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O QUE SÃO NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS?

O conceito de necessidades educativas especiais começou a ser utilizado no final dos anos 70
e representou um marco determinante na forma de equacionar a criança diferente e os problemas
na aprendizagem.
Este conceito pretendeu substituir a tradicional classificação tipológica das diversas deficiências
baseadas em critérios fundamentalmente médicos, procurando sublinhar os problemas na
aprendizagem que qualquer criança poderia evidenciar ao longo do seu percurso escolar.
O uso progressivo do termo necessidades educativas especiais no campo da Educação, além
de ter possibilitado uma visão socialmente menos estigmatizante dos problemas dos alunos,
dado que rapidamente o conceito passou a ser utilizado para referenciar qualquer tipo de
problema e/ou dificuldade dos alunos, teve também implicações no âmbito de intervenção da
Educação Especial. A Educação Especial passou a atender não apenas as crianças/jovens com
deficiências, mas também aqueles que ao longo do seu percurso escolar, apresentavam
problemas de aprendizagem.
Assim, as necessidades educativas especiais, referem-se a dificuldades de aprendizagem, que
podem ser permanentes ou temporárias ao longo do percurso escolar dos alunos.
Ao longo da minha carreira de docente do pré-escolar fui-me deparando com diversas
abordagens e identificação de crianças com necessidades educativas especiais, mais
concretamente crianças com dificuldades de aprendizagem.
O primeiro caso que tive na turma remonta a 1997 e apesar de fisicamente apresentar deficiência
no rosto, membros e locomoção, o mais preocupante foi o comportamento em contexto de sala
e com os colegas. Pessoalmente pouca formação tinha nesta área, apenas a base do meu
bacharelato. A escola não tinha recursos (docente do ensino especial para apoiar o aluno em
questão) pelo que durante o ano fui-me auxiliando na experiência de outros colegas, tentando
realizar um trabalho o mais apropriado possível com o aluno em questão.
Conheci outros casos de alunos que na altura eram considerados “deficientes”, concretamente
uma aluna com trissomia 21, com apoios quase inexistentes e prestados por professores sem
especialização, e que na maioria do tempo destinado ao apoio, a mesma era retirada da sala
para não incomodar e o professor titular poder dar as aulas.
Progressivamente, e de forma positiva, fui verificando uma evolução na abordagem e conceito
de necessidades educativas especiais.
Na minha opinião, as escolas estão mais organizadas, os núcleos bem definidos e o apoio
estruturado, só peca por ser escasso para as solicitações e necessidades cada vez mais visíveis
e numerosas apresentadas pelos alunos. Muitas vezes os alunos são avaliados, confirma-se a
necessidade de apoio por parte do núcleo, mas depois não se efetiva devido à falta de docentes
especializados para um cada vez maior número de alunos a apresentar dificuldades de
aprendizagem.
Concretamente, tenho um aluno integrado no Núcleo de Educação Especial, mas só teve apoio
direto do referido núcleo durante um ano. Nos últimos dois, teve apoio indireto, devido,

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novamente, à falta de recursos humanos. Foi possível, contudo, estabelecer uma comunicação
frequente com a docente afeta à escola, colaborando na planificação e avaliação do mesmo.

Referências bibliográficas
Madureira, I. P. e Leite, T. S. (2003). Necessidades Educativas Especiais. Universidade Aberta.

Rodrigues, D. (2020, dezembro 216). Por uma educação que seja um bem comum, mas não de
um tamanho único, 10-13.

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