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Organização da Ação Pedagógica na Educação Infantil - Unidade 2 - A indissociabilidade do

Cuidar e Educar

Organização da
Ação Pedagógica

Unidade Nº2: A indissociabilidade do


Cuidar e Educar

Adriana Pinto da Silva

Introdução
Organização da Ação Pedagógica na Educação Infantil - Unidade 2 - A indissociabilidade do
Cuidar e Educar

Olá, seja bem-vindo!

É com muito prazer que daremos continuidade aos nossos estudos.


Iniciamos aqui a Unidade II deste curso. Com apenas um clique você dará um
passo para conhecer o primeiro assunto em foco, que é a indissociabilidade do
Cuidar e Educar, relacionando-os com a prática educativa. Logo após,
estudaremos as rotinas na Educação Infantil, suas características e objetivos que
permitem colaborar com uma sala de aula construtivista.

Destacaremos ainda a importância do brincar e suas possibilidades de


aprendizagem e desenvolvimento, gerando assim a autonomia da criança a partir
das experiências e interações com outras crianças. Posteriormente, finalizaremos
esta unidade descrevendo a organização dos espaços internos e externos das
instituições escolares, definindo-os como elemento do currículo e promotores de
aprendizagens para as crianças da Educação Infantil. Vamos mergulhar neste
“mar” de conhecimentos? Bons estudos!

1. A indissociabilidade do Cuidar e Educar


Caro(a) aluno(a), voltaremos a estudar um tema de extrema relevância em
seu curso, que é a prática do Educar e Cuidar no contexto da Educação Infantil.
Como já vimos, trata-se de uma relação que envolve diversos atores, como por
exemplo a instituição escolar, os professores e a família, com o objetivo de
proporcionar o desenvolvimento integral da criança. Atente para o comentário de
Campos e Vieira (1994):

“Se torna muito importante reconhecer quais são os objetivos que se


deseja alcançar com a criança, pois eles orientarão as ações: se são os
objetivos de cuidar e educar, a formação de seus profissionais deve
também assegurar essas facetas, aliando as questões pedagógicas com as
questões ligadas à higiene, alimentação e cuidados em geral (...) e ambas
se relacionam às dimensões afetivas, ética e estética da prática educativa.”
(apud VIEIRA, p.36).

Você concorda com o comentário acima? Se sim, vamos fazer uma pausa
para refletir sobre alguns pontos importantes neste contexto. Você, como
professor ou futuro profissional da Educação Infantil, reflita e responda às
seguintes perguntas: Por que escolheu esta profissão? Como você se vê no
trabalho que desenvolve? O que considera gratificante e cansativo no cotidiano?
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Como é o seu relacionamento com outros colaboradores, as crianças e as


famílias? Veja a imagem para se inspirar!

Fonte: Retirada do site www.escolaemmovimento.com.br

Conseguiu responder todas as perguntas? Parabéns. Você acaba de traçar


o seu perfil profissional no campo da Educação infantil. A partir destas respostas,
é possível também entender a relação entre professores, assistentes e famílias
na prática do Cuidar e Educar, onde cada um tem que executar a parte que lhe
cabe!

Quais documentos norteiam a prática do Cuidar e Educar na Educação


Infantil? Você sabe? Primeiramente temos a LDB de 1996. Ela trouxe algo novo,
que foi a inclusão da Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica.
No que isto consiste? Ora, na integração do Cuidar e Educar. A creche, por
exemplo, que estava na responsabilidade da Secretaria de Assistência passa para
o setor educacional. Um avanço, não é mesmo?

Outro documento importante é o Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil. Ele foi criado em 1998 através do Ministério da Educação. É
neste momento que se propõe a indissociabilidade das ações Cuidar e Educar
para crianças na faixa etária de 0 a 6 anos idade, sem hierarquizar os profissionais
que desenvolvem o trabalho com os pequenos. Vamos entender de que forma
este referencial traduziu, deu um significado para os termos Educar e Cuidar,
respectivamente:
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“(...) propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens


orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser
e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança, e o acesso, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das
capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades
corporais, afetivas, emocionais, estéticas, na perspectiva de contribuir
para a formação de crianças felizes e saudáveis.” (RCN/I, vol. I, 1998, p.23).

“(...) parte integrante da educação, embora exigir conhecimentos,


habilidades e instrumentos que extrapolam a dimensão pedagógica, ou
seja, cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda
integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de
profissionais de diferentes áreas.” (RCN/I, vol.I, 1998, p.24).

Aqui iremos reforçar ou relembrar o que vem a ser o desenvolvimento


integral de uma criança. Você se arrisca a dar palpite do que vem a ser? Pois bem,
só para dar uma forcinha, vamos desmembrá-lo em dois aspectos: Cuidados
relacionais (relações afetivas da criança), cuidados com os aspectos biológicos
(qualidade da alimentação e com a saúde). Para entender melhor, vamos
acompanhar vários significados do termo cuidar sob outros olhares:

“Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro,


com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em
suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem
cuida e quem é cuidado”. (RCN/I, vol. I, 1998, p.24/25).

Sobre o enunciado acima, percebe-se que o Cuidar sai de uma conotação


assistencialista para um caráter educativo, num envolvimento criança-criança e
criança-adulto, bem como o ato de educar perde o caráter escolar, que é aquela
visão exagerada do intelecto. (SILVA, 1999).

O que diz as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil em


relação ao trato Cuidar e Educar? Será que sua proposta é integrar o cuidar e o
educar na Educação Infantil? Acompanhe o que está escrito em um trecho da
resolução:

“As instituições de Educação Infantil devem definir em suas propostas


pedagógicas, práticas de educação e cuidados, que possibilitem a
integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos,
cognitivos/lingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser
completo, total e indivisível.” (Resolução nº022/98, artigo 3º inciso III).
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Diante de todos os conceitos relembrados e reflexões acerca deste assunto,


podemos chegar à conclusão de que o Cuidar e o Educar de crianças na Educação
Infantil resulta em:

✔ Uma visão integrada do desenvolvimento da criança;

✔ Os profissionais precisam estar preparados para que suas práticas


educativas não se transformem em ações mecanizadas;

✔ O Cuidar e o Educar são duas práticas indissociáveis, ou seja, precisam


“caminhar” juntas;

✔ É preciso que haja ações conjuntas, integradas, desde o planejamento até


a realização das ações;

✔ Possibilita que as ações construam a identidade da criança, cultura,


sentimento de pertencimento e autonomia.

2. Atividades da rotina infantil


A infância é uma etapa da vida relevante na formação do indivíduo. É nesta
fase que a criança tem o direito de brincar, explorar os espaços com seu corpo,
movimentar-se, conhecer o território, a família, ela precisa ser ouvida, participar
de decisões, e, inclusive, desenvolver-se integralmente. Mas, para que ela se torne
um adulto com capacidade de organização, consciente de que há momentos
certos para a realização de suas atividades, é imprescindível estabelecer uma
Rotina na Educação Infantil.

Antes de criar as rotinas na Educação Infantil, é preciso, primeiramente,


reconhecer que a criança é um sujeito histórico e social, capaz de desenvolver
suas curiosidades, afetos, sentimentos, amizades e sua identidade cultural. Para
complementar, podemos acrescentar o conceito do autor Dias (2010).

A idéia central é que as atividades planejadas devem contar com a


participação ativa das crianças garantindo às mesmas a construção das
noções de tempo e de espaço, possibilitando-lhes a compreensão do
modo como as situações são organizadas e, sobretudo, permitindo ricas e
variadas interações sociais. (DIAS, 2010).

Diante do que já dialogamos, está interessado (a) em continuar


conceituando o que vem a ser Rotina na Educação Infantil? Segundo Barbosa
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(2006) ela é compreendida como uma categoria pedagógica da Educação Infantil


que opera como uma estrutura básica organizadora da vida cotidiana diária em
certo tipo de espaço social, creches ou pré-escola. Devem fazer parte da rotina
todas as atividades recorrentes ou reiterativas na vida cotidiana coletiva, mas
nem por isso precisam ser repetitivas.

Viu o quanto a rotina é importante na educação infantil? Agora vamos


refletir sobre suas características. Vamos pontuar cada uma. Segue:

✔ Gera um sentimento de estabilidade e segurança;

✔ Proporciona maior facilidade de organização do espaço e tempo;

✔ Liberta a criança do sentimento de estresse visto que gera uma rotina


estruturada;

✔ Apresenta hábitos bem estruturados;

✔ Capacidade de desenvolver o aprendizado de forma segura;

✔ Consciência das etapas de uma atividade;

✔ Disciplina no dia-a-dia.

Já vimos as características da rotina na educação infantil. Agora, vamos


saber para que serve no cotidiano da sala de aula. Ora, o planejamento traz
segurança, facilidade em estruturas as aulas. A partir do momento que o
professor estabelece a sequência das atividades ele organiza não apenas a aula,
mas também o projeto didático de cada assunto. Em resumo, podemos afirmar
que a rotina norteia a prática do professor.

Você quer ler? Para saber mais sobre a importância da criação da rotina no
cotidiano da educação infantil, clique aqui e tenha acesso ao texto A rotina no
cotidiano da educação infantil: o que indicam as crianças?, de Silmara Parreiras.

2.1. Rotinas da Educação Infantil baseada no método de ensino


construtivista
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Refletindo sobre as rotinas do educador, outro ponto importante é sobre


o método de ensino construtivista. O que é isto? Esta linha pedagógica entende
que o aprendizado acontece em conjunto, ou seja, é um processo de interação
entre professor e aluno. Qual o papel do professor? Ele é um mediador do
conhecimento.

No processo do Construtivismo o que cabe ao aluno? vivenciar situações e


atividades interativas a fim de que ele mesmo construa os saberes. Em síntese,
podemos entender que este é um novo olhar sobre a maneira de como a criança
aprende, é um método que ensina a criança Aprender a Aprender. Veja o conceito
do autor Becker (1993) para complementar ainda mais nosso aprendizado sobre
este assunto:

A ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que,


especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma
instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do
indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano,
com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua
ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária
ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação
não há psiquismo nem consciência, e, muito menos, pensamento.
(Becker, 1993)

Quais as características deste método de ensino?

✔ Sala de aula com menos alunos: Para desenvolver este método de ensino é
preciso que o aluno tenha espaço para participar, ativamente, de seu
aprendizado. Sendo assim, tanto as experiências como as interações estimularão
e facilitarão o seu aprendizado. E o professor? Ele precisa estar atento a cada
aluno, particularmente, a fim de acompanhá-lo, de perto, e contribuir com sua
real necessidade.
✔ Método de avaliação diferenciada: Esse método é inovador. A avaliação não é
através de testes e provas. Por que? Porque o professor acompanha a
aprendizagem, diariamente. O instrumento utilizado é o de avaliações
diagnósticas com o objetivo de entender as especificidades de interferência de
cada aluno para que haja o melhor aproveitamento dos conteúdos.

✔ Sala de aula organizada em círculos: Baseado na ideia de que o professor não é


um detentor do conhecimento, a forma da organização de uma sala construtivista
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deverá ser em círculos. O que isto favorece? a interação e a participação ativa dos
alunos.

✔ Menor interferência do professor: Partindo do pressuposto de que o professor é


um mediador e motivador das interações entre os alunos, o seu papel é criar
situações que estimulem a construção do aprendizado. No entanto, é importante
lembrar que cada aluno possui seu próprio processo de aquisição de
conhecimento, por isso, o professor precisa propor várias formas de aprender um
determinado conteúdo.

2.2. A importância do brincar e as possibilidades de aprendizagem e


desenvolvimento da autonomia da criança

Iniciamos este tópico trazendo mais alguns conceitos importantes para o


desenvolvimento de nossos estudos. Desta vez, é sobre a importância do Brincar.
Segundo o dicionário Aurélio (2003), brincar é "divertir-se, recrear-se, entreter-se,
distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis". Avançando
um pouco mais temos Oliveira (2000) quando diz que o brincar não significa
apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais
complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo.
Até aqui já entendemos que brincar se traduz em desenvolvimento que acontece
através de trocas recíprocas.
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Fonte: Retirada do site www.crescaeapareca.com.br

É através do brincar que a criança desenvolve capacidades importantes


como, por exemplo, a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, propicia o
desenvolvimento de áreas da personalidade como a afetividade, inteligência,
motricidade, sociabilidade e a criatividade. Acrescentamos a essas definições o
conceito de Zanluchi (2005) onde ele afirma que

“Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua


atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e
social, bem como vai compreendendo como são e como
funcionam as coisas.” Zanluchi (2005)

Diante de tudo que vimos, vamos finalizar este tópico definindo a


importância do brincar para o desenvolvimento infantil:

✔ À medida que a criança brinca ela transformar e produz novos significados o que
expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento;
✔ Se ela for estimulada, é possível que provoque o rompimento das relações de
subordinação ao objeto;
✔ Ao brincar, a criança se parece mais madura, pois, mesmo de forma simbólica, ela
entra no mundo adulto para que ela lide com diversas situações e conflitos do
cotidiano.
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2.3. Indissociabilidade entre o educar e o cuidar e suas implicações


na rotina da Educação Infantil
Revisando os termos Cuidar e educar, eles são indissociáveis, ou seja, na
educação infantil esta prática não se separa, andam juntos para que possa
proporcionar o desenvolvimento integral da criança. Para explicar melhor, a
autora Massena (2011) aborda este assunto relatando que as atividades que
ocorrem na Educação Infantil, precisam estar entrelaçadas, articulando o educar
e o cuidar. Neste caso, a rotina é a “mola mestra” dessas instituições de ensino.

Massena (2011) vai além em suas palavras esclarecendo um pouco mais


sobre este assunto. Ela diz que a rotina é uma prática com diferentes ações que
ocorrem no cotidiano do professor visto que possibilita que a criança oriente-se
na relação espaço/tempo, reconheça seu andamento, dê sugestões e proponha
mudanças. É preciso também levar em consideração as necessidades da criança,
ou seja, é fundamental que esteja atento aos elementos que compõem a rotina
para que faça parte dos diversos momentos da criança, na perspectiva do
desenvolvimento dela. Acompanhe o quadro com os horários imprescindíveis,
que precisam ser respeitados:

HORÁRIOS
Alimentação; Higiene; Escovação de dentes; Calendário; Chamada; Roda de música; Oração;
Momento da novidade; Hora do conto; Repouso; Atividades lúdicas e significativas; Jogos
diversificados, entre outros.

Fonte: Massena (2011)

3. A hora da atividade, da roda e do lanche


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Para você entender melhor, vamos dar o próximo passo que é entender de
que forma podemos estruturar uma rotina adequada para a educação infantil.
Vamos conhecer? São diversas as atividades que compõem a rotina na Educação
Infantil. Cada uma possui suas finalidades e suas formas de organização. Antes
de começar a estudá-las, vamos relembrar as funções da rotina escolar! Por que
ela é importante no cotidiano das atividades? Leia atentamente as informações
abaixo:

Fonte: Retirada do site https:// pt.slideshare.net

Agora que você já sabe as funções da rotina escolar, partiremos para o


detalhamento de cada atividade. Vamos iniciar?

✔ Hora da Roda: É um momento de extrema importância. É nele que o professor


acolhe as crianças de forma que elas se sintam seguras e com a sensação de
pertencimento àquele grupo. Como deve ser a dinâmica na sala de aula? Cabe
ao profissional de educação infantil se utilizar da música, jogos de mímica ou
até mesmo das brincadeiras tradicionais para que a chegada da criança, ao
espaço, seja agradável. Logo após, é necessário organizar a roda de conversa
para as trocar de ideias e o momento de vivências. Não resta dúvida o quanto
todas essas ações contribuem, significantemente, para a moralidade infantil.
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Fonte: Retirada do site www.pinterest.com

Quais tipos de atividades podem são desenvolvidas na roda? Vamos relacionar


cada uma?

✔ Atividades que visam a construção do conhecimento sobre códigos e linguagens.


Como assim? Tipo brincadeiras com crachás com os nomes das crianças, jogos
diversos (apresentar a criança para que ela possa brincar sozinha, entre outras);

✔ Atividade de marcação do dia no calendário;

✔ Discussões acerca dos projetos que estão sendo trabalhados pela classe, além de
apresentar às crianças as atividades do dia, abrindo, também, um espaço para
que elas possam participar do planejamento diário.

✔ Artes plásticas estimula a capacidade da criança em expressar-se através da arte,


bem como estimulando o senso estético e crítico.

✔ Hora das Atividades: Este é o momento em que o professor propõe as


atividades, o conteúdo da aula para toda sala. Pode ser uma atividade de
forma coletiva ou individual, bem como deverá ser desenvolvida tanto dentro
ou fora da instituição de ensino. Tudo isto contribui para o desenvolvimento
da autonomia da criança.
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Fonte: Retirada do site atividadesparaprofessores.com.br

Hora do Lanche: Este também é um dos momentos de extrema


importância para a criança visto que contribui para o desenvolvimento saudável
da criança, além de fazer parte do processo educativo. Vamos desmembrar este
momento para entender melhor? Em pequenas frases e períodos
demonstraremos o quanto este momento é importante. Acompanhe:
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Fonte: Retirada do site https://br.pinterest.com

✔ Comer não consiste em apenas uma necessidade do organismo. É mais que isto.
É uma necessidade psicológica e social;
✔ É no momento das refeições que a criança tem a oportunidade de se relacionar
com os coleguinhas, trocar ideias, adquirir conhecimentos e, inclusive,
desenvolver sua autonomia.
✔ O momento do lanche deve ser proporcionada com muita alegria. Por que?
Porque a criança aprender a preparar e cuidar do alimento com independência,
bem como adquirir boas maneiras durante as refeições.

SUGESTÃO: Vamos finalizar este tópico cantando uma música muito conhecida
na educação infantil? É importante exercitar para cantar bonito com os seus
pequenos!
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Fonte: Retirada do site https://br.pinterest.com

✔ Hora da Brincadeira: A brincadeira é uma das atividades mais


valiosas para as crianças. Por que será? É nesses momentos que os pequenos
aprendem a conviver com pessoas diferentes, compartilham ideias, regras,
objetos, brinquedos, enfrentam desafios, montam estratégias, exploram
ambientes e praticam sua concentração! O que é mais importante nisso tudo
é a contribuição dessas ações! Que tal conhecer? Ela proporciona o
desenvolvimento motor, físico, emocional, cognitivo e intelectual.

Na Educação Infantil, as brincadeiras fazem parte da rotina diária da


instituição escolar. Elas são agregadas em diferentes momentos do dia. Mas,
o que significa trabalhar com o movimento e expressão corporal? Significa
proporcionar à criança o conhecimento do próprio corpo e experimentar as
possibilidades que ela oferece. Cabe ao professor incluí-las no planejamento
de suas atividades diárias.
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Fonte: Retirado do site https://pt.slideshare.net

✔ Cada atividade deverá ser adequada à realidade da criança;


✔ O professor precisa estar atento ao tempo de duração das brincadeiras para não
atrapalhar o andamento das demais atividades.

4. Prática de observação em Instituição de Educação


Infantil
As instituições de educação infantil precisam tornar seus espaços em um
ambiente de socialização e construção de saberes para as crianças. Um espaço
escolar sem o mínimo de estrutura, desorganizado e sem acolhimento não
possibilita o desenvolvimento e aprendizagem. Quando o ambiente proporciona
boas experiências, certamente contribuirá no processo educativo da criança.

A organização dessas instituições: traduz as concepções de


criança, de educação, de ensino e aprendizagem, bem como uma
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visão de mundo e de ser humano do educador que atua nesse


cenário. Horn (2007)

Falando neste assunto, logo uma pergunta nos vem à mente: Qual a
responsabilidade do professor neste contexto da organização do espaço? Ora,
cabe a ele colaborar no processo de ensino e organização do espaço. Quem
reforça isto é Tiriba (2008) quando fala que “do ponto de vista das crianças, não
importa que a escola seja um direito, importa que seja agradável, interessante,
instigante, que seja um lugar para onde elas desejem retornar sempre”. Perfeita
esta definição do autor, não acha?

A organização do espaço educativo na Educação Infantil precisa estar a


serviço do desenvolvimento e da aprendizagem da criança, visando assim, o seu
pleno desenvolvimento. Mas, antes de qualquer coisa precisamos entender se
existe diferença entre as palavras Espaço Escolar e Ambiente. Será que as duas
quer dizer a mesma coisa ou possuem diferenças de significado? Vamos
acompanhar através dos conceitos de vários autores:

[...] o termo espaço se refere aos locais onde as atividades são


realizadas, caracterizados por objetos, móveis, materiais didáticos,
decoração. O termo ambiente diz respeito ao conjunto desse
espaço físico e às relações que nele se estabelecem (HORN, 2007,
p.35).

Neste sentido, o espaço escolar proporciona a construção de


conhecimento. Segundo Moura (2009) ele o caracteriza como sinônimo de
grandes e diversas possibilidades de formação das crianças. Já os autores
Edwards, C.; Forman, G. e Gandini, L. (1999), eles dizem que o espaço reflete a
cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas e, em um exame cuidadoso,
revela até mesmo camadas distintas dessa influência cultural.

Outro conceito interessante é o de Horn (2007). Ele diz que o espaço nunca
é neutro e a forma como é organizado transmite uma mensagem. Como assim?
Vamos pensar: Se o ambiente transmite determinada mensagem, ela será uma
reflexão cultural, relacionada ao contexto social da criança. Aqui trazemos uma
nova informação: É preciso que as instituições de Educação Infantil repensem
sobre seus espaços escolares já que eles são detentores de cultura, ou seja, os
pequenos precisam se sentir seguros e alegres na escola.

No planejamento do ambiente deve levar em consideração o


tamanho do espaço da sala de aula, a área de lazer, a higiene, a
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iluminação, a segurança, a climatização, se há espaços para as


atividades livres, se é agradável o visual físico, dentre outros.
SOUSA (2006)

Organizar o espaço escolar tem alguma coisa a ver com proposta


pedagógica? Se você respondeu que sim está correto. É neste espaço que as
crianças constroem seus conhecimentos. Neste contexto, o professor assume o
papel de mediar sua organização, bem como dar apoio no desenvolvimento das
atividades. Por isso, a partir de hoje quando resolver organizar o espaço pense
nas crianças. Imagine de que forma elas utilizarão o espaço e produzirão
conhecimentos, aprendizagens! Para completar a ideia, acompanhe os conceitos
abaixo:

A prática pedagógica nas instituições de Educação Infantil implica


a reflexão de que o estabelecimento deve oferecer um sequência
básica de atividades diárias que são referenciadas pelas
necessidades das crianças. Sendo a brincadeira, uma das
atividades mais importantes realizadas nas instituições infantis.
HORN (2007)

A organização do espaço deve ser feita em cooperação com a


criança que brinca, pois na organização dos brinquedos e espaços
a criança já está imprimindo a sua personalidade, seus desejos e
sonhos, mas também reconstruindo em pequena escala sua
representação de mundo. O brincar se faz importante, tanto em
casa como no ambiente escolar. As instituições de Educação
Infantil devem oferecer espaços adequados de atividades lúdicas.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998)

Como vimos anteriormente, a organização do espaço deve ser feita em


cooperação com a criança. Avançando um pouco mais nesta discussão, trazemos
outros ricos conceitos que tratam deste assunto, como, por exemplo, o de
Vygotsky...

É na brincadeira que a criança se comporta além do


comportamento habitual de sua idade, além de seu
comportamento diário. A criança vivencia uma experiência no
brinquedo como se ela fosse maior do que a realidade, o
brinquedo fornece estrutura básica para mudanças das
necessidades e da consciência da criança. VYGOTSKY (1992)
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Já de acordo com o artigo 8º das DCNEI, leva-se em consideração que as


interações e as brincadeiras são os eixos norteadores da proposta Curricular da
Educação Infantil. Nesse contexto, o espaço escolar tem um papel essencial visto
que é nele que acontecem as brincadeiras. Neste momento, ele entra numa
dimensão física que possibilita que as atividades de imaginação sejam
concretizadas, na prática.

Tiriba (2008) fecha esse assunto com chave de ouro relembrado que é
preciso inserir a criança no contexto da organização do espaço escolar. Estamos
falando da parceria com a criança.

Será necessário buscar a parceria das crianças nas decisões sobre


a organização e na decoração da escola, pois, se as crianças são
sujeitos de conhecimento e também de desejo, se crescem e
modificam seus interesses e possibilidades, também os espaços
podem ser por elas permanentemente modificados. (TIRIBA, 2008)

E sobre os espaços externos, o que vem a ser? Eles não se restringem às


paredes da sala de aula. Quem irá defini-lo é o autor Horn. Veja!

Os espaços externos são considerados prolongamentos dos


espaços internos e precisam ser utilizados numa perspectiva
pedagógica. Sendo assim, outros todos os espaços escolares
devem ser considerados. Horn (2007)

Como muitos sabem, os espaços externos, na maioria das vezes, é pouco


considerado. Ao invés de ignorá-lo o transforme em uma extensão do espaço
interno. Um exemplo bem prático é o parque. Ele proporciona diversas formas de
aprendizagens e interações sociais. Você concorda? Que tal você como professor
planejar uma aula no parque? Se imagine nessa foto abaixo. Certamente será
uma aula bastante produtiva, não é mesmo?
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Fonte: Retirada do blog https://parquedosabia.blogspot.com

Chamamos sua atenção para os pisos e os brinquedos dos parques.


Segundo os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para instituições de Educação
Infantil (2006) eles precisam ter pisos variados, como, por exemplo, grama, terra
e cimento. Outro ponto importante é, se possível, insira outros elementos como,
por exemplo, bancos, anfiteatro, casa em miniatura, brinquedos diversos como
escorregador, balanços, túneis, entre outros.

Caro aluno (a) podemos concluir esta etapa definindo os espaços para a
Educação Infantil com 3 frases. Segue:

✔ Precisam ser cultivados numa relação de aprendizagem;


✔ É necessário estar voltado para o desenvolvimento da criança;
✔ Ser organizado e planejado em conjunto com as crianças.

Você quer ler? Para saber mais sobre a prática de observação na Educação
Infantil, clique aqui e leia o artigo A importância da observação de aulas na Educação
Infantil.

Síntese
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Chegamos ao final da Unidade II. Gostou dos conteúdos apresentados?


Espero que sim! Neste módulo, você teve acesso a diversos referenciais teóricos,
exercícios que abordaram temas relevantes para seu curso. Um deles foi a
indissociabilidade dos termos Cuidar e Educar associando-o com a prática na
Educação Infantil! E as rotinas da Educação Infantil?

Baseado em diversas definições e exemplos, foi possível:

● conhecer os detalhes de cada rotina educativa;


● fazer um link com a prática educativa através de exemplos do
cotidiano da educação;
● compreender a relação entre Cuidar e Educar;
● identificar a importância do estabelecimento de uma rotina para as
crianças na Educação Infantil;
● perceber a prática da observação em Instituição de Educação Infantil
como fator fundamental para a organização do espaço e adequação
das atividades.

Com isso, você teve acesso a um importante conteúdo do curso. Na


próxima unidade falaremos do Relatório da prática de observação em Instituição
de Educação Infantil. Até breve!
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Bibliografia

BARBOSA, Maria C. S. A Rotina nas Pedagogias da Educação Infantil: dos


binarismos à complexidade, Currículo sem Fronteiras, v.6, n.1, p. 56-69,
Jan/Jun2006. Disponível em:
http://www.curriculosemfronteiras.org/vol6iss1articles/barbosa.pdf. Acesso em
03/07/2012.

BECKER, F. O que é construtivismo. Ideias. São Paulo: FDE, n.20, p.87-93, 1993.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil/ Ministério da


Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília:
MEC/SEF,1998. BRASIL. Parecer CEB nº 022 de 17 de dezembro de 1998.

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