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Times e Workshops no
Ambiente Online
Conteudista/s
Esther Carvalho (conteudista, 2022).
Enap, 2022
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1: Jornada de Conhecimento..................................................................... 6
Unidade 1: Aspectos Conceituais sobre Reuniões e Facilitação com Ênfase no
Ambiente Virtual....................................................................................................... 7
1.1 O que é Facilitação e o que não é............................................................................... 7
1.2 Facilitação: A Competência do Presente e do Futuro............................................ 12
1.3 A Importância da Facilitação no Ambiente Organizacional.................................. 16
1.4 A Facilitação no Contexto da Transformação Digital............................................. 21
Referências ........................................................................................................................ 27
Antes de iniciar seu estudo sobre o tema deste curso, assista ao vídeo de apresentação
e, logo após, retome sua leitura!
Ninguém suporta mais aquelas reuniões que seguem o mesmo formato maçante,
desestimulante e improdutivo de sempre, concorda?
Por isso, foi elaborado para este curso um conjunto de boas práticas e recursos que
podem ser aplicados de maneira simples no processo de facilitação no contexto virtual.
Bons estudos!
1 Jornada de Conhecimento
Reuniões são realizadas para troca de informações, para fazer alinhamentos,
apresentar propostas e, principalmente, para solucionar problemas. Elas podem ser
conduzidas de maneiras muito diferentes, dependendo de sua finalidade, mas há um
papel que, independentemente do objetivo da reunião, sempre será necessário, que é
o do facilitador ou mediador. E é aí que as técnicas de facilitação se tornam essenciais.
É essa resposta que você vai obter ao longo das três unidades deste módulo. Veja
como o curso está estruturado:
E, por fim, na terceira unidade, você conhecerá a jornada em si, que envolve os três
principais tipos e as três etapas inerentes a todas as reuniões. Você verá também
como contornar os principais desafios encontrados em processos de grupo.
Objetivo de aprendizagem
Antes, então, que tal rir um pouco? Veja o vídeo do Porta dos
Fundos (disponível aqui).
Facilitação.
Fonte: Freepik (2022).
É importante enfatizar que, por se tratar de uma habilidade muito mais subjetiva
que objetiva, ou seja, mais atrelada a comportamentos do que a credenciais,
não há certo ou errado. Logo, conhecer os principais processos conversacionais,
comportamentais e relacionais inerentes ao exercício da função ajudará você
a reconhecer e orquestrar diferentes perfis e pontos de vista na condução de
processos que envolvam pessoas.
Agora que você já entendeu um pouco sobre o que é a facilitação, talvez seja
importante ter clareza sobre as situações em que essa mediação não está presente.
Veja algumas situações em que a facilitação está ausente:
No mínimo dois
Quantidade de pessoas No mínimo três participantes
participantes
Nível de hierarquia
Alto, há um dono do projeto Baixo ou nenhum
presente
Empoderamento para
Baixo, apenas se solicitado Alto e espontâneo
expor ideias
O Tripé da Facilitação
A facilitação vai muito além de meras definições, prescrições ou de processos
engessados. Logo, para que funcione efetivamente e traga resultados,
entenda que a facilitação não se resume a algumas técnicas. Ela engloba
três dimensões, que serão apresentadas a seguir.
Dimensão Técnica
Diz respeito a todas as metodologias, ferramentas, dinâmicas e boas
práticas, bem como os demais recursos aos quais você terá acesso na sua
jornada enquanto facilitador. No entanto, o caminho para se aperfeiçoar
envolve a experiência em si, ou seja, transpor os conhecimentos em termos
de técnicas conhecidas para a prática, a segunda dimensão da facilitação.
Dimensão Prática
Refere-se ao exercício da função, ou seja, quando se aplica todo o repertório
que se tem à disposição na vida real. É o momento de pôr a mão na massa
para ter efetivo domínio nas aplicações e, na condição de iniciante, você
pode começar esse processo articulando um novo formato de interação
para a equipe em que já trabalha ou até mesmo se voluntariando para ser
cofacilitador de algum profissional que já conhece.
O tripé da inovação.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
De uns anos para cá, as organizações passaram a perceber que, além das habilidades
técnicas, as pessoas possuem também habilidades sociocomportamentais, ou seja,
aquelas que não são necessariamente aprendidas em alguma disciplina científica.
Em 2018, o Fórum Econômico Mundial trouxe a primeira pesquisa sobre o futuro do
Por isso, é importante frisar que o facilitador tenha uma responsabilidade muito
maior que a de um mediador, pois ele deve pensar na experiência de ponta a
ponta. Isso inclui planejar a agenda, selecionar as dinâmicas mais apropriadas
para o contexto, saber incluir e conectar todas as pessoas no encontro, bem como
identificar os entraves que afetam os resultados.
Interação em grupo.
Fonte: Freepik (2022).
Caso ainda tenha ficado alguma dúvida acerca dos aspectos que diferenciam as
habilidades técnicas e as habilidades sociocomportamentais, veja na tabela a seguir
alguns dos principais parâmetros de diferenciação:
Fácil mensuração, que se dá pela análise do Difícil mensuração, que se dá por meio do
currículo ou testes práticos. relacionamento e da vivência.
Mas você já parou para pensar se o problema está realmente nas reuniões? Ou
está na forma como elas são executadas?
Uma reunião executada com foco e eficácia não só possibilita um fluxo de trabalho
mais organizado, o que reflete diretamente na produtividade da equipe, mas
demonstra uma atitude de respeito com o coletivo. É uma forma de valorizar o
tempo e a energia de cada participante. Vale ainda enfatizar que reuniões são sobre
pessoas. Por isso, serão apresentados conhecimentos muito mais empíricos do
que literários para sua aprendizagem.
Reunião online.
Fonte: Freepik (2022).
1 Time to market
Em português, essa expressão significa “ganho de tempo”. A facilitação
diminui o tempo decorrido entre a aprovação de uma ideia e a tangibilização
por meio do lançamento dela enquanto solução inovadora. E, quando se
fala em transformação digital, é inevitável não trazer para o epicentro das
discussões um contexto de mundo altamente volátil e imprevisível, que
demanda celeridade em tramitações de toda natureza. Logo, quando aplicada
adequadamente a contextos organizacionais, a facilitação é uma abordagem
bastante inteligente para responder a cenários cada vez mais complexos
e desafiadores, além de otimizar não só o tempo, como também a energia
das pessoas envolvidas nos processos de desenvolvimento e otimização de
processos, serviços ou produtos.
6 Inovações paralelas
Quando bem exercida, a facilitação proporciona condições favoráveis e um espaço
seguro para que as pessoas possam ter mais confiança criativa e expor suas ideias,
sem medo de julgamentos. A sinergia entre os pares cria um terreno fértil para o
surgimento de ideias nunca antes pensadas, mas que possuem pleno potencial de
gerar inovações paralelas, ou seja, que saem da seara da abstração – criatividade –
e são transpostas para a prática. Essas inovações podem incrementar os processos,
serviços e produtos já existentes, impactando positivamente tanto o nível setorial
quanto o quadro geral da organização. É importante ressaltar que a inovação
acontece no plano concreto, mas só é possível inovar quando é dada vazão à
criatividade e as pessoas se sentem encorajadas no processo para seguir adiante
com as ações necessárias para fazer com que uma ideia seja implementada.
7 Pensamento visual
O Visual Thinking, ou pensamento visual aplicado às reuniões, pode ser um importante
aliado em contextos remotos por gerar maior compreensão, engajamento e resultados.
Ele serve para proporcionar uma linguagem comum e facilitar a assimilação do que será
Líder facilitador.
Fonte: Freepik (2022).
Ainda que, à primeira vista, a transformação digital se resuma a uma mera adoção de
novos recursos digitais no quadro geral ou setorial e específico de uma organização,
na realidade, ela configura um fator determinante para tornar o processo de
disseminação da cultura digital o mais natural possível.
Por isso, é essencial contar com alguém que saiba engajar as pessoas e as auxilie
a manter o foco nas buscas, principalmente quando se trata de uma temática que
constitui um paradoxo: libertação versus estrutura.
Mas, como nem tudo são flores, há fatores críticos que precisam de uma atenção
especial. Por isso, a seguir estão elencados os quatro desafios principais.
Note que, embora essa migração não seja algo trivial, é preciso ter empatia com os
diversos relatos das pessoas sobre os desafios que precisam ser considerados nessa
transição, os quais envolvem inseguranças, dúvidas, limitações e dificuldades para
a plena execução das atividades que eram realizadas anteriormente no ambiente
presencial. As mudanças, de um modo geral, costumam ser desconfortáveis. Mas
é importante ter em mente que, superadas as barreiras iniciais, elas podem trazer
muitos benefícios, conveniências e agilidade para facilitação de vida.
Você chegou ao final desta unidade de estudos. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
ABREU, Paulo Nunes de. Arquitetar a colaboração: Facilitar grupos e liderar pela
facilitação. Rio de Janeiro: Publicação independente, 2018.
HAWKINS, Charlie. O segredo das reuniões produtivas: como acabar com a chatice,
controlar a confusão e eliminar a perda de tempo. São Paulo: Saraiva, 2012.
LAENDER, Glauber. Facilitação Criativa [1/5] — Uma introdução sobre boas práticas
para conduzir dinâmicas. Medium, 2022. Disponível em: https://medium.com/@
glauberlaender/facilitação-criativa-1-5-uma-introdução-sobre-boas-práticas-
5f5214e09d7d. Acesso em: 29 jun. 2022.
MICROSOFT. Survey Finds Workers Average Only Three Productive Days per Week.
Microsoft, [s. l.], 2005. Disponível em: https://news.microsoft.com/2005/03/15/survey-
finds-workers-average-only-three-productive-days-per-week/. Acesso em: 29 jun. 2022.
Objetivo de aprendizagem
2 Ser analítico
Na condição de facilitador, ser analítico é um exercício constante para estar
sempre atento aos detalhes. Isso envolve desde ser seletivo nas palavras que
irá usar para se comunicar até a escolha de dinâmicas mais apropriadas para
cada encontro. O facilitador deve exercer uma visão micro sobre o que está
acontecendo, sempre considerando as preferências das pessoas.
3 Ser organizado
Para a Associação Internacional de Facilitadores (IAF), é imprescindível selecionar
recursos e processos claros que promovam uma linguagem comum a todos
os estilos de pensamento. Isso quer dizer que ser facilitador envolve também
saber dispor elementos em uma ordem que faça sentido para a equipe. Para
isso, podem ser utilizados recursos como post-its com ideias, imagens, frases ou
simplesmente conceitos.
4 Prover coerência
O facilitador precisa trazer sentido para toda a experiência, mantendo todos
os aspectos alinhados — desde a organização (tempo e espaço do encontro),
passando por seu objetivo, e tendo em vista os pontos que as pessoas estão
trazendo. Esse comportamento gera uma coerência com o foco no projeto. O
facilitador deve criar um ambiente adequado e que proporcione a sensação de
conforto para as pessoas.
5 Saber improvisar
Facilitadores constantemente se deparam com situações inesperadas. Por isso,
devem ser criativos para saber contornar certas situações. Espera-se que sejam
capazes também de adequar todas as abordagens e recursos que trazem consigo,
sempre considerando as necessidades e capacidades do grupo.
Veja algumas habilidades que são fundamentais para que haja uma boa facilitação.
2 Escuta ativa
Por mais que haja acordos de uma fala por vez, as vezes há pessoas que querem
se comunicar e, por isso, manifestam sinais. Esses sinais podem ser percebidos
na linguagem corporal, apontando a necessidade de verbalizar alguma ideia ou
pensamento. A escuta ativa, portanto, significa tanto ouvir quanto observar. E,
no contexto remoto, a escuta ativa se dá também escutando o silêncio.
3 Gestão de projetos
Partindo da premissa de que um trabalho não se resume ao workshop, para gerir
sessões de maneira realmente eficaz é preciso exercitar a visão macro, cabendo
ao facilitador acordar os objetivos e entregas ao elaborar o plano de trabalho, que
vai desde o planejamento da sessão até o pós-sessão, que são os próximos passos.
4 Pensamento visual
O facilitador pode se apropriar de elementos visuais para construir raciocínios
utilizando formas, cores, post-its, PPTs e técnicas de clusterização. Faça uso de
todos esses recursos para criar formas visuais de comunicação com as pessoas.
Lembre-se que, nas plataformas colaborativas online como Miro ou Mural, os
frames representam cérebro coletivo e devem estar organizados.
5 Os porquês
Saber fazer as perguntas certas e no momento apropriado denota preocupação
com a qualidade das informações que subsidiarão decisões de nível mais
estratégico a posteriori. Logo, entender a raiz dos problemas refletirá na
qualidade do resultado final do projeto, que será proporcional ao nível de
clareza que o time tem sobre o problema.
6 Saber negociar
Imprescindível em workshops e reuniões colaborativas, a negociação no contexto
da facilitação exige saber trabalhar interesses, fazer combinados e conseguir
chegar a consensos, o que garante mais coesão e alinhamento entre todos do
time. Logo, saber conduzir conversas de maneira assertiva é essencial para que
a experiência flua conforme você idealizou e planejou desde o início.
8 Visão holística
Para exercitar uma perspectiva mais macro em si e no time, deve-se considerar
trazer para as discussões pontos de conexão com outras informações, conceitos,
pessoas, áreas, dados e notícias relacionadas ao assunto abordado. Trazer essa
visão do todo para o time estimula e impulsiona a diversidade de ideias que
emergem a partir de então.
1 Preparação
Conhecer o contexto, o público e o desafio que virá em uma facilitação faz muita
diferença. Por isso, um facilitador organizado geralmente tem mais confiança e
capacidade de desenhar melhores experiências para o time, além de ter maior
flexibilidade para adaptar a agenda sempre que julgar necessário. Portanto, a
recomendação é que você dedique um tempo para planejar essa experiência
pensando nos seus pormenores, já antevendo alguns imprevistos e formas de
dar contornos cabíveis a eles.
2 Repertório
É a "caixa de ferramentas" do facilitador. São práticas, técnicas, ferramentas
e metodologias que ele domina e que está apto a aplicar, combinar ou
personalizar quando julgar pertinente. Um facilitador que possui um vasto
repertório ferramental e experiencial consegue ser flexível para oferecer ao
grupo o que ele precisa no momento certo. Mas não se limite ao que você
já conhece — busque outros recursos, pois os imprevistos são as maiores
certezas que um facilitador tem em todo contexto em que atua e, quanto
maior o repertório, mais facilidade terá de improvisar.
Como a facilitação é sobre pessoas, será inevitável lidar com diferentes personalidades.
Existem pessoas mais falantes, ativas e enérgicas, ao passo que outras são mais
quietas, falam menos e são mais observadoras. Nessas circunstâncias, o facilitador
deve reconhecer que não é possível encaixar todos esses indivíduos em grupos,
tampouco simplesmente ignorar o potencial de contribuição de cada um.
Como facilitador nessa situação, você deve identificar qual a necessidade da pessoa
de falar tanto, pois existem diversas possibilidades. Dentre elas, destacam-se duas: ela
pode realmente estar muito empolgada e engajada com aquele projeto e com o tema,
e por isso fica muito animada e quer contribuir tanto, ou têm vasto conhecimento
sobre o assunto e quer trazer a sua visão especialista, compartilhando experiências e
demonstrando ter notório conhecimento sobre. Mas, independentemente do motivo
pelo qual a pessoa age dessa forma, o importante é você entender a necessidade que
ela tem de se comportar assim e se preparar para geri-la.
Vale ainda dizer que os tímidos são mais propensos a se subvalorizarem e não ter
consciência das próprias qualidades. Isso é perceptível, por exemplo, quando ficam
em silêncio em uma reunião, mesmo sabendo a resposta para alguma questão.
• Convide essa pessoa a trazer o que ela pensa sobre a discussão ou pauta
que está sendo construída no time, chamando-a pelo nome; e
Por ser um agente neutro dentro desse contexto, você, como facilitador, precisará
avaliar se a contribuição dessa pessoa com um cargo influente está ajudando o time
a fazer construções positivas e focadas no objetivo do projeto, ou se está sanando
apenas a necessidade de influenciar e enviesar o time. Em casos mais extremos,
será inevitável convidar essa pessoa para conversar individualmente e explicar o
fato de que a posição privilegiada que ela ocupa pode acabar inibindo os outros de
serem eles mesmos por conta da hierarquia.
Utilize a dinâmica dos “prós e contras”, pedindo para que duas pessoas
opinem, uma contra e outra a favor do que foi dito; e
• Peça que essa pessoa não pense nos obstáculos, pois a reunião é o momento
de deixar as ideias fluírem, ressaltando a importância da contribuição de todos.
Facilitador
Responsável por fazer o planejamento da pauta junto ao anfitrião. É ele quem
elabora a agenda, faz a abertura, ritmo e fechamento de toda a jornada, mas
sua principal função é ser o agente mantenedor do foco das pessoas na pauta.
Participantes
São os atores principais do encontro, pois a qualidade do que será gerado
e decidido dependerá deles. O papel dos convidados é o de compartilhar
informações, ideias, experiências e expressar opiniões de modo a contribuir
para o alcance da finalidade da reunião.
Cofacilitador
Facilitar exige muita presença, mas o digital exige diversas atividades em
paralelo. O papel do cofacilitador é dar suporte às pessoas no que tange às
ferramentas, contribuindo com conselhos de natureza geral e específica,
além de ser o guardião do tempo em cada atividade.
Relator
Responsável por ficar atento às interações no chat, realizar os registros
das tomadas de decisão, principais insights e pontos que emergem nas
discussões. Deve agrupar ideias, construir conclusões, sintetizar tudo de
forma clara e montar um relatório para envio pós-reunião.
Workshops
São caracterizados por um planejamento de alto nível, com muita riqueza de
detalhes. Nesse sentido, alguns elementos que devem estar sempre presentes
em um workshop são as dinâmicas e as atividades individuais e de grupo, que
são previamente preparados pelo facilitador junto a uma equipe de apoio. Esses
encontros geralmente visam gerar muita interação, uma vez que o principal
objetivo dos workshops é promover a participação e engajamento de todos em
torno da pauta por meio de mecanismos pensados estrategicamente para
estimular comportamentos de colaboração – e que devem ser criteriosamente
selecionados. São experiências que costumam ser projetadas para se extrair o
máximo de contribuição das pessoas.
Em geral, os workshops costumam ter três momentos. Clique nos títulos para
conhecê-los:
Apresentação
Nesse momento, o facilitador dá boas-vindas e faz uma breve apresentação
da agenda que planejou para o encontro, alinha as expectativas e apresenta
o objetivo do encontro.
Intensa colaboração
Ocorre quando as pessoas começam a interagir por meio das dinâmicas e
atividades práticas que foram planejadas previamente para o alcance do
objetivo almejado.
Reuniões
Como o próprio nome já sugere, uma reunião se caracteriza pelo encontro de duas ou
mais pessoas que têm o objetivo de apresentar, debater e discutir assuntos relativos à
algum tema central definido. E, da mesma forma que em um workshop, é importante
que as reuniões contem com a condução de um facilitador — porém, comumente
esses eventos são conduzidos pelo próprio anfitrião, que é quem convoca o encontro.
A principal diferença entre um workshop e uma reunião é, em suma, a simplicidade!
• A duração de uma reunião não costuma passar de duas horas, então, não
há tempo para muitas dinâmicas;
• Não necessariamente contam com muitas pessoas, podem ser feitas com
a partir de dois convidados;
Veja a seguir um exemplo básico de agenda para uma reunião simples, destinada a
uma tratativa pontual, com duração de uma hora:
Você chegou ao final desta unidade de estudos. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.
Até a próxima!
ABREU, Paulo Nunes de. Arquitetar a colaboração: Facilitar grupos e liderar pela
facilitação. Rio de Janeiro: Publicação independente, 2018.
HAWKINS, Charlie. O segredo das reuniões produtivas: como acabar com a chatice,
controlar a confusão e eliminar a perda de tempo. São Paulo: Saraiva, 2012.
International Association of Facilitators (IAF). About the IAF. IAF, Toronto, 2018.
Disponível em: https://www.iaf-world.org/site/about. Acesso em: 29 jun. 2022.
NAVARRO, Joe. O corpo não mente: da eficiência à excelência na sua carreira. São
Paulo: Estrela Polar, 2012.
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer métodos para planejar
reuniões mais produtivas por meio da criação de experiências que ajudam os times
a manterem o foco nas discussões, bem como antever e remover os obstáculos que
comumente emergem nesse ambiente.
A apresentação dessa tipologia é também um meio de fazer com que você repense os
detalhes das suas reuniões, considerando especificidades, como ambiente, convite,
atividades e todos os materiais que servirão de fio condutor desses encontros.
Afinal, o que funciona para um modelo nem sempre vai funcionar para outro.
Existem vários temas que podem ser tratados dentro de uma reunião de venda de
ideias, como:
• Construção de um backlog.
Por serem criadas com o intuito de debater ideias e gerar discussões entre
todos os envolvidos, a fase de preparação desse tipo de reunião requer um bom
planejamento. Todas as atividades devem ser pensadas de maneira sequenciada
Reunião colaborativa.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Reconhecer falhas de
Buscar pontos de vista Definir critérios de seleção das
comunicação, entender ou
diversos ideias, agrupar e filtrar
combinar ideias opostas
Reconhecer falhas de
Abrir possibilidades e pensar
compreensão, aceitar a Exercer a impessoalidade no
em várias alternativas de
confusão e desconforto como desapego das ideias
maneira fluida
parte do processo
Conheça agora quatro técnicas que podem ser utilizadas em momentos que se
pretende estimular discussões, geração de ideias e exploração de diferentes pontos
de vista sobre um mesmo assunto, ou seja, de momentos de divergência.
Dica: anote as ideias que vierem à mente, não confie apenas na memória.
4 Técnica “e se”
Essa técnica de comunicação consiste em construir em cima das ideias dos
outros, por meio de perguntas estimulantes que geram criatividade em um
cenário hipotético. Essa técnica traz uma energia mais propositiva para o que
está sendo cocriado.
Você pode propor algo como "pessoal, e se tal coisa fosse de outra forma?". Esse
é um caminho pelo qual você pode optar quando reconhecer um cenário em que
as pessoas já estão saturadas e não têm mais ideias.
• E se você tivesse trabalhando essa ideia no século XIX, como você iria
proceder?
1 Convide um especialista
A consulta especializada é uma ótima maneira de confirmar práticas, ajustar
rotas ou mesmo obter a indicação de uma intervenção mais técnica na execução
do projeto, e não pautada no achismo.
Em muitos casos, ter uma opinião especializada pode ser realmente necessário, e
não apenas opcional, sobretudo em projetos que envolvam ciência e tecnologia.
• Registros gráficos;
• Planejamento visual;
• Roteirização em Roadmap; e
Para aplicar a facilitação, você pode recorrer à clusterização, que é uma opção de
síntese mais estruturada e que traz sentido a todas as informações levantadas no
encontro. Para utilizar a clusterização, você precisa separar os registros por grupos de
afinidade e utilizar uma cor diferente de post-it para os títulos de cada agrupamento.
Essa prática lhe ajudará a dar sentido a todas as informações levantadas pelas
discussões, pesquisas e brainstormings. Ela é, ainda, uma ótima aliada para sempre
que for necessário organizar opiniões e resumir as conversas dos participantes.
Está na hora de dar um novo significado para as reuniões, por meio de iniciativas
que transformem esses momentos em experiências mais agradáveis, dinâmicas
e realmente produtivas, certo? Para ajudar nesse processo, serão apresentadas
três etapas inerentes a todos os tipos de reuniões.
Planejamento.
Fonte: Freepik (2022).
Pré-reunião
É preciso ter em mente que reuniões devem ser sempre movidas pelas expectativas
e resultados. Por isso, não é recomendado organizar uma reunião se outras
alternativas podem funcionar tão bem quanto, entregando os mesmos resultados
para o qual esse encontro se destina. A seguir estão alguns questionamentos e um
fluxograma para ajudar a refletir sobre a necessidade de uma reunião:
Se você chegou à conclusão de que será realmente necessário convocar uma reunião,
então chegou a hora de planejar a agenda do encontro, certo? Mas, para assegurar o
desenho de uma experiência muito mais assertiva e sob medida para o contexto que
você irá facilitar, é indicado que seja elaborado um briefing, ou questionário de imersão.
Para ajudar a elaborar o seu próprio briefing, estão elencados a seguir alguns
tópicos que devem ser considerados para a elaboração do questionário.
Contexto da organização;
Desafio do momento;
Objetivo da reunião;
Resultados esperados;
Agenda do encontro;
Próximos passos.
Veja um modelo pronto de briefing que você pode utilizar e adaptar para a sua realidade:
Agora é com você! Faça o download do briefing para utilizar em seu contexto!
Uma coisa, no entanto, é planejar uma reunião, e outra é quando ela realmente
acontece. Por isso, chegou a hora de você entender o flow, que é o momento da
reunião em si, quando você, enquanto guardião do propósito e condutor do
processo, precisará saber gerir o evento de ponta a ponta. Para isso, registre na
agenda quais as dinâmicas e recursos você precisará ter preparado previamente
para que a reunião flua e seja produtiva.
Fluxo de reunião.
Fonte: Freepik (2022).
Essas premissas devem balizar a sua busca por estruturas que o apoiem nas sessões
que for facilitar. O conhecimento é parte fundamental da sua jornada. Por isso,
explore recursos acionáveis para cada uma das premissas elencadas. Mas, ainda
mais importante do que conhecer, é exercitar as habilidades: conheça, pratique e
sempre procure adaptar as técnicas para a sua realidade. E não se esqueça de que
a melhor ferramenta é a que funciona para você e para o seu time!
Check-in
O check-in é uma das técnicas que não pode faltar nos encontros que você for
facilitar, pois garante que todas as pessoas estarão presentes e atentas para
embarcar no momento. De modo geral, existe um número infinito de dinâmicas
que podem ser feitas após todos terem ingressado na sala virtual, e o seu formato
pode ser adaptado para o que se enquadrar melhor para cada reunião ou workshop:
podendo ser curto ou longo, mais aberto ou mais direcionado, mais focado nos
aspectos pessoais ou somente nos profissionais.
2 Analogia
Fazer alusão a recursos simbólicos desperta a criatividade de cada um, além
de trazer um clima mais descontraído e harmônico para a sessão. Alguns
exemplos são: “se eu fosse um animal, eu seria...”, ou “se eu fosse um alimento,
eu seria...”, entre outros. Seja criativo!
3 Sentimento
Esse é um dos check-ins mais utilizados, pois gera uma maior conexão entre as
pessoas. Só tome cuidado para que as discussões que podem emergir dessa
dinâmica não fujam do objetivo do encontro. Comece com uma pergunta, que
pode ser algo como: “como estou me sentindo hoje?”.
4 Expectativa
Uma ótima pedida quando não se tem muita clareza sobre o que o grupo
espera que seja alcançado na sessão. Desse modo, essa dinâmica serve
também para alinhar expectativas, solicitando que cada participante diga o
que espera da reunião ou workshop.
5 Mood (humor)
Ideal para quando você está facilitando uma equipe grande e tem um espaço
de tempo curto. Então, apesar de gerar pouca conexão, essa dinâmica dá voz
a todos que estão presentes, podendo ser realizada até mesmo pelo chat, com
cada participante dizendo, por exemplo, “meu mood hoje é...”.
Pós-reunião
É chegada a hora de concluir o encontro e pensar nos próximos passos,
principalmente se a reunião integrar algum projeto que necessite de outras sessões.
Em todo caso, é importante fazer um fechamento resumindo todos os pontos que
foram abordados. Essa recapitulação garante que a reunião está sendo finalizada
com todos na mesma página.
Proposta de plano de
Suzie 02/03/22
capacitação continuada
Encorpar as ideias e os
Marcos 08/04/22
riscos do projeto
A prática do Feedback.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
A partir de um mapeamento prévio, este tópico foi elaborado com a finalidade de fazê-
lo reconhecer e dar diretrizes gerais acerca dos principais erros, comportamentos e
desafios que desagregam reuniões. Serão compiladas aqui algumas informações
baseadas em situações comuns e recorrentes em reuniões, workshops e eventos online.
Principais Erros
Encontro de papagaios
Nessas ocasiões, todo mundo fala ao mesmo tempo, muitas ideias são
compartilhadas e discutidas, mas ninguém chega a lugar algum. Falam
muito e fazem pouco – ou quase nada. Observe que, nessas situações, todos
falam, mas ninguém está realmente ouvindo, afinal, é impossível processar
o alto fluxo de informações que emergem em momentos turbulentos como
esse, tampouco chegar a resultados para aplicação prática.
Chuva de PowerPoint
Talvez, dos 60 slides que você está apresentando, 40 deles não precisariam
estar ali. Ainda que você mantivesse apenas 15, cinco passariam
despercebidos por quase todos os seus interlocutores. A realidade é que,
quando se pensa no potencial dos recursos visuais, a primeira ferramenta
que vem à mente é um PowerPoint.
Instruções infinitas
Quando se começa um novo projeto, proposta ou iniciativa, é comum se
deparar com diversas medidas necessárias para fazer acontecer. Nesse
cenário é comum a ansiedade entrar em cena — e é costume convocar
uma reunião com a equipe para simplesmente enchê-la de instruções sem
direcionamento algum, o que paralisa muitas das pessoas ali presentes,
seja pelo medo, ansiedade ou não saber por onde começar.
Nessas circunstâncias, o foco está somente no que precisa ser feito, por
quem e no prazo das entregas. Porém, a execução ideal não tem muito a
ver com um checklist, mas com um diálogo esclarecedor, em cuja pauta deve
constar a contextualização, resultados pretendidos, preparo da equipe e,
por fim, a idealização de um plano de ação colaborativo, buscando conectar
equipe e propósito do projeto à sua execução.
Demolidores de ideias
Como você se sente quando alguma pessoa desmerece as suas
contribuições? O efeito dos feedbacks negativos em reuniões é dramático
e inibidor. Por isso é apresentada, a seguir, a linguagem do feedback
positivo e das respostas equilibradas, principalmente para os momentos
de divergência, ou seja, de geração de ideias.
Mas existe uma boa notícia: não é preciso reunião para tudo, pois o trabalho
assíncrono funciona e também gera muito resultado. Está mais que na hora
de reinvenção, aderindo não só às boas práticas da facilitação – de modo a
planejar o encontro de maneira mais assertiva e, por isso, menos frequente
– como também incorporando outros recursos de comunicação assíncrona.
Tentamos fazer isso antes, mas não deu certo. O que podemos mudar para que isso funcione?
Isso jamais vai dar certo ou funcionar! Como vamos fazer isso dar certo?
Isso já foi feito e não teve resultados! Vamos fazer isso melhor, de um modo diferente.
Precisamos de uma ideia mais viável Como podemos viabilizar essa ideia?
Principais Desafios
Pessoas Distraídas
1 Peça para que as pessoas coloquem as informações no parking lot que funciona
como um repositório de ideias;
Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus conhecimentos.
Para isso, acesse o exercício avaliativo do Módulo 1, disponível no ambiente virtual.
Bons estudos!
Bons estudos!
ABREU, Paulo Nunes de. Arquitetar a colaboração: Facilitar grupos e liderar pela
facilitação. Rio de Janeiro: Publicação independente, 2018.
ESTEVES, Rodrigo. Brainstorm eficaz: como gerar ideias com mais eficiência. São
Paulo: Dash Editora, 2017.
HAWKINS, Charlie. O segredo das reuniões produtivas: como acabar com a chatice,
controlar a confusão e eliminar a perda de tempo. São Paulo: Saraiva, 2012.
NAVARRO, Joe. O corpo não mente: da eficiência à excelência na sua carreira. São
Paulo: Estrela Polar, 2012.
Este módulo foi dividido em duas unidades. A primeira se destina a ampliar seu
repertório por meio de instrumentos digitais e também para impressão. Eles ajudarão
a conduzir um bom flow (fluxo de reunião).
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de esclarecer quais instrumentos auxiliam o
facilitador a planejar uma experiência sob medida com início, meio e fim, apoiado por
recursos que exploram a linguagem visual como uma potente estratégia de comunicação.
Aqui, será apresentado o Visual Thinking para o contexto das interações sociais. A
ideia é fazer uso desses recursos visuais para conectar pessoas por meio do indizível,
tendo em vista que isso tem gerado resultados surpreendentes, além de configurar
Visual Thinking.
Fonte: Freepik (2022).
Porém, não se pode esquecer que existem três formas das pessoas se comunicarem.
É muito importante entender as principais diferenças de uma para outra para usar
esse conhecimento a favor da produtividade do time. Confira a seguir:
• Pessoas auditivas; e
• Pessoas cinestésicas.
Todos têm um pouco de cada, mas sempre uma das características é predominante.
Logo, as pessoas que são visuais são as que se comunicam, aprendem e assimilam
melhor as informações através de textos, da escrita e da imagem.
Clusterização
Recorra a esta técnica para dispor os post-its contendo todas as informações
levantadas ao longo da sessão de forma organizada, agrupada e categorizada. Para
isso, utilize critérios que contribuam para que toda a linguagem e ferramental do
pensamento visual possa ser usado a favor do time, como: cores, formas, temas,
elementos gráficos etc. A sugestão é que tudo seja construído seguindo uma lógica
ou linha de raciocínio coerente.
Parking Lot
Do inglês "estacionamento de ideias", essa ferramenta ajuda o facilitador a manter
o foco das pessoas no objetivo da reunião, pois funciona como um repositório de
ideias: um local onde as pessoas podem colocar informações, ideias, conceitos e
até tomadas de decisão que acontecem ali no momento do workshop, mas que são
temas que não necessariamente precisam ser discutidos naquele momento.
Trazer aquelas informações — ou seja, registrar nos post-its e colocar no parking lot —
é uma forma de demonstrar respeito e consideração ao que elas estão apresentando
e de não descartá-las. Após a sessão, agrupe as ideias que o time conversou em bullet
points, construa as conclusões, sintetize de forma clara e devolva para as pessoas,
utilizando recursos de diagramação e negrito para melhor visualização.
Pôsteres
Os pôsteres podem ajudar muito na ambientação, sendo úteis para diversas
finalidades que envolvam consensos em grupo. As mais usuais são as boas-vindas,
o objetivo da reunião, a agenda e as regras do encontro. Ou seja, os pôsteres
basicamente colocam todos na mesma página.
Esse é um recurso visual poderoso também para fazer com que as pessoas
consigam estar realmente presentes e atentas a tudo que está acontecendo.
Não se esqueça de caprichar no visual dos pôsteres, e garantir que estejam
visíveis para todos os participantes para que, logo ao ingressarem na plataforma
colaborativa, possam ser visualizados.
Os pôsteres podem ser usados para diversas finalidades ou momentos dentro do fluxo
da reunião, sendo uma ferramenta visual cada vez mais indispensável em contextos
remotos. Você já deve ter percebido que, logo ao ingressar em algum workshop,
reunião ou treinamento online, costuma se deparar com aqueles recadinhos iniciais
na tela cheia, certo? Mas você pode ser mais criativo e ir além do convencional, criando
pôsteres para deixar visível na tela em outros momentos da reunião, por exemplo,
com instruções claras e objetivas para cada uma das dinâmicas que planejou.
Roadmap
Roadmap significa "mapa do caminho" e, como o próprio nome sugere, essa
ferramenta consiste em um roteiro visual e descritivo que tem o intuito de ajudar as
pessoas a terem a visão de todo o percurso necessário para concluírem um projeto
ou missão. Nesse mapa, as fases, atividades, responsáveis e prazos devem estar
ordenados cronologicamente. Você pode usar esse formato para apresentar até
mesmo a agenda de um projeto mais longo, por exemplo.
Dinâmica do aquário
Essa é uma abordagem lúdica para inteirar os membros do grupo e estabelecer
de maneira colaborativa quais serão os combinados, as boas práticas e as regras
enquanto time. Consiste basicamente na inserção da imagem de um aquário vazio
na plataforma colaborativa escolhida para o encontro (como o Miro ou o Mural).
Essa dinâmica pode incrementar as regras de convivência já contidos nos pôsteres,
além de ser também uma forma de valorizar a experiência das pessoas que estão ali
presentes e que podem sugerir algumas regras ou combinados que já fizeram muita
diferença no resultado final de uma outra sessão.
Veja agora alguns jeitos de explorar a forma com que as pessoas se comunicam:
Cinestésicas
As pessoas cinestésicas costumam assimilar melhor as informações
quando podem tocar nelas, ou seja, literalmente colocando a mão na
massa. Essa investida poderá potencializar muito os resultados da sua
reunião ou workshop, por isso, é sugerido que você tangibilize alguns
materiais em suas dinâmicas de grupo, que podem ser feitas por meio
de decks de cartas, canvas, templates impressos ou mesmo jogos de
tabuleiro, muito utilizados em workshops e treinamentos corporativos.
Porém, esses recursos não devem ser usados deliberadamente em todos
os encontros, pois podem demandar muito tempo não só de produção
como também de execução.
Auditivas
Um outro formato de comunicação que pode otimizar as suas experiências
de grupo é o auditivo, que pode ser utilizado para as mais diversas
finalidades em reuniões e workshops. Podem ser usados os populares
podcasts – quando for interessante trazer algum conteúdo fracionado
para as pessoas ouvirem no momento pré ou pós reunião –, ou também
na elaboração de convites criativos ou avisos, por meio de áudios
curtos e troca de mensagens de voz em aplicativos de comunicação
assíncrona que, em muitos casos, podem até mesmo substituir uma
reunião. Sempre que possível, não deixe de montar uma playlist para os
seus encontros: essa é uma excelente forma de receber bem as pessoas e
trazer mais descontração para o time.
Chegou a hora de você conhecer alguns recursos que podem ser usados pelos
facilitadores nos mais variados contextos para a condução do encontro. Eles foram
projetados para serem utilizadas no “momento da verdade”, que é o flow em si. Para
garantir maior efetividade na aplicação, são feitas subdivisões com apontamentos
para cada premissa, o que garante um bom fluxo de reunião.
Relembre as premissas:
Grupos de Afinidades
O que é?
Como o próprio nome já sugere, essa é uma tática bastante eficaz para
unir as pessoas em torno de características e interesses comuns. Partindo
dessa lógica, você pode dar os desdobramentos que preferir no que tange
às formas de interação que irá propor e à duração da atividade. A sugestão
é que não se extrapole dez minutos. Note que o valor dessa dinâmica está
em gerar conexão entre as pessoas na sessão, fortalecendo as relações
entre os participantes por meio do diálogo direto, compartilhamento de
experiências, pontos de vista, opiniões etc. Isso tudo garante qualidade de
presença e a qualidade do que será cocriado a partir de então.
Como fazer?
Sugira que os participantes se reúnam por afinidades, que podem ser: signo,
hobbies, quem tem filhos e quem não tem, time de futebol, gostos musicais etc.
Em seguida, provoque discussões sobre aqueles temas — o que mais gostam,
o que não gostam, o que mudariam, alguma reflexão, alguma experiência
relacionada e assim por diante. Essa é uma forma bem simples de gerar
conexão entre as pessoas, ao mesmo tempo em que traz descontração e um
clima harmônico para o encontro. Os grupos podem ser divididos em salas
diferentes e, a depender da quantidade de participantes, você pode designar
alguém para registrar as questões levantadas nas discussões que emergirem
em cada sala, para em seguida apresentá-las a todos na sala principal.
Rodada de Percepções
O que é?
Em facilitações, é muito importante ter estruturas que apoiem conversas,
sobretudo quando alguns fatores como a interação, a colaboração e
conexão forem necessários para assegurar mais dinamismo, criatividade
e, consequentemente, mais produtividade no encontro. Por isso essa
dinâmica é calcada em acordos, que consistem em uma importante forma
de corresponsabilização estabelecida com o time, além de gerar uma tensão
criativa dentro do processo de grupo. Todos devem ficar muito atentos
Rodada de percepções.
Fonte: Freepik (2022).
Como fazer?
A execução é muito simples, e tudo começa com o estabelecimento de
acordos muito claros, como: falas objetivas, uma fala por vez, cada um
tem 30 segundos para falar etc. A partir daí, é preciso que o facilitador
explique com clareza que o propósito da dinâmica é fazer com que todos
os membros do time contribuam ou construam em cima das ideias já
expostas. Proponha que cada um se apresente e traga alguma experiência,
ideia, sugestão ou alerta relacionado a um assunto específico. Para iniciar a
sessão, você deve chamar um voluntário, que irá desencadear essa rodada
sequenciada de percepções. Ao final de sua fala, este escolherá o próximo,
e assim por diante. Essa é uma forma muito eficaz de tornar as discussões
mais generativas e estimular a pluralidade de ideias. A dinâmica acaba
quando todos os membros da equipe tiverem sido chamados pelo nome e
contribuído de alguma forma.
O que é?
Essa dinâmica é uma boa forma para “quebrar o gelo”, pois estimula as
pessoas a se sentirem à vontade e desinibidas para exporem suas ideias para
o grupo. O objetivo aqui é gerar descontração, criatividade e engajamento
entre os participantes, logo, os temas que serão trabalhados nessa atividade
não precisam necessariamente ter alguma relação direta com a pauta da
reunião. Esse método ajuda, principalmente, na argumentação, servindo para
que as pessoas se sintam à vontade para participar e manifestar seus pontos
de vista sem medo de julgamentos ou de estarem sozinhos defendendo um
lado, pois geralmente a sala de reunião principal é dividida em dois grupos: os
que trazem os prós e os que trazem os contras para o tema.
Prós e contras.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Userboards
O que é?
Servem para criar conexão entre todos do time, por meio de uma apresentação
mais detalhada do perfil profissional e pessoal de cada um dos membros. Os
userboards são fichas preenchidas, por você ou pelos próprios participantes,
que devem conter dados profissionais, pessoais e outras informações
relacionadas direta ou indiretamente com o objetivo da reunião – mas, como o
foco é gerar um viés mais humanizado, é interessante pedir para que as pessoas
apresentem informações de cunho mais pessoal, como hobbies, nome do bicho
de estimação, figurinha no WhatsApp que mais gosta etc. Esses materiais devem
ficar dispostos em algum espaço visível do frame na plataforma colaborativa
(Miro ou Mural) para que todos os participantes tenham fácil acesso e se
conectem umas às outras a partir da identificação de afinidades.
Dependendo do contexto que você for facilitar, pode ser que apenas o item
1 seja suficiente. Os useboards funcionam como um crachá sofisticado e mais
detalhado, que pode ser incrementado mais ainda a depender da quantidade
de tempo que o time trabalhará em conjunto. Se as pessoas forem da mesma
organização, essa pode ser uma ótima maneira de aproximá-las, estendendo a
relação entre elas para além da profissional.
Modelo de userboard
Faça o download do modelo de userboard para usar no Miro ou Mural, por exemplo
Sonho Dirigido
O que é?
Essa dinâmica é uma espécie de meditação, porém com o intuito de prender a
atenção dos indivíduos e fazer com que eles estejam focados no momento da
reunião. É uma forma de garantir a qualidade de presença de todos, evitando
assim interferências ou distrações que são triviais nesses contextos – ainda
mais em home office, quando estão todos dentro de casa. O facilitador deve
guiar o time a fazer uma breve reflexão de olhos fechados, concentrados
apenas na voz. Essa dinâmica pode ser empregada a qualquer momento da
reunião, ou seja, sempre que você perceber que as pessoas estão manifestando
comportamentos de dispersão, esgotamento ou estiverem entediadas.
Como fazer?
Peça que os participantes fechem os olhos e se conectem a um determinado
tema. Com todos de olhos fechados, conduza o time para um cenário
hipotético. Por exemplo, se a reunião tem como objetivo a ideação de um
aplicativo destinado ao agendamento de consultas e exames clínicos, então
você deverá guiar o time a ideação da jornada do usuário e levantamento
de possíveis funcionalidades: “feche os olhos e pense em experiências que
já vivenciou e foram satisfatórias no ambiente físico e que poderiam ser
transpostos para o digital, algumas funcionalidades que mais gostaria que
o app tivesse, as principais dificuldades e entraves que os usuários podem
ter, o que melhoraria ou sugere com base nas suas experiências em outros
aplicativos – não necessariamente da área da saúde – no que diz respeito
a usabilidade e interface das telas...”.
O que é?
São documentos pensados e elaborados estrategicamente para extrair
ideias, experiências e pontos de vista das pessoas sobre um determinado
tema. As atividades individuais são importantes meios de prender a
atenção das pessoas durante a reunião, no entanto, você pode ir além e
produzir materiais que agreguem nos resultados de maneira efetiva. Por
isso, para assegurar mais produtividade, é fundamental que você dedique
um tempo para planejar esses materiais de apoio e intercalar seu uso em
Como fazer?
Elabore templates, canvas, questionários, formulários ou qualquer
material para impressão, podendo também utilizar plataformas online
como o Typeform ou Google Forms. Seja criativo e tenha um cuidado
especial ao criar, personalizar ou combinar modelos já existentes,
de modo a assegurar que o conteúdo gerado – ou que se pretende
gerar por meio desses materiais – esteja estritamente relacionado ao
propósito da reunião e agregue aos resultados. Você pode pensar em
perguntas, reflexões e também em dinâmicas associadas, intercaladas ou
simultâneas, desde que siga a sequência lógica da agenda previamente
planejada. O que é recomendado mesmo é que você planeje a agenda
ao mesmo tempo em que cria o material, já inferindo o tempo que será
necessário para a execução deles.
O que é?
Por ser usado nas mais diversas situações, é um termo facilmente
reconhecível. Em português significa “lista de verificações”. Essa ferramenta
é composta por um conjunto de itens, nomes ou tarefas que devem ser
lembradas ou seguidas, servindo para diversas finalidades de apoio ao
facilitador, sendo por isso um artefato essencial para garantir que nenhuma
informação importante seja esquecida antes, durante ou após a reunião.
Os checklists são frequentemente aplicados em processos que envolvem
organização, inspeção e observações sistemáticas.
Checklist.
Fonte: Freepik (2022).
Como fazer?
No contexto da facilitação, este recurso costuma ser usado para enumerar
itens, etapas e os nomes das pessoas que deverão ser convidadas para o
encontro. Existem diversas formas de usar o checklist, e um bom exemplo
é fazer uma rodada de percepções sobre algum assunto e chamar as
pessoas pelo nome e de maneira aleatória — usando o checklist — para
que tragam os seus pontos de vista nas atividades que requerem a
contribuição de todos. Uma outra sugestão é fazer uso desse recurso
quando for pensar em alguma ação que necessite de um planejamento
detalhado, em que todas as fases e atividades precisam estar elencadas,
sequenciadas e de fácil acesso aos envolvidos.
O que é?
É uma ideação individual e silenciosa que oportuniza a pluralidade de
opiniões e encoraja as pessoas a apresentarem suas opiniões sem vieses.
O valor dessa dinâmica está em dar espaço às opiniões pessoais dos
participantes, para que só depois de um período de cinco a dez minutos em
silêncio elas manifestem para o grupo o que pensam. Essa dinâmica encoraja
a exposição de ideias sem interferências ou medo de julgamentos, uma vez
que o momento de se comparar com os demais ocorrerá a posteriori. É uma
ferramenta ótima para momentos de divergência, por propiciar um terreno
fértil que estimula a criatividade do time. Uma ótima pedida quando você
facilitar sessões com muitas pessoas de perfil tímido e introspectivo.
Brainwriting.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Como fazer?
O facilitador apresenta um tema, desafio ou questão e solicita que as
pessoas escrevam as ideias, experiências, possibilidades ou pensamentos
que vierem a suas mentes em post-its. Em seguida, todas as informações são
compartilhadas com o grupo ao mesmo tempo. Vale frisar que o valor dessa
dinâmica se concentra na pluralidade de pontos de vista individuais, e não do
grupo. Por isso os resultados são apresentados – por todos e ao mesmo tempo
– somente após o período estipulado pelo facilitador. É sempre interessante
sofisticar o processo para torná-lo mais rico, estabelecendo uma quantidade
mínima de ideias ou itens por pessoa. Lembre-se que quantidade, e não
qualidade, é o mais importante em momentos de divergência.
Learning Canvas
O que é?
É uma ferramenta que ajuda no nivelamento de conhecimento do time sobre
um determinado assunto. Ela facilita o mapeamento de questões relacionadas,
direta ou indiretamente, ao desafio. Esse nivelamento inicial ajuda o grupo a
compreender o desafio com mais profundidade, pois reúne o conjunto de
conhecimentos obtidos até então. Essa dinâmica colaborativa é uma ótima
forma de estimular discussões e trocas, pois tudo que é cocriado na sessão
ficará registrado e servirá para que o anfitrião tire suas próprias conclusões.
A depender do tamanho do projeto, pode ser um documento vivo, podendo
ser acrescido de itens no quadro mesmo após o término da sessão.
Learning Canvas.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Brainstorming
O que é?
Em português significa “chuva de ideias”, sendo uma técnica muito popular e
amplamente conhecida, pois faz com que o pensamento flua livremente e sem
restrições. A prática de gerar muitas ideias é uma forma bastante inteligível
de trazer à tona questões relevantes e plausíveis. No brainstorm, quantidade
importa mais do que qualidade, uma vez que, na maioria dos casos, para se
chegar a uma solução inovadora, é necessário gerar uma grande quantidade
de ideias – o que inclui também as utópicas, inúteis ou medíocres. E quem
nunca participou de uma sessão de brainstorm, não é? Quantas vezes você já
esteve em uma sessão dessas que não trouxeram resultado algum? Acontece
que, para que essa prática, idealizada por Alex Orborn seja eficaz e produtiva,
é preciso “pôr ordem no time”, senão vira bagunça mesmo!
Brainstorming.
Fonte: Freepik (2022).
1 Afaste os julgamentos;
5 Aposte em quantidade;
6 Seja visual;
7 Mantenha o foco;
• Não permita que essa reunião caia no esquecimento. Ao final, colete todas
as ideias, faça curadoria e desenhe planos de ação.
O que é?
A Matriz CSD é uma ferramenta estratégica de definição de Certezas,
Suposições e Dúvidas. Ela foi criada pela Livework, uma consultoria de design
de serviços e é muito indicado para os momentos iniciais de entendimento do
projeto ou desafio, e se mostra uma ferramenta bastante intuitiva e inclusiva.
Resumidamente, a ideia é reunir a equipe para que todos anotem e registrem
tudo que vem à mente sobre a pauta. Nesse sentido, essa ferramenta servirá
para abrir horizontes, promover a gestão do conhecimento, contribuir para
um bom alinhamento desde o início do projeto e direcionar as primeiras
pesquisas com base nos pontos de atenção que emergem nesse contexto. É
importante enfatizar que ela deve ser revisitada e constantemente atualizada
até que todas as dúvidas sejam sanadas e as certezas se multipliquem.
Matriz CSD.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Como fazer?
A construção é bastante simples: basta desenhar três colunas, identificando o
título de cada uma (da esquerda para direita: Certezas, Suposições e Dúvidas).
Nessa matriz, cada membro do grupo vai trazer contribuições colando post-its no
frame, para conjuntamente contribuírem com o que conhecem, manifestarem
dúvidas e buscarem checar as suposições relativas ao desafio. Uma vez finalizada
a atividade, cabe ao facilitador provocar debates entre todos, devendo manter-se
neutro nas discussões e dando todos os contornos necessários para assegurar
qualidade no que está sendo discutido e cocriado em grupo.
O que é?
Essa é uma ferramenta que estimula o pensamento não convencional e
não linear que faz com que todos estejam com o foco direcionado ao tema
em pauta. Pode-se ir pensando, falando e criando clusters dentro de um
mapa para só depois organizar, categorizar e criar links entre os pontos
de afinidade, bem como reorganizar as informações da maneira que fizer
mais sentido para todos a posteriori. É uma ferramenta muito poderosa
para momentos de geração de ideias e, nos contextos remotos, pode ser
utilizada em plataformas colaborativas como o Miro e o Mural. No entanto,
vale sugerir também uma ferramenta que foi projetada para este fim e que
está disponível gratuitamente: o MindMeister.
Matriz CSD.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
O que é?
5W2H é um acrônimo que, traduzido para o português, corresponde às
iniciais de sete termos que são perguntas-chave sobre aspectos que vão
impactar no resultado final do projeto. As respostas compõem um mapa
de atividades e diretrizes claras que ajudarão o time a entender e executar
uma série de ações que viabilizem o alcance dos resultados pretendidos. No
entanto, a recomendação é que você adapte essa ferramenta para a sua
realidade, pois, na maioria das vezes, não é necessário se prender a todas
as sete perguntas-chaves — é possível que apenas três ou quatro delas
supram as necessidades pontuais. Na maioria dos casos, para criar um
plano de ação basta saber designar o que será feito (what), quem irá fazer
(who) e quando será entregue (when). As sete perguntas estão elencadas a
seguir, com a respectiva tradução.
When – quando?
Entrega em
Criação do Briefing Carlos Word
14/03/2022
Votações
O que é?
Uma ferramenta indispensável para momentos de convergir, tomar decisões
e priorizar ideias é a votação, em que são estipulados o número de votos por
participante e os critérios que deverão orientar as escolhas do time. Além
de ser uma excelente forma de chegar a consensos mais democráticos,
impessoais e sensatos, a votação é uma dinâmica que considera a visão
do time como um todo e baseia-se em critérios que facilitarão o processo
comparativo, tornando-o mais racional e embasado.
Como fazer?
Imagine que você tem dispostas no board (quadro no Miro ou Mural)
algumas propostas, informações, ideias ou conceitos, e precisa sair de
dez opções para duas. Estipule um número de votos por pessoa e defina
critérios para serem levados em consideração por todos na hora de
votar (você pode definir os critérios junto com o próprio time de maneira
colaborativa, como é mais indicado). Então você pode construir um
formato mais simplificado, como duas ideias visíveis para todos do time e
pedir que votem no chat, por exemplo: “vocês preferem o 1 ou o 2?”. Ou,
em casos mais complexos, é interessante criar uma matriz contendo eixo
X e Y, em que X pode ser “tempo de desenvolvimento” e Y pode ser “custo
de implementação”. Nesse último modelo, você pode ir organizando nos
quadrantes os elementos de acordo com a percepção dos critérios tempo
e custo, e submeter para avaliação do time.
Matriz de Priorizações
O que é?
É um framework originalmente chamado de Matriz de Eisenhower, bastante
utilizado por profissionais que precisam avaliar e priorizar as suas tarefas
ou projetos. A ferramenta consiste em uma estrutura simples e visual
que auxilia a avaliar as atividades de trabalho em termos de urgência
e importância, colocando-as em um dos quatro quadrantes da matriz. A
Como fazer?
Matriz de Eisenhower.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
• Itens que forem importantes mas não urgentes devem ser avaliados
quanto a possibilidade de delegar ou mesmo estender os seus prazos de
execução (quadrante 2);
Quadro Kanban
O que é?
“Pare de começar e comece a terminar.” É assim que o Kanban ajuda a gerir
projetos, diminuindo iniciativas enquanto dá sustentação a mais ações de
finalização. Nesse contexto, o Kanban é a chave para garantir agilidade
e coesão na equipe, levando a produção adiante de forma cadenciada
e fluida. Para torná-lo mais produtivo, existem alguns rituais, políticas
de utilização e boas práticas complementares que darão os contornos
necessários para que você comece a organizar suas atividades com o que
já tem. — por exemplo, sua lista de tarefas a cumprir ao longo da semana
ou do mês, ordenando-as verticalmente por ordem de importância na
coluna correspondente ao seu estágio.
Como fazer?
Desenhe um quadro com três campos, designando para cada um o título
correspondente ao avanço das suas tarefas, que são: A fazer, Fazendo e
Feito. Como um sistema que permite a visualização do fluxo de trabalho
como um todo, esse quadro descomplica um dos maiores desafios que os
gestores de projetos enfrentam, que é desenhar, criar e otimizar fluxos de
tarefas. Observe na figura a seguir que os itens de trabalho são organizados
em uma sequência evolucionária e, por isso, fluem da esquerda para a direita.
Quadro Kanban.
Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
• Crie uma política de aprovação para cada campo, para evitar retrabalho;
Agora que você já se deparou com alguns dos principais recursos de um facilitador,
saberá selecionar os que fazem mais sentido para o contexto em que você vai aplicar
a facilitação. Nesse momento, você tem um cinto de ferramentas, e saberá qual tirar
no momento certo. Esse cinto ainda tem espaços vazios paras as ferramentas que
você mesmo irá criar e que irão compor o seu acervo pessoal. O melhor recurso é
sempre aquele que funciona para você!
1 Checklist pré-reunião
Este material irá ajudar a se planejar e evitar que aspectos importantes sejam
esquecidos ou negligenciados antes do início da reunião, sendo um recurso
indispensável a partir de hoje na sua jornada de facilitador.
Agora é com você! Baixe o checklist para utilizar quando for planejar sua reunião.
Faça o download do canvas para reunião, imprima e utilize em seu contexto! Assim,
você terá em mãos todo o planejamento do seu encontro, de forma rápida e visual!
Agenda do Encontro
É indispensável organizar todo o fluxo da reunião em uma agenda. Selecione
dinâmicas que facilitem a fluidez das discussões e organize tudo em blocos.
Esse recurso é indispensável e tem o poder de minimizar a ansiedade das
pessoas, uma vez que, ao apresentar a agenda do encontro logo ao receber os
participantes no seu workshop, você demonstra que, para além de se preocupar
com o alinhamento de expectativas e objetivos almejados, planejou o tempo
delas. Essa atitude demonstra respeito com o tempo das pessoas, além de
garantir mais organização e atenção de todos ao cronograma estipulado.
Ambientação
Considerando contextos em que a facilitação é aplicada de forma remota, uma
atividade interessante de fazer antes do workshop é preparar as pessoas e
garantir que elas vão conseguir utilizar as ferramentas necessárias para aquele
momento. Ao utilizar plataformas colaborativas, muitas pessoas presentes
podem estar tendo contato com elas pela primeira vez. Então, é interessante
que você marque um horário antes do workshop (algo em torno de 15 a 30
minutos) para fazer um onboarding das pessoas naquela ferramenta, ou seja,
o momento para elas criarem o próprio login, experimentarem colar post-its
nos frames, atividades para que elas interajam, façam votações, entre outras
ações possíveis. Familiarize os participantes com as ferramentas previamente.
• Comece pontualmente;
Pre-work
Prepare os materiais que julgar necessários com antecedência. Organize
tanto aqueles que os convidados precisarão acessar antes da reunião, quanto
os que você precisará criar, como templates, questionários ou canvas para
atividades individuais. Se possível, personalize os materiais com o nome de
cada um e envie para os convidados. Dessa forma, você demonstra que os
considerou individualmente quando preparou o material.
Cofacilitador
Esse é um ponto bastante relevante para se pensar ainda na fase de briefing.
Descubra qual será o tamanho da equipe para prever a atuação de um
facilitador para cada cinco participantes. Por isso, considere um cofacilitador
quando o número de participantes for maior que cinco. É importante reunir-
se com esse cofacilitador para esclarecer que tipo de ajuda você precisa
e não precisa, bem como definir papéis, responsabilidades individuais e
alinhar a agenda, para que não venham a sobrepor ações no momento do
fluxo da reunião em si e confundir o time.
Relógio Visível
Esse recurso ajuda as pessoas a criarem um senso de síntese e aumenta
o foco, pois elas sabem o tempo que tem para se dedicar na atividade
proposta, sem que seja necessário que haja alguém notificando e lembrando
elas que o tempo estar estourando. Então, deixar a duração visível garante
que a atividade vai dentro do período de tempo planejado para aquela
atividade e para o cronograma como um todo (plataformas colaborativas de
quadro branco como o Miro dispõem desse recurso). No entanto, é sempre
Formate um Glossário
Em circunstâncias que envolvem times multidisciplinares, é interessante
acordar com o time que nomes serão usados para se referirem aos
conceitos ali presentes. Esse tipo de acordo é necessário para assegurar
uma comunicação mais assertiva e eficaz, evitando que haja margem
para ambiguidades e ruídos. Antever problemas relacionados a qualquer
dificuldade de entendimento em geral é uma das atividades do facilitador.
Se você perceber que as pessoas chamam o mesmo objeto de formas
diferentes — por exemplo, “tabela Excel” e “planilha”, “PowerPoint” e “slides”,
“frames” e “quadros” — faça um acordo entre todos para padronizar o termo.
Outras músicas que podem ser interessantes para esse momento são:
• Anna - Pregoblin
• Ghostwriter - RJD2
• Bunker - Balthazar
Reserve Intervalos
Após passar pela fase de entendimento do que motivou a realização do
encontro, será possível planejar a agenda já considerando o tipo de reunião
que você irá facilitar: operacional, de venda de ideias ou estratégica. Nessa
circunstância, você já será capaz de prever se esse encontro precisará de 30
minutos ou de três horas para atingir a finalidade pretendida. Em casos de
reuniões mais longas, considere dez minutos de intervalo a cada hora. Mas,
independentemente do tempo alocado para a sessão, respeite o tempo
acordado chegando pelo menos 30 minutos antes do início para checar se
está tudo pronto e funcionando e para garantir que não haverá imprevistos.
Reforço Positivo
Quando você elogia atitudes e comportamentos positivos e agregadores
vindos das pessoas, a probabilidade de haver um aumento da produtividade e
engajamento é bem alta. Isso se reflete também na atuação dos demais presentes,
que se sentirão mais comprometidos com os resultados do trabalho conjunto
que está em curso. Veja alguns exemplos de falas que reforçam atitudes positivas:
"Pessoal, isso está muito bom!", "Estou gostando do ritmo", "Estou gostando da
forma como vocês estão sendo específicos nos post-its", entre outros.
Tenha um Plano A, B e C
Você já ouviu falar na Lei de Murphy? Segundo ela, "se algo pode dar errado, vai
dar". Essa máxima costuma ser implacável na facilitação, sobretudo porque, no
formato remoto, é esperado que as pessoas se engajem na pauta da reunião
ao mesmo tempo em que aprendem a utilizar os recursos da plataforma. Logo,
o planejamento da experiência é extremamente necessário, mas é importante
ter a consciência de que talvez você não consiga executar o que preparou.
Portanto, saiba lidar com esses imprevistos de forma responsiva, e não apenas
contando com a sorte: tenha sempre na manga um plano A, B e C.
Moving Motivators
Faça o download do deck de cards Moving Motivators, imprima e corte para jogar!
Disponível aqui.
Kudo Cards
Os Kudo Cards são cartões que demonstram um símbolo físico de
reconhecimento do trabalho de outra pessoa. É uma ótima maneira de
incentivar o feedback positivo e instantâneo. Faça o download, imprima e
recorte para utilizar em suas reuniões!
Disponível aqui.
Delegation Poker
O Delegation Poker é um jogo de cartas utilizado para identificar quem é
responsável por determinada tarefa e em qual nível. A sua equipe trabalhará
colaborativamente e com motivação usando esse jogo. Faça o download,
imprima e recorte para utilizar em seu contexto!
Disponível aqui.
Todos esses cards do Management 3.0 estão disponíveis no site gratuitamente para
download. Após preencher os campos, você receberá em seu e-mail a possibilidade
de baixar em português, basta clicar no idioma.
Você pode encontrar uma descrição detalhada do uso de cada deck no próprio
site (veja aqui) clicando na aba “Games e Tools”, mas a sugestão é que procure por
artigos sobre cada um deles em português.
Você chegou ao final desta unidade de estudos. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos.
Até a próxima!
ABREU, Paulo Nunes de. Arquitetar a colaboração: Facilitar grupos e liderar pela
facilitação. Rio de Janeiro: Publicação independente, 2018.
HAWKINS, Charlie. O segredo das reuniões produtivas: como acabar com a chatice,
controlar a confusão e eliminar a perda de tempo. São Paulo: Saraiva, 2012.
KELLEY, Tom. Confiança criativa: libere sua criatividade e implemente suas ideias.
Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
Objetivo de aprendizagem
Realizar reuniões online é algo cada vez mais recorrente na rotina de quem está
trabalhando em home office. Pode até ser que, antes da pandemia, você não tivesse
usado nenhuma ferramenta online para videoconferências, mas acredite: mais do
que nunca, elas serão cada vez mais necessárias nas rotinas organizacionais.
Algumas organizações já anunciaram que irão instituir políticas para o home office
permanente. Isso significa que muitos profissionais não precisarão voltar aos
seus escritórios e que precisarão se habituar ao uso dessas plataformas. Com o
tempo, você perceberá que essas ferramentas são muito dinâmicas, diminuem
custos operacionais, melhoram a produtividade e viabilizam a flexibilidade do
trabalho feito no conforto de casa.
Nas versões pagas, há duas opções: o Workspace Individual, mais indicado para
empresários, e o Workspace Enterprise, mais adequado para times e organizações.
Em ambas é possível gravar as reuniões e armazená-las no Google Drive via
sincronização, criar relatórios de participação, ativar a funcionalidade de “levantar a
mão”, gerar enquetes em tempo real, projetar salas temáticas etc.
Dois importantes diferenciais que merecem ser mencionados: o Microsoft Teams não
acessa os dados dos usuários, sendo uma ótima opção para equipes que prezam muito
pela privacidade; e, para as equipes que utilizam a ferramenta, é possível elaborar
arquivos editáveis de forma colaborativa. Desse modo, todos os membros de uma
reunião podem fazer alterações em um mesmo documento e salvar a versão final.
Estas são apenas algumas entre diversas outras possibilidades que essas plataformas
viabilizam, pois a proposta dos quadros brancos online é a de se valer de toda a linguagem
e ferramental da comunicação visual aplicada aos contextos remotos. Isso se reflete
consideravelmente na motivação, criatividade e produtividade da equipe, evitando que
haja prejuízo nos resultados antes obtidos em tarefas executadas presencialmente.
Plataforma Miro.
Fonte: Miro (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Vantagens do Miro
Desvantagens do Miro
Project Kickoff.
Fonte: Mural (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022).
Desvantagens do Mural
Vantagens do E-mail
• Garantia de envio de forma segura, por meio do registro que inclui data;
Desvantagens do E-mail
Slack
Vantagens do Slack
Desvantagens do Slack
• Não é possível ver qual foi a última vez em que o usuário esteve conectado.
Trello
Qual a proposta da ferramenta?
Uma das ferramentas de gerenciamento de projetos mais populares da
atualidade, o Trello possui uma configuração bastante simples e intuitiva. É
baseado em um esquema de listas, cartões e quadros para construção de
um bom fluxo de atividades dentro de um projeto, facilitando a organização
de equipes com excelentes resultados de informação sobre o projeto
como um todo, pois possibilita o monitoramento das equipes e organiza as
demandas, de acordo com o desenvolvimento e finalização de cada etapa.
Permite a geração de cartões com a indicação das tarefas, seus prazos e os
responsáveis por cumpri-las, enviando alertas via e-mail para os integrantes.
Evite elaborar documentos com muita riqueza de detalhes — na maioria das vezes, é
desnecessário e torna o processo em grupo maçante e desestimulante. Seja sucinto e
aposte em recursos visuais se:
• O objetivo for enviar os registros do que foi cocriado em grupo aos participantes.
E, caso você não domine facilitação gráfica, pode utilizar o Canva, ferramenta de design
gráfico que disponibiliza templates gratuitos e facilmente editáveis. Acesse a plataforma
para conhecer mais (disponível aqui).
PowerPoint
Vantagens do PowerPoint
Desvantagens do PowerPoint
Google Slides
Dropbox
Vantagens do Dropbox
Desvantagens do Dropbox
Talvez você já conheça o Google Drive, mas será que já sabe das seguintes vantagens
e desvantagens? Confira a seguir.
• Tem mais opções de planos pagos, o que representa mais economia para
quem se satisfaz com 100GB, por exemplo. .
• Alguns usuários não gostam do uso que Google faz dos dados, então
resistem a aderir a mais uma solução da empresa; e
Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus conhecimentos.
Para isso, acesse o exercício avaliativo do Módulo 2, disponível no ambiente virtual.
Bons estudos!
ASANA. Asana. 2022. Disponível em: https://asana.com/pt/. Acesso em: 07 jul. 2022.
ASANA. Miro + Asana: conecte a miro e a asana para simplificar fluxos de trabalho e
ver o panorama completo de todos os projetos num só lugar. 2022. Disponível em:
https://asana.com/pt/apps/miro. Acesso em: 07 jul. 2022.
BARROS, Matheus. Conheça os prós e contras dos principais apps para reunião
online. 2021. Olhar Digital. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2021/02/16/
tira-duvidas/conheca-pros-e-contras-dos-principais-apps-para-reuniao-online/.
Acesso em: 07 jul. 2022.
COSSETTI, Melissa Cruz. Trello ou Asana? Tecnoblog. 2020. Disponível em: https://
tecnoblog.net/responde/trello-ou-asana/. Acesso em: 07 jul. 2022.
GARRETT, Filipe. Ferramentas de gestão de projetos: veja seis opções grátis. TechTudo.
2021. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2021/09/ferramentas-
de-gestao-de-projetos-veja-seis-opcoes-gratis.ghtml. Acesso em: 07 jul. 2022.
HÖRLLE, Wagner. Jira Vs Trello: quais as maiores diferenças? CSP Tech. 2021.
Disponível em: https://blog.csptecnologia.com/jira-vs-trello-quais-as-diferencas/.
Acesso em: 07 jul. 2022.
IKOMA, Amanda. 5 razões para não usar o pacote Canva Design. 2021. Aliens
Design. Disponível em: https://www.aliensdesign.com.br/2021/09/pacote-canva/.
Acesso em: 07 jul. 2022.
MAXIMA, Beatriz. Miro app: como usar a lousa virtual para fazer anotações no
celular. TechTudo. 2022. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-
tutoriais/2022/01/miro-app-como-usar-a-lousa-virtual-para-fazer-anotacoes-no-
celular.ghtml. Acesso em: 07 jul. 2022.
MOVPLAN. Lousa virtual: o que é e como usar? [20--]. Disponível em: https://
movplan.com.br/blog/lousa-virtual-o-que-e-e-como-usar/. Acesso em: 07 jul. 2022.
MURAL. Mural. 2022. Disponível em: https://www.mural.co/. Acesso em: 07 jul. 2022.
PROGIC. Tudo que você precisa saber sobre Mural Digital. 2022. Disponível em:
https://progic.com.br/tv-corporativa/mural-digital/. Acesso em: 07 jul. 2022.
SLACK. Slack. 2022. Disponível em: https://slack.com/intl/pt-br/. Acesso em: 07 jul. 2022.
TILLMAN, Maggie. Zoom x Microsoft Teams x Google Meet: Qual é o melhor serviço de
videoconferência? 2021. Pocket-lint. Disponível em: https://www.pocket-lint.com/
pt-br/aplicativos/noticias/151947-zoom-vs-microsoft-times-vs-google-encontre-
qual-e-a-diferenca. Acesso em: 07 jul. 2022.
TRELLO. Trello. 2022. Disponível em: https://trello.com/pt-BR. Acesso em: 07 jul. 2022.
ZOOM. Zoom. 2022. Disponível em: https://zoom.us/. Acesso em: 07 jul. 2022.