1- Explicita o papel de Deus no sistema cartesiano.
A ideia de Deus desempenha um papel fundamental no fundacionalismo cartesiano, pois
é o facto de Deus existir e não ser enganador que garante a verdade das nossas ideias claras e distintas atuais e passadas. Sem esta garantia seríamos incapazes de avançar um argumento, pois a verdade de cada premissa deixaria de ser assegurada no momento em que deixássemos de a conceber clara e distintamente para nos concentrarmos na conclusão (ou nas outras premissas do argumento). Assim, é Deus que garante que podemos confiar nos nossos raciocínios apoiados em premissas claras e distintas. A partir daqui, Descartes pode deduzir muitas verdades e construir com segurança o edifício do conhecimento, apoiando-se naquilo que concebe com clareza e distinção. Mesmo a existência das coisas materiais, anteriormente posta em causa, adquire um novo grau de plausibilidade, porque Deus não nos teria criado de modo a que estivéssemos permanentemente a representar como existentes coisas que não passam de fantasias. Pelo contrário, trataria de nos criar de modo a que a nossa mente recebesse do corpo as sensações adequadas para que esta pudesse conhecer a realidade. 2- Analisa o argumento ontológico a favor da existência de Deus de René Descartes. O argumento ontológico prova a favor da existência de Deus, Deus define-se como o ser mais perfeito que é possível imaginar, um ser que possui todas as perfeições. A existência é, forçosamente, um dos aspetos desta perfeição. Um ser perfeito não seria perfeito caso não existisse, pois faltar-lhe-ia uma das condições necessárias da perfeição. Por conseguinte, se Deus é perfeito, Deus tem de existir na realidade, Deus é ou existe. A ideia de perfeição implica, necessariamente, a existência de um ser perfeito, do mesmo modo que a natureza de um triângulo implica que a soma interna dos seus ângulos seja igual a cento e oitenta graus.
3- Explica a importância do hábito e do costume, relacionando-o com inferência
indutiva e com o princípio da uniformidade da natureza. O hábito e o costume é importante para o nosso conhecimento empírico, isto é, é importante porque agradecemos o nosso próprio conhecimento. O hábito e costume de todos nós é diferenciado, obviamente. Por isso, cada um de nós tem um conhecimento diferente , porque é através da nossa experiência individual, como por exemplo: acordar, comer, lavar os dentes, vestir, etc…(rotina) que aprendemos algo (existência de conhecimento). Nós ( na perspetiva de Hume) não nascemos com nenhum conhecimento, e é por isso que, com o hábito e costume (rotina), possamos conseguir aprender: Um bebé recém nascido só sabe e conhece o que é chorar só depois de chorar, uma criança só sabe comer sozinha, depois de comer sozinha, ou seja, só sabem (comer e chorar) depois de fazer (experimental). O princípio da uniformidade da natureza é um fenómeno regular, é algo que acontece repetidamente como as estações do ano, a noite e o dia, a rotação da terra. Como o hábito e o costume provém de algo que é regular, assim a uniformidade da natureza também está ligada com algo que é regular.