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UNIDADE III

Farmacologia

Prof. Juliano Guerreiro


Fármacos que atuam no sistema endócrino

 Definição: o sistema endócrino é responsável pela manutenção de homeostasia do


organismo e realiza essa função por meio de uma porção de glândulas que secretam
hormônios diretamente no sistema circulatório para serem transportados para órgãos-alvo
distantes. O fenômeno dos processos bioquímicos que servem para regular tecidos distantes
por meio de secreções diretamente no sistema circulatório é chamado de sinalização
endócrina. As principais glândulas endócrinas incluem glândula pineal, glândula
pituitária, pâncreas, ovários, testículos, glândula tireoide, glândula paratireoide
e glândulas suprarrenais.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Hipotálamo
Hipófise

Tireoide
Tireoide
Paratireoide
Timo
Adrenal

Pâncreas

Ovário (mulher)

Testículo (homem)

Fonte: Adaptado de: Livro-texto.


Fármacos que atuam no sistema endócrino

 Osteoporose: a osteoporose é uma doença que leva ao aumento da fraqueza óssea e ao


aumento do risco de fratura óssea. É a razão mais comum de fraturas entre os idosos. Os
ossos mais susceptíveis à fratura, normalmente, são os ossos das coluna vertebral, os ossos
do antebraço e o quadril. A osteoporose é assintomática e, normalmente, diagnosticada após
a fratura óssea.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

 Bisfosfonatos: alendronato, risedronato, ibandronato e ácido zoledrônico. Esses fármacos


são capazes de diminuir a reabsorção osteoclástica do osso por meio de vários mecanismos,
entre eles a diminuição da formação e ativação osteoclástica, aumento da apoptose
osteoclástica. Essas ações resultam em um pequeno e gradual ganho de massa óssea, pois
os osteoblastos não são inibidos pelos bisfosfonatos. São utilizados para tratamento de
distúrbios do remodelamento ósseo, como a osteoporose. Também são indicados para
tratamento da doença de Paget, no tratamento de metástases ósseas e hipercalcemia dos
tumores. Efeitos adversos: diarreia, dor abdominal e dor musculoesquelética. Podem, às
vezes, induzir à esofagite e úlceras esofágicas.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

 Raloxifeno: modulador seletivo do receptor de estrógeno. Indicado na prevenção ou no


tratamento da osteoporose em mulheres pós-menopausa. Por apresentar baixo risco de
câncer de mama e tromboembolismo pulmonar pode ser indicado como alternativa para
reposição hormonal pós-menopausa.

 Teriparatida: porção do parato-hormônio. Esse hormônio administrado continuamente leva à


dissolução do osso; contudo se administrado subcutâneo uma vez ao dia produz o efeito de
síntese óssea. Isso se deve ao fato de aumentar a atividade do osteoblasto sem afetar a
atividade dos osteoclastos. Aumenta, assim, a densidade óssea espinhal e diminui o risco de
fraturas vertebrais, sendo o único fármaco que estimula a formação óssea.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

 Denosumabe: é um anticorpo monoclonal que bloqueia a ativação osteoclástica; indicado


para o tratamento de osteoporose em mulheres pós-menopausa e com alto risco de fraturas.
Efeitos adversos: aumento do risco de infecções, tumores secundários, hipocalcemia e
reações dermatológicas.
Tratamento farmacológico da obesidade

 Obesidade: a obesidade é uma patologia caracterizada pelo excesso de gordura corporal


acumulada na medida em que pode ter um efeito maléfico ao organismo. As pessoas são,
geralmente, consideradas obesas quando seu índice de massa corporal (IMC), uma medida
obtida pela divisão do peso de uma pessoa pelo quadrado da altura da pessoa, é superior a
30 kg/m2, sendo a faixa de 25-30 kg/m2 definida como sobrepeso.
Tratamento farmacológico da obesidade

 Anorexígenos: fentermina e sibutramina. Esses fármacos promovem um aumento na


liberação de norepinefrina e de dopamina no sistema nervoso central e inibem a receptação
desses neurotransmissores, sendo supressores de apetites. Efeitos adversos: dependência
química e psíquica, xerostalmia, cefaleia, insônia e constipação. Podem afetar também o
sistema cardiovascular, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.

 Orlistate: inibidor das lipases gástricas e pancreática. Efeitos adversos: sintomas


gastrointestinais, como manchas oleosas, flatulência com evacuação, urgência fecal e maior
defecação. Interfere na absorção das vitaminas A, D, E K e fármacos como a levotiroxina
e amiodarona.
Tratamento farmacológico dos distúrbios da tireoide

Os distúrbios envolvendo a tireoide afetam a função da glândula (o órgão endócrino encontrado


na frente do pescoço). Os principais distúrbios tireoidianos são:

1. Hipotireoidismo (baixa função) causado por não ter hormônios tireoideianos suficientes.

2. Hipertireoidismo (alta função) causado por ter excesso de hormônios da tireoide.

3. Anormalidades estruturais que levam ao aumento da glândula tireoide.

4. Tumores que podem ser benignos ou malignos.


Tratamento farmacológico dos distúrbios da tireoide

 O hipotireoidismo, em geral, resulta da destruição autoimune da glândula e é diagnosticado


pelo alto nível de TSH. Ele é tratado com a levotiroxina (T4). O fármaco é administrado uma
vez ao dia devido à sua longa meia-vida. O estado de equilíbrio é alcançado em 8 semanas.
A toxicidade depende dos níveis de T4 e se manifesta por nervosismo, palpitações cardíacas
e taquicardia, intolerância ao calor e perda inexplicada de massa corporal.
Tratamento farmacológico dos distúrbios da tireoide

 Propiltiouracil: inibidor da síntese dos hormônios tireoidianos. Também age inibindo a


conversão de T4 em T3. Efeitos adversos: agranulocitose, urticárias e edema.

 Propranolol: bloqueador não seletivo dos receptores beta adrenérgicos. Indicação: crise
tireoidea. Essa condição apresenta sintomas extremos de hipertireoidismo e os beta
bloqueadores são indicados para controlar a estimulação simpática generalizada que ocorre
nessa crise.

 Iodeto: inibe a iodinação das tirosinas durante a síntese dos


hormônios tireoidianos, mas esse efeito dura poucos dias.
Inibe a liberação dos hormônios da tiroglobulina por
mecanismos ainda desconhecidos.
Interatividade

Qual das alternativas descreve melhor o efeito do propiltiouracil na produção


do hormônio tireoideo?

a) Bloqueia a liberação de hormônio liberador de tirotropina.


b) Inibe a receptação de iodeto pelas células tireoideas.
c) Previne a liberação de hormônio tireoideo da tiroglobulina.
d) Bloqueia a iodinação e o acoplamento das tirosinas em tireoglobulina para formar os
hormônios tireoideos.
e) Bloqueia a liberação do hormônio da glândula tireoide.
Resposta

Qual das alternativas descreve melhor o efeito do propiltiouracil na produção


do hormônio tireoideo?

a) Bloqueia a liberação de hormônio liberador de tirotropina.


b) Inibe a receptação de iodeto pelas células tireoideas.
c) Previne a liberação de hormônio tireoideo da tiroglobulina.
d) Bloqueia a iodinação e o acoplamento das tirosinas em tireoglobulina para formar os
hormônios tireoideos.
e) Bloqueia a liberação do hormônio da glândula tireoide.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

 O diabetes mellitus (DM) é um conjunto de doenças metabólicas que apresentam como


característica principal hiperglicemia por longos períodos. Os sintomas da hiperglicemia
incluem micção frequente (poliúria), aumento da sede e aumento da fome. Se não for
tratada, o diabetes pode causar muitas complicações, entre elas: as complicações agudas da
cetoacidose diabética, com a hiperosmolar não cetótica ou morte.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Insulinoterapia:
Tabela 1 – Distribuição do tempo de ação das preparações insulínicas
de acordo com o tipo de insulina, início, pico e duração da ação.

Tipo de
Ação Início Pico Duração
insulina

Regular ou
Fonte: Adaptado de: COSTA, A.A; Rápida 30-60 min 2-4 h 6-7 h
cristalina
ALMEIDA NETO, J.S. Manual de diabetes:
alimentação, medicamentos, exercícios. 2
ed. São Paulo: Sarvier, 1998. p. 52.
Ultrarrápida LISPRO 1-5 min 1/2-2,5 h 3-4 h

NPH 1-3 h 8-12 h 20-24 h


Intermediária
Lenta 1-3 h 8-12 h 20-24 h

Lenta Ultralenta 4-6 h 12-16 h 24-36 h


Fármacos que atuam no sistema endócrino

Hipoglicemiantes orais:

 Secretagogos de insulina (sulfonilureias): glibenclamida, glipizida e a glimepirida. São


bloqueadores de canais de K+ sensíveis ao ATP. Essa inibição leva à despolarização das
membranas das células beta pancreáticas, o que resulta em aumento da exocitose da
insulina. Além disso, reduz a produção de glicose pela gliconeogênese hepática e aumenta a
sensibilidade periférica à insulina; são recomendados para diabetes tipo 2 e gestacional.
Efeitos adversos: aumento de massa corpórea, hiperinsulinemia e hipoglicemia. Devem ser
administrados com cautela a pacientes com insuficiência hepática e renal.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Hipoglicemiantes orais:

 Biguanidas: metformina. Reduzem do débito hepático e glicose, inibindo a gliconeogênese


hepática. Retarda a absorção intestinal de glicose e melhora sua captação e uso periférico.
Também é capaz de diminuir modestamente a hiperlipidemia. Geralmente esses efeitos são
sentidos após 8 semanas de uso. Há redução de massa corporal por inibição do apetite; é o
fármaco de primeira escolha para pacientes que iniciam o tratamento de diabetes tipo 2.
Efeitos adversos: distúrbios gastrointestinais. É contraindicada para pacientes com doenças
hepáticas e renais, infartos cardíacos, insuficiência cardíaca congestiva e infecção grave. A
longo prazo, interfere na absorção da vitamina B12.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Hipoglicemiantes orais:

 Glitazonas: pioglitazona. São potencializadores da resposta periférica da insulina. Seu


mecanismo de ação não está elucidado, são os fármacos de segunda escolha para
pacientes que não respondem à metformina. Efeitos adversos: aumento de massa corporal,
retenção de líquidos.

 Inibidores da alfa glicosidases: acarbose. Indicados no


tratamento de diabetes tipo 2 em pacientes que apresentam
perfil hiperglicêmico pós-prandial. Efeitos adversos: flatulência,
diarreia e cólicas intestinais. Pacientes com distúrbios
intestinais devem evitar uso desses fármacos.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Outros:

 Inibidores da dipeptidil peptidase IV (DPP-IV): sitagliptina e saxagliptina. Agem inibindo a


DPP-IV, responsável pela inativação dos hormônios incretina e peptídeo 1 tipo glucagon
(GLP-1). O aumento nos níveis desses hormônios promovem um aumento na liberação de
insulina em resposta à refeição.

 Incretinamiméticos: liraglutida. São agonistas de receptores de


GLP-1. Atuam aumentando a liberação da insulina glicose
dependente e retardam o esvaziamento gástrico. Efeitos
adversos: náuseas, êmese, diarreia e constipação.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

 Reposição hormonal e contraceptivos: os hormônios sexuais produzidos pelas gônadas são


necessários para a concepção, a maturação embrionária e o desenvolvimento das
características sexuais secundárias na puberdade. Os hormônios gonadais são usados na
terapêutica de reposição e contracepção e no controle dos sintomas da menopausa.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Terapia de reposição hormonal:

 O estradiol é o mais potente estrogênio produzido e secretado pelo ovário. Esse hormônio é
produzido pela placenta durante a gravidez. A preparação de estrógenos conjugados animais
(estrona e equilina) extraídos da urina de éguas prenhas são utilizados na terapia de
reposição hormonal. Há, ainda, estrógenos conjugados de origem vegetal e sintéticos
(etinilestradiol). São usados para tratamento hormonal pós-menopausa, para contracepção,
na estimulação de características sexuais. Efeitos adversos: náuseas, sensibilidade nos
seios, sangramento uterino na pós-menopausa. Há aumento no risco de eventos
tromboembólicos, infarto do miocárdio, câncer de mama e endometrial.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Terapia de reposição hormonal:

 Modulares seletivos de receptor de estrogênio: são exemplos desses fármacos: tamoxifeno,


raloxifeno e clomifeno. Podem atuar como antagonistas de estrogênio nos tecidos mamários
(tamoxifeno), diminuem a reabsorção e a renovação óssea, promovendo aumento na
densidade óssea e diminuindo fraturas da coluna vertebral. Não agem no endométrio e não
estão relacionados a tumores de endométrio. Por aumentarem os índices de TSH (hormônio
folículo estimulante), promovem a estimulação da ovulação; são recomendados no
tratamento paliativo e profilático do câncer de mama metastático na mulher pós-menopausa.
Efeitos adversos: fogachos e náuseas, irregularidades menstruais e sangramento vaginal.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Terapia de reposição hormonal:

 Progesterona: promove o desenvolvimento de um endométrio secretor que pode acomodar a


implantação do novo embrião em formação. São exemplos de progestógenos sintéticos:
norgestrel, drospirenona, levonorgestrel e noretindrona. Promove o aumento no glicogênio
hepático, diminui a reabsorção de Na+ nos rins, aumento na temperatura corporal, redução
de alguns aminoácidos no sangue e aumenta a excreção de nitrogênio urinário; são usados
na correção da deficiência do hormônio e como contraceptivo. Efeitos adversos: cefaleia,
depressão, aumento de massa corporal e alterações na libido, acne, hirsutismo (devido a
efeitos androgênicos de alguns progestógenos).
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Contraceptivos:

 Contraceptivos orais: contêm um estrogênio e um progestógeno. A principal associação


contém uma dose constante de estrogênio e progestógeno administrada durante 21 dias
seguidos de 7 dias de placebo. Ocorre o sangramento durante o intervalo sem hormônio.
O estrogênio mais comumente empregado é o etinilestradiol e os progestógenos mais
comumente usados são: noretindrona, norgestrel, levnorgestrel, desogestrel, drospirenona.

 Adesivo transdérmico: um adesivo deve ser aplicado


semanalmente durante 3 semanas no abdômen, no dorso
superior ou nas nádegas. Tem eficácia comparável aos
contraceptivos orais. Esse método de aplicação aumenta o
risco de tromboembolismo.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Contraceptivos:

 Anéis vaginais: são inseridos na vagina e permanece por 3 semanas. A quarta semana é
sem o anel, ocorrendo o sangramento após a retirada.

 Pílulas só com progestógenos – são pílulas que podem ser administradas em uso contínuo.

 Progestógenos injetáveis – é um contraceptivo injetado via subcutânea ou intramuscular que


pode ser administrado a cada três meses.

 Implantes de progestógenos – são implantes feitos subdermais


e propiciam contracepção de longa duração de,
aproximadamente, três anos.
Fármacos que atuam no sistema endócrino

Contraceptivos:

 Dispositivo intrauterino com progestógeno – consiste em um dispositivo intrauterino com


levonorgestrel. Esse método apresenta alta eficácia na contracepção e é de longa duração,
tendo validade por 5 anos.

 Contracepção pós-coital – a contracepção pós-coito ou de


emergência reduz a probabilidade de gestação para algo em
torno de 0,2 a 3%. A contracepção de emergência usa altas
doses de estrogênio (etinilestradiol) e de progestógeno
(levonorgestrel) administrado dentro de 72 horas após o coito
sem proteção (pílula do dia seguinte). Para maior eficácia,
uma segunda dose deve ser administrada após 12 horas da
primeira dose. A eficácia do método aumenta se tomada o
quanto antes.
Interatividade

Uma mulher de 64 anos com anamnese de diabetes tipo 2 foi diagnosticada com insuficiência
cardíaca. Qual dos seguintes fármacos será uma má escolha para controlar o diabetes?

a) Exenatida.
b) Glibenclamida.
c) Nateglinida.
d) Rosiglitazona.
e) Sitagliptina.
Resposta

Uma mulher de 64 anos com anamnese de diabetes tipo 2 foi diagnosticada com insuficiência
cardíaca. Qual dos seguintes fármacos será uma má escolha para controlar o diabetes?

a) Exenatida.
b) Glibenclamida.
c) Nateglinida.
d) Rosiglitazona.
e) Sitagliptina.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Definição: Célula pariental


Lúmen do
Acetilcolina estômago

Histamina Secreção ácida


K+
H2 H+

Gastrina

Bomba de protões
(H+/K+ ATPase) Fonte: Adaptado de: Livro-texto.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Fármacos utilizados nos distúrbios gástricos e esofágicos:

 Antagonista de receptor H2: cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina. Atuam


seletivamente nos receptores H2 do estômago. São eficazes em promover
concomitantemente a cicatrização das úlceras gástricas e duodenais; porém, após a
interrupção do tratamento, as úlceras podem reaparecer. Em alguns casos pode ser
administrado por IV, como em emergências gástricas; indicado no tratamento das úlceras
pépticas, úlceras de estresse agudo e doença do refluxo gastroesofágico. Efeitos adversos:
cefaleia, tonturas, diarreia e dor muscular.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Fármacos utilizados nos distúrbios gástricos e esofágicos:

 Inibidores da bomba de próton H+/K+ ATPase (IBP):


omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol e
rabeprazol. São pró-fármacos com um revestimento entérico
ácido resistente para protegê-los da degradação prematura
pelo ácido gástrico. Em doses adequadas, os IBPs inibem a
secreção de ácido basal (constante) e a secreção estimulada;
os IBPs são mais eficazes que os antagonista H2 na
supressão da produção de ácido e na cicatrização das úlceras
pépticas. São fármacos de primeira escolha para tratamento
de úlceras de estresse, esofagites erosivas e úlceras
duodenais. Devem ser ingeridos 30 minutos antes da refeição
para que a resposta seja máxima esperada. São seguros,
porém a longo prazo podem induzir fraturas da bacia,
coluna e punho.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Fármacos utilizados nos distúrbios gástricos e esofágicos:

 Prostaglandinas: misoprostol. São indicados para tratamento de úlceras gástricas induzidas


pelos Aines. Como efeito adverso, esse fármaco induz à contração uterina. Diarreias e
náuseas intensas limitam seu uso.

 Antiácidos: são bases fracas que reagem com o ácido


gástrico, formando água e sal para diminuir a acidez
estomacal. Os antiácidos comumente usados são os derivados
de alumínio e magnésio, como o hidróxido de alumínio e o
hidróxido de magnésio. São utilizados para alívio dos sintomas
da úlcera péptica e da azia, podendo auxiliar a cicatrização de
lesões duodenais. Efeitos adversos: o hidróxido de alumínio
tende a causar constipação, ao passo que o hidróxido de
magnésio tende a produzir diarreia.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Tratamento da constipação intestinal e diarreia:

Antidiarreicos:

 Fármacos antimotilidade: loperamida. Inibem a liberação de acetilcolina e diminuem o


peristaltismo. Apresentam efeitos adversos de sedação, cólicas abdominais e tonturas.

 Adsorventes: são o hidróxido de alumínio e a metilcelulose.


Atuam adsorvendo toxinas intestinais ou microrganismo ou
protegendo a mucosa intestinal de irritações causadas por
esses agentes.

 Fármacos que interferem no transporte de íons: salicilato de


bismuto é usado na diarreia do viajante e diminui a secreção
de líquidos pelo intestino. Os efeitos adversos mais evidentes
são a língua negra e as fezes pretas.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Tratamento da constipação intestinal e diarreia:

Laxantes:

 Irritantes e estimulantes: nessa classes estão a senna, o bisacodil e o óleo de rícino. Agem
causando irritação da mucosa intestinal e estimulando o peristaltismo. Efeitos adversos:
cólicas abdominais, irritação gástrica e dor.

 Laxantes aumentadores de volume: os laxantes volumosos


incluem coloides hidrofílicos. Formam géis no intestino grosso,
causando a retenção de líquidos e a distensão intestinal,
aumentando o peristaltismo. São exemplos a metilcelulose,
a semente de linho e fibras.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Tratamento da constipação intestinal e diarreia:

Laxantes:

 Laxantes salinos e osmóticos: são chamados de catárticos


salinos, como citrato de magnésio, hidróxido de magnésio e o
fosfato de sódio. São sais não absorvidos que retêm água no
intestino por osmose. Esse processo é capaz de causar
distensão intestinal, aumentando a atividade peristáltica.
O polietilenoglicol (PEG) é indicado para lavagens colônicas
para preparar o intestino para procedimentos endoscópicos.
A lactulose, um dissacarídeo, também atua como
laxante osmótico.
Fármacos que atuam no sistema gastrointestinal

Tratamento da constipação intestinal e diarreia:

Laxantes:

 Amolecedores de fezes (laxantes emolientes ou surfactantes): estão incluídos nessa


categoria – docusato sódico, docusato de cálcio e docusato de potássio. Apresentam tempo
de latência de dias e por isso são indicados como profiláticos. São capazes de emulsificar as
fezes, pois atuam como detergentes.

 Laxantes lubrificantes: o óleo mineral e a glicerina são


considerados lubrificantes e agem facilitando a passagem de
fezes endurecidas.
Interatividade

Um casal vai viajar e, devido às experiências em viagens no passado, pediu ao médico para
prescrever um fármaco contra diarreia. Qual dos seguintes fármacos é mais eficaz?

a) Omeprazol.
b) Ranitidina.
c) Loperamida.
d) Famotidina.
e) Lorazepam.
Resposta

Um casal vai viajar e, devido às experiências em viagens no passado, pediu ao médico para
prescrever um fármaco contra diarreia. Qual dos seguintes fármacos é mais eficaz?

a) Omeprazol.
b) Ranitidina.
c) Loperamida.
d) Famotidina.
e) Lorazepam.
Imunoestimulantes

 Os agentes estimuladores do sistema imunológico, também conhecidos como


imunoestimuladores, são substâncias (fármacos ou nutrientes) que estimulam o sistema
imunitário, induzindo ativação ou aumentando a atividade de qualquer de seus componentes.

 Imunoestimulantes específicos: proporcionam especificidade antigênica na resposta


imunitária, tais como vacinas ou qualquer antígeno.

 Os imunoestimulantes não específicos: atuam


independentemente da especificidade antigênica para
aumentar a resposta imunitária de outro antígeno ou estimular
componentes do sistema imunitário sem especificidade
antigênica, tais como adjuvantes e imunoestimuladores
não específicos.
Imunossupressores

Os fármacos imunossupressores ou medicamentos antirrejeição são fármacos que inibem


ou impedem a atividade do sistema imunitário. Eles são usados ​em terapia
imunossupressora para:

 Prevenir a rejeição de órgãos e tecidos transplantados (por exemplo, medula óssea, coração,
rim, fígado).

 Tratar doenças autoimunes ou doenças que são mais


prováveis ​de origem autoimune (por exemplo, artrite
reumatoide, esclerose múltipla, miastenia gravis, psoríase,
vitiligo, lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose,
glomeruloesclerose segmentar focal, doença de Crohn).

 Tratar algumas outras doenças inflamatórias não autoimunes


(por exemplo, controle de asma alérgica a longo prazo).
Imunossupressores

Inibidores seletivos da produção e da função das citocinas:

 Ciclosporina: é um polipeptídeo extraído de fungos e suprime, preferencialmente, as reações


imunes mediadas por células. Por meio do bloqueio da interleucina 2, a ciclosporina diminui o
número de linfócitos T; a ciclosporina é eficaz em prevenir a rejeição de transplantes
alogênicos de rins, fígado e coração. Também pode ser alternativa para tratamento de artrite
reumatoide ativa grave e psoríase recalcitrante. Efeitos adversos: apresenta alta
nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, reações anafiláticas, hipertensão, hiperlipidemia,
hiperpotassemia, tremores, hirsutismo, intolerância à glicose
e hiperplasia gengival.
Imunossupressores

Inibidores seletivos da produção e da função das citocinas:

 Tracolimo: é um macrolídeo isolado de fungos de solo e exerce seu efeito imunossupressor


da mesma forma que a ciclosporina. O tacrolimo é aprovado para a prevenção da rejeição do
transplante de fígado e rins e é usado com um corticosteroide ou um antimetabólito. Efeitos
adversos: nefrotoxicidade e neurotoxicidade (tremores, convulsões e alucinações).

 Sirolimo: é um macrolídeo obtido de um fungo do solo e tem


mecanismo semelhante aos anteriores. Indicado para
transplantes renais. Efeitos adversos: hiperlipidemia, pode
potencializar os efeitos nefrotóxicos da ciclosporina e
tracolimo, cefaleia, náusea e diarreia.
Imunossupressores

Antimetabólitos imunossupressores:

 Azatriopina: é um pró-fármaco da mercaptopurina e análogo estrutural dos nucleotídeos de


DNA usados na proliferação linfocitária. Indicado para transplantes de órgãos. Efeitos
adversos: depressão da medula óssea, náuseas e êmese.

 Micofenolato de mofetila: é um substituto da azatriopina, pois causa menos efeitos adversos


e apresenta maior eficácia em prolongar a sobrevida do enxerto. Tem como efeitos adversos:
diarreia, náuseas, êmese, dor abdominal, leucopenia e anemia.
Imunossupressores

 Anticorpos: o uso de anticorpos tem um papel importante no prolongamento da vida do


enxerto. Os nomes dos anticorpos monoclonais convencionalmente contêm a palavra “muro”
se forem de origem murina (camundongos), “xi” ou “zu” se forem de quimerizados ou
humanizados, respectivamente.

 O sufixo “mab” (anticorpo monoclonal) identifica a categoria do fármaco. Dentre os


anticorpos monoclonais utilizados no tratamento de rejeição a implantes são usados:
muromonabe-CD3, basiliximabe e o alentuzumabe. Apresentam baixa toxicidade por se
tratarem de fármacos altamente específicos e seletivos.
Interatividade

Uma mulher de 23 anos sofre de epilepsia tonicoclônica controlada com fenitoína. Ela é
candidata a um transplante renal. Qual dos seguintes fármacos pode agravar as convulsões
nessa paciente?

a) Mofetila.
b) Sirolimo.
c) Ciclosporina.
d) Tacrolimo.
e) Prednisona.
Resposta

Uma mulher de 23 anos sofre de epilepsia tonicoclônica controlada com fenitoína. Ela é
candidata a um transplante renal. Qual dos seguintes fármacos pode agravar as convulsões
nessa paciente?

a) Mofetila.
b) Sirolimo.
c) Ciclosporina.
d) Tacrolimo.
e) Prednisona.
ATÉ A PRÓXIMA!

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