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Sínteses

Síntese ALMEIDA GARRETT, FREI LUÍS DE SOUSA

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-LITERÁRIA

• Almeida Garrett (1799-1854)


– Poeta, prosador, dramaturgo e parlamentar
• Romantismo
– Movimento de rutura com o Classicismo
– Em Portugal, surge por volta de 1830-1840, no período das lutas liberais
• Frei Luís de Sousa (drama romântico escrito em 1843 e publicado em 1844)

CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DRAMÁTICO

• Texto principal
–  Diálogo
–  Monólogo
–  Aparte
• Texto secundário
– Didascálias ou indicações cénicas
• Divisão em atos (mudança de cenário marcado
pelo fechamento do pano) e em cenas (entradas
e saídas de personagens)
• Estrutura interna: exposição, conflito e desenlace

ESTRUTURA INTERNA

Informação: relato dos acontecimentos do passado das


CENAS I-IV
personagens.
EXPOSIÇÃO

ATO I Preparação da ação: decisão dos governadores e reação de


CENAS V-VIII
Manuel de Sousa Coutinho.

CENAS IX-XII Ação: incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho.

CENAS I-III Informação: relato dos acontecimentos posteriores ao incêndio.


CONFLITO

Preparação da ação: deslocação de Manuel de Sousa Coutinho


ATO II CENAS IV-X
e de Maria a Lisboa.

CENAS XI-XV Ação: chegada do Romeiro.

CENA I Informação: relato da solução escolhida.


DESENLACE

ATO III CENAS II-IX Preparação da ação: preparativos para a tomada do hábito.

CENAS X-XII Ação: tomada do hábito e morte de Maria.

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LINGUAGEM E ESTILO

• Obra dramática escrita em prosa


• Registo de língua elevado (estatuto social das personagens)
• Emotividade: frases exclamativas, interjeições, frases inacabadas, frases curtas, repetições, diálogos incisivos

A DIMENSÃO PATRIÓTICA E A SUA EXPRESSÃO SIMBÓLICA

• Patriotismo e nacionalismo
 – Batalha de Alcácer Quibir
– Incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho
• Sebastianismo
– Telmo e Maria
• Símbolos
– D. João de Portugal: símbolo da pátria cativa e do povo humilhado
 – Manuel de Sousa Coutinho e Maria: combate à tirania dos governadores e ressurgimento da pátria
– O velho e o novo Portugal
– Mitificação da figura de Camões

O SEBASTIANISMO: HISTÓRIA E FICÇÃO

• História
– Morte do rei D. Sebastião
– Perda da independência
• Ficção
– A história de uma família nobre portuguesa

AS PERSONAGENS PRINCIPAIS
• Nobre, esposa amorosa, instável emocionalmente, receosa, temerosa, em constante
D. Madalena
sofrimento, atormentada pelo passado, decidida a evitar o desenlace.

Manuel de • Nobre, esposo amado, racional, lúcido, corajoso, patriota, despegado dos bens
Sousa Coutinho materiais, grande amor à liberdade e à pátria.

• Inteligente, crente no mito sebastianista, sensível, doente, corajosa, perspicaz,


Maria
intuitiva, amada por todos.

• Escudeiro severo e crítico, confidente, educador e protetor de Maria, fiel ao primeiro


Telmo amo e crente no mito sebastianista, vive, no final da peça, um grande dilema: a
escolha entre D. João e Maria.

• Irmão de Manuel, religioso, sensato, inflexível na obediência aos seus princípios


Frei Jorge
religiosos, morais e cívicos.

D. João de • Fidalgo nobre, rigoroso e fiel aos seus princípios, patriota, austero, íntegro, revela
Portugal toda a sua humanidade no final ao anular a sua existência para salvar a família.

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A DIMENSÃO TRÁGICA
Tragédia grega Drama romântico

Imitação de uma ação elevada que, por meio da Opondo-se à rigidez do modelo clássico, conjuga o belo
compaixão e do temor, provoca a purificação das e o feio, à maneira do que acontece na vida humana.
paixões. De base histórica, privilegia as emoções e os
sentimentos fortes.

Lei das três unidades Lei das três unidades


• Unidade de ação • Unidade de ação
• Unidade de tempo: 24 horas • Tempo: uma semana
• Unidade de espaço • Espaço: Almada
– Palácio de Manuel de Sousa Coutinho
– Palácio de D. João de Portugal
 – Capela do palácio de D. João de Portugal

Estrutura rígida Estrutura


• Cinco atos: prólogo, três atos centrais e um • Três atos
epílogo • Número reduzido de personagens
• Número reduzido de personagens • Escrito em prosa
• Escrito em verso • Presença de uma personagem que por vezes
• Presença do coro desempenha a função do coro, revelando os
sentimentos mais íntimos das personagens: Telmo
1. Anagnórise – Reconhecimento surgido 1. Reconhecimento do Romeiro
inesperadamente
2. Anankê – Destino, força implacável, invencível, 2. A
 funilamento do espaço e do tempo, conduzindo as
que determina os acontecimentos personagens para a catástrofe
3. Catarse – Purificação de sentimentos ou de 3. A experiência do terror e a piedade na conversão
comportamentos imorais religiosa de Madalena e de Manuel de Sousa
Coutinho
4. Catástrofe – Ação dolorosa provocada pela 4. M
 orte física de Maria e morte psicológica das
anagnórise restantes personagens
5. Clímax – Ponto mais elevado da tensão 5. Chegada do Romeiro no final do Ato II
dramática, determinante para o desfecho
6. Desenlace – Alteração dos acontecimentos, 6. Conversão de Madalena e Manuel e morte de Maria
determinando o final
7. Hybris – Desafio à ordem estabelecida 7. Segundo casamento de D. Madalena sem a
confirmação da morte do primeiro marido
8. Pathos – Sofrimento provocado pela catástrofe 8. Sofrimento de todas as personagens que levará à
redenção
9. Peripécia – Surpresa que altera o 9. D. João de Portugal está vivo
desenvolvimento previsível

OS VALORES DO ROMANTISMO

• Amor (Madalena e Manuel; os pais e a filha; Telmo e Maria; D. João e D. Madalena)


• Liberdade individual (insubmissão de Manuel)
• Patriotismo (fidelidade de Manuel à Pátria)
• Revolta (contra as regras e as limitações à realização pessoal)
• Sebastianismo (crença no regresso do rei; regresso destruidor de D. João)
• Religião (2.° casamento inválido e imoral à luz das leis da Igreja; Maria, fruto do pecado; vida conventual)

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