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- os artigos científicos.
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DISSERTAÇÃO (lato Sensu)
A dissertação é um tipo de texto que pressupõe uma estruturação
de carácter expositivo-argumentativo. Assim, deve ter:
- uma introdução, em que se saliente a importância da questão
em causa e se ponha em relevo as premissas de que se parte;
- no desenvolvimento, devem ser apresentados argumentos
e/ou contra-argumentos fundamentados em exemplos;
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«Pode dizer-se que a televisão é prejudicial às crianças?»
Desenvolva o tema acima enunciado num texto expositivo-argumentativo.
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No «banco de ideias» seleciona, agora, os tópicos que te parecerem
pertinentes para organizares o plano de desenvolvimento do
texto que vais escrever. Nesta fase, novas ideias podem surgir. Não te
esqueças de destacar os argumentos, contra-argumentos e
respetivos exemplos.
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• o desenvolvimento do raciocínio argumentativo, salientado, por
exemplo:
- pela segmentação do texto em parágrafos;
- pela presença de enunciados que assinalem alterações ou mudanças de
tema [argumentos, contra-argumentos, exemplos…];
- pela presença de enunciados que assinalem a orientação argumentativa
(e é aqui que assumem papel decisivo, por exemplo, os marcadores
discursivos, os enunciados que resumem, reformulam, parafraseiam
informação anterior ou asseguram a transição entre diferentes áreas
informativas do texto);
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Vejamos agora um tema da nossa literatura:
«Na poesia de Cesário, o quotidiano assume uma importância
decisiva. Podemos, assim, falar de uma poetização do real.»
Redige um texto expositivo-argumentativo em que reflitas sobre a
afirmação feita.
Proposta textual
A poesia de Cesário surge, essencialmente, a partir da observação da
realidade circundante, seja ela citadina ou rural.
Lisboa, a cidade onde vive e trabalha em determinada fase da sua
vida, constitui, assim, uma primeira fonte de inspiração. E, de facto, quem lê a
sua poesia, constata que é deambulando pelas ruas da capital, muitas vezes a
caminho do emprego, que o autor se inspira para escrever os seus versos. 11
O que acabou de ser afirmado verifica-se, por exemplo, em poemas
como «Num bairro moderno», «Cristalizações», «O sentimento dum ocidental»
ou «Nós», onde o espaço quotidiano – citadino ou rural, físico ou humano – é,
na sua vulgaridade, com sadia franqueza, transposto para a poesia. E é assim
que contactamos não só com o «bairro moderno» e os seus «transparentes» e
«ruas macadamizadas» ou os cais de Lisboa, mas também, com um leque de
gente humilde captada em plena atividade; a vendedeira de legumes, os
calceteiros, os «mestres carpinteiros», as varinas…
Ora a esta paisagem física e humana estão associados os objetos e
produtos mais prosaicos que o sujeito poético, frequentemente, e graças à sua
«visão de artista», imaginativamente transfigura: recordemos, a propósito, os
nabos que lembram ossos, os melões como ventres, os tomates como
corações, mas também os tamancos, as tascas, um parafuso…
Em conclusão, podemos dizer que o quotidiano mais comezinho
marca, de facto, presença na poesia de Cesário a, pelo menos, dois níveis:
numa linha realista, surge objetivamente captado; numa perspetiva
impressionista, constitui-se como matéria-prima para o processo de
transfiguração realizada pela subjetividade do poeta.
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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO (stricto sensu)
Trabalho escrito de considerável extensão sobre um tema pré-
definido, normalmente para fins académicos. Originalmente, a
dissertação (do lat. dissertatione(m) dizia respeito a uma
discussão, debate ou tratado sobre um determinado tema.É ainda
a partir desta tradição que alguns escritores portugueses até ao
Romantismo escreveram dissertações. O árcade Correia Garção,
por exemplo, legou-nos três textos de reflexão que receberam o
nome de “dissertação”, sendo a “Dissertação Terceira” a mais
conhecida («Sobre ser o principal preceito para formar um bom
poeta procurar e seguir somente a imitação dos melhores autores
da antiguidade», 1757). Hoje, aceita-se que qualquer trabalho
escolar executado segundo princípios científicos de rigor de
investigação e de redação pode constituir uma dissertação,
trabalho que persegue sempre o objetivo de aprofundar uma ideia
precisa de que se partiu. 13
De acordo com a legislação em vigor (Decreto-Lei n.º 216/92, de
13 de outubro), “O grau de Mestre comprova nível aprofundado
de conhecimentos numa área científica específica e capacidade
para a prática da investigação.” De acordo também com
disposições internacionais e na tentativa de uniformização
terminológica, um trabalho de investigação que conduza ao grau
de mestre designa-se por dissertação enquanto um trabalho que
permita alcançar o grau de doutor se designa por tese.
Escolher uma boa citação, saber quando é que é adequado inseri-la e que
extensão deve ter, pode ser mais difícil do que parece à primeira vista. As citações em
inglês, francês, espanhol ou italiano ocorrerem muitas vezes (e tal é aceitável) na língua
original, embora se possa optar por traduzi-las em nota. Parte-se do princípio universal
que quer o seu autor quer todos os potenciais leitores de um livro científico têm a
obrigação de ler qualquer texto nessas línguas.
É importante não deixar nunca uma citação incompleta (sem autor, sem fonte,
sem página, etc.). Todas as afirmações diretas devem ser documentadas, remetendo
para as fontes. Em nenhum caso se admite que o estudante omita as fontes que
utilizou, incorrendo, se o fizer, em fraude. Sobrecarregar o texto com citações alheias
pode vir a dar num texto incaracterístico. Um bom texto de análise literária, por
exemplo, não se mede pelo número de citações mas pela oportunidade e importância
das referências. 22
9. A bibliografia. Uma dissertação, uma tese universitária, um livro técnico
contêm (ou devem conter) sempre uma bibliografia, isto é, o conjunto de textos e/ou
livros que efetivamente contribuíram para a investigação que foi necessário realizar
para produzir uma obra.
Uma bibliografia é uma lista de obras ordenadas alfabeticamente pelos
apelidos dos autores ou então ordenadas cronologicamente por ano de edição (mais
raro). Uma referência bibliográfica é apenas um registo isolado de uma obra. Quando
fazemos um trabalho de investigação, quando estudamos a obra de um autor, quando
fazemos um comentário literário, consultamos livros de dois tipos: àqueles sobre os
quais trabalhamos diretamente, sobre os quais estamos a emitir uma opinião crítica e
que são a base do nosso estudo damos o nome de bibliografia ativa; àquelas obras que
nos ajudaram a fazer o nosso trabalho, damos o nome de bibliografia passiva
(geralmente de maior extensão em relação à anterior). Existem duas formas universais
de apresentar uma bibliografia: ou arrumamos os títulos por ordem cronológica, desde o
mais antigo até ao mais recente, ou por ordem alfabética do apelido dos autores. Em
bibliografias extensas é costume fazer-se uma divisão temática, de acordo com a
especificidade do trabalho científico desenvolvido. 23
10. O estilo. Quando procuramos educar o nosso próprio estilo de escrita, a
melhor solução não passa pelo armazenamento de palavras novas e/ou difíceis.
Geralmente, a procura de um estilo de grande erudição conduz a um trabalho só legível
pelo seu próprio autor.
Pelo contrário, a excessiva vulgarização e padronização do discurso pode
levar a um texto impessoal, incaracterístico e inaceitável para um estudante de Letras.
O uso de terminologia específica deve ser ponderado com rigor, adequado às
circunstâncias e devidamente justificado.
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Apresentação e defesa da Tese/Dissertação
O processo de apresentação e arguência do trabalho de
investigação desenvolvido corresponde a uma prova pública, o
ato final, a que o candidato a Doutor ou Mestre se sujeita no
processo de atribuição do respetivo grau académico.
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Preparação e defesa da Tese/Dissertação
A defesa – quer seja da tese de doutoramento ou da dissertação
de mestrado – é a fase final do processo de investigação. As
principais diferenças entre a defesa de uma tese de
doutoramento e a de uma dissertação de mestrado é o tempo de
duração da prova (mais curto no mestrado) e a composição do
júri (mais numeroso no caso do doutoramento e exigindo reuniões
prévias de apreciação da tese).
A apresentação deve ter a duração de 20-25 minutos, com
informação sobre:
O problema de investigação;
As questões de investigação;
A metodologia;
Os resultados;
As conclusões;
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Recomendações para estudos futuros.
Recomendações
Dez slides é o aconselhável para apresentar um tema
- 1.º diapositivo: título do trabalho, nome do candidato e da instituição;
- 2.º diapositivo: motivação, objetivos e problema da investigação;
- 3.º diapositivo: referencial teórico;
- 4.º diapositivo: metodologia da investigação;
a) tipo de investigação;
b) Contexto;
c) Amostra;
d) Instrumentos de recolha de dados.
- 5.º diapositivo: análise de dados;
- 6.º diapositivo: conclusões;
• A apresentação não deve ter mais de 20 minutos (calcule o tempo que irá falar,
faça algumas simulações);
• Deve-se começar por especificar a estrutura da apresentação e, logo de
seguida, o objetivo da investigação;
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• É importante falar de maneira clara e articulada;
• Não se deve gesticular demais, mas também não convém assumir uma postura
estática;
• Quando terminar a apresentação, agradeça a atenção dos membros do júri.
Recomendação
É importante assistir a uma ou mais defesas de outras teses/dissertações para se
perceber como é que o sistema funciona e quais são as principais regras a seguir.
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Estratégias de resposta às questões do júri:
• Aceitar outras perspetivas:
- Mantenha uma abordagem de aprendizagem, pois os
elementos do júri têm diferentes perspetivas sobre a
investigação. Quando fazem uma pergunta fora do âmbito do
que se consideram os limites da investigação, a forma de
contornar esta situação é respondendo: “Muito obrigado pela
sua ideia. É uma perspetiva que não tinha considerado nesta
investigação, mas importante para um estudo futuro, dentro do
âmbito deste tema”.
• Atitude não defensiva:
- Não procure defender de forma aguerrida todos os seus
pontos de vista como se fossem dogmas.
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- O processo de defesa da sua tese/dissertação não deve ser
transformado numa batalha de ideias, mas num espaço de
análise de diferentes perspetivas sobre o tema investigado - a
sua e as dos elementos do júri -, não se procura um vencedor.
Deve defender os resultados e as conclusões a que se
chegou de forma consistente, mas com a flexibilidade
suficiente para aceitar outros pontos de vista.
O maior especialista sobre a tese/dissertação é o próprio autor,
uma vez que ninguém passou tanto tempo a investigar aquele
tema. Por isso, o candidato deve mostrar confiança no seu
trabalho e estar absolutamente seguro das suas ideias.
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Erros a evitar:
• Usar o tempo disponível para a apresentação em resumos
descontextualizados, em divagações estranhas à investigação concreta, em
autojustificações pessoais sobre um eventual incidente de percurso;
• Não ser objetivo, coerente e sucinto;
• Usar vocabulário em calão;
• Falar muito depressa, sem fazer pequenas pausas entre os assuntos;
• Mostrar-se apático, sem energia e indiferente;
• Não demonstrar segurança em relação à apresentação e ao domínio do
tema;
• Não se preparar para a presentação: deve treinar a apresentação;
• Não apresentar soluções, mas novos problemas a investigar;
• Não defender o seu trabalho com convicção: não use “eu acho”, substitua
por “eu acredito”.
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RELATÓRIO (lato Sensu)
O relatório é um documento que apresenta uma exposição de
factos observados por ordem ou pedido de alguém com estatuto
para ordenar ou solicitar. O redator está, pois, sujeito às
instruções recebidas e às normas das organizações.
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O relatório refere-se sempre a uma exposição
circunstanciada e pormenorizada ou sintética, daquilo que se viu,
ouviu, observou ou analisou. O relatório é, assim, um texto escrito
onde se descrevem, objetivamente, factos passados e que tem
como objetivo orientar o destinatário para determinada ação.
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O relatório formal, pormenorizado e completo em toda a sua
extensão, pode ir às dezenas de páginas e conter diversos
anexos. Imaginemos uma empresa que encomendou um estudo
e o consequente relatório para modernizar os seus processos de
produção. Neste caso, e em situações similares, o documento –
relatório-proposta em estilo formal, tem a seguinte estrutura e
apresentação:
Página de rosto (Título do relatório, com breve referência à natureza do
documento; Nome da empresa a que se destina (Preparado para:);
Nome do relator / pessoa que o elaborou (Elaborado por:); a data da
elaboração pode surgir no início do documento ou no final;
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Apresentação do relatório:
- letra de tamanho médio e facilmente legível;
- margens não inferiores a 2,5 cm;
- espaçamento entre linhas de 1,5 ou duplo;
- páginas numeradas;
- cabeçalhos, títulos e subtítulos destacados e seguindo sempre o
mesmo formato.
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO (stricto sensu)
De acordo com a legislação em vigor é possível a obtenção do
grau de Mestre através da realização de trabalho científico, no
âmbito de um estágio profissional efectuado junto de uma
instituição que seja previamente aprovada pela comissão
científica e pedagógica do mestrado.
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Resumindo, após a implementação do processo de investigação,
a redação do trabalho científico pode assumir diversas formas,
como por exemplo, os relatórios de investigação, as monografias,
as teses de doutoramento, as dissertações de mestrado, os
relatórios de estágio e projeto.
Qualquer um destes trabalhos, de natureza científica, tem de
obedecer a regras para a sua publicação.
Erros a evitar:
• Não ser objetivo, criando interpretações enviesadas dos resultados;
• Não colocar os anexos individualizados, em páginas separadas;
• Não referenciar os anexos no texto;
• Desproporção entre a dimensão dos capítulos;
• Erros de concordância verbal e nominal;
• Início de parágrafo com a mesma expressão do título; 44
• Uso de palavras repetidas no mesmo parágrafo;
• Uso da primeira pessoa do singular ou do plural, quando o recomendado é
a terceira pessoa do singular no texto;
• Listagens de itens, sem ponto-e-vírgula ao final das linhas;
• Não normalização de modelos gráficos, tabelas e quadros;
• Não colocar as palavras estrangeiras em itálico;
• Uso de siglas sem especificação;
• Utilização de numeração das Referências Bibliográficas, Glossário de
Termos, Apêndices e Anexos;
• Falta de interligação e de sequência lógica entre as várias partes
(Introdução, Tópicos Teóricos, Metodologia da Pesquisa, Análise e
Conclusão);
• Análises sem pré-testes;
• Não mencionar e não justificar na conclusão se os objetivos foram atingidos
e se as hipóteses foram validadas;
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• Não inclusão das limitações e recomendações ou sugestões para futuras
investigações;
• A listagem das Referências Bibliográficas não estar por ordem alfabética e,
ainda, desrespeito à ordem cronológica (colocar em ordem crescente de
ano) dentro da ordem alfabética; caso existam obras do mesmo autor e
mesmo ano, incluir as letras alfabéticas em ordem decrescente ao final dos
anos: por exemplo 2019, 2019a, 2019b, 2019c e assim por diante;
• Referenciar Bibliografias sem estarem referenciadas no corpo de texto;
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Referências
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