino irritável: conjunto de manifestações gastro-
intestinais crónica ou recorrentes não associadas a qualquer alteração bioquímica ou estrutural

OBSTIPAÇÃO SECUNDÁRIA

•CAUSAS:
•Cancro coloretal, • Alterações miogénicas,
•Diabetes, • Alterações anoretais,
•Hipotiroidismo, • Utilização de fármacos (antidepressivos e anti-hipertensivos)
•Doença de Parkinson, • Estilo de vida (poucas fibras, pouca água, estado inativo do idoso).

OBSTIPAÇÃO CRÓNICA IDIOPÁTICA

•Obstipação sem síndrome do intestino irritável

MANOMETRIA ANORRETAL SAUDÁVEL VS NA DISSINERGIA:


 Distensão do balão no reto   pressão +  pressão do esfíncter anal externo  ATENÇÃO: pode haver
Facilita fenómeno defecatório
 Distensão do balão no recto   pressão do esfíncter anal externo  Dificulta
deslocamento do balão!

evacuação  OBSTIPAÇÃO ABDOMINAL  Trânsito faz-se à velocidade normal + Dificuldade a evacuar

INVESTIGAÇÃO DA OBSTIPAÇÃO CRÓNICA:


1. História clínica (perceber os sintomas de alarme, a dieta, a medicação, outras co-morbilidade e se há imobilidade)
2. Exame objetivo:
a. TOQUE RECTAL DIGITAL - extremamente barato, extremamente eficaz, fonte imensa de informação; após
a inspeção das nádegas e do ânus
3. Análises discutíveis
4. Exclusão da patologia orgânica luminal: Raio X do abdómen + TC abdominal
5. Rectosigmoidoscopia ou colonoscopia - exame de rastreio que pode mostrar lesões pré-cancerosas que não são
visíveis em Rx.
6. Estudos funcionais
7. Após exclusão de uma patologia obstrutiva: manometria anorretal

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento
FERRO ORAL AGRAVA
MEDICAMENTOS ASSOCIADOS A OBSTIPAÇÃO:
 Anticolinérgicos (antihistamínico)
OBSTIPAÇÃO!!!

 Opiácios,
 Antihipertensivos,
 Bloqueadores dos canais de cálcio.
Se suspeitamos de uma obstipação de trânsito lento: dar conjunto de marcadores radiopacos ao doente  Raio x simples
abdominais 6 dias depois  Marcador não chega ao recto

TRATAMENTO:
•Líquidos
•Dieta com fibra ameixas, vegetais, feijões.
•Laxantes
•Que expandem o volume fecal – fibra fracionada.
•Fibra não fracionada na obstipação MAS! processo de fracionamento --> gera gás --> muito mal
tolerado em doentes com obstipação associada ao síndrome do intestino irritável --> provoca dor e
distensão
•Osmóticos - lactulose provoca gás!
•Fármacos que atuam nos canais de cloro (activação --> produção de um fluido que amolece as fezes
•Magnésio, sene: nas fases mais agudas (pouco estudados!)

FECALOMA: massa de fezes duras distal. Por vezes pode não ser duro e ser apenas grande massa não deslocável
Causa frequente de obstrução.
Fácil diagnóstico: toque rectal.
 Para remover o fecaloma: remoção digital, recurso a enemas/clisters e/ou polientilenoglicol.
 Evitar que se forme outro fecaloma: educar o doente, utilização regular de laxantes.

INCONTINÊNCIA FECAL
 Perda incontrolável, recorrente ou contínua, de fezes, durante pelo menos um mês, num indivíduo com mais de 3-
4 anos.

TIPOS DE INCONTINÊNCIA FECAL:


1. INCONTINÊNCIA MINOR: perda de gases ou escorrência (soiling) parcial;
o Não tem grande peso na perda da qualidade de vida;

2. INCONTINÊNCIA MAJOR: perda involuntária de fezes.


o Prevalência: 4%.

FACTORES DE RISCO
 Idade,  Diabetes,  Diarreia crónica
 Depressão,  Polipatologia com diarreia  Colectomia.
 Doenças neurológicas, associada,
 Multiparidade,  DPOC,

MECANISMOS DE CONTINÊNCIA:
Esfincter anal externo Esfíncter anal interno
Contração de uma série de
músculos estriados •Voluntariamente •Contribui essencialmente
para manter o tónus

CAUSAS:
 Anormalidades estruturais: importante excluir essas causas.
o Após o parto normal
o Doenças neurológias, diabetes e AVC

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Tronco Comum IVb) Introdução às Doenças do Envelhecimento

 Alterações funcionais
o Parto e diabetes  alteração da sensibilidade anorectal
o Dissinergia defecatória
 Característica das fezes - por alteração do volume e da consistência
o Fezes moles  diarreia
o Fezes muito duras  diarreia, porque apenas fezes liquídas passam no recto
 Outras causas: sedação, demência, uso de anticolinérgicos, anti depressivos, intolerência à lactose e fructose.

Lesão do esfincter anal por


Reconhecidas
Parto vaginal laceração, com ou sem lesão
ecograficamente
do nervo pudendo

Se lesão do nervo pudendo: Incontinência tardia


 Causas:
o Uso de fórceps no parto parto, recém-nascido com alto peso, período expulsivo muito prolongado ou feto
em posição occipital posterior.
o Trauma cirúrgico
o Diabetes mellitus: diarreia da neuropatia + hipotonia do esfincter anal interno
o Situações de redução da sensibilidade rectal: esclerose múltipla, demência e lesão medula
o Fecaloma  tónus do esfincter anal interno
o Incontinência idiopática - + em mulheres idosas e de meia idade, por desinervação do pavimento pélvico

INVESTIGAÇÃO DA INCONTINÊNCIA FECAL:


1. Toque rectal : avaliar a contração do esfincter,
2. Avaliação endoscópica
3. Manometria anorectal
4. Endosonografia anal: permite detectar defeitos estruturais
5. Ecografia anal
6. Testes de diagnóstico mais dispendiosos: defecografia e o teste de infusão salina.
7. História clínica:
a. Altura de início, g. Uso de fármacos,
b. Factores precipitantes, h. Consumo de cafeína
c. Duração, i. Dieta
d. Severidade, j. Ausência ou presença de história de
e. Consistência das fezes, fecaloma.
f. História obstétrica,

ABORDAGEM:
 Medidas de suporte:
o Melhorar a higiene da pele,
o Evitar comidas que tendem a irritar o intestino
 Uso de fármacos para melhoria de sintomas: loperamida e atropina
 Biofeedback - aprendizagem da sensibilidade da motilidade, através de aparelhos tecnológicos
 Cirurgia – esfingtoplastia, reparo pós-anal, colostomia

NOVAS TERAPÊUTICAS

•Injectáveis: grande volume injectado de substância no canal anal para aumentar a


continência
•Estimulação do nervo sagrado: aumenta muito a probabilidade de melhoria.
•Técnicas de radiofrequência
•Esfincter artificial

By: Jessica Fidalgo Serei Sempre Jovem!


Nº10: INCONTINÊNCIA. RETENÇÃO URINÁRIA.
MICÇÃO: acto reflexo condicionado e controlado pela vontade.

Continência urinária (conforme exigências sociais)

INCONTINÊNCIA URINÁRIA:
 perda involuntária de urina (através da uretra) que constitui um problema higiénico ou social.
Condição: doença.

IMPACTO MÉDICO: o Diminuição da qualidade de vida,


 Alterações da qualidade de vida, o Perda da autoestima,
 Doenças do trato urinário, o Isolamento
 Dermatites perineais,  FAMILIAR E SOCIAL:
 Úlceras de pressão (em imobilizados), o Estigmatização / afastamento,
 Depressões nervosas, o Condicionamento profissional
 Co-morbilidade o Sobrecarga económica.
 Internamentos desnecessários.

INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA:
 INCIDÊNCIA: 20% (mulheres); 10% (homens)
IMPACTO PESSOAL, SOCIAL (E ECONÓMICO):
 PESSOAL
o Desconforto,  PREVALÊNCIA: 15-30 % (> 60 anos)

CONTINÊNCIA:
 Integridade:
o Anatómica: bexiga, uretra, esfíncteres e pavimento pélvico
o Funcional: no armazenamento, no esvaziamento e sinergia entre ambos [contracção dupla e
simultânea + esvaziamento e simultâneo relaxamento dos esfíncteres].
o Neurológica, quer sensitiva, quer motora.
 Outros factores orgânicos:
o Não urológicos e/ou neurológicos,
o Psicológicos
o Ambientais.
CAUSAS DA INCONTINÊNCIA – multifactoriais:
 Ginecológicas,
 Neurológicas,
 Psicológicas,
+ INCONTINÊNCIA
 Intestinais,
 Hormonais,
+ RETENÇÃO
 Ambientais,
 Iatrogénicas
SINTOMAS DO APARELHO
URINÁRIO INFERIOR
ALTERAÇÕES COM O ENVELHECIMENTO:
 Diminuição da capacidade vesical
 Diminuição da complacência compliance dV/dP
 Diminuição da contractilidade do detrusor
 Contracções não inibidas do detrusor
 Aumento do resíduo pós miccional
 Mulheres
o Diminuição da pressão de encerramento uretral
 Alterações estato-dinâmicas do pavimento pélvico: Suporte uretral posterior, Posição anómala
do pavimento pélvico
 Homens
o Aumento da resistência uretral
 Alterações no ritmo diurético cicardiano
 Diabetes, AVCs, Parkinson, Alzheimer
CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA:

 Incontinência transitória: por infecção, atrofia, medicamentos, poliúria, obstipação, depressão,


delírio, imobilização, etc.
CAUSAS DE INCONTINÊNCIA
o Causas reversíveis
TRANSITÓRIA: DIAPPERS
o Modificações fisiológicas inerentes ao envelhecimento
D - Delírio
o Alterações patológicas
I - Infecção
o 1/3 em doentes ambulatórios,
A - vaginite e/ou uretrite Atrófica
o + de ½ em doentes internados e institucionalizados
P – Pharmaceuticals, fármacos
o SE NÃO FOR CONVENIENTEMENTE BEM TRATADA:
P - distúrbios Psiquiátricos – Depressão
DEFINITIVA.
E – Excess urinary output, poliúria
 Insuficiência crónica:
R - mobilidade Restringida
S - Stool impaction, fecaloma
o Bexiga hiperactiva: gera uma incontinência por
imperiosidade/urgência;
o Hipermobilidade uretral ou a deficiência esfincteriana: geram uma incontinência ao esforço
o Mista
o Por extravasão/regurgitação: permanente, paradoxal [bexiga cheia  vai gotejando]

INCONTINÊNCIA TRANSITÓRIA
TERAPÊUTICAS QUE PODEM GERAR OU FAVORECER A INCONTINÊNCIA:
 Sedativos/hipnóticos
 Fármacos com efeito anti-colinérgico
o Tranquilizantes major, antidepressivos, anti-parkinsónicos, anti-histamínicos, anti-arrítmicos,
anti-espasmódicos, opiácios, agonistas alfa e beta
 Outros fármacos – diuréticos, alfa-bloqueantes, agonistas alfa e beta, IECAs e os bloqueadores dos canais
de cálcio

DÉBITO URINÁRIO EXCESSIVO, por:


 Aumento da ingestão
 Diuréticos (álcool e cafeína, etc)
 Alterações hormonais (ADH - inversão do ritmo circadiano)
 Alterações metabólicas (hiperglicemia e hipercalcemia),
 Insuficiência cardíaca congestiva
 Edemas (Insuficiência venosa periférica, hipoalbuminémia, associados a medicação [AINEs, bloq. canais
cálcio])

RESTRIÇÃO DA MOBILIDADE  Incontinência.


 Doenças degenerativas osteoarticulares;  Vestuário e calçado desajustados
 < Rapidez e força muscular  Localização inadequada do WC
 Alterações neurológicas  Medo de quedas
 Doenças CV e cansaço fácil

INCONTINÊNCIA CRÓNICA
1. Incontinência de urgência (imperiosidade) – Bexiga hiperactiva 20% SÍNDROME DE BEXIGA
2. Incontinência de esforço: por hipermobilidade uretral ou deficiência esfincteriana;
HIPERACTIVA:
50%
Urgência,
3. Incontinência mista (ambas as anteriores); 30%
Frequência
4. Incontinência por extravasão/regurgitação - overflow ;
Nictúria
5. Incontinência funcional.
Incontinência (1/3 dos casos)

Contracção não inibida   pressão de encerramento


Pressão do detrusor (maior)   pressão de encerramento  INCONTINÊNCIA
Pressão do detrusor, pela contracção não chega à pressão de encerramento  urgência sem incontinência.
① HIPERREFLEXIA E A INSTABILIDADE DO DETRUSOR causadas por:
 Síndrome Neurogénico [híper ou hipoactivo]
o Doenças do sistema SNC
 AVC, Parkinson, Alzheimer
o Doenças do SNP
 Diabetes, neuropatias
 Cistite, uretrite, prolapso, HBP, Litíase, Tumor
 Causa desconhecida

INCONTINÊNCIA URINÁRIA AO ESFORÇO – associado a  da pressão abdominal;


 + frequente nas mulheres:
o Fraqueza do pavimento pélvico + Perda do suporte do pavimento pélvico ou lesão do esfíncter uretral
 No homens:
o Lesão iatrogénica do esfíncter

INCONTINÊNCIA POR EXTRAVASÃO/ REGURGITAÇÃO: nas infecções urinárias quando há distensão vesical;
Incontinência permanente e nocturna.
INCONTINÊNCIA FUNCIONAL: falsa incontinência
 Causa cognitiva
Mecanismos:
 Maus hábitos miccionais
1. Obstrução infra-vesical
 Mobilidade comprometida
2. Hipocontractilidade do detrusor
 Localização do WC
DIAGNÓSTICO:  Vestuário e calçado inadequados.

Avaliação dos sintomas


•Características da incontinência, Duração da incontinência e a sua intensidade (pensos, fraldas)
•Sintomas associados ou precipitantes, Outros sintomas urológicos ou não urológicos
•História ginecológica, Antecedentes (obstétricos, cirúrgicos, médicos)
•Hábitos intestinais, alimentares, miccionais; tabágicos
•Terapêutica

Exame físico
•Exame físico geral: obesidade, estado geral...
•Palpação abdominal (globo vesical)
•Exame urológico e uroginecológico
•genitais externos; o toque rectal (próstata)
•Exame ginecológico:
•Mucosa vaginal, avaliação dos músculos pélvicos, Testes de Bonney e Cotonete [ + específicos para avaliação
dos prolapsos e da hipermotilidade vesical]
•Observação da incontinência
•Exame neurourológico sumário [teste da sensibilidade dos genitais e do peri-anal, da contractilidade]

Avaliação Básica:
•Função renal, Glicémia, Urina tipo II, Urinocultura com exame citobacteriológico
Exames complementares
•Ecografia com medição do resíduo pós-miccional
•Raio X simples do aparelho urinário
•Exame urodinâmico: cistometria, rofluxometria...

TERAPÊUTICA: baseia-se no tipo de incontinência.

Incontinência transitória:
•Terapêutica etiológica, pq. causas reversíveis

Incontinência Crónica:
•Medidas gerais comportamentais e externas + educação miccional
•Terapêuticas Específicas *
Hiperactividade do detrusor:
•Restrição hídrica + treino vesical [horário de "toillete --> atrasar a micção]
•Correcção de factores externos
•Exercícios pélvicos [reeducação]: exercícios de Kegel - fortalecimento pélvico; cones vaginais e o biofeedback
•Anticolinérgicos, alfa-adrenérgicos, agonitas beta3 adrenérgicos. MIRABEGRON -apresenta menos efeitos
secundários
•Instilações e injecções intravesicais
•Toxina botulínica – retirar a sensibilidade vesical --> evita descontracção muscular.
•Electroestimulação
•Neuromodulação
SE FALÊNCIA TERAPÊUTICA:
Incontinência urinária ao esforço: 1. Material absorvente – Risco
•Exercícios do pavimento pélvico de lesões cutâneas, custo
•Alfa-adrenérgicos, duloxetina e estrogénios; elevado
2. Algaliação em circuito
•Dispositivos e instrumentos
fechado
•Cirurgia - minimamente invasiva: TVT e TOT; esfíncter artificial. 3. Preservativos
Incontinência por extravasão: Risco de: Infecção, litíase e
traumatismos da uretra
•Descompressão provisória urgente + algaliação/cateter supra-púbico
•Cirurgia - encontrar causa; ou Medicação
•Suspensão da medicação que provoca hipocontractilidade ou parassimpaticomiméticos como o betanecol, os beta-
bloqueantes e em último caso o cateterismo intermitente, cateter permanente ou algaliação.
Incontinência funcional
•Correcção dos factores externos

RETENÇÃO URINÁRIA
 incapacidade de esvaziar a bexiga.
 Por: Anúria: obstrução
o Obstrução urinária –infravesical
o Hipocontractilidade da bexiga  distensão da bexiga com retenção urinária
supra-vesical
o Ambas
 Tipos:
o Completa ou incompleta: esvaziamento parcial  resíduo pós-miccional
o Aguda (completa) ou crónica
o Mecânica (por obstrução) ou funcional (por hipocontractilidade ou atonia)
o Intrínseca ou extrínseca.
FISIOPATOLOGIA DA OBSTRUÇÃO URINÁRIA:

Fase de compensação
•contracção/peristalse da bexiga Dilatatação |
Fase de trauma Insuf. Renal
•Refluxos Atrofia
•Hipertrofia do detrusor

ETIOLOGIA:
1. Obstrução do lúmen vesical: cálculos, neoplasia, etc;
2. Obstrução da parede uretral: estenose, neoplasia ou traumatismo;
3. Obstrução extraparietal: hipertrofia ou neoplasia prostática, neoplasia pélvica, fimose.
4. Hipocontratilidade, hipotonia ou atonia vesical: incapacidade de contracção eficiente do detrusor vesical
a. Traumatismos vertebro-medulares, esclerose e neuropatias, fármacos anticolinérgicos, anti-
depressivos, pós cirurgia, pós parto, pós anestesia e o envelhecimento.

RETENÇÃO URINÁRIA AGUDA,


COMPLICAÇÕES DA RETENÇÃO:
COMPLETA: emergência
urológica - doente não consegue
urinar  crise álgica do
1. Estase urinária a montante,
hipograstro  quer ser aliviado
2. Ureterohidronefrose
3. Insuficiência renal,
rapidamente.
4. Infecção urinária,
5. Litíase PALPAÇÃO DO GLOBO VESICAL!
6. Hematúria. (Tb. Na crónica)
AVALIAÇÃO OBJECTIVA: toque rectal em decúbito dorsal + Ecografia
ATITUDE:
 Rapidez na avaliação,
 Descompressão gradual vesical, sobretudo nos casos crónicos, com drenagem por cateterização uretral;
 Na incapacidade ou contraindicação de drenagem por via uretral: cateterização vesical suprapúbica
 Tratar a causa subjacente e eventuais repercussões

Nº11: ASPECTOS SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO


Séniores: indivíduos com mais de 50 anos.
1. A adopção de práticas associadas às recomendações do envelhecimento activo é minoritária (30%)
2. Efeito da idade  impacto a todos os níveis da existência dos indivíduos  desvinculação gradual dos +
idosos (+ 75 anos), em relação à participação na vida social e familiar.

Índice Europeu de Envelhecimento Activo: a partir de 4 grandes domínios:


1. Emprego
2. Participação social
3. Vida autónoma, saudável e segura;
4. Recursos e ambiente sociais favoráveis.
Portugal ficou numa posição mediana com 35% do envelhecimento activo potencial  > presença de
séniores no mercado de trabalho (idade média: 62 anos)

PRÁTICA DE ACTIVIDADES INDIVIDUAIS E COLECTIVAS DIVERSIFICADAS


1. Primeiro factor: conjunto de actividade associada à adopção de práticas subordinadas ao conceito de
envelhecimento activo:
a. Actividades culturais/recreativas, sociais, expressivas e físicas.
b. Remete para os princípios preconizados pela ideologia do envelhecimento activo - evidência dos
efeitos positivos que a participação social e a prática de actividades nos tempos livres produzem no
bem-estar dos idosos.

2. Segundo factor: actividades maioritariamente realizadas pelos homens


a. Conjunto de actividades instrumentais, passivas e praticadas no interior da casa.

3. Terceiro factor: actividades manuais, domésticas e passivas

PRINCIPAIS PREDITORES DO ÍNDICE DE PRÁTICAS INDIVIDUAIS E COLECTIVAS DIVERSIFICADAS: ÍNDICE DE


ENVELHECIMENTO ACTIVO
Determinado por:
1. Factores sociodemográficos: escolaridade, a idade, o estatuto sócio-profissional, o rendimento do agregado e
o sexo – Homens, + novos, + escolarizados, elevados estatutos e rendimentos = Práticas de envelhecimento
activo + elevadas
2. Saúde: forte factor preditivo
3. Participação social: pertença associativa é o preditor + forte = qt. > for, > índice.
4. Configuração das redes pessoais – pouco Os indivíduos mais escolarizados, com rendimento elevado,
variável; declarando um bom estado de saúde e que aderem mais a
5. Representações sociais sobre o associações: aqueles que + adoptam as práticas individuais e
envelhecimento – pouco significativo. colectivas diversificadas associadas ao envelhecimento activo.

PREDITORES DA AVALIAÇÃO SUBJECTIVA DO ESTADO DE SAÚDE SUBJECTIVO


Factores considerados:
1. Factores sociodemográficos: + idosos e mulheres, - escolarizados e < estatuto = pior estado de saúde
2. Redes pessoais
3. Actividades sociais : qt. > nº de actividades realizadas fora de casa = melhor estado de saúde
4. Factores objectivos de saúde: existência de
pelo menos uma doença crónica e de Qt. > a rede social, + diversificada e frequente for a prática de
impedimentos físicos e psicológicos actividades individuais e sociais, + se valorizar e + frequente for
5. Indicadores relativos à vida sexual; a actividade sexual, + felizes = melhor estado de saúde
6. Sentimento de felicidade. subjectivo.

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