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LICENCIATURA EM RELAÇÕES LUSÓFONAS E LÍNGUA PORTUGUESA

(PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA)


Unidade Curricular – Técnicas de Expressão Escrita
Ano letivo: 2022/2023
ESE de Bragança
Professor Ilídio Arribada Cadime

3.6. Textos administrativos (carta, email, ata,


regulamento, requerimento, curriculum vitae)
3.6. TEXTOS ADMINISTRATIVOS (CARTA, EMAIL, ATA,
REGULAMENTO, REQUERIMENTO, CURRICULUM VITAE)
CARTA – é a correspondência entre o remetente e o
destinatário. As cartas podem ser informais (família, amigos),
formais (a um desconhecido, a alguém superior) ou comerciais
(entre empresas).
Estrutura:
• Local
• Data
• Saudação inicial
• Corpo da carta
- Introdução
- Desenvolvimento
- Conclusão
• Fórmula de despedida
• Assinatura
• P.S. (Post Scriptum) – mais usado nas cartas informais. 2
CARTA DE RECLAMAÇÃO – é um tipo de carta formal, em que
se pretende apresentar uma reclamação escrita sobre
determinado produto, assunto ou situação. Deve ser breve e
concisa.
Fazer uma reclamação é formular uma queixa ou um protesto
devido a um facto que se considera injusto ou indevido. A
reclamação deve basear-se em factos objetivos e pode fazer-se
pessoalmente ou por escrito. Deve ser clara, precisa e formulada
com cortesia.
No texto de reclamação, devem indicar-se dados precisos
Quem reclama O reclamante deve fazer constar os seus dados pessoais (nome, morada, telefone) e
assinar a reclamação, colocando a respetiva data.
Porque reclama O reclamante deve explicar com clareza o motivo da reclamação (o que ocorreu, onde,
que prejuízo foi causado, etc.).
O que reclama O reclamante deve indicar também que solução espera obter (por exemplo, a
devolução do dinheiro, a troca de um artigo, a melhoria de um serviço ou o
pagamento de uma indemnização). 3
A reclamação assume, com frequência, a forma de carta, que
deverá obedecer à seguinte estrutura:
Estrutura:
• Fórmula de saudação
• Exposição do assunto
• Fundamentação da reclamação
• Pedido de reparação ou compensação
• Fórmula de despedida

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EMAIL – [do inglês e-mail, «idem», abreviatura de electronic mail,
«correio eletrónico»] é um sistema de transmissão de mensagens
escritas de um computador para outro computador, via internet ou
através de outras redes de computadores.
Também é conhecido pela designação de “correio eletrónico”.
Esta ferramenta permite compor, enviar e receber mensagens,
textos, figuras e outros arquivos através da Internet. É um modo
assíncrono de comunicação, ou seja, não exige a presença
simultânea do remetente e do destinatário da mensagem, sendo
muito prático quando a comunicação precisa ser feita entre
pessoas que estejam muito distantes, em diferentes fusos
horários.
A partir de um endereço eletrónico, formado por duas sequências
de caracteres separadas pelo símbolo arroba “@”, como por
exemplo ilidio@gmail.com, conseguimos enviar uma mensagem
para qualquer pessoa no mundo (SOARES, 2005, adaptado). 5
ATA – [Do latim acta, «coisas; factos»] é um registo ou resenha
de fatos ou ocorrências verificadas e resoluções tomadas numa
assembleia ou numa reunião de corpo deliberativo ou consultivo
de uma agremiação, associação, diretoria, congregação etc.

Na elaboração da ata deve relatar-se os assuntos pela ordem em


que foram tratados na reunião e reproduzir-se fielmente o
essencial do que foi dito e decidido. Assim, é conveniente que
este tipo de texto seja uma síntese das principais intervenções,
em que constam as respetivas deliberações. Além disso, deve
utilizar-se uma linguagem clara, concisa e objetiva e palavras ou
expressões adequadas para articular parágrafos e frases. Deve
ainda escrever-se os números por extenso e trancar-se os
espaços em branco.

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Para se lavrar, devem ser observadas as seguintes normas:

1 - Lavrar a ata em livro próprio ou em folhas soltas. Deve ser


lavrada de tal modo que impossibilite a introdução de
modificações.
2 - Sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências
verificadas.
3 - O texto será digitado, datilografado ou manuscrito, mas sem
rasuras.
4 - O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos
numerados, mas não se fará uso de alíneas.
5 - Na ata do dia, são consignadas as retificações feitas à
anterior.
6 - Nos casos de erros constatados no momento de redigi-la,
emprega-se a partícula corretiva “digo”. 7
7 - Quando o erro for notado após a redação de toda a ata,
recorre-se à expressão: “em tempo”, que é colocada após todo o
escrito, seguindo-se então o texto emendado: Em tempo: na linha
onde se lê “bala”, leia-se “bola”.
8 - Quando ocorrem emendas à ata ou alguma contestação
oportuna, a ata só será assinada após aprovadas às correções.
9 - Os números são grafados por extenso.
10 - Há um tipo de ata que se refere a atos rotineiros e cuja
redação tem procedimento padronizado. Nesse caso, há um
formulário a ser preenchido.
11 - A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua
ausência, nomeia-se outro secretário (ad hoc) designado para
essa ocasião. A expressão ad hoc significa para isso, para esse
caso, de propósito, designado para executar determinada função.8
São elementos constitutivos básicos de uma ata:
. Número, na sequência da numeração das atas anteriores, se já
existirem;
. Indicação do dia, mês, ano e hora em que teve lugar (por extenso);
. Tipo de assembleia ou reunião (se ordinária ou extraordinária; oi se é
resultante de uma primeira ou segunda convocatória. É frequente ver-
se, p. e., nalgumas convocatórias: “Início 21 horas. Se não houver
quorum2 de imediato se procederá a uma nova convocatória, reunindo
a assembleia trinta minutos depois, com os mesmos presentes);
. Local da assembleia ou reunião.

. Relação e identificação das pessoas presentes ou referência ao


número de presentes ou referência ao nome ou número dos ausentes;
. Ordem de trabalhos – que deve ser transcrita tal qual foi apresentada
na convocatória; 9
. Referência à leitura, votação e aprovação da ata da sessão anterior,
se estiver pendente;
. Síntese das comunicações do Presidente da Mesa;
. Referência aos elementos que se inscreveram no período Antes da
Ordem de trabalhos, os assuntos que abordaram e os esclarecimentos
que lhes foram prestados;

Depois da introdução da Ordem de trabalhos:


. Nome dos que pediram a palavra, síntese das suas intervenções,
referência a eventuais documentos que tenham trazido, que, se
julgando conveniente ou pedido, poderão ficar anexados à ata;
. Referência a votações, se ocorrerem, número de votos a favor e
contra, número de abstenções e declarações de voto;

. Indicação da hora do encerramento da reunião; 10


. Registo sobre a leitura da ata, discussão, votação e resultados
respeitantes à sua aprovação (se assim se procedeu – há situações em
que se adota este método: concluir a reunião com a leitura e processo
de aprovação da respetiva ata que foi sendo redigida pelo(a)
secretário(a);
. Assinatura do(a) secretário(a) e do(a) presidente, ou assinatura de
vários elementos, consoante as circunstâncias, os hábitos e as
exigências das formalidades.

Uma de suas particularidades é que a ata deve ser


assinada em alguns casos pelos participantes da reunião
(conforme estatuto da empresa), e pelo presidente ou
secretário, sempre.
Depois de aprovada e assinada, a ata é um registo oficial com
três grandes valências: função constitucional – é um documento 11
que garante a vontade coletiva de uma organização e que regula
o agir da mesma; função executiva, na medida em que é um texto
com força para impor o seu cumprimento: documentando
decisões e atribuição de cargos, identificando que executará
determinadas tarefas; função documental, enquanto arquiva o
processo da continuidade de uma organização e pode funcionar
como prova em ações legais.

Correntemente, a ata é um documento sumário, objetivo, breve


(resumo de ideias e factos), claro, funcional. Embora a ata
obedeça a algumas normas gerais, o seu formato e o estilo da
sua redação variam consoante os hábitos da organizações.

É à assembleia ou reunião que cabe aprovar ou não a ata; são,


em consequência, os membros das assembleias que controlam a
justeza do resumo e a adequação deste documento. 12
REGULAMENTO – é um conjunto de regras, preceitos,
prescrições, normas a seguir. Tem por objetivo regular o
funcionamento de um grupo ou de uma atividade numa
determinada situação (agremiações, associações, concursos,
jogos, etc.).

Toda a atividade humana necessita de um regulamento, já que


sem ele imperaria a anarquia e a injustiça.

A maioria dos regulamentos nasce da necessidade. Um grupo de


crianças que joga futebol, inicialmente não terá necessidade de
regras específicas, mas para que a partida decorra de maneira
organizada, é preciso incorporar um esquema de regulamento.

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Ao elaborar um regulamento, devem ser tidas em consideração
as seguintes regras:
• Incluir direitos e deveres dos vários membros do grupo;
• Prever, tanto quanto possível, todas as situações que possam vir a
acontecer;
• Redigir as regras com clareza, de modo a evitar quaisquer
ambiguidades;
• Fazer corresponder uma regra a cada parágrafo, pois cada uma
delas expressa uma ideia distinta;
• Organizar as regras do mais geral para o mais particular.

A noção de regulamento interno faz referência às regras que


regulam o funcionamento de uma organização. O regulamento é
“interno” uma vez que os seus postulados são válidos no interior
da entidade, mas não são necessariamente válidos portas fora.
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REQUERIMENTO – dá-se o nome de requerimento a uma
petição, geralmente escrita, dirigida a uma entidade oficial, da
justiça ou da administração, solicitando a satisfação de um seu
interesse, que poderá ser deferido ou indeferido.
Em termos estruturais, o requerimento é constituído da seguinte
forma: Requerimento
Abertura – identificação do Exmo(a). Sr(a). Diretor(a)
destinatário (pessoa, cargo e órgão)
da Escola Superior de Educação de Bragança

Ilídio Arribada Cadime, morador na Rua das Flores, n.º 424, 7.º, 5300-
Encadeamento – identificação
completa do requerente, objetivo do 392 Bragança, portador do CC n.º 22039321, vem requerer a V.ª Ex.ª
requerimento que se digne mandar passar a declaração de lecionação nesta
instituição, a fim de poder concorrer ao “Concurso de Conhecimento”.
Mais solicita que o referido documento seja emitido com toda a
celeridade possível, uma vez que o prazo limite do concurso se
aproxima do fim.

Fecho – pedido de deferimento, Pede deferimento


local e data, assinatura do
requerente
Bragança, 10 de março de 2019

O requerente
(Ilídio Arribada Cadime) 15
CURRICULUM VITAE – Curriculum vitae que significa currículo,
em português, é um termo proveniente do latim, e significa
“trajetória / percurso de vida”. Curriculum pode ser também
abreviado para CV ou apenas currículo.
O curriculum vitae reúne, de forma objetiva e resumida, e ao
mesmo tempo completa, a trajetória educacional e/ou académica
e as experiências profissionais de uma pessoa, como forma de
demonstrar suas habilidades e competências.

O curriculum vitae tem como objetivo fornecer o perfil da pessoa


para as empresas, podendo também ser usado como instrumento
de apoio em situações académicas. O curriculum é uma síntese
de qualificações e aptidões, na qual o candidato a alguma vaga
de emprego descreve suas experiências profissionais, formação
académica, e outros dados pessoas.
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O curriculum ainda é a forma que a maioria das empresas usam
para selecionar os seus funcionários. Geralmente o currículo é
mandado por email para as empresas ou no website de algumas
é possível criar seu próprio currículo, para permanecer no banco
de dados da mesma.
Não existe um modelo único de curriculum. Cada pessoa deve
fazer o que acha melhor, mas sempre contendo as informações
básicas, como dados para contacto, as experiências profissionais
do candidato, a sua formação académica, os cursos que realizou,
seja de línguas ou de informática, etc.
É muito importante fazer um curriculum sem erros de grafia. Se
for necessário, colocar foto, que não seja nada vulgar ou que
possa prejudicar a imagem do candidato.
Um bom currículo não garante um emprego a ninguém; todavia,
um mau currículo pode fazer com que se perca uma boa
oportunidade. 17
Algumas orientações
1. O currículo funciona como um cartão de visita ampliado que
serve como um “abre-portas”, induzindo o leitor a querer saber
mais. Funciona como um “marketing” de si mesmo. Depois de
elaborado, deve ser revisto para verificação de eventuais erros de
português.
2. Um currículo de duas páginas é o que se usa hoje em dia. Três
é demais. Deve ser apresentado em papel branco, tamanho A-4.
3. Digitar em tipo de letra comercial e em tamanho fácil de ser
visualizado. Evitar o excesso de criatividade na sua formatação,
esquecendo as caixas, grifos, asteriscos e setinhas.
4. O currículo, quando impresso, pode ser enviado num envelope
ofício, dobrado em três partes. Não colocar o currículo em pastas
de plástico de qualquer género e nem em envelope pardo grande.
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5. Todo mundo já sabe, mas é bom repetir - um currículo não
deve incluir os nomes de pai e mãe, os números da carteira
profissional, e de outros tantos documentos. Se a empresa
interessada precisar dessas informações pedi-las-á no momento
certo.
6. Currículo não se data, para que não fique antigo (mas sempre
terá de ser atualizado); não se assina, pois não é uma
correspondência; e não são feitas averbações/anotações à
margem do mesmo para não alterar a sua limpeza e ordem ou
para não se complicar o entendimento do conteúdo.

7. Pretensão salarial do candidato: informação que não deve


constar. É algo para ser discutido ao longo do processo de
seleção, em entrevista pessoal e, se possível, do meio para frente
no processo.
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8. É inadequado e pouco eficiente para o candidato colocar, entre
as informações oferecidas no currículo, as razões de saída dos
empregos anteriores – falar mal do emprego anterior é falta de
ética, e já desclassifica o candidato.

9. A mesma coisa é verdade, em geral, em relação a referências:


não se deve colocá-las no corpo do currículo. Se a empresa
quiser e quando quiser, pedirá. O facebook é um excelente local
de informações e referências do candidato para a empresa.

10. Um currículo não leva anexos. Se antigamente era comum


juntar cópias de certificados de cursos, cartas de recomendação /
acompanhamento, artigos publicados, recortes de jornais e até
textos de projetos desenvolvidos, hoje em dia nada disso se
adiciona ao currículo.
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Curriculum Lattes – O curriculum lattes, diferentemente do
curriculum vitae, trata apenas da carreira académica de uma
pessoa e é voltado para os padrões e exigências do CNPq ou
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Esse tipo de currículo comprova especialmente a experiência de
um pesquisador no seu campo de pesquisa.

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Referências

- CASSANY, D. (2007). Oficina de Textos: Compreensão leitora e expressão escrita em todas as


disciplinas e profissões. Porto Alegre: Artemed.
- MAGALHÃES, Olga; COSTA, Fernanda, Português. Ensino Profissional. Porto Editora. 2011.
- NASCIMENTO, Z. & PINTO, J. M. C. (2001). A Dinâmica da Escrita. Como escrever com êxito.
Lisboa: Plátano Editora.
- PEREIRA, M. L. A. (2000). Escrever em Português. Didáticas e Práticas. Ed. Asa.
- RAPOSO, E. (Org. ) (2013). Gramática do português. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
- ROCHA, Maria Regina, Gramática de Português – Ensino Secundário | 10.º, 11.º e 12.º anos,
Porto Editora, 2016.
- https://queconceito.com.br/regulamento [Consultado a 05-01-2019]
- https://www.fatecmm.edu.br/arquivos/ORIENTACOES_para_escrever_Curriculum.pdf [Consulta-
do a 05-01-2019]

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