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A Acta
Introdução........................................................................................................................................3
1. Conceituando a Acta....................................................................................................................4
Conclusão......................................................................................................................................12
Referências bibliográficas.............................................................................................................13
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Introdução
O presente trabalho cujo título centra-se ao estudo da Acta, compreende o primeiro trabalho de
Campo, recomendado no âmbito da Cadeira de Técnicas de Expressão Oral e Escrita do curso de
Direito 1º ano. Importa referir que a acta é um meio de informação da “vontade colectiva”, o
elemento de prova e de interpretação dessa vontade, o registo da vida das instituições, depois de
aprovada, é imutável e só a Assembleia pode permitir que ela seja objecto de avaliação posterior.
Os textos administrativos ou funcionais são textos que se usam dentro das mesmas instituições
ou entre instituições diferentes, daí a designação de textos institucionais. Neste sentido, importa
salientar que o objectivo geral do trabalho é de compreender os elementos-chave a terem conta
na elaboração da Acta. Para a efectivação do trabalho ou o desenvolvimento do tema inerente à
Acta utilizou-se basicamente a consulta de diversas referências bibliográficas citadas ao longo do
trabalho subforma a dar o devido sustento e veracidade da informação.
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1. Conceituando a Acta
Este documento é elaborado pelo secretário da reunião que tem a ingrata, difícil e a penosa tarefa
de, ao longo dela, recolher os apontamentos indispensáveis à sua elaboração posterior do
projecto de acta.
Para o autor, o projecto de acta é escrito no livro de actas, cujas folhas devem estar rubricadas e
numeradas, as folhas, não as páginas, pois cada folha tem duas páginas, pelo presidente da Mesa
da Assembleia Geral, o mesmo acontecendo com os termos de abertura e de encerramento (p.
21).
Enquanto o projecto de acta, ou minuta, não for aprovado em Assembleia Geral, é pertença de
quem o elaborou, que pode fazer as alterações que achar para a sua compreensão e fidelidade.
Nela são relatadas todas as intervenções dos participantes da reunião (p. 22).
Segundo Travaglia (1993-1994), a acta é um relato resumido do que foi discutido durante uma
reunião, sessão, convenção ou assembleia normalmente redigido por uma secretária efectiva (p.
23).
Nesta senda a acta pode ser manuscrita em livro próprio ou digitada. Nesse caso, será impressa e
todos os presentes devem rubricar todas as páginas e assiná-la ao final. Se necessário, a ata pode
ser colada ao livro próprio.
Também é interessante que a escola tenha um arquivo com cópias físicas das atas que foram
impressas, para qualquer eventualidade e que os arquivos estejam devidamente salvos em uma
pasta em um computador em que o Agente responsável pelas atas tenha livre acesso.
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1.1. Estrutura da Acta
Para Travaglia (1993-1994), estruturalmente, a acta pode ser dividida em três partes
fundamentais, nomeadamente:
A Acta Informal / Simples: aspecto informal que se caracteriza como uma espécie de súmula na
qual serão registadas apenas as informações mais relevantes e que posteriormente poderá ser
enviado ao RH. Ex: reuniões departamentais, reuniões com clientes e entre outros.
Data, local, horário de início e fim da reunião: é necessário saber onde e quando as
pautas foram discutidas;
Pessoas presentes e seus cargos: é preciso informar por quem as decisões foram
tomadas;
Pauta da reunião: uma das principais informações que deve constar na ata a fim de
saber o propósito para o qual as pessoas se reuniram;
Discussões: parte fundamental para registo das discussões para esclarecer porque as
decisões foram tomadas e porque algumas ideias foram abandonadas a fim de evitar que a
mesma discussão ocorra várias outras vezes;
Registro das decisões: outra parte fundamental para registar o que de fato foi acordado
entre os integrantes e listar quais serão os próximos passos; e
Compromissos: essencial para registar os prazos para execução de cada tarefa e é onde
se estabelece o dia, horário, local e participantes da próxima reunião.
A Acta Formal / Oficial: aspecto extremamente formal, sendo assinada por todos os integrantes e
registada em cartório. Ex: alteração contratual, alteração de directoria, entre outros.
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A acta formal é constituída por 5 partes que são:
Abertura: indica a data, horário, local e o nome da entidade que está reunida;
Legalidade: declaração de legalidade da reunião por existir quórum, conforme os
estatutos. Não havendo quórum, a reunião não poderá ser realizada, mas a acta deverá ser
lavrada para que o fato fique registado. Expediente registo informativo no qual constam
os nomes dos presentes e as ausências justificadas, além de avisos e outros assuntos;
Ordem do dia: parte central do texto, corresponde ao registo das discussões e decisões
ocorridas durante uma reunião, devendo ser narrados em ordem cronológica e também
registados os quesitos, a forma de votação e o resultado;
Encerramento e desfecho: quando todos os acontecimentos foram registados.
Por mais informal que seja um ambiente de trabalho, as decisões tomadas em reuniões devem ser
registadas, formalizadas, e divulgadas a todos a quem as informações puderem interessar por
meio de um documento chamado “acta de reunião”.
Por muito tempo, as actas de reunião foram os documentos formalizadores das decisões tomadas
em empresas, condomínios e associações. Elas continuam sendo um excelente instrumento,
principalmente porque elas se tornaram mais flexíveis quanto ao seu formato, sua apresentação.
O que antigamente se resumia a uma estrutura rígida, com linguagem até de difícil compreensão,
hoje tem por objectivo democratizar o acesso às decisões tomadas.
Para Travaglia (2001), ao longo da elaboração da acta, há formas próprias de introdução das
intervenções/falas dos participantes da reunião, como os actos de fala que a seguir alistamos:
- referindo-se à questão do…ele teria dito que… - usando da palavra, o Sr, Mahulana,
afirmou que…disse que…realçou o facto de que… - apelou aos presentes para que… -
questionou o facto de… - perguntou, - disse ter ficado impressionado, chateado,
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escandalizado com o facto de… - João Wanicela disse não concordar com a posição do
seu colega… - Benilde, chefe da turma, interveio para aclarar algumas questões que
constituíam embaraço…
É (não havendo mais a tratar, a reunião foi encerrada (dada por terminada), da qual foi
lavrada/ (se lavrou) a presente acta, que, depois de lida, será assinada pelo Presidente
(ou…) e por mim que secretariei a reunião.
= ACTA DE REUNIÃO =
Aos 3 dias do mês de Outubro de 2007, pelas 10 horas, reuniram-se na sala de biblioteca do
Tribunal de Família e Menores de Cascais, os Senhores Procuradores-Adjuntos: Drs. Beça
Pereira, Margarida Bandeira de Lima, Alexandra Malheiro, Paula Ferraz, Pais Salvado, Paula
Sofia Serra, Elizabete Simão, Carmen Almeida, Laurentina Custódia, Susana Almeida, Sandra
Rocha e Joana Ravara. Esteve igualmente presente a Senhora Auditora de Justiça Dr.ª Teresa
Ramos.
A reunião foi presidida pelo Ex.º Sr. Procurador da República, com funções de coordenação, Dr.
Varela Martins, tendo sido discutidos os seguintes pontos da Ordem de Trabalhos:
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1º Ponto: O Ex.mo Sr. Procurador apresentou uma proposta quanto aos turnos de
verão, proposta esta que oportunamente será objecto de discussão.
2.º Ponto: procedimentos a adoptar perante as alterações aos Códigos de Processo
Penal e Código Penal.
a) questão da validação de constituição como arguido, nos termos e para os efeitos
do disposto no artigo 58.º, n.º 3 do C.P.P.
A este propósito o Ex.mº Sr. Procurador estabeleceu que basta que cada magistrado efectue a
validação de constituição como arguido, mesmo em turnos, sendo que a validação será
comunicada via fax aos O.P.C., que também efectuaram o pedido via fax.
O Ex.º Sr. Procurador da República, com funções de coordenação, indicou que doravante far–se–
ão os julgamentos em processo sumário aos sábados e férias judiciais, pelo que os autuantes e as
testemunhas deverão ser notificados para comparecerem no Tribunal. Neste sentido foi dito pelo
Sr. Procurador que irá dar instruções aos O.P.C.
A Dr.ª Sandra Rocha foi designada pelo Ex.mº Sr. Procurador para elaborar uma minuta de
interrogatório de arguido, a qual fará parte desta acta.
A este propósito foi fixada pelo Sr. Procurador a seguinte orientação; nos casos de condução sob
o efeito de álcool, quando o arguido apresente uma taxa de alcoolemia no sangue igual ou
inferior a 1,60 g/l o procurador - adjunto determinará a suspensão do processo, mediante a
proposta do arguido frequentar programa de responsabilidade e segurança, o qual orça cerca de
€. 200,00., sem prejuízo do magistrado ouvir sumariamente o arguido em declarações, o qual
contribuirá ainda com um montante a favor de uma instituição de solidariedade social.
Ficou também assente de que nestes casos no auto de interrogatório do arguido deverão constar
os seguintes elementos; antecedentes criminais, situação económico – social, agregado familiar,
se já consta ou não inquérito a correr quanto a factos idênticos, conforme minuta referida.
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Nos inquéritos em que o ilícito seja a condução sob o efeito de álcool deverá constar se já correm
inquéritos contra o arguido pelos mesmos crimes, informação a obter junto do I.R.S., pelo C.R.C.
e buscas na comarca.
Nestes casos, o magistrado só deverá seguir o processo sumário caso se frustre a aplicação de
suspensão provisória do processo.
Foi também sugerido pelo Ex.mo Sr. Procurador que no âmbito de aplicação da suspensão
provisória do processo cada magistrado solicitasse junto do I.R.S. certificação se arguido
cumpriu ou não a injunção, sendo que o arguido deverá ser notificado para cumprir a obrigação,
colocando – se a hipótese de pagamento em prestações.
O Ex.mo Sr. Procurador também alertou para a possibilidade do pagamento de maiores quantias
a instituições de solidariedade social nos casos em que se verifique que o arguido não tem
condições para frequentar o programa de responsabilidade e segurança.
No que toca às situações de furto em supermercado, o Ex.mº Sr. Procurador sugeriu que cada
magistrado actuasse de acordo com os seus critérios.
Foi referido pelo EX.mo Sr. Procurador que nas situações de condução sem habilitação legal de
veículo motociclo em que o arguido seja estudante o magistrado deverá propor a aplicação de
pena de admoestação.
No que toca à aplicação do referido processo sumaríssimo nos casos de ilícitos rodoviários o
EX.mº Sr. Procurador fixou critérios diferenciados quer no âmbito de condução de veículo em
estado de embriaguez quer no âmbito de condução sem habilitação legal.(segue em anexo
quadro)
Foi também referido pelo EX.mº Sr. Procurador que cada magistrado deverá nomear defensor no
âmbito deste processo.
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Nos restantes crimes que admitam aplicação do processo sumaríssimo os critérios ficarão nas
mãos de cada magistrado.
Neste momento o Ex.mº Sr. Procurador alertou os presentes para a doutrina perfilhada no
Acórdão do T.C. 285/07, constante do processo 207/07, segundo o qual qualquer pedido de
realização de perícia no âmbito de um crime de homicídio qualificado é requisito para se declarar
especial complexidade do processo.
O Ex.mº Sr. Procurador estabeleceu a este propósito a seguinte orientação; nos crimes sexuais;
financeiros; de corrupção; peculato; processos com arguido preso, tráfico de estupefacientes e
outros crimes praticados por funcionários públicos no exercício das suas funções, os magistrados
titulares dos inquéritos deverão requerer à Ex.mª J.I.C. segredo de justiça.
Quanto aos restantes ilícitos tal pedido fica ao critério de cada magistrado.
Quanto a este ponto o Ex.mº Sr. Procurador fixou também a seguinte orientação: cada
magistrado, junto da sua secção, estabelecerá o tempo, modo, lugar e dia da semana para
consulta do inquérito, a qual deverá ocorrer apenas um dia por semana, de modo a não prejudicar
o serviço dos srs. funcionários.
Por fim a DR.ª Paula Ferraz colocou a questão de saber quais os recursos obrigatórios para M.P.,
ao que o Ex.mº Sr. Procurador respondeu que são os que se encontram ao abrigo do disposto no
artigo 446, n.º 2 do C.P.P.
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Para constar se lavrou a presente Acta que vai ser assinada por mim que a redigi e pelo Sr.
Procurador Coordenador que presidiu à reunião.
O Procurador da República
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A Procuradora Adjunta
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(Joana Ravara)
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Conclusão
Chegados a este ponto, conclui-se que a acta é um relato resumido do que foi discutido durante
uma reunião, sessão, convenção ou assembleia normalmente redigido por uma secretária efectiva
pré-seleccionada, com habilidades aceitáveis de escrita. Em termos estruturais, a acta pode ser
dividida em três partes fundamentais, nomeadamente que são o cabeçalho que contem a
identificação do documento e o respectivo número de ordem, o corpo, comportando os relatos
das várias etapas e intervenções dos participantes e finalmente o fecho contendo a fórmula fixa
do fecho e as assinaturas do presidente e do secretário da reunião. Conclui-se também que
existem dois modelos de acta, nomeadamente a Formal e Informal.
Enfim, ao longo do trabalho foi possível compreender que por mais informal que seja um
ambiente de trabalho, as decisões tomadas em reuniões devem ser registadas, formalizadas, e
divulgadas a todos a quem as informações puderem interessar por meio de um documento
chamado “acta de reunião”. Por muito tempo, as actas de reunião foram os documentos
formalizadores das decisões tomadas em empresas, condomínios e associações. Elas continuam
sendo um excelente instrumento, principalmente porque elas se tornaram mais flexíveis quanto
ao seu formato, sua apresentação. O que antigamente se resumia a uma estrutura rígida, com
linguagem até de difícil compreensão, hoje tem por objectivo democratizar o acesso às decisões
tomadas.
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Referências bibliográficas
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