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Fundamentos da Tomada de Decisão

CURSO ADMINISTRAÇÃO
UNIDADE CURRICULAR (UC) – TOMADA DE DECISÃO

2022.1
Etimologia
• A palavra decisão é formada por de (que em latim significa parar,
extrair, interromper), que se antepõe à palavra caedere (que significa
cindir, cortar). Tomada ao pé da letra, a palavra decisão significa
“parar de cortar” (fazer algo) ou “deixar fluir” (fazer nada).
• Uma decisão precisa ser tomada sempre que se está diante de um
problema que possui mais que uma alternativa para sua solução.
Mesmo quando, para solucionar um problema, há uma única ação a
tomar, existem as alternativas de tomar ou não essa ação.
O conceito de decisão e sua
importância para a administração
• Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como uma escolha
entre alternativas ou possibilidades, com o objetivo de resolver um
problema ou aproveitar uma oportunidade. Contudo, a tomada de
decisão não é um processo trivial e fácil, pois associada a cada alternativa
de decisão está a incerteza de suas consequências e impactos. Essas
limitações têm conduzido o homem a uma busca de novas ferramentas e
modelos para ajudá-lo a decidir.
• O conceito de decisão sugere uma conclusão, um início de ação, e não
uma deliberação contínua.
• Atualmente, a maior compreensão dos fatores que condicionam o
comportamento humano e os avanços tecnológicos têm permitido
desenvolver um conjunto de ferramentas que melhoram
significativamente a eficácia da tomada de decisão em administração.
• Por isso, alguns autores consideram a tomada de decisão como sinônimo
de administração e referem-se aos administradores como tomadores
de decisão.
Decisões por área funcional
O ambiente de Tomada de Decisão

• Cada situação de decisão deve ser organizada em uma escala que vai
da completa certeza à completa incerteza, de acordo com a
disponibilidade de informação sobre cada alternativa e seus
resultados.
• CERTEZA ›› Situação na qual toda a informação necessária para a
tomada de decisão se encontra disponível. Nessas condições, o
administrador conhece o objetivo a alcançar e tem informações precisas e
confiáveis sobre os resultados e as consequências de cada alternativa
possível.
• Por exemplo, quando um administrador escolhe entre dois tipos de
investimento sem risco (como títulos de dívida pública e depósitos a prazo
em um banco comercial), ele sabe, com certeza, quais são os resultados
esperados.
O ambiente de Tomada de Decisão

• RISCO ››, mas há informação suficiente para estimar uma probabilidade


de que dSituação na qual não é possível prever com certeza quais são os
resultados associados a cada alternativa de determinado evento venha a
acontecer. Essas probabilidades podem ser calculadas por meio de
modelos matemáticos e estatísticos ou baseados na experiência e nos
conhecimentos dos administradores.
• Por exemplo, um diretor de marketing experiente consegue estimar os
resultados esperados de cada tipo de campanha publicitária ao
lançar um produto.
• Outro exemplo é a utilização de modelos probabilísticos por parte das
empresas petrolíferas para decidir se devem ou não explorar
determinado poço de petróleo.
O ambiente de Tomada de Decisão

• INCERTEZA ›› Situação na qual a informação sobre as alternativas e


suas consequências é incompleta e imprecisa. Nesse caso, os
administradores não conseguem estimar com precisão os riscos
associados a cada alternativa. Esse ambiente é característico de decisões
que envolvem fatores fora do controle do administrador (como a
legislação ou a conjuntura econômica) ou o desconhecimento de
informações fundamentais, o que acontece quando se lida com novos
mercados ou produtos.
• Por exemplo, uma empresa tem de tomar decisões mesmo sabendo que o
preço do barril de petróleo está completamente fora de seu controle.
Jornal
do Bairro ??% 100
(panfleto)
Problema de Marketing

Escolher a melhor forma de


Instagram ??% divulgação para a nova loja: 4
500
alternativas

Certeza – 100% de probabilidade


Risco – Conhece alguma
probabilidade
Site ??% 250 Incerteza – Desconhece as
probabilidades

Whatsapp
Mensagem ??% 100
Automática
Tipos de Decisão

• As decisões programadas são soluções para situações repetitivas e


estruturadas, determinadas por abordagens específicas para as quais a
organização já desenvolveu mecanismos de atuação e controle.
• Por exemplo, quando um lote de produtos não passa no controle de
qualidade, o administrador sabe exatamente como proceder.
• Esse tipo de decisão é uma resposta a problemas organizacionais
recorrentes e serve para resolver situações simples ou complexas, desde
que sejam bem estruturadas e definidas.
• As decisões programadas limitam a liberdade do administrador, uma vez
que não dependem tanto do seu julgamento, mas sim de mecanismos já
definidos e testados. Exemplo: Regras, Procedimentos, Políticas, etc.
Regra – “Lei”
Faça isso!

Procedimento – Definição ou ajuste do processo Pão Hamb Pão


(busca o aumento da eficácia e eficiência)

Jogo Pego
fora outro
pão

Política – Orientação geral


(princípio norteador de ações)
Tipos de Decisão

• As decisões não programadas são soluções específicas para resolver


situações desestruturadas e pouco frequentes, para as quais a
informação é incompleta e ambígua. São normalmente decisões que,
por sua importância para a organização, exigem que se desenvolva uma
resposta customizada.
• Por essa razão, são resultado de processos decisórios que envolvem
maior planejamento, maior análise e que demoram mais tempo.
Quase todas as decisões de caráter estratégico são decisões não
programadas.
• Por exemplo, abertura de uma nova fábrica, a entrada da empresa em um
novo mercado ou o lançamento de um novo produto.
• O processo decisório é usado geralmente para apoiar a tomada de
decisões não programadas.
Decisão Programada X Não Programada
Tipos de Decisão
Teoria Racional
• O modelo racional de tomada de decisão refere-se ao processo no qual os
administradores tomam decisões ótimas que maximizam os resultados
da organização. Dessa forma, o processo leva a uma decisão ideal,
independentemente de quem a toma. Segue as premissas do modelo:
• solução ótima
• a situação, seja problema ou oportunidade, é bem definida e está corretamente formulada;
• as metas e objetivos a alcançar são claros e conhecidos;
• não há restrições de tempo ou de recursos;
• existe informação precisa, mensurável e confiável sobre todas as alternativas e os resultados
potenciais de cada uma;
• todos os critérios e preferências para avaliar as alternativas são perfeitamente identificados,
permanecendo estáveis e constantes no tempo;
• o decisor é racional; ele usa a lógica para avaliar e ordenar as alternativas, escolhendo aquela
que maximiza o alcance dos objetivos estabelecidos.
• Modelo Prescritivo/Normativo
Teoria da Racionalidade Limitada
• Contudo, o que acontece, na prática, é que os tomadores de
decisão se desviam do processo lógico, consistente e sistemático
que a racionalidade infere. Esses desvios são explicados pela
teoria da racionalidade limitada, de Herbert Simon.
• Racionalidade limitada Teoria que sustenta que os gestores, ao tomar
decisões, se desviam de um processo lógico e sistemático de análise,
construindo modelos simplificados que apenas extraem os
aspectos essenciais dos problemas.
• Os administradores tomam decisões sobre problemas para os
quais dispõem de informações inadequadas, com limitações de
tempo e de recursos para coletar dados mais completos.
• Busca a solução satisfatória levando em consideração as
limitações situacionais do problema e individuais do decisor.
• Modelo Descritivo/Explicativo.
Teoria da Racionalidade Limitada
O papel da Intuição na Tomada de Decisão
• Intuição - Processo cognitivo de interpretação de uma situação, baseado em
experiências vividas, sem recorrer a um pensamento consciente.
• A intuição é baseada nas experiências passadas das pessoas, que lhes permite
reconhecer os aspectos críticos de um problema e chegar a uma solução sem
passar por uma análise demorada e trabalhosa.
• Um processo de tomada de decisão inteligente geralmente requer a
exploração de diversas alternativas. Isso é difícil quando a intuição dá a
resposta correta sem esforço. De fato, quanto mais complexa e diferente for a
situação, menos um tomador de decisão deverá confiar na intuição e mais no
raciocínio analítico.
• No entanto, essa dicotomia entre a razão e a intuição é uma falsa questão. Na
verdade, são duas dimensões complementares em quase todos os
processos de decisão.
• Nenhum administrador ignorará fatos ou informações relevantes em seu
processo de tomada de decisão. Por sua vez, em alguns momentos, nos quais
deve tomar uma decisão rápida e para a qual não possui informação
suficiente, apelará para a intuição.
DECISÃO COMO PROCESSO
• Estudar e aplicar os conhecimentos disponíveis ao processo decisório é
um dos campos mais multifacetados da ciência social aplicada.
• Na verdade as decisões fazem parte de ambientes complexos. Neles
surgem variáveis pessoas, reações, estrutura, controle, sigilo, riscos, re‐
cursos, todos envolvidos por informações muitas vezes incertas,
aleatórias e não presumíveis, sem deixarmos de considerar a existência
do próprio acaso. Uma boa decisão leva em conta tudo isso, analisa,
disseca, estabelecendo alternativas e prevendo consequências.
• O que abordaremos na UC é como levantar as alternativas e avaliá‐las
qualitativa e quantitativamente quanto às suas possibilidades de
sucesso ou fracasso.

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