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NOÇÕES DE

GEOLOGIA E
RESERVATÓRIO

Autor: Antônio Alberto Ribeiro Patrício


NOÇÕES DE
GEOLOGIA E
RESERVATÓRIO
NOÇÕES DE
GEOLOGIA E
RESERVATÓRIO

Autor: Antônio Alberto Ribeiro Patrício

Ao final deste estudo, o treinando poderá:

• Aplicar conceitos básicos de Geologia relativos à formação,


migração e acumulação de petróleo;
• Identificar os processos que regem a descoberta, a produção,
o declínio e a revitalização de um reservatório de petróleo.
Programa Alta Competência

Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos


da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para
além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a
experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das
atividades profissionais na Companhia.

É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de


empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes
desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo.

Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando


prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força
de trabalho às estratégias do negócio E&P.

Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa


a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das
competências necessárias para explorar e produzir energia.

O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das


competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados
e a reciclagem de antigos.

Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo


que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para
esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os
que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de
sucesso que ela é.

Programa Alta Competência


Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todos que me ajudaram nesta colaboração


com o Programa Alta Competência:

A Deus, primeiramente.

A minha família.

Ao profissional da Petrobras Marcelo Santana Malta, da UN-BC,


que me ajudou, tanto provendo materiais de referência na área de
Geologia e reservatórios quanto na revisão desta apostila.
Como utilizar esta apostila

Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila


está organizada e assim facilitar seu uso.

No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual


representa as metas de aprendizagem a serem atingidas.

ATERRAMENTO
DE SEGURANÇA

Autor

Ao final desse estudo, o treinando poderá:

Objetivo Geral
• Identificar procedimentos adequados ao aterramento
e à manutenção da segurança nas instalações elétricas;
• Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao
aterramento de segurança;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de
aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas
instalações elétricas.
O material está dividido em capítulos.

No início de cada capítulo são apresentados os objetivos


específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como
orientadores ao longo do estudo.

48

Capítulo 1

Riscos elétricos
e o aterramento
de segurança

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

Objetivo Específico
• Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e
riscos elétricos;
• Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de
equipamentos e sistemas elétricos;
• Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de
segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas.

No final de cada capítulo encontram-se os exercícios, que


visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem.

Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do


capítulo em questão.

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

mo está relacionada a 1.6. Bibliografi a Exercícios


1.4. 1.7. Gabarito
CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
1) Que relação podemos estabelecer entre
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
riscos elétricos e
Elétrica, 2007. aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
_______________________________________________________________
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
_______________________________________________________________
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
Norma Petrobras N-2222. 2) Apresentamos,
Projeto de aterramentoa de
seguir, trechos
segurança de Normas Técnicas que
em unidades
marítimas. Comissão de abordam os cuidados
Normas Técnicas e critérios relacionados a riscos elétricos.
- CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato

Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, (B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
o caso: executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.”
e do tipo de
A) Risco Proteção
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. de incêndio e explosão
de estruturas B) Risco
contra descargas de contato (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
es durante toda atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento
na maioria das ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de
mantê-los sob projetadas e executadas de modo que seja possível operação.”
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http://
is, materiais ou 24 prevenir, por meios seguros,
www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> os perigos de choque
- Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25
14 mar. 2008. elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
21 à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de
( ) of Lightining
NFPA 780. Standard for the Installation “Nas instalações elétricas
Protection Systems. de
áreas classificadas
National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
a maior fonte Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”
(...) devem ser adotados dispositivos de proteção,
sária, além das como alarme e seccionamento automático para
Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados
ole, a obediência br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai.sobretensões,
prevenir 2008. sobrecorrentes, falhas de
à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.”

Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas


nça. isolamento, aquecimentos ou outras condições
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acessoanormais de operação.”
em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir:

( ) “Nas partes das instalações


Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi elétricas
sob tensão, (...)
sica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.
durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for
julgado necessário à segurança, devem ser colocadas (F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer
placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas riscos de choques elétricos.

e demais meios de sinalização que chamem a atenção (V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um
equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
quanto ao risco.” houver falha no isolamento desse equipamento.
( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e (V) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um
sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas “fio terra”.
3. Problemas operacionais, riscos e
cuidados com aterramento de segurança

T
odas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano
de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores,
geradores, painéis elétricos, transformadores e outros).

A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os


Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas
mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção
definos
nições
sistemasestão disponíveis
de aterramento envolvidosno glossário.
nestes equipamentos.Ao longo dos
textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente
Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o
identifi cados, pois estão em destaque.
seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve
ser mantido em perfeitas condições de funcionamento.

Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir 49


diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar
imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando
problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico
por contato indireto e de incêndio e explosão.

3.1. Problemas operacionais

Os principais problemas operacionais verificados em qualquer tipo


de aterramento são:

• Falta de continuidade; e
• Elevada resistência elétrica de contato.

É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 define o valor


de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo
admissível para resistência de contato.

Alta Competência Capítulo 3. Problemas operaciona

3.4. Glossário 3.5. Bibliografia

Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIAN
manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma elétricos - inspeção e medição da re
corrente elétrica. Elétrica, 2007.

Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos
– Curso técnico de segurança do trab
Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm.
NFPA 780. Standard for the Installation
Fire Protection Association, 2004.

Norma Petrobras N-2222. Projeto de


marítimas. Comissão de Normas Técn

Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instala


Brasileira de Normas Técnicas, 2005.

Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Pr


56 atmosféricas. Associação Brasileira d

Norma Regulamentadora NR-10. Seg


eletricidade. Ministério do Trabalho
www.mte.gov.br/legislacao/normas_
em: 14 mar. 2008.
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102

Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os 104


105

insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, 106


108

ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, 110


112

basta consultar a Bibliografia ao final de cada capítulo. 114


115

Alta Competência Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança

1.6. Bibliografia 1.7. Gabarito NÍVEL DE RUÍDO DB (A)

CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança?
85
elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI –
Elétrica, 2007. O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes 86
do uso de equipamentos e sistemas elétricos.
COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
87
2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados
Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos,
marcando A ou B, conforme, o caso:
88
Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades
marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato 89
Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação
(B) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e 90
executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os
Brasileira de Normas Técnicas, 2005.
perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 91
Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas (A) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser
atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento 92
automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas
Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de 93
eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// operação.”
24 www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: (B) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os 25 94
14 mar. 2008. trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário
à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de 95
NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem
96
Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão
Fire Protection Association, 2004. a atenção quanto ao risco.”

Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. (A) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados 98
br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à
sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.” 100
presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos.
Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/
parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: 102
Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/ (V) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes 104
choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. normalmente energizadas da instalação elétrica.

(F) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer


105
riscos de choques elétricos.
106
(V) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um

A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo (V)


equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se
houver falha no isolamento desse equipamento.

Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um


108
110

abordado Alta
deCompetência
um determinado item do capítulo. 112
“fio terra”.

(F) A queimadura é o principal efeito fisiológico associado à passagem


da corrente elétrica pelo corpo humano. 114 Capítulo 1. Riscos elét
115

Trazendo este conhecimento para a realid


observar alguns pontos que garantirão o
incêndio e explosão nos níveis definidos pela
É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a durante o projeto da instalação, como por ex
primeira observação de um fenômeno relacionado
com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um • A escolha do tipo de aterramento fu
fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido ao ambiente;
um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de
atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome • A seleção dos dispositivos de proteção
dado à resina produzida por pinheiros que protege a
árvore de agressões externas. Após sofrer um processo
• A correta manutenção do sistema elét
semelhante à fossilização, ela se torna um material
duro e resistente.

O aterramento funcional do sist

14
?
Os riscos VOCÊ
elétricosSABIA?
de uma instalação são divididos em dois grupos principais:

Uma das principais substâncias removidas em poços de


como função permitir o funcion
e eficiente dos dispositivos de pro
sensibilização dos relés de proteçã

MÁXIMA EXPOSIÇÃO
“Importante” é um lembrete
petróleo pelo pig de limpeza é adas
parafina. questões
Devido às
baixas temperaturas do oceano, a parafina se acumula
essenciais do uma circulação de corrente para a
por anormalidades no sistema elétr
DIÁRIA PERMISSÍVEL
8 horas conteúdo tratadovirno capítulo.
nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
Observe no diagrama a seguir os principais ris
5 horas
à ocorrência de incêndio e explosão:
4 horas e 30 minutos
4 horas 1.1. Riscos de incêndio e explosão
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas Podemos definir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma:
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes,
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera
1 hora e 45 minutos
potencialmente explosiva por descarga descontrolada de
1 hora e 15 minutos
eletricidade estática.
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer
30 minutos instalaçãoÉ e muito
seu descontrole se traduz
importante que principalmente
você conheça em os
danos
25 minutos pessoais, procedimentos específicosoperacional.
materiais e de continuidade para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
• Lançadores e recebedores deverão ter suas
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos Já a caixa de destaque
É muito “Resumindo”
importante que você conheçaé uma os versão compacta
procedimentos específicos para passagem de pig
25 minutos
20 minutos dos principais pontos
em poços abordados no capítulo.
na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais

? VOCÊ SABIA?
• Antes do carregamento do pig, inspecione o
interior do lançador;
Uma das principais substâncias removidas em poços de
• Apóspelo
petróleo a retirada
pig dede um pig, inspecione
limpeza internamente
é a parafina. Devido às
MÁXIMA EXPOSIÇÃO o recebedor
baixas de pigs;
temperaturas do oceano, a parafina se acumula
DIÁRIA PERMISSÍVEL nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode
8 horas • Lançadores e recebedores deverão ter suas
vir a bloquear o fluxo de óleo, em um processo similar
7 horas ao da arteriosclerose.
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos

Em “Atenção” estão destacadas as informações que não


4 horas
3 horas e 30 minutos
ImpOrtAnte!
3 horas
2 horas e 40 minutos devem ser esquecidas.
É muito importante que você conheça os tipos de pig
2 horas e 15 minutos de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na
2 horas sua Unidade. Informe-se junto a ela!
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos AtenÇÃO
35 minutos
30 minutos É muito importante que você conheça os
25 minutos procedimentos específicos para passagem de pig
20 minutos em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba
15 minutos quais são eles.
10 minutos
tricos e o aterramento de segurança
8 minutos
7 minutos
reSUmInDO...

Recomendações gerais
dade do E&P, podemos
controle dos riscos de
Todos os recursos• Antes
didáticos presentes nesta apostila têm
do carregamento do pig, inspecione o
as normas de segurança
xemplo:
como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo.
interior do lançador;
• Após a retirada de um pig, inspecione internamente
o recebedor de pigs;
uncional mais adequado
• Lançadores e recebedores deverão ter suas

o e controle;
Aproveite este material para o seu desenvolvimento profissional!

trico.

tema elétrico tem


namento confiável
oteção, através da
15
ão, quando existe
a terra, provocada
rico.

scos elétricos associados


Sumário
Introdução 17

Capítulo 1 - Noções de Geologia e prospecção de petróleo


Objetivos 19
1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo 21
1.1. Características gerais da Terra 22
1.2. Bacias sedimentares brasileiras 24
1.3. Tipos de rochas 24
1.3.1. Rochas ígneas 26
1.3.2. Rochas metamórficas 26
1.3.3. Rochas sedimentares 26
1.4. Formação do petróleo 31
1.4.1. Origem do petróleo 33
1.4.2. Migração do petróleo 34
1.4.3. Acumulação 38
1.5. Prospecção de petróleo 41
1.5.1. Métodos geológicos 41
1.5.2. Métodos geofísicos 42
1.5.3. Sísmica 43
1.6. Exercícios 46
1.7. Glossário 50
1.8. Bibliografia 52
1.9. Gabarito 53

Capítulo 2 - Noções de reservatórios de petróleo


Objetivos 55
2. Noções de reservatórios de petróleo 57
2.1. Propriedades das rochas 57
2.1.1. Compressibilidade 57
2.1.2. Saturação 58
2.1.3. Argilosidade 59
2.1.4. Permeabilidade 60
2.1.5. Mobilidade 62
2.2. Tipos de reservatórios 62
2.3. Fluidos produzidos 66
2.3.1. Produção de óleo 66
2.3.2. Produção de gás 67
2.3.3. Produção de água 67
2.4. Pressões representativas de um reservatório 67
2.4.1. Pressão estática 68
2.4.2. Pressão de saturação 69
2.5. Indicadores de produção 70
2.5.1. Índice de produtividade (IP) 70
2.5.2. RGO, RAO, RGL e BSW 72
2.6. Mecanismos de produção de reservatório 74
2.6.1. Mecanismos de gás em solução 75
2.6.2. Mecanismos de capa de gás 78
2.6.3. Mecanismo de influxo de água 79
2.6.4. Mecanismo combinado 81
2.7. Métodos de recuperação suplementar 82
2.7.1. Injeção de água e/ou gás 83
2.7.2. Métodos especiais de recuperação 85
2.8. Efeitos e ocorrências em reservatórios 86
2.8.1. Produção de areia 86
2.8.2. Fingering e cone d’água 88
2.8.3. Danos à formação 89
2.9. Exercícios 91
2.10. Glossário 97
2.11. Bibliografia 99
2.12. Gabarito 100
Introdução

C
omo em qualquer outra atividade, a Geologia e a Engenharia
de Petróleo possuem, também, uma linguagem própria, com
algumas palavras tendo um significado particular. A palavra
reservatório, por exemplo, que pode ser encontrada em qualquer
dicionário, significa um recipiente no qual se acumula alguma
coisa, como uma caixa d’água, um tanque de combustível de um
carro, uma represa etc. Já na Geologia e na Engenharia de Petróleo,
reservatório é o nome que se dá a uma rocha existente no subsolo,
onde se acumulou petróleo em seu interior em épocas muito antigas.
O petróleo então permaneceu no mesmo local até a época atual,
quando então foi constatada a sua existência.

17
O reservatório de petróleo tem a mesma função dos reservatórios
de qualquer outra área, ou seja, armazenar. O que o diferencia
dos demais é a sua forma física. Enquanto uma caixa d’água é um
recipiente que tem um espaço interno amplo, onde se deposita a
água, o reservatório de petróleo é um bloco aparentemente maciço
de rocha. No interior das rochas que compõem o reservatório, existe
uma significativa quantidade de espaços vazios, denominados
poros, em geral de dimensões milimétricas, nos quais o petróleo é
armazenado. Como parte de um mito, de fato não existem grandes
cavernas subterrâneas cheias de petróleo.

Os reservatórios de petróleo são alvos de estudos da Engenharia de


Reservatórios, que constitui uma subárea de extrema importância da
Engenharia de Petróleo. Ela é composta por vários profissionais, entre
eles, engenheiros, geólogos e geofísicos de petróleo, que utilizam
informações sobre as propriedades e características das rochas e
dos fluidos contidos nas formações portadoras de hidrocarbonetos,
bem como seu comportamento passado (caso parte dos fluidos já
tenha sido produzida), para inferir o comportamento futuro desses
reservatórios.

CORPORATIVA
Alta Competência

Dentre os objetivos principais desse material, destacam-se a


identificação do potencial de produção das rochas portadoras de
petróleo e a aplicação de métodos que possam maximizar os ganhos
a serem obtidos no desenvolvimento de campos petrolíferos.

Poços

18

Reservatório
Reservatório de petróleo

Além disso, serão apresentados alguns assuntos relacionados aos


estudos de reservatório, como: tipos de rochas, origem, migração e
acumulação do petróleo, tipos de trapas geológicas, quais os tipos de
reservatórios existentes, algumas propriedades da rocha reservatório,
mecanismos de produção e métodos de recuperação suplementar.

CORPORATIVA
Capítulo 1
Noções de
Geologia e
prospecção
de petróleo

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Identificar os tipos de rochas existentes na natureza;


• Explicar o processo de formação, migração e acumulação;
• Reconhecer os processos de prospecção do petróleo.

CORPORATIVA
Alta Competência

20

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

1. Noções de Geologia e
prospecção de petróleo

A
ssim como os seres vivos, que ao surgirem na face da Terra
passaram por várias fases de evolução, construindo uma
história de desenvolvimento e transformações, todos os
demais elementos que constituem o planeta Terra possuem também
sua história de mudanças. Conhecer o processo de desenvolvimento
desses elementos possibilita-nos explorar, de forma racional, os
variados recursos disponíveis.

A Geologia é a ciência que estuda o planeta Terra, a sua origem e


estrutura, seus materiais constituintes e a história neles registrada ao
longo dos ciclos de processos que os modificam.

21
É importante conhecermos os tipos de rochas que compõem nosso
planeta, o processo de formação do petróleo bem como os métodos
de prospecção existentes. Para isso, começaremos pelas características
mais abrangentes do planeta Terra.

? VOCÊ SABIA?
Entre as áreas de conhecimento que compõem a
Geologia, estão:

• Sedimentologia – estudo das rochas sedimentares e


sua formação e;

• Geofísica – estudo da Terra usando as medidas de


suas propriedades físicas.

CORPORATIVA
Alta Competência

1.1. Características gerais da Terra

A Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos, mas somente há 600 milhões
de anos surgiram os primeiros animais e vegetais e há um milhão
de anos, aproximadamente, surgiram os primeiros homens. Nosso
planeta tem um raio de cerca de 6.000 km, sendo o Monte Everest o
ponto mais alto do globo terrestre, com 8,8 km de altura, e o mais
baixo em torno de 10 km. Essas medidas, denominadas altitude e
profundidade do fundo do mar, são relativas ao nível do mar.

No que se refere à temperatura da terra, esta aumenta


progressivamente para o interior da Terra. Para calcular esse
aumento de temperatura, utiliza-se o grau geotérmico, definido
pelo número de metros em profundidade na crosta terrestre.
Convenciona-se que, a cada 30 metros, há um acréscimo de 1º C,
podendo variar bastante de região para região.
22
A estrutura da Terra, considerando suas diferenças de composição
química e densidade, é dividida em crosta, manto e núcleo. A seguir
tem-se a ilustração da estrutura da Terra e a descrição de cada uma
de suas partes.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

23
Partes que compõem o planeta Terra

Crosta: é a camada superficial e sólida da Terra, acessível a nossa


observação direta. Em regiões continentais como, por exemplo, no
continente asiático e africano, a crosta tem espessura média de 35
km. Já as crostas oceânicas que se situam abaixo dos oceanos têm
valor de 6,3 km. As espessuras são maiores onde existem cadeias
montanhosas. As densidades variam entre 2,6 a 2,8 g/cm3 na crosta
continental, bem menos densas que o manto e o núcleo. A camada
de ar situada sobre a crosta denomina-se atmosfera.

Manto: situado logo abaixo da crosta, é constituído de minerais


siliciclásticos ricos em ferro e magnésio, sendo que a sua composição
química é determinada a partir de experimentos de laboratório,
análises de meteoritos e rochas terrestres. A densidade do manto
varia entre 3,5 g/cm3 e 5,5 g/cm3.

Núcleo: situado abaixo do manto, é composto da liga ferro-níquel.


Sua composição foi determinada a partir da análise de meteoritos.
As condições de temperatura e pressão no núcleo são extremamente
altas e a densidade varia entre 9,9 g/cm3 e 13 g/cm3.

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Alta Competência

1.2. Bacias sedimentares brasileiras

Uma bacia sedimentar é uma depressão da crosta terrestre preenchida


por rochas sedimentares. Dentre os tipos existentes, encontramos no
Brasil:

• Bacias de margem continental: Bacias da Foz do Amazonas, Potiguar,


Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Campos, Santos, etc.

• Bacias intracratônicas: Bacias do Amazonas, Parnaíba, Paraná etc.


Caracterizam-se por grandes dimensões e rampas com mergulhos
suaves, cuja formação compreende longos períodos de lenta
acumulação de sedimentos. Dificilmente encontraremos petróleo
fora dos limites destas bacias.

24 Tacutu Foz do amazonas

Pará - Maranhão
Barreirinhas
Ceará
Amazonas
Potiguar
Marajó
Solimões Paraníba
Alto-Tapajós
Acre Paraíba
Jatobá Pernambuco
Tucano
Sergipe
Parecis Recôncavo Alagoas
Bahia-norte
Bananal São Camamu-almada
Francisco Camuruxatiba
Jequitinhonha
Pantanal Mucuri

Paraná Taubaté Espirito Santo

Campos
m
0
20 0
m
200
Santos

Pelotas

Bacias sedimentares do Brasil

1.3. Tipos de rochas

No estudo das ciências da Terra, é fundamental compreender o que é


mineral, minério e rocha.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

a) Mineral: é toda substância natural e inorgânica que possui


composição química determinada e apresenta propriedades
morfológicas e físicas características. Como exemplos de minerais tem-
se o quartzo e a mica. Entretanto, algumas substâncias de natureza
orgânica são, em alguns casos, classificadas como minerais, tais como
o âmbar, o carvão e o petróleo.

b) Minério: é toda a massa monomineral ou polimineral de onde


podemos extrair economicamente um elemento químico, um
composto químico ou um determinado mineral. Por exemplo, o
mineral hematita (Fe2O3) é considerado um minério de ferro.

c) Rocha: um agregado natural de um ou mais minerais. Também


poderemos definir uma rocha como sendo uma massa monomineral
ou polimineral, com características próprias quanto a sua origem, a
natureza e disposição dos minerais que a constituem. Portanto, o que
caracteriza uma rocha é a sua morfologia, disposição e percentagens 25
de seus minerais constituintes, bem como o mineral ou minerais
dominantes. Por exemplo, o itabirito é uma rocha formada por
quartzo e hematita. Sua importância econômica reside no alto teor
de hematita. Já o arenito é uma rocha composta geralmente por
quartzo, que pode apresentar também em sua composição feldspato
e mica. De acordo com a sua origem ou gênese, as rochas podem ser
classificadas em: ígneas, sedimentares ou metamórficas.

Importante!
A parte sólida da Terra que é acessível as nossas ob-
servações é denominada crosta terrestre, constituí-
da por massas grandes e pequenas, distintas entre
si, mas que se reduzem a um número limitado de
tipos que são conhecidos como rochas. Portanto, ro-
cha pode ser definida como: todo material sólido,
geralmente constituído por uma ou mais espécies
minerais, que forma uma parte essencial da crosta
terrestre e tem características químicas e mineraló-
gicas específicas que o distinguem dos agregados
mineralógicos adjacentes.

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1.3.1. Rochas ígneas

São rochas produzidas pela solidificação de um magma. Magma é


uma massa fundida que se origina do interior da crosta terrestre,
constituída por uma solução de silicatos e mantida líquido por uma
temperatura extremamente elevada. O magma contém, geralmente,
um alto teor de vapor de água e outros gases, além de alguns cristais
já solidificados.

Os derrames dos numerosos vulcões ativos fornecem amostras


de vários tipos de magma. A composição dos magmas irá refletir,
obviamente, na composição mineral das rochas deles provenientes.
Fundamentalmente, as rochas ígneas se caracterizam por ausência de
fósseis, composição, textura e estrutura. A presença de vidro indica
sempre uma rocha ígnea.

?
26
VOCÊ SABIA?
A palavra ígnea significa que a fluidez do magma é
devida à alta temperatura.

1.3.2. Rochas metamórficas

São aquelas que se originam pela transformação de rochas pré-


existentes, em virtude das novas condições de pressão e/ou
temperatura superiores às da superfície. Entre os principais tipos
de rochas metamórficas podemos citar a ardósia, o gnaisse e o
mármore.

1.3.3. Rochas sedimentares

Na classificação geral das rochas, as sedimentares foram definidas


como sendo aquelas que se originam na superfície da crosta – pela
ação da água, vento ou gelo – e cujo material geralmente é extraído
das rochas pré-existentes, por processos mecânicos ou químicos.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

Em geral, as rochas sedimentares formam-se de três modos


diferentes:

• Acumulação mecânica de fragmentos ou partículas de mineral ou


rocha;

• Precipitação química de certas substâncias dissolvidas na água;

• Atividade orgânica.

A maioria dos sedimentos depositados mecanicamente sob a forma


de lama, areia e cascalho, são produtos do intemperismo – alterações
físicas e químicas a que estão sujeitas as rochas na superfície da
Terra – da erosão da superfície e também de restos desintegrados
e decompostos de rochas mais antigas, transportados e depositados
pela água, pelo gelo ou vento – transporte e sedimentação. Esse tipo
de sedimento é denominado detrítico ou terrígeno. 27

A seguir, uma representação de como se dá o processo de formação


da rocha sedimentar:

Intemperismo/erosão
Transporte e sedimentação

Processo de formação da rocha sedimentar

CORPORATIVA
Alta Competência

Os sedimentos depositados por processos químicos, por outro lado,


consistem principalmente de carbonatos, sulfatos, sílica, fosfatos e
halogenetos. A precipitação pode ser causada diretamente pela
evaporação ou indiretamente pela ação dos organismos, como
certas bactérias e alguns tipos de algas, que retiram o CO2 da água
(ortoquímicos).

Um outro tipo de sedimento, geralmente associado aos sedimentos


químicos, são os sedimentos biogênicos. Resultam da acumulação de
restos de carapaças de organismos ou constituem edificações locais,
como é o caso dos recifes de coral (aloquímicos).

Importante!
O estudo das rochas sedimentares é importante para
a Geologia na reconstituição do paleoclima, paleore-
28 levo, tectonismo nas áreas circunvizinhas às bacias e
nas próprias bacias deposicionais.

As bacias sedimentares brasileiras onde se situam os principais


campos petrolíferos são as da margem continental. Existe uma
estreita associação entre a formação dessas bacias e a separação dos
continentes Africano e Sul-Americano, conseqüência da ruptura do
Gondwana.

? VOCÊ SABIA?
Godwana era um supercontinente do sul que incluía
a maior parte das zonas de terra firme, hoje os
continentes do Hemisfério Sul, incluindo a Antártida,
América do Sul, África, Madagascar, Seychelles,
Índia, Austrália, Nova Guiné, Nova Zelândia, e Nova
Caledônia.

Como conseqüência do processo dinâmico da crosta


terrestre, e regido pelas regras da Tectônica de Placas,
há aproximadamente 135-110 milhões de anos,
Gondwana começou a se fragmentar, gerando os
continentes.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

Triássico: 200 milhões de anos atrás

Ao falarmos sobre rochas sedimentares, é necessário falar também


sobre os seus principais tipos: terrígenas, carbonáticas e evaporitos.

a) Rochas sedimentares terrígenas


29
São rochas formadas por sedimentos depositados mecanicamente, sob
a forma de lama, areia e cascalho que são produtos do intemperismo
e erosão da superfície. Consistem de restos desintegrados e
decompostos de rochas mais antigas, transportados e depositados
por ação da água, do gelo ou do vento.

Nas rochas terrígenas grosseiras, para efeito descritivo, deve-se


distinguir três partes fundamentais:

Arcabouço - é a parte constituída pelas frações mais grosseiras e que


constitui a estrutura ou “esqueleto” da rocha, dando-lhe sustentação.
O espaço existente entre as partículas ou grãos do arcabouço é
denominado de espaço intersticial.

Matriz - é a fração fina dos sedimentos detritos e que é transportada


por suspensão. É o elemento responsável pela coesão ou consistência
da rocha. Geralmente, a matriz é constituída por um ou mais minerais
de argila.

CORPORATIVA
Alta Competência

Cimento - o cimento é a fração precipitada quimicamente nos


poros das rochas clássicas e é o responsável pela rigidez da rocha.
Geralmente, o cimento é constituído por sílica, sulfatos de cálcio,
carbonato de cálcio e magnésio ou óxidos e hidróxidos de ferro. Pode
ser escasso, abundante ou mesmo estar ausente. Quando existente,
tende a obliterar os espaços vazios pré-existentes.

Grão arcabouço

Cimento

Ciasto argílico matriz

Camada de lama matriz


30
Rocha sedimentar terrígena

Dentre as rochas sedimentares terrígenas, destacam-se os arenitos e


os folhelhos.

Os arenitos compõem cerca de 25% de todo o volume de rochas


sedimentares. Têm importância fundamental para a geologia de
petróleo porque comumente apresentam boa porosidade (espaços
vazios capazes de armazenar fluidos) e permeabilidade (boa
conexão entre os poros, tornando fácil o escoamento do petróleo),
propriedades essenciais para os reservatórios de petróleo.

Já os folhelhos têm importância fundamental na geologia do petróleo,


por serem o principal tipo de rocha-geradora de petróleo. Além disso,
atuam como barreiras ao fluxo de fluidos (rochas selantes), inibindo
a fuga do petróleo. Muito semelhante ao folhelho, existe a rocha
marga que apresenta quantidade maior de carbonato de cálcio.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

b) Rochas sedimentares carbonáticas

São rochas formadas pela precipitação química de substâncias


dissolvidas na água ou pela atividade orgânica. São constituídas,
principalmente, pelos minerais conhecidos como carbonatos dos
quais os mais abundantes são a calcita e a dolomita, carbonatos de
cálcio e magnésio, respectivamente.

Cerca de um quinto (20%) da cobertura sedimentar da crosta da


Terra é formada por rochas carbonáticas. Além de abrigarem
algumas das mais ricas jazidas de chumbo, zinco e cobre, as rochas
carbonáticas respondem por 40% a 50% das reservas mundiais de
hidrocarbonetos. Apesar de campos com reservatórios carbonáticos
serem muito menos numerosos do que os produtores de rochas
terrígenas, as imensas reservas dos campos do Oriente Médio,
essencialmente carbonáticos, equilibram o quadro.
31
c) Evaporitos

São rochas geradas através da precipitação química a partir de


salmouras concentradas por evaporação, que ocorre, principalmente,
em corpos de água confinados, associados a climas áridos. A gipsita
e a anidrita (sulfatos de cálcio) e a halita (cloreto de sódio) são os
principais minerais que constituem os evaporitos.

Os evaporitos compreendem uma pequena fração das rochas


sedimentares, mas exercem um papel muito importante na formação
de certas estruturas que permitem a acumulação de petróleo,
associadas aos domos de sal.

1.4. Formação do petróleo

O petróleo, do latim petra = rocha e oleum = óleo (óleo de rocha) é


o nome dado às misturas naturais de hidrocarbonetos, substâncias
que resultam da combinação de átomos de carbono com átomos
de hidrogênio em variadas proporções e arranjos. Algumas dessas
substâncias são bastante conhecidas, a exemplo do gás de cozinha,
chamado “gás butano”, ou o benzeno, ou ainda o acetileno que se
usa em soldagem.

CORPORATIVA
Alta Competência

O petróleo é o principal insumo energético da sociedade


industrializada. Está presente em diversos produtos que fazem parte
do nosso cotidiano, como borracha, recipientes, fertilizantes, móveis,
plásticos, batom, chiclete, tintas, entre outros.

sobrepetroleo/Origemperspectivas.asp>
Fonte: <http://www2.petrobras.com.br/espacoconhecer/

32 Amostra de petróleo

A grande variedade de hidrocarbonetos, juntamente com as


diferentes proporções em que podem se associar, faz com que haja
uma variedade grande de misturas possíveis, resultando na formação
de diferentes tipos de petróleo com variados tipos de propriedades
(grau API, viscosidade etc). Se na mistura houver predominância de
hidrocarbonetos mais simples, tem-se um petróleo mais leve, menos
viscoso, etc. Caso a predominância seja de compostos mais complexos,
tem-se um petróleo mais pesado.

? VOCÊ SABIA?
Nos países árabes, onde hoje se concentra a maior
produção de petróleo do mundo, o petróleo foi usado
na construção das pirâmides, na conservação das
múmias e como combustível nos dardos incendiários
das grandes batalhas. Também os antigos habitantes
da América do Sul, como os Incas, utilizavam o produto
na pavimentação das estradas do seu grandioso
império. Outros usos do petróleo foram: calafetar
embarcações, impermeabilização, pintura e cerâmica.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

1.4.1. Origem do petróleo

A teoria mais aceita é a da origem orgânica do petróleo, que


atribui como fonte geradora de petróleo os restos de animais e
plantas depositados juntamente com os sedimentos, em uma bacia
sedimentar.

A matéria orgânica depositada com os sedimentos é convertida em


um polímero complexo (querogênio), por processos bacterianos e
termoquímicos durante o soterramento, contendo menor quantidade
de nitrogênio e oxigênio. Esse processo é acompanhado pela remoção
de água e compactação. Mais de 99% dos depósitos petrolíferos se
encontram em rochas sedimentares.

33

Precipitação dos detritos, sais minerais


e organismos mortos
Camadas sobrepostas de
lamas argilosas e areis

Início do processo de formação do petróleo através da precipitação e acúmulo de


matéria orgânica e sedimentar em um terreno de rochas sedimentares

CORPORATIVA
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A formação do petróleo segue as seguintes etapas:

Matéria orgânica em qualidade e quantidade acumulada


junto aos sedimentos

Soterramento rápido em ambiente adequado (redutor)

Preservação da matéria orgânica

Processos geoquímicos, pressão e temperatura

Transformação em hidrocarbonetos

Migração primária

Acumulação nas rochas-reservatório


34
Migração secundária

Para que se formem acumulações de óleo ou gás, algumas condições


geológicas e geoquímicas têm que ser integralmente satisfeitas.
Quando isso acontece de forma ideal, o petróleo ocorre em
abundância.

Uma dessas condições necessárias é a presença de uma rocha-geradora


(geralmente folhelhos ou calcilutitos, rica em matéria orgânica,
adequada à geração de óleo e gás e que deve ter sido submetida às
temperaturas necessárias às transformações de matéria orgânica em
hidrocarbonetos. São rochas essencialmente pelíticas, depositadas
em ambiente de baixa energia, tais como: ambientes marinhos,
deltas, lagos e baías fechadas. Em argilas finas ou lamas carbonáticas,
condições anaeróbicas (ausência de oxigênio) são rapidamente
desenvolvidas, propiciando a preservação da matéria orgânica.

1.4.2. Migração do petróleo

Para que haja acumulação de petróleo, é necessário que após o


processo de geração ocorra a migração e que esta tenha seu caminho
interrompido pela existência de algum tipo de armadilha geológica.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

Do estudo dos fatores controladores da ocorrência do petróleo, a


migração é o mais questionado, o menos conclusivo e o que mais
suscita polêmica entre os geólogos de petróleo. O fato é que o
petróleo é gerado em uma rocha-geradora, ou fonte, e se desloca para
outra, onde se acumula, chamada de rocha-reservatório. As formas
de migração têm tido várias explicações. Na Petrobras, modelos bem
fundamentados têm sido propostos para explicar as acumulações
existentes no país.

A explicação clássica para o processo atribui o papel relevante à


fase de expulsão da água das rochas-geradoras, que levaria consigo
o petróleo durante os processos de compactação. Outra explicação
estaria no microfraturamento das rochas-geradoras. Isso facilitaria
o entendimento do fluxo através de um meio de baixíssima
permeabilidade, com as rochas argilosas (folhelhos).

À expulsão do petróleo onde foi gerado dá-se o nome de migração 35


primária. Ao seu percurso ao longo de uma rocha porosa e permeável
até ser interceptado e contido por uma armadilha geológica dá-se
o nome de migração secundária. A não-contenção do petróleo em
sua migração permitiria seu percurso continuado em busca de menor
pressão até se perder através de exsudações, oxidação e degradação
bacteriana na superfície.

A ilustração, a seguir, mostra as relações espaciais entre rochas-


geradoras, reservatórios e selantes.

Rocha selantes
Reservatórios
porosos

Reserv. fechado

Rocha geradora
Relações espaciais entre rochas-geradoras, reservatórios e selantes

CORPORATIVA
Alta Competência

? VOCÊ SABIA?
O DNA do Petróleo

Há petróleos de composições distintas. Isso se dá em


função do tipo de transformação pela qual passaram
as algas e bactérias ao longo dos tempos. Conforme
o processo de transformação, cada tipo de petróleo
desenvolveu uma “identidade genética” que pode ser
conhecida quando conhecemos os biomarcadores do
petróleo, que são as estruturas moleculares presentes
nos organismos. Através dele, sabemos a idade
genealógica do petróleo e, ainda, a região da qual foi
extraído já que nenhuma bacia fornece petróleo da
mesma qualidade que outra.

36 O estudo de biomarcadores contidos na matéria


orgânica, desenvolvido no Centro de Pesquisas da
Petrobras – possibilita identificar o tipo de rocha
em que o petróleo está armazenado, orientando
a perfuração na busca por novos poços a partir da
evolução térmica em que a transformação da matéria
orgânica ocorreu.

Como vimos, o petróleo, após ser gerado e ter migrado, é


eventualmente acumulado em uma rocha conhecida como
reservatório. Essa rocha pode ter qualquer origem ou natureza,
mas para se constituir em um reservatório deve apresentar
espaços vazios no seu interior (porosidade). Estes espaços vazios
precisam estar interconectados, conferindo-lhe a característica
de permeabilidade.

Desse modo, podem se constituir rochas-reservatório os arenitos


e calcarenitos, e todas as rochas sedimentares essencialmente
dotadas de porosidade intergranular que sejam permeáveis.
Algumas rochas, como os folhelhos e alguns carbonatos,
normalmente porosos, porém impermeáveis, podem vir a se
constituir reservatórios quando apresentam-se naturalmente
fraturados.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

Uma rocha-reservatório, de uma maneira geral, é composta de rocha


sedimentar e tem seus grãos ligados uns aos outros por um material
que recebe o nome de cimento. Também existe entre os grãos outro
material muito fino chamado matriz.

O volume total ocupado por uma rocha-reservatório é a soma


do volume dos materiais sólidos (grãos, matriz e cimento) e do
volume dos espaços vazios existentes entre eles. O volume de
espaços vazios é também chamado de volume poroso. Portanto,
a porosidade de uma rocha é definida por:

φ = Vp/Vt

E o volume total da rocha é dado pela soma:

Vt = Vp + Vs 37

Onde:

φ = porosidade;

Vt = volume total da rocha;

Vp = volume poroso;

Vs = o volume de sólidos.

Grãos e poros de uma seção de rocha

CORPORATIVA
Alta Competência

A porosidade é medida a partir de perfis elétricos executados nos


poços ou de ensaios de laboratório em amostras da rocha. Os valores
de porosidade são classificados pelos seguintes intervalos:

Porosidade %
5 - 10 Muito baixa
10 - 15 Baixa
15 - 20 Média
20 - 25 Boa
25 - 35 Muito boa

Atendidas as condições de geração, migração e reservatório, para


que se dê a acumulação do petróleo existe a necessidade de que
alguma barreira se interponha no seu caminho. Essa barreira é
produzida pela rocha selante, cuja característica principal é sua baixa
38 permeabilidade.

Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser dotada de


plasticidade, característica que a capacita a manter sua condição
selante, mesmo depois de submetida a esforços determinantes de
deformações. Duas classes de rochas são selantes por excelência: os
folhelhos e os evaporitos (sal). Outros tipos de rochas também podem
funcionar como tal. A eficiência selante de uma rocha não depende
só de sua espessura, mas também de sua extensão.

1.4.3. Acumulação

Um dos requisitos para a formação de uma jazida de petróleo é


a existência de armadilhas geológicas ou trapas, que podem ter
diferentes origens, características e dimensões. A formação de uma
armadilha pode prescindir da atuação de esforços físicos diretos. É o
caso das acumulações resultantes das diferenças entre os sedimentos,
ou da atuação de causas hidrodinâmicas.

Convencionalmente, as armadilhas são classificadas em estruturais,


estratigráficas e mistas ou combinadas, embora nem sempre na
prática sejam simples as suas individualizações. As armadilhas
mais prontamente descobertas em uma bacia têm controle
dominantemente estrutural e detêm os maiores volumes de

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

petróleo. Elas são respostas das rochas aos esforços e deformações


e, nesse tipo, enquadram-se as dobras e as falhas. Na ilustração, a
seguir, observamos como são constituídas as armadilhas estruturais
ou anticlinais.

39

Armadilhas estruturais

As armadilhas anticlinais dobradas – visíveis na ilustração – englobam


grandes volumes de petróleo e nelas está situada a maioria dos campos
gigantes. São de fácil identificação, tanto por métodos geológicos de
superfície quanto por métodos geofísicos.

As falhas desempenham um papel relevante para o aprisionamento


de petróleo ao colocar rochas-reservatório em contato com rochas
selantes. O modelo de aprisionamento com base em sistemas de
falhas é aplicado com sucesso nas bacias sedimentares brasileiras,
principalmente na Bacia do Recôncavo e nas Bacias costeiras.

CORPORATIVA
Alta Competência

As armadilhas estratigráficas não têm relação direta com os esforços


atuantes nas bacias sedimentares e são determinadas por interações
de fenômenos de caráter paleogeográfico - caso dos paleorelevos - e
sedimentológicos, como as variações laterais de permeabilidade.

Como exemplos de aprisionamentos estratigráficos nas bacias


brasileiras, destacam-se: as acumulações na Formação Candeias, no
Recôncavo e na Bacia do Ceará, onde arenitos intercalam-se com
folhelhos nos campos de Xaréu, Espada e Atum. Outros exemplos
de aprisionamentos estratigráficos ocorrem também em arenitos
da Bacia do Espírito Santo e também em arenitos de várias idades
geológicas da Bacia de Campos. Já um exemplo de aprisionamento
paleogeográfico é encontrado na acumulação do campo de Fazenda
Belém, na Bacia Potiguar.

7
6
40 5
4

3
1

1 e 2 - Trapas estratigráficas
3 a 7 - Diversas trapas associadas a discordância

Armadilhas estratigráficas e paleogeomórficas

As armadilhas combinadas ou mistas compreendem aquelas situações


em que as acumulações de hidrocarbonetos têm controle tanto de
elementos estruturais quanto estratigráficos. Exemplos desse tipo
encontram-se na Bacia Potiguar, nos campos de Baixa do Algodão,
Mossoró, Alto da Pedra e Canto do Amaro. Encontram-se, também,
na Bacia do Espírito Santo, onde reservatórios da formação Barra
Nova se apresentam em acumulações controladas estruturalmente
por falhas e arqueamentos provocados por movimentação de sal.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

1.5. Prospecção de petróleo

A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma


tarefa que envolve um longo e dispendioso estudo e análise de dados
geofísicos e geológicos das bacias sedimentares.

Um programa de prospecção visa a, fundamentalmente, dois


objetivos:

• Localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações


geológicas que tenham condições para acumulação de
petróleo;

• Verificar qual, dentre estas situações, possui mais chance de


conter petróleo.

41
Com isso, constata-se que não se pode prever onde existe petróleo e
sim os locais mais favoráveis para a sua ocorrência.

A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é


realizada através de métodos geológicos e geofísicos.

1.5.1. Métodos geológicos

O estudo geológico, primeira etapa do programa exploratório,


consiste em reconstituir as condições da formação e acumulação
possíveis de petróleo em certa região. Tal estudo abrange os seguintes
ramos de investigação:

a) Geologia de superfície - que mapeia as rochas aflorantes à


superfície, para delimitação das bacias sedimentares e das estruturas
capazes de acumular terreno petróleo.

b) Aerofotogrametria - consiste em fotografar utilizando um


avião devidamente preparado para tal, a certa altitude, direção e
velocidade constantes.

CORPORATIVA
Alta Competência

c) Fotogeologia - consiste na determinação das feições geológicas a


partir das fotografias aéreas. Dobras, falhas e mergulho das camadas
são visíveis nessas fotos. A drenagem, a conilustraçãoção dos rios,
a variação da cor dos solos etc., de uma região podem indicar a
presença de estruturas.

d) Geologia de subsuperfície - estudo de todos os dados obtidos em


um poço, com os quais se podem determinar estruturas favoráveis à
retenção dos hidrocarbonetos.

e) Litologia - estudo e descrição das amostras de calha recolhidas


durante a perfuração de um poço.

f) Mapas estruturais - estudo das formações penetradas durante uma


perfuração e sua relação com horizontes fixos (poderá inclusive ser o
nível do mar).
42
g) Seções estruturais - é o estudo dos mapas estruturais através de
um corte transversal do terreno.

h) Paleontologia - é o ramo da Geologia que trata da identificação


e datação dos animais fósseis. Toda amostra de superfície e
subsuperfície colhida pelo geólogo é enviada diretamente para um
Laboratório de Paleontologia. Com os resultados obtidos, pode-
se fazer correlação ou analogia com as mais variadas e distintas
rochas dentro de uma bacia ou de outras bacias no mesmo ou em
outro continente.

1.5.2. Métodos geofísicos

Na década de 1920, iniciou-se a exploração geofísica, com o objetivo


de detectar variações na distribuição de algumas propriedades
físicas internas das rochas, tais como a gravidade (gravimetria);
magnetismo (magnetometria) e habilidade de transmitir ondas
sísmicas provocadas por terremotos artificiais (sísmica), eletricidade
e radioatividade (radiometria). A indústria do petróleo usa somente
os três primeiros.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

1.5.3. Sísmica

O método sísmico de reflexão é o método de prospecção mais


utilizado atualmente na indústria do petróleo, pois fornece alta
definição das feições geológicas em subsuperfície propícias à
acumulação de hidrocarbonetos, a um custo relativamente baixo. Os
produtos finais são, entre outros, imagens das estruturas e camadas
geológicas em subsuperfície, apresentadas sob as mais diversas
formas, que são disponibilizadas para o trabalho dos intérpretes.

O levantamento sísmico inicia-se com a geração de ondas elásticas,


através de fontes artificiais que se propagam pelo interior da Terra,
onde são refletidas e refratadas nas interfaces que separam rochas de
diferentes constituições petrofísicas e retornam à superfície, sendo
captadas por sofisticados equipamentos de registro.

As fontes de energia sísmica mais utilizadas são a dinamite e o 43


vibrador, em terra, e canhões de ar comprimido, em levantamentos
marítimos. Cada uma dessas fontes emite um pulso característico,
conhecido como assinatura da fonte, que se propaga em todas as
direções. Esses pulsos elásticos ou detonações se refletem e refratam
em cada uma das camadas geológicas em profundidade, retornando
à superfície com informações valiosas para a pesquisa de petróleo.

Os receptores utilizados para registrar as reflexões desses pulsos


são basicamente de dois tipos: eletromagnéticos (geofones) para
registros em terra e de pressão (hidrofones), para levantamentos
na água. Esses registros são transmitidos até o sismógrafo, onde são
digitalizados, multiplexisados e registrados após severo depuramento
e amplificação eletrônicos.

Antena

Canhões de Estação de Cabo


ar comprimido hidrofones (Streamer)

Esquema ilustrativo de levantamento sísmico marítimo.


Os canhões e o cabo contendo os hidrofones são estabilizados a
10-15 metros de profundidade
CORPORATIVA
Alta Competência

Após a aquisição dos dados sísmicos, tem-se início a fase de


processamento desses dados, cujo objetivo é produzir imagens de
subsuperfície com a máxima fidelidade possível, atenuando as várias
distorções “óticas” presentes no método. Geólogos e geofísicos
interpretam essas imagens na busca de situações mais favoráveis à
acumulação de hidrocarbonetos ou para caracterizar reservatórios
produtores, melhorando o gerenciamento da produção. Ao final de
todas as atividades que compõem o processamento sísmico, obtém-
se como resultado uma seção composta por traços sísmicos colocados
lado a lado. Esta seção representa a imagem sísmica correspondente
ao plano geológico vertical ao longo do qual foi executado o
levantamento sísmico.

0.0s

44 1.0s

2.0s

Migração em tempo
Erro
0.0 km

1.0 km

2.0 km

3.0 km

4.0 km
Migração em profundidade

Exemplo de migração em profundidade

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

Na ilustração anterior, pode-se observar as escalas verticais e as


distorções presentes na seção sísmica migrada em tempo. A seção
final, migrada em profundidade, representa a imagem real da
subsuperfície verticalmente abaixo do local onde foi executado o
levantamento sísmico.

Na fase posterior ao processamento, ocorre a interpretação dos


dados sísmicos. A interpretação das feições geológicas presentes nas
seções sísmicas pode indicar situações favoráveis à acumulação de
hidrocarbonetos. Essas situações são analisadas em detalhe para a
eventual perfuração de um poço pioneiro.

45

CORPORATIVA
Alta Competência

1.6. Exercícios

1) Descreva cada um dos três tipos de rocha, de acordo com a sua


origem:

A. _________________________________________________________
B. __________________________________________________________
C.___________________________________________________________

2) Nas rochas terrígenas grosseiras, três partes são normalmente dis-


tinguidas. Assinale a alternativa em que cada texto descritivo corres-
ponde a sua respectiva parte da rocha:

I. Fração fina dos sedimentos detritos e que é transportada por


suspensão. É o elemento responsável pela coesão ou consistência
da rocha.

II. Fração precipitada quimicamente nos poros das rochas clássicas


46 e é o responsável pela rigidez da rocha.

III. Parte constituída pelas frações mais grosseiras e que constitui a


estrutura ou “esqueleto” da rocha, dando-lhe sustentação.

( a ) I – arcabouço; II – cimento; III – matriz

( b ) I – cimento; II – arcabouço; III – matriz

( c ) I – matriz; II – arcabouço; III – cimento

( d ) I – matriz; II – cimento; III – arcabouço

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

3) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A grande variedade de hidrocarbonetos, juntamente com


as diferentes proporções em que eles podem se associar faz
com que haja uma variedade grande de misturas possíveis,
resultando na formação de diferentes tipos de petróleo
com diferentes tipos de propriedades (grau API, viscosida-
de etc).
( ) Em linhas gerais, se na mistura houver predominância
de hidrocarbonetos mais simples, tem-se um petróleo
mais leve, menos viscoso etc. Caso a predominância seja
de compostos mais complexos, tem-se um petróleo mais
pesado.
( ) A teoria mais aceita é da origem inorgânica do petróleo.
Ela atribui como fonte geradora de petróleo restos de ani-
mais e plantas depositadas juntamente com os sedimentos
em uma bacia sedimentar. 47
( ) Para que se formem acumulações de óleo ou gás, algu-
mas condições geológicas e geoquímicas têm que ser in-
tegralmente satisfeitas.
( ) A formação do petróleo ocorre em várias etapas,
a destacar: deposição e preservação da matéria
orgânica, processos geoquímicos, transformação em
hidrocarbonetos, migração primária, acumulação e
migração secundária.

CORPORATIVA
Alta Competência

4) Complete as lacunas no que diz respeito à prospecção de petróleo.

a) A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é


uma tarefa que envolve um longo e dispendioso estudo e análise
de dados ________________ e geológicos das bacias sedimentares

b) O estudo geológico, primeira etapa do programa explorató-


rio, consiste em reconstituir as condições da formação e acumula-
ção possíveis de petróleo em certa região. Os métodos utilizados
neste estudo são: geologia de superfície e subsuperfície, aerofo-
togrametria, fotogeologia, ________________, mapas estruturais,
seções estruturais e ________________.

c) O método sísmico de reflexão é o método de prospecção mais


utilizado atualmente na indústria do petróleo, pois fornece alta
definição das feições geológicas em ________________ propícias à
acumulação de ________________, a um custo relativamente bai-
xo.
48
d) O levantamento sísmico inicia-se com a geração de ondas elásti-
cas, através de fontes artificiais que se propagam pelo interior da
Terra, onde são refletidas e refratadas nas interfaces que separam
rochas de diferentes constituições ________________, e retornam
à superfície, onde são captadas por sofisticados equipamentos de
registro.

e) Na fase posterior ao processamento, ocorre a interpretação dos


dados sísmicos. A interpretação das ________________ presentes
nas seções sísmicas pode indicar situações favoráveis à acumula-
ção de hidrocarbonetos. Essas situações são analisadas em deta-
lhe para a eventual perfuração de um poço pioneiro.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

5) De acordo com o que foi estudado sobre as rochas sedimentares,


identifique a única alternativa falsa. Justifique a sua escolha.

( ) Os arenitos são rochas sedimentares carbonáticas e consti-


tuem bons reservatórios de petróleo por possuírem boa po-
rosidade e boa permeabilidade.
( ) Os folhelhos têm importância fundamental na geologia do
petróleo por serem o principal tipo de rocha geradora de
petróleo. Além disso, atuam como barreiras ao fluxo de flui-
dos (rochas selantes), inibindo a fuga do petróleo.
( ) As rochas sedimentares carbonáticas são formadas pela
precipitação química de substâncias dissolvidas na água ou
pela atividade orgânica e são constituídas, principalmente,
pelos minerais conhecidos como carbonatos.
( ) Cerca de um quinto (20%) da cobertura sedimentar da cros-
ta da Terra é formado por rochas carbonáticas.
49
( ) Os evaporitos compreendem uma pequena fração das ro-
chas sedimentares, mas exercem um papel muito importan-
te na formação de certas estruturas que permitem a acumu-
lação de petróleo, associadas aos domos de sal.

CORPORATIVA
Alta Competência

1.7. Glossário
Aloquímicos - grãos carbonáticos que, após sua formação, são transportados e
depositados aos fragmentos minerais e às rochas terrígenas.

Anaeróbicas - termo relacionado à ausência de oxigênio.

Bacias deposicionais - depressões onde se acumulam sedimentos (geralmente


provenientes da erosão de outras rochas).

Calcita - mineral composto por carbonato de cálcio (CaCO3).

Calcilutito - são rochas carbonáticas (popularmente chamadas de calcário) formadas


por sedimentos finos (lama) de composição calcárea (CaCO3).

Dobra - ondulações ou convexidades existentes em corpos originalmente planos.


São conhecidos dois tipos principais de dobras: anticlinais (que tem a abertura para
abaixo) e sinclinais (que tem a abertura para cima).

Dolomita ou dolomite - mineral de carbonato de cálcio e magnésio, muito


50 abundante na natureza na forma de rochas dolomíticas, utilizado como fonte de
magnésio e também na fabricação de materiais refratários.

Estratigráfica - termo relacionado à estratigrafia.

Exsudação - fonte natural de petróleo que ocorre na superfície em função de uma


migração do petróleo a partir de fissuras no reservatório em profundidade ou
ausências de armadilhas ou trapas geológicas.

Grau API - unidade utilizada na indústria do petróleo para medir a densidade


relativa do óleo, com base em uma escala arbitrária.

Intracratônica - tipo de bacia caracterizada por baixas taxas de subsidência (descida


lenta das camadas geológicas), perfis em rampa muito suaves e pequenas lâminas
d’água, o que resulta em pequena geração de espaço para acomodação dos
sedimentos, por isso suas seqüências são delgadas e extensas.

Minerais siliciclásticos - também chamados de terrígenos, são sedimentos alterados


em decorrência das condições físicas e químicas, da erosão da superfície e também de
restos desintegrados e decompostos de rochas mais antigas. Ex: areias e cascalhos.

Monomineral - mineral composto por uma única espécie de mineral.

Obliterar - fechar, obstruir.

Ortoquímico - grãos carbonáticos que não sofrem transporte ou são transportados


por uma distância muito curta de sua fonte.

Paleoclima - clima de um período pré-histórico cujas características principais


podem ser reconstituídas.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

Paleogeográfico - termo relacionado à paleogeografia.

Paleorelevo - termo relativo ao relevo de uma determinada área ou região, em


algum tempo pretérito, reconstituído através de estudos geológicos.

Polímero - compostos formados pela aglomeração de inúmeras moléculas


fundamentais.

Polimineral - mineral composto por mais de uma espécie de mineral.

Querogênio - parte insolúvel da matéria orgânica modificada por ações geológicas,


de acordo com o tempo geológico.

Rocha pelítica - são rochas formadas por sedimentos de fração fina (silte e argila).

Rocha-geradora - rocha que tem a propriedade de gerar o petróleo que se


armazenará posteriormente nas rochas reservatório. O mesmo que rocha fonte.

Rocha-reservatório - rocha porosa com capacidade de armazenar líquidos e gases.

Tectonismo - consiste em movimentos na crosta terrestre, decorrentes de pressões


vindas do interior da Terra. 51

Trapa geológica - estruturas geológicas que permitem a acumulação de óleo ou


gás.

CORPORATIVA
Alta Competência

1.8. Bibliografia
Exploração e Produção. Espaço Conhecer Petrobras. Disponível em: <http://www2.
petrobras.com.br/espacoconhecer/sobrepetroleo/ExploracaoProducao.asp>.
Acesso em: 24 abr 2008.

GUIMARÃES, Marcus Moretzsohn e Sayd, Alexandre e Barros, Maria Eliana de.


Apostila do curso de Noções de Reservatórios – UN-BC. Petrobras, 2002.

MORETZSOHN, Marcus. Notas de aula – Noções de Geologia. Petrobras.

ROSA, Adalberto José e Carvalho, Renato de Souza e Xavier, José Augusto Daniel.
Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Editora Interciência, Rio de Janeiro,
2006.

SILVESTRE, Jose Roberto. Dissertação de mestrado. Análise numérica de poços de


petróleo com relevância à produção de areia. Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro - PUC-RIO. Rio de Janeiro, 2004.

THOMAS, José Eduardo. Fundamentos de Engenharia de Petróleo, Editora


52 Interciência, Rio de Janeiro, 2001.

CORPORATIVA
Capítulo 1. Noções de Geologia e prospecção de petróleo

1.9. Gabarito
1) Descreva cada um dos três tipos de rocha, de acordo com a sua origem:

As rochas podem ser classificadas em rochas ígneas, metamórficas e


sedimentares.

A. As rochas ígneas são produzidas pela solidificação do magma.

B. As rochas metamórficas se originam da transformação de outras rochas pré-


existentes.

C. As rochas sedimentares são aquelas originadas na superfície da crosta terrestre


pela deposição de sedimentos e podem dar origem aos reservatórios de petróleo.

2) Nas rochas terrígenas grosseiras, três partes são normalmente distinguidas.


Assinale a alternativa em que cada texto descritivo corresponde a sua respectiva
parte da rocha:

I. Fração fina dos sedimentos detritos e que é transportada por suspensão. É o


elemento responsável pela coesão ou consistência da rocha.

II. Fração precipitada quimicamente nos poros das rochas clássicas e é o responsável
pela rigidez da rocha. 53
III. Parte constituída pelas frações mais grosseiras e que constitui a estrutura ou
“esqueleto” da rocha, dando-lhe sustentação.

( a ) I – arcabouço; II – cimento; III – matriz

( b ) I – cimento; II – arcabouço; III – matriz

( c ) I – matriz; II – arcabouço; III – cimento

( d ) I – matriz; II – cimento; III – arcabouço

3) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( V ) A grande variedade de hidrocarbonetos juntamente com as diferentes


proporções em que eles podem se associar faz com que haja uma variedade
grande de misturas possíveis, resultando na formação de diferentes tipos de
petróleo com diferentes tipos de propriedades (grau API, viscosidade etc).
( V ) Em linhas gerais, se na mistura houver predominância de hidrocarbonetos
mais simples, tem-se um petróleo mais leve, menos viscoso, etc. Caso a
predominância seja de compostos mais complexos, tem-se um petróleo
mais pesado.
(F) A teoria mais aceita é da origem inorgânica do petróleo. Ela atribui como
fonte geradora de petróleo, restos de animais e plantas depositadas
juntamente com os sedimentos, em uma bacia sedimentar.
Justificativa: a teoria mais aceita é da origem orgânica.
( V ) Para que se formem acumulações de óleo ou gás, algumas condições
geológicas e geoquímicas têm que ser integralmente satisfeitas.
( V ) A formação do petróleo ocorre em várias etapas, a destacar: deposição e
preservação da matéria orgânica, processos geoquímicos, transformação em
hidrocarbonetos, migração primária, acumulação e migração secundária.

CORPORATIVA
Alta Competência

4) Complete as lacunas no que diz respeito à prospecção de petróleo.

a) A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que
envolve um longo e dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos
das bacias sedimentares

b) O estudo geológico, primeira etapa do programa exploratório, consiste em


reconstituir as condições da formação e acumulação possíveis de petróleo em
certa região. Os métodos utilizados neste estudo são: geologia de superfície e
subsuperfície, aerofotogrametria, fotogeologia, litologia, mapas estruturais, seções
estruturais e paleontologia.

c) O método sísmico de reflexão é o método de prospecção mais utilizado


atualmente na indústria do petróleo, pois fornece alta definição das feições
geológicas em subsuperfície propícias à acumulação de hidrocarbonetos, a um
custo relativamente baixo.

d) O levantamento sísmico inicia-se com a geração de ondas elásticas, através


de fontes artificiais que se propagam pelo interior da Terra, onde são refletidas
e refratadas nas interfaces que separam rochas de diferentes constituições
petrofísicas, e retornam à superfície, onde são captadas por sofisticados
equipamentos de registro.

e) Na fase posterior ao processamento, ocorre a interpretação dos dados sísmicos.


54 A interpretação das feições geológicas presentes nas seções sísmicas pode
indicar situações favoráveis à acumulação de hidrocarbonetos. Essas situações
são analisadas em detalhe para a eventual perfuração de um poço pioneiro.

5) De acordo com o que foi estudado sobre as rochas sedimentares, identifique a


única alternativa falsa. Justifique a sua escolha.

( X ) Os arenitos são rochas sedimentares carbonáticas e constituem


bons reservatórios de petróleo por possuírem boa porosidade e boa
permeabilidade.
Justificativa: essas características referem-se aos terrígenas.
( ) Os folhelhos têm importância fundamental na geologia do petróleo por
serem o principal tipo de rocha geradora de petróleo. Além disso, atuam
como barreiras ao fluxo de fluidos (rochas selantes), inibindo a fuga do
petróleo.
( ) As rochas sedimentares carbonáticas são formadas pela precipitação
química de substâncias dissolvidas na água ou pela atividade orgânica e são
constituídas, principalmente pelos minerais conhecidos como carbonatos.
( ) Cerca de um quinto (20%) da cobertura sedimentar da crosta da Terra é
formado por rochas carbonáticas.
( ) Os evaporitos compreendem uma pequena fração das rochas sedimentares,
mas exercem um papel muito importante na formação de certas estruturas
que permitem a acumulação de petróleo, associadas aos domos de sal.

CORPORATIVA
Capítulo 2
Noções de
reservatórios
de petróleo

Ao final desse capítulo, o treinando poderá:

• Reconhecer as propriedades das rochas e os tipos de


reservatórios de petróleo;
• Reconhecer os mecanismos de produção dos reservatórios;
• Identificar os principais indicadores de produção utilizados
no acompanhamento dos campos e dos poços de petróleo.

CORPORATIVA
Alta Competência

56

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

2. Noções de reservatórios de
petróleo
Agora, serão apresentadas as principais noções sobre reservatórios
de petróleo.

2.1. Propriedades das rochas

Nos estudos de um reservatório de petróleo, é fundamental o


conhecimento de propriedades das rochas e dos fluidos nela contidos.
São essas propriedades que determinam as quantidades de fluidos
existentes no meio poroso, a sua distribuição, a capacidade desses
fluidos se moverem e, a mais importante de todas, a quantidade de
fluido que pode ser extraída. O conhecimento de tais propriedades
pode definir, inclusive, o nível de investimento a ser feito na busca 57
por jazidas em cada região.

Ao longo desse estudo conheceremos outras diferentes propriedades


das rochas que são importantes para a prospecção de petróleo.

2.1.1. Compressibilidade

Por definição, a compressibilidade é o quociente entre a variação


fracional de volume e a variação de pressão. Ao ser retirada certa
quantidade de fluido do interior da rocha, a pressão cai e os poros
têm os seus volumes reduzidos. A relação entre essa variação fracional
dos volumes dos poros e a variação de pressão, dá-se o nome de
compressibilidade efetiva da formação. Esta compressibilidade pode
desempenhar um papel muito importante durante certa etapa da
vida produtiva de um reservatório.

CORPORATIVA
Vp / Vp
cf 
P

Onde:

cf = compressibilidade efetiva da formação;

∆Vp = variação do volume poroso;

Vp = volume poroso inicial;

∆Vp/Vp = variação fracional do volume;

∆P = variação de pressão.

2.1.2. Saturação

A saturação de um fluido é o nome dado ao percentual do volume


poroso que está ocupado por aquele fluido. Além de hidrocarbonetos,
os poros de uma rocha-reservatório contêm água. Assim sendo, o
conhecimento do volume poroso não é suficiente para se estabelecer
as quantidades de óleo e/ou gás contidas nas formações. Por
exemplo, se 70% do espaço poroso de uma rocha está ocupado por
óleo, diz-se que a saturação de óleo desta rocha é igual a 70%, no
entanto os 30% do volume poroso restantes não estão vazios. Existe,
obrigatoriamente, um ou mais fluidos completando esse percentual
do espaço poroso restante, o qual poderia estar ocupado totalmente
por água, correspondendo a uma saturação de água de 30%. Mas,
esses mesmos 30% poderiam estar parcialmente ocupados por água
e gás natural. Nesse caso, além da saturação de água existiria também
uma saturação de gás, numa proporção por exemplo de 20% de água
e 10% de gás.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Saturação de óleo: So = Vo/Vp

Saturação de gás: Sg = Vg/Vp

Saturação de água: Sw = Vw/Vp

So + Sg + Sw = 1 (100%)

Fluidos no reservatório
Rocha
- óleo
Gás

- gás

- água
59
a
Águ

Representação da disposição dos fluidos no reservatório

A determinação da saturação de uma rocha pode ser feita tanto por


ensaios em laboratório como por perfis elétricos de poços.

2.1.3. Argilosidade

Os poros das rochas sedimentares podem ser ocupados ou


preenchidos por argila. A sua presença implica em importantes
alterações nas características das rochas-reservatórios, tais como:
reduz a permeabilidade, aumenta a sensibilidade aos fluidos de
perfuração e completação, altera a resposta de perfis elétricos e
aumenta a saturação de água irredutível.

Desta forma, torna-se fundamental o conhecimento da composição


e distribuição das argilas na rocha-reservatório, que tanto podem
ocorrer revestindo os poros (envolvendo grãos) ou preenchendo os
espaços vazios.

CORPORATIVA
2.1.4. Permeabilidade

Somente a existência de petróleo (seja ele líquido ou gasoso) no


interior da rocha, apesar de ser uma condição fundamental, não
é suficiente para que se tenha uma produção desse fluido a partir
dessa rocha. Devem existir condições para que os fluidos possam se
movimentar através dos poros e chegar aos poços por meio dos quais
poderão alcançar a superfície.

A movimentação no reservatório acontece com os fluidos passando


sucessivamente por diversos poros até chegar aos poços produtores.
Os fluidos percorrem o que se poderia chamar de “canais porosos”.
Quanto mais cheios de estrangulamentos, estreitos e tortuosos forem
esses canais porosos, maior será o grau de dificuldade para os fluidos
se moverem no seu interior. Já os poros maiores e bem conectados uns
com os outros, oferecem menor dificuldade para o fluxo dos fluidos.
A maior ou menor dificuldade de deslocamento dos fluidos dentro
da rocha é quantificada pelo valor da permeabilidade.

Define-se permeabilidade como sendo a medida da capacidade de


uma rocha em permitir o fluxo de fluidos. Quando existe apenas um
único fluido saturando a rocha, essa propriedade recebe o nome de
“permeabilidade absoluta”. A permeabilidade tem por símbolo a
letra “k”, e a sua unidade de medida mais utilizada é o Darcy (D), em
homenagem ao engenheiro francês Henry D’Arcy, que formulou a
equação de deslocamento de fluidos em meios porosos, apresentada
na ilustração a seguir.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

P2 q

P1
q.L
k=
A A(P1 - P2 )

q = 1 cm3/s,  = 1cp, L = 1cm, A = 1 cm2 e

(P1 - P2) = 1 atm k = 1 Darcy

Fluxo linear

A ilustração do fluxo linear representa o fluxo de fluido através de


um meio poroso linear (em única direção). O fluido tem viscosidade
“μ”, o meio poroso tem comprimento “L”, seção reta (área aberta ao 61
fluxo) “A” e “q” é a vazão de fluido através do meio poroso.

A permeabilidade é uma constante de proporcionalidade característica


do meio poroso.

Por definição, um Darcy é a permeabilidade de uma rocha na qual


um gradiente de pressão de 1 atm/cm promove a vazão de 1 cm3/s de
um fluido de viscosidade 1 centipoise através de 1 cm2 de área aberta
ao fluxo. Como o Darcy (D) é uma unidade muito grande, usa-se mais
comumente o submúltiplo “milidarcy”, cujo símbolo é “mD”.

Os valores de permeabilidade são classificados pelos seguintes


intervalos:
Reservatórios – PETROBRAS – 2002
Fonte: Apostila de Noções de

Permeabilidade (mD)

1 baixíssima
1 – 10 baixa
10 – 100 regular
100 – 1000 boa
1000 ou mais ótima

CORPORATIVA
Uma rocha-reservatório contém sempre dois ou mais fluidos, de
modo que a permeabilidade absoluta não é suficiente para se medir
a facilidade com que determinado fluido se move no meio poroso.

No caso da existência de mais de um fluido, a facilidade com que


cada um se move é chamada “permeabilidade efetiva” ao fluido
considerado.

2.1.5. Mobilidade

Define-se mobilidade de um fluido como sendo a relação entre a sua


permeabilidade efetiva e a sua viscosidade. Por exemplo, a mobilidade
do óleo (fluido deslocado) é dada por:

λo = ko/μo e a da água (fluido injetado) por λw = kw/μw.

A razão de mobilidades é definida pela razão λw/λo. Quanto


maior for a razão de mobilidades, menor será a eficiência
de deslocamento de óleo, uma vez que, devido a sua maior
mobilidade, o fluido injetado tenderá a “furar” o banco de óleo
dentro do reservatório criando caminhos preferenciais entre os
poços injetores e os produtores.

2.2. Tipos de reservatórios

Dependendo da composição e das condições de pressão e temperatura,


uma acumulação de petróleo pode se apresentar de três formas:

• Totalmente líquida;

• Totalmente gasosa;

• Com uma parte líquida e uma parte gasosa em equilíbrio.

Dessa forma, pode-se dizer que existem reservatórios de líquido,


comumente chamados de reservatório de óleo; reservatórios de gás
e reservatórios com as duas fases em equilíbrio.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

A ilustração, a seguir, apresenta um diagrama genérico do


comportamento de uma mistura de hidrocarbonetos em função da
temperatura e pressão.

Ponto
Crítico
Pressão

líquido

1 2 líquido + vapor 3 4

vapor

Temperatura
Diagrama de fases de uma mistura de hidrocarbonetos
63

Neste outro diagrama de fases de uma mistura de hidrocarbonetos


que vamos observar a seguir, podemos perceber que:

• Se a mistura estiver nas condições do ponto R1, tem-se um


reservatório de óleo;

• Se as condições são as do ponto R2, tem-se um reservatório de gás.

Ponto
crítico

R1 R2
PR

100%
75%
Pressão

50%

25%

0%

TR1 T TR2
Temperatura

Diagrama de fases de uma mistura de hidrocarbonetos

CORPORATIVA
É importante salientar que a classificação dos reservatórios se baseia
principalmente no tipo de fluido que é produzido na superfície.

A classificação, de certa forma, vai estar condicionada à temperatura


e à pressão a que a mistura estará sujeita nos equipamentos de
separação na superfície.

De uma maneira simplificada, as acumulações podem ser separadas


em:

• Reservatórios de óleo, caso a temperatura seja menor que a


temperatura crítica (TC) da mistura e;

• Reservatórios de gás, caso a sua temperatura seja maior que a


temperatura crítica (TC) da mistura.

Sabe-se, por exemplo, que um fluido que se encontra no estado líquido


em condições de reservatório, de uma maneira geral, produz óleo na
superfície e somente em condições muito especiais isso poderia não
ocorrer. Desse modo, é bastante comum chamar de reservatório de
óleo às formações portadoras de misturas líquidas.

As formações portadoras de misturas gasosas, que são chamadas de


reservatórios de gás, podem produzir uma certa quantidade de líquido
na superfície, porém a produção maior é de gás. Em outras palavras,
chama-se reservatório de gás à jazida de petróleo que contém uma
mistura de hidrocarbonetos que se encontra no estado gasoso nas
condições de reservatório.

Dependendo do seu comportamento, quando sujeito a reduções


de pressão dentro do reservatório e do tipo de fluido resultante
nos equipamentos de superfície, os reservatórios de gás podem ser
classificados em:

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

• Reservatório de gás úmido;

• Reservatório de gás seco e;

• Reservatório de gás retrógrado.

Ao ser levada para a superfície, a mistura gasosa pode ser submetida


a processos de separação dos componentes mais leves dos mais
pesados, resultando dessa separação duas fases distintas.

Os componentes mais leves permanecem no estado gasoso e os


mais pesados vão dar origem aos chamados líquidos do gás natural,
normalmente designados por LGN.

Em reservatórios reais, quando começa a produção, tanto o fluido


que é produzido como o que permanece na formação sofrem
65
alterações devido às mudanças das condições às quais eles ficam
submetidos. O fluido produzido passa das condições iniciais de
pressão e temperatura do reservatório para as condições de pressão
e temperatura da superfície. Em razão da retirada de fluidos (massa),
a pressão no interior da formação vai se reduzindo. Assim, apesar
da temperatura do reservatório se manter praticamente constante
durante a sua vida produtiva, as condições a que fica submetido o
fluido que permanece vão se alterando.

R 2
PR
1 C

100%
75%
Pressão

S 25%
PS

0%

TS Temperatura TR

Reservatório de óleo

CORPORATIVA
A curva RS na ilustração anterior representa o comportamento
do fluido produzido desde as condições iniciais do reservatório
(ponto R) até as condições de superfície (ponto S). No exemplo
da ilustração, nas condições de superfície, aproximadamente 60%
dos hidrocarbonetos produzidos estarão na fase líquida e os 40%
restantes estarão na fase gasosa. De um modo geral, o fluido
produzido é submetido a um processo de separação antes de
ser colocado em tanques nas condições ambientes. A pressão e a
temperatura de separação são determinadas através de cálculos e
recebem o nome de condições de separação.

2.3. Fluidos produzidos

Um comportamento padrão esperado para um reservatório de óleo


é que ele produza óleo, gás natural e água. Assim, um reservatório
típico apresenta uma vazão de produção de óleo, uma vazão de
produção de gás e uma vazão de produção de água.

As vazões são sempre expressas nas condições de superfície, como, por


exemplo, metro cúbido standard por dia (m3 std/dia) ou barril standard
por dia (stb/dia). As condições de superfície também são chamadas
de “condições padrão” ou “condições standard” e correspondem à
pressão de 1 atm e temperatura de 20°C.

2.3.1. Produção de óleo

O óleo é a parte dos hidrocarbonetos que permanece no estado


líquido quando a mistura é levada para a superfície. Quando se diz que
um poço está produzindo com uma vazão de 100 m3 std/dia de óleo,
está se dizendo que da mistura líquida que está saindo diariamente
do reservatório através daquele poço, 100 m3 permanecem no
estado líquido na superfície. Esta é uma maneira muito prática de
exprimir os volumes, em primeiro lugar porque as medições são
feitas na superfície, e em segundo lugar porque é esse volume que
interessa comercialmente. Mesmo que a mistura de hidrocarbonetos
nas condições de reservatório estivesse toda no estado gasoso,
ainda assim seria possível obter líquido nas condições de superfície.
Esse líquido obtido a partir do gás natural é mais conhecido pela sigla
LGN (líquido do gás natural).

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

2.3.2. Produção de gás

O gás produzido é o resultado da composição de três partes.


Uma parte é proveniente dos hidrocarbonetos que, nas condições
de temperatura e pressão do reservatório, já se encontram no
estado gasoso e que tem o nome de gás livre. A segunda parte é
o gás que sai de solução do óleo, isto é, os hidrocarbonetos que
se encontram dissolvidos no óleo nas condições de superfície.
A terceira parte é o gás que se encontra dissolvido na água nas
condições do reservatório. Normalmente, essa parcela é desprezível,
não entrando nos cálculos das produções.

2.3.3. Produção de água

Além dos hidrocarbonetos, é bastante comum a produção de água.


A quantidade de água produzida vai depender das condições em que
ela se apresenta no meio poroso. 67

Apesar da água estar sempre presente nos reservatórios, nem sempre


a sua quantidade, expressa pela sua saturação, é suficiente para que
ela se desloque. Existe uma saturação mínima de água a partir da qual
ela se torna móvel. Essa saturação depende da rocha e dos fluidos
nela contidos. Se a saturação de água for igual a esse valor mínimo,
não haverá fluxo e, conseqüentemente, não haverá produção de
água dessa rocha.

A água produzida também pode ter origem em acumulações de


água, chamadas aqüíferos, que podem estar adjacentes às formações
portadoras de hidrocarbonetos ou podem ser devido à água injetada
em projetos que visam a aumentar a recuperação de óleo.

2.4. Pressões representativas de um reservatório

Na gestão de todo empreendimento é necessária a avaliação de todas


as variáveis que o compõem para melhor tomada de decisões. Na
produção de petróleo, as pressões representativas de um reservatório
são variáveis importantes que auxiliam na definição de estratégias,
cenário de operação e recuperação de cada campo de petróleo.

CORPORATIVA
Alta Competência

Ao longo desse estudo, conheceremos a importância das pressões


estática e de saturação dos reservatórios.

2.4.1. Pressão estática

As pressões médias e a pressão estática original (no caso de poços


novos) são dados importantes, tanto nos estudos do reservatório
quanto para o gerenciamento e acompanhamento de um campo de
petróleo.

A pressão estática corresponde à pressão que os fluidos do


reservatório estão confinados dentro dos poros da rocha. É obtida a
partir da análise dos dados de registro de pressão versus tempo com
o poço fechado (período de crescimento de pressão).

Por que isso acontece? Quando o poço está em regime de fluxo


68 constante q, há um diferencial de pressão no fundo do poço dado
por Pestática – Pfluxo no fundo. Ao se fechar o poço, o fluxo na coluna
de produção cessa e o diferencial de pressão entre a formação e o
fundo do poço (Pestática – Pfluxo no fundo) tende a zero, determinando-se,
portanto, a pressão estática. A ilustração, a seguir, ilustra como atuam
as pressões estática (PE) e de fluxo no fundo do poço (PWF).

V á lv u la s d e
pr e ss ã o
fe c h a d a s

V á lv u la de
or if íc io

Gás
PWF
PE Ó leo

Água

Representação das pressões estática (PE)


e fluxo no fundo (PWF)

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Em testes de curta duração (nos quais o volume de fluidos produzidos


é desprezível quando comparado com o volume total de fluidos no
reservatório), a pressão estática obtida no período de crescimento de
pressão coincide com a pressão estática original do reservatório.

Em testes de longa duração ou testes em reservatórios depletados,


nos quais as pressões nos limites externos dos reservatórios já tenham
sido afetadas, a análise do crescimento de pressão levará à pressão
média atual.

2.4.2. Pressão de saturação

Em um reservatório de petróleo, a pressão de saturação é a pressão


na qual há o inicio de liberação do gás contido no óleo dentro do
reservatório. Para entender o significado da pressão de saturação, é
preciso introduzir alguns conceitos termodinâmicos relacionados aos
diagramas de fases. 69

R 2
PR
1 C

100%
75%
Pressão

S 25%
PS

0%

TS Temperatura TR

Reservatório de óleo

CORPORATIVA
Alta Competência

Considerando a ilustração anterior, a pressão de bolha (Pb),


representada pelo ponto 2, é a pressão onde se forma a primeira bolha
de gás no reservatório de óleo. A partir dessa pressão, à medida que
a pressão do reservatório diminui, o gás que está dissolvido no óleo
começa a ser liberado dentro do reservatório, formando uma mistura
bifásica. O comportamento do fluido que permanece no reservatório
é representado por uma linha vertical correspondente à temperatura
do reservatório (TR). A pressão vai caindo continuamente até as
condições de abandono, quando ocorre a suspensão da produção.

Em reservatórios de gás, tem-se a pressão de orvalho (Po), que


corresponde ao momento quando a fração líquida começa a
ser vaporizada, com a diminuição da pressão. Portanto, em um
reservatório com gás que diminui progressivamente sua pressão
com a produção, a partir da pressão de orvalho as frações líquidas
começam progressivamente a se vaporizar.
70
2.5. Indicadores de produção

Estabelecer índices e/ou indicadores para mensuração de processos


é essencial para se definir estratégias e tomar decisões. No processo
de produção de petróleo não é diferente, sendo importante esses
indicadores no processo de histórico da produção.

O histórico de produção é importante para o acompanhamento


do reservatório e para se verificar o acerto das decisões tomadas
na escolha da maneira para desenvolvê-lo. Sua maior importância,
entretanto, é que a análise do histórico fornece os melhores subsídios
para a previsão do comportamento futuro do reservatório.

2.5.1. Índice de produtividade (IP)

O índice de produtividade (IP) é uma medida da capacidade de fluxo


de um poço de produção e é função da vazão de líquidos utilizada nos
testes de produção, da pressão estática (ou média) do reservatório e
da pressão de fluxo no fundo do poço. Quando chega à superfície,
o fluido produzido pelo teste passa por equipamentos reguladores
de fluxo, que podem ser fixos ou ajustáveis. As vazões e as pressões
na cabeça do poço são controladas pela restrição imposta ao fluxo.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Portanto, a vazão do teste, por si só, não caracteriza a capacidade de


fluxo, sendo isto feito pelo índice de produtividade (IP):

q
P 
Pe  Pw f

Onde:

q = vazão de líquidos;

PE = pressão estática (ou média) do reservatório;

PWF = pressão de fluxo no fundo do poço.

71
O valor do índice de produtividade (IP) é determinado na prática
efetuando-se um teste de produção com vazão constante medindo-se
a correspondente pressão de fluxo no fundo do poço (PWF). Terminado
o teste, o poço é fechado e após estabilização mede-se o valor da
pressão estática (PE). Com os valores das pressões e da vazão, calcula-
se o valor do índice de produtividade (IP) .

Devido à variação lenta da pressão do reservatório com o tempo,


pode-se afirmar que, para um determinado período de tempo e para
pressões de fluxo no fundo do poço maiores do que a pressão de
saturação, o índice de produtividade permanece constante. Sendo
assim, quanto maior for o diferencial de pressão sobre o meio
poroso, maior será a vazão de líquido que se desloca para o poço.
A máxima vazão que poderia ser obtida ocorreria quando a pressão
de fluxo no fundo fosse igual a zero (PWF = 0). Entretanto, tal hipótese
é impraticável em poços surgentes uma vez que é necessária uma
pressão mínima para que o fluido da formação atinja os equipamentos
de separação na superfície.

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2.5.2. RGO, RAO, RGL e BSW

Existem algumas relações dentro da engenharia de petróleo que


são utilizadas como indicadores, tanto de características, como de
estágios da vida produtiva dos reservatórios. Os mais utilizados são:

• RGO - razão gás-óleo;

• RAO - razão água-óleo;

• RGL - razão gás-líquido e;

• BSW (do inglês basic sediments and water).

72 Importante!
O índice de produtividade (IP) pode ser utilizado para
estimar a vazão do poço para diferentes pressões de
fluxo, correspondentes a diferentes aberturas nos re-
guladores de fluxo.

A razão gás-óleo – RGO é a relação entre a vazão de gás e a vazão de


óleo, ambas medidas nas condições padrão em superfície. Uma razão
gás-óleo elevada poderia ser o indicador de que o reservatório está
bastante depletado, ou que, por exemplo, a fração de componentes
mais voláteis na mistura líquida do reservatório é elevada.

vazão total de gás


RGO 
vazão de óleo

(em condições padrão → P = 1 atm e 20 ºC)

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

A razão água-óleo - RAO é a relação entre a vazão de água e a vazão


de óleo, ambas medidas nas condições padrão em superfície. Uma
razão água-óleo igual a zero significa que, na época de medição,
a saturação de água na zona de onde está saindo a mistura de
hidrocarbonetos é igual ou menor que o valor da saturação de água
irredutível.

vazão de água
RAO =
vazão de óleo

(em condições padrão → P = 1 atm e 20 ºC)

A razão gás-líquido - RGL é a relação entre a vazão total de gás e


a vazão total de líquidos (volume total de óleo + volume total de
água), ambas medidas nas condições padrão em superfície.
73

vazão total de gas


RGL 
vazão total de líquidos

(em condições padrão → P = 1 atm e 20 ºC)

O BSW é o quociente entre a vazão de água mais os sedimentos que


estão sendo produzidos e a vazão total de líquidos e sedimentos,
medidos também nas condições padrão em superfície.

volume de água  se dimentos


BSW 
volume total de liquidos  se dimentos

(em condições padrão → P = 1 atm e 20 ºC)

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Alta Competência

2.6. Mecanismos de produção de reservatório

Os fluidos contidos em uma rocha-reservatório devem dispor de certa


quantidade de energia para que possam ser produzidos. Essa energia,
que recebe o nome de energia natural ou primária, é o resultado
de todas as situações e circunstâncias geológicas pelas quais a jazida
passou até se formar completamente.

Para conseguir vencer toda a resistência oferecida pelos canais


porosos, com suas tortuosidades e estrangulamentos, e se deslocar
para os poços de produção, é necessário que os fluidos estejam
submetidos a certa pressão, que é a manifestação mais sensível da
energia do reservatório.

Para que haja produção, é necessário que outro material venha a


preencher o espaço poroso ocupado pelos fluidos produzidos.
74
De um modo geral, a produção ocorre devido a dois efeitos
principais:

• A descompressão (que causa a expansão dos fluidos contidos


no reservatório e contração do volume poroso);

• O deslocamento de um fluido por outro fluido (por exemplo, a


invasão da zona de óleo por um aqüífero).

Ao conjunto de fatores que fazem desencadear esses efeitos dá-se o


nome de mecanismo de produção de reservatório.

São três os principais mecanismos de produção de reservatórios:

• Mecanismo de gás em solução;

• Mecanismo de capa de gás;

• Mecanismo de influxo de água.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Os dois primeiros são mecanismos exclusivamente de reservatório de


óleo, enquanto que o mecanismo de influxo de água pode ocorrer
também em um reservatório de gás.

Além disso, podem ocorrer situações em que mais de um mecanismo


atue simultaneamente no mesmo reservatório, sem que um
predomine sobre o outro. Nesse caso, diz-se que existe um mecanismo
combinado.

Importante!
Dependendo do tipo de mecanismo de produção de
reservatório, é possível realizar estimativa de reser-
vas de poços individuais antes que ocorra declínio da
produção. Essa estimativa, conhecida como análise
de tendência de desempenho, tem como base indi-
cadores de desempenho como, por exemplo, razão 75
água/óleo (RAO), razão gás/óleo (RGO), pressão de
fundo de poço, entre outros, a depender do tipo de
reservatório e o(s) mecanismo(s) de produção envol-
vidos.

2.6.1. Mecanismos de gás em solução

Supondo uma acumulação de hidrocarbonetos líquidos em uma


estrutura isolada, semelhante à mostrada na ilustração a seguir, vê-se
que o reservatório não está associado a grandes massas de água ou
de gás natural livre. Os limites do reservatório não permitem fluxos
em qualquer sentido, impedindo a penetração de fluidos que possam
expulsar a mistura de hidrocarbonetos para fora da estrutura.

CORPORATIVA
Alta Competência

Mistura líquida “óleo”

Reservatório com mecanismo de gás em solução

Em um reservatório com essas características, onde não existe a


possibilidade de interferência do ambiente externo, toda a energia
disponível para a produção se encontra armazenada no próprio
líquido.
76
À medida que o óleo vai sendo produzido, a pressão interna do
reservatório vai se reduzindo e, como conseqüência, os fluidos lá
contidos se expandem. Pode-se dizer que a produção ocorre porque
não há espaço suficiente para conter o volume do fluido expandido.
A energia gerada pela expansão do óleo é que expulsa o óleo do
reservatório através dos poços.

Este processo de produção persiste até a pressão se reduzir a certo


valor, chamado de pressão de saturação. A partir desse ponto, as
reduções de pressão provocam a vaporização das frações mais leves
da mistura. Como resultado, o reservatório passa a ter uma parte
dos seus hidrocarbonetos no estado líquido e uma parte no estado
gasoso.

Neste ponto é que, efetivamente, começa a atuar o mecanismo de


gás em solução que se processa do seguinte modo:

• A produção de fluido provoca redução na pressão, que por sua


vez, além de proporcionar a vaporização de mais componentes
leves, acarreta a expansão dos fluidos;

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

• A produção passa a ser o resultado da expansão do gás que


inicialmente estava dissolvido e que vai saindo de solução.
Quanto mais a pressão cai, mais o gás se expande e mais líquido
é deslocado;

• O processo seria perfeito se a partir de um certo instante o


gás não começasse a fluir no meio poroso e a ser produzido
juntamente com o óleo.

Um aspecto negativo deste mecanismo é que o gás começa a fluir


muito cedo. Ao ser produzido em grandes quantidades, o gás leva
consigo a energia do reservatório fazendo com que a pressão decline
rápida e continuamente. Esta é uma característica marcante dos
reservatórios que produzem sob esse mecanismo. Outro aspecto
negativo desse mecanismo são as baixas recuperações de petróleo.
A energia se esgota rapidamente, fazendo com que as vazões de
produção caiam para valores anti-econômicos muito cedo. 77

As principais características do reservatório com mecanismo de gás


em solução são:

• Pressão do reservatório declina rápida e continuamente;

• RGO cresce rapidamente;

• Fator de recuperação de 5 a 30%;

• Recuperação final independe da vazão;

• Pouca ou nenhuma produção de água;

• Requer elevação artificial prematuramente.

CORPORATIVA
Alta Competência

2.6.2. Mecanismos de capa de gás

A ilustração, a seguir, representa um mecanismo de capa de gás.


Observe que o gás se acumula na parte superior da estrutura, assim
denominada de capa de gás.

X X

Capas de
Gás Gás
Zona de
“Óleo”

78 Reservatório com mecanismo de capa de gás

Este mecanismo funciona do seguinte modo:

1. A zona de óleo é colocada em produção, o que acarreta uma


redução na sua pressão devido à retirada de fluido.

2. Essa queda de pressão se transmite para a capa de gás que se


expande penetrando gradativamente na zona de óleo.

3. Ao mesmo tempo em que mantém elevada a pressão nessa zona,


o gás vai ocupando espaços que anteriormente eram ocupados pelo
óleo.

Nesse tipo de reservatório, inicialmente, só a zona de líquido deve ser


colocada em produção. Deve-se preservar a zona de gás, uma vez que
a mesma é principal fonte de energia para a produção dos fluidos da
zona de óleo. Os poços, se possível, não devem atingir a capa de gás
e a operação de canhoneio deve ser feita na base da estrutura.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Importante!
O tamanho relativo da capa de gás é da maior im-
portância para o desempenho do mecanismo. Quan-
to maior for o volume de gás da capa, quando com-
parado com o volume da zona de óleo, maior pode
ser a atuação da capa, que se traduz principalmente
pela manutenção da pressão em níveis altos durante
um tempo maior.

O fator de recuperação de um campo depende, entre outros aspectos,


de seu mecanismo de produção. Pode-se esperar, para campos que
tenham um mecanismo de capa de gás, fatores de recuperação entre
20% a 40% do óleo originalmente existente na formação.

As principais características do reservatório com mecanismo de capa 79


de gás são:

• Pressão decresce contínua e lentamente;

• RGO aumenta continuamente nos poços no alto da estrutura;

• Poços surgentes por longo tempo;

• Fator de recuperação de 20% a 40%;

• Pouca ou nenhuma produção de água;

• Recuperação pode ser influenciada pela vazão de produção.

2.6.3. Mecanismo de influxo de água

A ocorrência do mecanismo de influxo de água se dá a partir da


formação portadora de hidrocarbonetos, óleo ou gás, em contato
direto com uma grande acumulação de água que sob certos aspectos
atuam como um só corpo de rocha. Esses aqüíferos encontram-se
subjacentes ou ligados lateralmente ao reservatório.

CORPORATIVA
Alta Competência

Para a atuação desse mecanismo, é preciso que as alterações das


condições do reservatório causem alterações no aqüífero e vice-versa.
Essas influências do reservatório sobre o aqüífero e do aqüífero sobre
o reservatório só ocorrem se os dois estiverem intimamente ligados.

A ilustração, a seguir, apresenta esquematicamente um reservatório


de óleo com um aqüífero na sua parte inferior, ou seja, subjacente
à zona portadora de óleo encontra-se um corpo de rocha porosa e
permeável de grandes dimensões, saturada com água.

Zona de “Óleo”
80 Aquífero

água

Reservatório com mecanismo de influxo de água

A redução da pressão do reservatório, causada pela produção de


hidrocarbonetos, se manifesta no aqüífero após certo tempo. A
resposta do aqüífero a essa queda de pressão se dá através da
expansão da água contida nele e da redução de seu volume poroso.

A expansão da água, juntamente com a redução dos poros, resulta


numa invasão da zona de óleo pelo volume de água excedente do
aqüífero. Essa invasão, que recebe o nome de influxo de água, além
de manter a pressão elevada na zona de óleo, desloca este fluido
para os poços de produção.

Este processo é contínuo, ou seja, a queda de pressão na zona de óleo


causada pela produção desse fluido se transmite para o aqüífero,
que responde com uma nova invasão de água na zona de óleo,
acarretando a produção de mais óleo e assim por diante.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Neste tipo de mecanismo, a recuperação normalmente é alta, cerca de


30% a 50% do óleo originalmente existente, devido principalmente
ao fato da pressão permanecer alta durante mais tempo. Nos campos
com esse tipo de mecanismo os poços são, normalmente, canhoneados
no topo da estrutura.

As principais características do reservatório com mecanismo de influxo


de água são:

• Boa manutenção de pressão;

• RGO permanece constante;

• Poços surgentes até que a produção de água se torne


excessiva;

81
• Fator de recuperação de 30% a 50%;

• Produção de água começa cedo e cresce até valores bem


elevados;

• Recuperação final e normalmente influenciada pela vazão;

• Recomenda-se canhonear os poços no topo da estrutura.

2.6.4. Mecanismo combinado

Um reservatório de petróleo pode produzir devido ao efeito de


mais de um mecanismo sem que um exerça maior influência que
o outro. Nesta situação, diz-se que a produção é o resultado de
um mecanismo combinado. O comportamento desse reservatório
apresenta características de mecanismos diferentes de modo que
não se pode enquadrá-lo em um ou outro tipo. Na ilustração a
seguir um esquema representativo de um reservatório sujeito a um
mecanismo combinado.

CORPORATIVA
Alta Competência

X X

Capa de Gás
Zona de
“Óleo”
Aquífero

Reservatório com mecanismo combinado

2.7. Métodos de recuperação suplementar

Toda gota de petróleo é bem-vinda, principalmente quando os preços


do barril passam a justificar investimentos. Nesse sentido, torna-
se interessante investir na revitalização de campos considerados
maduros, ou seja, recuperar a produção de poços já explorados e de
82 pouca reserva de óleo, prolongando a vida útil dessas unidades.

Os avanços técnicos na modelagem geológica e na perfuração


permitem que seja retomada a intervenção em poços fechados
devolvendo viabilidade à produção por meio de:

• Recuperação terciária de petróleo;

• Estimulação, recompletação, tratamentos e perfilagem dos


poços;

• Aplicação de técnicas relacionadas à elevação do óleo, seu


escoamento em superfície e tratamento.

Todo reservatório de petróleo está associado a uma quantidade de


energia que depende das suas dimensões, do ambiente geológico no
qual está inserido, da natureza e das quantidades dos fluidos nele
contido. Qualquer que seja a natureza do mecanismo do reservatório,
o processo de produção é sempre decorrente da utilização gradual da
energia associada a ele. A redução da energia é causada pela própria
redução da massa de hidrocarbonetos existente nos poros das rochas
e pelas perdas ocasionadas das chamadas resistências viscosas, que
são esforços que se opõem ao deslocamento do fluido através do
meio poroso.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Os reservatórios, cujos mecanismos naturais são pouco eficientes e


retêm grandes quantidades de hidrocarbonetos, após a exaustão da
sua própria energia, são fortes candidatos a processos que visam à
obtenção de uma recuperação adicional. Esses processos são chamados
de métodos de recuperação suplementar.

A aplicação de um processo de recuperação suplementar é muito


mais ampla que a simples intervenção em alguns poços, ou seja, a
área de atuação é todo o reservatório, independente da simplicidade
ou complexidade do método que está sendo utilizado.

Alguns métodos de revitalização que ajudam no aumento da


recuperação de hidrocarbonetos em um campo de petróleo são:

• Injeção de água e/ou gás;

• Métodos especiais – térmicos, miscíveis e químicos. 83

2.7.1. Injeção de água e/ou gás

Baseadas na idéia de que as baixas recuperações eram resultados de


baixas pressões nos reservatórios, as primeiras experiências buscavam
fornecer pressão ao reservatório por meio da injeção de um fluido
cuja finalidade era deslocar o fluido residente no meio poroso e
ocupar o espaço deixado pelo mesmo.

Ao se injetar um fluido em um reservatório com o objetivo de


empurrar o óleo para fora dos poros da rocha, isto é, buscando-se um
comportamento puramente mecânico (tipo um pistão), tem-se um
processo classificado como método convencional de recuperação.

Esse comportamento "mecânico", isto é, sem qualquer interação


de natureza química ou termodinâmica entre os fluidos entre si ou
entre os fluidos e a rocha, é o que se espera obter ao se injetar água
ou ao se submeter o reservatório a um processo convencional de
injeção de gás. Em outras palavras, não se espera que os fluidos se
misturem entre si ou interfiram na rocha-reservatório. Nos processos
convencionais de recuperação, utilizam-se a água e o gás natural
como fluidos de injeção.

CORPORATIVA
Alta Competência

A água de injeção pode ter quatro origens diferentes:

• Água subterrânea, coletada em mananciais de subsuperfície


por meio de poços perfurados para este fim;

• Água de superfície, coletada em rios, lagos etc.

• Água do mar;

• Água produzida, isto é, a água que vem associada à produção


de petróleo.

Normalmente, a água, antes de ser injetada deve ser submetida a um


tratamento, de modo a torná-la mais compatível à rocha reservatório,
aos fluidos existentes na mesma e à coluna de produção.
84

Zona de “Óleo”

água

Reservatório com injeção de água na base da estrutura

Nos projetos de injeção de gás natural, este pode ser injetado com a
mesma composição com a qual é produzido ou após ser submetido a
um processo de retirada dos seus componentes mais pesados, quando
passa a ser chamado de gás pobre ou gás seco. Esses componentes
mais pesados são separados devido ao seu maior valor comercial.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Gás

Zona de “Óleo”

Reservatório com injeção de gás no alto da estrutura

Dentro da tecnologia dos métodos convencionais de recuperação


existe uma grande diversidade na maneira de se executar a injeção de
um fluido. A opção por um dos diversos sistemas deve ser pautada pela
observância de diversos aspectos determinantes da sua viabilidade
técnica e econômica. 85

2.7.2. Métodos especiais de recuperação

Como nem sempre o aspecto mais crítico do fluxo dos fluidos nos
meios porosos é a baixa pressão, a simples injeção de fluidos para
deslocar outros fluidos nem sempre resulta em sucesso. As baixas
recuperações resultantes de um processo convencional de injeção de
fluidos podem ser creditadas, basicamente, a dois aspectos principais:
alta viscosidade do óleo do reservatório e elevadas tensões de
natureza eletroquímica (chamadas tensões interfaciais) entre o fluido
injetado e o óleo e a rocha, responsável pela retenção de óleo nos
poros da rocha (altas saturações de óleo residual). Esses dois aspectos
definem os pontos principais da eficiência de um método especial de
recuperação.

Os métodos especiais se agrupam em três categorias, de acordo com


a natureza e o objetivo do processo. São eles: os métodos térmicos,
os métodos miscíveis e os métodos químicos.

O objetivo principal dos métodos térmicos é a redução da viscosidade


do óleo através do aquecimento do reservatório. Dentre as várias
formas de aquecimento, o modo mais conhecido é a injeção de vapor.

CORPORATIVA
Alta Competência

Os métodos químicos, com exceção da injeção de polímeros, também


tratam da viscosidade dos fluidos e, juntamente com os métodos
miscíveis, atuam nas citadas tensões interfaciais.

Existem ainda outros processos que têm sido pesquisados mais


recentemente e que não se enquadram em nenhuma das três
categorias citadas. É o caso da recuperação microbiológica ou ainda
a que usa ondas eletromagnéticas. É interessante lembrar que a
classificação aqui citada não é única e que existem alguns processos
que poderiam estar incluídos em uma ou outra categoria.

2.8. Efeitos e ocorrências em reservatórios

A produção de petróleo produz efeitos e ocorrências que devem ser


tratadas ao longo do projeto de exploração de campos petrolíferos.
Esses efeitos e ocorrências produzem alterações no perfil de
86 produção do campo podendo, em alguns casos, até inviabilizá-lo
comercialmente.

Veremos agora alguns desses efeitos e ocorrências e suas


características básicas.

2.8.1. Produção de areia

A produção de areia em poços é alvo de constantes estudos da


Petrobras. Um dos maiores desafios na exploração comercial de
acumulações de óleos pesados, que representam a maior parte do
óleo explorado pela Petrobras no Brasil, é o controle da produção
de areia em poços de grande extensão, na etapa da elevação da
produção até a superfície.

A produção de partículas durante a produção de fluídos de uma


rocha reservatório é designada por produção de areia. A produção
de areia ou produção de sólidos, referenciada normalmente a
arenitos inconsolidados (ditos também friáveis), engloba, além
desses materiais, rochas como calcário e arenitos de resistência
média a elevada, também suscetíveis a esse fenômeno. Os principais
problemas encontrados na produção de areia são:

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

• Deposição de areia no interior do poço, encobrindo os


canhoneados, ou formação de “bridge” na coluna de produção,
reduzindo ou até mesmo causando a interrupção do fluxo;

• Erosão de equipamentos de superfície (linhas, chokes / bean,


etc.) e de subsuperfície (DHSV, mandris de gás lift, bean etc.);

• Acumulação de areia nos equipamentos de superfície; criação de


grandes vazios por trás do revestimento, onde desmoronamentos
poderão causar redução drástica da permeabilidade nas
imediações do poço ou colapso do próprio revestimento.

A condição primordial para a identificação de formações friáveis é a


definição de seu modelo de deposição geológico. Este conhecimento
auxiliará posteriormente na escolha da melhor técnica de contenção
de areia a ser adotada para o reservatório em análise.
87
A “friabilidade ” de um arenito está diretamente relacionada às
forças de compactação, ao tipo de cimentação e a dissolução dos
grãos nos pontos de contato. A cimentação é o fator preponderante
na determinação da consolidação de um arenito (daí o termo arenitos
inconsolidados). Os agentes cimentantes mais comuns são o quartzo, a
calcita (carbonato de cálcio) e a dolomita (carbonato de magnésio).

Considerando que esses agentes cimentantes reduzem a porosidade


e a permeabilidade pelo preenchimento dos poros da rocha, pode-se
deduzir que formações confinadas em ambientes com baixa geração
de minerais cimentantes, comumente resultarão em reservatórios
de alta permeabilidade. Em função disso, se esses reservatórios, por
um lado, possuem grande potencial para produção de óleo e gás,
também o tem para a produção de areia.

Diante da necessidade de se minimizar a níveis toleráveis a produção


de areia, um mecanismo de controle deverá ser utilizado. Esses
mecanismos atuam diretamente nos parâmetros de produção do
poço ou diretamente na produção de areia. O controle feito sobre os
parâmetros de produção consiste em manipular o drawdown (diferença
entre a pressão no poço e a pressão no reservatório) e a taxa de
produção. O segundo tipo de controle é efetuado por técnicas como:

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Alta Competência

• Gravel packing;

• Consolidação química;

• Pré–consolidação da formação;

• Seleção das perfurações;

• Frac-pack.

Dessas técnicas, provavelmente a mais utilizada é o gravel packing,


que consiste na utilização de um filtro sólido granular para impedir a
produção de grãos na formação.

A consolidação química promove um aumento na resistência da


88 formação pela injeção de resina. Todavia, leva a uma redução da
permeabilidade da formação e, conseqüentemente, uma redução da
produção do poço.

O frac-pack é uma técnica adequada para reservatórios onde a taxa


de produção de óleo é elevada, cuja convergência do fluxo radial
pode se tornar um agravante para a produção de sólidos. O método
consiste na criação de uma pequena fratura condutora, cuja função é
transformar o fluxo radial em fluxo linear através do poço, reduzindo
o gradiente de pressão.

2.8.2. Fingering e cone d’água

O aparecimento de água é normal após certo de tempo de produção


em um reservatório com influxo de água ou que esteja submetido ao
método de recuperação suplementar por injeção de água. Quando
há a variação de permeabilidade horizontal ao longo do intervalo
produtor, esse problema se torna mais complexo devido ao avanço
diferencial da água, conhecido como fingering, conforme apresentado
na ilustração a seguir.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

Fingering

Reservatório com óleo


Cone de
água
Reservatório com água

Exemplo de formação de cone de água e fingering

O cone de água é um movimento essencialmente vertical da água


na formação. Não ultrapassa barreiras pouco permeáveis e ocorre
normalmente em pequenas distâncias.

Tanto o cone de água quanto o fingering são fenômenos altamente


agravados pela produção com elevada vazão. Quando a elevada razão
89
água-óleo não é em razão desses dois fenômenos, pode-se suspeitar
ou de dano no revestimento ou de fraturas mal direcionadas na
formação.

2.8.3. Danos à formação

As condições de fluxo na vizinhança do poço podem estar alteradas


por diversas razões. Por exemplo, a invasão de filtrado do fluido de
perfuração na formação pode concorrer para que a permeabilidade
na zona invadida seja menor que a original. O dano se comporta
como uma perda de carga localizada na parede do poço e contribui
para que a produtividade seja reduzida. A queda de pressão adicional
devido ao dano depende da sua severidade e da vazão do poço.

Basicamente, o dano de formação ocorre devido a um dos seguintes


fatores:

• Redução da permeabilidade absoluta da formação, causada


pelo tamponamento dos canais de fluxo por sólidos em suspensão
ou inchamento de argilas;

• Redução da permeabilidade relativa ao óleo, por causa do


aumento da saturação de água ou gás;

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• Aumento da viscosidade do óleo por parafinação, formação


de emulsões etc.

Representação de dano de formação

Na ilustração anterior, k representa a permeabilidade do reservatório,


ka a permeabilidade da região alterada, rw o raio do poço e ra raio de
90 dano na formação.

Fatores mecânicos ou mesmo geológicos, tais como penetração


parcial da zona produtora, canhoneio indevido, fluxo turbulento,
redução da espessura permeável ou quaisquer outras anomalias que
impliquem em redução da produtividade, são também normalmente
classificados como dano de formação (dano positivo). Muitas vezes,
as causas do dano de formação não se tornam conhecidas, mas seus
efeitos são evidenciados através de testes realizados nos poços.

Pode também ocorrer da condição de fluxo na região alterada ser


melhor que a original, resutando na melhoria da produtividade.
Neste caso, diz-se que o poço está estimulado (dano negativo).

A identificação e a quantificação do dano são importantes para se


decidir sobre a necessidade e a viabilidade de se estimular o poço,
pois são operações que normalmente envolvem altos investimentos.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

2.9. Exercícios

1) Assinale com X a afirmativa correta:

Porosidade é:

( ) Propriedade que indica magnitude do volume poroso em


uma rocha.
( ) Percentual do volume poroso ocupado por um determina-
do fluido.
( ) Percentual de argila contida numa rocha.
( ) Propriedade que mede a capacidade da rocha de se deixar
atravessar por fluidos.
( ) Quociente entre a variação fracional de volume e a variação
de pressão.

2) Assinale a única alternativa falsa no que diz respeito ao conceito


91
de permeabilidade. Justifique sua escolha.

( ) Define-se permeabilidade como sendo a medida da capaci-


dade de uma rocha em permitir o fluxo de fluidos.
( ) Para se constituir em um bom reservatório, uma rocha deve
ter essencialmente permeabilidade, não necessitando apre-
sentar porosidade.
( ) Em linhas gerais, os reservatórios cuja permeabilidade se
apresenta no intervalo de 1 – 10 mD são considerados de
baixa permeabilidade.
( ) A permeabilidade tem por símbolo a letra “k”, e a sua uni-
dade de medida mais utilizada é o Darcy (D). Como o Darcy
(D) é uma unidade muito grande, usa-se mais comumente o
submúltiplo “milidarcy”, cujo símbolo é “mD”.
( ) Quanto mais cheios de estrangulamentos, estreitos e tortu-
osos forem os canais porosos, maior será o grau de dificul-
dade para os fluidos se moverem no seu interior.

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3) Relacione a primeira coluna de acordo com os conceitos da segunda.

Propriedades Conceitos
( ) É a propriedade que mede a com-
posição e distribuição de compos-
tos argilosos no interior de uma
rocha. A presença de argilas im-
plica em importantes alterações
nas características das rochas-
reservatórios, daí a importância
dessa propriedade.
( ) É a medida da capacidade de
uma rocha em permitir o fluxo
de fluidos.
( a ) Compressibilidade
( ) É a propriedade que mede e estu-
da os efeitos da variação fracio-
( b ) Permeabilidade
nal do volume com a variação da
92
( c ) Argilosidade pressão. Em geral, a compressi-
bilidade da formação é bastante
( d ) Mobilidade pequena, da ordem de 10-6 atm-1.
( ) É a propriedade que mede a rela-
ção entre a permeabilidade rela-
tiva de um fluido e a sua viscosi-
dade, isto é, fornece uma medida
do quão móvel é o fluido dentro
do reservatório. Em linhas gerais,
quanto maior a saturação de um
fluido dentro de um reservatório,
maior é a sua permeabilidade rela-
tiva e, por conseguinte, a sua mo-
bilidade dentro do reservatório.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

4) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas


falsas no que diz respeito aos reservatórios.

( ) Dependendo da composição e das condições de pressão e


temperatura, uma acumulação de petróleo pode se apre-
sentar totalmente líquida, totalmente gasosa ou ainda com
uma parte líquida e uma parte gasosa em equilíbrio.
( ) De uma maneira simplificada, as acumulações podem ser
separadas em reservatórios de óleo e reservatórios de gás,
caso a sua temperatura seja menor ou maior que a tempe-
ratura crítica da mistura.
( ) A classificação, de certa forma, vai estar condicionada à
temperatura que a mistura estará sujeita nos equipamen-
tos de separação na superfície.
( ) Chama-se reservatório de gás a jazida de petróleo que con-
tém uma mistura de hidrocarbonetos que se encontra no
estado gasoso nas condições de reservatório. 93
( ) É bastante comum chamar de reservatório de óleo as for-
mações portadoras de misturas líquidas.

5) Responda os itens a seguir.

a) O que são as pressões representativas de um reservatório?


Quais são elas?

____________________________________________________________
____________________________________________________________
______________________________________________________________

b) A pressão estática do reservatório corresponde a que tipo de


pressão?

______________________________________________________________

c) Como se pode determinar a pressão estática de um reservatório?

______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_______________________________________________________________

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6) O que é o IP e como se determina o seu valor?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

7) Complete as lacunas no que diz respeito aos indicadores de pro-


dução.

a) É a relação entre a vazão total de gás e a vazão total de líqui-


dos (volume total de óleo + volume total de água), ambas medi-
das nas condições padrão em superfície.______

b) É a relação entre a vazão de gás e a vazão de óleo, ambas me-


didas nas condições padrão em superfície. ______

94 c) Quociente entre a vazão de água mais os sedimentos que estão


sendo produzidos e a vazão total de líquidos e sedimentos, medi-
dos também nas condições padrão em superfície. ______

d) É a relação entre a vazão de água e a vazão de óleo, ambas


medidas nas condições padrão em superfície. ______

BSW RAO RGL RGO

8) Assinale com um X o que será pedido a seguir.

a) Dentre os mecanismos de produção de um reservatório de pe-


tróleo, assinale a que não corresponde a um desses mecanismos:

( ) Capa de água

( ) Gás em solução

( ) Capa de gás

( ) Influxo de água

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

b) Assinale a alternativa em que o mecanismo de produção do


reservatório apresenta as características de boa manutenção de
pressão, RGO permanecendo constante e um fator de recupera-
ção de 30 a 50%.

( ) Gás em solução

( ) Influxo de água

( ) Capa de gás

( ) Capa de água.

9) O que são métodos de recuperação suplementar? Diferencie os


métodos convencionais dos métodos especiais, exemplificando cada
um deles.

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 95
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________

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10) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas


falsas.

( ) De uma maneira geral, qualquer insumo de água pode ser


utilizado no método de recuperação suplementar por inje-
ção de água, desde que a água seja devidamente tratada
de forma a se adequar à rocha reservatório e aos fluidos
existentes na mesma.
( ) Os métodos especiais de recuperação suplementar atuam
em aspectos importantes como a viscosidade dos fluidos no
reservatório bem como as tensões de natureza eletroquími-
ca, que influenciam nas saturações residuais dos fluidos.
( ) A consolidação química promove um aumento na resistên-
cia da formação pela injeção de resina, todavia leva a um
aumento da permeabilidade da formação e conseqüente-
mente um aumento da produção do poço.
96 ( ) O dano se comporta como uma perda de carga localizada
na parede do poço e contribui para que a produtividade do
poço seja reduzida.
( ) A identificação e quantificação do dano são importantes
para se decidir sobre a necessidade e a viabilidade de se es-
timular o poço, pois são operações que normalmente envol-
vem altos investimentos.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

2.10. Glossário
Bean - nome dado a válvula de abertura regulável em campos terrestres.

Bridge - tampão, tamponar, obliterar.

BSW - (Basic Sediments and Water) - segundo definição da ANP, é a porcentagem


de água e sedimentos em relação ao volume total do fluido produzido.

Calcita - mineral composto por carbonato de cálcio (CaCO3).

Canhoneado - orifício resultante de um disparo de canhão com a finalidade de


comunicar um poço revestido com o reservatório.

Centipoise (cp) - centésimo do poise, unidade de medida de viscosidade igual a 1


dina-segundo/cm2.

Depleção - redução de qualquer matéria armazenada no corpo. É quando se retira


fluido do reservatório e não se injeta fluido suficiente para manter a pressão
original do reservatório.
97
Dolomita ou dolomite - mineral de carbonato de cálcio e magnésio, muito
abundante na natureza na forma de rochas dolomíticas, utilizado como fonte de
magnésio e também na fabricação de materiais refratários.

DHSV (Down Hole Safety Valve) - dispositivo de segurança de subsuperfície


fabricado pela Baker Hughes.

Fratura - superfície ao longo da qual ocorre a ruptura de uma rocha.

Gas-lift - método de elevação artificial do petróleo, assim como os diversos tipos de


bombeio. Consiste na injeção de gás sob pressão na coluna de produção por meio
de válvulas situadas próximas ao intervalo produtor. O gás se mistura ao petróleo,
diminuindo sua densidade média, fazendo com que a pressão do reservatório seja
suficiente para elevar o petróleo até a superfície.

IP - Índice de Produtividade.

LGN - líquido do gás natural.

Mandril - dispositivo ou acessório instalado na coluna de produção para


posicionamento de equipamentos ou conexão e desconexão da coluna.

Poços surgentes - poços onde os fluidos produzidos alcançam livremente a


superfície por elevação natural, ou seja, sem que seja necessária a utilização de
meios artificiais.

Polímeros - compostos formados pela aglomeração de inúmeras moléculas


fundamentais.

CORPORATIVA
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RAO - Razão Água-Óleo.

RGL - Razão Gás-Líquido.

Rocha-reservatório - rocha porosa com capacidade de armazenar líquidos e gases.

RGO - Razão Gás-Óleo

Temperatura crítica - temperatura acima da qual um gás real não pode ser liquefeito
por compressão, mantendo-se à temperatura constante.

98

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

2.11. Bibliografia
CALDERON, Agostinho. Apostila do Curso de Formação de Engenharia de Petróleo
– Controle de Areia. Universidade Petrobras, Salvador – BA, 2006.

Exploração e Produção. Espaço Conhecer Petrobras. Disponível em: <http://www2.


petrobras.com.br/espacoconhecer/sobrepetroleo/ExploracaoProducao.asp>.
Acesso em: 24 abri 2008.

GUIMARÃES, Marcus Moretzsohn. Sayd, Alexandre. Barros, Maria Eliana de.


Apostila do curso de Noções de Reservatórios – UN-BC. Petrobras, 2002.

MORETZSOHN, Marcus. Notas de aula – Noções de Geologia. Petrobras.

ROSA, Adalberto José, Carvalho, Renato de Souza, Xavier, José Augusto Daniel.
Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Editora Interciência, Rio de Janeiro,
2006.

SILVESTRE, Jose Roberto. Dissertação de mestrado. Análise numérica de poços de


petróleo com relevância à produção de areia. Pontifícia Universidade Católica
do rio de janeiro - PUC-RIO. Rio de Janeiro, 2004. 99

THOMAS, José Eduardo. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Editora


Interciência, Rio de Janeiro, 2001.

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2.12. Gabarito
1) Assinale com X a afirmativa correta:

Porosidade é:

( X ) Propriedade que indica magnitude do volume poroso em uma rocha.

( ) Percentual do volume poroso ocupado por um determinado fluido.

( ) Percentual de argila contida numa rocha.

( ) Propriedade que mede a capacidade da rocha de se deixar atravessar por fluidos.

( ) Quociente entre a variação fracional de volume e a variação de pressão.

2) Assinale a única alternativa falsa no que diz respeito ao conceito de


permeabilidade. Justifique sua escolha.

( ) Define-se permeabilidade como sendo a medida da capacidade de uma


rocha em permitir o fluxo de fluidos.
( X ) Para se constituir em um bom reservatório, uma rocha deve ter essencialmente
permeabilidade, não necessitando apresentar porosidade.
100
Justificativa: a porosidade é necessária, pois a movimentação no reservatório
acontece com os fluidos passando sucessivamente por diversos poros até
chegar aos poços produtores.
( ) Em linhas gerais, os reservatórios cuja permeabilidade se apresenta no
intervalo de 1 – 10 mD são considerados de baixa permeabilidade.
( ) A permeabilidade tem por símbolo a letra “k”, e a sua unidade de medida
mais utilizada é o Darcy (D). Como o Darcy (D) é uma unidade muito grande,
usa-se mais comumente o submúltiplo “milidarcy”, cujo símbolo é “mD”.
( ) Quanto mais cheios de estrangulamentos, estreitos e tortuosos forem os
canais porosos, maior será o grau de dificuldade para os fluidos se moverem
no seu interior.

CORPORATIVA
Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

3) Relacione a primeira coluna de acordo com os conceitos da segunda.

Propriedades Conceitos
(c) É a propriedade que mede a composição e
distribuição de compostos argilosos no interior
de uma rocha. A presença de argilas implica em
importantes alterações nas características das
rochas-reservatórios, daí a importância dessa
propriedade.
(b) É a medida da capacidade de uma rocha em
permitir o fluxo de fluidos.
( a ) Compressibilidade
(a) É a propriedade que mede e estuda os efeitos
( b ) Permeabilidade da variação fracional do volume com a variação
da pressão. Em geral, a compressibilidade da
( c ) Argilosidade formação é bastante pequena, da ordem de 10-6
atm-1.
( d ) Mobilidade
(d) É a propriedade que mede a relação entre a
permeabilidade relativa de um fluido e a sua
viscosidade, isto é, fornece uma medida do quão
móvel é o fluido dentro do reservatório. Em
linhas gerais, quanto maior a saturação de um
fluido dentro de um reservatório, maior é a sua
101
permeabilidade relativa e, por conseguinte, a
sua mobilidade dentro do reservatório.

4) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas no que


diz respeito aos reservatórios.

( V ) Dependendo da composição e das condições de pressão e temperatura,


uma acumulação de petróleo pode se apresentar totalmente líquida,
totalmente gasosa ou ainda com uma parte líquida e uma parte gasosa em
equilíbrio.
( V ) De uma maneira simplificada, as acumulações podem ser separadas em
reservatórios de óleo e reservatórios de gás, caso a sua temperatura seja
menor ou maior que a temperatura crítica da mistura.
(F) A classificação, de certa forma, vai estar condicionada à temperatura que a
mistura estará sujeita nos equipamentos de separação na superfície.
Justificativa: à temperatura e à pressão.
( V ) Chama-se reservatório de gás a jazida de petróleo que contém uma mistura
de hidrocarbonetos que se encontra no estado gasoso nas condições de
reservatório.
( V ) É bastante comum chamar de reservatório de óleo as formações portadoras
de misturas líquidas.

5) Responda os itens a seguir.

a) O que são as pressões representativas de um reservatório? Quais são elas?

São variáveis que auxiliam na definição de estratégias, cenário de operação e


recuperação de cada campo de petróleo. As pressões representativas utilizadas
nessas definições são: pressão estática e pressão de saturação.

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b) A pressão estática do reservatório corresponde a que tipo de pressão?

À pressão que os fluidos do reservatório estão confinados dentro dos poros


da rocha.

c) Como se pode determinar a pressão estática de um reservatório?

A pressão estática geralmente é determinada em testes de crescimento de pressão.


Quando o poço está em regime de fluxo constante q, há um diferencial de pressão
no fundo do poço dado por Pestática – Pfluxo no fundo. Ao se fechar o poço, o
fluxo na coluna de produção cessa e o diferencial de pressão entre a formação
e o fundo do poço (Pestática – Pfluxo no fundo) tende a zero, determinando-se,
portanto, a pressão estática.

6) O que é o IP e como se determina o seu valor?

O índice de produtividade (IP) é uma medida da capacidade de fluxo de um poço de


produção e é função da vazão utilizada nos testes de produção, da pressão estática
(ou média) do reservatório e da pressão de fluxo no fundo do poço. O valor do IP é
determinado na prática efetuando-se um teste de produção com vazão constante,
medindo-se a correspondente pressão de fluxo no fundo do poço (PWF).

7) Complete as lacunas no que diz respeito aos indicadores de produção.

a) É a relação entre a vazão total de gás e a vazão total de líquidos (volume


102
total de óleo + volume total de água), ambas medidas nas condições padrão em
superfície.
RGL
b) É a relação entre a vazão de gás e a vazão de óleo, ambas medidas nas condições
padrão em superfície.
RGO

c) Quociente entre a vazão de água mais os sedimentos que estão sendo produzidos
e a vazão total de líquidos e sedimentos, medidos também nas condições padrão
em superfície.
BSW

d) É a relação entre a vazão de água e a vazão de óleo, ambas medidas nas condições
padrão em superfície.
RAO

BSW RAO RGL RGO

8) Assinale com um X o que será pedido a seguir.

a) Dentre os mecanismos de produção de um reservatório de petróleo, assinale


com a que não corresponde a um desses mecanismos:

( X ) Capa de água

( ) Gás em solução

( ) Capa de gás

( ) Influxo de água

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Capítulo 2. Noções de reservatórios de petróleo

b) Assinale a alternativa em que o mecanismo de produção do reservatório


apresenta as características de boa manutenção de pressão, RGO permanecendo
constante e um fator de recuperação de 30 a 50%.

( ) Gás em solução

( X ) Influxo de água

( ) Capa de gás

( ) Capa de água.

9) O que são métodos de recuperação suplementar? Diferencie os métodos


convencionais dos métodos especiais, exemplificando cada um deles.

Métodos de recuperação suplementar são processos que visam à obtenção de uma


recuperação adicional de hidrocarbonetos do reservatório.

Os métodos podem ser divididos em convencionais e especiais.

Os métodos convencionais são os mais utilizados na indústria de petróleo e


exemplos desse tipo de método são a injeção de água e injeção de gás.

Já os métodos especiais podem ser métodos térmicos, químicos e miscíveis e como


exemplos poderiam ser citados a injeção de vapor, injeção de polímeros, injeção
de CO2. 103
10) Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.

(V) De uma maneira geral, qualquer insumo de água pode ser utilizado no
método de recuperação suplementar por injeção de água, desde que a
água seja devidamente tratada de forma a se adequar à rocha reservatório
e aos fluidos existentes na mesma.
(V) Os métodos especiais de recuperação suplementar atuam em aspectos
importantes como a viscosidade dos fluidos no reservatório bem como
as tensões de natureza eletroquímica, que influenciam nas saturações
residuais dos fluidos.
(F) A consolidação química promove um aumento na resistência da formação
pela injeção de resina, todavia leva a um aumento da permeabilidade da
formação e conseqüentemente um aumento da produção do poço.
Justificativa: a consolidação química promove um aumento na resistência
da formação pela injeção de resina, todavia, leva a uma redução da
permeabilidade da formação e, conseqüentemente, uma redução da
produção do poço.
(V) O dano se comporta como uma perda de carga localizada na parede do
poço e contribui para que a produtividade do poço seja reduzida.
(V) A identificação e quantificação do dano são importantes para se decidir
sobre a necessidade e a viabilidade de se estimular o poço, pois são
operações que normalmente envolvem altos investimentos.

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