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PROJECTO A FADIGA – PARTE 01

INTRODUÇÃO A FADIGA EM METAIS

PROJECTO MECÂNICO Prof. Manuel E. Fortes T. Almeida

Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258 © The McGraw-Hill Companies, 2008

INTRODUÇÃO A FADIGA EM METAIS

• Nas aulas precedentes foram considerados a análise e o


projecto de peças sujeitas a carregamento estático.

• No diagrama de ensaio de tensão-deformação


correspondente ao carregamento estático, a carga é
aplicada de forma gradual, para dar tempo suficiente ao
desenvolvimento completo da deformação, e o corpo de
prova é testado até a destruição, e assim as tensões são
aplicadas apenas uma vez.

• O comportamento das peças de uma máquina é


totalmente diferente quando sujeitas a carregamentos
variáveis no tempo.

• Neste módulo, vamos ver como é que as partes falham em


condições de carregamento variável e como dimenssiona-
los para resistirem com sucesso a essas condições

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Fonte Principal: Aula 4 de Projecto Mecânico - Mestrado em Engenharia Mecânica da UNICV. Prof. Manuel Freitas. Instituto Superior Técnico (IST)

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• O que é a fadiga de um material?

• Segundo norma ASTM, Fadiga é um processo de


alteração estrutural permanente, progressivo e
localizado, que ocorre num material sujeito a condições
de carregamento dinâmicas num ponto ou em vários, e
que pode culminar em fendas, ou numa fractura
completa, após um número suficiente de variações
(ciclos) de carga.

• Em uma falha por fadiga, as tensões máximas de falha


estão muito abaixo da resistência última do material, e
muito frequentemente abaixo do limite de elasticidade.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• A característica mais notável das falhas por fadiga é que a


tensão é repetida um grande número de vezes.

• Quando as peças de uma máquina falham estaticamente,


eles geralmente desenvolvem uma deflexão muito grande
porque a tensão ultrapassa o limite de escoamento, e a peça
é substituída antes da fractura ocorrer realmente.

• Portanto, muitos falhas devido ao carregamento estático


são visíveis e dão aviso com antecipação.

• Mas uma falha por fadiga não dá nenhum aviso! Trata-se de


uma falha súbita e total e, portanto, perigosa.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• É simples dimenssionar contra falhas estáticas, porque o


conhecimento sobre o assunto é relativamente abrangente.

• A fadiga é um fenômeno muito mais complicado,


compreendida apenas parcialmente, pelo que e o
engenheiro para ser competênte deve procurar adquirir
máximo de conhecimento possível sobre assunto.

• A falha por fadiga tem uma aparência semelhante a uma


fractura frágil, pois que as superficies de fractura são planas
e perpendiculares aos eixos de tensão e sem “necking”.

• As características da fractura de falha por fadiga, no


entanto, são bastante diferentes de uma fratura frágil
estática decorrentes dos seguintes três estágios de
desenvolvimento.

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• O tipo de fractura que ocorre em um dado material depende da


temperatura.

Fratura frágil

Fraturas dúcteis

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Características da Fractura dúctil

a) formação do pescoço

b) formação de cavidades.

c) coalescimento das cavidades


para promover uma trinca ou
fissura.

d) formação e propagação da
fissura em um ângulo de 45
graus em relação à tensão
aplicada.

e) rompimento do material por


propagação da fissura.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• ESTAGIO I
• O Foco - É o inicio de um ou mais micro-fissuras devido à
deformação plástica cíclica, seguida da propagação.
Neste estágio as fissuras não são normalmente
discerníveis a olho nu (Fig. 6.1- A)

• ESTAGIO II
• Progressão Estável - É uma progressão de microfissuras
para macrofissuras. (Fig. 6.1 - B)

• ESTAGIO III
• Progressão Instável - Ocorre durante o ciclo de tensão
final, quando o material restante não pode suportar as
cargas, resultando em uma fratura repentina, rápida
(Fig. 6.1-C). Este estágio de fractura pode ser frágil,
dúctil, ou uma combinação de ambos.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 259) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• A  Foco - Geminação da fenda microscópica;


• B  Progressão Esstável – Crescimento da fenda;
• C  Progressão Instável – Rotura final.
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• Estágio I: Ocorre um decréscimo contínuo na taxa de fluência


( = d/dt), ou seja, a inclinação da curva diminui com o
tempo devido ao aumento da resistência

Curva  - t

• Fluência é definida como a deformação permanente,


dependente do tempo e da temperatura, quando o material é
submetido à uma carga constante
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• Estágio II: a taxa de fluência (=d/dt) é constante
(comportamento linear).
Curva  - t

• A inclinação da curva
constante com o tempo é
devido à dois fenômenos
competitivos: encruamento e
recuperação.

• O valor médio da taxa de fluência nesse estágio é chamado de


taxa mínima de fluência (m), que é um dos parâmetros mais
importantes a considerar em projeto de componentes que se
deseja vida .

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• Estágio III: ocorre uma Curva  - t


aceleração na taxa de
fluência ( = d/dt) que
culmina com a ruptura do
corpo de prova.

• A ruptura ocorre com a separação dos contornos de grão,


formação e coalescimento de trincas, conduzindo a uma
redução de área localizada e consequente aumento da taxa de
deformação

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• A falha por fadiga é devido à formação e propagação de
fissuras. A fissura por fatiga normalmente inícia numa
descontinuidade no material, onde a tensão cíclica é a
máxima.

• A fissura por fadiga normalmente inícia numa descontinuidade


no material, onde a tensão cíclica é a máxima.

• As descontinuidades podem surgir devido:

• Dimensionamento nas zonas de mudanças repentinas de


secções transversais, chavetas, furos, etc, onde ocorre
concentrações de tensões.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Elementos que rolam e ou deslizam uns contra os outros
(rolamentos, engrenagens, cames, etc), sob alta pressão de
contacto, desenvolvendo sub-superficies concentrados de
contacto, que podem causar corrosão ou fragmentação da
superfície, após muitos ciclos do carga.

• Descuido em locais de marcas selo, marcas de ferramentas,


arranhões e rebarbas; dimensionamento fraco de uma
junção; montagem imprópria; defeitos de fabrico e outros.

• Composição do material em si pela forma de processamento


por laminação, forjamento, fundição, extrusão, desenho,
tratamento térmico, etc., que fazem com que surgem
descontinuidades microscópicas e sub-microscópicas de
superfícies, tais como inclusão de material estranho, a
segregação da liga, espaços vazios, precipitação de
partículas duras e descontinuidades de cristais.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 258) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Várias são as condições que podem acelerar o início da fissura


incluindo tensões residuais de tração, temperaturas elevadas,
ciclo de temperatura, ambiente corrosivo e ciclo de alta
frequência.

• A taxa e a direção de propagação de fissuras de fadiga é


controlada principalmente por tensões localizadas e pela
estrutura do material na fissura.

• Tal como com a formação da fissura, outros factores podem


exercer uma influência significativa, como o ambiente, a
temperatura e a freqüência.

• As fissuras crescerão ao longo de planos normais à tensão


máxima de tracção.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 260) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Representação de superfícies de fractura por fadiga em secções com diferentes formas
geométricas submetidas várias condições de carga e níveis de concentração de tensões.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 260) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Representação de superfícies de fractura por fadiga em secções com diferentes formas
geométricas submetidas várias condições de carga e níveis de concentração de tensões.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 260) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Representação de superfícies de fractura por fadiga em secções com diferentes formas
geométricas submetidas várias condições de carga e níveis de concentração de tensões.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 260) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Representação de superfícies de fractura por fadiga em secções com diferentes formas
geométricas submetidas várias condições de carga e níveis de concentração de tensões.

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Fonte Principal: Budynas-Nisbett: Shigley´s Mechanical Engineering Design - Eighth Edition. (page 261) © The McGraw-Hill Companies, 2008

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• Exemplo de superfícies de fractura por fadiga

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VIDEOS SOBRE FALHAS POR FADIGA

Materiais Frágeis e Materiais Ducteis

6 Fatigue Faileures Observations

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