Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Este artigo tem como objetivo discutir e analisar o protagonismo como princípio
favorecedor à aprendizagem e ao desenvolvimento na educação da primeira infância.
O problema norteador do estudo se pauta nas ações que os docentes devem ter no
contexto escolar, para que a criança manifeste o protagonismo. A pesquisa é de
natureza qualitativa. Esse tipo de pesquisa é umas das mais utilizadas na área de
ciências sociais na qual estuda os aspectos sociais que norteiam a vida humana. Os
dados foram coletados em documentos institucionais que norteiam o trabalho
com/para o protagonismo infantil e por meio de questionários, via Google docs a
profissionais que atuam na educação infantil da rede pública e privada do município
de Vitória/ES. Os principais autores com os quais estabelecemos diálogo foram,
Malaguizzi (1999), Fillipini (2009) e Sarmento (2003). Dentre os resultados do estudo,
destacamos que o trabalho docente voltado ao protagonismo infantil favorece o
desenvolvimento da criança em sala de aula, revelando aprendizagens e
desenvolvimento.
SUMMARY
This article aims to discuss and analyze protagonism as a principle that favors learning
and development in early childhood education. The guiding problem of the study is
based on the actions that teachers must take in the school context, for the child to
manifest the protagonism. The research is of a qualitative nature. This type of research
is one of the most used in the area of social sciences in which it studies the social
aspects that guide human life. The data were collected in institutional documents that
guide the work with / for child protagonism and through questionnaires, via Google
docs to professionals working in early childhood education in public and private
schools in the city of Vitória / ES. The main authors with whom we established a
dialogue were Malaguizzi (1999), Fillipini (2009) and Sarmento (2003). Among the
results of the study, we highlight that the teaching work focused on child protagonism
favors the development of the child in the classroom, revealing learning and
development
Keywords: Protagonism. Child education. Childhood.
Pedagogia
3 Rede de Ensino Doctum – Unidade Serra – e-mail vastiprofessora@gmail.com – orientadora
2
1- Introdução
Talvez se pergunte como a criança pode tornar protagonista mesmo sendo pessoas
em construção. Entretanto, ao lermos o livro “As cem linguagens da criança”,
observamos que a criança é vista como alguém que experimenta o mundo, e que
sente parte do mundo desde o nascimento,ela nasce cheia de curiosidades e essa
curiosidade faz com que ela faça novas descobertas, e a partir deste ponto, ela vai
se desenvolvendo. 4
Desde o início da vida a criança se comunica, sendo ela capaz de criar mapas para
sua orientação simbólica, afetiva e cognitiva. Por esse motivo uma criança pequena
é competente ativa e crítica.
4Os autores do livro “As cem linguagens da Criança: Abordagem de Reggio Emilia na educação da
primeira infância”, são: EDWARDS, Carolyn; GANDINI Lella; FORMAN, George.
3
Instigadas sobre outras questões também questionamos: O que a BNCC diz sobre
o protagonismo? Quais são os benefícios do protagonismo para o ensino
aprendizagem? Qual o posicionamento do professor em relação à criança e o
protagonismo Infantil?
Os objetivos desse estudo foram: analisar como as ações dos docentes voltadas
para o protagonismo podem favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento das
crianças na Educação Infantil; Identificar as estratégias de ensino voltadas ao
protagonismo.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação infantil também conhecida como ensino infantil, sofreu uma série de
mudanças ao longo da história. As crianças de 0 a 6 anos somente passaram a ter
atendimentos especializados a partir das mudanças sociais e econômicas que
aconteceram no século XVIII e XIX.
Como aponta Kuhlmann (2003), a Educação Infantil tem um sentido bem amplo,
envolvendo toda a educação da criança na família, na comunidade, na sociedade e
na cultura em que vive. As instituições de ensino surgiram durante a primeira metade
do século XIX, em vários países do continente europeu, que envolveram o
crescimento da industrialização e a urbanização.
Cada dia que se passa com as famílias trabalhando via-se mais e mais crianças nas
ruas e precisando de cuidado. Foi assim que surgiram as primeiras instituições na
Europa e nos Estados Unidos.
Dessa forma, é importante salientar que, mesmo que as crianças tenham sempre
existido, a infância não existiu simultaneamente, conforme destaca Sarmento (2003):
Em 1990 com o estatuto da criança e do adolescente ECA, a Lei Federal 8069/90, que
a criança foi reconhecida como um sujeito de direitos, somente na década de 90 que
a educação passou a ser aceita como a primeira etapa da educação básica.
Este tema traz instigação de novos estudos investigativos para melhor compreensão
da criança protagonista em meio às práticas escolares da Educação da Infantil.
A pedagogia da escuta é uma prática pedagógica que trabalha com o agir livre da
criança na sala de aula, tornando possível à criança a manifestação do protagonismo.
Essa abordagem acolhedora reconhe o aluno como um sujeito de direitos, onde ele
passa a opinar, expressar e interagir com o meio, possibilitando em suas decisões.
Segundo Fillipini (2009) escreve que a imagem das crianças evoluiram a partir de
nossas experiências junto a elas, cada criança é protagonista do seu conhecimento,
que é construído quando está em convívio com o outro. A criança é aberta a
reciprocidade, elas recebem e passam todo o seu conhecimento, com isso constrói o
seu eu.
Quando falamos sobre protagonismo temos um amplo campo de atuação das crianças
nessa área. Contudo, é preciso ter atenção de não reduzir o protagonismo infantil à
apenas uma participação em uma atividade, mas sim, permitir que o aluno dentro e
fora do espaço escolar tenha a sua atuação ativa.
Para tanto é necessário que o professor não permaneça com a metodologia de ensino
tradicionalista, esse ambiente precisa ser um lugar com trocas de conhecimentos
entre aluno e professor. O docente é mediador desse processo de aprendizagem, e
torna-se protagonista no seu processo formativo como professor.
Essas são algumas das linhas que tecem o marco legal da primeira infância, mas nem
sempre foi assim, em meados dos anos 70 (setenta), quase não havia termos legais
de legislação que garantisse a oferta desse nível de ensino.
Um dos mais importantes marcos que a educação teve, trata-se da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional de 1996 à (LDB), que porta as composições em etapas
dos níveis escolares que definiu a educação infantil como a primeira etapa de
educação básica.
11
3. METODOLOGIA
Nacionais para a Educação Infantil; BNCC – Base Nacional Comum Curricular; LDB
– Lei de Diretrizes e Bases, referencial Curricular Nacional da Educação Infantil;
Documento Política Municipal de Protagonismo Estudantil do Município de Vitória.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A professora “A” aponta que uma das melhores formas de trazer o protagonismo é
praticar a escuta ativa com as crianças. Realmente em nossa opinião a escuta ativa
tem muitas contribuições no processo do ensino-aprendizagem do aluno.
Também identificamos como uma ação muito importante às falas da professora “B”
quanto à avaliação, ela diz que (minhas práticas sempre colocam as crianças como
centro do processo, o começo sempre parte delas. Quanto à avaliação procuro da
sempre a fala a eles de maneira simples e espontânea – Professora “B”).
16
A professora “E” menciona em suas falas que ver o protagonismo como um princípio
importante, porém, em suas experiências em sala de aula nunca foi praticado (ainda
não vivi, na prática o protagonismo, mas já tenho vários projetos prontos que
enalteceram a crianças como participantes principais do seu ensino – Professora
“E”).
A professora “I” diz que essa evidência é vista quando é garantido o tempo de
liberdade, para brincar e se desenvolver. Acreditamos que é preciso um tempo livre
para que todos os alunos possa se expressar de forma espontânea.
Já a professora “M” nos relata que ela consegue ver quando existe o desenvolvimento
17
Quanto à prática em sala de aula com essas evidências, a professora “L” nos relata
que são utilizadas muitas (estratégias com as crianças pequenas quando uma regra
ou combinado é violado entra o diálogo, sendo assim, toda a turma participa
atentamente para que o problema seja resolvido, e exercem seu discurso para que
a ação não se repita, para isso, todos tem a oportunidade de ouvirem e de serem
ouvidos, dando a oportunidade de cada um exercer seu protagonismo).
A professora “A” diz que essas práticas são evidenciadas nas suas próprias
escolhas sem aquela dependência total do adulto por perto, as crianças entre si se
colocar em situações que elas mesmas tomam suas próprias decisões. Com sua
expressão das próprias ideias nas construções das brincadeiras.
A professora “K” ver esse novo olhar de valorização da criança autônoma em seu
18
Já 2,9% dos profissionais responderam que, “ás vezes” é possível ver as crianças
livres em suas ações protagonistas, a professora “B” traz o questionamento de que,
(é possível trazer o protagonismo nas ações das crianças no dia a dia da escola,
porém, vemos que ainda existem muitos professores que ainda não se coloca no
lugar de “mediador” e sim apenas como centro – Professora “B”).
A professora “N” faz uma reflexão de grande riqueza, ela aponta que (em minhas
práticas em sala de aula, vejo que muitos alunos se sentem inseguros, incapazes
de fazer algo sozinho, por ter medo de errar. Isso me fez refletir o quão importante
é a aplicação da autonomia das crianças dês do início da vida. Alunos protagonistas
tem mais segurança têm de fazer suas decisões – Professora “N”).
Apenas 1% disseram que “sim”, que a ludicidade está em todos os espaços e todas
as ações da educação infantil, dado que o protagonismo acontece naturalmente em
meio as brincadeiras vivenciadas no ambiente escolar. Que proporciona espaços,
que educam e sirvam como fontes de pesquisa e investigação.
Perguntadas sobre as ações das crianças tem sido livre para protagonizar, 96,1%
disseram que “não”.
O protagonismo como dito acima não é somente uma participação ilustrativa, mais
sim uma participação ativa no qual o sujeito principal possa tomar suas decisões e o
adulto não deve retirar a sua responsabilidade em interferir nas ações das crianças,
ele precisa direciona-las nas suas tomadas de decisões, semelhante a peça teatral,
onde temos atores que são os protagonistas principais da peça, temos aquele que a
direciona como o diretor e ambas as partes têm sua liberdade.
local onde a peça acontece e os protagonistas são cada aluno com suas
individualidades. É nesse lugar que a história acontece, observa-se isso nas
brincadeiras do cotidiano, percebe-se que sempre tem aquela criança que direciona a
brincadeira e as outras crianças ouvem em seguida cada uma acrescenta sua forma
à brincadeira. Essa é uma evidência muito forte de protagonismo acontecendo dentro
dos espaços escolares.
É perceptível que nem sempre este espaço escolar é um ambiente que possibilita o
docente a trazer atividades em que o aluno possa ser protagonista. No olhar das
professoras, 21,4% dizem que a escola “não favorece” tanto o protagonismo em
relação a sua estrutura, porque existe a falta de matérias com um espaço adequado
para realizações das atividades, faltam recursos financeiros nas escolas da rede
pública de Ensino. Como mostra o gráfico abaixo:
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
discutida.
Temos a convicção que é necessário ter um novo olhar para a criança, valorizando
suas potencialidades, para que, dessa forma, o protagonismo infantil possa ser de fato
evidenciado no meio educacional.
REFERÊNCIAS
23