Preconceito corresponde a um juízo de valor antecipado, a discriminação é o ato de estabelecer diferenças, distinções e separações. Em outras palavras, ela é a materialização do preconceito. Contudo, nem sempre quem tem preconceito em relação a um grupo discriminará um membro dele, mas quem discrimina alguém obrigatoriamente tem preconceito em relação à coletividade à qual esse sujeito pertence. Nesse sentido, para eliminar as práticas discriminatórias, ou pelo menos diminuí-las, precisamos entender e atuar sobre os preconceitos, já que eles são as causas geradoras delas.
PRECONCEITO ( ideias e crenças)
DISCRIMINAÇÃO (ações e práticas)
O sociólogo norte-americano Cohen (1980) aponta que os métodos de discriminação
mais evidentes ao longo da história foram o aniquilamento, a expulsão e a segregação. O aniquilamento diz respeito ao processo pelo qual os membros de um grupo são deliberadamente assassinados por integrantes de outro. Um exemplo disso foi o extermínio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A expulsão refere-se às situações em que um grupo expulsa outro de suas terras, de maneira que os seus partícipes são forçados a viver noutro local. Tomemos como exemplo a colonização dos Estados Unidos. Ela implicou a saída forçada de muitas tribos indígenas de seus territórios e no posterior aldeamento destas em reservas indígenas. A segregação ocorre quando os membros de um grupo são obrigados a estabelecer residências separadas e a usar infraestrutura diferenciada dos demais. No geral, as casas, escolas, hospitais e hotéis são inferiores àqueles disponíveis a outras coletividades. Esse era o caso da África do Sul durante a vigência do sistema do apartheid. Após a Segunda Guerra Mundial, conforme observam os psicólogos Marcus Eugenio Oliveira Lima e Jorge Vala (2004), aconteceram mudanças significativas que desestimularam a manifestação explícita de preconceitos. Nessa época, emergiram os movimentos pelos direitos civis nos Estados Unidos, as mobilizações políticas pela libertação das antigas colônias europeias e a Declaração de Direitos Humanos. Contudo, o preconceito não desapareceu, apenas passou a se expressar de maneira disfarçada e indireta. Isso tornou mais difícil a sua identificação e, por consequência, o seu combate.