Você está na página 1de 13

ENSINO COLABORATIVO: UMA PROPOSTA PARA A

ESCOLARIZAÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA


AUDITIVA/SURDEZ

Eliana Marques Zanata

Doutora em Educação Especial. Professora do Departamento de


Educação da Faculdade de Ciências da Unesp – Bauru.

Vera Lúcia Messias Fialho Capellini

Doutora em Educação Especial. Professora do Departamento de


Educação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento
e Aprendizagem e Docência para a Educação Básica da Faculdade de Ciências
da Unesp – Bauru.

Introdução

Caro cursista, nosso tópico de estudo nesta disciplina é o ensino


colaborativo!

Para iniciar nossa leitura, gostaríamos de saber: o que você entende por
ensino colaborativo? Já ouviu este termo antes?

Vamos ver se conseguimos relacionar o poema abaixo ao nosso tópico de


estudo?

Um galo sozinho não tece uma manhã:


ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(João Cabral de Mello Neto)
O belo poema de João Cabral de Mello Neto cita diversos galos fazendo
seu trabalho, um após o outro em colaboração, pois é preciso que o primeiro
lance seu grito para que o outro o apanhe e lance ao próximo, assim, cada um
deles ao fazer sua parte e auxiliar o outro a fazer o mesmo, possibilita que surja
uma nova manhã, tecida a partir dos gritos de galos mais uma vez. Ressalta-se,
assim, a união de muitos para a construção de um objetivo comum. Nota-se que
o autor usa os verbos tecer, apanhar, lançar, cruzar, gritar, erguer e entrar,
referindo-se às ações em colaboração, integradas em torno de um objetivo.

Introdução

De acordo com o dicionário Aurélio (DICIONÁRIO DO AURÉLIO ONLINE,


2015), colaborar significa: “Trabalhar em comum com outrem/Agir com outrem
para a obtenção de determinado resultado/Ter participação em obra coletiva,
geralmente literária, cultural ou científica”. A partir desse termo, aplicando-o ao
contexto do ensino, nós podemos entender o ensino colaborativo como parceria,
colaboração e trabalho em equipe.

Nenhum de nós pode fazer as coisas mais importantes


sozinho. A parceria e a colaboração são os caminhos
para enfrentar todos os desafios.

Introdução

No contexto escolar, o ensino colaborativo reflete a união entre a


educação especial e a educação comum (que se tornaram unas desde 2007,
como já vimos em outras disciplinas). Dessa forma, estamos nos referindo à
educação especial na perspectiva da educação inclusiva.

A ideia de colocar os professores do ensino especial e regular para


trabalharem juntos na mesma classe tem se fortalecido, sendo uma
política regularmente adotada em vários países com práticas mais
antigas de inclusão escolar, tais como a Itália, a Inglaterra, os Estados
Unidos, a Espanha, etc. [...]. A proposta tem uma lógica de senso
comum, pois se colocarmos um professor a mais na sala de aula,
diminuímos pela metade a razão professor/aluno, e isso pode
potencializar as oportunidades de ensino e aprendizagem para todos.
Entretanto, cumpre ressaltar que o sentido do Coensino não é apenas
o de trabalhar junto, mas de trabalhar colaborativamente, o que vai
além da proposta da bidocência, ou do fato de se ter dois professores
na mesma sala de aula (MENDES; VILARONGA; ZERBATO, 2014, p.
6566).

Cada vez mais é necessária a elaboração de projetos colaborativos entre


professores das classes comuns e professores especilistas com a finalidade de
promover práticas pedagógicas inclusivas. Estas visam desenvolver e gerar
novas capacidades nos alunos para que atuem e interatuem de maneira
construtiva, com o outro e com o ambiente em que estão inseridos.

Tendo como referência a escolarização de alunos Público-Alvo da


Educação Especial (PAEE) em contextos inclusivos, alguns autores (PUGACH;
JOHNSON, 1989; COOK; FRIEND 1995; WOOD, 1998; WALTHER-THOMAS;
KORINEK; MCLAUGHLIN, 1999) apontam que o trabalho desenvolvido em
parceria entre os professores da educação especial e de classe comum,
denominado ensino colaborativo, constitui-se em uma proposta muito eficaz.

Nesse contexto de construção de uma cultura inclusiva na escola, os


professores são desafiados ao receberem alunos com deficiência auditiva/surdez
(DA/S) em suas salas de aula. Nesse sentido, trabalhar em conjunto com outros
profissionais que tenham mais experiência com este público tem se mostrado
indispensável para a efetivação de um trabalho de qualidade nas escolas e a
implementação de novas estratégias eficazes de ensino.

Assim, para que a inclusão escolar ocorra com qualidade, é preciso haver
um trabalho colaborativo com a educação especial e vice-versa, pois um trabalho
desenvolvido no Atendimento Educacional Especializado.

O (AEE) não alcançará êxito sem estabelecer diferentes parcerias, por


exemplo, com a gestão escolar, com os professores de classe comum, com a
família e até mesmo, com os demais profissionais de suporte. No entanto, ainda
hoje há relatos de professores que se sentem sozinhos nessa tarefa ou não se
sentem completamente seguros para executá-la. E você, como se sente? De que
maneira seria possível integrar mais os alunos com DA/S com seus colegas de
classe? Já pensou na possibilidade de se trabalhar de maneira colaborativa com
alunos com DA/Surdez?

Introdução

Segundo Mendes, Vilaronga e Zerbato (2014), a colaboração está


relacionada comum apoio de um indivíduo ao outro e as condições necessárias
para que ocorra podem variar de contexto para contexto. Segundo as autoras,
para que haja uma contribuição efetiva alguns aspectos são considerados
essenciais, como:
Existência de um objetivo comum;

Equivalência entre os participantes;

Atuação de todos;

Divisão de responsabilidades e recursos;

Participação voluntária (relacionada ao professor querer


participar de tal proposta que não seja impositiva).

Introdução

Embora ainda pouco difundida na perspectiva educacional, a proposta de


colaboração demonstra ser uma ação inovadora. Muitos de nós professores,
ainda costumamos atuar em nossa sala de aula, realizando o nosso trabalho de
maneira isolada, sem o envolvimento de outros professores ou da equipe
gestora; o que se distancia de uma proposta baseada na ideia de coensino.

O termo coensino é utilizado na Educação Especial na perspectiva da


Educação Inclusiva objetivando abordar a colaboração entre um professor de
ensino comum e um professor da educação especial, sendo definido, por os
devem ser responsáveis pelo processo de ensino, compartilhando o
planejamento, a execução e a avaliação de atividades escolares de um grupo
heterogêneo de alunos, dentre os quais alguns são PAEE.

Dessa forma, pensando na aprendizagem de todos, nesta modalidade,


deve-se estar atento a um currículo que atenda aos alunos e não apenas aos
alunos PAEE, como é o caso dos alunos com DA/S.

De acordo com os autores, ambos os professores (da educação especial


e da classe comum) devem se responsabilizar pelo planejamento e organização
do trabalho pedagógico, definindo a quem compete cada uma das ações
planejadas em conjunto, desde a inclusão de recursos didáticos, Tecnologia
Assistiva, modificações metodológicas e organização do trabalho pedagógico
(tanto no âmbito da classe comum, como nas orientações à família, aos demais
membros da equipe escolar e aos outros profissionais). Nesta estratégia didática
inclusiva, o professor da classe comum e o professor especializado:

[...] planejam de forma colaborativa, procedimentos de ensino para


ajudar no atendimento a alunos com deficiência, em classes co- muns,
mediante um ajuste por parte dos professores. Nesse modelo, dois ou
mais professores possuindo habilidades de trabalho distintas, juntam-
se de forma coativa e coordenada, ou seja, em um trabalho
sistematizado, com funções previamente definidas para ensinar grupos
heterogêneos, tanto em questões acadêmicas quanto em questões
comportamentais em cenários inclusivos. Ambos compartilham a
responsabilidade de planejar e de implementar o ensino e a disciplina
da sala de aula (CAPELLINI; ZANATA; PEREIRA, 2008, p.10).

Assim, a colaboração é uma prática de trabalho em que os professores


atuam em conjunto para atingir um objetivo comum e, de tal forma, conseguir
melhores resultados; nesse caso, o ensino e a aprendizagem do aluno com
DA/Surdez.

Introdução

De acordo com Friend e Cook (1990), a colaboração envolve:

Conscientização: tornamo-nos parte do processo


quando trabalhamos com objetivos comuns;

Motivação: buscamos um consenso na resolução


de problemas ou no desenvolvimento das práticas, sem
que isto signifique ausência de conflitos;

Autossincronização: decidimos quando e como as


coisas precisam acontecer;

Participação: participamos colaborativamente e


favorecemos a participação de todos;

Mediação: negociamos e colaboramos na busca


de um ponto de equilibro com bom senso nos conflitos
existentes;

Reciprocidade: compartilhamos ideias e práticas


inovadoras;

Reflexão: pensamos e consideramos diferentes


alternativas para as práticas pedagógicas.

Engajamento: empenhamo-nos ativamente em


vez de esperar para ver o que acontece.
Introdução

Pensando na sistematização de ações daquilo que precisa ser melhorado


de acordo com as demandas do contexto, é importante a elaboração de planos
com o monitoramento das etapas de trabalho, que envolvem os parceiros do
Ensino Colaborativo, visando à satisfação do trabalho em conjunto, bem como a
eficácia do seu desenvolvimento, conforme apresenta a Figura 1.

Figura 1 – Colaboração e coensino

Fonte: Elaborado por Giraldi e Capellini (2015).

Por que implementar uma proposta de coensino?

De acordo com Guenther (2006), a educação brasileira já perdeu muito


tempo e energia com tentativas de implantar projetos ou ideias que foram bem
sucedidas em outros locais. Por isso, atualmente, grande parte dos professores
demonstra preferir focar nos micros contextos em que atuam. Dessa forma,
trabalhos colaborativos organizados em instituições de ensino mostram-se
relevantes por articular a equipe da escola com a família e com a comunidade.

É importante também ressaltar que o olhar de somente um profissional


pode não ser suficiente para contribuir com o desenvolvimento e com a
aprendizagem dos alunos de nossas instituições de ensino.

Assim, é importante buscarmos os olhares complementares que podem


nos dar uma visão da globalidade do aluno, o que será alcançado a partir das
visões dos diferentes profissionais envolvidos no ensino colaborativo e da própria
família.

E para implementar um trabalho colaborativo será necessário entender


como as condições de um aluno podem afetar suas possibilidades de
desenvolvimento e de aprendizagem, como ele age e interage em contextos
individuais e sociais, como, por exemplo, em situações nas quais existam outros
colegas da mesma idade, e como responde às exigências próprias da
aprendizagem,entre outros aspectos.

Mas você deve estar perguntando: na teoria, entendi,


mas como implementar, de fato, essa proposta?

Como implementar uma proposta de coensino?

Ao se pensar em uma proposta institucional de coensino, o primeiro


aspecto a ser considerado é a participação de membros da equipe gestora, que
é indispensável, pois corrobora com o modo como a instituição tem pensado e
organizado as diversas necessidades que emergem do contexto escolar.

Assim, qualquer projeto que tenha como norteador um ensino pautado na


colaboração deverá:

Contar com a participação da equipe gestora;

Planejar e propor ações para resolver questões


identificadas no cotidiano escolar;

Manter um canal efetivo de comunicação ativa


entre os profissionais;

Prezar pela manutenção de um relacionamento


agradável entre todos os envolvidos;

Registraras questões abordadas para que haja


coerência nas decisões tomadas;
Compartilhar linguagem e conhecimento;

Elaborar planos de ação flexíveis a partir das


características de cada contexto.

De acordo com Walther-Thomas, Korinek e Mclaughlin (1999), para que


uma escola possa desenvolver uma proposta pautada na colaboração é preciso
que as seguintes práticas sejam apreendidas: colaboração e inclusão escolar
não são sinônimos; amizade não é um pré-requisito para coensino; colaboração
não é construída fácil ou rapidamente; deve haver estímulo e engajamento dos
profissionais; e, é importante determinar em que momentos a colaboração é
apropriada.

Como implementar uma proposta de coensino?

O trabalho pautado no coensino pode ser realizado sob diferentes


modelos em sala de aula, como demonstrado no Quadro 1:

Quadro 1 – Possibilidades de coensino na sala de aula

Um professor ensina o conteúdo da


aula enquanto o outro observa os alunos à
medida que eles respondem às informações
e se envolvem com o trabalho. Existe um
Um ensina, o outro
mo- mento anterior de planejamento para
observa
definir os conteúdos que esperam atingir e
ater maior atenção durante o ensino e a
observação; ao final, analisam juntos esses
dados após a aula.
Um dos professores tem como
responsabilidade principal o ensino da
Um ensina, o outro matéria, enquanto o outro profissional circula
auxilia pela sala, proporcionando assistência a
todos os estudan- tes sempre que for
necessário.
Ensino em estações Os professores dividem o conteúdo e
a turma em grupos. Cada um ensina o
conteúdo para um grupo e, subsequen-
temente, repete a instrução para o outro
grupo. Se for apropriado, uma terceira
“estação” poderia oferecer aos alunos uma
oportunidade para trabalharem de ma- neira
independente.
Os professores dividem a classe pela
metade e ensinam o mesmo conteúdo. Isso
possibilita a opção de compartilhar ou
Ensino paralelo comparar a informação quando a aula se
aproxima do final, ampliando, assim, a
oportunidade de se conseguir trabalhar com
mais conteúdo.
Na maior parte dos grupos de aula,
surgem ocasiões em que alguns alunos
necessitam de instrução especiali- zada. No
Ensino alternativo
ensino alternativo, um professor assume a
responsabilidade pelo grupo maior, enquanto
o outro trabalha com um grupo menor.
Neste modelo, ambos os professores
fornecem as mesmas informações ao
mesmo tempo. É uma abordagem bastan- te
Revezamento fluida ao ensino, que requer que, ambos os
professores, estejam em sincronia, mas que
também sejam um tanto espontâneos
durante a instrução.

Fonte: Elaborado por Giraldi e Capellini (2015).

Como implementar uma proposta de coensino?

Tais modelos podem ser organizados conforme períodos fixados


previamente ou apenas em determinados momentos, relacionados aos
conteúdos curriculares, da troca de experiências, do espaço físico e do tempo
disponível.

No processo de planejamento de aulas e de atividades é preciso levar em


conta que cada aluno apresenta necessidades ímpares; portanto, as respostas
pedagógicas a serem oferecidas para o atendimento das necessidades
educacionais especiais devem ser pensadas em conjunto, lembrando que o
trabalho colaborativo requer um compromisso acadêmico entre os pares e cada
profissional envolvido pode aprender e se beneficiar com os saberes dos demais.

A partir do planejamento, podemos pensar no trabalho em conjunto com o


professor especializado para desenvolver, por exemplo, o coensino em sala de
aula comum duas vezes por semana, ao invés de fazê-lo apenas no AEE, a fim
de promover maior interação entre os alunos com DA/S e os demais colegas. A
articulação do trabalho com a intérprete também será muito importante.

Sabemos que unir na mesma sala dois professores diferentes (da classe
comum e da Educação Especial) pode ser um desafio, tanto para eles quanto
para a escola, entretanto, tal parceria é inevitável para o processo de mudança e
qualidade do ensino, sobretudo, para potencializar as habilidades dos alunos,
incluindo o PAEE. É importante ressaltar que cada sistema de ensino pode ter
suas limitações para implementar propostas, como, por exemplo, o contraturno,
que foi concebido em outras realidades e desenvolvido há algumas décadas.

No Brasil, a colaboração entre os professores deve existir e, para isso,


cada sistema, considerando sua realidade escolar, pode traçar metas de como
efetivar a proposta de coensino ou parte dela. Você, cursista, poderá se
aprofundar no tema no texto complementar desta disciplina.

Como estabelecer parcerias colaborativas?

Este é um momento muito importante do processo de constituição do


Ensino Colaborativo, pois pressupõe uma atuação efetiva de todos os
envolvidos.

Primeiramente, o trabalho de cada um deve ser considerado essencial e,


além da parceria entre o professor da classe comum e o professor especializado,
é preciso haver o envolvimento da equipe gestora.

Outros parceiros importantes são:

Os alunos: os professores devem formar grupos


heterogêneos para que cada aluno possa aprender com
o outro;

Os funcionários da escola: todos devem estar


envolvidos, desde os que prestam serviços gerais até a
gestão escolar. O essencial é que todos os envolvidos
tenham clareza dos objetivos comuns que a escola quer
atingir com os alunos PAEE e com os demais alunos;

A família: deve sempre receber os


esclarecimentos sobre o trabalho realizado no cotidiano
escolar. É por meio dela que a equipe envolvida no
ensino colaborativo pode coletar informações
importantes para entender as manifestações dos alunos,
assim como, compreender as expectativas dos membros
familiares em relação a eles.

Você sabia que esse trabalho já está sendo colocado em


prática?

O coensino ou ensino colaborativo é uma estratégia que teve origem em


outros países, no entanto, tem sido apontada como muito eficiente para o
sucesso da escolarização do PAEE atualmente.

A Secretaria Municipal de Educação dos municípios de Macatuba-SP, São


Carlos-SP e Aracruz-ES já estão implementando essa estratégia. Nestes
municípios, os professores especilistas não atendem por área e sim de forma
generalista, ou seja, nas salas de recursos podem ter alunos PAEE de todas as
áreas. Em alguns dias da semana, a estratégia do coensino tem sido utilizada,
ou seja, o professor especializado trabalhando dentro da sala de aula do
professor da classe comum.

E você, está disposto a uma nova parceria?

Considerações finais

Trabalhar com alunos com DA/S em uma perspectiva colaborativa é, sem


dúvida, um desafio, afinal, sabemos que ao mesmo tempo em que se estimula a
aprendizagem de conteúdos escolares e o desenvolvimento de habilidades dos
alunos, estes também precisam ser pensados enquanto seres humanos,
desenvolvendo e cultivando princípios éticos, interação social e realização
pessoal.

Por este motivo, trabalhar com base em uma perspectiva colaborativa


pode fazer muita diferença, já que tal estratégia é, em si mesma, um exemplo de
colaboração e apoio mútuo. Mas, para que isso ocorra, é necessário o esforço de
cada profissional envolvido, a fim de garantir as condições necessárias que
permitam o desenvolvimento de equipes criativas e coesas nas instituições
escolares, considerando a premissa de auxiliar todos os estudantes a
aprenderem.
É preciso que acreditemos que outra organização escolar seja possível,
cultivando práticas colaborativas e inspirando nossos alunos à solidariedade, ao
trabalho coletivo, à colaboração e não à competição.

Desta forma, podemos romper com o modelo no qual cada professor


entra na sua sala e trabalha sozinho, responsabilizando-se pelo sucesso ou
insucesso do aluno. Nessa nova proposta, deixamos de considerar este ou
aquele aluno como meu e seu, passamos agora a considerar todos como
nossos!

Referências

CAPELLINI, V. L. M. F.; ZANATA, E.M.; PEREIRA, V.A. Práticas educativas:


ensino colaborati- vo. In: CAPELLINI, V. L. M. F.; RODRIGUES, O.M.R.
(Org.).Práticas em educação especial e inclusiva na área da deficiência mental.
Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.

COOK, L.; FRIEND, M. Coteaching: Guidelines for creating effective practices.


Focus onEx-ceptionalChildren, v. 28, n. 3, p. 116, 1995.

DICIONÁRIO DO AURÉLIO ONLINE. Dicionário do Aurélio. Disponível em:


http://www.dicio- nariodoaurelio.com/. Acessoem: 12 mar. 2015.

FRIEND, M.; COOK, L. Collaboration as a predictor for success in school


reform.JournalofE-ducationalandPsychologicalConsultation, v.1, n.1, p. 69-86,
1990.

GIRALDI, L. P. B.; CAPELLINI, V. L. M. F. Ensino Colaborativo junto ao Aluno


com Altas habilidades e superdotação. São Paulo: AVA Moodle Unesp [Edutec],
2015. No prelo. Tra- ta-se do texto 1 da disciplina 14 do curso de Especialização
em Educação Especial/Altas Habilidades ou Superdotação da Rede São Paulo
de Formação Docente. Disponível em:<www.edutec.unesp.br/moodle>. Acesso
em: 06 mai. 2015.

GUENTHER, Z.C. Desenvolvendo capacidades e talento: um conceito de


inclusão. Petró- polis, RJ: Vozes, 2006.

MELLO NETO, J. C. Antologia poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p.


17. MENDES, E. G.; VILARONGA, C. A. R.; ZERBATO, A. P. Ensino colaborativo
como apoio à inclusão escolar: unindo esforços entre educação comum e
especial. São Carlos: Edufs- car, 2014.

PUGACH, M. C.; JOHNSON, L. J.The Challenge ofImplementing Collaboration


Between general and special education.Exceptional Children, v. 56, n. 3, p.
232235,1989.

WALTHER-THOMAS, C.S.; KORINEK, L.A.; MCLAUGHLIN, V.L. Collaboration to


support stu- dents’success. Focus on Exceptional Children, v. 32, n. 3, p. 1-18,
1999.

WOOD, M. Whose job is it anyway? Educational roles in inclusion. Exceptional


Children, v. 64, n. 2, p. 181-195, 1998.

Você também pode gostar