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a. I.
b. I e II.
c. II.
d. II e III.
e. III.
Entre este gentio tupinambá há grandes feiticeiros, que têm este nome
entre eles, por lhes meterem em cabeça mil mentiras; os quais feiticeiros vivem
em casa apartada cada um por si, (...) e para se fazerem estimar e temer tomam
este ofício, por entenderem com quanta facilidade se mete em cabeça a esta gente
qualquer coisa (...). A estes feiticeiros chamam os tupinambás pajés; os quais se
escandalizam de algum índio por lhe não dar sua filha ou outra coisa que lhe
pedem, e lhe dizem: "Vai, que hás de morrer", ao que chamam "lançar a morte"; e
são tão bárbaros que se vão deitar nas redes pasmados, sem quererem comer; e
de pasmo se deixam morrer, sem haver quem lhes possa tirar da cabeça que
podem escapar do mandado dos feiticeiros, aos quais dão alguns índios suas filhas
por mulheres, com medo deles, por se assegurarem suas vidas.
I. No texto, o pajé é retratado como alguém que zela pelo bem-estar da tribo,
apartando brigas entre familiares e prevendo os males que podem acometer os
índios.
II. O texto evidencia a visão comum a estrangeiros do século XVI acerca do Brasil
ao considerar os índios “bárbaros”.
III. De acordo com o texto, os índios acreditam piamente nas previsões do pajé, ao
ponto de provocarem a própria morte quando o pajé afirma que morrerão.
a. I.
b. I e II.
c. II.
d. II e III.
e. III.
Texto para o teste 3
a. Indianismo.
b. Valorização das emoções.
c. Subjetivismo.
d. Maior liberdade formal.
e. Idealização do herói.
Texto 1
(...)
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!
(...)
IV
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(...)
Vocabulário:
Coorte: tropa.
Condão: atributo ou qualidade especial que supostamente induz uma influência, positiva ou
negativa, eventualmente mágica, sobrenatural.
Adunar: reunir-se.
Ignoto: desconhecido.
Descendo: mesmo que “sou descendente”.
Muçurana: corda usada por indígenas para amarrar seus prisioneiros.
Texto 2
Vocabulário:
a. I.
b. I e II.
c. II.
d. I e III.
e. III.
Era a canoa de Peri, que impelida pelo remo e pela viração da manhã corria
com uma velocidade espantosa, semelhando uma sombra a fugir das primeiras
claridades do dia.
Toda a noite o índio tinha remado sem descansar um momento (…).
Não era o sentimento da pátria, sempre tão poderoso no coração do
homem; não era o desejo de ver sua cabana reclinada à beira do rio e abraçar sua
mãe e seus irmãos, que dominava sua alma nesse momento e lhe dava esse ardor.
Era sim a ideia de que ia salvar sua senhora e cumprir o juramento que
tinha feito ao velho fidalgo; era o sentimento de orgulho que se apoderava dele,
pensando que bastava a sua coragem e a sua força para vencer todos os
obstáculos, e realizar a missão de que se havia encarregado.
Quando o sol, no meio de sua carreira, lançava torrentes de luz sobre esse
vasto deserto, Peri sentiu que era tempo de abrigar Cecília dos raios abrasadores, e
fez a canoa abicar à beira do rio na sombra de uma ramagem de árvores.
A menina envolta na sua manta de seda, com a cabeça apoiada sobre a proa
do barquinho, dormia ainda o mesmo sono tranquilo da véspera; as cores tinham
voltado, e sob a alvura transparente de sua pele brilhavam esses tons cor-de-rosa,
esse colorido suave, que só a natureza, artista sublime, sabe criar.
Peri tomou a canoa nos seus braços, como se fora um berço mimoso, e
deitou-a sobre a relva que cobria a margem do rio; depois sentou-se ao lado, e
com os olhos fitos em Cecília, esperou que ela saísse desse sono prolongado que
começava a inquietá-lo.
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“Peri tomou a canoa nos seus braços, como se fora um berço mimoso, e
deitou-a sobre a relva que cobria a margem do rio”.
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Gabarito
Testes
1. Alternativa b.
A Literatura de informação no Brasil ou Quinhentismo foi constituída por
textos escritos por estrangeiros na época do descobrimento, os quais retratavam
tudo o que havia na terra: os animais, elementos da vegetação, a paisagem, a
quantidade de água doce, recursos minerais e a população local, com seus hábitos
e língua totalmente diferente para os portugueses, franceses e pessoas de outras
nacionalidades que vieram conhecer o país. Não é verdadeira a afirmação de que
esses textos utilizassem uma linguagem mais popular, inclusive porque era uma
produção que visava à informação e não havia um “público burguês” que a
recebesse como entretenimento.
2. Alternativa d.
O texto de Gabriel Soares de Souza, representativo da literatura do Brasil na
época do descobrimento, apresenta, como em vários textos do período, uma visão
depreciativa dos indígenas em geral, incluindo o pajé. Essa visão se evidencia muito
claramente quando o autor julga os indígenas “bárbaros”. Segundo o cronista,
quando o pajé deseja uma filha moça ou qualquer outra coisa e um dos indígenas
não atende, o líder espiritual ameaça-os com a morte e estes, crédulos, vão se
deitar e ficam sem comer, o que acaba, de fato, ocasionando sua morte. Não é
correta, portanto, a afirmação de que o pajé zele pelo bem-estar da comunidade
indígena, de acordo com o julgamento do cronista.
3. Alternativa a.
Em seu texto, Antonio Candido faz referência ao nacionalismo brasileiro, como se
observa em “O Romantismo apareceu aos poucos como caminho favorável à
expressão própria da nação recém-fundada”. Assim, o Indianismo promoveu o
resgate de uma imagem genuinamente brasileira. As demais alternativas, embora
apresentem características românticas, não são expressão do viés nacionalista
romântico exclusivamente brasileiro.
4. Alternativa c.
De acordo com o Texto 2, “declarada a guerra entre quaisquer dessas
nações, alegam que ressentindo-se o inimigo eternamente da injúria seria absurdo
deixar o preso escapar”. A atitude do chefe timbira em soltar o prisioneiro,
evidenciada em “Soltai-o! — diz o chefe. Pasma a turba”, portanto, causa espanto,
já que se opõe àquilo que era prática entre os índios.
5. Alternativa e.
A metalinguagem ocorre sempre que um texto faz referência a si mesmo e/
ou a partes constituintes de si. Em “Confessam eles próprios serem impelidos por
outro motivo: o de vingar pais e amigos presos e comidos, no passado, do modo
que contarei no capítulo seguinte”, explorou-se a metalinguagem em “contarei no
capítulo seguinte”.
Os versos pertencentes à parte I do poema “I-Juca Pirama” têm onze sílabas
poéticas, como se evidencia em:
No/ mei / o / das/ ta/ bas/ de a/ me/ nos/ ver/ do/ res,
Cer/ ca/ das/ de/ tron/ cos/ — co/ ber/ tos/ de/ flo/ res,
Al/ tei/ am/-se os/ te/ tos/ d’al/ ti/ va/ na/ ção
Questões
2. a. Em “Peri tomou a canoa nos seus braços, como se fora um berço mimoso, e
deitou-a sobre a relva que cobria a margem do rio”, destaca-se a força do indígena
que é capaz de erguer com os braços a canoa com a moça dentro.