O Marketing na Salsa Jeans

2.6 Marketing no contexto pandémico

Como sabemos, a pandemia COVID-19 teve diversas repercussões no que toca

ao setor de moda. Com efeito, algumas empresas viram-se obrigadas a fechar as suas
lojas físicas, algumas fábricas foram forçadas a encerrar ou, noutros casos, laboraram
com um número de operários reduzido. Tal situação, refletiu-se em várias áreas e
departamentos, nomeadamente, em atrasos na produção e entrega de mercadorias e em
mudanças nas preferências do consumidor. Este último é bastante visível no setor da
moda, por exemplo, visto que, ao estarem mais tempo em casa, optaram por roupas mais
confortáveis, práticas e casuais. Além disso, face às restrições das compras presenciais,
importa mencionar que o comércio eletrónico aumentou significativamente, fazendo
com que as empresas que, até então obtinham grande parte das suas receitas através das
lojas físicas, se adaptassem ao mundo digital, de forma a sobreviver.
A empresa portuguesa em análise viu-se também obrigada a reajustar alguns
aspetos, vendo naquela que foi uma adversidade para muitas empresas, uma
oportunidade. Com efeito, a marca apostou na estratégia UGC (User Generated
Content). Em português, podemos traduzir UGS para “Conteúdo Gerado pelo
Utilizador”, isto é, um método utilizado ao longo dos últimos anos, que permite que a
marca se conecte melhor com a sua base internacional de clientes, humanizando o
conteúdo e aproximando a marca aos seguidores. A par desta estratégia, surge também a
co-criação de conteúdos criados em parceria entre a marca e influenccers. Tais
estratégias resultaram em conteúdos com maior interação onde a comunidade se
mostrou ativa e participativa, maioritariamente portuguesa que valorizava o “Made in
Portugal”, posts com jeans que destacavam as curvas do corpo de onde surgiram fãs de
corpos que manifestaram o apoio por modelos “reais” e mulheres do dia-a-dia.
Como marca inovadora no mercado, a SALSA® rapidamente desenvolveu
soluções de modo a que continuasse a atingir os seus clientes habituais bem como
clientes potenciais. Deste modo, destaca-se a campanha “Never Surrender”, que
incentivava os clientes a divulgaram nas suas redes sociais publicações com produtos
SALSA® com a hashtag #NeverSurrender. Desta forma foi possível aproveitar ao
máximo o campo digital, fazendo uso dos conteúdos que os clientes criavam para atingir
novos clientes, reforçando a relação entre clientes e empresas.
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Simão Figueiredo, especialista em Comércio Tecnológico e responsável pela

gestão/liderança das práticas de UX (User Experience) da SALSA® afirmou que a
marca se tentou adaptar sempre à realidade, destacando o conceito Never Surrender, que
lhe garantiu “toneladas de comunicações em torno deste conceito, como uma recolha
de cápsulas de caridade (100% dos lucros serão doados à Cruz Vermelha), conteúdos
relacionados com ‘Tudo o que podemos fazer juntos, ainda que à parte, uma
homenagem aos nossos Heróis’ (as pessoas na linha da frente desta batalha), etc.”,
revelando ter sido importante adaptar o site a este movimento.
Simão Figueiredo mencionou também que esta campanha lhes fora deveras
vantajosa pois qualquer cliente que entrasse no site da marca iria ver desde logo os
conteúdos de pessoas “normais”, isto é, conteúdos não profissionais, que continuavam a
utilizar SALSA® em suas casas. Tal transmitia a mensagem de que os clientes que
partilhavam Salsa’s loos estavam felizes a usar jeans em casa que eram confortáveis e
práticas – necessidades do consumidor que aumentaram desde a pandemia. Assim, para
além de poder ajudar outros clientes que não conheciam os produtos, inspirando-os e
influenciando-os; também, deu oportunidade a que os clientes vissem imagens de
corpos “reais” que lhes transmitiam sentimentos e mudanças de comportamentos,
principalmente daqueles que começaram a descuidar a sua aparência face ao
confinamento.
Por outro lado, a Photoslurp, principal plataforma de comércio visual da Europa,
ajudou a SALSA® a reagir de modo eficiente e eficaz à evolução das circunstâncias e,
apesar da distância física, criar uma experiência de compras online que reuniu a
comunidade.
A pandemia obrigou também a que fossem implementadas várias regras nas
lojas físicas para garantir o bem-estar dos clientes e fornecedores. Uma das medidas que
todas as lojas tiveram de adotar foi uma espécie de “quarentena” para todas aquelas
peças que eram devolvidas, trocadas ou experimentadas no provador, que ficavam
obrigatoriamente 48 horas guardadas antes de poderem voltar a ser colocadas nas lojas.
No entanto, a cadeia portuguesa eliminou esta necessidade de período de espera, com
uma nova tecnologia que permitiu esterilizar a roupa em 30 segundos.
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Deste modo, o marketing em contexto pandémico possibilitou a marca a atingir

um dos seus objetivos: alcançar um mercado mais jovem.

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